Implementação de currículo com base em temáticas e projetos na disciplina de Inglês II do curso de Letras da UFRGS

June 3, 2017 | Autor: Anamaria Welp | Categoria: Ensino E Aprendizagem De Língua Inglesa, Pedagogia de Projetos
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Implementação de currículo com base em temáticas e projetos na disciplina de Inglês II do curso de Letras da UFRGS Anamaria Kurtz de Souza Welp (UFRGS)1 Ana Paula Seixas Vial (UFRGS)2

Resumo: Este artigo apresenta a implementação do novo currículo para a disciplina de Inglês II do curso de Letras-Inglês da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele é parte de uma pesquisa que busca organizar os programas das disciplinas de língua inglesa através da elaboração de projetos e tarefas para cada etapa do curso. Propomos uma abordagem curricular em que temáticas, tratadas através de projetos pedagógicos, visem interlocutores reais e tenham visibilidade para além da sala de aula, tomando o lugar de uma lista de conteúdos gramaticais ou de livros didáticos. A temática do curso de Inglês II é Como outros países veem o Brasil. Dois projetos foram realizados em 2012/02: Brazil in the eyes of the other e What’s news now?. Para a avaliação da relevância da temática e dos projetos propostos para a disciplina, foram realizadas reuniões com os professores do setor de inglês do Instituto de Letras e aplicados questionários com os alunos da graduação. A análise dos dados resultou na aprovação da temática e dos projetos. As tarefas desenvolvidas visavam os produtos finais de cada projeto: no primeiro, uma apresentação sobre cultura e estereótipos para alunos estrangeiros da universidade e um artigo de opinião resultante desse trabalho no jornal online da turma e, no segundo, um artigo informativo sobre o contraste de como o Brasil é retratado aqui e no exterior. O propósito do novo conteúdo programático consiste em promover um maior engajamento dos alunos com o seu próprio aprendizado através de usos reais da língua. Palavras-chave: Currículo, Ensino de Inglês, Projetos Pedagógicos. Abstract: This article presents the results of the implementation of a new syllabus proposal for the English II course of the teaching development and translating development undergratuate programs of Universidade Federal do Rio Grande do Sul. The work reported here is part of a research which seeks to organize the syllabi and design pedagogical projects and tasks for all the English courses of the undergraduate program. We propose a curriculum approach in which themes, treated through pedagogical projects developed for effective interlocutors, and whose visibility goes beyond the classroom, take the place of a list of grammar items or of a textbook. The theme of the English II course is "How other countries 1 2

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see Brazil". Two projects were carried out during the semester of 2012/ 02: "Brazil in the eyes of the other" and "What's news now?". With the purpose of evaluating the relevance of the themes and the projects, meetings with the faculty staff of the English Department of Instituto de Letras were held and a questionnaire with the undergraduate students was applied. The tasks were produced aiming at the final products of each project: the first consisted of a presentation on culture and stereotypes for students from other countries on academic mobility at the university and an article resulting from that work was produced and published on the online newspaper of the group; and the second consisted of an information article on the contrast of how Brazil is pictured here and abroad. This new sillabus provides a greater engagement of students with their own learning through the actual use of the English language. Keywords: Curriculum, English Teaching, Pedagogical Projects.

1. Introdução

Ao longo dos anos, o curso de Letras - Inglês da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) vem mudando os seus métodos de ensino-aprendizagem conforme os estudos na área são desenvolvidos. Até o ano de 2009, o livro didático era utilizado como currículo para orientar as disciplinas de língua inglesa. Mesmo assim, os conteúdos ministrados e os assuntos tratados não eram os mesmos nas diferentes turmas do mesmo nível de proficiência. Com a entrada de novos professores no Setor de Língua Inglesa a partir de 2010, uma maior organização no currículo tornou-se necessária para não haver grandes disparidades entre as aprendizagens esperadas e as competências desejadas para cada turma ao final dos semestres. Contudo, de onde partir? Uma vez que o livro didático já não estava mais em circulação dentro de sala de aula como cerne da organização dos conteúdos, como estruturar uma progressão curricular? A publicação dos Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul (doravante RCs), em 2009, trouxe à tona diversos questionamentos a respeito do currículo das diferentes áreas do conhecimento dentro do ensino básico. Mais especificamente em relação à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, os RCs debateram sobre um currículo que não seria mais regulado por uma lista de conteúdos gramaticais ou guiado pelo esquema de algum livro didático; agora, o currículo proposto promoveria a articulação entre temas e gêneros do discurso para toda a estruturação

