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Implantação de um clube de ciências em uma escola estadual de J aboticabal, SP
Bruna Carolina Mouro Natiane Bonani Lopes de Castro Thaís Gimenez da Silva Augusto Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP campus de Jaboticabal
[email protected] Apoio: Núcleo de Ensino Pr óReitoria de Gr aduação UNESP FUNDUNESP
Resumo Descrevese e analisase a implantação de um clube de Ciências em uma escola estadual de Jaboticabal por licenciandas do curso de Ciências Biológicas sob supervisão de uma docente da Universidade. O projeto teve como objetivo possibilitar que os estudantes do ensino fundamental desenvolvessem competências e habilidades específicas através da realização de atividades práticas dentro do laboratório escolar, promovendo a formação tanto dos estudantes como das futuras docentes. As licenciandas puderam ter maior contato com a instituição escolar e experienciar a função docente em algumas das suas dimensões, como o planejamento e elaboração de estratégias de ensino inovadoras. Introdução A pouca eficácia do ensino tradicional nas escolas faz com que a formação das crianças e adolescentes seja fragmentada e limitada (BORGES, 2002). De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), a escola e os professores devem promover em sala de aula o questionamento, o debate, a investigação, fazendo com que os alunos construam conhecimentos científicos a partir da visão histórica e cultural internalizando o saber prático e superando as insuficiências do ensino passivo, fundamentado na memorização e sem a criação de qualquer significado para o aluno. Em pesquisa realizada sobre as estratégias de ensino utilizadas por professores de Ciências e Biologia de JaboticabalSP, constatamos que predominam as aulas expositivas e a resolução de questionários “em detrimento da problematização dos conteúdos, das discussões ou de outras práticas que levem o aluno a se tornar o centro do processo educativo como preconiza os currículos oficiais” (AUGUSTO; OLIVEIRA, 2008, p. 3). Em conversas com professores de Ciências de uma escola pública estadual, estes nos pediram auxílio para revitalizar o laboratório de Ciências. Esta instituição tem um bom 198 Re v is ta a d d a S BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er r o 0 3. . O Ou ut tu ub br r o d e 2 20 01 10 0. . R ev i st a SB o 03 o de
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laboratório porque foi escola técnica no passado, contudo nos últimos anos o espaço estava desativado. Atualmente são reconhecidas na literatura sobre ensino de ciências diversas funções das aulas práticas desde despertar o interesse do aluno, realizar trabalho em grupo e desenvolver conceitos e habilidades. Entretanto, algumas aulas práticas direcionam os alunos a encontrar respostas certas reduzindose a uma atividade simplesmente manual, ao invés de estimular o raciocínio para o desenvolvimento de problemas (KRASILCHIK, 2008). Para que haja aprendizado e envolvimento do aluno com a situação proposta é importante saber formular os problemas e instruir com as informações adequadas. Os procedimentos das aulas no laboratório devem permitir que o aluno desenvolva competências como analisar cada etapa realizada para adequála ou corrigila, a fim de construir o conhecimento. Ademais, é necessário que sejam exploradas atividades que têm sido excluídos do ensino, como documentação, organização, comparação dos dados, argumentação, verificação e revisão de textos escritos. As atividades práticas não podem se limitar apenas a manipulação de objetos de laboratório, mas sim estabelecer um espaço de reflexão, construção e desenvolvimento de idéias, de atitudes e de procedimentos (BRASIL, 1998). Valorizar o cotidiano do aluno em meio a uma atividade experimental em laboratório também possibilita um trabalho mais efetivo. O estudante traz consigo experiências cotidianas e observações da realidade as quais supostamente são questionadas por eles e muitas vezes, não são debatidas e inseridas no ensino formal (RAMOS e ROSA, 2008). Diante do exposto, desenvolveuse um projeto que teve como objetivo implantar um clube de Ciências na referida escola estadual utilizando, principalmente, o espaço do laboratório. As atividades com alunos do ensino fundamental foram desenvolvidas por licenciandas em Ciências Biológicas da UNESP, supervisionadas por uma docente da Universidade, buscando assim promover a formação de todos os envolvidos através da elaboração de estratégias de ensino inovadoras, como as preconizadas pelos PCN. O desenvolvimento de atividades de ensino em condições reais é muito importante para a formação dos licenciandos que podem experienciar a função docente em algumas das suas dimensões, como o planejamento de aulas práticas, elaboração de estratégias de ensino inovadoras e o relacionamento com alunos reais sob a supervisão do docente universitário. 199 Re v is ta a d d a S BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er r o 0 3. . O Ou ut tu ub br r o d e 2 20 01 10 0. . R ev i st a SB o 03 o de
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Objetivo Descrever e analisar o processo de implantação de um Clube de Ciências em uma escola estadual de Jaboticabal por licenciandas do curso de Ciências Biológicas sob supervisão de uma docente do referido curso.
