Implantação de sítios temporários de mucuna-preta (Stilozobium aterrimum), em área de impacto, como fonte alternativa de forragem para cervos-do-pantanal (Blastocerus dichotomus (Illiger, 1815)(Mammalia, cervidae).

August 1, 2017 | Autor: Hernani Ramos | Categoria: Cervidae
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IMPLANTAÇÃO DE SÍTIOS TEMPORÁRIOS DE MUCUNA-PRETA (Stilozobium aterrimum), EM ÁREA DE IMPACTO, COMO FONTE ALTERNATIVA DE FORRAGEM PARA CERVOS-DO-PANTANAL Blastocerus dichotomus (ILLIGER, 1815) (MAMMALIA,CERVIDAE). Marcos Rogério Soares Lemes1, 2*, Artur Andriolo1,3, Ubiratan Piovezan1,4,5, Hermógenes Aparecido Torres1; Hernani Gomes da Cunha Ramos1, 6,**, Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa1, 7 e José Maurício Barbanti Duarte1, 7. 1-Projeto Cervídeos Brasileiros; 2-Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Comportamento Animal/UFJF; 3-Departamento de Zoologia, ICB/UFJF; 4-EMBRAPA/Pantanal - CPAP; 5-Programa de Pós-Graduação em Ecologia/UNB; 6-Programa de Pós-Graduação em Reprodução Animal, UNESP/Jaboticabal; 7-Departamento de Zootecnia, FCAV/UNESP/ Jaboticabal. *Bolsista CAPES; **Bolsista CNPq FOTOS: PROJETO CERVÍDEOS BRASILEIROS

1. INTRODUÇÃO

Fonte: Site biota e ufscar

Praticamente restringida a fragmentos de várzea isolados, a última população de cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus), do Estado de São Paulo,residente na bacia do Paraná, encontra-se bastante reduzida e com grande probabilidade de extinção (Andriolo et al, 2001).Dentre essas áreas, a região próxima a foz do rio do Peixe, afluente do rio Paraná foi uma das mais afetadas, pela segunda cota de enchimento (257m), do reservatório da Usina Hidrelétrica "Sérgio Motta", provocando a redução dos recursos alimentares e o aumento da mortalidade da população de cervos no local (Piovezan, 2001). Os objetivos do trabalho foram oferecer uma fonte alternativa de alimento e avaliar a aceitação da forragem pelos cervos e a influência dos sítios de mucuna no padrão de atividade dos animais.

FIG.1 - Localização dos sítios de Mucuna-Preta, próxima ao reservatório da Usina “Sérgio Motta” adjacente ao leito do rio do Peixe (vermelho). A direita localização da região, no Estado de São Paulo. FOTO: PROJETO CERVÍDEOS BRASILEIROS.

FIG. 2 - 1) Sítio de alimentação; 2) Mucuna-preta com 4 meses, após o plantio; 3) Pegada de cervo- dopantanal; 5) Forrageamento da Folha da Mucuna, no detalhe.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Médias Visitas

Freqüência de visitas de cervos nos sítios de mucuna-

2,18 1,10

preta

Antes do plantio 1,29 1,47

4,5

Depois do plantio

1ª coleta: As 8:00h do dia seguinte, correspondendo às visitas feitas durante a noite pelos animais, coletavam-se os dados de pegadas, consumo de mucuna e qualquer sinal adicional a respeito da presença destes animais no local, que era limpo novamente. 2ª coleta: As 19:00h, do mesmo dia, eram realizadas novas coletas de pegadas representando as ocorrências diurnas. Foram definidas 10 fases de quinze dias para as análises a contar do dia do gradeamento do solo, relacionando as vistas com o ato de alimentação. Para as análises foram realizados os cálculos das médias diárias e utilizou-se a correlação de Spearman entre as vistas e o ato de comer aplicada após o plantio da mucuna. Análise de variância com teste F foi utilizado para verificação da variação das visitas ao longo do estudo, como para comparação entre os períodos (noite e dia).

2,55 1,01

3,0

Durante a noite

2,5

1,55 1,10

2,0 1,5 1,0

o

Foram implantados quatro sítios de 1ha cada, circundados por um aceiro (2m de largura), distantes aproximadamente 200m, nomeados de A a D. Realizaram-se as coletas de pegadas a cada três dias, durante os meses de outubro de 2001 a fevereiro de 2002, na área de reserva legal (177,75ha), município de Caiuá-SP (21º34’28”S e 51º55’04”W). No dia precedente à coleta, o local era visitado as 19:00h quando qualquer sinal de pegada era apagada.

3,5

Planti

2. MATERIAL E MÉTODOS

Média de animais / dia

4,0

Durante o dia 0,75 0,44

0,5

Forrageou

0,0 1 Visitas

2

3 Forrageou

4

5 Não Forrageou Fases

6

7

8

Durante a noite

9

10

Durante o dia

1,27 1,10 Não Forrageou 0,68 0,47

Quadro 1. Freqüência média de visitas e forrageamento, por cervos nos sítios de mucuna, antes e após o plantio, observado em dois períodos do dia.

4. CONCLUSÕES • As visitas ocasionais ocorridas antes do plantio devem-se provavelmente à passagem dos animas. • O cervo visitou os sítios de mucuna como fonte de alimento. • A suplementação com mucuna pode ser considerada como uma fonte emergêncial viável para a sobrevivência dos cervos. • Com a critica situação populacional do cervo na área da bacia do Paraná, restrita a áreas fragmentadas e com populações mínimas, os planejamentos de estratégias preventivas são fundamentais para a sobrevivência da espécie na região.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRIOLO A, PIOVEZAN U, DA COSTA MJRP, LAAKE J & DUARTE JMB (2001) Estimativa aérea de abundância e distribuição do cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) na bacia do rio Paraná, entre as barragens de Porto Primavera e Jupiá em avaliações pré e pós-enchimento da primeira cota da UHE-Sérgio Mota. In: Duarte JMB (2001) O cervo-do-pantanal de Porto Primavera: resultado de dois anos de pesquisa. Cd-Rom.FUNEP. Jaboticabal. PIOVEZAN U, JACOB AA, ANDRIOLO A, PARANHOS DA COSTA MJR E DUARTE JMB (2001) Estudo preliminar dos efeitos da inundação provocada pela UHE Sérgio Mota (Porto Primavera) na sobrevivência e na definição de áreas de moradia do Cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus) nas proximidades da foz do rio do Peixe, Estado de São Paulo, Brasil. In: Duarte JMB (2001) O cervo-do-pantanal de Porto Primavera: resultado de dois anos de pesquisa. Cd-Rom, FUNEP, Jaboticabal.

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