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curricular (RS, 2009). Isso significa uma grande mudança no paradigma de ensino, especialmente no ensino de línguas. Como os gêneros do discurso são produzidos por seres historicamente situados, o texto autêntico, considerado em seu uso real e reconhecido através de sua função social nas práticas cotidianas, é visto como a materialização da linguagem e passa a ter um papel protagonista no trabalho com a língua. Nesse contexto, o uso da linguagem e a reflexão linguística, que partem do texto, fornecem o material a ser discutido e produzido dentro de sala de aula em detrimento da mera exposição de nomenclatura gramatical. Se considerarmos que o curso de Letras é voltado para futuros profissionais da linguagem, a discussão proposta nos RCs deveria ser introduzida também no ensino superior, com especial atenção às disciplinas de língua. O resultado, portanto, seria um currículo que trouxesse uma nova abordagem ao ensino de língua adicional coerente com as atuais discussões da linguística aplicada. Assim, essa nova proposta de programa parte de temáticas relevantes para a formação dos discentes e busca lhes proporcionar formas de interação com a língua estudada para realizar ações no mundo. Para que isso aconteça, os produtos finais das disciplinas são feitos através de tarefas pedagógicas que culminam em projetos nos quais todos os alunos se engajam para “fazer coisas” com o que aprenderam. Neste artigo, vamos concentrar a atenção na implementação do currículo na disciplina de Inglês II que ocorreu no segundo semestre de 20121. A escolha desse curso foi feita porque exemplifica o modelo de currículo que construímos e também porque teve a participação das autoras deste artigo em diferentes posições: uma como professora de graduação da turma de língua inglesa e a outra como professora dos alunos do Programa de Português para Estrangeiros (PPE) da UFRGS, fator importante para a realização de um dos projetos. Logo, temos pesquisadores atuantes em diferentes lugares dentro do mesmo contexto. Na seção a seguir, apresentamos o contexto de aplicação dessa proposta e definimos alguns conceitos a respeito de currículo e pedagogia de projetos. Discutimos, na seção 03, as atividades desenvolvidas para a produção dos dois projetos da temática Como os outros países veem o Brasil. Na última seção, fazemos algumas observações sobre os projetos e sobre as possíveis implicações deste trabalho para o ensino de inglês em contexto universitário.

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2. Currículos reinventados

Para que o currículo fosse desenhado, a reflexão acerca do que foi proposto nos RCs (RS, 2009) foi adaptada para o cenário acadêmico. Nesse contexto, o ensino de inglês não deve ser apenas para os alunos aprenderem uma língua adicional. Disciplinas chamadas “Inglês I”, “Inglês II”, “Inglês III” preveem o desenvolvimento do aluno nas suas competências e habilidades em língua inglesa com vistas à sua instrumentalização para o uso da linguagem dentro do seu ambiente de trabalho - neste caso, como professores e tradutores. É necessário ter isso em mente quando pensamos num currículo de língua para um curso de graduação em Letras, pois seus objetivos vão além da inclusão do aluno no mundo que se faz em inglês. O licenciado ou bacharel em Letras precisa ter um conhecimento de língua (cultura, literatura, entre outros) que seja mais profundo para que consiga ensinar e traduzir de forma mais crítica e consciente. Isso também vale para qualquer nível de ensino: é preciso observar quais são os objetivos de ensino, qual o contexto em que o currículo será implementado e como colocá-lo em prática. As disciplinas de língua inglesa do curso de Letras da UFRGS dividem-se em três cursos: Licenciatura Dupla (LD) - Português e Inglês, Licenciatura Simples (LS) - Inglês e Bacharelado (BC) - Português e Inglês. Enquanto os dois primeiros têm como foco principal a formação de professores, o último busca formar tradutores. A LS e o BC contam com oito disciplinas obrigatórias de língua inglesa: Inglês I, Inglês II, Inglês III, Inglês IV, Inglês V, Inglês VI, Inglês VII e Inglês VIII. Já a LD tem os cursos de Inglês I a VI como obrigatórios e os dois últimos, Inglês VII e Inglês VIII, são optativos. O Inglês II, especificamente, é um curso obrigatório e consta na grade curricular do curso de Letras como sendo de segundo semestre para as três habilitações (LD, LS e BC). Segundo o plano de ensino dessa disciplina, disponível no Portal do Aluno da universidade2, o nível de proficiência exigido é pré-intermediário, o que significa que os alunos já têm um bom desempenho em produção e compreensão da língua inglesa. Ao mesmo tempo, ainda estão no início do curso de graduação, e isso torna pertinente a discussão de determinados assuntos que concernem ao universo que a língua inglesa oferece para esses futuros profissionais. Como já expomos na Introdução, foi percebida a necessidade de reestruturar os programas das disciplinas de inglês oferecidas de modo a existir uma maior organização do que seria ministrado em cada nível de inglês e de promover a relação entre esses

