Homenagem ao centenário do nascimento de Saul Bellow

June 14, 2017 | Autor: Rodrigo Conçole | Categoria: Literatura Norte-Americana
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Camilo Mota

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O coração rebelde de Madonna em novo CD

Literatura, Pensamento & Arte

Amigo Walmir indica creche no Paraty

Página 2 Página 3 Ano XXII- nº 231 - junho de 2015 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

Consultório de Psicanálise e Terapias Naturais

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A roça ganha novos incentivos em Araruama

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Aos 70 anos, Seu Geraldo cuida dos seus 1500 pés de laranja com apoio tecnológico da Prefeitura A vida no campo nunca foi fácil. E é de lá que vem o alimento das cidades. Olhar com atenção para o homem do campo é fundamental

para que a economia prospere, que a qualidade de vida se desenvolva. E a agricultura familiar é a base de sustentação desse sistema.

Deputada Marcia Jeovani demonstra preocupação com a Lagoa de Araruama

Regina Mota

No distrito de São Vicente de Paulo, em Araruama, a Prefeitura vem investindo em apoio técnico e uso de tecnologia para melhorar o

rendimento da lavoura. No galpão do produtor, o beneficiamento de farinha de mandioca e de cítricos tem destaque. Página 6.

Fórum apresenta novos olhares sobre terapias alternativas na Região dos Lagos

Economia Oficinas para Microempreendedores Em parceria com a Prefeitura de Araruama, o Sebrae RJ realiza no final do mês mais uma série de oficinas gratuitas voltadas para os microempreendedores individuais. Página 2.

Mulher MAMAS recebe título estudual de utilidade pública

Presidido por Terezinha Ruade, o Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema recebeu o Título de Utilidade Pública Estadual por seu trabalho desenvolvido em favor das mulheres. Página 3.

Após realizar audiência pública na Alerj para discutir os problemas da Lagoa de Araruama, a deputada estadual Marcia Jeovani visitou os municípios de seu entorno, conhecendo de perto as demandas ambientais e também dos pescadores da região. A deputada tem tido grande e intensa atividade no Legislativo fluminense, com participação em várias comissões e indicações já aprovadas pelo Governo do Estado. Página 3.

Vem aí o XVI Saquá Moto Rock

Cultura e Sociedade Sobre a crise de valores de nossos tempos

Como a espiritualidade e a ciência podem contribuir, unidas, para o bem estar e a saúde do indivíduo. Esta é uma das questões a serem abordadas no I Fórum de Psicanálise Transpessoal e Ciências Holísticas da Região dos Lagos, que

acontece nos dias 19 e 20 de junho, em Araruama. O evento pretende discutir os novos paradigmas, que incluem abordagens a partir de conhecimentos sobre Florais de Bach, Reiki, Psicanálise e Física Quântica. Página 2.

Integração entre guardas municipais e Polícia Militar já é realidade

Camilo Mota

A partir de considerações sobre a obra de Beethoven, o escritor Gerson Valle aborda de maneira profunda a crise de valores que hoje atinge a educação e a cultura, propondo um novo olhar sobre a sociedade. Página 4. Vários shows estão programados para o evento que acontece de 19 a 21 de junho. Página 6.

Reuniões com o comando do 25º BPM têm reforçado o processo de integração de ações. Página 3.

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nº 231 - junho de 2015

ECONOMIA É possível humanizar o capitalismo? Dinovaldo Gilioli poeta, autor do livro Cem poemas (editora da UFSC), dentre outros. É lógico que as grandes empresas e corporações têm seus mecanismos de compensação e através especialmente da área de RH, notadamente no campo da saúde e segurança, implementam ações que visam a valorização do empregado, a melhoria da qualidade de vida e das relações de trabalho. No entanto, a prevenção de doenças e de acidentes objetivam, sobretudo, reduzir o absenteísmo e diminuir custos com tratamento de saúde. Por trás dessa preocupação com o “lado humano” está a tentativa de abstrair, ou até de esconder a exploração; condição necessária e fundamental para o êxito e reprodução do sistema vigente. Todos esses “ingênuos” e “bem intencionados” instrumentos têm a finalidade primeira de aumentar a produção e o lucro da empresa. De amortecer conflitos, de minimizar as contradições oriundas de uma sociedade capitalista e de disciplinar a força de trabalho para aceitação do sistema instituído. Veja bem, não estamos aqui desmerecendo os cuidados atinentes à saúde e segurança do trabalhador. Alertamos que, até isso, por mais absurdo que possa parecer, faz parte da estratégia para reduzir custos e auferir mais lucro. Portanto, é infundado o discurso de

que é possível humanizar o capitalismo. Essa retórica só serve para confundir, iludir e ludibriar. Só serve para fragilizar a luta por um novo modo de vida, cujo centro seja o ser humano; e não a mercadoria, o dinheiro e a apropriação desmedida e inconsequente dos recursos naturais. Atitude esta, que compromete a efetiva qualidade de vida da maioria da população e coloca em risco as futuras gerações. É nesta complexidade que se insere a ação de um sindicato, agora mais desafiadora em função da crise mundial em curso. Queiramos ou não, aceitando ou não, estando preparados ou não, as consequências negativas recairão sobre os trabalhadores; especialmente dos menos organizados e sem força de representação e de ação concreta. A atual crise é utilizada como mais um argumento para justificar e conseguir um maior envolvimento dos empregados no alcance das metas estabelecidas pelas organizações. E mais do que isto, as empresas se utilizarão do momento para aumentar a sua produtividade (acelerando ainda mais o ritmo do trabalho), e disseminar a ideia de que tudo isto está sendo feito para evitar maiores prejuízos aos próprios trabalhadores. Leia-se demissão, congelamento de salário e redução de direitos. Sendo assim, os sindicatos, os trabalhadores devem continuar atentos e dispostos a enfrentar juntos o que aí está e o que virá!

