Impacto sociológico da fumicultura em agricultores

July 5, 2017 | Autor: Roberta Romano | Categoria: Agronomy, Environmental Studies, Agrotóxicos
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VII JORNADA DE SOCIOLOGIA DA SAÚDE

Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 IMPACTO SOCIOLÓGICO DA FUMICULTURA EM AGRICULTORES* Gabriel Piovezan1 Josias do Prado1 Ketrin Ortiz Jorgensen1 Stéphanie Gomes1 Leandro Rozin2 Roberta Giraldi Romano2

RESUMO A cultura do fumo, apesar de ter impacto positivo na economia, traz diversas problemáticas em seu bojo, dentre eles os danos à saúde dos que o consomem, intensamente abordados em pesquisas, e os impactos ambientais. Apesar de não haver ampla divulgação, o fumo também pode ser danoso aos que o produzem pelo uso de agrotóxicos e até mesmo pelo contato com sua folha. Esta pesquisa de revisão integrativa objetivou evidenciar os prejuízos do tabaco para os agricultores de fumiculturas. Salienta-se o processo de plantio e colheita, os fatores envolvidos para sua eficácia e os efeitos resultantes para o meio ambiente e para o próprio agricultor. Neste artigo foi possível correlacionar o cultivo do fumo aos níveis alarmantes de depressão e suicídio, de forma a abordar aspectos biológicos, químicos e psicossociais. Palavras-chave: fumicultura, agrotóxicos, green tobacco sickness, suicídio.

INTRODUÇÃO A agricultura pode ser considerada uma das grandes responsáveis pela economia do Brasil, chegando a ser conhecida como “o celeiro do mundo”. Esta produção é sem dúvida essencial para abastecer a indústria alimentícia e outros mercados, porém a agricultura não está somente relacionada à produção de alimentos. Um exemplo desta situação é a fumicultura, a cultura do tabaco (ALMEIDA, 2005). O principal foco da plantação de fumo no Brasil encontra-se na região sul do país. No estado do Paraná, 39% dos municípios estão diretamente envolvidos com a fumicultura, no Rio Grande do Sul são 64% das cidades e em Santa Catarina 82% (ALMEIDA, 2005). A cultura do tabaco concentra-se em pequenas propriedades rurais, já que a preferência das empresas integradoras é contratar agricultores que trabalham em regime * Trabalho apresentado pelos acadêmicos do 4º período do Curso de Graduação em Biomedicina da Faculdades Pequeno Príncipe, 2013. 1 Acadêmicos do 4º período do curso de Biomedicina da Faculdades Pequeno Príncipe, 2013. 2 Orientadores da pesquisa e docentes da Faculdades Pequeno Príncipe.

Curitiba –08 de novembro de 2013

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 familiar e tenham pouca terra para lavrar, devido à preferência por famílias mais suscetíveis ao discurso da rentabilidade por hectare do fumo, superior frente às culturas de alimentos (ALMEIDA, 2005). Em média, a renda bruta das famílias por ano é de R$ 9.300,00. A produção do fumo gera um custo de aproximadamente 73% do valor total da renda, ou seja, R$ 6.789,00, restando apenas R$ 2.511,00 por família ao ano. Cada família produtora de fumo é composta por uma média de 3 pessoas. Se o valor restante for dividido por cada pessoa, e posteriormente por doze, a renda por trabalhador será de R$ 69,75 ao mês (ALMEIDA, 2005). A renda das famílias envolvidas no cultivo do tabaco, de fato, não lhes confere grande autonomia financeira, impedindo-os de pagar pela mão-de-obra requerida nas épocas de safra, já que é uma atividade não mecanizada. Inclusive crianças pertencentes às famílias fumicultoras acabam por ajudar nas plantações, por mais que frequentem a escola, convertendo o trabalho em prioridade (ALMEIDA, 2005). O processo inicia-se quando o pequeno agricultor é procurado pelos orientadores das indústrias, firma contrato de compra e venda de tabaco em folha, em que não há qualquer possibilidade de negociação entre as partes, apenas restando especificar o tipo de fumo, o tamanho da área onde será feito o plantio, a variedade de semente, a estimativa de pés que serão cultivados, os quilos de tabaco a serem entregues para as fumageiras (SOUZA CRUZ, 2002). A empresa integradora compromete-se a comprar do agricultor a totalidade da produção de fumo cultivada, ato chamado de “garantia de mercado”, ou seja, o compromisso do fumicultor vender, dentro do prazo, única e integralmente à empresa sua produção de fumo em folha, nos limites da estimativa contratual (ALMEIDA, 2005). Se o agricultor produz acima da estimativa, a empresa compra até o limite de 5% a mais do que o previsto no contrato. Se o agricultor produz abaixo, a empresa não compra e arresta a produção para notabilizar o débito referente ao pacote tecnológico. É uma medida para evitar a comercialização livre do tabaco com as demais empresas (ALMEIDA, 2005). Esta situação acaba realizando uma reserva de mercado, favorecendo a formação do “cartel do tabaco” e o controle do processo de endividamento dos agricultores, necessário para a previsibilidade e segurança dos contratos de exportação firmados com o mercado internacional (ALMEIDA, 2005).

