HEBRAICO ARCAICO - Do III milênio ao Séc. IX A.E.C. (1270-800 A.E.C.) Slides

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Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Faculdade de Letras Disciplina: Cultura e Civilização Hebraica I (LEO283) Professor(a): Fernanda Silveira Estudante: Jônatas Ferreira de Lima Souza (DRE: 115044769)

HEBRAICO ARCAICO

REFERÊNCIAS Panorama Histórico: BÍBLIA de Jerusalém – versão online (1985). Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2016.

BUDGE, E. A. Wallis. El libro egipcio de los muertos. Málaga: Editorial Sirio, 2007. CARDOSO, Ciro Flamarion S. Sociedades do antigo Oriente próximo. 4. ed. São Paulo: Ática, 2005. FINLEY, Moses. História Antiga: Testemunhos e Modelos. São Paulo: Martins Fontes, 1994. GARELLI, Paul. Oriente Próximo Asiático: das origens às invasões dos Povos do Mar. São Paulo: EDUSP, 1982. HERZOG, Chaim; GICHON, Mordechai. Batalhas da Bíblia: uma História militar do Antigo Israel. Rio de Janeiro: BV Films, 2009. KANTOR, Mattis. The Jewish Time Line Encyclopedia: a year-by-year History from creation to the present. Jason Aronson, Inc., 1993. LEICK, Gwendolyn. Mesopotâmia: a invenção da cidade. Rio de Janeiro: Imago, 2003. TORÁ (Leis hebraico-judaicas) e Haftarot. Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2016.

REFERÊNCIAS Hebraico Arcaico e considerações linguísticas: FERREIRA, Claudia. A Bíblia Hebraica e a História da Língua Hebraica. (material de apoio ao curso de Letras Português-Hebraico da UFRJ), 11f. FRANCISCO, Edson. Língua Hebraica: aspectos históricos e características. Estudos de Religião 21, a. 15, dez. 2001, p. 165-195 (maio, 2010, p. 1-26). KLEIN, Ernest. A Comprehensive Etymological Dictionary of the Hebrew Language for Readers of English. Jerusalem: CARTA. 1987.

PIQUER OTERO, Andrés. Estudios de sintaxis verbal en textos ugaríticos poéticos. Tese de Doutorado. Madri, Espanha: Departamento de Estudios Hebreos y Arameos da Facultad de Filologia/ Universidad Complutense de Madrid, 2004. TREBOLLE BARRERA, Julio. A Bíblia Judaica e a Bíblia Cristã: Introdução à História da Bíblia. Rio de Janeiro: Vozes. 1995. WRIGHT, William. Lectures on the Comparative Grammar of the Semitic Languages. Cambridge: University Press, 1890. p. 35-45.

REFERÊNCIAS Sites / Internet: Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2016; Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2016;

Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2016; Disponível em: . Acesso em: 28 abr. 2016; Disponível em: . Acesso em: 29 abr. 2016; Disponível em: . Acesso em: 29 abr. 2016; Disponível em: . Acesso em: 29 abr. 2016; Disponível em: . Acesso em: 29 abr. 2016; Disponível em: . Acesso em: 29 abr. 2016; Disponível em: . Acesso em: 29 abr. 2016; Disponível em: . Acesso em: 1 maio 2016; Disponível em: . Acesso em: 1 maio 2016; Disponível em: . Acesso em: 1 maio 2016;

ASSUNTOS PANORAMA HISTÓRICO  Datas e épocas incertas  Zona de tensão  Espaço de influências PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS HEBRAICO ARCAICO

PANORAMA HISTÓRICO: DATAS/ÉPOCAS INCERTAS Período dos Juízes (1270-880 A.E.C. ?) Shaul, David e Salomão (880-800 A.E.C. ?) O que isso significa?  Os primeiros textos escritos surgem em um período de fixação territorial;  Tentativa de registrar a oralidade de um grupo – busca pela unicidade?  Na literatura, Josué, Juízes e Samuel são textos que chegam a abarcar mais de 400 anos de lutas por territórios (da Mesopotâmia ao Egito, do Mediterrâneo à Jordânia;  Por sua vez, pode a Arqueologia compactuar com a literatura?

