HERPETOFAUNA EM ÁREA DE CAATINGA, SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE, PERNAMBUCO, BRASIL

August 30, 2017 | Autor: Edivania Nascimento | Categoria: Herpetology, Herpetofauna, Herpetologia
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Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

HERPETOFAUNA EM ÁREA DE CAATINGA, SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE, PERNAMBUCO, BRASIL

Edivania do Nascimento Pereira¹, Joana Evelyn Alcantara Nascimento², Ednilza Maranhão dos Santos³

¹ Laboratório de Herpetologia. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos - CEP: 52171-900 – Recife, Pernambuco. Email: [email protected] ² Departamento de Biologia. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos - CEP: 52171-900 – Recife, Pernambuco. Email: [email protected] ³Laboratório de Herpetologia. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos - CEP: 52171-900 – Recife, Pernambuco. Email: [email protected]

RESUMO As populações de répteis e anfíbios têm sido vítimas de um declínio global, sendo a perda e/ou degradação de hábitat adequado a principal causa. Assim, os inventários e o estudo da ecologia desse grupo são aspectos decisivos para as iniciativas de conservação da biodiversidade. O objetivo deste trabalho foi investigar a composição da herpetofauna da Fazenda Fieza em Santa Cruz do Capibaribe no Estado de Pernambuco. A coleta de dados ocorreu no período de agosto/2012 à junho/2013, foram utilizados como métodos amostrais: coleta manual, informações bibliográficas e entrevista com proprietário e moradores dos locais. Foi registrado um total de 39 espécies pertencente a herpetofauna, 15 anfíbios e 24 “répteis”. Esses distribuídos entre 13 famílias, quatro famílias para ordem anura, seis Squamata/Lagartos, cinco para Squamata/Serpentes, uma Squamata/Amphisbaenias e uma para os Testudines. As espécies mais abundantes

e

frequentes

foram:

Tropidurus semitaeniatus,

Tropidurus hispidus e Rhinella jimi.Os dados apresentados são similares, em Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

composição de espécies,a outras localidades do estado de Pernambuco, especialmente aquelas com paisagem de caatinga xérica. Palavras-Chave: Anfíbios, Conservação, Inventário, Répteis

ABSTRACT The populations of reptiles and amphibians have been victims of a global decline, being the loss and / or degradation of habitat suitable the principal cause. Thus, inventories and the study of ecology of this group are decisive aspects for biodiversity conservation initiatives. The aim of this study was to investigate the composition of the herpetofauna of Farm Fieza on Santa Cruz do Capibaribe on the State of Pernambuco. Data collection occurred from August/2012 to June/2013, using as sampling methods: manual collection, bibliographic information, and interview with the owner and local residents. It was recorded a total of 39 species, 15 amphibians and 24 “reptiles”, distributed among 13 families: 4 for the anura order, 6 for Squamata / Lizards, 5 to Squamata / Snakes, 1 for Squamata / Amphisbaenias and 1 for Testudines. The most abundant and frequent species were: Tropidurus semitaeniatus, Tropidurus hispidus and Rhinella jimi. The data presented is similar, in species composition, to other locations in the state of Pernambuco, especially those with caatinga xeric landscape. Keywords: Amphibians, Conservation, Inventory, Reptiles

INTRODUÇÃO

não tinha fauna própria. Dizia-se,

A Caatinga é um bioma bastante

diverso,

os

répteis

e

anfíbios

espécies

encontrados ali, eram os mesmos

endêmicas, no entanto, o menos

encontrados em outras vegetações

protegido

ameaçado

no nordeste. Sabe-se que tudo isso

(Rodrigues, 2003). Durante algum

é uma falácia, e que além da

tempo, também entre herpetólogos,

caatinga

tinha-se a ideia de que a caatinga

bastante

e

o

com

que

mais

Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

ter

uma

herpetofauna

diversificada,

existem

casos de endemismo (Rodrigues, 2003; Vanzolini et al. 1980).