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 MÉTODO Considerando a ampla divulgação dos danos à saúde em fumantes e fumantes passivos e menor divulgação dos danos em fumicultores, configurou-se a seguinte questão norteadora deste trabalho: quais são os prejuízos do fumo para a saúde dos trabalhadores de fumiculturas? O método utilizado é de revisão integrativa da literatura, que reúne e contempla o conhecimento científico produzido, por meio da análise dos resultados já evidenciados nos estudos que receberam tratamento científico. As buscas abrangeram todas as publicações que continham as palavras-chave: fumicultura, agrotóxicos, green tobacco sickness. A pesquisa foi realizada na base eletrônica de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) que contempla artigos da base de dados, onde foram encontrados 33 artigos que abordavam a temática. Após a leitura na íntegra, foram selecionados 18 artigos por apresentar a especificidade dos dados propostos para esta pesquisa, que possibilitaram responder a questão norteadora. Como critérios de inclusão, artigos publicados em português e inglês foram utilizados, entre os anos de 1996 e 2013, completos e que respondessem a questão da pesquisa. Como critério de exclusão, artigos que não estivessem disponíveis on-line, sem textos completos, além dos que não apresentavam dados relacionados e coerência com o tema proposto.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

PROCESSOS DA PRODUÇÃO DE FUMO A cadeia produtiva do fumo, com enfoque em seu plantio, tem início com a fase de Canteiros, que atualmente é substituída pela utilização do sistema Float, de acordo com informações disponibilizadas em 2011 pela Souza Cruz. Esta tem continuidade com a fase de Lavoura, seguida da fase de Capação e finalmente, no que concerne ao plantio, se encerra com a fase da Colheita. Inicialmente, a muda é gerada através da semente por um sistema chamado Float. Neste sistema, as sementes são colocadas em bandejas flutuantes, feitas de isopor ou plástico, que possuem diversas divisões, em que cada divisão suporta apenas uma semente. Um composto formado por terra enriquecida com nutrientes, chamado de substrato, é acrescentado a estas bandejas. As bandejas contendo as mudas são submetidas à ação da água ao serem