PANORAMA HISTÓRICO: ZONA DE TENSÃO Rios Tigre e Eufrates Rio Nilo Gn. 2. 14 Y el nombre del río tercero (es) Jidékel (Tigris), el que corre al oriente de Ashur (Asiria). Y el río cuarto es Perat (Eúfrates).

Ex. 2. 3

Pero no pudiendo esconderlo por más tiempo, tomó para él una arquilla de junco y la calafateó con brea y con pez; y colocó en ella al niño, y la puso en un carrizal, a la ribera del río (Nilo).

PANORAMA HISTÓRICO: ZONA DE TENSÃO No texto em Josué 1. 4, os escritores ressaltam a importância dessa zona de tensão:

Desde el desierto y el Lebanón este, y hasta el río grande -el río Perát- toda la tierra de los Hittím y hasta el Mar Grande -al poniente- será vuestra frontera.

Como podemos perceber, essa Zona de tensão, na historiografia tradicional, remete ao Crescente Fértil.

PANORAMA HISTÓRICO: CRESCENTE FÉRTIL

PANORAMA HISTÓRICO: ZONA DE TENSÃO Essa Zona de tensão, estabelece fronteiras culturais, como podemos ler ainda em Josué, em todo capítulo 24. Na literatura, esse é o início da formação de um povo: sua cultura e sua área de domínio, onde trocará experiências com outros grupos. Em Reis 1, 5. 1 (BJ) ou 4. 21, podemos ler acerca da consolidação dessa pretensão ancestral, após mais de 450 anos, desde os Juízes: ‫ֹושל ְׁבכָל־הַ ַמ ְׁמלָ כֹות ִמן־הַ נָהָ ר אֶ ֶרץ ְׁפ ִל ְׁש ִתים וְׁעַ ד גְׁ בּול ִמצְׁ ָריִם ַמגִ ִשים ִמנְׁ חָ ה‬ ֵׁ ‫ּושֹלמֹה הָ יָה מ‬ ְׁ ‫ת־שֹלמֹה כָל־י ְֵׁׁמי חַ יָיו׃‬ ְׁ ֶ‫וְׁעֹ ְׁב ִדים א‬ Salomón dominaba todos los reinos, desde el Río hasta el país de los filisteos y hasta la frontera de Egipto. Pagaban tributo y servían a Salomón todos los días de su vida.

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Apesar de a escrita cuneiforme já circular pela Mesopotâmia desde cerca de 2500 anos antes dos Juízes israelitas, a oralidade era e continuou sendo bastante forte entre os povos antigos. Lendas difundidas pela oralidade ganhavam muita força social quando adotadas por algum líder tribal, que, na escrita, as tornava um tipo de arquétipo literário. Nesse contexto, os primeiros semíticos a figurarem numa espécie de cenário internacional conhecido, foram os acadianos. Por vias militaristas entorno de um líder, esses semitas desbancaram a força suméria na região dos rios Tigre e Eufrates.

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS O líder tribal-militar que nos interessa aqui é Sargão (Sarrukenu Sarkisshati, no qual Sar é “príncipe”, ou “rei”; rukeno é “verdadeiro e legítimo”; kisshati é “do universo”). São significados atribuídos, usualmente por arqueólogos. “A tendência ao longo do III milênio a.C., foi a ascensão dos chefes (en, ensi), que em certos casos assumiram o título de “rei” (lugal) e, por fim, (...), declararam-se de caráter divino, em detrimento dos templos: o aparelho militar sob comando real se ampliou, independentemente das milícias dos templos, e as terras reais tornaram-se gradualmente mais extensas do que as dos santuários.” (CARDOSO, p. 44)

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Sargão, o “Sar”, desbancou o sumeriano “Lugal” Zagesi de Uruk, entrando para a lista de reis vitoriosos da Mesopotâmia. Lê-se, ter reinado 56 anos (LEICK, p. 117). A arqueologia para esse período ainda é bastante obscura, mas pelos achados de plaquetas em acadiano antigo cuneiforme, vemos como entre os pretensos líderes antigos, existem uma forte atuação dos escribas. Sargão, provavelmente, assumiu-se como personagem de uma corrente lenda de sua época, para legitimar sua escolha divina como “rei do mundo” ou “do universo”:

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Narrativa lendária, tornada oficial por Sargão:  “Sargão, o poderoso rei, rei de Acádia, sou eu./ Minha mãe era uma sacerdotisa (?) de en, meu pai jamais conheci./ [...] Minha cidade é Azupiranu, que se situa nas margens do Eufrates./ Ela me concebeu, minha mãe sacerdotisa de en, às ocultas me pariu,/ Pôs-me numa cesta de vime, betume fez estanques as aberturas./ Ao rio me lançou, do qual não pude ascender./ O rio me envolveu, a Aqqi, o aguadeiro, me levou./ Aqqi, o aguadeiro, me içou quando baixou seu balde./ Aqqi, o aguadeiro, me criou como seu filho adotivo./ Aqqi, o aguadeiro, me ensinou a cuidar de sua horta./ Enquanto eu era ainda um hortelão, Ishtar tomou-se de afeição por mim,/ E assim por... anos reinei como rei,/ O povo de cabeça negra dominei e governei. (LEICK, p. 116).  Azupiranu (altiplano onde crescia ervas aromáticas e açafrão); vime (salgueiro-branco, vara flexível); aguadeiro (carregador de água).

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Cabeça de bronze, supondo ser um “retrato” de Sargão, encontrada em Nínive

A lenda do nascimento de Sargão (Museu Britânico) – Encontrada por Sir Rowlinson em 1867, Nínive

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Cerca de mais de 1000 anos depois de Sargão, os israelitas também criavam sua versão da lenda, como lemos em Ex. 2. 3. Outro bom elemento que atesta esse forte espaço de influências, foi a narrativa lendária sobre certo rei de Uruk. Séculos antes de Sargão, a arqueologia identificou o rei sumeriano Gilgamesh, que aparece na lista de reis Mesopotâmicos (126 anos de reinado) e numa Tábua com inscrições sobre um épico que tem Gilgamesh como protagonista. A arqueologia supõe ser o mesmo rei, mas no épico, vemos essa tradição da apropriação de lendas correntes por líderes tribais-militares. Também podemos suspeitar dos seus 126 anos de reinado?

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Tablete V do épico, Museu Sulaimaniya, Iraque (Viagem de Gilgamesh e Enkidu)

Tablete XI do épico, Museu Britânico (Narrativa sobre a Inundação e o Utnapishtim)

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Outros mitos épicos mais antigos influenciaram toda essa Zona de tensão, tais como as lendas sumerianas sobre a criação (Enuma Enlish) e sobre A grande inundação (Atrahasis).

“Em sua quase totalidade, essas línguas são reveladas por documentos redigidos em escrita cuneiforme, que podemos ler mesmo sem compreendê-los. Tal sistema gráfico, inventado provavelmente pelos sumérios, constitui-se primitivamente de desenhos que representavam objetos ou composições simbólicas. [...] Cada signo tinha um sentido básico, ao qual podiam se acrescentar alguns significados aparentados.” (GARELLI, p. 6) Boa parte desses trabalhos em cuneiforme foram encontrados na biblioteca de Assurbanípal (séc. VII A.E.C. ?), em Nínive, entre 1842 e 1855.

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Além da região dos rios Tigres e Eufrates, não podemos deixar de falar da influência dos egípcios, não apenas na região do rio Nilo, mas também por toda região do rio Jordão e mar Morto. O texto antigo mais significativo na região, foi o Livro dos Mortos (ou Sair para a Luz) na versão mais completa de Ani (séc. XV-XIV A.E.C. ?), encontrado e traduzido por E.A. Wallis Budge em 1888. O trecho mais significativo, aqui, será entre as Confissões Negativas (nº 10477, f. 22) e as leis judaicas na Toráh.

