IMPRENSA, MODERNIDADE E EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS EM VITÓRIA-ES

July 1, 2017 | Autor: Hebert Silva | Categoria: Cultural History, Education
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IMPRENSA, MODERNIDADE E EDUCAÇÃO DOS SENTIDOS EM VITÓRIA-ES HEBERT SANTOS DA SILVA Introdução

As pesquisas relacionadas à História da Educação vêm, há muitos anos, centrando alguns de seus esforços na percepção de que educação não se faz apenas em sala de aula, que existem processos e experiências educativas além dos muros das escolas, que podem ser notados ao nos debruçar sobre os estudos históricos, através das mais diversas perspectivas. Por conceber o processo educativo como múltiplo e multifacetado, foi feita a escolha de trabalhar neste artigo com a educação não escolar, através das mudanças que estavam ocorrendo no modo de vida das pessoas comuns, entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX, sentidas nos lugares onde o desenvolvimento industrial se fez mais presente (Europa e Estados Unidos), mas que foram se espalhando, com o decorrer dos anos, pelos países que ainda buscavam se modernizar, entre eles o Brasil. Naquele momento, a utilização de produtos industrializados, passava a ser cada dia mais frequente na vida dos cidadãos brasileiros, e não muito diferente (embora em menor proporção que em grandes centros, como o Rio de Janeiro) Vitória-ES, lugar onde centra-se nossa análise, viveu uma época onde a “última moda”, “a novidade”, “o sofisticado”, o vindo da Europa, dos EUA, ou mesmo de países da América Latina e da capital do país, passaram a fazer parte do desejo de consumo da elite local. Aos poucos, com o aumento da circulação de elementos decorrentes do desenvolvimento científico-tecnológico, vai-se alterando tanto os hábitos e costumes cotidianos, quanto o ritmo e intensidade dos transportes, comunicações e do trabalho em Vitória, sendo o mundo que então se estabelece, um frescor da modernidade a qual vivemos, que ao tomar forma, arrasta consigo uma série de mudanças no modo de vida dos indivíduos da cidade. 

Graduado no curso de Licenciatura em História da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

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Estas mudanças podem ser percebidas não só na urbanização e no modo de vida das pessoas, como também nos discursos que circulam nas cidades. Partindo destas pontuações iniciais, o presente artigo, busca uma análise mais ampliada dos discursos da imprensa local (capixaba), confluindo em diálogo com a História Cultural, encontrando no Historiador Peter Gay (1988), um excelente suporte, sobretudo na ideia de educação dos sentidos, que permite uma análise mais ampliada de nossas fontes de caráter primário. Gay (1988), concebe em seu trabalho, uma trama das relações sociais burguesas, inseridas historicamente ao longo do século XIX até as primeiras décadas do século XX, na Europa e na América do Norte, sob uma perspectiva psicanalítica. Segundo Arnaldo Pinto Junior (2010: 34), [...] na reflexão desenvolvida por Peter Gay, imprime-se destaque ao difuso, mas incisivo processo de educação das sensibilidades, no qual tais práticas estavam envolvidas. Na análise de tal educação, fundamentando-se na História marxista cultural e também na psicanálise, Gay promove uma ampliação da própria dimensão de ser sujeito, bem como do conceito de cultura, uma vez que considera abarcados tanto pela dimensão consciente, como inconsciente. A cultura é vista em sua obra como um processo contínuo, difuso e contraditório, de produção de visões de mundo e formas de sensibilidade.

Peter Gay (1999 apud HADLER, 2007: 20), discutindo o romantismo no século XIX, em especial no volume O Coração Desvelado, nos mostra ainda, como a preocupação com o “eu”, a valorização da introspecção, tão cara aos românticos, vai fazendo parte da cultura burguesa do século XIX. O entrelaçamento de valores e concepções românticas com concepções liberais, perceptível nas práticas culturais dos diversos segmentos da burguesia do XIX, ocorre através de um processo difuso, heterogêneo, de ritmos diferenciados, sujeito às especificidades dos contextos sócio-históricos dos diferentes lugares analisados (sejam eles, a França, a Inglaterra, os Estados alemães, ou mesmo os Estados Unidos). Costumes e concepções moralistas correntes vão se amalgamando com concepções românticas relativas à liberdade, ao amor, ao poder da imaginação criadora, num processo constante de apropriação e ressignificação dessas concepções. A ampliação dos meios de comunicação e o aumento considerável da massa de leitores estão na base desse processo de formação cultural (HADLER, 2007: 20). A circulação cada vez mais ampla de obras literárias, de romances, de poemas, de revistas com conteúdo romântico, o acesso maior a teatros e a salas de concertos, constituem