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 submersas em um tanque de aproximadamente 5 cm de profundidade. O processo de semeadura ocorre entre os meses de julho e setembro. Primeiramente, o agrotóxico da classe inseticida, denominado Evidence, é aplicado, que possui função de combater um tipo de pulgão proeminente nesta fase do plantio. Após cerca de 10 dias, é acrescentado adubo diluído em água. Cerca de 20 dias após o início do processo, as sementes germinam. Ao transcorrer aproximadamente 30 dias, é aplicado um processo, chamado repique, que consiste na distribuição adequada de mudas ao longo das divisões da bandeja, acomodando uma unidade em cada divisão. Após o repique, é empregado o segundo agrotóxico, o Ridomil Gold MZ, que tem a finalidade de evitar a deterioração das raízes. O terceiro agrotóxico a ser aplicado é o Confidor Supra, que é empregado no controle de alguns tipos de pragas. (BIANCO; GOULART, 2007) A fase de lavoura tem início com o transplante das mudas para a lavoura definitiva. A terra é preparada preliminarmente ao transplante, com a aplicação do agrotóxico Gamit 360 CS, que evitará o crescimento de ervas-daninhas. A muda é transplantada para passar a se desenvolver na terra. Se surgirem larvas no miolo desta planta, será aplicado o Nomolt 150 para extingui-las. No caso de aparecimento de insetos, como a vaquinha amarela e verde, é aplicado o Talstar 100 EC. Com o progresso do crescimento da planta, há o desenvolvimento de uma flor no talo central. As flores devem ser desbastadas, caracterizando a fase de capação, e após o corte o agrotóxico Primeplus BR deve ser aplicado para evitar a formação de novos brotos. Normalmente, o broto cresce em todas as plantas, porém seu crescimento é contido, já que ele propicia a ocorrência de folhas delgadas, e a grossura da folha é fator de classificação de preços (BIANCO; GOULART, 2007). O processo seguinte é a colheita, que tem início ao final de dois meses, coincidindo com os meses de dezembro a março. A cada semana, são colhidas três folhas de cada planta, sempre da parte inferior para a superior, pois as inferiores são as primeiras a entrarem em maturação, ou seja, apresentam a cor amarelada nas extremidades. Assim que colhida, é acondicionada em uma estufa para iniciar o processo chamado de cura, onde sofrerá perda de água, mudança de cor e alterações bioquímicas, que contribuirão para o sabor específico de cada marca de cigarro. A estufa contém um aquecedor de grande porte, alimentado por lenha, e também ventiladores, de modo que um equilíbrio da temperatura do ar circulante seja mantido; a folha deve permanecer nestas condições por cerca de 7 a 8 dias. A temperatura da sala pode atingir meados de 70°C, dependendo do estágio em que a folha se encontra. Ela não

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 poderá ficar com excesso de água, nem escassez, para a posterior industrialização. Após o processo de cura ocorre a separação das folhas do tabaco conforme cor e tamanho, etapa onde se concentra o trabalho de mulheres e crianças, e comercialização à empresa. É importante ressaltar que cada planta de fumo resultará em vários tipos de fumo, desde o fumo de qualidade inferior até o de qualidade superior. As folhas da parte inferior do pé corresponderão ao fumo de menor qualidade, enquanto as folhas da parte superior do pé, as últimas a serem colhidas, serão as de melhor qualidade, devido ao seu aroma pronunciado e seu tamanho e grossura proeminentes (SILVA, 2011 e ALMEIDA, 2005).

AGROTÓXICOS NA FUMICULTURA E O MEIO AMBIENTE Os agrotóxicos podem ser definidos como produtos de natureza química, fisica ou biológica, cuja finalidade é destruir qualquer tipo de praga que atrapalhe o processo de culturas agrícolas. Podem ser classificados de acordo com a estrutura química, atuação no organismo alvo e efeitos que podem ser causados à saúde humana. Em relação à ação no organismo alvo ou à natureza da praga combatida, os agrotóxicos podem ser diferenciados em inseticidas, fungicidas, herbicidas, acaricidas, nematicidas, rodenticidas e/ou raticidas, entre outros (SAVOY, 2011). Para a cultura do tabaco, é permitida a comercialização de 65 agroquímicos, dentre eles inseticidas, fungicidas e herbicidas (SILVA, 2011). A plantação de fumo necessita de quantidades significativas de agrotóxicos para a devida proteção contra pestes. De acordo com Falk et al., (1996), a quantidade habitual de agrotóxicos usada varia entre 50 a 60 Kg por hectare, podendo ter esses valores alterados em consequência de muitas pragas ou da variação climática, possibilitando um aumento considerável da quantia destes produtos. Na fumicultura, são usados cerca de 7 tipos de agrotóxicos diferentes, cujas classificações variam de perigoso ao meio ambiente até altamente perigoso ao meio ambiente. Tais agrotóxicos oferecem riscos a espécies de animais aquáticos, a contaminação de mananciais de água e até mesmo a população, sendo alguns deles proibidos de serem aplicados durante o vento ou próximos a vilarejos ou casas (SEAB, 2013). Os agrotóxicos, após serem aplicados, podem sofrer ações de microrganismos degradadores (SILVA; MELO; FAY, 2004). Porém, além da degradação dos organismos, não há nenhum tipo de produto que o elimine do solo e, além disso, não há nenhum tipo de

