Indexação de imagens: questões conceptuais e propostas metodológicas (2015)

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UNIVERSIDADE DO PORTO FACULDADE DE ENGENHARIA

INDEXAÇÃO DE IMAGENS: questões conceptuais e propostas metodológicas João Paulo Fernandes Lopes

Mestrado em Ciência da Informação

Trabalho de avaliação da unidade curricular de Análise de Conteúdo e Indexação Docente: Professora Doutora Olívia Manuela Marques Pestana

2015

SUMÁRIO SUMÁRIO ....................................................................................................................................................... 1 PARTE I – INDEXAÇÃO DE IMAGENS .................................................................................................... 3

0. Introdução ........................................................................................................................................................... 3

CAPÍTULO UM – O BILHETE-POSTAL ILUSTRADO .......................................................................... 4 1. 2.

História do bilhete-postal ilustrado ...................................................................................................... 4 O bilhete-postal ilustrado em Portugal ................................................................................................ 6

CAPÍTULO DOIS – O BILHETE-POSTAL COMO OBJECTO INFORMACIONAL............................ 9 3. 4. 5. 6.

Caracterização e contextualização ......................................................................................................... 9 Perfil do utilizador .................................................................................................................................... 10 O bilhete-postal ilustrado como fonte de informação ................................................................. 12 Acesso à informação ................................................................................................................................. 14

CAPÍTULO TRÊS – INDEXAÇÃO DE IMAGENS .................................................................................. 15 7. 8.

Conceitos teórico-metodológicos: definições e considerações................................................. 15 Indexação por assuntos: princípios gerais....................................................................................... 19 8.1. Qualidade da análise ....................................................................................................................................... 19 8.2. Interesse do utilizador; características do fundo bibliográfico .................................................... 19 8.3. Simplicidade formal ........................................................................................................................................ 19 8.4. Coerência e uniformidade ............................................................................................................................ 19 8.5. Controlo da sinonímia .................................................................................................................................... 21 8.6. Analogia................................................................................................................................................................ 21 8.7. Controlo da ambiguidade.............................................................................................................................. 21 9. Metodologia adoptada na indexação de imagens .......................................................................... 22

CAPÍTULO QUATRO – CONTROLO DA LINGUAGEM ...................................................................... 30 10.

Construção da Lista de Termos de Indexação ............................................................................ 32

CAPÍTULO CINCO – GRELHA DE ANÁLISE DA IMAGEM................................................................ 34 CAPÍTULO SEIS – CONCLUSÃO ............................................................................................................. 37 PARTE II – LISTA DE TERMOS DE INDEXAÇÃO .............................................................................. 38 1.

Introdução ................................................................................................................................................... 38 1.1. Objectivos ............................................................................................................................................................ 38 1.2. Campo de aplicação ......................................................................................................................................... 38 1.3. Definições ............................................................................................................................................................ 38 1.4. Abreviaturas e convenções .......................................................................................................................... 39 2. Controlo da linguagem ............................................................................................................................ 40 3. Relações básicas entre os termos ........................................................................................................ 40 4. Composição e estrutura .......................................................................................................................... 41 5. Apresentação alfabética dos termos .................................................................................................. 42

BIBLIOGRAFIA........................................................................................................................................... 71 ANEXOS ........................................................................................................................................................ 76

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“Podemos considerar o processo de difusão da ilustração por intermédio dos Bilhetes Postais Ilustrados como um dos mais importantes contributos para o desenvolvimento da informação de massas e o início da chamada civilização da imagem.” Vicente de Sousa e Neto Jacob “A picture may be worth a thousand words, but a thousand descriptors are probably not enough to describe the contents of an image database.” Howard Besser