Sebrae realiza oficinas de capacitação em Araruama Os microempreendedores individuais do município de Araruama têm mais uma oportunidade para adquirir mais conhecimentos e ampliar suas oportunidades de negócios. O Sebrae-RJ, em parceria com a Prefeitura de Araruama, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, realiza de 30 de junho a 3 de julho as oficinas SEI Comprar, SEI Vender, SEI Planejar e SEI Controlar Meu Dinheiro. As aulas acontecerão das 18 às 21 horas, na Casa do Futuro, ao lado da Escola Municipal Professor Orlando Dias de Oliveira. O Sebrae Empreendedor Individual (SEI) é um programa com-

posto de soluções que tratam de temas básicos para a gestão e o fortalecimento dos negócios dos pequenos empreendedores. Durante as oficinas gratuitas, os participantes adquirem novas capacidades, como a administração e o planejamento de vendas, o estudo de preços e prazos na hora das compras, controle financeiro e fluxo de caixa. Os cursos são gratuitos e contam com certificado do Sebrae após a conclusão. As inscrições estão abertas no Departamento de Arrecadação na sede da Prefeitura de Araruama para qualquer microempreendedor que já possua o CNPJ.

SAÚDE

Terapias alternativas, psicanálise e espiritualidade são tema de fórum em Araruama nos dias 19 e 20 Aberto à participação de qualquer pessoa, independentemente de sua formação acadêmica, o I Fórum de Psicanálise Transpessoal e Ciências Holísticas da Região dos Lagos traz novas compreensões sobre a prática em saúde com intervenções das chamadas terapias alternativas. Abordando temas como Florais de Bach, Reiki, terapias holísticas, psicanálise transpessoal e física quântica, o evento pretende promover o diálogo entre ciência e espiritualidade, apontando avanços a partir da prática terapêutica dos palestrantes.

O Fórum acontece nos dias 19 e 20 de junho, no auditório da Universidade Cândido Mendes, em Araruama, e é promovido pela Associação Brasileira de

Psicanálise Transpessoal. O encontro começa na sexta-feira à noite com palestras dos psicanalistas João Carvalho Neto e Camilo de Lélis Mendonça Mota. No sá-

bado, a programação conta com as participações de Martha Mendes (São Paulo) e Fábio Couto (Rio de Janeiro), que falarão sobre florais e terapias holísticas. Na parte da tarde, acontece seminário com Ivan Bruno Guerra Pereira (Bahia) abordando a engenharia consciencial, física quântica e conceitos de realidade. As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas através do site www. abpt.com.br/forum2015. Outras informações podem ser obtidas através do telefone (22) 99770-7322, ou no Espaço Elaboração em Saquarema (tel. 26533087).

MÚSICA

Madonna – marketing de um coração rebelde Márcio Paschoal escritor, autor da biografia de João do Vale Décimo-terceiro álbum de estúdio da cantora, Rebel Heart vem precedido de intensa campanha publicitária e de acontecimentos insólitos. Em 2014, Madonna começou a postar uma série de fotos no Instagram, onde sugeria escritores e colaboradores

CRÔNICA Charles Soares professor de língua e literatura, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis Entender a violência que assola as grandes cidades hoje é um processo muito complexo. Precisamos mergulhar no fosso de nossas origens enquanto sociedade, e principalmente deixar cair essa máscara de bom moço que cobre o perfil do brasileiro. É preciso desconstruir o mito da não violência de que tão apropriadamente nos fala a socióloga Marilena Chauí. Somos um povo cujo DNA foi forjado sob os chicotes dos escravocratas e as punições físicas dos jesuítas. Nascemos num

para o disco. O vazamento de mais de 30 canções em forma de demo fizeram Madonna criticar a atuação pirata como um “estupro artístico”. Resolveu antecipar, então, o lançamento do disco e ilustrar a capa com o rosto enrolado a fios pretos, protesto que terminou virando meme, com os fãs postando fotos amarrados aos fios. O CD não traz grandes novidades, mas não decepciona com composições interessantes, como “Ghosttown”,

“Wash all over me”, “Heartbreak City” e “Joan of Arc”. Outra inovação, além do luxuoso encarte com fotos sensuais da cantora (uma de suas obsessões

mais assíduas), é a omissão dos créditos das autorias, participações e arranjos. Quem quiser deve entrar no site oficial da cantora. A verdade é que Madonna nem precisaria de grandes artifícios para ser notada, já que trata-se de artista digna de nota. Nem que quisesse passaria batida. Ela é dessas pessoas cujo magnetismo envolve, dessas cuja postura nos faz ser levado no primeiro olhar. É levada, a Madonna. Elevada. Ela é dessas.

O Berço da Violência cenário de violência. O oba oba e a alegria que vende a nossa imagem só existem nas letras de samba e quando há consenso. É só surgir uma divergência para a nossa face violenta dar as caras. O brasileiro bate na mulher, bate no filho, esmurra o vizinho nas reuniões de condomínio, espanca a torcida adversária, dá tiro em morador de favela desarmado, lincha menor delinquente, dona de casa vítima de boato na internet, gays, prostitutas, etc. Estamos longe de sermos um povo Pacífico. Quando o somos, somos com os nossos e não com o outro. E o outro é qualquer um que ultrapasse a linha de nosso conforto. Esse embate violento por que passamos, exceto raríssimos casos, é uma questão psicossocial. Não convém se pegar um caso isolado de um cidadão que esfaqueia o outro por

causa de uma bicicleta e querer fazer um retrato da violência na cidade. No caso do médico esfaqueado na lagoa, somos todos vítimas. O rapaz que o esfaqueou talvez seja sim um psicopata, mas não desses clássicos que vemos em filmes, mas alguém que desenvolveu um distúrbio psicossocial. Abandonado pela mãe, privado de comida, de cuidados, de humanidade... Não há dúvidas de que um histórico desses pode levar ao embrutecimento, interferir na formação cerebral e deturpar valores. Alguém entregue a sofrimentos desse tipo perde o interesse pela própria vida e por extensão pela vida do outro. Um trabalhador, um pai de família, um profissional, são valores que não fazem parte de seu mundo. Em sua cabeça doente existem dois lados: O dos que têm e o dos que não têm, o dos que sofrem