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 controle do quanto é aplicado na terra e o quanto ainda ali permanece, ou seja, não há controle da decomposição destes no meio ambiente (ETGES, 2002). Em estudo de caso, foram testadas amostras de água coletadas em três municípios, em que a muda era apenas preparada, não ocorrendo a plantação em terra. Destas coletas, cerca de 15% estavam com nível de toxicidade ao organismo Daphnia magna, já comumente utilizado em bioensaios. O fato de as amostras terem sido coletadas nos meses de novembro a fevereiro, cerca de 4 a 7 meses após o transplante das mudas de fumo, e ainda assim apresentarem tal nível, evidencia a toxicidade persistente no sistema (ETGES, 2002). Para que a deterioração dos agrotóxicos por microrganismos possa ocorrer, vários fatores influenciam diretamente no processo, como parâmetros do solo e climáticos, entre eles umidade do solo, temperatura e pH (SILVA; MELO; FAY, 2004). Os microrganismos degradadores de agrotóxicos são, na maioria dos casos, bactérias, abrangendo vários tipos fisiológicos, como os aeróbios, anaeróbios (fermentativos, metanogênicos, redutores de enxofre), quimiolitotróficos e organismos fotossintéticos. A degradação dos agroquímicos gera resíduos que poderão ser mineralizados por apenas um microrganismo ou por vários. A maior parte destes microrganismos se encontra na fina camada de água que fica ao redor das partículas do solo (SILVA; MELO; FAY, 2004). O crescimento microbiano está diretamente relacionado à concentração de substrato, quanto maior a quantidade de microrganismos, mais rápida será a velocidade de biodegradação dos compostos (SILVA; MELO; FAY, 2004).

TOXICIDADE DOS AGROTÓXICOS NO ORGANISMO A maior parte dos agrotóxicos pertence a três grupos químicos: organofosforados, carbamatos e piretróides (SILVA, 2011). Os fatores de risco de uma substância química dependem da exposição e toxicidade. A toxicidade dos agroquímicos é avaliada por diversos âmbitos, contendo normas e critérios rígidos que são definidos por órgãos oficiais. Para que as avaliações possam ser concluídas, estudos importantes devem feitos, dentre eles a DL50 e CL50. A DL50 é caracterizada pela dose letal responsável pela exterminação de 50% dos animais submetidos ao experimento, e a CL50 é a concentração letal. Nos estudos

são feitos a DL50 oral aguda, DL50 dérmica

aguda, CL50 inalatória, irritabilidade ocular, irritabilidade dérmica e sensibilização dérmica (SILVA, 2011).

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 Classe

Classificação

I

Extremamente tóxico (DL50 menor que 50 mg/kg de peso vivo) Altamente tóxico (DL50 de 50 mg a 500 mg/kg de peso vivo) Medianamente tóxico (DL50 de 500 mg a 5.000 mg/kg de peso vivo) Pouco tóxico (DL50 maior que 5.000 mg/kg de peso vivo)

