Impactos das desigualdades de classe e de gênero no acesso ao mercado de trabalho entre mulheres jovens de Belo Horizonte

June 2, 2017 | Autor: Alessandra Chacham | Categoria: Gender Studies, Work and Labour, Youth, Social Inequality
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Impactos das desigualdades de classe e de gênero no acesso ao mercado de trabalho entre mulheres jovens de Belo Horizonte1 Alessandra Sampaio Chacham Magda de Almeida Neves Juliana Gonzaga Jayme

1 Introdução Este artigo objetiva analisar como as desigualdades de classe e de gênero afetam a inserção laboral de mulheres jovens, moradoras de bairros e favelas da região Centro-Sul, em Belo Horizonte, capital do Estado de Minas Gerais. De acordo com o censo de 2010, Belo Horizonte possui cerca de 2.400 mil habitantes e é dividida em nove regionais administrativas (Barreiro, Centro-Sul, Leste, Nordeste, Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova). A região Centro-Sul, foco deste trabalho, localiza-se em área planejada da cidade. Se por um lado apresenta o menor índice de vulnerabilidade social, por outro é uma região que concentra grande desigualdade, conforme Nahas (2002) e Andrade, Jayme e Almeida (2004), já que nela se encontram os bairros nobres da cidade, mas também grande concentração de aglomerados e favelas2. A pesquisa “Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida de mulheres jovens das camadas médias e populares na cidade de Belo Horizonte” 3 (2008) consistiu-se, inicialmente, em um levantamento tipo survey, no qual foram entrevistadas 292 mulheres jovens e adolescentes, entre 15 e 24 anos, residentes em bairros da região Centro-Sul da cidade, e 356 mulheres da mesma faixa etária, moradoras em favelas da mesma regional. A pesquisa objetivou analisar o impacto da desigualdade de gênero sobre a autonomia e a capacidade de tomar decisões da mulher jovem em diferentes esferas de sua vida. Mais 1

Este trabalho é resultado de pesquisa financiada pelo CNPq, pelo Fundo de Incentivo à Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e pelo Observatório da America Latina da Universidade de Miami. 2 As principais são: Aglomerado da Serra (Marçola, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Fátima, Novo São Lucas, Santana do Cafezal); Aglomerado Barragem Santa Lúcia (Estrela, Santa Lúcia, Santa Rita de Cássia, também conhecido como Morro do Papagaio); Pindura Saia; Acaba Mundo; Vila FUMEC; Vila Monte São José. 3 Pesquisa financiada pelo CNPq, Edital 045/2005, Relações de Gênero, mulheres e feminismos.

especificamente, discutir como essa desigualdade de gênero, atuando em diferentes dimensões na trajetória de vida de uma jovem, impacta seu acesso ao mercado de trabalho formal e/ou a sua educação. Para tanto, construiu-se indicadores que permitiram analisar como as diferentes dimensões da autonomia (da sexualidade, do gênero, nas esferas doméstica e financeira) interagem entre as jovens moradoras de favelas/aglomerados e as residentes em bairros de classe média de Belo Horizonte. A fase qualitativa da investigação foi iniciada após o término da pesquisa survey, na qual, seguindo os princípios da triangulação das técnicas de pesquisa, os resultados dos dados quantitativos foram utilizados para a elaboração dos roteiros de entrevistas e formação de grupos focais, de modo a aprofundar a análise dos resultados. Nessa etapa foram compostos 10 grupos focais, reunindo entre cinco e doze meninas cada. Os grupos foram divididos por idade − 15 a 19 e 20 a 24 anos; local de residência − bairro ou favela; estado civil/maternidade − solteiras sem filhos, solteiras com filhos, casadas sem filhos, casadas com filhos (entendendo como casadas também aquelas que vivem em união estável) e as entrevistas tiveram em média duas horas de duração. Para a realização dos grupos focais, foram contatadas as meninas que responderam ao questionário.

