HOMOGENEIZAÇÃO DO DIFERENTE: TURISMO E LAZER COMO CONTRIBUTIVOS EDUCADORES DA DIVERSIDADE E DA INCLUSÃO SOCIAL

July 14, 2017 | Autor: S. Mendonça Almeida | Categoria: Diversity & Inclusion, Special Educational Needs
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HOMOGENEIZAÇÃO DO DIFERENTE: TURISMO E LAZER
COMO CONTRIBUTIVOS EDUCADORES
DA DIVERSIDADE E DA INCLUSÃO SOCIAL



Autor[i]

Silvânia Mendonça Almeida Margarida[1]


Resumo




Este texto tem como objetivo levantar algumas das questões
que hoje estão sendo discutidas por todas as áreas do conhecimento, em
especial nas ciências humanas e sociais, sobre as mudanças paradigmáticas
educacionais frente à diversidade. O Brasil é o contexto espaço-social
apresentado, como uma reflexão para todas as lacunas planetárias na
educação. Problematizar-se-ão as questões levantadas pelo paradigma
dominante da não-inclusão social e tentar-se-á caracterizar o turismo como
base positiva de vivência permanente, lúdica e criadora da educação
especial, enfocando algumas implicações desse "trânsito paradigmático" para
a educação mais eficiente e feliz. Na questão da inclusão social e da
letargia da educação na diversidade brasileira os mais vitimados são os
portadores de necessidades especiais. O propósito includente do texto é
mostrar o quanto o turismo e o lazer podem proporcionar uma homogeneização
da cidadania dos portadores de necessidades especiais, a partir do algo
diferente oferecido pelo turismo e pelas atividades do lazer.


Palavras-chave: diversidade, educação especial, inclusão social, turismo,
lazer portadores de necessidades especiais.


1. INTRODUÇÃO

Nós somos todos diferentes. Isso é o que nos faz únicos e seres
humanos interessantes. Algumas diferenças são óbvias, como nossa altura. A
cor do nosso cabelo, ou o tamanho dos nossos rostos. Outros fatores não são
tão discerníveis, tais como, nossa habilidade literária ou nossa filiação
política. Claro, algumas características são mais importantes do que
outras. A maior significância é geralmente atribuída às habilidades
intelectuais, do que ao tamanho do sapato que calça nossos pés. A
intelecção se faz presente no ser humano e é aprimorada com a educação.
Mas não somos tão diferentes, quando se envolvem o lazer e o descanso, o
turismo e o deslocamento do grupo de convivência. A vontade de ser feliz,
de se declinar para o descanso e para outras atividades, fora de nosso
local de origem, após o labor diário são o propósito principal do homem,
na educação, na vida social do trabalho, na cultura, e, mesmo, na
diversidade de cada ser humano.
A diversidade se faz presente em todos os seres, em grau mais ou
menos elevado, buscando, assim, traçar características da promoção do
entretenimento, própria no ser humano.
O turismo e o lazer, dentro a dimensão de vivência humana, são
valores e bens culturais inestimáveis, intercambiadores, promovendo uma
alavancagem para o conhecimento humano. Estes criam laços de sedução,
junto às mais diversas sociedades, às mais diversas culturas e junto aos
povos do planeta, tentando agregar à evolução humana, o prazer, a
capacidade produtiva de consumo, os bens e serviços, a liberdade, a
gravitação ao universo de aspirações e fantasias, o poder de manipulação, a
satisfação e as imagens mentais de um desenvolvimento espiritual saudável.
As potencialidades de sedução são transmitidas a todo cidadão, de forma a
originar benefícios, numa visão mais holística do descanso e do
entretenimento. Tais aparatos levam o ser humano ao prestígio social e às
mais diversas experiências, oriundas de uma vontade pessoal, de se fazer
ser, na evolução humana, frente ao divertimento, ao descanso, ao ócio
produtivo, às viagens, interceptantes, ao tempo livre e ao trabalho. A
busca do tempo, realmente livre, com significado valorativo e voltado para
o descanso são de valor intrínseco. Tais atributos tornam-se uma de
filosofia de vida, determinante na conduta total do indivíduo.



