História dos Batistas - CBB

May 26, 2017 | Autor: Elber Lourenco | Categoria: Comparative Religion
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Celebrando

a Unidade

A comunidade batista local reúne diferentes pessoas, regeneradas pelo sacrifício do Senhor Jesus Cristo. É assembleia para fora, singular e plural, que pertence a cada pessoa, porque é corpo formado por cada um de nós, por todos nós, sob o comando e senhorio de Cristo. É substantivo que mesmo no singular designa o coletivo que formamos na presença manifesta do Espírito. Traduz no meio do mundo o amor do Pai na diversidade da comunhão e na unidade que soma e multiplica graça e dons.

O

que nos une

Celebrando a unidade

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elebrando a História

As bases de nossa identidade

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elebrando a Unidade

As bases de nossa identidade

AJESUS

igreja de

Unida mas diferente

O

que nos une

Nestes 400 anos de aniversário da origem do movimento batista na Inglaterra, muita gente pergunta quem nós somos, qual é nossa origem e o que caracteriza o pensamento teológico batista. Então, para celebrar este dia de festa, vamos fazer uma reflexão sobre nossa identidade, nossa origem e teologia. Enfim, sobre o que nos une!

Celebrando a unidade

A identidade Batista

1. Tem por base a reivindicação de uma história de séculos, de cristãos que serviram a Cristo com autonomia diante dos poderes dos reinos do mundo romano, oriental e europeu e das expressões religiosas cristianizadas que se atrelaram aos Estados e governos de cada época. 2. Tem por base a compreensão de que durante toda a história, homens e mulheres de fé deram suas vidas para viver segundo aquilo que a Bíblia apresenta como regra de fé e conduta. 3. Tem por base a compreensão de que, historicamente, os batistas se organizaram pela primeira vez, como comunidade pública e instituída, em 1609. E que esses primeiros batistas denominados, entre os quais John Smyth e Thomas Helwys, na Holanda e Inglaterra, sem serem os fundadores de nossa fé, mostraram o padrão batista: a autonomia em relação aos poderes do mundo e a Bíblia como regra de conduta e fé, ainda que isso signifique perseguição, prisão ou morte por Cristo e pela doutrina dos apóstolos. 4. Tem por base a liberdade de pensamento e de expressão religiosa que os batistas ingleses e norte-americanos defenderam para as suas sociedades, ajudando a construir nações que foram impactadas pela fé cristã. 5. Tem por base a unidade eclesiológica e a unidade ao redor da doutrina dos apóstolos, sem impor uniformidade litúrgica ou cúltica. Tem por base a diversidade que nasce da pluralidade cultural. 6. Tem por base a origem da fé batista no Brasil, a partir de imigrantes e missionários norte-americanos, e de brasileiros, que através do trabalho dedicado e persistente entregaram suas vidas pela evangelização do país.

Informativo Batista

7. Tem por base o desafio que temos para, a partir de nossa história, reconhecendo nossa tradição, continuar a construir igrejas batistas, que sem deixar de serem conservadoras e históricas, apresentem o Cristo vivo e salvador aos brasileiros do século 21.

O que é ser batista?

1. É ter a Bíblia como única regra de conduta e fé. E entender que foi escrita por homens movidos pelo Espírito Santo, e que sua autoridade está acima da tradição, dos concílios e do magistério de qualquer igreja. 2. É professar Jesus Cristo como Salvador pessoal e dar testemunho dessa fé através do batismo bíblico em nome da Trindade de Deus. 3. É fazer parte de uma igreja local, autônoma em relação aos poderes desse mundo, religiosos e do Estado. É entender que a igreja local é assembleia que se reúne para adoração, proclamação, edificação, comunhão e serviço.

Os primeiros batistas do mundo moderno

As comunidades cristãs traduzem formas específicas e históricas da igreja cristã no mundo. Por isso, no cristianismo, as denominações podem ser vistas como comunidades que integram conjuntos de tradições. E nós batistas nos apresentamos ao mundo através de diferentes igrejas locais. Mas, apesar das diferenças culturais e de tradições, há, como vimos acima, elementos nucleadores que formam a identidade batista. As bases do pensamento teológico batista no mundo contemporâneo devem ser compreendidas à luz do Iluminismo e das revoluções políticosociais do século 17. A maneira de pensar formadora do movimento batista moderno teve por base um sistema de pensamento que priorizou

a liberdade de expressão e o exercício dessa liberdade ao nível prático, tanto da pessoa como da comunidade. Esse pensamento moderno bifurcou-se em diferentes caminhos, mas se mostrou unitário no que se refere à defesa da democracia política e econômica, e de uma teologia conservadora, submetida à crítica da razão e da experiência. Essa cosmovisão deu centralidade à razão e considerou-a capaz de compreender e desvendar os mistérios do universo. Portanto, os batistas organizaram-se como comunidades cristãs diferenciadas, mas plantadas nos princípios democráticos e de liberdade do século 17. O resultado dessa compreensão se traduziu num slogan: igrejas livres em sociedades livres.