Desenvolvimento O projeto “Clube de Ciências” teve como objetivo possibilitar que os estudantes do ensino fundamental de uma escola pública desenvolvessem competências e habilidades específicas, através da realização de atividades práticas no laboratório escolar, sob orientação de licenciandas do curso de Ciências Biológicas, promovendo a formação tanto dos estudantes como das futuras docentes. Consistiu em encontros semanais de uma hora e meia durante quatro meses em uma escola estadual do município de Jaboticabal/SP. Os encontros ocorreram em horário oposto ao período das aulas regulares. Inicialmente fomos até a escola para verificar se o laboratório estava em boas condições de uso e quais materiais estavam disponíveis, a fim de reativálo. A partir disso, fizemos um levantamento dos alunos das oitavas séries que gostariam de participar e quais conteúdos na área das Ciências Naturais eles teriam maior interesse em desenvolver no laboratório. A seguir descrevemos sucintamente apenas algumas das atividades desenvolvidas, em função do espaço limitado deste artigo.
Primeiro Encontro O primeiro encontro iniciouse com uma apresentação do projeto “Clube de Ciências” e o objetivo do mesmo, como os encontros seriam realizados e a importância da participação dos estudantes nas discussões e na realização das atividades. Distribuímos o termo de consentimento livre e esclarecido aos estudantes para que o responsável permitisse sua participação. Em seguida, os estudantes e as licenciandas (responsáveis pelo desenvolvimento do projeto na escola) se apresentaram expondo suas expectativas sobre o projeto. Finalizando a primeira parte, um contrato de grupo foi estabelecido. Foram elaboradas, conjuntamente 200 Re v is ta a d d a S BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er r o 0 3. . O Ou ut tu ub br r o d e 2 20 01 10 0. . R ev i st a SB o 03 o de
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com os alunos presentes, regras sociais e regras de laboratório para o bom desenvolvimento do trabalho. Logo após a elaboração do contrato, iniciamos o desenvolvimento de uma atividade, que tinha como objetivo abordar a relação entre área, pressão, superfície e peso a partir de uma situação problema. Os estudantes foram divididos em grupos de três e cada grupo recebeu os seguintes materiais: uma bacia com água, pedrinhas, papel alumínio e o seguinte problema “Como será que a gente faz para construir um barquinho que na água consiga carregar o maior número de pedrinhas sem afundar?”. 1 Os estudantes tentaram resolver o problema, em grupo, fazendo barcos de dobradura, e depois de várias tentativas perceberam que o barco em forma de balsa era o que conseguia carregar o maior número de pedrinhas sem afundar. Em seguida iniciamos uma discussão sobre cada etapa da atividade. Primeiramente cada grupo explicou como tinham desenvolvido a situação proposta e em seguida discutimos o porquê de tal resultado. A partir das explicações dos estudantes fomos conduzindo a discussão até que eles percebessem a relação entre área, pressão, superfície e peso. A atividade também foi relacionada com o desenvolvimento do conhecimento científico em que o cientista se depara com um problema e então precisa fazer vários testes para chegar a uma solução. Ao final, pedimos para que os alunos relatassem por escrito como tinham desenvolvido a atividade.