privações e o dos que não sofrem. Sua ação é uma forma patológica de tentar igualar as coisas, estender ao outro lado o seu sofrimento. Mostrar que a vida do outro lado vale o mesmo nada que a sua. Tanto o agressor quanto o médico são membros desse mesmo organismo social. Se uma parte desse organismo está doente, não há como a outra parte não sofrer também. Não se pode violentar esse organismo extirpando um de seus membros. A doença é do corpo social inteiro. Estamos falhando enquanto sociedade. Estamos, ao mesmo tempo, sendo e produzindo vítimas. Sendo e produzindo agressores. Ou entendemos que temos que nos curar por inteiro, ou seremos uma sociedade mutilada... Um ser em que as células de autodefesa passam a atacá-lo e a minar suas forças.

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EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

Rua das Bougainvilleas, 4 - Rio do Limão - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: [email protected] Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/ jornalpoiesis Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

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nº 231 - junho de 2015

POLÍTICA

Marcia Jeovani se destaca como uma das deputadas mais atuantes na Alerj Em apenas quatro meses de mandato, a deputada estadual Marcia Jeovani (PR) já é uma das parlamentares mais atuantes na Alerj, participando de oito comissões permanentes, além de ser membro de duas CPIs que tratam de assuntos polêmicos como a violência contra a mulher e investigação sobre a prática do aborto. Presidente da Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional, Marcia trouxe à Região dos Lagos, no mês de maio, uma comitiva que contou também com a presença da superintendente do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) na Baixada Litorânea, Márcia Simões. A visita técnica percorreu as cidades de Arraial do Cabo, Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Araruama, com o objetivo de fiscalizar as cidades que beiram a Lagoa de Araruama, afetadas pela mortandade de peixes. A deputada solicitou o desassoreamento do Canal Itajuru, em Cabo Frio, sendo essa uma das primeiras medidas para a revitalização e oxigenação da lagoa. “O nome nos remete à Araruama, mas sessenta por cento da lagoa está localizada em Arraial do Cabo”, disse ela. A Esta-

ção de Tratamento de Esgoto – ETE de Arraial foi o primeiro local a ser visitado pela comitiva, que, segundo o Inea, tem 80% de esgoto despejado sem tratamento na Lagoa, com índices alarmantes de coliformes fecais. A deputada Marcia Jeovani demonstrou preocupação não somente com a lagoa, mas também com os pescadores e suas famílias. “Temos também centenas de famílias que sobrevivem dessa lagoa e os nossos pescadores precisam de nossa atenção e da manifestação do poder público sobre as ações que estão sendo tomadas para sanar esse problema da mortandade de peixes”, disse. Membro da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura causas da violência contra a mulher, Marcia sugeriu à mesma o aumento de juizados de atendimento às mulheres vítimas de violência em todo o Estado. “A mulher já chega à delegacia se sentindo culpada e muitas das vezes não recebe o tratamento devido. Então, há a necessidade de uma atenção melhor para as mesmas”, afirmou. Ainda em trâmite na Alerj, o projeto de lei nº239/2015, de sua autoria, visa oferecer gratui-

MAMAS recebe título de Utilidade Pública estadual Divulgação

Presidido por Terezinha Ruade (dir.), o MAMAS promove articulações com vários setores da sociedade civil e poder público

O Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema – MAMAS recebeu do governador Luiz Fernando de Souza Pezão o título de Utilidade Pública do Estado do Rio de Janeiro, pelos trabalhos realizados em prol de mulheres vítimas de violência e em estado de vulnerabilidade. A indicação foi feita por Inês Pandeló durante seu mandato como deputada estadual, resultando na Lei 6940, sancionada em 23 de dezembro de 2014. O MAMAS existe há cerca de oito anos e já contava com o título de Utilidade Pública Municipal, concedido pela prefeita Franciane Motta e indicada pelo vereador Paulo Renato Teixeira Ribeiro. A Lei Municipal 1216 é datada de onze de julho de 2012. Para a presidente do MAMAS, Terezinha Rua-

de, “essa é mais uma conquista do movimento que realiza um trabalho sério, com dedicação e comprometimento. Sabemos que assim podemos fazer a diferença. A violência contra a mulher é um assunto muito sério que deve ser tratado com mais atenção não somente pelas autoridades competentes, como também pela sociedade civil como um todo.” Entre algumas das nobres realizações do MAMAS pode ser citado o auxílio para a instalação do NUAM – Núcleo de Atendimento às Mulheres, na Delegacia de Polícia Civil de Saquarema, inaugurado em setembro de 2014. As integrantes do Movimento recorreram aos empresários da cidade para a aquisição de materiais para a reforma das salas onde hoje acontecem os atendimentos, incluindo inclusive uma brinquedoteca.

Regina Mota

tamente através do SUS a realização de exames de detectação de mutação genética dos genes BRCA1 e BRCA2 em mulheres com histórico familiar do diagnóstico de câncer de mama ou de ovário em todo o Estado. “Conversando com uma pessoa amiga me veio a ideia da Lei Angelina Jolie. Eu também fiquei surpresa ao ver uma atriz tão famosa se mutilar por causa da possibilidade de desenvolver um câncer, pelo histórico em sua família. É um exame caro, custa cerca de sete mil reais e não é qualquer pessoa que pode fazê-lo”, explicou. No dia 23/05 a deputada deu entrada no projeto de lei número 361, que dispõe sobre o programa de orientação à gestante sobre os efeitos do aborto, quando este for autorizado nos

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atividade física para que idosos possam manter suas autonomias e independências, orientando sobre a importância da realização de treinamento de força e da prática dos exercícios físicos no dia a dia. No mês de maio foi homenageada em duas importantes cerimônias do interior do estado com a entrega de comendas legislativas e consideradas as maiores honrarias dos municípios. Em Arraial do Cabo, o autor da medalha foi o vereador Sérgio Carvalho, justificando os relevantes serviços prestados pela parlamentar no município cabista. Já a Medalha de Mérito Brigadeiro Lafayette Cantarino Rodrigues de Souza do município de São Pedro da Aldeia é de autoria do vereador Adalberto José do Amaral, através de resolução nº 1.531/2015, entregue durante sessão solene na sede da Câmara Municipal no dia 15 de maio. No dia 8 de junho, segunda-feira, a deputada estadual Marcia Jeovani vai receber o Título de Cidadania Iguabense. O autor da homenagem é o vereador Alessandro Grimauth. A cerimônia vai acontecer na sede da Prefeitura Municipal de Iguaba Grande.