A busca pela liberdade religiosa

A partir de 1603, a Inglaterra viveu momentos de transformação social e política, que levaram à troca de dinastias (os Tudors cederam lugar aos Stuarts), às mudanças de maneira de pensar geradas pelo Renascimento, pela leitura das Escrituras Sagradas, pelo crescimento comercial e pela ação do movimento puritano contra a igreja oficial. Tais transformações levaram ao repúdio da submissão do clero à autoridade da monarquia e à oposição ao totalitarismo oligárquico da igreja oficial. Assim a igreja anglicana se dividiu. Em 1604, o rei James I começou a perseguir as igrejas protestantes e exigiu a uniformidade religiosa em nome da ordem social. E afirmou que ele era a autoridade máxima na igreja e no Estado. Em 1625, deu-se a sucessão imperial e com Charles I uma nova esperança surgiu para os puritanos e dissidentes. Mas, em 1633, William Laud assumiu

Janeiro 2010 como arcebispo da Cantuária e se tornou a maior autoridade eclesiástica inglesa. Laud foi nomeado primeiroministro e apoiou a supremacia do rei sobre a igreja. Tiveram início, então, perseguições contra os puritanos. Em 1640, cresceram as tensões entre o Parlamento e o rei A discórdia entre o rei e o Parlamento resultou numa revolução armada (1642). O rei teve o apoio do Exército Modelo, que se colocou contra o partido puritano. Mas, o partido puritano, com o apoio das comunidades separatistas, conquistou a vitória. Pouco tempo depois, porém, as igrejas separatistas decepcionaram-se, já que os princípios de liberdade religiosa não foram adotados. Em 1648, com a formação do governo de Oliver Cromwell, as igrejas batistas deram início às ações e manifestações a favor da liberdade religiosa.

O pensamento batista moderno

A luta pela liberdade como bem e direito humano teve início com as injustiças e perseguições cometidas pelo rei inglês contra as igrejas dissidentes. Isso porque o poder do Estado centralizado no rei e apoiado pela igreja oficial procurava uniformizar a religião, com o objetivo de fortalecer a supremacia da autoridade. As chamadas igrejas dissidentes opunham-se a esse intento, buscando o contrário: a liberdade religiosa. Por motivos político-econômicos detenção e monopolização dos meios de produção e organismos sociais tanto o rei quanto a igreja oficial não desejavam a alteração da ordem vigente. Por essa época (1609-1612), John Smyth, primeiro pastor batista na Inglaterra, levantou a bandeira da liberdade de consciência absoluta. Era o início da trajetória batista de ação política engajada na busca pela liberdade religiosa. Assim, o princípio da liberdade religiosa foi parte integrante da vida e fé dos primeiros batistas ingleses. John Smyth, Thomas Helwys e Guilherme Dell lançaram na Inglaterra as bases da atual reflexão teológica batista. Mas para isso buscaram na história as marcas deixadas por pessoas e comunidades que defenderam a fé apostólica. As dissidências no correr

da Idade Média contra a igreja católica centralizada em Roma deixaram pegadas que, por fazerem parte da tradição neotestamentária, como as bandeiras da autonomia da igreja diante dos poderes e da Bíblia como única base de regra de conduta e fé, foram reivindicadas como batistas. Depois da Reforma, compreensões teológicas expostas por Lutero, Calvino e Zwinglio, mas também pelos movimentos anabatistas, puritanos e metodistas foram compreendidas pelos batistas como corretas. Tendo por base (1) os princípios políticos da liberdade de pensamento e de expressão, que vão se refletir numa eclesiologia predominantemente congregacional, de autonomia da igreja local; (2) e os princípios teológicos da salvação pela graça redentora de Cristo através da obediência na fé, e da Bíblia como normativa em questões de regra e fé; o pensamento batista se consolidou, apesar das diferenças culturais e históricas. Assim, os batistas entenderam ênfases teológicas, que depois foram levadas às colônias norte-americanas, chegaram ao Brasil e estão sendo levadas a todo o mundo. Entre elas podemos citar: 1. Da mesma forma que os antigos anabatistas, temos a compreensão de que a Palavra de Deus é fonte experimentada pela iluminação do Espírito Santo; que a regeneração é necessária para a vida nova; que a igreja é associação voluntária de santos; e que deve existir completa separação entre a igreja e o Estado. 2. Semelhante a Lutero, entendemos que a teologia deve ser cristológica; que há predestinação dos eleitos; e que a igreja é a comunidade dos santos em Cristo. 3. Junto com Calvino, dizemos que as Escrituras Sagradas são a suprema autoridade, e os batistas particulares afirmam também a doutrina da predestinação dupla e incondicional, enquanto os batistas gerais consideram que a predestinação é para a salvação de todos aqueles que crerem.

compreendida pela razão.