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PARTE I – INDEXAÇÃO DE IMAGENS 0. Introdução O presente trabalho constitui um componente de avaliação da unidade curricular de Análise de Conteúdo e Indexação, do Mestrado em Ciência da Informação da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, ministrada pela docente Professora Doutora Olívia Manuela Marques Pestana. O objectivo é a apresentação da problemática teórica e prática associada à análise de conteúdo e indexação de documentos cujo conteúdo é principal e maioritariamente constituído por imagens especificamente bilhetes-postais ilustrados - e a proposta de soluções para recuperação por assunto deste tipo de documento visual gráfico. A parte prática do estudo teve por base a análise de documentos da colecção1 de postais do Arquivo Municipal do Porto. O trabalho envolveu a revisão bibliográfica pertinente, a análise dos documentos, a determinação do seu conteúdo e a respectiva tradução em linguagem de indexação. O indicador de resultado é materializado na elaboração e apresentação de uma Lista de Termos de Indexação para análise de documentos visuais gráficos, bem como uma Grelha de Análise. A Lista de Termos de Indexação apresentada resulta da análise e indexação de imagens de um conjunto de 100 bilhetes-postais ilustrados, daquela coleção. Será constituído por duas partes, sendo que a Parte I integrará as considerações teóricas sobre o tema, a caracterização do objecto de estudo e explanação da metodologia adoptada e a Parte II apresentará a mencionada Lista de Termos. A tarefa revela-se particularmente desafiante e laboriosa, pela escassez no nosso país de publicações e normas direccionadas à indexação por assuntos de material visual gráfico, já que o existente sobre o tema é um conjunto de artigos dispersos por várias publicações, sem articulação e sistematização, e ainda pelas dificuldades que a análise de imagens acarreta desde logo, conceptual e tecnicamente. Para a concretização deste trabalho muito contribuiu o apoio de várias pessoas, nomeadamente dos dirigentes e técnicos do Arquivo Municipal do Porto, da Câmara Municipal do Porto (CMP), pelas facilidades concedidas para acesso aos documentos objeto de estudo, bibliografia e informações técnicas necessárias. Houve o ensejo de, sinergicamente, aliar as exigências do trabalho às necessidades funcionais específicas do sistema de informação do Arquivo Municipal, cujos resultados são esperados na aquisição de conhecimentos e competências académicos e técnicos do discente, com benefícios para a organização. 1

“1. Conjunto de documentos de arquivo reunidos artificialmente em funções de qualquer característica comum, nomeadamente o modo de e o assunto, o suporte, a tipologia documental ou o coleccionador.(...)” Cf. ALVES, Ivone [et al.] – Dicionário de terminologia arquivística. Lisboa: Instituto da Biblioteca Nacional e do Livre, 1993. ISBN 972565-146-4. p. 22.

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CAPÍTULO UM – O BILHETE-POSTAL ILUSTRADO A cartofilia – “disciplina de investigação que estuda na sua globalidade o Bilhete Postal, não só ao nível da imagem, mas também o próprio suporte físico, isto é, editores, fotógrafos, técnicas de impressão, etc.”2 – nasce no seio do coleccionismo, mas cedo se afirma. Pela riqueza das imagens, pelo rigor e exactidão informativa dos testemunhos fidedignos que oferece, a cartofilia constitui inegavelmente “uma importante fonte histórica. Nomeadamente no caso de zonas urbanas e monumentos que desapareceram ou se modificaram ao longo dos anos, o postal ilustrado é, muitas vezes, um documento inestimável e até insubstituível."3