II

III

IV

Cor da faixa no rótulo da embalagem Vermelho vivo

Amarelo intenso

Azul intenso

Verde intenso

QUADRO 1. CLASSES TOXICOLÓGICAS DOS AGROTÓXICOS COM BASE NA DL50. Fonte: EMBRAPA, 2006

A classificação toxicológica não está relacionada com a exposição a longo prazo, tampouco com a segurança do ambiente. A classificação é exclusiva aos trabalhadores que manuseiam o produto em uma única exposição, e isso serve como medida de segurança para quem trabalha na produção, na embalagem, no armazenamento, no transporte e na aplicação (SILVA, 2011). A absorção dos agrotóxicos pelo organismo depende da solubilidade destes compostos nos tecidos. Os organofosforados (OF) são compostos orgânicos derivados do ácido fosfórico, tiofosfórico ou ditiofosfórico (SAVOY, 2011). Os sinais clínicos de intoxicação causados pelos organofosforados aparecerão de maneira mais rápida através da inalação do produto, com os primeiros sintomas se manifestando em poucos minutos, enquanto que pela ingestão oral ou exposição dérmica pode haver um aparecimento tardio dos sintomas (CALDAS, 2000). A distribuição pelos tecidos após a absorção dos organofosforados ocorre rapidamente, com os compostos lipofílicos, podendo alcançar altas concentrações no tecido nervoso e em outros tecidos ricos em lipídeos. Nos mamíferos ocorre o processo de biotransformação, que consiste na alteração da conformidade química de substâncias exógenas, podendo induzir ou inibir a atividade enzimática. No organismo, a biotransformação dos organofosforados acontece de maneira rápida, aumentando a detoxificação dos compostos.

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 A toxicidade destes compostos está diretamente ligada à biotransformação e depende da relação entre ativação e inativação. As principais reações de biotransformação dos OF podem ser a dessulfuração, oxidação do grupo tioéter e a oxidação dos substitutos alifáticos. A dessulfuração compreende a transformação da ligação P=S em P=O, resultando em um aumento considerável da toxicidade do inseticida. A oxidação do grupo tioéter resulta na formação de compostos mais ativos, no entanto estes são de menor grau, assim como a oxidação dos substitutos alifáticos, que mesmo de menor grau, possuem sua toxicidade aumentada. A eliminação destes compostos ocorre principalmente através da urina e das fezes. Pode ser, no entanto, liberado pela via biliar, onde ocorre a circulação entero-hepática, prolongando a sintomatologia (CALDAS, 2000). Os carbamatos são compostos que apresentam a estrutura do ácido N-metilcarbâmico (SAVOY, 2011). No caso deste composto, a exposição dérmica se agrava quando o organismo se encontra em temperatura ambiente elevada. A absorção dos carbamatos pelo organismo pode ocorrer através das vias oral, respiratória e cutânea. A via de intoxicação de maior incidência é a dérmica, seguida pela via respiratória como a segunda mais comum (CALDAS, 2000). A maioria dos carbamatos não causa sintomatologia no sistema nervoso central, porém quando a sintomatologia é perceptível, é sinal de extrema gravidade. Na biotransformação dos carbamatos, as reações que ocorrem podem ser as seguintes: hidrólise; hidroxilação metil ligado ao nitrogênio formando compostos com menor grau de toxicidade; hidroxilação do anel aromático com formação de produtos com intensidade toxicológica variável,

podendo ser menos ou mais

tóxicos. Assim

como

nos

organofosforados, a eliminação ocorre pela urina e fezes (CALDAS, 2000). Após contato esporádico de xenobióticos com seres vivos, ocorrem alterações no sistema imunológico que possuem grande influência na incidência de processos toxicológicos crônicos. Estes agentes químicos, ao alterar a integridade do sistema imune, podem desencadear um quadro imunossupressor, o que torna o hospedeiro mais suscetível a processos patológicos tais como infecção, doenças autoimunes e indução de tumores carcinogênicos. (FERNANDES, 1997) Conforme exposto, a exposição do agricultor ao agrotóxico é constante. A utilização dos agroquímicos, a maneira como são aplicados, e como são feitos os cuidados na cultura ao

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 longo do ano são fatores determinantes para a exposição dos agricultores e suas respectivas famílias a estes compostos, tornando o cultivo um ciclo de longa duração (SILVA, 2011). Para evitar contaminações, a indústria fornece o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), porém a desqualificação de grande parte dos fumicultores na aplicação dos produtos e a não utilização correta dos EPIs aumenta o risco de intoxicação. Segundo Silva et al., (2011), 31% dos fumicultores utilizam botas, 14% máscaras, 9% luvas e apenas 10% fazem o uso completo do EPI.