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conteúdos. Essa seria uma questão imprescindível a fim de melhor preparar os alunos para um mercado de trabalho em contínua transformação, ampliando suas esferas de atuação pela linguagem. Entretanto, falar sobre um novo currículo é falar sobre mudanças que deveriam sair do papel e ser incorporadas às práticas dos professores e alunos. De acordo com Morelo (2009, p. 37), “um currículo só se torna efetivamente um currículo quando colocado na prática de sala de aula”. Para que as temáticas e projetos propostos no currículo saíssem do papel e fossem colocados em uso, foi necessário ir além de iniciativas individuais e incentivar encontros com os professores que também precisavam opinar, discutir e aprovar os novos programas, afinal os docentes estariam dando vida ao que havia sido idealizado. Até porque, segundo Kraemer (2012, p. 46), "o currículo serve como um instrumento para orientar a prática dos professores da maneira mais útil e eficaz possível". Se os docentes que estariam envolvidos não se sentissem contemplados com o currículo proposto, então, provavelmente não o colocariam em prática e o propósito da construção de um trabalho em conjunto se perderia. Afora isso, o currículo da escola do Século XX diferencia-se deste do Século XXI (RS, 2009). No primeiro, ele era fragmentado por disciplinas, privilegiava a memória e a padronização e organizava-se de modo linear e estático. Enquanto isso, no segundo, o currículo é interdisciplinar e contextualizado, a construção e a sistematização de conceitos é feita em rede e articulada com processos de aprendizagem e, ainda, organiza-se por áreas do conhecimento, unidades temáticas e conjunto de competências. Percebe-se então que é um paradigma totalmente novo e, por conseguinte, deve ser refletido de alguma maneira no ensino superior também. Da mesma forma, a responsabilidade do aluno muda, já que ele se torna sujeito de sua própria aprendizagem. Quando consideramos a construção de um currículo, Mello (2009) detalha alguns conceitos importantes para a sua organização. O currículo alinha, pois é através dele que podem ser vistos os objetivos de ensino, a avaliação, as metodologias, entre outros. O currículo transparece, estabelecendo o mínimo que cada aluno tem o direito de aprender e detalhando os contextos que dão sentido aos conteúdos, e ainda explicita quais são os resultados esperados ao final. O currículo conecta, pois demonstra o que acontece em sala de aula para contextos mais institucionais, como nos planos de ensino da Universidade. O currículo é um ponto de equilíbrio entre o que é esperado (que está no currículo) e um espaço aberto para a criatividade e inovação pedagógica. Finalmente, o currículo demarca o

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espaço de consenso, visto que traz a problematização diante de cada disciplina ou conteúdo em relação à sua relevância na formação do aluno. Isto posto, o currículo não deve ser visto como regulador ou elemento homogeneizante das práticas realizadas no contexto de aula, mas sim como um guia, uma orientação, um caminho pelo qual seguir, rementendo à origem do termo. Cada docente tem a liberdade de escolher o modo como quer desenvolver cada temática da forma que considerar mais pertinente para o grupo com o qual estiver trabalhando, porém é necessário haver um lugar em que se possa delimitar o que se espera de cada etapa das disciplinas em foco neste cenário. Kraemer (2012) aponta que Pelo fato de ser um projeto, o currículo jamais contemplará os múltiplos fatores presentes no dia a dia da sala de aula em que será executado. Por essa razão, o currículo não tira das mãos dos professores sua responsabilidade e autonomia de sala de aula. (KRAEMER, 2012, p.46)

No que tange à pedagogia de projetos e sua conexão com o currículo, Barbosa (2004) destaca alguns obstáculos que podem existir: A pedagogia de projetos é um dos muitos modos de concretizar o currículo escolar. Um dos primeiros entraves que encontramos para pôr em ação uma pedagogia de projetos é o fato da nossa concepção de seleção e organização de conhecimentos escolares ser uma lista interminável de conteúdos fragmentados, obrigatórios e uniformes. Um programa de ensino geralmente diz respeito a um percurso que já está previamente estabelecido, um instrumento rígido, de autoridade, que inclui os objetivos gerais de um sistema centralizado, ao invés de ser somente um ponto de referência. (BARBOSA, 2004, p. 10)