Com isso, o objetivo desse trabalho

No Brasil, são descritas para

foi

inventariar

a

composição das comunidades de

de

“répteis” e anfíbios encontrados na

répteis e 946 de anfíbios (Bérnils &

Fazenda Fieza município de Santa

Costa, 2012; Segalla et al. 2012),

Cruz

para o bioma caatinga 150 e 52

determinando

espécies

abundância,

herpetofauna,

738

espécies

respectivamente

do

Capibaribe/PE, sua

riqueza,

frequência

de

(Rodrigues, 2003), todavia essas

ocorrência e similaridade entre as

informações referem-se a algumas

áreas para que, no futuro próximo,

localidades (Arzabe et al. 2005;

esses

Borges-Nojosa &

2005;

indicadores úteis para as políticas

Vieira, et al. 2007, Santos et al.

de conservação da biodiversidade

2008), existindo uma lacuna para

na Caatinga, além de contribuir com

outras áreas ficando evidente a

a intenção de criação de uma

necessidade de mais inventários,

Unidade de Conservação para a

para

referida área.

que

se

Arzabe,

possa

ter

um

dados

possam

fornecer

diagnostico sobre a diversidade da herpetofauna do bioma. A importância dos répteis e anfíbios, em estudos ambientais, está

no

fornecimento

de

informações

relevantes

ao

conhecimento

do

de

estado

conservação de regiões naturais, onde os quais funcionam como excelentes bioindicadores. Sendo assim, o presente trabalho pode contribuir importantes

com para

informações manejo

e

conservação dos ambientes onde estes animais estão inseridos. Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

METERIAL E MÉTODOS Área de estudo O Município de Santa Cruz do Capibaribe está localizado na mesorregião microrregião

Agreste Alto

e

na

Capibaribe de

Pernambuco, cerca de 194,3 km de Recife, capital do Estado, localizado em S-07° 56’ 47,0” e W- 036° 17’ 49,8” com elevação de 457m, onde limita-se a norte com Estado da Paraíba, a sul com Brejo da Madre de Deus e Jataúba, a leste com

Taquaritinga do Norte, e a oeste com

Estado

da

(CPRM,2005) (Figura 1).

Paraíba

Figura 1. Mapa de Pernambuco com destaque para o Município de Santa Cruz do Capibaribe. Fonte: Alves et al. (2008).

A

Fazenda

está

(154,4 mm) no período de janeiro à

localizada na PE 60, Km 20 no

maio e precipitação média anual de

Município

431mm (CPRM, 2005).

de

Fieza

Santa

Capibaribe.

Cruz

do

Composta

Coleta de dados

aproximadamente por 60 ha, fica

Foram

realizadas

coletas

cerca de 194 Km da capital Recife,

mensais, durante o período de

área

agosto de 2012 a junho de 2013

particular

que

tem

como

objetivo a conservação bem como

com

auxiliar na recuperação de área.

consecutivos. O esforço de captura

Possui uma vegetação xérica, solo

foi dividido em coletas diurnas e

arenoso, afloramentos rochosos e

noturnas através de buscas ativas

alguns recursos hídricos. A área é

com observação direta e indireta

margeada pelo Rio Capibaribe além

(zoofonia) durante as caminhadas

de possuir dois corpos d’ águas

esporádicas

e

temporários onde são córregos d

ocupação.

No

água

monitorados seis ambientes, esses

observados

apenas

nas

épocas de maiores precipitações Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

duração

distribuídos

de

entre

quatro

em

dias

sítios

total

corpo

de

foram

d´água

lêntico e lótico, lajedos, fendas e área

de

mata

espécies

(Tabela

foram

identificadas

1).

As

coletadas

e

com

base

nas

Entrevistas moradores

com

alguns

residentes

nas

comunidades do entorno, bem como com

os

proprietários

foram

experiências dos pesquisadores e

realizadas a fim de contribuir com

utilizando

informações adicionais sobre os

chaves

dicotômicas

(Peters & Donoso-Barros, 1970;

animais.

Peters &

1970;

conversas informais, gravadas com

Vanzolini,

perguntas sobre o conhecimento do

Vanzolini

Orejas-Miranda, et

al.1980;

As

entrevistas

1986, 2002) e todos os registros

informante

foram

em

taxonômico, utilizando para isso

cadernetas de campos, logo após

auxílio de imagens de alguns táxons

soltos

respectivos

e mini gravador Polaroide Model No:

coletas.