Origem histórica dos batistas Na Inglaterra, a origem histórica dos batistas foram as tradições anabatistas e menonitas holandesas e a ação opositora dos congregacionais à igreja anglicana oficial. Com a perseguição na Inglaterra, em 1609, um grupo separatista fugiu para a Holanda. Mais tarde, esses batistas voltaram para a Inglaterra acompanhados pelo pastor Thomas Helwys e assumiram a abordagem teológica da predestinação dupla e incondicional proposta por Calvino. Thomas Helwys foi o primeiro escritor e teólogo batista: publicou A Short Declaration of the Mystery of Iniquity (Uma pequena declaração sobre o mistério da iniqüidade). E Guilherme Dell foi o primeiro intelectual batista. Dell ficou conhecido por suas firmes convicções teológicas a respeito da livre expressão do ser humano e foi defensor dos princípios batistas, apesar de não ter ligação a nenhuma congregação. Em 1646, destacouse por sua luta a favor da liberdade religiosa na Inglaterra. Escreveu o livro intitulado Uniformidade Examinada, em que defendeu a compreensão de que a unidade deve existir sem uniformidade, uma vez que a última é má e intolerável, já que exclui a liberdade concedida por Deus. Essa era uma argumentação favorável à liberdade religiosa. Outra questão estava no fato de que a uniformidade contraria a mensagem de Cristo e força a igreja, que é o corpo de Cristo, a portar-se de maneira externa aos seus princípios. Ou seja, adapta-se a um poder humano e, sem o aval de Deus, acaba por configurar-se num movimento anticristão, considerado por Dell, pior que o paganismo. Pr. Jorge Pinheiro dos Santos

4. E da mesma forma que Zwinglio, levantamos a interpretação normativa da Bíblia; entendemos o pecado como doença moral perdoável a qualquer tempo; e afirmamos que a salvação é

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Esboço de sermão As três reformas

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elebrando a História

As bases da nossa identidade

Indrodução I. A Reforma de Josias

O que acontecia antes da Reforma de Josias 1. Idolatria: adoração e culto a falsos deuses. 2. Abandono da Palavra de Deus. 3. Desobediência à Aliança de Deus. “O rei Josias ordenou que todas as autoridades de Judá e de Jerusalém se reunissem com ele, e eles foram todos juntos até o Templo, acompanhados pelos sacerdotes, pelos profetas e por todo o resto do povo, tanto os mais importantes como os mais humildes. Então o rei leu diante deles todo o Livro da Aliança que havia sido achado no Templo. Ele ficou perto da coluna real, em pé, e fez com Deus, o SENHOR, uma aliança pela qual eles lhe obedeceriam e guardariam as suas leis e mandamentos com todo o coração e com toda a alma. E também cumpririam tudo o que a aliança mandava fazer, como estava escrito no livro. E todo o povo prometeu cumprir a aliança”. (2 Reis 23.1-3). O pano de fundo desse acontecimento foi o reinado de Manassés (696-642 a.C), que capitulou à influência de Canaã, trouxe uma imagem da deusa Aserá para dentro do Templo de Jerusalém e levou o povo a adorar a Baal. Assim, a religião do Deus único foi abandonada, esquecida a Lei de Moisés e quebrada a Aliança de Deus com seu povo. Foi um tempo de idolatria e pecado. Mas, após a morte de Manassés, Deus levantou um homem que tinha percepção da majestade de Deus. E Josias deu início a uma Reforma (2Rs 22,23), que teve início em 628 a.C (2Cr 34.3) e recebeu novo impulso com a descoberta do Livro da Lei em 621 a.C (2Rs 22.8). E no texto acima, vemos em que consistiu a Reforma: adoração do único

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e verdadeiro Deus, volta à Palavra de Deus e respeito à Aliança. E, assim, Josias ficou perto da coluna real, em pé, e fez com Deus, o Senhor, uma aliança pela qual eles lhe obedeceriam e guardariam as suas leis e mandamentos com todo o coração e com toda a alma. E também cumpririam tudo o que a aliança mandava fazer, como estava escrito no livro. E todo o povo prometeu cumprir a aliança. Dessa maneira, aprendemos nas Escrituras Sagradas que uma Reforma se torna necessária: 1. Quando a Igreja do Senhor é mergulhada na idolatria, porque seus líderes se submeteram aos poderes dos Estados e capitularam às suas culturas e costumes. 2. Quando abandonaram a Sua Palavra e a substituíram por tradição de homens. 3. Quando desobedeceram à Aliança, ao Testamento que Deus lhes entregou. Mas é o próprio Deus quem levanta homens e mulheres e escolhe o momento para que tal Reforma seja feita!

II. A Reforma protestante

O que acontecia antes da Reforma protestante 1. Idolatria: adoração e culto à Maria e aos santos 2. Salvação pelas obras: venda de indulgências. 3. Submissão à cultura e aos costumes do antigo Império Romano. “Mas agora Deus já mostrou que o meio pelo qual ele aceita as pessoas não tem nada a ver com lei. A Lei de Moisés e os Profetas dão testemunho do seguinte: Deus aceita as pessoas por meio da fé que elas têm em Jesus Cristo. É assim que ele trata todos os que crêem, pois não existe nenhuma diferença entre as pessoas. Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus. Mas, pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva. Deus ofereceu Cristo como sacrifício para que, pela sua morte na cruz, Cristo se tornasse o meio de as pessoas receberem o perdão dos seus pecados, pela fé nele. Deus quis mostrar com isso que ele é justo. No passado ele foi