A partir do que foi dito, é possível entender as possíveis recusas a esse tipo de proposta em razão do modo como historicamente o currículo vem sendo posto em prática. Porém, os programas aqui apresentados não têm a intenção de regulamentar o ensino, não permitindo que nada saia fora do lugar; ao contrário: o uso da pedagogia de projetos em aula traz troca de interesses, diversidade, reflexão e proposição de novos olhares sobre algum aspecto da vida em sociedade. Partindo dessa situação, um novo programa para as disciplinas de língua inglesa começou a ser delineado, tendo como origem temáticas já existentes (WELP, 2011). Foram conduzidas reuniões com os docentes de língua inglesa do Instituto de Letras e aplicados

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questionários com os discentes para decidir sobre a manutenção ou retirada das temáticas. A tabela abaixo mostra as temáticas sugeridas para os níveis de inglês de I a V.

Disciplina/Temáticas Inglês I: University life e How languages are learned? Inglês II: Como os outros países veem o Brasil. Inglês III: Teaching and translating Inglês IV: Contemporary issues in cinema and literature. Inglês V: Language varieties. Quadro 01: Relação de disciplinas de língua inglesa do curso de Letras e temáticas

Um currículo cuja progressão curricular é feita através de temáticas e de projetos é desejável pois promove a construção conjunta do conhecimento a partir de questões concretas; demanda a participação de todos; permite que o aluno não assuma uma postura passiva de mero receptor de conteúdos; e cria um clima propício à comunicação, à cooperação, à solidariedade e à participação (KRAEMER, 2012). O fato de as temáticas serem um dos principais componentes da estrutura curricular dificulta o retorno da gramática como foco do ensino. Elas dão margem a diferentes problematizações, gêneros do discurso, estudo de recursos linguísticos para refletir os seus usos, entre outros. Também trazem uma gama de possibilidades de tratar os tópicos a partir de diversos ângulos, tornando as alternativas muito mais favoráveis ao engajamento dos participantes no processo de construção do conhecimento. Tendo em consideração o trabalho com projetos, Hérnandez (2004, p. 2) caracteriza-o assim: “gira em torno de um tema, um problema que nos preocupa e nos afeta (...) e ao qual nos aproximamos, buscando formas alternativas de investigar versões que foram sendo construídas sobre os fenômenos, objetos de nosso interesse”. Por isso, os projetos pedagógicos lidam com aquilo que “mexe” com os interesses de alunos e professores. Se os envolvidos não aderem ao propósito do projeto e não encontram ali sentido (identificação individual ou percepção de que aquilo será útil para o futuro), então o

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trabalho não consegue ir adiante. Ademais, Hérnandez (2004) ainda assinala que os projetos pedagógicos promovem a consciência do indivíduo sobre seu próprio processo de aprendizagem. Todas essas noções (de currículo como ação, de projetos pedagógicos com a finalidade de o discente realizar ações no mundo para resolver problemas através da linguagem e de trabalho com temáticas a fim de aproximar questões da vida com o que é ensinado em aula) levam a um conceito de letramento e de educação linguística. Segundo os RCs (RS, 2009): Falar em aprendizagem numa perspectiva de educação linguística e letramento significa promover a participação em práticas sociais que envolvem o uso das línguas adicionais em diferentes cenários da vida e que podem possibilitar a circulação do aluno em gêneros do discurso (orais e escritos) em diversos campos de atuação de modo seguro, autônomo, autoral e crítico. Isso envolve ter oportunidades para uma crescente identificação com os usos da língua adicional e dos discursos que se organizam a partir de textos nessa língua (BRITTO, 1997, 2004, 2007) na própria sociedade em que se vive, tornando relevantes temas, formas de dizer e relacionar-se que caracterizam as práticas sociais por onde circula a língua adicional, para poder posicionar-se e argumentar na defesa de suas próprias ideias e interesses. (RS, 2009, p.135)

Essa passagem resume tudo o que esta nova proposta de currículo propõe: a promoção do letramento com o objetivo de inserir os alunos em diferentes práticas que demandem o uso da língua inglesa, além de instrumentalizá-los para a sua futura profissão, propósito principal das disciplinas de inglês neste curso em específico. E não é apenas para torná-los proficientes, mas também críticos sobre o que vão ensinar/traduzir, e autores de seus próprios conhecimentos e aprendizados. Nesse sentido, a construção de um currículo não se restringe a uma escolha arbitrária de temas, conteúdos, recursos linguísticos sobre os quais os docentes colocarão em prática na sala de aula; como pôde ser visto, é uma discussão mais profunda e que envolve diversos construtos teóricos sobre a visão de ensino, de língua e de educação. Na próxima seção, detalharemos a implementação do novo currículo na disciplina de Inglês II e apresentaremos a realização de cada projeto e as produções finais resultantes.