Amigo Walmir pede creche e UBS para o bairro Paraty O vereador Walmir Belchior, o Amigo Walmir, solicitou a construção de uma creche na Rua Iguaçu, no loteamento Parque Novo Horizonte, no Bairro Paraty, distrito de Iguabinha, em Araruama. O pedido foi feito através do projeto datado de 19 de maio, encaminhado ao prefeito Miguel Jeovani. O parlamentar acredita que a construção de uma creche naquela localidade irá suprir a carência dos moradores, contribuindo para a ampliação do acesso e a melhoria da educação das crianças. “Fiz esse projeto para atender a grande demanda existente na loca-

Camilo Mota

O vereador acompanhou o prefeito de Araruama, Miguel Jeovani, na visita às obras de uma UBS em Paraty

lidade, acredito que assim poderemos atender com eficiência a inúmeros pedidos”, disse Walmir. O distrito de Iguabinha

é um dos que apresentam grande crescimento populacional, conseguindo uma grande atenção do governo municipal. Recentemen-

te foi inaugurada a UBS – Unidade Básica de Saúde de Bananeiras, e recentemente o vereador Amigo Walmir esteve em visita ao bairro Paraty em companhia do prefeito Miguel Jeovani para visitar o terreno onde será instalada brevemente mais uma UBS. Com isso, Iguabinha deverá contar com mais uma unidade de saúde onde a população terá acesso a consultas médicas, inalações, injeções, curativos, vacinas, coletas de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicação básica.

Polícia Militar e guardas municipais iniciam trabalho de integração As guardas municipais de Cabo Frio, Araruama, Saquarema e Armação dos Búzios já iniciaram diálogos com o 25º Batalhão de Polícia Militar com a finalidade de ampliar a integração de suas ações. Uma reunião com representantes das de Segurança Pública dos municípios e o Tenente Coronel Ruy França aconteceu no dia 2 de junho, em Araruama, na sede da Guarda Civil Municipal. O encontro

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hospitais públicos e privados do Estado do Rio. Assim que assumiu o cargo de deputada estadual, Marcia Jeovani disse que daria continuidade aos trabalhos iniciados pelo esposo, atual prefeito de Araruama, Miguel Jeovani. “Quando foi deputado estadual ele enfrentou várias barreiras, o que o impossibilitou de dar andamento em seus projetos. Já conseguimos desarquivar quatorze deles e em breve pretendemos tirar outros mais”, afirmou ela. Preocupada com a violência, a deputada protocolou o projeto de lei nº 200, de 17 de março de 2015, que autoriza o Poder Executivo a criar o Conselho Estadual de Pacificação no Estado do Rio de Janeiro, a fim de garantir a participação e controle social na

atuação do poder público nas áreas marcadas pela presença das Unidades de Polícia Pacificadora. “Essa era uma das ideias de Miguel. Já imaginou se naquela época tivessem colocado em prática, o quão adiantado não estaria o trabalho nessas comunidades?”, indagou a deputada. Terceira Idade em destaque Araruama ganhará brevemente a primeira Academia da Terceira Idade. “Acredito que até a metade do ano as obras já terão iniciadas”, disse Marcia Jeovani. A Secretaria de Estado de Casa Civil encaminhou ao seu gabinete a cópia do ofício de número 2245 referente à instalação do novo espaço de atividades físicas. Trata-se da indicação nº 378/15, de autoria da parlamentar, que solicita que esse projeto seja implantado na cidade através do Programa Terceira Idade com Qualidade, desenvolvido pela Secretaria Estadual de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, hoje sob a responsabilidade do deputado estadual José Luiz Nanci. Vale a pena ressaltar que a Academia da Terceira Idade tem o objetivo de promover programas de

faz parte do Grupo de Trabalho em Segurança Pública, que tem por objetivo unir esforços das cidades da região para que haja uma efetiva integração entre a PM e as guardas municipais. “Respeitando-se as atividades constitucionais de cada corporação, precisamos criar propostas, medidas e ações integradas para termos uma região melhor para todos os moradores”, ressaltou o Comandante do 25º BPM, Tenente Coronel ENTREGA GRÁTIS EM DOMICÍLIO

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partir de microdados estatísticos fornecidos pela PM. “A partir das informações levantadas pelos relatórios da Polícia Militar, podemos estabelecer um melhor patrulhamento da Guarda Civil, definindo pontos estratégicos para posicionamento de viaturas e fazendo ronda em áreas onde haja maior incidência de roubos”, disse o secretário municipal de Segurança Pública de Araruama, Márcio Oliveira.