EFEITOS NEUROCOMPORTAMENTAIS PROVOCADOS POR AGROTÓXICOS Os organofosforados afetam diretamente o sistema nervoso central e, portanto, são considerados os mais tóxicos. Um dos principais efeitos dos organofosforados sobre o organismo é a depressão, que compromete a qualidade de vida gerando pensamentos de desesperança e incapacidade que podem culminar em atitudes suicidas (CORREA E BARRETO, 2006). Segundo Corrêa e Barrero (2006), a relação entre suicídio e depressão é próxima, a ponto de ser considerada um sintoma ou uma consequência desta patologia. A depressão afeta a mente e modifica a maneira de como a pessoa enxerga o mundo a sua volta, como manifesta e interpreta suas emoções. De acordo com Vieira et al. (2008) a depressão afeta o organismo como um todo sem distinção entre o psíquico, o social e o físico. Os sintomas relacionados com o suicídio são o decréscimo da autoestima e a sensação de incapacidade da resolução de problemas. De acordo com Falk et al., estudos realizados em 1996 demonstram que os agrotóxicos organofosforados provocam efeitos neurocomportamentais. Eles apresentam-se em muitos casos como efeitos crônicos sobre o sistema nervoso central, especialmente do tipo neurocomportamental, como insônia ou sono perturbado, ansiedade, retardo de reações, dificuldade de concentração e uma variedade de sequelas psiquiátricas, como apatia, irritabilidade, depressão, esquizofrenia. Emílio Astolfi, médico argentino, divulgou na década de 60 uma possível relação do uso de agrotóxicos organofosforados na região do Chaco (região fumicultora na Argentina), com o número acentuado de suicídios entre os agricultores (FALK et al., 1996). A intensa carga de trabalho e a baixa remuneração, somando-se às preocupações em concluir a colheita a tempo dentro das especificações do contrato com a indústria, juntamente

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 com os danos que podem ser causados pela intoxicação dos agroquímicos, principalmente os neurocomportamentais, são fatores agravantes que contribuem para o suicídio. Na pequena cidade de Venâncio Aires-RS, que possui economia baseada na fumicultura, é relatado que até a década de 90 eram usados 60 kg de agrotóxicos para o cultivo do fumo. Entretanto no ano de 1995, devido à forte seca que atingiu a região, a quantidade usada de agrotóxicos passou de 60 kg para aproximadamente 100 kg por hectare. O índice de suicídios, que já era alto, quase duplicou chegando ao índice de 37,22 para cada 100 mil habitantes; destas mortes, 60% ocorreram na área rural, tornando Venâncio Aires a cidade com uma das maiores taxas de suicídios do mundo (FALK et al., 1996). Outro estudo destacado por FALK et al. (1996), realizado na Universidade de Iowa com agricultores expostos aos organofosforados, demonstrou que a intoxicação resulta em substanciais disfunções do sistema nervoso central, incluindo ataxia, tremores, vertigens, convulsões, coma, ansiedade, confusão, irritabilidade, depressão, falhas de memória e dificuldade de concentração. Grande parte destes efeitos neurocomportamentais ocorre devido ao acúmulo de acetilcolina nas sinapses nervosas. Para que ocorra uma sinapse, é necessária a liberação de algum neurotransmissor, como a acetilcolina, que é difundida na fenda sináptica ligando-se a um receptor colinérgico. A acetilcolina liga-se a receptores na membrana da célula póssináptica permitindo que os íons possam fluir para dentro desta célula (TURINI, 2013). Os organofosforados são inibidores da enzima acetilcolinesterase, enzima responsável pela hidrólise da acetilcolina. Na ausência de hidrólise, a acetilcolina se acumula na fenda sináptica, interferindo em próximas sinapses. O acúmulo desta, além de ser tóxico para o sistema nervoso central, provoca hiperestimulação colinérgica. Estudos experimentais e relatos de casos humanos têm demonstrado que várias funções cerebrais superiores, incluindo a memória, podem ser afetadas, tanto por lesões químicas do cérebro, como pelo bloqueio da transmissão colinérgica (FALK et al., 1996).