Segundo Encontro Iniciamos o segundo encontro relembrando o contrato de grupo estabelecido no primeiro encontro e recolhendo o termo de consentimento livre e esclarecido. Em seguida, sem comentar o tema da aula, apresentamos aos alunos os materiais que seriam utilizados, entre estes: béqueres, colher, sal de cozinha, areia, óleo, água, álcool, açúcar e cascalho. Cada aluno recebeu quatro béqueres que foram enumerados pelos próprios estudantes e eles poderiam misturar as substâncias de acordo com seus interesses sempre anotando o que continha em cada béquer e o que eles analisavam após a mistura. 1
Esta atividade baseiase no livro CARVALHO, Anna Maria Pessoa de... et al. Ciências no ensino fundamental: o conhecimento físico. São Paulo: Scipione, 1998.
201 Re v is ta a d d a S BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er r o 0 3. . O Ou ut tu ub br r o d e 2 20 01 10 0. . R ev i st a SB o 03 o de
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Ao término da atividade colocamos na lousa o que cada aluno fez, comparando as misturas, analisando quantas fases era possível enxergar e discutindo os acontecimentos observados. A partir disso, chegamos ao conceito de mistura homogênea e heterogênea identificando o que eles haviam feito. Durante a atividade os alunos permaneceram bastante concentrados. Pedimos para que os estudantes relacionassem as misturas feitas na atividade com outras misturas que eles tivessem visto ou ouvido falar no cotidiano, como sangue, ar e café com leite. Houve muita participação e perguntas.
Terceiro Encontro Neste encontro desenvolvemos uma atividade sobre um dos cinco sentidos: o Tato. A atividade foi divida em seis etapas que apresentavam situações, nas quais o tato seria utilizado para que os alunos percebessem as diferentes percepções que este sentido nos proporciona. Os estudantes formaram duplas e cada um recebeu um roteiro explicativo sobre cada etapa: · 1ª Etapa Com um alfinete, toque a superfície cutânea da mão, alternadamente pontiaguda e rombuda para que o voluntário reconheça as duas sensações. Em seguida, alterne a estimulação em várias regiões da mão perguntando se está sendo estimulado com a parte romba ou pontiaguda. · 2ª Etapa – Com um compasso, com aberturas diferentes, pesquisar, em diferentes regiões cutâneas, a distância mínima em que o colega percebe claramente dois pontos estimulados. · 3ª Etapa – Selecione um objeto e mostreo aos demais membros do grupo, com exceção de um voluntário que estará de olhos vendados. Coloque a peça sobre a palma da mão do voluntário e peçalhe que diga o nome do objeto com e sem a manipulação. · 4ª Etapa – Escreva com o dedo na testa e nas costas de um colega de olhos fechados, as letras b ou d, bem como, p ou q. Qual a letra que o colega conseguiu identificar e em qual região? · 5ª Etapa – Escolha um voluntário do grupo para que coloque o indicador direito dentro da bacia com água gelada e o indicador esquerdo dentro da bacia com água quente. 202 Re v is ta a d d a S BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er r o 0 3. . O Ou ut tu ub br r o d e 2 20 01 10 0. . R ev i st a SB o 03 o de
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Por quanto tempo ele conseguiu sentir a diferença de temperatura? Após isso, coloque os dois dedos em uma bacia com água normal. Qual a sensação? · 6ª Etapa – Um voluntário do grupo deve introduzir o dedo indicador na água quente por quinze segundos ou o quanto resistir. Espere um pouco e introduza a mão inteira. Em qual momento a sensação foi menos suportável? Após o desenvolvimento da atividade cada dupla relatou o que observou, as sensações apresentadas e as dificuldades de percepção. Durante a discussão as licenciandas aproveitaram para explicar questões que estão envolvidas com a percepção do tato como a presença de receptores de vários tipos e a distribuição destes receptores pela região cutânea.