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3. O currículo na prática

Para iniciar os trabalhos, é necessário falar sobre a temática escolhida. Como os outros países veem o Brasil tem como propósito a reflexão dos alunos a respeito de como o Brasil e os brasileiros são retratados por pessoas de outros países. Este é um assunto de interesse para prováveis professores de língua inglesa como língua adicional, já que existem muitas maneiras através das quais o Brasil é descrito em inglês. Tais maneiras podem não ser consideradas corretas ou justas do nosso ponto de vista, todavia, podem ser a imagem que passamos para os outros, os quais interpretam do seu modo. Essa questão é igualmente interessante para os estudantes da tradução, tendo em vista a possibilidade de lidarem com culturas de diferentes países dentro do seu campo de trabalho. O Projeto 01 intitula-se Brazil in the eyes of the other e o objetivo principal é a discussão sobre outras culturas e a percepção de como elas são vistas por nós a fim de que possamos observar e questionar a nossa própria cultura. Esse projeto torna-se ainda mais relevante se pessoas de outros países são convidadas a opinar a respeito do que pensam do Brasil e dos brasileiros. Por isso, uma parceria com o Programa de Português para Estrangeiros (PPE) da UFRGS foi feita. A ideia era criar um trabalho interdisciplinar em que os alunos brasileiros e aqueles em mobilidade acadêmica na universidade pudessem interagir, trocar experiências e opiniões acerca dos seus países e culturas. Assim, o Inglês II entrou em contato com o Intermediário I com a finalidade de coletar dados para as pesquisas realizadas em cada uma das turmas. As produções finais do Projeto 01 consistiram na escrita de um artigo de opinião a ser

publicado

no

jornal

da

turma,

chamado

Brazilian

News

(disponível

em

), com os resultados dos questionários efetuados com os alunos estrangeiros e em uma apresentação oral, com o uso de powerpoint, para exibir os resultados para a turma do PPE. O jornal online foi criado em 2011/01 pela turma de Inglês II da época e foi reutilizado, visto que a temática se manteve a mesma, permitindo a atualização do site. Com a sua contínua utilização, ele é atualizado anualmente e serve, de certa forma, como repositório digital das produções dos alunos. Com isso em vista, alguns passos para a chegada à produção final foram delineados: 1) discussão acerca de preconceitos culturais; 2) desconstrução de estereótipos; 3) debate acerca do conceito de cultura; 4) reflexão sobre como são vistos os

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membros de diferentes nacionalidades; 5) elaboração de questionário para levantamento de estereótipos; 6) entrevistas entre os alunos de Inglês II e do PPE para corroborar, ou não, as hipóteses levantadas na etapa 5; 7) levantamento em outras fontes para as questões da etapa 5; 8) preparação de uma apresentação de PowerPoint para apresentação dos resultados da pesquisa para alunos de ambas as disciplinas; 9) apresentação final. As etapas 1 a 4 serviram para introduzir os alunos a questões de cultura e estereótipos e para a construir um repertório acerca dessa temática. Vários textos-base foram trazidos: ●

Meeting Alexandra Wallace: Vídeo3 usado para discutir possíveis estereótipos

de diferentes nacionalidades. ●

Response to Alexandra Wallace: Vídeo4 feito por um estudante para

responder aquele produzido por Alexandra, através da composição de uma canção para expressar sua opinião e reforçar seus argumentos. ●

All Together Now, to Each His Own Sync: Artigo retirado do jornal The New

York Times5, publicado em setembro de 2010, que trata sobre o conceito de cultura. ●

Gringoes.com: Leitura de entrevistas6 com pessoas de diferentes países que

falam sobre o Brasil. O trabalho com esses textos-base é importante para familiarizar os alunos com o gênero entrevista. ●

Olhar Estrangeiro: Documentário brasileiro que mostra de que forma o

cinema internacional reproduz clichês e estereótipos a respeito do Brasil. ●

Gringo Stereotypes for Brazil: What Do We Really Think?: Artigo7 em que

uma pessoa de outro país escreve sobre suas opiniões sobre o Brasil. ●

The danger of a single story8: uma conferência disponibilizada online cuja

autora discute sobre estereótipos e rótulos e a influência da mídia para a construção deles.