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canais privilegiados desse processo, ao mesmo tempo contínuo e descontínuo de formação de mentalidades, de educação dos sujeitos (HADLER, 2007: 21). As implicações dessas experiências, exploradas tanto em obras de ficção como na crítica social, não eram totalmente compreendidas à época, mas dizem respeito às preocupações fundamentais da existência humana: moralidade sexual, disciplina do trabalho, coesão familiar, percepção do tempo, do espaço e das oportunidades oferecidas pela vida (GAY, 1988: 46). Não cabe aqui transpor os conceitos de modernidade e educação dos sentidos tal como na obra de Peter Gay (1988), pois sabemos que no período delimitado neste trabalho, o Brasil vivia uma conjuntura especificamente sua, no entanto, sem deixar de estar inserido em uma dinâmica internacional de inserção no capitalismo. Nessa perspectiva, Peter Gay (1988) contribui metodologicamente para a ampliação de nossas reflexões acerca da modernidade. Apesar de trabalhar com uma diversidade de práticas culturais, vividas na Europa e na América do Norte, durante o século XIX e as primeiras décadas do século XX, o referido pesquisador, concebe-as inseridas historicamente na trama das relações sociais burguesas, as quais apresentaram movimentos de dominação e resistência, que podem ser percebidas, sob as mais diferentes formas, também em lugares mais longínquos em relação àqueles centros. Percebemos, pois, que ao desejar acompanhar as novidades da vida moderna, tanto no que concerne à economia, a política e demais novidades técnicas dos novos tempos, havia também na cidade de Vitória uma educação das sensibilidades, ou seja, o anseio de (re)construção social dos sujeitos. Homens e mulheres, que na capital capixaba, eram em sua maioria acostumados com o dia-a-dia no campo e agora, passavam a conviver e a se adaptar à vida nos locais públicos urbanos, por onde circulava a aristocracia do estado e a nova burguesia ascendente, gente letrada, que já se considerava moderna e via na classe iletrada (“mal-educada”), um entrave à sua ascensão ao “mundo civilizado”. Isto se confirma a partir da leitura de nossas fontes, tanto no jornal Estado do Espírito Santo, quanto no Almanak do Estado do Espírito Santo: Publicação commercial, administrativa, litterária, scientifica, etc, etc, do ano de 1899, redigido pelo Professor Amancio Pereira, onde, dentre tantas afirmações nesse sentido, há uma que evidencia o ideal educador deste anuário: “o agente ou principal fator de todos os progressos é a instrução” (PEREIRA, 1899: 71). Ter como ideal o acompanhamento desse progresso, de acordo com Sevcenko (1999: 29), significa somente uma coisa: “alinhar-se com os padrões e o ritmo de desdobramento da

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economia europeia”, onde “nas indústrias e no comércio o progresso do século foi assombroso, e a rapidez desse processo miraculosa”. A imagem do progresso, versão prática do conceito homólogo de civilização, se transforma em obsessão coletiva da burguesia. Houve no Brasil, (principalmente após o primeiro fuding loan1, ocorrido em 1898) um processo de remodelação das cidades mais importantes, e a consagração do progresso como o objetivo coletivo fundamental. O país entrou em fase de restauração do trabalho. A higiene, a beleza, a arte, o conforto, já encontraram quem lhes abrisse as portas desta terra. Sem mais delongas, o novo grupo social hegemônico poderá exibir os primeiros monumentos voltados à sagração de seu triunfo e de seus ideais. Assistia-se à transformação do espaço público, do modo de vida e da mentalidade das pessoas nos espaços urbanos, onde a modernidade entrava de forma cortante, através dos trilhos do progresso. Quatro princípios fundamentais regeram o transcurso dessa metamorfose: [...] a condenação dos hábitos e costumes ligados pela memória à sociedade tradicional; a negação de todo e qualquer elemento da cultura popular que pudesse macular a imagem civilizada da sociedade dominante; uma política rigorosa de expulsão dos grupos populares da área central das cidades, que foram praticamente isoladas para o desfrute exclusivo das camadas aburguesadas; e um cosmopolitismo agressivo, profundamente identificado com a vida parisiense” (SEVCENKO, 1999: 30).