2 Gênero e desigualdade no mundo do trabalho Gênero é aqui entendido como uma construção cultural que permite refletir sobre o fato de que as diferenças entre os sexos são produzidas e possuem historicidade, variando de acordo com contextos sociais. O conceito de gênero expõe as assimetrias e as hierarquias dentro das relações entre homens e mulheres ao incorporar a dimensão do poder, conforme Scott (1991). Historicamente, a disparidade no acesso ao poder entre homens e mulheres nas várias esferas da vida social traz como consequência uma situação de maior subordinação das mulheres, tanto no âmbito público quanto no privado. Por outro lado, preocupa-se aqui em pensar o gênero a partir de uma perspectiva relacional, atentando tanto para a relação entre masculino e feminino, como para as diferenças nas constituições de masculinidades e feminilidades, de acordo com outras formas de distinção social, tais como raça, classe, etnicidade, orientação sexual. Nosso objetivo é, sem esquecer que em nossa sociedade há uma assimetria histórica entre homens e mulheres, atentar para o fato de que, como afirma Moore (1994), mesmo que as distinções sejam percebidas categoricamente, sua vivência é relacional. Assim, os discursos de gênero sempre

atravessam outras relações sociais, como podemos observar nas situações vivenciadas pelas mulheres dentro do mundo do trabalho. Fortes desigualdades de gênero persistem nessa esfera, muito devido ao grande contingente feminino concentrado nas atividades de serviço precarizadas, recebendo remunerações mais baixas, principalmente no âmbito do trabalho doméstico. Esse tem sido historicamente entendido como um trabalho “natural” das mulheres e, como a aprendizagem ocorre na família, soma-se a essa naturalização a desvalorização dos processos de aquisição de competências que ocorrem fora das instituições formais. Desta maneira, o trabalho doméstico é marcado pela invisibilidade e subvalorização. De acordo com as Notas da OIT: O Trabalho Doméstico Remunerado na América Latina e Caribe (2001), o trabalho doméstico é caracterizado por situações de precariedade, baixa proteção social, condições inadequadas de trabalho, baixos salários e informalidade. No Brasil a presença de mulheres negras nesse segmento do mercado de trabalho é marcante, o que o caracteriza como uma atividade onde a discriminação de gênero e raça contribui para perpetuar as desigualdades enfrentadas pelas mulheres, principalmente pelas mulheres negras, de acordo com Neves (2011). Em 2008, o trabalho doméstico representava 15,8% do total das ocupações femininas. Entre os trabalhadores domésticos, 93,6% são mulheres e, dessas, 61% são negras. Só 26,8% possuem carteira de trabalho assinada e entre as trabalhadoras negras o percentual é menor, 24%. Apenas 30,4% contribuem para o Instituto Nacional de Seguridade Social, conforme as Notas da OIT (2011). Outras transformações no mundo do trabalho no contexto contemporâneo, especialmente a partir dos anos 1980-90, com o processo de reestruturação produtiva, resultaram em posições ainda mais precarizadas para as mulheres, notadamente para as jovens. O impacto da precarização do trabalho nos arranjos familiares pode ser observado na diminuição de postos ocupados por chefes de família; no aumento da proporção de mulheres ocupadas, sejam cônjuges ou chefes de família, ainda que na sua maioria em postos de trabalho precários; e na diminuição da participação dos filhos maiores de 18 anos em atividades laborais. No entanto, o desnível entre os salários recebidos por homens e mulheres vem diminuindo, mais à custa da precarização das condições de trabalho dos homens do que da inserção efetiva das mulheres, consoante Neves (2000); Sorj (200); Montali (2006) e Hirata (2009). Outra consequência da alteração dos padrões de ocupação é a diminuição da participação dos jovens na força de trabalho ocupada, com significativo aumento de desemprego na faixa etária de 15 a 24 anos, fenômeno observado por estudos realizados em

diversas regiões do país, segundo Montali (2006) e Oliveira, Neves e Jayme (2008), e que atinge ambos os sexos, apesar de afetar as mulheres jovens com maior intensidade. Por um lado, esse fenômeno reflete maior investimento do jovem na educação, já que, concomitante ao processo de precarização, existe uma crescente demanda por maior qualificação dos trabalhadores. Por outro lado, a necessidade de um processo de escolarização cada vez mais longo, associada à rápida obsolescência das habilidades adquiridas e a importância das redes de sociabilidade na renovação das oportunidades no mercado de trabalho, faz com que o impacto da transformação e da precarização do trabalho afete muito mais intensamente os jovens dos estratos socioeconômicos de menor renda, com acesso insatisfatório à escolarização e à qualificação profissional, reforçando assim padrões de desigualdade social. Seguindo essas considerações, o foco deste trabalho na condição de inserção profissional da mulher jovem é justificado por sua particular vulnerabilidade aos processos contemporâneos de flexibilização e precarização do trabalho. Some-se a isso sua maior vulnerabilidade às desigualdades de gênero, que aumentam o impacto de eventos nas esferas sexuais e reprodutivas, afetando-a particularmente nessa fase da vida. É indiscutível que a juventude é um período no qual ocorrem várias transições importantes, tanto relativas às questões

profissionais,

quanto

afetivas

e

sexuais.