2. LAZER E TURISMO: ATIVIDADES POTENCIAIS SEDUTORAS


O que leva o homem a realizar seus desejos? À satisfação de suas
necessidades? Valorizar-se e ter prestígio social? Expressar-se e
demonstrar suas disponibilidades nos grupos de convívio, ter suas
características pessoais, culturais, psicológicas e sociais? Muitas são as
respostas que podem ser vinculadas à problematização apresentada. Na
verdade, são vertentes que se observam, a cada atitude humana, de épocas
em épocas, nos acontecimentos, numa relação coletiva, de caráter
humanista, entre a vontade pessoal e as condições de realização. Ao longo
da história da humanidade, na evolução do ser e nos seus compromissos mais
tenazes, o indivíduo procura se alavancar e se vitalizar em um
desenvolvimento que sempre buscou caminhos novos, na ânsia de sinalizar o
reino humano da liberdade. A partir de um sistema referencial, com
circunstâncias várias, as atividades humanas trazem à baila de uma
discussão científica, as dimensões do ser humano e o caráter sedutor da
vida social do homem, repleta de implementos diacrônicos, com planejamentos
calcados, nos crescimentos econômico e social. A vida repleta, bem–vivida,
necessita de espaço físico (moradia, pátio, áreas comuns de lazer, áreas
verdes), vestuário e moradia, liberdade de produzir cultura, trabalho,
estudo, profissão, produzir arte, o direito de se deslocar. São
atividades de vida que assumem compromissos da criação e recriação dos
conhecimentos. A tarefa da educação se faz presente nas diferentes áreas
de aprendizagem, quais sejam: teórica, empírica e pragmática.
O turismo é uma atividade econômica representada pelo conjunto de
transações (compra e venda de bens e serviços turísticos) efetuadas entre
os agentes econômicos (os turistas; os excursionistas; as empresas
turísticas e os estabelecimentos turísticos) que está inserido no aparato
humano de forma holística, pragmática e existencial. É gerado pelo
deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da
área ou região em que tem residência fixa, por qualquer motivo, executando-
se o de exercer uma atividade remunerada no local que visita. O turismo é a
atividade que procura interpretar e explorar as potencialidades
de uma região, com o intuito de ampliar divisas com a geração de 
pólos turísticos, sobretudo, em operações que harmonizem recursos naturais
e humanos, contribuindo para a valorização e melhoria da qualidade de vida.
As atividades turísticas interagem pessoas, e, têm, portanto, a
sensibilidade para agregar valores sócio-culturais, ao criar profundas
reformulações nas sociedades contemporâneas.
Sob o ponto de vista econômico e de acordo com as considerações de
Lage e Milone (2000, p.26),




[...] hoje, é impossível limitar uma definição específica
de turismo. Sem dúvida é uma atividade socioeconômica,
pois, gera a produção de bens e serviços para o homem,
visando à satisfação de diversas necessidades básicas e
secundárias. Em se tratando de uma manifestação
voluntária, decorrente da mudança ou deslocamento humano
temporário, envolve a indispensabilidade de componentes
fundamentais como o transporte, o alojamento, a
alimentação e, depende da motivação, o entretenimento
(lazer, atrações).



Para Nelson Carvalho Marcellino[2], (1987, p. 02), o lazer



[...] é associação com experiências individuais
vivenciadas, dentro de um contexto mais abrangente que
caracteriza a sociedade de consumo, o que, muitas vezes,
implica na redução do conceito às visões parciais,
restritas aos conteúdos de determinadas atividades. Dessa
forma, para algumas pessoas, lazer é futebol, para outras
é pescaria, ou jardinagem, etc, etc. O uso indiscriminado
e impreciso da palavra, englobando conceitos diferentes e
até mesmo conflitantes, fundamenta a necessidade de
tentar precisá-lo no sentido de orientar discussões que
contribuam para o seu entendimento e significado na vida
quotidiana de todos nós. [...]
Nesse particular, podem ser destacados como
fundamentais os aspectos tempo e atitude. O lazer,
considerado como atitude, será caracterizado pelo tipo
de relação, verificada entre o sujeito e a experiência
vivida, basicamente, a satisfação provocada pela
atividade. O lazer, ligado ao aspecto tempo, considera as
atividades desenvolvidas no tempo liberado do trabalho,
ou no "tempo livre", não só das obrigações profissionais,
mas também das familiares, sociais e religiosas. Apesar
da polêmica sobre o conceito, a tendência que se
verifica, na atualidade, entre os estudiosos do lazer, é
no sentido de considerá-lo tendo em vista os dois
aspectos - tempo e atitude.
A consideração do aspecto tempo na caracterização do
lazer tem provocado uma série de mal entendidos. Um deles
diz respeito ao conceito "livre" adicionado a esse tempo.
Na realidade, considerado do ponto de vista histórico,
tempo algum pode ser visto como livre de coações ou
normas de conduta social. Talvez, fosse mais correto se
falar em tempo disponível [grifo do autor]. Mesmo assim,
permanece a questão da consideração do lazer como esfera
permitida e controlada da vida social, o que provocaria a
morte do lúdico, e a ocorrência do lazer marcada pelas
mesmas características alienantes verificadas em outras
áreas de atividade humana.





Conforme afirma em seu texto, Ubaldo Laurindo Domingos (2004,
Disponível em
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