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Ruy França. A expectativa é de uma adesão completa dos municípios e uma ampliação dos trabalhos de integração, incluindo as cidades de São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo e Iguaba Grande, além de Cabo Frio, onde foi realizada a primeira reunião do Grupo no mês passado. Durante o encontro foi apresentado dossiê relativo ao mês de maio, mostrando as ações preventivas realizadas pelas guardas municipais a

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4 CULTURA Gerson Valle Escritor e poeta, membro da Academia Petropolitana de Letras O Theatro Municipal do Rio de Janeiro apresentou algumas récitas, de abril para maio, da ópera “Fidélio”, de Beethoven. Algumas horas antes de eu assistir ao espetáculo tive uma discussão sobre a imposição do gosto de várias gerações para cá por uma mídia liderada pela TV Globo, tendo por trás multinacionais representativas de interesses econômicos que, maliciosamente, afirmam uma tendência à globalização nos dias que correm, no entanto valorizando ao extremo a cultura exatamente de países mais ricos. Não! Não vou repetir aqui a discussão, que, esparsamente, vai sempre ser lembrada em meus textos. Apenas relembro: meu interlocutor insistiu na importância superior cultural do que seria o gosto popularesco, como se este não fosse formado da repetição do repertório imposto pela tal mídia, num círculo vicioso. Estranho que ele é professor, e que, imagino, não vai à escola lecionar a redundância da leitura simplificada do mundo que seus alunos recebem da “escola comercial da Globo”, e sim levar uma reflexão sobre livros e conhecimentos que abram seus horizontes culturais. Não é verdade? Não, não é verdade, uma vez que, irritado, tentando ser irônico, ele demonstra desinteresse cultural, ao perguntar-me se eu desejo que “se dê ópera para o povo”... Meu Deus! Ele nem sabe que ópera abstratamente não existe. É apenas um gênero de espetáculo teatral que admite qualquer espécie de representação com música de composição (em estilo de qualquer época) elaborada. Para ele, com

nº 231 - junho de 2015

NOSSA CRISE DE VALORES certeza, ópera é somente a música de árias e vozes empostadas... Fui ao “Fidélio”, inclusive, movido bastante pela curiosidade da nova encenação, com projeção ao fundo de um filme, de Christiane Jatahy. Hoje em dia é comum o diretor cênico das óperas (como no teatro em geral) abrir uma nova concepção para textos do passado. Muitas vezes, como na “Buterfly” que assisti em vídeo que se passava na lua, ou numas representações de Mozart, em Salzburg, que chegam a alterar suas histórias, eu sinto vontade de contestar. Mas, no caso deste “Fidélio”, eu acabei gostando de muita coisa. E explico porquê. Ludwig van Beethoven (1770-1827), por volta dos 30 anos, atinge sua segunda fase com um tipo de música forte, inovadora e que é tida como a transição mais nítida do Classicismo para o Romantismo. Suas 3a à 7a sinfonias, quartetos Razumovski, sonatas como Apassionata, Aurora, Les Adieux, à Kreutzer, concerto para violino, os 4º e 5º para piano, são peças que vão além de uma grande personalidade estética, mas que parecem indicar parâmetros beirando ideologias. Sim, ele queria transformar o mundo por sua música. E possuía opiniões políticas firmes, apreciador do ideário da Revolução Francesa (chegou a tirar a dedicatória que fizera da 3a sinfonia a Napoleão ao saber que este se tinha tornado imperador, traindo a concepção democrática republicana). Com isto, sentiu necessidade de compor uma ópera onde deixasse clara sua visão de mundo. Escolheu como tema um drama de Jean-Nicolas Bouilly, que trata das injustiças feitas a presos políticos em prisão comum, e sobretudo do amor conjugal de uma mulher que se traveste de homem para trabalhar num

presídio onde seu marido está injustamente preso, para poder encaminhar sua situação para a liberdade e condenar os corruptos culpados. É um libelo pela Justiça, Liberdade e fidelidade conjugal. Foi a única ópera que Beethoven escreveu, talvez julgando que com estes temas encerrasse o que desejasse expressar com palavras (Quando morreu pensava em compor um “Fausto”, pela admiração que tinha por Goethe, mas já estava em outra fase). A estreia foi em 1805, e teve tão pouco público, que foi retirada da programação. Disseram-lhe que a música era muito bem composta, evidentemente, muito boa, mas que o público quer ver ação em teatro, e “Leonora” (o título original da ópera) era muito parada. Ele não se conformou e durante anos foi refazendo a peça usando de dois libretistas, chegando a concluir uma segunda e uma terceira versão, finalmente estreada (como “Fidélio”) em 1814, a partir de quando entra no repertório, sobretudo, da ópera alemã. Beethoven chegou a declarar ser das suas melhores obras, e possui das suas melhores qualidades, mas a ação é escassa, mesmo com toda reformulação, aproximando-se de um oratório por vezes, mais do que música de teatro. E esta a razão central de eu ter gostado da encenação recente do Municipal, cuja diretora de

cena acrescentou-lhe certa ação. Beethoven achava indigno do gênio de Mozart o fato deste ter musicado o libreto de Lorenzo Da Ponte “Così fan tutte” (“Assim fazem todas”), farsa onde dois jovens aristocratas napolitanos apostam com um velho cínico que suas noivas jamais os trairiam, pois eram mulheres castas de bons princípios. Fingem sair da cidade, e acabam traídos por elas. O Fidélio (Leonora) seria sua contestação a isto. Queria provar que, com base no amor, a mulher pode se expor à morte para salvar o marido ameaçado, e nunca traí-lo. Acreditava no núcleo familiar como uma questão civilizada tanto quanto a necessidade da Justiça e da Liberdade (os presos, numa cena da ópera, são colocados para tomar ar, no contacto com a natureza, como a liberdade necessária para todos). O tempo de Mozart era o da pré-Revolução Francesa, quando os costumes da nobreza fazia-a achar que suas colocações sociais suplantavam a ordem moral. Beethoven, na pós-Revolução se afinava com a burguesia pautando na estruturação da família sua estabilidade. Ele mesmo desejou casar-se a vida toda. Apaixonou-se, pelo seu temperamento passional, e declarou-se para várias alunas aristocratas - ele não admitiria que sua mulher não tivesse seus mesmos interesses culturais,

LITERATURA Homenagem ao Centenário do nascimento de Saul Bellow Divulgação / Megan Salter