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Saúde, Usekh-nemmt que cometeste adiante de Anu, eu não cometi pecado. [...] / adiante de Khemenu, eu não roubei. / [...] adiante de Qernet, eu não matei homens e mulheres. / [...] eu não proferi mentiras. / [...] adiante de Het-ka-Ptah, eu não tenho maldições proferidas. / [...] adiante de Amentet, eu não cometi adultério. [...] / [...] adiante de Mabit, eu não roubei terra cultivada. / [...] adiante de Ati, eu não tenho debochado a esposa de qualquer homem. / [...] adiante de Kaui, eu não transgredi [a lei]. / [...] adiante de Heqat, eu não fechei minhas orelhas para as palavras de verdade. / [...] adiante de Kenmet, eu não blasfemei. / [...] adiante de Unaset, eu não fui um agitador [...] / [...] adiante de Sauti, eu não multipliquei minhas palavras falando. / [...] adiante de Tetu, eu não trabalhei feitiçaria contra o rei. / [...] adiante de Nu, eu nunca elevei minha voz. / [...] adiante de Sau, eu não amaldiçoei deus. / [...] eu não agi com arrogância. / [...] adiante de Maati, eu não joguei fora o pão da criança, nem tratei com desprezo o deus de minha cidade. / [...].

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Papiro de Ani, Museu Britânico

Épico de Atrahasis, Museu Britânico

PANORAMA HISTÓRICO: ESPAÇO DE INFLUÊNCIAS Podemos pressupor o quanto dessas “confissões” poderiam fazer parte da ética social do antigo Egito? Provavelmente essa ética, esses valores, poderiam terem sido conhecidos através das regiões de domínio egípcio. “Não importa quantas afirmações antigas possamos documentar ou pressupor, independentemente de sua possível confiabilidade: no fim, acabamos defrontando com uma lacuna. Mas os escritores antigos, como os historiadores desde então, não toleravam as lacunas e preenchiam-nas de uma forma ou de outra, em última instância recorrendo à pura invenção.” (FINLEY, p. 15)

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS As línguas faladas nessa Zona de tensão foram nomeadas anteriormente de semíticas, contudo, hoje é aceito o termo hamita-semita ou afro-asiáticas. Estes últimos, tentam abarcar mais manifestações linguísticas de um período longínquo que é ainda bastante obscuro. No geral, as principais comunidades de falantes desse período são:  Acadianos (sumeriano, acadiano, babilônio, assírio – escritas cuneiformes) – III milênio A.E.C.;  Canaanitas (fenício, canaanita, arameu, israelita, árabe, moabita, nabatita, edomita – escrita com letras fenícias e variantes) – II milênio A.E.C.;  Aramaicos – Por volta do século IX A.E.C – alfabeto assírio e variantes.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS A escrita desses povos era consonantal, costumeiramente grafada da direita para esquerda. O acádio era escrito da esquerda para direita. Os verbos eram constituídos, geralmente, de uma raiz triconsonantal, isto é, composta por três consoantes. Os tempos verbais eram caracterizados por ações concluídas e incompletas.

Os verbos eram marcados por construções (reflexivas, causativas, intensivas, passivas, etc.) que variavam de 12 (e.g. acadiano e árabe) a 7 (e.g. aramaico e hebraico). A língua semítica também era peculiarmente marcada por possuir os fonemas [k], [ts], [t], [ħ], [ʕ].

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS Estudos modernos, desde a década de 1930, tem acrescentado ao ramo semítico os textos cuneiformes em ugarítico. Também temos um conjunto de 350 tabletes (cartas) trocadas entre oficiais egípcios e oficiais em Canaã, bem como informações enviadas aos reis egípcios, como Amenófis IV (séc. XIV A.E.C.). A escrita utilizada foi a cuneiforme. Elas foram encontradas em Tel-el-Amarna, Egito. Essas cartas também ficaram famosas por conter informações acerca de um grupo de habiru que enfrentavam os egípcios (tabletes 271, 366) – além do papiro de Leyde 348. A quem acredite, na arqueologia, que era alguma referência aos “hebreus”.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS Carta (EA 41) do chefe hitita Suppiluliuma ao faraó Akhenaton – séc. XIV A.E.C.