Quarto Encontro No inicio deste encontro apresentamos os materiais que seriam utilizados e distribuímos sob a mesa. Foram separados seis tubos de vidro, açúcar, fermento biológico, farinha de trigo, sal, água morna e bexigas. Cada aluno ficaria responsável em preparar um tubo e no final analisariam o resultado de todos. O tema deste encontro foi o processo de fermentação. 2 Descrevemos na lousa o que seria colocado em cada tubo e os alunos deveriam enumerálos. Tubo 1: água morna e açúcar. Tubo 2: água morna e sal. Tubo 3: água morna e fermento. Tubo 4: água morna, fermento e sal. Tubo 5: água morna, fermento e açúcar Tubo 6: água morna, fermento e farinha de trigo Assim que colocavam as substâncias indicadas, os estudantes deveriam tampar a boca de cada tubo com uma bexiga. Enquanto ocorriam as reações nos tubos pedimos para que os alunos escrevessem em um papel o que achavam que iria acontecer com cada bexiga e com cada tubo. Em seguida, os resultados começaram a aparecer. Analisando que algumas bexigas encheram e outras não os alunos começaram a questionar o fato. Discutimos o que havia 2
Atividade retirada do Caderno do Professor da Nova Proposta Curricular do Estado de São Paulo, 2009.
203 Re v is ta a d d a S BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er r o 0 3. . O Ou ut tu ub br r o d e 2 20 01 10 0. . R ev i st a SB o 03 o de
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acontecido e o motivo da reação. Assim explicamos que o fermento é constituído por microorganismos que consomem a glicose dos alimentos e liberam um gás conhecido como gás carbônico. Esse gás que faz a bexiga encher. Os estudantes associaram essa reação com a preparação de bolos e pães, comentando que no cotidiano o fermento é usado para fazer o bolo e o pão crescerem. Ao final da atividade pedimos para que os estudantes analisassem as anotações que haviam feito antes dos resultados e corrigissem o próprio erro explicando o porquê de cada reação. Houve muita participação dos alunos.
Quinto Encontro No quinto encontro realizamos uma atividade sobre osmose. Inicialmente os estudantes foram divididos em duplas e para cada uma foram entregues os seguintes materiais: duas batatas, sal, açúcar, um béquer e duas placas de petri. Em seguida, explicamos que cada dupla deveria cortar a batata ao meio e colocar em uma metade sal e na outra, açúcar e a outra batata deveria ser colocada dentro da água. Pedimos para que cada estudante escrevesse o que achava que aconteceria com cada batata. Os estudantes ainda não sabiam que a atividade era sobre osmose. Os estudantes foram observando os resultados da atividade e comparando com que inicialmente pensavam. Cada um relatou o esperado e o observado e tentou explicar o porquê destes acontecimentos. As licenciandas explicaram os resultados apontando a osmose como responsável por tais acontecimentos e relacionando este fenômeno com alguns fatos cotidianos.
Sexto Encontro No sexto encontro foram realizadas duas atividades. Primeiramente entregamos aos alunos copinhos de café, algodão e sementes de feijão e milho. Os estudantes plantaram as sementes nos copinhos com algodão umedecido. Neste contexto discutimos com os alunos o que aconteceria com as sementes e o porquê elas conseguiam crescer estando apenas no algodão umedecido. A partir da discussão entregamos a eles um roteiro para que preenchessem ao longo do crescimento da plantinha. No roteiro seria necessário descrever a semente plantada, a data do plantio, as características 204 Re v is ta a d d a S BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er r o 0 3. . O Ou ut tu ub br r o d e 2 20 01 10 0. . R ev i st a SB o 03 o de
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do local onde o copinho ficaria e o inicio da germinação. Também apresentava uma tabela para analisar a quantidade de vezes que a semente foi regada por dia. Toda semana os alunos deveriam trazer o roteiro para que analisássemos o desenvolvimento da planta. Depois do plantio, iniciamos uma atividade para que os alunos compreendessem a lei física que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço. Entregamos aos alunos bacias e enchemos de água. Fornecemos também copos e folha de papel. Eles teriam que colocar o papel amassado no fundo do copo e mergulhálo na bacia com água sem deixar molhar o papel. Depois de muitas tentativas os alunos conseguiram encontrar a solução. Em seguida fizemos um furo na parte inferior do copo e pedimos para que os alunos realizassem novamente a mesma tarefa. Entretanto, eles não conseguiram deixar o papel seco. Sendo assim, discutimos todo o processo desenvolvido desde o problema proposto, como foi feito e o porquê do resultado e comparamos com o desenvolvimento do conhecimento científico, observação e experimentação. Nos encontros subseqüentes foram desenvolvidas outras atividades experimentais que abordaram as seguintes temátoicas: extração do DNA vegetal, confecção de modelos de células procariontes e eucariontes, observação controlada da germinação e desenvolvimento de plantas monocotiledôneas e dicotiledôneas, processos de quebra de dormência de sementes e visita ao horto florestal e ao viveiro de muda da Unesp.