1. História do bilhete-postal ilustrado Normalmente associamos o bilhete-postal a certas épocas do ano em que as pessoas se deslocam do seu lugar de residência habitual para efectuarem uma viagem, normalmente no gozo de um período de férias, ou então por motivos laborais. A visita a locais diferentes é, ainda hoje, na era da informação digital, motivo para o envio de um bilhete-postal que testemunha, pelas imagens e pelo carimbo dos correios que o remetente visitou um monumento, um lugar, um evento, uma cidade, e que considera importante partilhar essa experiência. É um costume, talvez ritual, que não estranhamos hoje. Porém, esta forma simples, rápida e económica de cumprimentarmos alguém através de um mero pedaço de cartão com uma imagem relativa a um local ou a um acontecimento é afinal um fenómeno relativamente recente. Na realidade, só no final dos anos 1860 apareceram à venda os primeiros bilhetes-postais produzidos oficialmente. O dia 1 de Outubro de 18694 marca o nascimento do primeiro bilhetepostal, posto à disposição do público na Áustria e Hungria. A Áustria vendeu em três meses cerca de três milhões de exemplares e, sucessivamente, o bilhete-postal foi sendo adoptado em vários países de todos os continentes do mundo. A partir de 1873 realizaram-se Congressos Postais que regularam internacionalmente o formato, a circulação, as taxas e as penalidades para as infracções. “A transição do inteiro bilhete-postal para o bilhete-postal ilustrado vai dar-se nos Estados da Alemanha do Norte em 1870, quando um livreiro aplica uma gravura sobre o bilhete-postal, iniciando a sua exploração comercial somente em 1875.”5 Rapidamente surgem casas especializadas com tecnologia avançada na Alemanha, Suíça, Bélgica, Itália, França e Inglaterra. 2

PASSOS, José Manuel da Silva – O bilhete-postal ilustrado e a memória urbana do Porto. Porto: Caminho; Campo das Letras, 1994. (Memória da cidade). ISBN 972-21-0952-9. p. 14. 3 MATOS, Marina de Morais Freitas de. org. – Catálogo de postais ilustrados antigos: Porto. Porto: Biblioteca Pública Municipal do Porto, 1986. p. 13. 4 SOUSA, Vicente de; JACOB, Neto – Portugal no 1.º quartel do séc. XX documentado pelo bilhete-postal ilustrado da 1.ª exposição nacional de postais antigos, Bragança, 1984. Bragança: Câmara Municipal de Bragança, 1985. p. 27. 5 Idem – Ibidem. UP. FEUP – MCI – ACI

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As vantagens que apresentava - taxa de correio mais baixa, dispensa de um envelope e de papel de carta, recolhas e distribuições regulares - constituíram razões para a sua aceitação e rápido êxito junto das pessoas. Por outro lado, os homens de negócios entreviram neste instrumento uma óptima oportunidade de fazerem circular os seus produtos tirando proveito da divulgação publicitária. “No virar do século, a ‘idade de ouro’ do bilhete-postal tinha verdadeiramente começado e o postal de férias tornou-se apenas mais um de entre as centenas de tipos disponíveis, com centenas de diferentes razões para o seu envio.”6 Esta idade de ouro iria durar quase duas décadas, em que se assistiu a grandes transformações sociais e avanços tecnológicos, como o surgimento do carro a motor e do aeroplano. Numa época em que o telefone era um bem raro, o bilhete-postal era o meio mais rápido e económico de comunicar com alguém. À aceitação seguiu-se o coleccionismo, pois a facilidade de arrumação permitia reunir facilmente figuras de ídolos da época: actrizes e actores, políticos, desportistas, a par de uma grande variedade de outros temas que incluíam vistas de um local, raparigas bonitas, crianças, animais, transportes, monumentos, etc. Os coleccionadores e consumidores, que abarcam todos os estratos sociais, agrupam-se em clubes internacionais criados exclusivamente para a troca de postais, aparecendo vários jornais especializados. Durante a Primeira Guerra Mundial continua a popularidade do uso do bilhete-postal, agora com motivos alusivos ao conflito, patrióticos e propagandistas, para decrescer no final do mesmo. “Com a reestruturação dos sistemas postais, as taxas dos correios aumentaram e a circulação torrencial de bilhetes-postais foi reduzida a um ténue fio.”7 Nos anos 20 do século passado assiste-se ao surgimento de novas modas e formas de arte, com o desenvolvimento do cinema, cujas estrelas vão substituir os artistas de teatro nas imagens dos postais, e os anos 30 traduziram-se em mais um período de baixa na história do bilhete-postal e da sua circulação. No final da década de 60 o postal ilustrado volta a estar em voga, desta feita pela mão de coleccionadores que descobrem o seu valor como objecto histórico e fomentam a sua circulação. Assim, as décadas de 70 e 80 foram períodos de “ressurgimento da edição de bilhetes-postais como uma forma de arte por direito próprio, e presentemente existem editores em todos os países do mundo que produzem excelentes desenhos representando o tempo em que vivemos. A acessibilidade desses postais torna-se mais vasta à medida que a sua popularidade aumenta, com muitos museus, galerias de arte, lojas de recordações, livrarias e papelarias oferecendo boas selecções.”8 Hoje, o bilhete-postal ilustrado atingiu um foro de banalidade que o leva a ser substituído pelo seu sucessor digital e virtual. Paradoxalmente, os postais das primeiras edições e da idade do ouro da cartofilia tornam-se objectos de valiosa raridade para os coleccionadores, atingindo por vezes preços de somas astronómicas, aumentando ao valor intrínseco o valor material. 6