DOENÇA DA FOLHA VERDE A doença da folha verde do tabaco, em inglês Green Tobacco Sickness, chamada também de GTS, é causada pela absorção da nicotina pela pele (OLIVEIRA et al., 2010). A nicotina, por ser solúvel em água, é facilmente absorvida pela pele quando trabalhadores lidam com a folha do tabaco que possui umidade da chuva em sua superfície, ou

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 que entra em contato com a umidade da transpiração. A nicotina, então, passa diretamente para a corrente sanguínea e é distribuída através do corpo, inclusive para o encéfalo (MCBRIDE et al., 1998). Esta doença é mais comum em agricultores que trabalham na época da colheita do tabaco, que lidam diretamente com a folha da planta madura (OLIVEIRA et al., 2010), já que colhem a folha manualmente e carregam a folha recém-cortada com a seiva escorrendo em suas roupas e ao longo de sua pele. Além disso, o desgaste causado pelo atrito ou um possível corte, ao lidar manualmente com o tabaco, pode agravar a possibilidade de ocorrência da doença (MCBRIDE et al., 1998). Seus principais sintomas são náusea, vômitos, tontura, fraqueza e cefaleia (OLIVEIRA et al., 2010). Outros sintomas incluem visão turva, dispneia, palidez, cólicas abdominais, tremores, calafrios, diarreia, irritação na pele, oscilação na pressão sanguínea, aumento da frequência cardíaca, aumento da transpiração, aumento da salivação e desmaios. Muito semelhantes aos sintomas de exaustão por calor ou de intoxicação por agrotóxicos, e também aos de intoxicação por nicotina em fumantes novatos (MCBRIDE et al., 1998). Os sintomas, característicos de infecção aguda, podem se apresentar uma hora após a exposição da pele à folha, geralmente se apresentando de 3 a 17 horas após a exposição, e permanecem de 12 a 48 horas, podendo chegar a 3 dias, normalmente não consistindo em casos crônicos (MCBRIDE et al., 1998). Esta doença foi verificada em vários países antes do Brasil, como EUA, Índia, Japão, Malásia e Itália. Sendo reportada no Brasil apenas em 2007, por mais que o Brasil seja o segundo maior produtor de tabaco do mundo (OLIVEIRA et al., 2010). Isto ocorre devido à dificuldade em reportar casos de GTS, já que raramente os afetados procuram atendimento e a divulgação é restrita (MCBRIDE et al., 1998). A prevalência também é associada a famílias localizadas em regiões específicas, onde há grande número de pequenos produtores e pouca mecanização, em que os fumicultores fazem o processo de colheita manualmente. Observa-se suscetibilidade de algumas pessoas à doença, já que foram reportadas 12 recorrências em 8 semanas por alguns trabalhadores. Com base nestes dados, é possível que seja associado à recorrência de GTS um aumento no risco de doenças cardiovasculares, cânceres ou outras doenças (MCBRIDE et al., 1998). Há maior incidência da GTS em não-fumantes em comparação a fumantes, o que ocorre devido à menor absorção dérmica da nicotina em fumantes, já que estes apresentam

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 vasoconstrição pelo consumo do tabaco, além de maior tolerância à nicotina pela adaptação metabólica que ocorre com o consumo do tabaco. Isto é conhecido como taquifilaxia, em que a administração de baixas doses de determinada toxina faz com que o organismo desenvolva maior proteção contra doses elevadas repentinas da mesma toxina. Porém a GTS pode ser observada quando o fumante é exposto a elevadas doses repentinamente (OLIVEIRA et al., 2010). Portanto, assim como na aplicação dos agrotóxicos, durante a colheita é indicado o uso de EPIs, tais como luvas, roupas apropriadas para que a pele seja exposta o mínimo possível, o cuidado com a exposição excessiva ao calor, evitando trabalhar em dias quentes e úmidos, e a lavagem constante das mãos ao longo do trabalho, assim como a higienização corporal após o trabalho. Evitar o manuseio de folhas úmidas ou o uso de roupas úmidas, sempre as trocando quando contiverem seiva do tabaco, também é importante (OLIVEIRA et al., 2010) (MCBRIDE et al., 1998). Há necessidade de conscientização dos fumicultores a partir de campanhas informativas acerca da GTS e formas de prevenção, com incentivo à utilização de EPIs, mostrando a importância dos mesmos, já que se sabe que estes geralmente não são utilizados devido ao desconforto que provocam (MCBRIDE et al., 1998). É necessário o encontro de uma forma economicamente viável e sustentável para as pessoas que se mantêm da plantação de tabaco, forma esta, que se constitua em uma alternativa concedida pelo poder público que venha a ser menos nociva à saúde dos trabalhadores (OLIVEIRA et al., 2010).