paciente e não castigou as pessoas por causa dos seus pecados; mas agora, pelo sacrifício de Cristo, Deus mostra que é justo. Assim ele é justo e aceita os que crêem em Jesus. Deus ofereceu Cristo como sacrifício para que, pela sua morte na cruz, Cristo se tornasse o meio de as pessoas receberem o perdão dos seus pecados, pela fé nele. Deus quis mostrar com isso que ele é justo. No passado ele foi paciente e não castigou as pessoas por causa dos seus pecados; mas agora, pelo sacrifício de Cristo, Deus mostra que é justo. Assim ele é justo e aceita os que crêem em Jesus”. Carta aos Romanos 3.21-26. Águas rolaram, séculos se passaram e, no primeiro século de nossa era, o cristianismo começou uma revolução que mudaria o mundo, a partir de um pequeno grupo de pessoas na Palestina. Impôs-se em oposição à cultura religiosa do seu tempo, o judaísmo, e em oposição ao poder do Império Romano. Proclamou o Cristo, o verdadeiro Messias, e afirmou ser ele o verdadeiro Deus, o único Senhor a quem devemos prestar culto. A igreja caminhou assim até o ano de 313, quando Constantino, que se fez imperador, iniciou uma política de cooptação dos cristãos. Ele ofereceu à igreja proteção contra as perseguições, mas exigiu que ela validasse a política de seu governo. A partir desse momento, a história da igreja e os interesses do Império Romano se fundiram. A submissão ao Império Romano, sua cultura e costumes levou em poucos séculos à idolatria, ao culto à Maria, mãe de Jesus, e aos santos, ao abandono da Palavra de Deus, que deixou de ser lida e estudada pelos fiéis e foi substituída pela tradição dos dogmas, das bulas papais, e do Magistério, e até as ordenanças de Jesus – o batismo e a Ceia do Senhor – foram deturpadas. Mas, muitos cristãos não concordaram com a degeneração do cristianismo, e em diferentes regiões da Europa surgiram vozes que clamaram pela volta ao Evangelho verdadeiro, mas foram sufocadas através do martírio e da Inquisição. Eram milhares esses cristãos que desejavam uma volta radical do cristianismo dos primeiros séculos. No início do século XVI, a situação chegou ao seu limite. A igreja católica

Janeiro 2010 com a finalidade de levantar recursos para as obras da Basílica de São Pedro em Roma, que começou em 18 de abril de 1506, e foi feita sobre o antigo templo dedicado ao apóstolo Pedro, passou a vender indulgências. Ou seja, abandonou a salvação pela graça e adotou a teologia de que o ser humano pode ser salvo pelas obras. E foi em protesto à decadência da Igreja católica, maior denominação cristã, que se levantaram o monge agostiniano Martinho Lutero, na Alemanha; o padre Ulrico Zwinglio na Alemanha e Suíça e o humanista João Calvino na França. Eles foram os pais da Reforma protestante no século 16. O estopim da Reforma detonou quando Lutero, no dia 31 de Outubro de 1517, afixou 95 teses nas portas do Castelo Wittenberg. Sua ideia era gerar uma discussão acadêmica sobre o assunto sobre os desvios da Igreja católica romana. Não pretendia se rebelar contra ela, mas por falta de habilidade política por parte da própria igreja romana, Lutero desencadeou um movimento como nunca houvera na Alemanha e depois, na Europa. E, assim, a Reforma levantou questões basilares da fé cristã que tinham sido abandonadas: (1) a supremacia da fé sobre as obras; (2) a supremacia das Escrituras sobre a tradição; (3) a supremacia da graça sobre a lei; (4) Só Cristo salva o pecador; (5) e o sacerdócio universal dos crentes.

III. A Reforma batista

O que acontecia antes da Reforma batista 1. Submissão das igrejas reformadas aos Estados nacionais. 2. Volta à tradição e desrespeito às Escrituras Sagradas. 3. Uma igreja de hierarquia, distante do padrão do Novo Testamento. “Estou muito admirado com vocês, pois estão abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo e estão aceitando outro evangelho. Na verdade não existe outro evangelho, porém eu falo assim porque há algumas pessoas que estão perturbando vocês, querendo mudar o evangelho de Cristo. Mas, se alguém, mesmo que sejamos nós ou um anjo do

céu, anunciar a vocês um evangelho diferente daquele que temos anunciado, que seja amaldiçoado! Pois já dissemos antes e repetimos: se alguém anunciar um evangelho diferente daquele que vocês aceitaram, que essa pessoa seja amaldiçoada! Por acaso eu procuro a aprovação das pessoas? Não! O que eu quero é a aprovação de Deus. Será que agora estou querendo agradar as pessoas? Se estivesse, eu não seria servo de Cristo”. (Gálatas 1.6-10). Mas a Reforma protestante não foi à raiz, pois acreditava que a Igreja Católica Romana podia ser reformada. Já milhares de outros cristãos diziam que a Igreja Católica não podia ser reformada, porque tinha caído na apostasia. Muitos dos fiéis católicos eram sinceros e, nesse sentido, cristãos equivocados na sua fé, mas a hierarquia, a estrutura da Igreja Católica não mudaria. Era necessária, então, uma Reforma que fosse à raiz. E por crer na Reforma do catolicismo, os protestantes reformados não abandonaram todos os erros do catolicismo. Aceitaram vários deles, como a submissão aos Estados nacionais, às suas culturas e costumes; a estrutura hierárquica da igreja; o batismo de crianças, que não têm ainda consciência do bem e do mal, da necessidade de arrependimento e da aceitação pessoal de Jesus como Senhor e Salvador; a Ceia do Senhor como transmissora de graça e não como acontecimento memorial, de lembrança do sacrifício vicário de Cristo. Menos de um século depois, na Inglaterra, um grupo de crentes que vinha do movimento puritano, opositor dos erros das denominações católica, luterana e anglicana, em 1609, se exilou na Holanda. E lá travou contato com cristãos que levantavam a bandeira de uma Reforma que fosse à raiz, que voltasse ao Evangelho e à Igreja dos primeiros séculos. E assim esse grupo de crentes travou contato coma história de homens e mulheres que através dos séculos foram fiéis ao único e verdadeiro Deus, à sua Palavra e ao Testamento que nos foi entregue por Jesus e os apóstolos. Mais tarde, de volta à Inglaterra, John Smyth e Thomas Helwys(1609-1612) iniciaram o movimento batista.