Principalmente

nos

estratos

socioeconômicos de menor renda e socialmente mais vulneráveis, outras transições importantes são frequentes, de acordo com Heilborn (2006). Ligado ao início da vida sexual, não é incomum a gravidez, o primeiro filho, a primeira união e a formação de família própria. Em muitos casos, há a interrupção da carreira escolar, ligada ou não à gravidez. Esses eventos têm estreita relação com a posição subordinada da mulher na sociedade e podem trazer grande impacto nas trajetórias profissionais dessas jovens, conforme Chacham et al. (2007). Por exemplo, em uma pesquisa com jovens de 18 a 24, moradoras de quatro grandes centros urbanos, observou-se uma associação inversa da ocorrência de gravidez na adolescência com a inserção no mercado de trabalho, sendo o evento mais freqüente entre as que não estavam trabalhando por ocasião da entrevista e as com menor escolaridade, afirma Aquino et al. (2003). Com o nascimento de um filho antes dos 20 anos, parte das moças parou os estudos temporária (25,0%) ou definitivamente (17,3%). Contudo, 42,1% das jovens já se encontravam fora da escola quando engravidaram. Aquino et al. (2003), observa que em contextos fortemente marcados por desigualdades de gênero e classe social, a maternidade se apresenta não apenas como "destino", mas como fonte de reconhecimento social para as jovens mulheres, que desprovidas de projetos educacionais e profissionais, seguem as expectativas tradicionais em relação aos papéis de gênero. Contudo, é importante frisar que

não se subscreve aqui a perspectiva de que toda gravidez na adolescência seja, por definição, não planejada e/ou indesejada, ou um problema de ordem médica ou social. É interessante observar que muitas meninas afirmaram, nas discussões nos grupos focais, que engravidaram e tiveram o primeiro filho porque quiseram4. Poliana, por exemplo, que teve filho com 16 anos, diz que engravidou “porque já tinha casado mesmo”. Joana, com 21 anos, disse que engravidou porque “depois que você é mãe você amadurece mais, você toma mais responsabilidade”. Por fim, vale citar a fala de Karina, 22 anos, residente em uma favela:

É, porque, na verdade, quando eu engravidei da Lina, eu já morava com o pai dela [...]. Porque eu tive uma primeira gravidez com ele, eu perdi um neném de sete meses. Aí, assim que eu engravidei a gente foi morar juntos. Perdi, passei um tempo com ele e depois a gente... combinou de engravidar, mas apesar que eu estava muito nova na época, com quatorze anos [...].

Contudo, do mesmo modo que a incidência de gravidez varia entre classes sociais, sem dúvida a experiência da maternidade precoce e suas consequências também são vividas de maneiras distintas por jovens de diferentes classes, conforme Aquino et al. (2006). Nas camadas mais pobres da população, a maternidade na adolescência tende a ter consequências na vida escolar e profissional da jovem, segundo Chacham et al. (2012), mesmo que a gravidez tenha sido planejada ou desejada, e seja resultado de um projeto de vida possível e/ou a única alternativa de reconhecimento e valorização social.

3 Desigualdades de classe e inserção profissional Os dados acerca do perfil socioeconômico e das características da inserção das adolescentes e jovens no mercado de trabalho são apresentados na TABELA 1. As jovens entrevistadas, apesar de residirem na mesma região da cidade (Centro-Sul), apresentaram uma caracterização socioeconômica bastante heterogênea quando se compara as moradoras dos bairros com as moradoras das favelas.

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É claro que muitas disseram que não planejaram o filho, que engravidaram “sem querer”, ou porque “aconteceu”.

TABELA 1 Características sociodemográficas e da participação na força de trabalho de adolescentes e mulheres jovens residentes em favelas e bairros da região Centro-Sul. Belo Horizonte – 2008 Algumas características Adolescentes (15-19 anos) Jovens (20-24 anos) sociodemográficas e da Favela Bairro Favela Bairro participação na força de (n=206) (n=136) p-valor* (n=150) (n=156) p-valor* trabalho % % % % Renda mensal Até 1 SM De 1 a 2 SM De 2 a 5 SM De 5 a 20 SM Mais de 20 SM Escolaridade Até 5ª ano De 6ª à 9ª ano Ensino médio incompleto Ensino médio completo Superior incompleto ou completo Está estudando Sim Exerce trabalho pago no momento Sim Porque não está trabalhando? Desempregada Procurando 1º emprego Estudante e não trabalha Nunca trabalhou Cuida dos filhos/casa/grávida Outro