“Y ahora, con respecto a la tablilla que me enviaste, ¿por qué colocaste tu nombre por en cima del mío? ¿Quién es ahora el que enturbia nuestra relación? ¿Es semejante conducta la práctica aceptada? Hermano mío, ¿me has escrito con la paz en la mente?” Subiluliuma, rey de Hatti.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS Por meio do ugarítico, os especialistas, como Andrés Otero, puderam formular a seguinte possibilidade para os proto-semíticos:

“Pretérito: Narrativo pasado, fundamentalmente en poesía. Imperfecto: Puede actuar como presente-futuro o como pretérito de acción continuada (pasado continuo). Enérgico: Tanto en su forma del modo indicativo como en la del injuntivo, su función no se precisa de una forma clara. Yusivo: Expresión de órdenes en personas distintas a la segunda. También en segunda persona, con la partícula ’al, para negar el imperativo. Volitivo: Aparece en “contextos cohortativos” y en oraciones desiderativas, así como en subordinadas (muchas veces asindéticas) finales.” (OTERO, p. 22)

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS LINGUÍSTICAS Também os tempos verbais:

“Pretérito: Puede expresar el pasado tanto en prosa como en poesía. Presente: Especialmente con verbos intransitivos, pero también aparecen verbos transitivos con este valor. Es aplicable a poesía y prosa. Futuro: Se constata este valor en prosa, en oraciones de resultado precedidas por la partícula w-. Optativo: Expresión de deseos y peticiones, tanto en prosa como en poesía.” (OTERO, p. 23)

Por exemplo, segundo Barrera (apud Ferreira, p. 6), o Salmo 78 contém muitos elementos da poesia ugarítica.

HEBRAICO ARCAICO Como podemos notar, ainda não existe, de fato, um “hebraico”, mas um conjunto de línguas em uma Zona de tensão, além de uma variedade de escritas, sendo as mais influentes a acadiana e ugarítica (cuneiforme) e a canaanita e fenícia. Esses povos trocavam experiências conjuntas e todo esse aglomerado acabou por influenciar a linguagem dos primeiros israelitas, que não ficavam fora desse complexo cenário.

Essa língua canaanita, utilizava uma grafia de empréstimos fenícios e futuramente seria chamada de “judaica” pelos judaítas, como lemos em Reis 2 18. 26-28; Isaías 36. 11-13; Cr 2 32. 18, etc.

HEBRAICO ARCAICO Eis os empréstimos de alguns caracteres que circulavam na região cananeia:

WRIGHT, p. 35-41.

HEBRAICO ARCAICO Essa primeira manifestação escrita, mostrava pobreza em adjetivos e fazia uso de formas construtas, ou seja, semelhante aos casos nominativo, genitivo, acusativo, etc., mostrando ser uma língua majoritariamente sintética. Em sua sintaxe, preferia a “sequência de frases justapostas, sem conjunção coordenativa” (parataxe). Ela evitava a “subordinação de uma palavra ou de uma oração a outra palavra da frase ou a outra oração do período” (hipotaxe). Vale lembrar que, nessa primeira etapa, não há registro de qualquer pretensão para a grafia das vogais.

HEBRAICO ARCAICO A maioria dos pesquisadores concordam que havia uma clara distinção ente fala e escrita. O vocabulário dos falantes certamente era bem maior do que aquele que aparece na escrita. Os textos mais antigos eram poesias, cantos, isto é, sentenças mimetizadas da oralidade. Provavelmente, assim como é dito para Homero, cantadores caminhavam de vila em vila rememorando aquilo que merecia permanecer no imaginário social.

Aquilo que foi primeiramente escrito, provavelmente, foi utilizado para pretensões que almejavam algo para além, isto é, ser mais do que um “canto tradicional”, quiçá, um canto que identifica um grupo. Até mais do que isso: identificar-se no mundo – identidade e alteridade.