Rodrigo Conçole Lage Professor de História em Itaperuna-RJ A literatura norte-americana do pós-guerra se destaca, entre outras coisas, pelo grande número de escritores de origem judaica, que lhe deram um novo fôlego. Nomes como Bernard Malamud, Philip Roth, Allen Ginsberg, Norman Mailer, J. D. Salinger e E. L. Doctorow, entre outros, são alguns dos que se destacam entre os grandes escritores deste período, não só dos EUA, mas a nível mundial. E, dentre eles, não poderíamos deixar de mencionar o nome de Saul Bellow. Além de ter sido um importante escritor judeu americano desse período, ele também influenciou vários deles. No mês de junho se comemora o centenário do nascimento de Bellow, que receberá várias homenagens nos EUA e em outros países. O escritor nasceu no dia 10 de junho de 1915, em Lachine, no Quebec (Canadá). Filho de uma família de judeus emigrados da Rússia, que saiu do Canadá e se mudou para Chica-

go, nos EUA, quando o escritor tinha nove anos. Publica seu primeiro livro em 1944, “Dangling Man” (“Por um fio”, na tradução de Ana Maria Machado, publicada em 1967, pela editora Bloch). E, em 1947, publica seu segundo livro, “The Vic-

tim”. Anos depois Bellow vai para a Europa, permanecendo ali durante um bom tempo, onde escreveu boa parte do livro “As aventuras de Augie March”, publicado em 1953. Ao longo de sua vida recebeu muitos prêmios, um reflexo da importância que sua obra vai

adquirindo ao longo do tempo. Dentre eles destacam-se o “National Book Award for Fiction” (em 1954, 1965 e 1971), o “Pulitzer Prize for Fiction” e o Nobel de Literatura, ambos em 1976. Ele faleceu no dia 5 de abril de 2005. Sua obra é comporta de romances, novelas, contos, ensaios, uma peça de teatro (The Last Analysis), um livro de memórias sobre sua viagem a Israel em 1975 (Jerusalém, Ida e Volta) e uma coletânea de cartas. Dentre seus livros mais importantes destacam-se os romances Herzog, As aventuras de Augie March, O legado de Humboldt, Henderson, o rei da chuva e O Planeta do Sr. Sammler. Dentre as publicações dos EUA em comemoração ao centenário de seu nascimento destacam-se o lançamento, em março, da coletânea inédita de textos de não-ficção intitulada “There Is Simply Too Much to Think About: Collected Nonfiction”. E, em maio, foi lançado o primeiro volume da biografia escrita por Zachary Leader, The Life of Saul Bellow: To Fame and Fortune, 1915-1964.

para conviverem sadiamente. Era sempre recusado, no entanto, por não ser rico nem bonito, e ter um humor irritadiço, sobretudo devido a surdez que lhe aparece a partir dos 30 anos, que, apesar de não atrapalhar a composição por ter os sons de todos os instrumentos no cérebro e dominar a técnica da escrita, as carreiras de regente e pianista - que lhe rendiam alguma coisa - foram-se tornando impossíveis. Não se conformava, ele que deveria ter, por sua profissão, uma audição perfeita, de não ouvir o que lhe diziam, os sons das ruas, os sinos, os pássaros, etc. Passados dois séculos, e é bastante repetida a hipocrisia de muitas relações matrimoniais (que aparece tanto na Literatura), do poder masculino ser uma forma de tirania do mais forte fisicamente, assemelhando-se ao domínio do senhor sobre escravos, e da relação homoafetiva ter sido sempre relegada. Com as reiteradas reivindicações da sociedade moderna, mudando-se os costumes e mesmo legislações, há quem aponte para uma transformação no futuro da instituição da família. E junto com ela, as tramitações da Justiça. Também uma nova concepção parece estar sendo necessitada para as organizações que defendem os direitos humanos, que se têm tornado mais teóricas que práticas, beirando também a hipocrisia. Nossa civilização parece viver uma forte crise. Mas, me pergunto se, apesar dos conceitos, por exemplo, passados pela Revolução Francesa e pela criação da ONU, dos direitos humanos, sofrerem tal hipocrisia, assim como a Justiça ser atormentada mais por desrespeitos que por aceitação humanística, ou a prática política ser voltada para uma conquista do poder amoral e corrupta, se tais fatos apontam para alguma mutação que reflita nossa maneira de ser, e, as-

sim, realisticamente ter-se de tudo transformar. Ou se a realização de princípios de equidade e de um Direito Natural não deve ser mais insistentemente promovida, sobretudo pela Educação, por representarem valores mais condizentes com a felicidade de toda a espécie de uma forma igualitária. Afinal, se os princípios cristãos de justiça social, amor, altruísmo, são desrespeitados há 20 séculos por uma civilização que se diz cristã, não quer dizer que tais princípios não condizem com a Humanidade, mas que ela ainda não atingiu o grau de educação e serenidade capaz de praticá-los. O posicionamento de Beethoven continua, assim, merecendo reflexões, mesmo na atualidade em crise. Quanto à ópera e a discussão referida no primeiro parágrafo, tenho a dizer que mesmo o público do Theatro Municipal da noite em que assisti ao Fidélio sendo maciçamente formado por leigos - pelos comentários que ouvi e percebi por várias razões -, a recepção foi calorosa. E tenho notado que, sobretudo desde que as legendas foram colocadas nos teatros de ópera, e o público pode seguir a peça teatral, compreendendo melhor sua descrição musical, se o espetáculo for bem encenado e bem levado musicalmente, é sempre um triunfo popular! Tanto a ópera como os bons musicais, aliás, que retém certa proximidade de gênero. Agrada a todo mundo! O professor referido parece nunca ter se aproximado sequer de uma casa de ópera e não entender nada de teatro! Só acredita nos textos da moda, que repete como o cachimbo de suas aulas, e nos vícios criados na sua geração por ensinamentos dados pela imbecilidade da mídia comprada e ignorante de qualquer posicionamento cultural da História!