Tudo parecia mudar em ritmo alucinante. A política e a vida cotidiana; as ideias e as práticas sociais; a vida dentro das casas e o que se via nas ruas, como nas subidas, descidas, voltas e reviravoltas de uma montanha-russa estonteante, na feliz imagem utilizada por Nicolau Sevcenko (2001 apud NEVES, 2008: 15), “o progresso, tudo parecia arrebatar em sua corrida desenfreada”. Tais transformações tão sensíveis no Brasil e no mundo, nos trouxe ao cerne principal deste trabalho com a seguinte indagação: houve uma um discurso educador dos sentidos no Espírito Santo no período em recorte? Neste ponto, deve-se ter o cuidado de não cair em simplificações tentadoras (Gay, 1988). Pois neste estado da Federação, a modernidade teve seu surgimento de forma tardia (em relação aos grandes centros) e mesmo contraditória dentro

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Acordo feito durante o governo do Presidente Campos Sales, junto aos credores ingleses, para que se pudesse equacionar a crise inflacionária brasileira, decorrente da política do encilhamento. Houve, a partir de então, uma restauração financeira interna e a recuperação da credibilidade do Brasil junto aos centros internacionais. Ver mais em: FAORO (2001: 617).

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de sua capital. Contudo, a questão encontra resposta, a partir de uma análise da imprensa (de caráter liberal) capixaba.

Os discursos que circulavam na imprensa periódica

A adoção do conceito de periodismo em referência à comunicação impressa e periódica nos estudos históricos propõe, segundo a historiadora Heloísa Faria Cruz (2013: 11), [...] pensar a imprensa como prática social constitutiva e instituinte dos modos de viver e pensar a cidade. Com o uso proposital da noção de periodismo, busca captar o movimento de fazer imprensa como experiência e prática cultural de sujeitos sociais, surpreendendo as redes sociais de comunicação que aí se constituem. No diálogo crítico com as experiências e motivações dos diferentes grupos produtores daquelas publicações, indaga sobre os sentidos do fazer imprensa, apontando para disputas em meio as quais esses personagens e suas publicações se moviam naquele tempo.

Levando-se em conta um artigo de Raymond Williams (2007) sobre a imprensa popular inglesa, notamos que, uma abordagem corrente entre muitos historiadores, cientistas sociais e estudiosos da comunicação, é aquela que faz da História da Imprensa um campo isolado, que referencia a si mesmo, sem buscar as conexões e vínculos não só com a História de outras formas de comunicação, mas também com a História Social mais ampla, desde os movimentos políticos e sociais às conjunturas e processos econômicos, aos movimentos e formações culturais, aos quais as formas históricas da imprensa se articula de modo mais específico. Na contramão de abordagens que privilegiam o estudo da imprensa como dimensão derivada ou paralela dos contextos sociais, ou que a utilizam tão somente como fonte de informação sobre esses mesmos contextos, na reflexão proposta por Williams (2007), o periodismo é tratado como dimensão articulada do processo de constituição do espaço urbano e de afirmação e construção de lugares, sociabilidades e práticas culturais da cidade. A verticalização da pesquisa nos diferentes veículos, evidencia práticas, sentidos, ambientes e as redes de comunicação social que articulam os variados projetos editoriais, que dão corpo a esse periodismo (CRUZ, 2013: 11). Segundo Heloísa Faria Cruz (2013: 12), ao adotar

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[...] a perspectiva proposta por Jurgen Habermas ao indicar a imprensa como instituição privilegiada da constituição da vida pública burguesa, trazendo a reflexão sobre a imprensa para o campo da História Social, a análise [feita por Williams] desvenda articulações entre os processos de desenvolvimento e transformação da cultura impressa, via estudo do periodismo, e as disputas sociais que transformam as sociabilidades e os modos culturais de viver na cidade.