Conclusão

O que os batistas ensinam ao mundo E assim, indo muito além da Reforma protestante, que ficou no meio do caminho, a Reforma batista disse ao mundo: 1. Que os cristãos devem ter as Sagradas Escrituras como única regra de conduta e fé. Entender que as Escrituras foram escritas por homens movidos pelo Espírito Santo, e que sua autoridade está acima da tradição, dos concílios e do magistério de qualquer igreja. 2. Que Jesus Cristo é o único Salvador pessoal e dar testemunho dessa fé através do batismo bíblico em nome da Trindade de Deus. 3. Que devem fazer parte de uma igreja local, autônoma em relação aos poderes do mundo, religiosos e do Estado. E entender que a igreja local é assembleia que se reúne para adoração, proclamação, edificação, comunhão e serviço. Por isso, disse o apóstolo Paulo: “Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá. Há um só corpo, e um só Espírito, e uma só esperança, para a qual Deus chamou vocês. Há um só Senhor, uma só fé e um só batismo. E há somente um Deus e Pai de todos, que é o Senhor de todos, que age por meio de todos e está em todos”. (Carta aos Romanos 4.3-6).

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As bases da nossa identidade

“Nenhuma quantidade de água pode apagar o amor e nenhum rio pode afogá-lo. Se alguém quisesse comprar o amor e por ele oferecesse as suas riquezas, receberia somente o desprezo”. Cantares de Salomão 8.7. dom que o Senhor lhes havia dado, Ele confundiu a linguagem humana e as pessoas deixaram de se entender.

II. O padrão do Espírito

I. O padrão humano “Naquele tempo, todos os povos falavam uma língua só, todos usavam as mesmas palavras. Alguns partiram do Oriente e chegaram a uma planície em Sinar, onde ficaram morando. Um dia disseram uns aos outros: — Vamos, pessoal! Vamos fazer tijolos queimados! Assim, eles tinham tijolos para construir, em vez de pedras, e usavam piche, em vez de massa de pedreiro. Aí disseram: — Agora vamos construir uma cidade que tenha uma torre que chegue até o céu. Assim ficaremos famosos e não seremos espalhados pelo mundo inteiro. Então o Senhor desceu para ver a cidade e a torre que aquela gente estava construindo. O Senhor disse assim: — Essa gente é um povo só, e todos falam uma só língua. Isso que eles estão fazendo é apenas o começo. Logo serão capazes de fazer o que quiserem. Vamos descer e atrapalhar a língua que eles falam, a fim de que um não entenda o que o outro está dizendo. Assim, o Senhor os espalhou pelo mundo inteiro, e eles pararam de construir a cidade. A cidade recebeu o nome de Babel, pois ali o SENHOR atrapalhou a língua falada por todos os moradores da terra e dali os espalhou pelo mundo inteiro”. (Gn 11.1-9). 1. A violência, a discriminação e o individualismo estão presentes. A comunicação é um meio que leva a uma viagem solitária rumo ao consumo, ao lucro a qualquer preço e ao poder. 2. Essas barreiras impedem que se encontre uma linguagem comum. A torre de Babel é um exemplo. 3. A Terra tinha um só idioma. Mas as pessoas usaram o dom da comunicação para construir uma torre que tocasse no céu e arranhasse o poder do Altíssimo. 4. Diante da finalidade desviada do

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“Quando chegou o dia de Pentecostes, todos os seguidores de Jesus estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho que parecia o de um vento soprando muito forte e esse barulho encheu toda a casa onde estavam sentados. Então todos viram umas coisas parecidas com chamas, que se espalharam como línguas de fogo; e cada pessoa foi tocada por uma dessas línguas. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, de acordo com o poder que o Espírito dava a cada pessoa. Estavam morando ali em Jerusalém judeus religiosos vindos de todas as nações do mundo. Quando ouviram aquele barulho, uma multidão deles se ajuntou, e todos ficaram muito admirados porque cada um podia entender na sua própria língua o que os seguidores de Jesus estavam dizendo. A multidão ficou admirada e espantada e comentava: — Estas pessoas que estão falando assim são da Galiléia! Como é que cada um de nós as ouvimos falar na nossa própria língua? Nós somos da Pártia, da Média, do Elão, da Mesopotâmia, da Judéia, da Capadócia, do Ponto, da província da Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia que ficam perto de Cirene. Alguns de nós são de Roma. Uns são judeus, e outros, convertidos ao Judaísmo. Alguns são de Creta, e outros, da Arábia. E como é que todos estamos ouvindo essa gente falar em nossa própria língua a respeito das grandes coisas que Deus tem feito? Todos estavam admirados, sem saberem o que pensar, e perguntavam uns aos outros: — O que será que isso quer dizer?” (Atos dos Apóstolos 2.112). 1. O Espírito traz uma unidade universal, a partir do dom que dá às pessoas que compõem o corpo de Cristo. Com a comunicação do Espírito, a linguagem é expressão plena, quebra barreiras e ultrapassa impedimentos. 2. A unidade no Espírito é a redenção da Babel humana, mergulhada na

incomunicação desoladora do pecado. Amor e unidade são as bases da comunhão batista 3. A unidade no Espírito é fraterna e aberta a todas as pessoas reunidas na comunidade local. A universalidade instaurada pelo Espírito se dá na diversidade. Não há massificação. Há reconhecimento das diferenças. 4. Em pessoas transformadas pelo Espírito, a unidade e o agir já não dependem da auto-suficiência humana, mas são suscitados por Deus, e devem ser usados para o amor e a comunhão.