CONSIDERAÇÕES FINAIS A plantação do tabaco exige diversos cuidados, que não são necessários em outras plantações, devido à sensibilidade da planta a variações climáticas e suas próprias mudanças estruturais. Isto faz com que uma quantidade absurda de agrotóxicos seja necessária, visando a qualidade do produto e a economia de um modo geral. Entretanto, não foi percebida a exposição excessiva do agricultor frente ao agrotóxico e a contaminação pela própria folha através da absorção da nicotina pela pele. Tal exposição deveria ser resolvida apenas com o uso dos EPI’s segundo os rótulos, porém, na prática é inviável. Os EPI’s, mesmo se usados corretamente, não evitam completamente a contaminação do agricultor, o que é exemplificado quando o agrotóxico está

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 sendo aplicado e, apesar do rótulo orientar a não aplicação em tempo climático com vento, dificilmente o agricultor interromperá frente a uma eventual mudança de tempo. Este evento pode acontecer em qualquer agricultura, mas dada a alta quantidade de agrotóxico usada nesta agricultura o risco torna-se maior. Além disso, nas demais agriculturas, o agricultor não é contaminado pela planta, o que ocorre na cultura do tabaco. Conforme identificado na pesquisa, grande parte dos agricultores possui escolaridade baixa, o que potencializa os riscos por não conseguirem interpretar corretamente o rótulo ou manuais. Esta situação, aliada ao desconhecimento do potencial de risco da folha do tabaco, também contribui para que não utilizem os EPI’s, fato justificado pela inviabilidade de colher folhas rasteiras sob um sol de 40 graus, com o corpo curvado, usando máscara, capa e luva. No decorrer deste trabalho, observou-se que a indústria de agrotóxicos considera suficiente a quantidade de EPI’s indicada e que apenas o fato de o agricultor utilizá-los previne qualquer contaminação. Em resumo: se houver contaminação, a responsabilidade é do agricultor, que não usou o EPI corretamente. Não há uma fiscalização do uso dos equipamentos por parte do produtor do agrotóxico, além deste eximir-se da responsabilidade dos efeitos do componente em relação ao homem e ao meio ambiente – agrotóxicos são persistentes no ambiente, podendo permanecer por muitos anos no solo e serem carreados para os rios. O uso de agrotóxicos também tem sido associado ao número de suicídios de fumicultores. Venâncio Aires-RS, a cidade com maior numero de suicídios no Brasil também é a cidade que mais planta fumo, sendo a responsável por grande parte da exportação do produto. Os índices são altíssimos se comparados a outras cidades que também plantam fumo, mas em menor escala. Um dos responsáveis por isso podem ser os organofosforados, que atingem o sistema nervoso central, levando à depressão. Além disso, a qualidade de vida dos agricultores é especialmente comprometida na época da colheita, devido ao processo de cura das folhas ser constante e depender de lenha a cada duas horas para que a sala da cura permaneça em temperaturas altas. Isto faz com que durmam muito pouco e de forma fracionada. A depressão aliada à baixa qualidade de vida são fatores que podem resultar no elevado número de suicídios na região. Por fim, salienta-se que o fumo não pode ser tratado como um problema apenas para quem o consome, mas que em nossa sociedade representa um risco a todos, desde o agricultor, o meio ambiente, o fumante passivo e o ativo. Há que se aprofundar as pesquisas

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Saúde como objeto do conhecimento: história e cultura ISSN: 1982-5544 referentes aos impactos desta cultura e de seu consumo, com vistas a minimizar seus danos à saúde humana e ao planeta.

REFERÊNCIAS

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