HEBRAICO ARCAICO Acerca da tentativa de reconstituição de certos sons do hebraico mais antigo temos, segundo Wright (p. 42-43), um exemplo para o (‫ )ע‬e o (‫)ח‬:

HEBRAICO ARCAICO Os principais textos registrados, com marcas lexicais e sintáticas mais antigas são: “Gn 49, Êx 15, Nm 23 e 24, Dt 32 e 33, Jz 5, 1Sm 2.1-10, Sl 18, Sl 19, Sl 29, Sl 68 etc.” (FRANCISCO, p. 4). O “cântico de Débora” (Jz 5) é comumente identificado como o mais antigo, junto com o “cântico de Moisés” ou “cântico do Mar” (Ex 15) – (ambos, século XII A.E.C). ‫י־לי ִלישּועָ ה זֶה אֵׁ ִלי וְׁאַ נְׁ וֵׁהּו אֱ ֹלהֵׁ י אָ ִבי וַאֲ ר ְֹׁמ ֶמנְׁ הּו׃‬ ִ ‫עָ זִ י וְׁזִ ְׁמ ָרת יָּה ַוי ְִׁה‬

Ex 15. 2: Mi fortaleza y mi canción es Yah. El es mi salvación. El, mi Dios, yo le glorifico, el Dios de mi padre, a quien exalto.

HEBRAICO ARCAICO

HEBRAICO ARCAICO

Verbetes em: KLEIN, 1987.

HEBRAICO ARCAICO Como podemos observar, apenas pela passagem em Ex 15. 2, muito do léxico textual (e certamente falado) provem de empréstimos de outros povos, como os ugaríticos: (‫ )עָ זִ י‬ser forte; (‫ )זִ ְׁמ ָרת‬cantar; (‫ )אֵׁ ִלי‬ser poderoso; (‫ )זֶה‬este, o que, qual; (‫ )אָ ִבי‬pai, mestre, senhor, cabeça; (‫ )אֲ ר ְֹׁמ ֶמנְׁ הּו‬o mais alto. Não apenas com o ugarítico, mas com os próprios fenícios, acadianos, sírios, o idioma israelita possuía conexões lexicais. “Uma grande parte do vocabulário do hebraico arcaico é constituída por palavras raras e arcaicas e, além disso, aparecem uma única vez no texto bíblico, constituindo, assim, situações de hapax legomenon.” (FRANCISCO, p. 5)

HEBRAICO ARCAICO

O que está escrito?

Estela de Tel-Dan (séc. IX A.E.C. ?), Museu de Israel, descoberto em 1994

HEBRAICO ARCAICO Lápide comemorativa, ordenada por Ezequias – Abertura do túnel que canalizava água da fonte de Giom para dentro da cidade. (séc. VI A.E.C. ?), descoberta em 1880. (Museus de Israel e Istanbul)

HEBRAICO ARCAICO Os textos mostrados não são mais arcaicos, mas do período dos reis, ou seja, “pré-exílico”. Contudo a ilustração é válida para percebermos a escrita corrente da época, que já era adotada pelos israelitas bem antes do período davídico. A escrita era praticamente semelhante a dos moabitas (atual Jordânia), mostrando a proximidade entre esses povos. “[...] e foi assim a escavação: quando os mineiros ainda estavam a levantar a picareta, cada um na direção do seu oposto, e faltava ainda escavar 3 côvados [1≈50cm], ouviu-se a voz de cada um chamando pelo seu oposto, pois havia uma fissura contínua de norte a sul. E no fim da escavação, cada mineiro escavou até encontrar o seu oposto, picareta contra picareta, e depois as águas correram para a piscina durante 1200 côvados, e a altura da rocha por cima da cabeça dos mineiros era de 100 côvados.” (GICHON, p. 252) – cf. Reis 2 20. 20; Cr 2 32. 30.

HEBRAICO ARCAICO

Paleo-hebraico. FRANCISCO, p. 21-22 FRANCISCO, p. 5

COMPLEXA É A ATIVIDADE DO HISTORIADOR “A mais simples ossatura de qualquer narrativa histórica, os eventos selecionados e dispostos em uma seqüência temporal, implicam um juízo (ou juízos) de valor. [...] Uma interpretação histórica é um complexo de respostas e perguntas. Os indícios não propõem qualquer pergunta. É o próprio historiador quem a faz, e ele hoje possui um arsenal adequado de conceitos para o estabelecimento de hipóteses e modelos explicativos” (FINLEY, p. 8; 10)

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