III. A unidade no Espírito e os batistas 1. Num mundo envolvido com a comunicação, este é momento de refletir sobre a unidade no Espírito em cada igreja local e na nossa denominação no Estado de São Paulo. Nunca tivemos tantos meios e possibilidades para realizar nossa unidade. Exercer comunhão e unidade também significa servir e ser servido. O exemplo mais empolgante disso está registrado no Evangelho de João 13. Nesse capítulo, Jesus assume a posição do mais humilde dos servos e lava os pés de seus discípulos. Ele oferece um exemplo e depois os convida a imitálos. Servir é algo que compõe a própria base da comunhão e da unidade. Para manter os relacionamentos íntimos por um longo tempo, é preciso haver humildade e a disposição de servir um ao outro. Também deve haver a disposição de ser servido. Quando Jesus pegou a toalha e a bacia de água para lavar os pés dos discípulos, estabeleceu, de uma vez por todas, a absoluta necessidade de que todos os que desejam viver em comunhão e unidade devem estar prontos para servir aos outros. Por isso, neste dia de festa, nós batistas devemos nos perguntar: como eu venho sendo servido pelos irmãos e irmãs? De que forma esse serviço cristão ajudou a criar comunhão e unidade entre

Janeiro 2010 nós? Como eu devo aprofundar essa ser maravilhosa. Eles também falam Por isso, fica aqui o sobra a riqueza e as fortunas de um desafio: comunhão e unidade? 2. A unidade no Espírito derruba as barreiras que nos separam e solta nossas línguas para que aprendamos a falar a linguagem do amor, da justiça e da paz. Cântico dos cânticos é um registro do amor entre um homem e sua noiva. Eles estão celebrando os aspectos de suas personalidades e características físicas e pessoais. Em certo ponto, o noivo diz: “Você faz meu coração bater mais rápido com o simples brilho de seus olhos. Como é belo seu amor, minha noiva. Muito mais agradável do que o melhor dos vinhos”. Perto do final do livro, os dois concordam que a união amorosa pode

E os batistas chegaram ao Brasil Em 1791, um pastor inglês chamado William Carey criou a Sociedade de Missões no Estrangeiro, para dar suporte ao envio de missionários. É a Índia o primeiro campo missionário dos batistas. As igrejas congregacionais americanas enviaram Adoniram e Ana Judson, em 1812, para evangelizar a Índia, com destino a Calcutá. O casal encontrou-se com William Carey e seu grupo de pastores, e aceitou a doutrina do batismo bíblico. Foram, então, batizados pelo pastor William Ward. Outro missionário congregacional, também enviado à Índia, Luther Rice, tornou-se batista. Os Judsons permaneceram na Birmânia, atual Myanmar, e Luther Rice voltou aos Estados Unidos para mobilizar os batistas para a obra missionária. Em maio de 1814, foi fundada uma Convenção em Filadélfia, com o nome de Convenção Geral da Denominação Batista nos Estados Unidos para Missões no Estrangeiro. E, a partir de então, enviou missionários para a América Latina, África, Ásia e Europa. Com a Guerra Civil Americana, ocorrida nos Estados Unidos, em 1865, milhares de norte-americanos começam a buscar outras terras onde pudessem tentar a vida. O Brasil foi um dos países escolhidos e, a partir de 1867, mais de 50 mil estadunidenses desembarcam nos portos brasileiros. Avançando para o interior, muitos escolheram a cidade de Santa Bárbara d’Oeste, onde adquiriram terras e fixaram residências, com forte atuação na formação agrícola da região. Entre os emigrados, a

homem bem-sucedido que conhecem, e terminam dizendo um ao outro: “Jamais pensaríamos em trocar o que temos por essas riquezas, pois temos a comunhão”. Esse casal aumentou sua comunhão gerando uma unidade que deu uma qualidade nova ao relacionamento: celebraram criativamente sua relação. Fizeram o que nós devemos fazer. Um prestou atenção ao outro e se observaram cuidadosamente. Então decidiram destacar o que acharam atraente, desejável e elogiável no outro e se deram ao prazer de expressá-lo. Podemos agradar nossos corações ao celebrarmos uns aos outros.