Assim, segundo Cruz (2013: 12), Williams propõe um diálogo com o processo de constituição e atuação de atores sociais por meio do estudo de uma gama extremamente rica e variada de periódicos por eles produzidos e que se constituíam em um dos principais espaços de articulação coletiva e de difusão e visibilidade pública de suas concepções, propostas e projetos. Não se trata de uma visão da imprensa como um mero espelho da sociedade. Interesses, relações de poder e também resistências, constituem condições da produção jornalística. Não aparecendo, por muitas vezes, para o leitor (ou aparecendo, minimante, de forma diluída), “o social fragmentado, dividido, e marcado pelo conflito, pelos interesses contraditórios”, pois, “oculta-se na aparência de um todo uniforme e indiviso” (CAPELATO, 2003 apud HADLER, 2007: 142). Cabe então aos historiadores, entender a imprensa como linguagem constitutiva do social, que detém uma historicidade e peculiaridades próprias e requer ser trabalhada e compreendida como tal, desvendando, a cada momento, as relações imprensa/sociedade e os movimentos de constituição e instituição do social que essa relação propõe (CRUZ, 2013: 12).

Pensar a imprensa com essa perspectiva implica, em primeiro lugar, tomá-la como uma força ativa da História e não como mera depositária de acontecimentos nos diversos processos e conjunturas. Como indicam Robert Darnton e Daniel Roche, é preciso pensar a sua inserção histórica enquanto força ativa da vida moderna, muito mais ingrediente do processo do que registro dos acontecimentos, atuando na constituição de nossos modos de vida, perspectivas e consciência histórica (CRUZ, 2013: 12).

Muitos jornais marcaram presença na História da imprensa capixaba. O professor Heráclito Amancio Pereira, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito

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Santo, apresentou “notável trabalho” de pesquisa acerca da imprensa deste Estado, no período de 1840 a 1926, relatando os jornais, periódicos anais oficiais e particulares2. Dentre estes impressos, podemos destacar o jornal Estado do Espírito Santo e o Almanak do ano de 1899. Onde se vislumbra um pouco da mentalidade da população intelectual média do Espírito Santo. O positivismo3, o cientificismo4, o higienismo5, a crença na República, no progresso e, sobretudo, na educação como elemento transformador da sociedade capixaba, são elementos evidenciados nestas publicações. A despeito da fé em um “futuro glorioso”6 (algo típico das publicações positivistas do período) a conclusão da parte histórica do Almanak, traz as seguintes palavras: Força é confessar que a Cidade da Vitória tem progredido. Resta que caminhe sem nenhum desanimo; mas, com um incentivo mais, pois, é prometedor o seu futuro. Para o seu engrandecimento não só tudo se espera do commercio, da lavoura, da iniciativa particular, como também dos governos do Município e do Estado, para os quaes convergem todas as vistas desejosas pelo maior [progresso] da Patria Espírito-Santense (PEREIRA, 1899: 34).

Para tanto, seria preciso que a população capixaba fosse laboriosa, que seguisse os preceitos exigidos pelo progresso: ser educada para viver os espaços urbanos emergentes, tão citados ao decorrer da publicação, como na seguinte história de fundo moralizante encontrada na página oitenta do Almanak: UMA LIÇÃO DE CIVILIDADE Conta-se, que um dia, passando Voltaire por uma rua de Pariz, encontrou um sacerdote levando o viático sob uma umbrella. Voltaire com todo respeito descobriu-se. Nisto, um livre pensador bateu-lhe no hombro, sorrindo e disse: 2

Texto publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo. n. VI. Vitória: Typographia Coelho, 1927. 3 Em síntese, “método exato das ciências e sua extensão para a filosofia” (ABBAGNANO, 2007: 787). 4 Alguns trechos do almanak indicam uma ânsia por uma industrialização no estado, tomando o progresso científico, como sinônimo de progresso da sociedade, podendo-se encontrar neste mesmo documento, afirmações como: “A máquina é o vehiculo do progresso social” (PEREIRA, 1899: 153). 5 Nas páginas 105 à 106 e 111 à 112 e do almanak há lições sobre higiene do lar. A limpeza dos corpos e a higiene são tomadas aqui, como instituidoras de educação das sensibilidades, uma vez que instrui a dona de casa, sobre como se portar em seu ambiente privado, de modo que possa ser considerado civilizado. 6 Citação do Hino do Estado do Espírito Santo, descrito no Almanak de Amancio Pereira (1899: 281) como Hino da Juventude Espírito Santense, que traz em sua essência os cânones positivistas de crença no progresso e no futuro. O que também ocorre na bandeira deste estado com a frase: “Trabalha e confia”. Dando a impressão de que só o trabalho bastaria para alavancar o povo aos mais altos degraus, econômicos e sociais, tidos nesta perspectiva como inevitáveis.