16,0 41,5 40,5 2,0 0,0

0,0 0,0 5,5 55,6 38,9

0,0000

15,5 34,5 42,6 7,4 0,0

0,0 2,0 5,2 57,0 35,8

0,0000

2,9 61,2 28,6 7,3 0,0

0,0 12,5 38,2 44,2 5,1

0,0000

8,7 39,3 14,7 34,0 3,3

0,0 1,9 2,6 25,0 70,5

0,0000

66,0

98,5

0,0000

11,3

82,7

0,0000

25,2

14,0

0,0080

49,3

50,6

0,4540

13,5 18,8 44,2 9,2 9,3 6,6

1,7 6,0 84,5 3,4 0,0 3,5

0,0000

50,0 5,3 5,3 3,9 28,9 6,6

22,1 9,1 62,3 1,3 1,3 3,9

0,0000

Tipo de atividade que exerce no momento Trabalhadores de nível superior 19,0 1,4 0,0 Trabalhadores dos serviços, 0,0 administrativos, comércio e 29,8 19,1 atendentes 48,1 42,1 Prestadores de serviços 3,8 5,3 16,2 23,1 especializados Trabalhadores manuais ou 0,0 0,0000 6,8 7,6 0,0 0,0010 serviços não especializados 0,0 0,0 33,8 9,6 Trabalhadores domésticos 4,1 7,6 15,8 Artistas ou similares 0,0 1,4 50,6 36,8 Estagiários do ensino superior 1,9 0,0 6,8 9,6 0,0 Estagiários de nível médio ou agentes comunitários Vínculo empregatício Empregada c/ carteira assinada 38,5 21,1 54,0 29,1 Empregada s/ carteira assinada 30,8 10,5 25,7 6,3 Autônoma/profissional liberal 13,5 26,4 0,0890 16,3 12,7 0,0000 Estagiária/aprendiz/outros 17,3 42,1 2,7 51,9 Renda média mensal (em 283,4 485,8 362,9 753,8 reais) Fonte: Pesquisa Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida de mulheres jovens das camadas médias e populares da cidade de Belo Horizonte, 2008. *Correlações significativas para p-valor menor que 0,05.

Nas favelas, a renda domiciliar mensal de mais de 60% das residências ficou concentrada entre um a três salários mínimos5 (renda média de R$863,00), o que denota condições materiais bastante insatisfatórias, tendo em vista ter sido encontrada média de seis a sete moradores por domicílio. Nos bairros, a maioria das respondentes declarou renda familiar mensal de vinte salários mínimos, em média. Como o número médio de moradores por domicílio nos grupos focais foi de quatro, a renda per capita mensal foi de R$1.900,00, revelando o abismo econômico entre as adolescentes e jovens moradoras dos bairros e as das favelas. Entre as residentes das favelas, uma grande proporção das jovens se declarou parda e preta (86%), enquanto a maioria das jovens de classe média se declarou branca. Esse dado é outro forte indicativo do nível de desigualdade social (69%). A segregação racial que ocorre nas favelas brasileiras reflete a correlação entre pobreza e questão racial, com a grande maioria da população negra vivendo abaixo da linha da pobreza. Em relação à escolaridade, os resultados indicam que o segundo grau é o limite da escolarização das jovens moradoras das favelas, ou seja, elas não conseguem acessar o ensino superior. Entre as adolescentes de 15 a 16 anos, 32% das moradoras dos bairros já possuíam segundo grau completo e 17,5% já estavam na universidade; entre as adolescentes da mesma faixa etária, moradoras das favelas, apenas 9% possuíam o segundo grau completo e nenhuma estava na universidade. Entre as jovens de 20 a 24 anos, residentes nos bairros, 70% estava cursando ou já tinha completado um curso superior, enquanto apenas 3% das jovens residentes em favelas estavam na universidade. A maioria absoluta (98%) das adolescentes da classe média, entre 15 e 19 anos, estava estudando, enquanto mais de 30% das adolescentes residentes em favelas já haviam interrompido os estudos. Entre elas, 34% haviam parado por ter engravidado e/ou para cuidarem dos filhos. Contudo, uma proporção quase idêntica (29%) parou porque não gostava de estudar, dado que sugere uma qualidade deficiente do ensino oferecido na região. Com relação à inserção das entrevistadas no mercado de trabalho, observa-se que as moradoras das favelas ingressam precocemente no mercado. Assim, 25% das adolescentes, entre 15 e 19 anos, moradoras das favelas, já exerciam algum trabalho remunerado, contra 14% das adolescentes na mesma faixa etária, moradoras dos bairros. A proporção de jovens de 20 a 24 anos exercendo atividade remunerada entre as moradoras dos bairros e as