Academia Araruamense de Letras define sua primeira diretoria

Divulgação

Fundada em 17 de março de 2015, a Academia Araruamense de Letras (AARALETRAS) começa a dar os primeiros passos para sua efetiva constituição. Durante os meses de março, abril e maio, uma comissão de 11 integrantes se reuniu semanalmente para elaborar o estatuto, que foi aprovado em assembleia realizada no dia 26/05. Neste encontro, foram confirmados os nomes dos cinco primeiros acadêmicos efetivos e feita a eleição por aclamação do presidente interino da instituição, Cid Magioli. Na primeira reunião de trabalho dos novos acadêmicos, formou-se a primeira diretoria, que inclui o vice-presidente Camilo Mota, o secretário Manoel de Santa Maria, o diretor

cultural Geraldo Chacón, e o diretor de comunicação Jorge Costa. Escolhido por unanimidade, o patrono da AARALETRAS será Silvio Vasconcelos, importante representante da cultura e história do município de Araruama. Também ficou definido como primeiro membro benemérito o atual prefeito Miguel Jeovani, devido ao fundamental trabalho da Secretaria Municipal de Cultura no apoio técnico para a formação da instituição. Também indicados como membros beneméritos o secretário de Cultura, Moacir Gomes, e o presidente do Conselho Municipal de Cultura, Renato Magalhães. A solenidade de fundação e posse dos membros acontecerá no dia 27 de junho, às 19 horas, no plenário da Câmara Municipal.

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nº 231 - junho de 2015

POEMA DOS OLHOS DE ALCÂNTARA

POEMAS NEVOEIRO

NASCIMENTO E VIDA (1945)

Fernando Py a meu irmão

Luis Augusto Cassas 1 Gostava de chorar a Sinhá Dizia: redimia a humanidade 2/3 do ser eram água Idade? Só as pedras do oceano De tarde postava-se à janela na rua das Mercês e chorava Dilúvio existencial Pluviometricamente chorava As lágrimas batiam nas calçadas escorriam pelo calçamento até atingir o cais 2 Chorou quando soube por um anjo da crucificação de São José na rua da Amargura 3 Chorou quando o Patrimônio Histórico fechou as portas da Igreja do Carmo para restaurá-la abandonando os querubins à própria sorte Todos os dias derrama lágrimas de cera em penitência das beatas 4 Chorou quando uma artrite reumatoide fechou-lhe a mão direita e perdeu o cargo de caixeira do Divino Espírito Santo Mas se conteve: só uma lágrima escapou-lhe aos olhos 5 Chorou quando os donos de engenhos mandavam açoitar com trinta chicotadas os escravos africanos no Pelourinho Pérolas negras 6 Chorou ao presenciar o afogamento de São Pedro Pressentiu a chegada dos tubarões e nada pôde fazer 7 Chorou quando anunciaram que Dom Pedro II Imperador do Brasil não viria mais a Alcântara E o palácio construído para abrigá-lo se tornara ruína Emocionada plantou duas palmeiras imperiais no porto que vai regando com orvalho e lágrimas matinais 8 Chorou na República de 1889 quando o Governo Federal confiscou a prataria das igrejas que as famílias doaram aos santos de sua devoção Foi comedida: derramou duas lágrimas de prata 9 Chorou copiosamente quando confirmaram a notícia de que a sua cidade abrigaria uma base de mísseis E as estrelas que brilhavam nos céus resplandeceriam nos ombros E os sabiás românticos seriam substituídos por foguetes atômicos 10 Chorou Chorou Chorou Por causa de suas lágrimas elevou-se a safra de abacaxi e as fontes e os poços abasteceram a garganta de toda a população por mais 8 lustros E morreu só e arruinada num hospital público cercada de ampolas injeções seringas soros glicosados Desidratada

Geraldo Chacón Corriam na terra rumores de guerra, E não pude ficar inerte No ventre de minha mãe.

O verso agoniza na folha. luz verdevermelha continuamente. A noite apodrece em música. Todos na sala esperam. A aurora há de vir. Sem consolo. onde se (des)faz o amor antigo? Tudo foge. Tudo é deserto. (1963)

Não sei se por mim, se por Deus, OU por acaso: Vim à luz antes do tempo, ...mas a tempo de cantar. Cantar... a fome, a guerra, A miséria, o Amor e a Vida. Quem sabe os beijos dos seus poemas Logrem comover o peito Dos homens cujo coração Ainda são de carne!?

Fernando Py é natural do Rio de Janeiro, nascido a 13 de junho de 1935. Poeta, tradutor, crítico literário dos mais respeitados no país, comemora este ano 80 anos. Aqui fica nossa homenagem e gratidão por sua presença entre nós do conselho editorial do Jornal Poiésis.

SONETOS DOS AMORES MORTOS, DE RITA MOUTINHO

Geraldo Chacón é membro efetivo da Academia Araruamense de Letras.

CROMAQUI Christiane Michelin

Gerson Valle A editora Ibis Libris lançou em 2014 a 2a edição (a 1a é de 2006) dos “Sonetos dos amores mortos”, de Rita Moutinho, com uma significativa fortuna crítica e prefácio de Geraldo Carneiro. São 90 sonetos, apresentados em 13 subtemas, tão bem elaborados, significativos, expressivos, reflexivos, que, no desejo de escolher um deles para reproduzir em Poiésis tive quase que fazer um sorteio aleatório. Resolvi-me por este, lembrando que sua qualidade não se distancia dos outros 89:

SONETO DA CARTA QUE O LIVRO ENVIA Rita Moutinho Meu querido, passo horas tua e absorta, lendo e escrevendo poemas doloridos, mas também, para não me tornar louca, desenho, em cor, metáforas do livro. Chuto pedras, mas súbito a alma louva colheitas de framboesas e de lírios. Às vezes desço ao inferno, às vezes, rola, saio em passeio com outros passarinhos. À noite há pesadelos que espocam e também sonhos lindos, muito lindos. Assim, amor, subo e desço como ondas, sustentando embebido meu pavio. No mais, eu te mantenho em cercania com o espólio que deixaste, a nostalgia.