PDR302 Digital Voice Recorder.

documentados

nos

seus

microhabitats

de

sobre

foram

as

o

grupo

Considerou-se a maior abundancia

Todas

entrevistas

foram

no mês de coleta para cada táxon.

autorizadas pelos informantes.

Tabela 1. Áreas de busca com seus respectivos ambientes, coordenadas e descrições, Fazenda Fieza, Santa Cruz do Capibaribe/PE – Período agosto 2012 a junho 2013.

Área

Ambiente

Coordenada

1

Um dos trechos do

S – 07° 56’ 47,0”

Rio Capibaribe (Rc)

Descrição Localizada após estrada que corta a fazenda. Composta pelo Rio Capibaribe, assoreado,

W- 036° 17’ 49,8”

comumente utilizado pela população local para pesca. Solo arenoso, com pouca vegetação arbórea

arbustivaemergente

e

mata

ciliar

degradada. 2

Sede (Sd) e Açude I

S- 07° 56’ 39,2”

(AcI)

Composta por edificações da fazenda e o açude I que encontra-se seco nas estações de

W- 036° 17’ 48,9”

Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

estiagem

o

mesmo

é

circundado

por

afloramentos rochosos, possui pouca vegetação emergente e arbóreo arbustiva, predominando algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) D.C.), solo exposto com pouca serrapilheira e alguns afloramentos rochosos. 3

Mata (Mt) e Açude II

S- 07° 56’ 37,4”

(AcII)

Composta por um açude que na época de estiagem fica com pouca água salobra devido a

W- 036° 17’ 51,2”

grande quantidade de afloramento rochosos existente na água. Vegetação arbustiva arbórea predominantemente algaroba (Prosopis juliflora (Sw.) D.C), solo pedregoso, exposto, com serrapilheira rala.

4

Carrasco (Cr)

S- 07° 56’ 31,3”

Área de Carrasco, com muitos afloramentos rochosos, vegetação predominante bromeliácea

W- 036° 17’ 52,2”

e

cactácea

gounellei (F.A.C.

xique-xique Weber)),

(Pilosocereus

vegetação

pouco

arbustiva 5

Mata (Mt) e

S- 07° 56’ 19,5”

Carrasco (Cr)

Solo com afloramentos rochosos, bromeliácea e cactácea

W- 036° 17’ 53,0”

(Pilosocereus

gounellei

(F.A.C.

Weber)), vegetação pouco arbustiva e pouca serrapilheira. Encontra-se um cadeirão d água que na época chuvosa torna-se um corpo d água,

composto

por

afloramento

rochoso,

circundado por um muro de tijolo 6

Mata (Mt) e

S- 07º 56’ 13,4”

Carrasco (Cr)

Caatinga arbustiva arbórea,mata mais densa e conservada em estágio de recuperação. Solo

W- 036º 17’ 53,7”

argiloso

arenoso,

maior

disposição

serrapilheira e alguns afloramentos rochosos.

Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

de

Para a análise estatística da

e está associado a intervalos de

constância de ocorrência de cada

confiança. A riqueza de espécies

espécie utilizou-se o método de

para os ambientes amostrados, foi

Dajoz (1983),

na

calculada através dos estimadores

expressão matemática: c = p.100/P,

de riqueza Jacknife1 e Bootstrap,

onde: c- constância de ocorrência

utilizando-se 500 adições aleatórias

de cada espécie: p- número de

das amostras, também através do

excursões em que a espécie foi

programa EstimateS®, versão 8.00.

registrada:

Foram construídos gráficos com

P-

excursões.

que

consiste

número

Onde

as

total

de

espécies

base

nos

estimadores

para

poderiam ser consideradas como:

comparação da riqueza observada

constantes (ocorreram em mais de

(Colwell, 2006).

50%

das

amostras),

acessórias

Em

relação

a

analise

(ocorreram entre 25% e 50% das

amostral, foi feita com base na

amostras) e acidentais (ocorreram

similaridade de espécies registrada

em menos de 25% da amostra).

para Fazenda Fieza e comparadas

Para avaliar a eficiência dos métodos

amostrais

foram

a outras localidades do Bioma Caatinga, com levantamento de

construídas curvas de rarefação de

algumas

espécies, com 500 aleatorizações,

(Miranda, 1983), Betânia (Borges-

geradas com base na matriz de

Norjosa & Santos, 2005), Floresta

dados de abundância para cada

(Borges-Norjosa

área

período de

2005),Serra Talhada (Miranda &

amostragem, através do programa

Santos, 2010) e PARNA Catimbau

estatístico EstimateS® versão 8.0.