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- Estou admirado deste teu procedimento. - Ah! Tornou o grande Voltaire, não te admires, meu caro, eu não sou amigo delle, é verdade, porém, entendo, que é sempre da boa educação cumprimentar os mais velhos e também respeitar as crenças alheias! O livre pensador, ante essa lição que recebera, correu envergonhado.

Fica evidenciado na citação acima, não só um discurso moralista, como também uma admiração à educação e ao pensamento francês, além claro, de conciliar o pensamento de um grande pensador iluminista (Voltaire), com o mundo religioso ao qual a população capixaba ainda era fortemente ligada, tendo por muitas décadas, representantes das grandes famílias tradicionais do estado como arcebispos da Capital. Cabe destacar, que poucos trabalhos foram feitos no Brasil sobre almanaques até 1998, quando Maria Carolina Bovério Galzerani, apresentou a tese de seu doutoramento, O almanaque, a locomotiva da cidade moderna: Campinas, décadas de 1870 e 1880. A autora teve como objetivo fundamental, fazer uma (re)constituição de trajetórias culturais perdidas, possibilitando-a problematizar historicamente, o engendramento de sensibilidades e práticas culturais ditas republicanas, modernas. Sensibilidades e práticas estas, intimamente articuladas à produção dos almanaques oitocentistas (GALZERANI, 1998: 8). Partindo deste mesmo fluxo, temos uma possibilidade de reconstituição de tais engendramentos, ocorrendo de forma análoga em Vitória (embora de forma menos intensa, como já destacado), através das publicações deste estado. Portanto, dentre os diversos equipamentos urbanos, como a chegada dos bondes e das linhas de trem, a imprensa (jornais e almanaques), participa ativamente desse processo multifacetado de educação urbana dos cidadãos, de suas formas de sociabilidade e de suas sensibilidades. Circulando de forma constante pelo espaço público, durante várias décadas, sendo um artefato visível para todas as camadas sociais, interagindo com elas, mesmo que em diversos momentos desse longo período de sua existência, não fosse acessível e/ou utilizado por todos.

REFERÊNCIAS

Documentação primária:

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PEREIRA, Amancio. Almanak do Estado do Espírito Santo: Publicação commercial, administrativa,

litterária,

scientifica,

etc,

etc.

1899.

Disponível

em:

Acesso em: 10 jan. 2014. JORNAL ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Disponível em: < http://hemerotecadigital.bn.br/acervo-digital/estado-espirito-santo/229644> Acesso em: 12 jul. 2014.

Obras de apoio:

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de filosofia. 5ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007. CRUZ, Heloísa Faria. São Paulo em papel e tinta: periodismo e vida urbana 1890-1915. São Paulo: Arquivo Público do Estado de São Paulo, 2013. FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder: Formação do Patronato Político Brasileiro. Rio de Janeiro: Globo, 2001. GALZERANI, Maria Carolina Bovério. O almanaque, a locomotiva da cidade moderna: Campinas, décadas de 1870 e 1880. 1998. 341 f. Tese (Doutorado em História). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1998. GAY, Peter. A experiência burguesa da Rainha Vitória a Freud: a educação dos sentidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. HADLER, Maria Silvia Duarte. Trilhos da Modernidade: memórias e educação urbana dos sentidos. Campinas: [s.n.], 2007. NOVAES, Maria Stella de. História do Espírito Santo. Vitória: Fundo Editorial do Espírito Santo, s.d. PINTO JUNIOR, Arnaldo. Professor Joaquim Silva, um autor da história ensinada do Brasil: livros didáticos e educação moderna dos sentidos (1940-1951). Campinas- SP: UNICAMP, 2010. SEVCENKO, Nicolau (org. do volume) - História da vida privada no Brasil: da Belle Époque à Era do Rádio. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. . Literatura como missão. Tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1999. THOMPSON, E.P. Costumes em Comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. WILLIAMS, Raymond. Imprensa e cultura popular: uma perspectiva histórica. In: Projeto História: História e Imprensa, São Paulo, n. 35, p. 15-26, dez. 2007.

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