WILLOUGHBY, Martin – História do bilhete-postal: registo ilustrado desde o virar do século até à actualidade. Lisboa: Editorial Caminho, 1993. p. 10. 7 Idem – Op. cit. p. 16. 8 Idem – Ibidem. UP. FEUP – MCI – ACI

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Recentemente, porém, existe uma revitalização do uso do bilhete-postal ilustrado, nomeadamente promovida pelo projecto português intitulado “Postcrossing” que usa um site com a mesma designação (https://www.postcrossing.com), no qual é referido que “O objectivo deste projecto é permitir a qualquer pessoa receber postais de todo o mundo, gratuitamente. Ou quase.(...)”. A estatística consultada permite constatar uma grande adesão, com 554350 utilizadores registados em 215 países (informação recolhida em Maio de 2015, em https://www.postcrossing.com/about/PT).

2. O bilhete-postal ilustrado em Portugal O primeiro bilhete-postal oficial dos Correios de Portugal, não ilustrado, data de 1878. Deste primeiro bilhete-postal foram feitas sucessivas edições, com modificações no aspecto, tamanho e qualidade, chegando assim aos existentes actualmente.”9 Em 1 de Marco de 1894, por ocasião das comemorações do V Centenário do Nascimento do Infante D. Henrique, o Rei D. Carlos e a Rainha D. Amélia deslocam-se à cidade do Porto, assistindo e participando nas respectivas cerimónias, aí tendo permanecido até 6 de Março. No dia 3 de Março, a família real e comitiva deslocam-se à Rua da Alfândega, onde é descerrada uma lápide na “Casa do Infante” que investigações históricas, e sobretudo a tradição, aceitam comummente como local de nascimento do Infante. No dia 4 do mesmo mês é posta em circulação uma edição de 500.000 postais aprovada pelo monarca, com gravação de Francisco Pastor, alusiva à efeméride, por decreto de 8 de Fevereiro desse ano. “Nascia assim o bilhete-postal ilustrado e, apesar de acontecimento nacional, não será deslocado ligar a cidade do Porto e a “Casa do Infante” ao aparecimento deste artístico meio de comunicação.”10 Em 1895 segue-se outra edição oficial comemorativa, também dos Correios, alusiva ao VII Centenário do Nascimento de Santo António de Lisboa, também com gravação de Francisco Pastor e ilustração de José Armando de Pedroso Gomes da Silva. No mesmo ano surge como primeira edição particular a comemorativa, igualmente, do VII Centenário do Nascimento de Santo António de Lisboa, emitido pela Companhia Nacional Editora, de Lisboa. O ano de 1898 assiste a mais uma edição oficial comemorativa, do IV Centenário do Descobrimento da Índia, com vários ilustradores, como Alfredo Roque Gameiro e Columbano, e vários gravadores. A mesma comemoração motivou outra edição particular no mesmo ano, por A. L. Freire, de Lisboa. O primeiro bilhete-postal publicitário, ilustrado, é da casa Santos Beirão & Henriques, de Lisboa, numa edição da Companhia Nacional Editora, anterior a 1900. Do período de finais do século XIX e início do século XX encontramos edições como a do Centenário da Sebenta em Coimbra em 1899, supostamente editada pela Comissão de Estudantes da Universidade. Também de Coimbra, 9