(Muniz & Santos, 2011; Campos &

O programa gerou 500 curvas de

Santos, 2011) e foram utilizados

acumulação

para análise, sendo determinado

e para cada

aleatorizando

de a

espécies ordem

das

áreas

como:

&

Ouricuri

Santos,

pelo coeficiente de Bray Curtis

amostras; assim, cada ponto da

(presença

curva corresponde à média de

posterior análise de agrupamento,

riqueza acumulada nas 500 curvas Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

-

ausência),

com

com o auxílio do programa Primer

(n=3),

Phyllodactylidae

(n=2),

5.0 (Clarke & Gorley, 2001)

Teiidae (n=3),Iguanidae (n=1);cinco foram para Squamata/Serpentes:

RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi

inventariado

para

a

Boidae

(n=2),Dipsadidae

(n=4),Colubridae

(n=1),

Elapidae

Fazenda Fieza um total de 39

(n=1) e Viperidae (n=2); uma para

espécies (Tabela 2), sendo 15 de

Squamata/Amphisbaenias:

anfíbios e 24 répteis. Para os

Amphisbaenidae (n=1); e uma para

anfíbios, quatro famílias, todos da

os Testudines apenas a família

ordem

Chelidae

anura:

(n=2),Hylidae (n=2)

e

(n=8),

Bufonidae Leiuperidae

Leptodactylidae

(

n=1).Esses

dados

corroboram com informações já

(n=3).

disponíveis na literatura para a

Quanto aos répteis, esses foram

Caatinga no Brasil e no Nordeste

distribuídos entre 13 famílias, seis

(Borges-Nojosa & Santos, 2005;

para

Rodrigues, 2003; Moura et al. 2011;

Squamata/Lagartos:

Gymnophthalmidae

Magalhães et al. 2013).

(n=1),Tropiduridae(n=2),Gekkonidae

Tabela 2: Ambientes (1-Rio Capibaribe, 2-Sede, 3- Açude II, 4-Carrasco, 5-Ruínas e 6- Mata); Hábito (A- arborícola, T- terrestre, Se- semifossorial, As- semi-aquática; F- fissuras de rochas; E- edificações);Forma de registro (Pvlt- Procura visual limitada por tempo, v- Vestígios e tTerceiros) e Frequência de ocorrência (c-Constante, acs- Acessória e ac- Acidental).

Grupo taxonômico ANFÍBIOS Bufonidae Rhinella granulosa (Spix, 1824) Rhinella jimi (Stevaux, 2002) Hylidae Corythomantis greening Bouleger, 1896 Dendropsophus oliveirai (Bokermann, 1963) Dendropsophus branner i(Cochran, 1948) Hypsiboas raniceps Cope, 1862 Phyllomedusa nordestina (Caramaschi, 2006) Scinax x-signatus (Spix, 1824) Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) Scinax pachycrus (Miranda-Ribeiro, 1937) Leiuperidae Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

Ambiente Hábito

Forma de registro

FO(%)