Durante o estudo dos textos, a reflexão linguística também esteve presente. Por exemplo, o uso de comparatives e superlatives para falar de similitudes e diferenças está intimamente ligado à temática e ao projeto, tornando-se pertinente trazer para uma sistematização dentro de sala de aula. Outro exemplo de tópico gramatical foi question formation, principalmente para as perguntas das entrevistas que os alunos teriam que fazer. Outros aspectos aprofundados foram tense contrast, sentence structure e reported speech,

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de forma que a abordagem de cada um desses aspectos gramaticais auxiliassem na produção textual do artigo. À vista disso, a gramática não vem como um material à parte no decorrer do projeto, e sim como parte integrante, já que, para se fazer entender em língua adicional, é necessário utilizar recursos existentes e em uso na língua. De modo a complementar também os aspectos do gênero artigo de opinião, foi necessário haver, em algum momento do projeto, um estudo de gênero que contemplasse os objetivos do trabalho final. Para tanto, os discentes também escreveram comentários com as suas opiniões sobre o documentário Olhar Estrangeiro e a conferência The danger of a single story e puderam publicá-los no site da CNN Ireport9. As etapas 05 e 07 do Projeto 01 iniciaram com a leitura de entrevistas do site gringoes.com, para posteriormente organizar os 28 alunos em grupos de 03 ou 04 pessoas, e, na sequência, elaborar o questionário, que serviu para orientar as entrevistas. Na verdade, o passo 07 já vinha sendo construído desde o início do semestre, pois a cada texto lido, visto e ouvido, os alunos já vinham se apropriando de argumentos e questionamentos para embasar melhor os produtos finais do projeto. Como parte crucial para a realização do projeto Brazil in the eyes of the other, a integração com a turma de Intermediário I do PPE (parte 06) ocorreu para a realização das entrevistas e para a apresentação dos resultados obtidos (parte 09). Em contrapartida, os alunos em mobilidade acadêmica também estudaram sobre cultura, estereótipos e também tiveram como produto final do seu projeto a apresentação dos resultados coletados com os brasileiros. Eram 20 alunos de diferentes origens: chineses, coreanos, japoneses e taiwaneses e, em sua maioria, vieram fazer intercâmbio através de universidades conveniadas com a UFRGS. Como o horário de aula das duas turmas não era o mesmo (as aulas do Inglês II eram ministradas no turno da manhã e as do Intermediário I eram conduzidas à tarde), não foi possível fazê-las se encontrarem muitas vezes, ocorrendo somente dois encontros. Entretanto, o interesse e a participação dos alunos no projeto cresceu muito no momento em que eles perceberam que fariam entrevistas ao vivo, com alunos de outros países, e que seu esforço ultrapassaria as paredes da sala de aula. Depois, os alunos deveriam, em seus respectivos grupos, selecionar um ponto chave que envolvesse a temática (por exemplo, General Stereotypes) e, então, preparar uma apresentação articulando as conclusões que chegaram com a realização das entrevistas. A etapa 08 foi trabalhada dentro das aulas tanto dos brasileiros quanto dos estrangeiros. Preparar uma apresentação utilizando as novas tecnologias disponíveis não é

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algo que presumidamente os alunos já saibam. Além do mais, é tarefa do professor promover o letramento dos alunos não só nas questões linguísticas da apresentação. Nesse caso, era necessário instrumentalizá-los com as características de uma apresentação oral e torná-los conscientes de que iriam apresentar para um determinado público. Após cada um desses estágios, chegou um dos momentos culminantes do Projeto 01: a apresentação oral. Os discentes de ambas as turmas apresentaram numa manhã os produtos das entrevistas. Os brasileiros apresentaram em inglês e os estrangeiros apresentaram em português. As temáticas apresentadas pelos alunos da disciplina de Inglês II da turma de 2012/2 foram as seguintes: Brazilian women in the eyes of foreing students; The Amazon forest through foreign eyes; Brazil in the eyes of the other; False beliefs about Brazil; How do people from Asian countries see Brazilian food?; General aspects about Brazil; e Brazilian entertainment production. O objetivo não era apenas relatar o que foi descoberto nas entrevistas, mas desconstruir estereótipos (caso eles existissem) e apresentar o que, na opinião dos alunos, realmente acontece. A próxima produção decorrente desse projeto foi um artigo de opinião para o jornal online Brazilian News. A partir do que foi utilizado para a apresentação oral, os alunos escreveram seus artigos em grupo. Os recursos linguísticos estudados durante o semestre auxiliaram na escrita e, além do trabalho não ser individual, houve ao menos uma reescrita antes da publicação. Abaixo, algumas opiniões trocadas pelos alunos no Facebook sobre as apresentações.