maioria era de cristãos protestantes e, entre esses, muitos eram batistas. Já em 1870, os protestantes publicaram um Manifesto para Evangelização do Brasil. Esse manifesto, publicado na imprensa, contou com assinaturas de Presbiterianos, Metodistas, Congregacionais e de um Batista, o pastor Richard Raticliff, um dos emigrados, cuja família havia sido convertida por ação de Thomas Jefferson Bowne, nos Estados Unidos. Em 1871, os batistas emigrados dos Estados Unidos organizam a Primeira Igreja Batista do Brasil, em Santa Bárbara d’Oeste. Anos mais tarde, em 1879, outro grupo de emigrados americanos plantaram a segunda Igreja Batista em solo brasileiro, em Santa Bárbara d’Oeste, no Bairro da Estação, onde atualmente se localiza a cidade de Americana. Enquanto isso, no Recife, o missionário batista William Buck Bagby converteu um padre católico, Antonio Teixeira de Albuquerque. Após a conversão, Teixeira de Albuquerque tentou refugiar-se em Maceió, sua terra natal, mas, diante da perseguição católica, veio para Capivari, no Estado de São Paulo. Vindo a conviver com os batistas em Santa Bárbara d’Oeste, aceitou o batismo, e foi ordenado pastor. Passou, então, a ajudar na evangelização que se iniciava entre brasileiros, franceses, ingleses e norte-americanos. Os batistas de então, em Santa Bárbara d’Oeste, se uniram para solicitar à Junta de Richmond, dos Estados Unidos, o envio de missionários ao Brasil. Em razão do trabalho de evangelização que já realizavam, perceberam a abertura dos brasileiros para o evangelho. Em 1881, chegam William Buck Bagby e Ana Luther Bagby; Zacarias Taylor

Em grupo, como comunidade, celebremos uns aos outros. Olhe para a pessoa ao lado e diga: Se você sumisse da minha vida, eu sentiria falta de você. Você é meu irmão e com você eu parto e reparto do pão da Ceia de Cristo. Espere este momento de comunhão e unidade acontecer na igreja. Depois, faça um apelo: Chame os irmãos e irmãs, toda a igreja, a pensarem naquelas pessoas que em algum momento da vida expressaram um profundo amor por elas. Exorte a que durante a semana orem por elas, e se houver condições, expresse sua gratidão a elas. E ao final, ore pela comunhão, pela unidade, pela celebração! e Katarin Taylor. Os primeiros missionários foram recebidos em Santa Bárbara d’Oeste e filiaram-se à Igreja Batista e começaram a estudar português com Antonio Teixeira de Albuquerque. Os dois casais de missionários, unindo-se a Antonio Teixeira de Albuquerque, rumaram para a Bahia, onde, em 1882, com cartas de transferência das igrejas em Santa Bárbara d’Oeste, organizaram a Primeira Igreja Batista em Salvador. Em um ano, aquela igreja já contava 70 membros. É interessante notar que Salvador tinha uma comunidade de imigrantes norte-americanos fugidos da Guerra de Secessão. O pastor Antonio Teixeira de Albuquerque, casado, rumou para Maceió, onde organizou a Primeira Igreja Batista e pregou para seus pais. A vida de Teixeira de Albuquerque, porém, foi curta: faleceu aos 46 anos de idade. O Brasil nessa época atravessava fortes pressões sociais e políticas, internas e externas, o que levou à queda do Império e à proclamação da República, em 1889. E com a República veio a liberdade religiosa consagrada na Constituição, embora a princípio não tenha saído do papel. A influência protestante era forte e jogou papel importante inclusive na libertação dos escravos, em 1888. De Salvador, os missionários seguiram para outras capitais, plantando igrejas. De volta a São Paulo, com missionários recémchegados, organizaram igrejas, a partir de 1899, em São Paulo, Jundiaí, Santos, Campinas, São José dos Campos. Em 1904, eram 7 Igrejas Batistas no Estado de São Paulo. Essas, reunindo-se em Jundiaí, organizaram em 1904 a Convenção Batista do Estado de São Paulo, então chamada de União Baptista Paulistana. Em 1914, eclodiu

Informativo Batista

Janeiro 2010 a Primeira Guerra Mundial, que fez ferver até 1918 todo o continente europeu. Destruída, a Europa, viu muitos de seus habitantes saírem em busca de novas terras. O Brasil, e, principalmente, o Estado de São Paulo, com o avanço de sua agricultura -- café,

Estudo para a Escola Bíblica

AJESUS

igreja de

Unida mas diferente

cana de açúcar e cereais -- tornou-se alvo de muitos desses europeus. No ano 2.000, o censo nacional do IBGE identificou os batistas como a segunda maior população evangélica do Brasil, com

II. Uma trindade em Cristo

Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há, em segundo lugar, (1) um só Senhor, Jesus Cristo, o grande objeto de (2) uma só fé pela qual os homens creem para a salvação, o qual tem dado à Igreja a ordenança inicial de (3) um só batismo.

III. Uma unidade em Deus Pai

Efésios 4.4-7.