1 1e2

T T

Pvlt Pvlt e t

Constante Acidental

3 3 3 2 5 2 2 5

F A A A A A,T A A

Pvlt Pvlt Pvlt Pvlt Pvlt Pvlt,t Pvlt Pvlt

Acidental Acidental Acidental Acidental Acidental Acidental Acidental Acidental

Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 Pleurodema diplolister (Peters, 1870) Leptodactylidae Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) Leptodactylus macrosternum Miranda-Ribeiro, 1926 Leptodactylus vastus A. Lutz, 1930 REPTEIS SQUAMATA/LAGARTOS Tropiduridae Tropidurus hispidus (Spix, 1825) – Lagartixa Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825) – Lagartixade-pedra Gekkonidae Gymnodactylus geckoides (Spix, 1825) –Briba Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) Lygodactylus klugei (Smith, Martin &Swain, 1977)Bribinha de pau Phyllodactylidae Phyllopezus periosus (Rodrigues, 1986) Phyllopezus pollicares (Spix, 1825) Teiidae Ameiva ameiva ameiva (Linnaeus,1758) – Bicodoce Ameivula ocellifera (Spix, 1825) – Calango Salvator merianae Duméril&Bibron, 1839 – Teiú ou teju Gymnophthalmidae Vanzosaura rubricauda (Boulenger, 1902) – Lagarto rabo vermelho Iguanidae Iguana iguana iguana (Linnaeus, 1758) SQUAMATA/SERPENTES Boidae Boa constrictor constrictor Linnaeus, 1758 - Jibóia Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758) – Salamanta Dipsadidae Boiruna sertaneja Zaher, 1996 - Cobra Preta Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) - CobraVerde Oxyrhopus trigeminus (Duméril, Bibron&Duméril, 1854) Falsa-coral Philodryas nattereri Steindachner, 1870 -Corredeira Colubridae Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

3 3e5

T T

Pvlt Pvlt

Acidental Acidental

1 1 1

T T T

Pvlt Pvlt,t

Acidental Acidental Acidental

T

Pvlt,t

Constante

T,F

Pvlt,t

Constante

4e5 1

T T,A,E

Pvlt Pvlt,t

Acidental Acidental

1e2

A

Pvlt

Acidental

2 1

F, E T,F

Pvlt Pvlt

Acidental Acidental

1e2

T

t

-

2,3,4,5 e 6

T

Pvlt,t

Constante

3

T

Pvlt,t

Acidental

1

Se

t

-

2

A

Pvlt,t

Acidental

2e3 2

A,T T

Pvlt,t t

Acidental -

2

T

t

-

2

T

Pvlt,t

Acidental

3

T

Pvlt,t

Acidental

5

T

Pvlt,t

Acidental

5

A,T

Pvlt,t

Acidental

1,2,3,4,5 e6 1,2,3,4,5 e6

t

Elapidae Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820) Cobra-coral Viperidae Bothrops erythromelas Amaral, 1923- Jararaca Crotalus durissus dryinas Linnaeus, 1758-Cascavel SQUAMATA/AMPHISBAENIANS Amphisbaenidae Amphisbaena vermicularis Wagler, 1824 TESTUDINES Chelidae Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)

Em

relação

aos

anfíbios

5

T

Pvlt,t

Acidental

5 5

T T

Pvlt,t Pvlt,t

Acidental Acidental

3

Se

Pvlt, t

Acidental

1, 2 e 3

As

Pvlt,t,v

Acidental

ampla

distribuição

no

Bioma

amostrados (n=15), a maioria foram

Caatinga (Vieira et al. 2007; Santos

registrados na área1 e 5 (no leito do

et al. 2008; Magalhães et al. 2013).

Rio

Capibaribe

ruínas,

Os répteis da Fazenda Fieza

isso devido a

(n=24), a maioria foram registrado

esses locais manterem umidade. A

na área 2 e 5 (sede e nas ruínas,

maior parte das espécies é de

respectivamente),

ambos,

hábito arborícola (n=7).93,3% das

com

de

espécies de anfíbios foram de

amontoados de pedras, ou seja uma

ocorrência acidental, com exceção

maior disponibilidade de tocas e

de Rhinella jimi (Tabela 2). Isso

frestas para abrigo (Muniz & Santos,

ocorreu, provavelmente,

2011). Um total de 18 táxons possui

respectivamente),

e

nas

devido à

presença

locais

lajedos

estiagem prolongada para o ano

hábito

amostral. A espécie R. jimi se

Hemidactylus mabouia

(Rocha

beneficia da ação antrópica, ocupa

Anjos,

generalista.

uma

70,8% tiveram uma constância de

diversidade

de

ambientes,

terrestre,

e

2007),mais

&

principalmente em áreas próximas à

ocorrência

habitação humana, (Borges-Nojosa

amphisbenias e testudines), sendo

e Santos, 2005), sendo também

apenas três espécies de lagartos

considerada como generalista e

considerados

oportunista

amostra,

(Moreira

&

Barreto,

1996). Todas as espécies possuem Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

ocellifera,

acidental

sendo

são

(serpentes,

constantes

na

eles

Ameivula

Tropidurus

hispidus,

Tropidurus semitaeniatus (Tabela 2),

todas

as

e T. hispidus foram as espécies de

campo.Todas

as

répteis

observadas

excursões

em

de

As espécies T. semitaeniatus

com

maior

abundancia

ampla

mensal, seguindo do anuro R.jimi, o

distribuição no Nordeste do Brasil,

que é similar a outros trabalhos para

principalmente

Caatinga,

a Caatinga e também para o

corroborando, essas informações,

Nordeste do Brasil (Muniz & Santos,

com outros autores (Vieira et al.