Imagem 01: opinião dos alunos brasileiros e estrangeiros sobre o Projeto 01.

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A figura acima exemplifica a ampla aceitação do projeto entre os discentes de Letras. Nos dados gerados a partir do questionário aplicado em 2013/01, o projeto Brazil in the eyes of the other foi considerado relevante para 91% dos alunos da graduação respondentes10. O Projeto 02 What’s news now? não foi um trabalho separado do primeiro. De fato, tudo o que foi discutido e produzido em Brazil in the eyes of the other colaborou para o segundo projeto. O seu propósito era de, depois de terem contato direto com pessoas de outros países, os alunos procurarem de que forma o Brasil é retratado em inglês pela imprensa de outros países. A proposta do projeto também visou verificar se as informações veiculadas sobre o Brasil em jornais e revistas no exterior iam de ou ao encontro do que havia sido encontrado nas entrevistas com os intercambistas. Ao final, os alunos produziram artigos de informação que foram publicados no mesmo jornal em que os artigos de opinião produzidos anteriormente haviam sido e, assim, puderam rever, confirmar ou reinterpretar o que havia sido concluído. Para elaboração do novo artigo, os textos-base a seguir foram utilizados: ●

Brazil takes off: Artigo11 publicado no site The Economist que fala sobre a

situação econômica atual do Brasil. ●

Brazil’s Economic Boom: Vídeo12 sobre o mesmo assunto do artigo anterior.



Americans eye opportunities in Brazil's booming economy e Boom econômico

atrai americanos em busca de "sonho brasileiro": reportagens, uma estrangeira13 e uma brasileira14, relacionadas com o boom econômico do Brasil. ●

Brazilian businessman hid taxpayers' millions in Jersey bank account:

reportagem15 no site do jornal The Guardian sobre o Brasil.

Além dos recursos linguísticos já estudados, a estrutura do passive voice foi focalizada, uma vez que é recorrente no gênero reportagem e seria importante para que os alunos pudessem escrever o seu próprio artigo sobre reportagens. Como pudemos ver, duas reportagens foram colocadas em contraste: uma em inglês do site da BBC e outra do site de notícias brasileiro R7. Ao final da leitura, discussão e compreensão desses textos, a produção final foi um artigo informativo com um olhar crítico a respeito das diferentes maneiras em que as notícias a respeito do Brasil são veiculadas

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em outros países e, a partir daí, os alunos escreveram a sua própria versão dos fatos. Além disso, a escrita do artigo foi individual ou em duplas, o que alterou, de certa forma, o papel do professor como revisor ou como o único responsável por corrigir questões relativas aos recursos linguísticos e ao gênero. Dessa forma, os colegas puderam contribuir para a melhor adequação do texto ao interlocutor, ao formato, ao registro, etc. Em relação às temáticas escolhidas pelos alunos para fazer a produção final do projeto What’s news now?, os artigos tiveram assuntos variados: Copa do Mundo, valorização dos professores, cirurgia plástica, entre outros. Por mais que a ideia principal do projeto já estivesse pré-estabelecida, os alunos tiveram a liberdade de escolher o tema que mais lhes motivasse a escrever. Quando se trabalha com projetos em aula, é bom deixar espaço para a diversidade de tópicos que possam ser trazidos, pois nem todos têm os mesmos gostos e interesses. Deixando, portanto, partes do projeto flexíveis, os alunos podem ficar mais engajados na construção do seu aprendizado. Os dois artigos produzidos, tanto do Projeto 01 como do Projeto 02, podem ser encontrados no jornal Brazilian News. Levando o material produzido para além da sala de aula, é muito mais fácil enxergar um propósito ao usar a língua e, acima disso, de aprendêla com um propósito mais atraente. Conforme os dados do questionário mencionado anteriormente, o projeto What’s news now? foi considerado por 84% dos respondentes como relevante para a sua formação. A seguir, trazemos algumas reflexões geradas pelo trabalho com temáticas e projetos na disciplina mencionada e algumas implicações para o ensino de língua adicional no ensino superior.