SOUSA, Vicente de; JACOB, Neto – Op. cit. p. 29. REAL, Manuel Luís. In PORTUGAL. Clube Nacional de Filatelia. Núcleo de Cartofilia – O bilhete postal ilustrado antigo em Portugal: 1895-1930. [Porto: S.n.], 1985. 10

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editados pela Typographia Auxiliar d’Escriptorio, existem postais anteriores a 1900. No Porto, os editores pioneiros são Araújo & Sobrinho (1898), Carlos Pereira Cardoso (1899?), Emílio Biel (1899) e F. A. Martins (1900?).11 Em 1902 o Ateneu Comercial do Porto, numa campanha de recolha de fundos para a construção de um monumento em homenagem ao escritor Almeida Garrett, no âmbito das comemorações do centenário do seu nascimento, publica um conjunto de 41 postais.12 O Porto, assim implicado no nascimento do bilhete-postal, desempenhou um papel primordial na promoção da efectiva aceitação junto do público, através de eminentes ilustradores, fotógrafos e editores ligados à cidade. Nomes como A. D. Canedo, Alberto Ferreira, Domingos Alvão, António Carneiro, Araújo & Sobrinho, Armazéns Hermínios, Emílio Biel, Fotografia Guedes, Fotografia Nacional, Arnaldo Soares, J. P. da Conceição, José Barreto, Litografia Universal, Marques de Abreu, Manuel Monterroso, Oficinas do Comércio do Porto, Aurélio Paz dos Reis, Carlos Pereira Cardoso, são citados por diversos autores13 quando se referem à “época áurea da edição e circulação postal ilustrado em Portugal.”14 Não poderemos, contudo, olvidar o papel dos editores estrangeiros na implantação do bilhetepostal, com uma grande produção, fruto da enorme capacidade técnica e financeira relativamente aos editores nacionais. Esta produção teria origem nos próprios países estrangeiros e chegaria a Portugal por via comercial, turística ou diplomática e, simultaneamente, encontramos editores estrangeiros estabelecidos ou com representações em território nacional. Acham-se nestes casos, por exemplo, os franceses Barrault Photographie, os suíços Kunzli Frères e Photoglob C.º, os alemães Purger & C.º e Stengel & C.º, entre outros. O postal ilustrado surge associado à evolução das técnicas e aos progressos do campo da impressão tipográfica e da fotografia, também esta emergente e a afirmar-se no início do século XX, respondendo às solicitações de um público cada vez mais consumidor de informação e de novidades. A expansão da fotografia e da fototipia ira tornar acessível o postal ao grande público, permitindo o enorme alargamento do mercado. “É então o tempo do triunfo da imagem, que a ‘alquimia mágica’ da óptica e da química permite captar e distribuir massivamente a um mundo apressado, ávido de informação e fantasia”15 O postal ilustrado acompanha e testemunha as grandes transformações sociais no domínio dos transportes, das comunicações, dos costumes e do urbanismo, trazidas à informação pela mão e olhar dos fotógrafos e outros artistas da imagem. 11

SOUSA, Vicente de; JACOB. Neto – Op. cit. p. 29. OLIVEIRA, Jaime de; FRADE José; MARQUES, Mário. org. – A cidade do Porto através do bilhete-postal: 18981930. Porto: Ateneu Comercial, 1990. p. 7. 13 OLIVEIRA, Jaime de; FRADE José; MARQUES, Mário – Op. cit.; PASSOS, José Manuel da Silva – O bilhete postal ilustrado e a memória urbana do Porto. Porto: Caminho; Campo das Letras, 1994; e REAL, Manuel Luís – Op. cit. 14 OLIVEIRA, Jaime de; FRADE José; MARQUES, Mário, org. – Op. cit. p. 7. 15 Idem – Ibidem. 12