2011; Miranda & Santos, 2010;

2007;

Moura et al. 2011; Amorim et al.

espécies

possuem

na

Santos

et

al.

2008;

Magalhães et al. 2013) Houve

maior

2011). de

A curva de rarefação não

espécies através do método de

evidenciou estabilidade (Figura 3)

buscas ativas (n=33), seguida de

inferindo que mais espécies podem

entrevista (n=25), e vestígios (n=2)

ser inseridas na amostra com a

(Tabela

uma

continuidade do estudo. Esse dado

às

foi corroborado com a comparação

ativas,

dos estimadores (Figura 4). No caso

comparando com outros trabalhos

a riqueza observada durante o

para o bioma caatinga, Rodrigues

período de estudo chegou mais

(2003), Muniz & Santos (2011),

próxima

Miranda & Santos (2010), Amorim et

evidenciando que mais espécies

al. (2011), Moura et al. (2011),

poderiam ser inseridas, destacando

porém

é

a necessidade de mais esforço,

importante a utilização de outros

principalmente na época chuvosa.

métodos,

para

No período do estudo, apesar de

grupos fossoriais. As entrevistas

um esforço de um ano de coleta

foram consideradas eficientes nesse

mensal, não foi possível registrar

inventário,

informações

2).

semelhança eficiências

Observa-se em

das

vale

registro

relação buscas

ressaltar

que

principalmente

com

64,10%

dos

ao

estimador

sazonais,

Ace

devido

a

registros, ressaltando a relevância

estiagem prolongada, justificando

desse

assim a não assíntota das curvas e

método

nos

estudos

principalmente para os répteis.

estimadores. Sendo provável um maior

Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

número

de

espécie,

principalmente dos anfíbios uma vez que esses animais tende a ocupar ambientes úmidos como poças e lagoas agregados

formando para

grandes reprodução

(Duellman &Trueb, 1986; Pough et al. 2008).

Figura 2: Abundancia das espécies registradas durante o período agosto-2012 a Junho 2013. Fazenda Fieza, Santa Cruz do Capibaribe, PE.

Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

Figura 3. Curva de rarefação observada entre as amostras referente ao período de agosto/2012 e junho/2013. Fazenda Fieza, Santa Cruz do Capibaribe, PE.

Figura 4. Riqueza observada no período de agosto/2012 a junho/2013 e estimadores de riqueza. Fazenda Fieza, Santa Cruz do Capibaribe,PE.

Ao comparar os dados da Fazenda

Fieza

outras

chuvas e o ambiente bastante seco,

Caatinga

ficando assim evidente que a área é

Pernambucana (Rodrigues, 2003;

representativa no que se refere a

Moura etal. 2011; Muniz & Santos,

herpetofauna da Caatinga, sendo

2011; Miranda & Santos, 2011;

representada por 19,30% da fauna

Amorim et al. 2011) a área está em

descrita para o Bioma (Rodrigues,

12º

2003).

localidades

com

de um ano atípico com ausência de

para

lugar

para

as

localidades

analisadas, porém vale ressaltar que a mesma possui um grande

AGRADECIMENTOS

potencial biológico, apesar de ter

Aos proprietários da Fazenda

alguns pontos antropizados, há um

Fieza na pessoa de Paulo Dias e

resquício

bastante

Tânia Dias pelo apoio durante as

significativo e com ele uma área de

coletas, às comunidades vizinhas

drenagem que deve ser alvo de

pela presença e participação das

manutenção

entrevistas.

de

Caatinga

e

preservação.

O

inventário realizado na Fazenda

CNPq/UFRPE

Fieza correspondeu a informação

concedida.

Revista Nordestina de Zoologia, Recife v 8(1): p. 15 -32. 2014.

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