(4) Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só, (5) - há um só Senhor, uma só fé, um só batismo, (6) um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos. (7) E a cada um de nós foi concedida a graça, conforme a medida repartida por Cristo. (Efésios 4.4-7). A Igreja é um corpo. Somos um corpo com um objetivo específico. O principal objetivo do corpo é expressar a vida do Espírito Santo de Deus, a vida de Cristo. O contato de Cristo com o mundo é feito por meio do corpo. Em outras palavras, o propósito do corpo é se relacionar com o mundo exterior, o corpo é a expressão do Espírito. Esta é a principal responsabilidade da Igreja como corpo: expressar a vida e a glória de Deus. O contato do mundo com Deus se faz pela Igreja. Anjos não pregam o Evangelho. Fazer parte do corpo de Cristo significa ser representante de Deus no mundo em que habitamos. Em I Coríntios 5.20, o apóstolo Paulo diz que somos embaixadores do Reino de Deus. E como embaixadores temos a responsabilidade de representar o nosso Senhor diante de toda a humanidade. Jesus deu-nos poder e autoridade a fim de que nos tornássemos seus representantes. Mas, na Carta aos Efésios (4.1-7), o apóstolo Paulo apresenta sete aspectos da Igreja, agrupados em três ao redor das três Pessoas da Trindade.

I. Uma trindade no Espírito

Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só. Há, em primeiro lugar, (1) um só corpo, a Igreja, que deve sua existência e unidade a (2) um só Espírito, e que se dirige no poder do Espírito a (3) um só alvo da esperança.

Informativo Batista

Um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos. Em terceiro lugar, há um só Deus e Pai de todos, fonte suprema de toda unidade. Depois de dar relevo à diversidade e à unidade da Igreja na Trindade, o apóstolo Paulo volta à consideração dos cristãos, que como pessoas regeneradas formam juntas a igreja. Não são peças uniformes de um mecanismo, mas cada qual possui uma pessoalidade que Deus reconhece e usa em Seu serviço. Conforme vemos em Romanos 12, em que ideias semelhantes se apresentam.

IV. E nós temos o dom da graça

E a cada um de nós foi concedida a graça, conforme a medida repartida por Cristo.

Assim, no versículo 7, o apóstolo fala em termos gerais sobre o dom da graça de Deus, à qual repetidamente se refere, quando relata sua própria experiência no cap. 3 (veja 3.2-7 e seguintes, onde identifica sua missão aos gentios com esse dom da graça). Agora, ele aponta para cada um de nós, como possuidor do dom da graça, o qual difere de pessoa para pessoa. As diferenças entre esses dons não são determinadas por habilidade ou capacidade natural, mas repartidos segundo a medida de Cristo.

Por isso, devemos nos perguntar: de que maneira o membro do Corpo de Cristo deve viver?

(12) Cristo é como um corpo, o qual tem muitas partes. E todas as partes, mesmo sendo muitas, formam um só corpo. (13) Assim, também, todos nós, judeus e nãojudeus, escravos e livres, fomos batizados pelo mesmo Espírito para formar um só corpo. E a todos nós foi dado de beber do mesmo Espírito. (14) Pois o corpo não é feito de uma só parte, mas de muitas. (15) Se o pé disser: “Já que não sou mão, não sou do corpo”, nem por isso deixa de ser do corpo. (16) Se o ouvido disser: “Já que não

3.162.700 pessoas, perfazendo 12,07% do total de evangélicos. Espalhada por todo o território nacional, a população batista é essencialmente urbana, de classe média, mas com presença também junto aos setores populares das grandes cidades. sou olho, não sou do corpo”, nem por isso deixa de ser do corpo. (17) Se o corpo todo fosse olho, como poderíamos ouvir? E, se o corpo todo fosse ouvido, como poderíamos cheirar? (18) Assim Deus colocou cada parte diferente do corpo conforme ele quis. (19) Se o corpo todo fosse uma parte só, não existiria corpo. (20) De fato, existem muitas partes, mas um só corpo. (21) Portanto, o olho não pode dizer para a mão: “Eu não preciso de você.” E a cabeça não pode dizer para os pés: “Não preciso de vocês.” (22) O fato é que as partes do corpo que parecem ser as mais fracas são as mais necessárias, (23) e aquelas que achamos menos honrosas são as que tratamos com mais honra. E as partes que parecem ser feias recebem um cuidado especial, (24) que as outras mais bonitas não precisam. Foi assim que Deus fez o corpo, dando mais honra às partes menos honrosas. (25) Desse modo, não existe divisão no corpo, mas todas as suas partes têm o mesmo interesse umas pelas outras. (26) Se uma parte do corpo sofre, todas as outras sofrem com ela. Se uma é elogiada, todas as outras se alegram com ela. (27) Pois bem, vocês são o corpo de Cristo, e cada um é uma parte desse corpo. (1Co 12.12-27). 1- Com a consciência de que o corpo de Cristo não é formado por um só membro, mas sim por muitos. 1Co 12.12-14. 2- Com a consciência de que o corpo é de Cristo. 1Co 12.27. 3- Com a consciência de que cada membro do corpo tem uma função e que não há necessidade de competição entre os membros. 1Co 12.14-15 4- Com a consciência de que não existe membro desnecessário. 1Co 12.22. 5- Com o entendimento que todos os membros devem obedecer à cabeça. Ef 5.23. 6- Com o entendimento que quando um membro sofre, todos sofrem, e quando um membro é honrado, todos também são honrados. I Co 12.26. 7- Com o entendimento que os membros são diferentes e têm funções diferentes. 1Co 12.13,17.

Para refletir e agir: Essa é a nossa igreja. Você é parte dela. O que você está fazendo com o seu dom?

GRUPO PRÓ VISÃO ESTRATÉGICA da Convenção Batista do Estado de São Paulo

R. João Ramalho, 440 - Perdizes São Paulo

www.cbesp.org.br – 11-3866-6710

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