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A arte fotográfica e os fotógrafos, de resto, “desempenharam um papel extraordinário na informação, através da Imprensa, sobretudo a ilustrada, retratando o país desconhecido, bem como no desenvolvimento da própria publicidade.”16 Os primeiros bilhetes-postais ilustrados portugueses “eram sobretudo fototípicos, retratando as terras, monumentos, paisagens, costumes e trajos regionais, sem capacidade gráfica e artística para competirem com os estrangeiros, mas, mesmo assim, em 1906, consumiram-se em Portugal cerca de 1 milhão destes postais (…).”17 Inicialmente circunscrita aos grandes centros urbanos, a actividade editorial cedo se expandiu a todo o país, fosse pelo resultado dos anúncios das edições na imprensa e consequente aquisição nos meios de província, fosse porque os editores/ fotógrafos percorriam eles próprios o território, retratando-o, e vendendo as suas edições aos comerciantes locais, ou editando estes por iniciativa própria. É assim que, desde a República até aos anos 20, o país é todo fotografado e retratado em bilhete-postal. Em Portugal o boom comercial do postal ilustrado tem início em 1904, prolongando-se até 1907. Também no nosso país a produção cresceu continuamente até à Primeira Guerra, sendo neste período veículo de propaganda patriótica e política, com imagens do teatro de guerra e do Corpo Expedicionário Português, não sem que a sua circulação fosse acompanhada de “zelo patriótico” aposto pelo carimbo da censura. Com o fim do conflito verifica-se uma nítida quebra da produção de postais no país, aliás na linha da tendência internacional, restringindo-se as edições aos motivos orientados por interesses turísticos e publicitários. O bilhete-postal ilustrado em Portugal acompanha, desde então, as tendências do fenómeno a nível mundial, com a circulação vulgarizada e com os formatos a diversificarem-se, incluindo, como assinalámos, o digital.

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SOUSA, Vicente de; JACOB, Neto – Op. cit. p. 32. SOUSA, Vicente de; JACOB, Neto – Op. cit. p. 28.

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CAPÍTULO DOIS – O BILHETE-POSTAL COMO OBJECTO INFORMACIONAL 3. Caracterização e contextualização A ciência da informação pode ser definida como a “Disciplina que estuda a teoria e a prática da geração, processamento e disseminação da informação.”18 Neste âmbito científico, o bilhete-postal ilustrado é um objeto informacional normalmente referido como documento visual gráfico. De acordo com a norma “ISBD(NBM): descrição bibliográfica internacional de material não livro” é definido como “material gráfico” na designação genérica de material, e como “postal” na designação específica de material, para efeitos de descrição bibliográfica. Como foi mencionado, a parte prática deste trabalho baseou-se no conhecimento e exploração da colecção de bilhetes-postais ilustrados do Arquivo Municipal do Porto, custodiada pela Divisão Municipal de Arquivo Histórico. Este Arquivo, criado oficialmente em Novembro de 198019, é constituído hoje por duas divisões de serviço – Divisão de Arquivo Geral e Divisão Arquivo Histórico – conserva documentação produzida pela autarquia portuense desde a Idade Média até ao presente, assim como diversos arquivos de origem particular e colecções, num total de ca. de 12000 metros lineares de documentos. Desde outubro de 2012, o Arquivo Municipal do Porto, constituído por duas Divisões de serviço, tem o seguinte enquadramento orgânico:

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BRASIL. Arquivo Nacional – Dicionário brasileiro de terminologia arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2005. (Publicações técnicas; 51). ISBN: 85-7009-075-7. p. 48.

ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL DO PORTO – Arquivo Histórico Municipal do Porto. Porto: Câmara Municipal do Porto, 1998. Folheto. 19

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O Arquivo Municipal do Porto é o serviço camarário da CMP que tem como missão promover a organização o acesso e a difusão da informação produzida ou recebida pelo Município no exercício da sua actividade e materializada em documentos, conservados a título temporário ou definitivo, em razão da sua natureza administrativa e do respectivo interesse histórico-cultural.