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O salário mínimo de referência era de R$380,00 entre abril de 2007 e março de 2008.

residentes nas favelas era a mesma, entretanto, as atividades exercidas e as remunerações eram substancialmente diferentes. Entre as moradoras dos bairros o rendimento médio mensal foi de R$700,00 e predominaram as seguintes categorias profissionais: estagiárias do ensino superior (47,4%), trabalhadoras de serviços administrativos, comércio e atendentes (19,9%) e trabalhadoras de nível superior (15,5%). Entre as moradoras das favelas o rendimento médio mensal foi de R$330,00 – menos da metade do que receberam as moradoras dos bairros – com predominância das seguintes categorias: trabalhadoras de serviços administrativos, comércio e atendentes (56,3%); trabalhadoras domésticas (23,8%) e prestadoras de serviços não especializados (9,5%). Observa-se, claramente, uma concentração das jovens residentes em favelas em empregos no setor de serviços de baixa qualificação, caracterizados por baixo salários, baixa estabilidade no emprego e poucas chances de ascensão profissional. Considerando que 34% das jovens entre 20 e 24 anos residentes em favelas já tinha completado o segundo grau, isso evidencia a limitação desse diploma em promover uma inclusão mais qualificada no mercado de trabalho. Entre as jovens de classe média, somente entre as mais novas predominava a atividade no setor comercial, sendo substituída, a partir dos 20 anos, por estágios de nível superior e⁄ou profissões que o exigem. Entre as que não estavam trabalhando, o número de jovens desempregadas e procurando o primeiro emprego era muito superior entre as residentes em favelas. A grande maioria das adolescentes residentes nos bairros de classe média não trabalhava por se dedicarem exclusivamente ao estudo, assim como um grande número das jovens entre 20 e 24 anos. Apesar de um número significativo de adolescentes residentes em favelas declarar que só estudava (54%), essa proporção é bem menor do que entre as adolescentes e jovens de classe média (76%). Entre as jovens de 20 e 24 anos, residentes em favelas, quase 30% não estudavam por já terem filhos e/ou serem donas de casa em tempo integral. Em relação ao vínculo empregatício, as chances das jovens das favelas terem a Carteira de Trabalho assinada eram maiores, mas isso reflete mais o tipo trabalho no qual estão inseridas – comerciárias, atendentes de call center e domésticas, do que uma situação realmente estável. Em grandes cidades, a probabilidade de empregadas do setor de serviços e domésticas terem sua Carteira assinada é bem maior. Em contraste, o predomínio de estagiárias de nível superior entre as jovens de classe média, que impossibilita a assinatura da Carteira de Trabalho, sinaliza uma inserção profissional mais qualificada no futuro e a possibilidade de construção de uma carreira.