O desgosto é roxo batata e a batata quase amarela. A vela que vela a vida é multicor e a abóbora traz no nome sua cor (ou seria o contrário?) A dor, pra mim, é azul cobalto – cor fria – e o asfalto tem no gris seu tom mais intenso. Penso que a felicidade seja púrpura em seu dorso e os olhos daquele moço eram de um verde profundo, prenúncio de tempestades, e as verdades são platinadas como os sonhos, enquanto o medo, é escuro-açoite, como escura é a toga da noite. O amor, que nos toca, comporta a iridiscência espectral que transcende e a mente, por essência, tem a transparência do existir.

Luis Augusto Cassas mora em São Luís-MA, é autor de extensa obra literária, agora reunida nos dois volumes de “A poesia do eu” (Rio de Janeiro, Imago, 2012)

Christiane Michelin é presidente da Academia Petropolitana de Letras.

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nº 231 - junho de 2015

ECONOMIA Pequenos produtores de Araruama ganham apoio tecnológico Boas notícias vêm do campo. Com incentivo da Prefeitura de Araruama, através de apoio técnico e investimentos em tecnologia, pequenos produtores rurais estão tendo melhor aproveitamento de suas lavouras. O distrito de São Vicente de Paulo é de grande importância econômica para a região, destacando-se na produção de cítricos e aipim. Atualmente cerca de 70 por cento da produção de alimentos no mundo tem origem na agricultura familiar. Segundo o mais recente Censo Agropecuário do IBGE, os pequenos produtores rurais são responsáveis pelo plantio de 87% da mandioca produzida no país, além de 70% do feijão, e 46% do arroz. Com números tão significativos, é evidente a necessidade de se implantar e desenvolver políticas públicas para fomentar este setor econômico. Em Araruama, um dos principais projetos para garantir melhorias para os pequenos produtores é a agroindústria de farinha, no distrito de São Vicente de Paulo. Revitalizada em 2013 pela Prefeitura de Araruama, a agroindústria de beneficiamento de farinha tem fomentado a produção dos pequenos agricultores do terceiro distrito. Funcionando no Galpão da Secretaria de Agricultura em São Vicente de Paulo, a produção diária chega a 600 quilos, sendo comercializada pelos próprios agricultores no co-

Fotos: Camilo Mota

O beneficiamento da farinha e dos cítricos garante melhora dos rendimentos familiares e permitem que o pequeno agricultor agregue valor a sua produção

mércio local. “A produção conta hoje com todo apoio da Prefeitura, que oferece a infraestrutura, a embalagem e a orientação técnica sobre produção e manejo do aipim. É também um produto diferenciado, pois a farinha é integral”, informa a secretária municipal de Agricultura, Keila Wiviane. O prefeito Miguel Jeovani ressalta a importância do

apoio ao pequeno produtor rural. “Quando fizemos a reforma do espaço, adequamos a indústria para atender ao padrão de qualidade, com maquinário próprio. O melhor é que o produtor comercializa a farinha diretamente com o comércio, não tendo nenhum custo com o processo de produção, que é oferecido gratuitamente pela Prefeitura”, disse.

Outro setor que sofreu por muitos anos com a diminuição da produção foi o de cítricos. Atualmente, o cenário começa a se modificar. Ao passar pelas estradas que cortam o distrito de São Vicente de Paulo, em Araruama, já se nota um novo cenário agrícola. Os pequenos produtores rurais começam a colher o resultado de novos investimentos em tecnologia que tem garantido a melhora na produção de laranja, limão e tangerina. De acordo com a Secretaria Municipal de Agricultura, Abastecimento e Pesca, a produção em 2015 está tendo um aumento de 12 por cento em relação ao ano passado. Parte do sucesso se deve ao incremento de novas tecnologias e ao apoio de infraestrutura oferecido pela Prefeitura de Araruama. No Galpão do Produtor, uma máquina de beneficiamento de cítricos atende aos agricultores, movimentando cerca de cem toneladas de frutas por mês. A grande vantagem da utilização do maquinário é que os pequenos produtores lavam e escovam os cítricos de maneira automatizada, deixando-os em condições ideais de venda no mercado. Araruama já responde por 80% da produção de cítricos do Estado. Além do maquinário, a Prefeitura também oferece orientação técnica sobre irrigação, controle de pragas e doenças, correção do solo, adubação.

AGENDA XVI Saquá Moto Rock agita Saquarema de 19 a 21/06 Camilo Mota

Motores e guitarras já estão se afinando para o XVI Saquá Moto Rock, que acontece de 19 a 21 de junho, em Saquarema. Promovido pelo Pecadores Moto Clube, o evento conta com infraestrutura de camping, café da manhã, praça de alimentação, feira de expositores temá-

ticos para animar ainda mais os motociclistas. Com palco e som de qualidade, o Moto Rock deste ano contará com shows das bandas Sanctuarium, Faixa Etária, Epidemia, Cilindrada, Caravellas, Made In Rock, Nôvah (U2 Tribut) e Dona Kátia.

Exposição do Atelier Antoniarte movimenta a Casa de Cultura em Araruama

Camilo Mota

Com apoio da Prefeitura de Araruama, através da Secretaria de Cultura, acontece na sexta-feira, dia 5 de junho, às 19 horas, a abertura da II Exposição de Alunos do Atelier Antoniarte, na Casa de Cultura José Geraldo Caú. A mostra conta com trabalhos de 20 alunos da professora e artista plástica Antonia Lúcia da Motta

Pereira, utilizando técnica de óleo sobre tela e desenhos em grafite. A exposição fica em cartaz até 28 de junho podendo ser visitada de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h; sábado das 13h às 17h e domingo das 09 às 14h. A Casa de Cultura José Geraldo Caú fica localizada na Praça São Sebastião, no Centro.

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