4. Considerações finais

Neste artigo, refletimos sobre a implementação de um currículo com base em temáticas e projetos para o curso de Letras-Inglês da UFRGS, mais especificamente no que tange ao programa da disciplina de Inglês II. Para isso, apresentamos a importância de se entender o currículo não como documento que se limita ao papel, mas que tem o propósito de auxiliar o professor em sua prática pedagógica. A esse respeito, ressaltamos o papel da pedagogia de projetos no ensino de línguas. Ao fim, ilustramos a implementação dessa

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proposta de currículo no curso de Inglês II, disciplina que trabalhou em torno de uma temática e, a partir dela, desenvolveu dois projetos. De modo a tornar diferente a configuração da aula de língua adicional no ensino superior para que faça mais sentido ao profissional em formação, torna-se relevante que o professor tenha em mente que o uso de projetos pedagógicos é uma construção. A princípio, os discentes podem não estar acostumados com essa maneira de trabalho, em que o foco do aprendizado deixa de ser um objetivo exclusivo do docente e em que o ensino de estruturas gramaticais não mais se encontra no centro do trabalho desenvolvido. Para que os alunos não sintam essa mudança tão abruptamente, é bom sempre lembrar que tudo o que é estudado em aula é através do uso da língua (aqui, no caso, a inglesa). Momentos de reflexão linguística não podem ser deixados de lado no projeto, assim como mostramos na seção 03. Eles servem para sinalizar que há também sistematicidade sobre aquilo que está sendo ensinado e aprendido. Essa nova perspectiva, considerando o contexto aqui relatado, relembra que os alunos serão futuros professores e tradutores e precisam se dar conta de que precisam ser sujeitos do seu próprio aprendizado, aspecto que é oportunizado nos projetos. Porém, é importante salientar que algumas dificuldades também foram encontradas, como a falta de tempo para a integração dos brasileiros e intercambistas no Projeto 01. Através de uma temática relevante para o aluno, o programa do curso de Inglês II (assim como das outras disciplinas) não parte de listas gramaticais, mas do texto como materialização da linguagem. Os recursos linguísticos são abordados em função da necessidade de seu uso para a produção final do projeto. Toda a produção vai para fora da sala de aula, fazendo com que o aluno participe das práticas sociais em que a língua é usada. Concluindo, esperamos que esta ideia de currículo não termine apenas no curso de Letras-Inglês da UFRGS. Além de buscarmos soluções para as necessidades percebidas pela comunidade acadêmica daquele contexto, sua aplicação pode servir como referência para trabalho semelhante em outras línguas e para outros cursos de língua em diferentes universidades, tendo em conta que propõe um programa voltado ao desenvolvimento da competências e habilidades em língua inglesa e ao crescimento do aluno enquanto profissional da área.

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Notas

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As disciplinas ímpares são oferecidas no primeiro semestre do ano e as disciplinas pares no segundo semestre. 2 Disponível em: http://www1.ufrgs.br/PortalEnsino/PlanoDeEnsino/Visao/PDFPlanoDeEnsino.php?AtividadeEnsino=4 140_2013022. Acesso em 07 de outubro de 2013. 3 Disponível em: . Acesso em 08 de outubro de 2013. 4 Disponível em: . Acesso em 08 de outubro de 2013. 5 Disponível em: . Acesso em 08 de outubro de 2013. 6 Disponível em: . Acesso em 08 de outubro de 2013. 7 Disponível em . Acesso em 08 de outubro de 2013. 8 Disponível em: . Acesso em 08 de outubro de 2013. 9 Disponível em: . Acesso em 09 de outubro de 2013. 10 113 alunos responderam um questionário online acerca da relevância das temáticas e dos projetos dos novos programas para as disciplinas de língua inglesa. 11 Disponível em: . Acesso em 08 de outubro de 2013. 12 Disponível em: . Acesso em 08 de outubro de 2013. 13 Disponível em: . Acesso em 08 de outubro de 2013. 14 http://noticias.r7.com/economia/noticias/boom-economico-atrai-americanos-em-busca-de-sonhobrasileiro-20110314.html>. Acesso em 08 de outubro de 2013, 15 Disponível em: . Acesso em 09 de outubro de 2013.

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