4 Escolaridade, acesso ao mercado de trabalho e a gravidez na adolescência No Brasil, enquanto as proporções de gravidez na adolescência nos estratos mais altos têm os mesmos níveis dos encontrados em países desenvolvidos, os níveis dos estratos mais pobres, por outro lado, assemelham-se aos de países bem menos desenvolvidos, conforme detectado por Aquino et al. (2006) e Bassi (2008). Em nossa pesquisa, observou-se que entre as moradoras dos bairros apenas 3,4% declararam ter ficado grávida alguma vez, sendo que apenas 1,4% ficaram grávidas antes dos 20 anos. Já entre as moradoras das favelas, 57% já ficaram grávidas pelo menos uma vez, sendo que entre essas, 80% tiveram a primeira gravidez antes dos 20 anos, conforme Chacham et al. (2012). A partir da análise dos dados apurados, constatou-se a existência de uma correlação significativa entre a experiência da gravidez na adolescência com os níveis de escolaridade das jovens e da qualidade de sua inserção profissional, como pode ser observado na TABELA 2. Dada a maior prevalência da gravidez na adolescência entre as jovens de baixa renda, uma análise dessa relação se torna essencial para a compreensão dos impactos das desigualdades de classe e de gênero no acesso ao mercado de trabalho das mulheres jovens, especialmente as de baixa renda. Entre as moradoras das favelas que vivenciaram a gravidez na adolescência (antes dos 19 anos) estavam as jovens com os níveis de escolaridade mais baixos (em média apenas com o ensino fundamental completo) e as que não estavam estudando nem trabalhando. Entre as que foram mães adolescentes e estavam trabalhando, a atividade mais comum era o trabalho doméstico, atividade exercida por 35% delas, comparando com um percentual de 24% para todas as outras (as que nunca engravidaram ou as que engravidaram após os 18 anos). Esses dados indicam que as jovens que foram mães adolescentes correm um risco maior de inserção precária no mercado de trabalho e não apresentam perspectiva de melhoria futura, dada a baixa escolaridade. Não é de se admirar que quando perguntadas sobre seus projetos para o futuro, elas contemplem a independência financeira e não a carreira ou os estudos. Já entre as moradoras das favelas que nunca fizeram sexo estão as adolescentes mais novas e, em decorrência disso, a maioria delas ainda estava estudando e não exercia atividade remunerada à época da pesquisa. Contudo, tanto entre as jovens desse grupo quanto entre as que já fizeram sexo e não engravidaram, quando perguntávamos sobre os planos para o futuro, a maioria respondia que pretendia continuar estudando, além de trabalhar. Entre as moradoras das favelas que tiveram sexo e não engravidaram quase 40% ainda estava estudando e entre as que trabalhavam predominavam as que exerciam serviços

administrativos, comercial e como atendentes, ou seja, uma inserção profissional um pouco mais qualificada do que as das jovens que engravidaram na adolescência.

TABELA 2 Prevalência de gravidez antes dos 19 anos entre mulheres jovens residentes em favelas e bairros da região Centro-Sul segundo características selecionadas- Belo Horizonte – 2008 Moradoras de favelas Moradoras de bairros Características (n=356) (n=292) sociodemográficas e de N. abs. % p-valor* N. abs. % p-valor* inserção profissional Renda mensal 0 0,0 Até 1 SM 55 45,5 De 1 a 2 SM 134 26,1 3 33,3 6,7 0,0001 De 2 a 5 SM 144 24,3 0,0110 15 De 5 a 20 SM 15 13,3 156 0,6 Mais de 20 SM 0 0,0 103 1,9 Escolaridade 57,9 0 0,0 Até 5ª série 19 De 6ª à 8ª série 185 31,9 0,0010 20 0,0 56 0,0 0,5040 Ensino médio incompleto 81 16,0 Ensino médio completo 66 19,7 99 3,0 20,0 117 1,7 Superior incompleto ou 5 completo Está estudando 153 12,4 0,0100 263 1,5 0,0000 Sim Está ou já foi casada/unida Sim 110 60,0 0,0001 9 11,1 0,1460 Não 246 12,6 283 1,4 Trabalho pago Sim 126 31,7 0,6670 98 1,0 0,1720 Não 230 24,8 194 2,1 Porque não está trabalhando? Desempregada 59 30,5 20 16,7 Procurando 1º emprego 33 12,1 14 7,1 Estudante e não trabalha 72 8,3 0,0000 146 1,4 0,0000 Nunca trabalhou 18 10,5 5 0,0 Cuida dos filhos/casa/grávida 37 50,1 1 0,0 Outro 11 36,4 7 0,0 Atividade remunerada que exerce no momento 0,0 15 1 0,0 Trabalhadores de nível superior Trabalhadores dos serviços 20 0,0 45 15,6 administrativos, comércio e atendentes 0,0 7 41,7 Prestadores de serviços 26 0,0940 0,2230 especializados Trabalhadores manuais ou 0,0 3 50,0 serviços não especializados 12 0 0,0 46,7 30 Trabalhadores domésticos 0,0 6 0 0,0 Artistas ou similares 2,1 47 0,0 Estagiários do ensino superior 2 0 0,0 30,0 10 Estagiários de nível médio ou agentes comunitários Vínculo empregatício 60 42,5 27 0,0 Empregada c/ carteira assinada Empregada s/ carteira assinada 35 32,5 0,0190 7 0,0 0,0340 Autônoma/profissional liberal 19 17,5 14 2,0 Estagiária/ Aprendiz/Outros 12 7,5 50 0,0 Fonte: Pesquisa “Autonomia e vulnerabilidade na trajetória de vida de mulheres jovens das camadas médias e populares da cidade de Belo Horizonte”, 2008. *Correlações significativas para p-valor menor que 0,05.