Discussão O planejamento dos encontros do “Clube de Ciências” foi realizado pelas licenciandas e pela docente responsável pelo projeto, buscando elaborar estratégias de ensino inovadoras como as preconizadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ao final de cada encontro, os alunos avaliavam as atividades e davam sugestões de temas que gostariam que fossem abordados nos próximos encontros. Para permitir que os estudantes fossem levados a raciocinar, a pensar e a refletir sobre as atividades desenvolvidas e também sobre as etapas do conhecimento científico, as licenciandas sempre tentavam partir da problematização dos temas a serem desenvolvidos e ouviam as interpretações e observações dos estudantes a respeito do fenômeno estudado antes de explicálo, dessa maneira era possível instigar os estudantes olharem de outro modo para o fenômeno em estudo. Segundo Capelleto (1992), permitir que o próprio aluno raciocine e 205 Re v is ta a d d a S BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er r o 0 3. . O Ou ut tu ub br r o d e 2 20 01 10 0. . R ev i st a SB o 03 o de
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realize as diversas etapas da investigação científica é a finalidade primordial de uma aula de laboratório. Quando o estudante participa ativamente do processo de construção de um conhecimento ele se sente parte integrante do processo de ensinoaprendizagem o que torna este mais prazeroso e mais produtivo. Nos encontros tentamos abordar fenômenos naturais através de experimentos, sempre procurando relacionar o fenômeno estudado com atividades cotidianas para estimular a curiosidade e a percepção dos estudantes, além de permitir que estes pudessem criar meios de solucionar problemas cotidianos. Segundo Rosito (1998), a utilização do cotidiano no ensino de Ciências deve valorizar a compreensão dos princípios da Ciência com a finalidade de aplicálo na resolução e no controle de fenômenos do diaadia. O desenvolvimento deste projeto foi de suma importância para a formação das licenciandas responsáveis que puderam ter maior contato com a instituição escolar, experienciar a função docente em algumas das suas dimensões, como o planejamento de aulas práticas, elaboração de estratégias de ensino inovadoras, as dificuldades de se trabalhar dentro de um laboratório e o relacionamento com alunos reais sob a orientação de um docente responsável. Para Santos (2008), este tipo de atividade se configura em um momento de formação na prática que proporcionará a construção dos saberes práticos do professor. As autoras ressaltam que o aprendizado mais importante que este tipo de atividade proporciona é o “saber da realidade” . Neste ano, o projeto terá continuidade e buscaremos dar maior autonomia aos alunos que poderão desenvolver seus próprios projetos de pesquisa sob orientação das licenciandas que os auxiliarão a elaborar uma metodologia e a pesquisar materiais necessários para responder as questões propostas pelos alunos. Consideramos que esta aproximação entre a escola de educação básica e a Universidade é de suma importância para a formação coletiva de alunos do ensino fundamental e licenciandos. E neste novo ano buscaremos ainda, uma maior aproximação com os professores de Ciências da própria escola.
Referências AUGUSTO, T.G.S ; OLIVEIRA, R. R. . Estratégias de ensino desenvolvidas por professores de Ciências e Biologia de escolas públicas de Jaboticabal SP, Brasil. In: VIII Jornadas 206 Re v is ta a d d a S BE En nB Bi io o – – N Nú úm me er r o 0 3. . O Ou ut tu ub br r o d e 2 20 01 10 0. . R ev i st a SB o 03 o de
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