Porém, quando analisamos os dados das jovens de classe média em relação à experiência da gravidez com a sua escolarização e inserção no mercado de trabalho, as evidências encontradas apontaram para uma experiência quase oposta às das jovens residentes em favelas. Para as jovens de classe média, as consequências de uma gravidez na adolescência foram muito menos perceptíveis. De maneira geral, a experiência de uma gravidez antes dos 19 anos não afetou negativamente a escolarização dessas jovens e nem sua inserção profissional, apesar de ter sido observada uma relação negativa entre a renda e a proporção de gravidezes nesse grupo. Contudo, a análise dos dados também permitiu constatar que existe uma correlação entre a prevalência da gravidez na adolescência e a exposição à violência de gênero, que se mostrou significativa independente do local de moradia. Entre as entrevistadas que já tinham vida sexual ativa, fossem elas jovens residentes em favelas ou em bairros de classe média, a experiência de uma gravidez na adolescência foi mais provável entre as que se relacionaram com parceiros autoritários e/ou violentos, parceiros que, alguma vez, as haviam proibido de usar determinados tipos de roupa e/ou de manter certas amizades e, até mesmo, que já as haviam agredido física e sexualmente (dados não amostrados). No entanto, do mesmo modo que a prevalência da gravidez varia enormemente entre as classes sociais e que fatores semelhantes condicionem a probabilidade de uma jovem passar por essa experiência, ficou claro em nossas pesquisas que suas consequências são vividas de maneiras distintas pelas jovens de diferentes classes sociais. Nas falas das meninas participantes dos grupos focais das camadas médias é notável essa diferença. Elas não pensam na possibilidade de terem filhos ou de se casarem, antes, a reflexão se dá em torno do desejo, ou não, de ter um namoro firme, já que focam, sobretudo, na carreira:

Minha prioridade é minha carreira. Se vier um cara, ótimo. Mas se falar: “Você tá sem tempo pra mim”, um beijo e um abraço. Esse ano, assim, foi um ano que eu tirei pra dedicar à minha vida mais profissionalmente. (Vânia, 21 anos, residente em bairros de classe média).

Eu termino agora a faculdade e, então, assim, esse ano passou muito rápido e até chegar o final do ano vai passar mais rápido ainda. Então, eu tô bem focada nisso, que é terminar a faculdade e já entrar pro

mestrado e não dar bobeira. Então, o que eu quero é isso. (Letícia, 20 anos, residente em bairro de classe média).

Nas camadas mais pobres da população, a maternidade na adolescência tende a ter consequências mais negativas para a vida escolar e profissional da jovem, seja o nascimento de uma criança planejado, apenas aceito, o resultado de um projeto de vida possível ou a única alternativa de reconhecimento e valorização social. Em outras palavras, tais consequências ocorrem independente de uma decisão, seja ela antes ou depois da gravidez, de ter a criança e, eventualmente, formar uma nova família. Neste sentido, projetos pessoais podem ser obliterados, interrompidos ou readequados à nova realidade vivida pelas jovens:

Parei de estudar porque eu engravidei, também por isso que eu parei. Aí depois eu não voltei mais não. Aí eu to querendo voltar de novo, formar de uma vez já que eu parei no primeiro [...]. (Maíra, residente em uma favela, 19 anos, solteira com filho).

[...] eu estudei até o segundo e parei porque eu estava grávida e também porque aumentou meu horário de trabalho. Eu trabalhava das 10 às 19 horas da noite. Eu achava que ficava muito corrido pra sair pro colégio, aí vou voltar ano que vem quando o bebê tiver maior e puder ficar com alguém... dar continuidade aos estudos e fazer cursinhos. (Geórgia, residente em uma favela, 18 anos, casada, grávida).

Entretanto, é importante observar que mesmo sem filhos, o nível de escolarização das meninas das favelas raramente ultrapassa o segundo grau, situação inversa nos bairros. Das jovens participantes dos grupos focais, entre mães e não mães, apenas uma moradora da favela cursava uma graduação e todas, entre 20 e 24 anos, residentes em bairros, estavam na faculdade ou formadas e aquelas, entre 15 e 19 anos, estavam na faculdade ou no segundo grau. Nessa faixa etária, inclusive, poucas meninas trabalham e quando o fazem é, muitas vezes, no período de férias escolares. Muitas da faixa etária superior trabalham como estagiárias. As moradoras das favelas, por outro lado, em geral trabalham como domésticas, manicures, caixa de supermercado, office girls, com sonho de se tornarem operadoras de telemarketing. Mas muitas estavam desempregadas no momento da pesquisa. Vale a pena

enfatizar aqui a diferença de significado do que seja desemprego entre os grupos de bairros e os das favelas. Para as jovens dos bairros várias vezes estar sem emprego significa não estar trabalhando, para ficar de férias, para descansar ou para aproveitar melhor a escola.

No momento eu tô passando dois meses, como, que eu tô de férias da faculdade, passando dois meses como gerente da empresa da minha mãe. (Sara, moradora de bairro, 18 anos, solteira sem filho).

Eu comecei a trabalhar com dezenove. Eu entrei na faculdade aí eu comecei a fazer estágio, aí fiz estágio num monte de lugar, mas agora que eu tô só na escola. A escola ainda é um estágio. (Manuela, moradora de bairro, 23 anos, solteira, sem filho).

5 Algumas considerações finais Os resultados indicam uma associação significativa da desigualdade de classe e de gênero com o acesso a escolarização e ao mercado de trabalho. Ao estudarmos moradoras de bairros e favelas de uma mesma região da cidade de Belo Horizonte, foi possível visualizar claramente o abismo que separa essas jovens no que tange ao acesso aos estudos e ao mercado de trabalho. Assim como o impacto que essa realidade exerce sobre a reprodução dos papéis tradicionais de gênero que mantêm as adolescentes e jovens das favelas no espaço doméstico, onde a maternidade se apresenta quase como o único projeto de futuro possível e legítimo. Aliado ao acesso ainda precário a escolarização, essas questões colocam o trabalho doméstico como o grande nicho de mercado para essas jovens. Já entre as adolescentes moradoras dos bairros, mesmo que permaneça um discurso ainda conservador em alguns aspectos, a alta escolaridade, a possibilidade de construir carreira profissional e o acesso a um mercado de trabalho mais diversificado, de maior status social e mais bem remunerado, indicam uma vivência menos tradicional dos papéis de gênero, mais dirigida para a carreira do que para a família. A gravidez, quando é um projeto de vida, é para mais tarde. Contudo, é importante lembrar que o impacto da desigualdade de gênero mensurada aqui pelos indicadores de autonomia, afeta as jovens de ambas as classes, no sentido de que o estabelecimento de parcerias com homens autoritários e que controlam de alguma forma o comportamento das jovens aumenta, nos dois grupos estudados, as chances de uma gravidez

na adolescência. O que afeta, por sua vez, entre as jovens de classe mais baixa, residentes em favelas, suas oportunidades de estudo e sua inserção no mercado de trabalho de maneira mais perversa e permanente. Um último ponto a ressaltar é que os resultados também deixaram claro que existe a necessidade de se avaliar melhor a relação entre escolaridade e profissionalização no caso de mulheres jovens de baixa renda, que parece estar longe de ser linear, como preconizam os modelos tradicionais de análise da desigualdade social. O relativo melhor acesso ao segundo grau não se traduz em inserção profissional das jovens moradoras de favelas. A ausência de políticas públicas voltadas para esse segmento da população que não estejam focadas na saúde reprodutiva também reflete a falta de entendimento sobre essa realidade. Neste sentido, urge se pensar políticas públicas que possibilitem às jovens moradoras das favelas acessarem o ensino superior ou técnico de qualidade, para que o mercado de trabalho possa ser ampliado e diversificado, e a remuneração possa ser maior. Esse parece ser um caminho de superação de relações de gênero opressivas e violentas. Programas públicos que visem impactar essa realidade devem também ser avaliados sob essa perspectiva.

REFERÊNCIAS

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Alessandra Sampaio Chacham Formação acadêmica: graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1989), mestrado em Sociologia - California State University (1991) e doutorado em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1999) Afiliação institucional atual: professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (professora adjunta III da PUC Minas) E-mail: [email protected]

Magda de Almeida Neves Formação acadêmica: graduação em Serviço Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1968), mestrado em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (1983) e doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (1991) e bolsa sanduíche no GEDISST/IRESCO-Paris. Afiliação institucional atual: Professora aposentada do Departamento de Ciência Política da UFMG. Professora do Programa de Pós Graduação em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Coordenadora do grupo de pesquisa /CNPQTrabalho e Cidade E-mail:

Juliana Gonzaga Jayme Formação acadêmica: graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (1990), mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (1996) e doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (2001) Afiliação institucional atual: professora e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais e dos cursos de Serviço Social e Publicidade e Propaganda da PUC Minas E-mail: [email protected]

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