4. Perfil do utilizador Com o objectivo de conhecer o perfil do utilizador de postais e da forma como coloca as questões aos sistema de informação para a sua recuperação, procedemos à recolha de informações junto dos técnicos superiores e técnicos profissionais, por não ser possível fazê-lo junto dos próprios leitores – como seria obviamente desejável – por limitações temporais, já que o número de consultas deste tipo de documentos, presencialmente, é reduzido ao longo do ano, obrigando a que aquela recolha fosse efectuada num período alargado de tempo para abranger uma amostra significativa. Por outro lado, actualmente, estão actualmente disponíveis online 4300 postais com metainformação descritiva, sendo que 3045 têm objetos digitais associados (num rácio de 71 %), na versão Web da aplicação utilizada, o GISA – Gestão integrada de Sistemas de Arquivo (http://gisaweb.cm-porto.pt). Apesar de serem monitorizadas as visitas virtuais, com recolha de vários indicadores, ainda não é possível obter detalhes que permitam traçar o perfil do utilizador específico de bilhetes-postais. Paralelamente, foram inquiridos informalmente os técnicos do serviço de referência do Arquivo Histórico, onde se encontra a colecção. As respostas evidenciam que o utilizador solicita imagens relativas a diversos aspectos relacionados com a cidade do Porto, agrupadas por grandes temas, sendo os mais frequentes: monumentos, transportes, festejos, costumes, tradições, edifícios, pontes, profissões, vestuário, etc. Raramente a autoria da imagem ou do fabrico é mencionada na recuperação destes documentos, pressupondo-se que por desconhecimento ou desinteresse do utilizador, apesar de a autoria ser indagada aquando da descrição, para preencher o controlo de autoridade de cada documento simples ou composto. A toponímia é igualmente uma pergunta de recorrência frequente: ruas, avenidas, praças, zonas, etc. Relativamente a aspectos cronológicos, as questões podem mencionar, geralmente, uma década ou um século, ou designações vagas como “épocas das revoluções” ou “imagens antigas”. As características da imagem solicitada podem incluir vistas gerais, pormenores da cidade e de alguns monumentos, e mencionar a cor pretendida – preto e branco ou colorido. Outro tipo de requisito pode ser a forma de gravura, desenho ou ilustração. Quanto ao tipo de utilizador, sem que tivesse sido segmentado quantitativamente, pode ser tipificado em três grandes grupos: 1) estudantes (Arquitectura, História, História de Arte, Engenharia, Gestão de Património e Jornalismo); 2) investigadores (diversas áreas); 3) editores, empresas de publicidade ou design, professores e reformados.

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Esta tipificação abrange apenas os utilizadores que fazem consulta presencial, não englobando por tal outro tipo de utilizadores que requerem pesquisas por via postal, telefónica ou correio electrónico, bem como os que consultam os documentos disponíveis online. Concomitantemente, esta caracterização do perfil do utilizador não pode, em rigor, ser apresentada como definitiva no momento deste trabalho, mas apenas indicativa. Na indagação do perfil do utilizador fizemos ainda a leitura dos dados estatísticos relativos à presença de utilizadores em 2014. Assim, foram registadas 3577 presenças no Arquivo Histórico. Ainda que sem apresentar dados estatísticos, por falta de tempo para a sua consulta dada a necessidade de filtrar as consultas por tipo de documento, a experiência dos técnicos inquiridos indica permite afirmar que a consulta de postais tem uma diminuta expressão e frequência, face ao número total de utilizadores e consultas realizadas presencialmente. Especulativamente, tal pode explicar-se, e com base no conhecimento do comportamento dos utilizadores do Arquivo (e dos cidadãos em geral), pela migração dos utilizadores para outras fontes de pesquisa de imagens, na internet, com maiores facilidades de deslocação, por ser virtual, incluindo as do Arquivo Municipal online, e ainda por desconhecimento da disponibilização da colecção online. Neste sentido, o Arquivo Municipal tem aproveitado os meios digitais do município - site de notícias da CMP (http://www.porto.pt) – para efectuar acções de divulgação que promovem um conhecimento alargado dos serviços e do acervo do Arquivo Municipal, bem como outras acções de divulgação formais, como a presença em encontros profissionais de carácter técnico-científico: jornadas, congressos, debates, entre outros. A confirmação desta preferência do utilizador pela consulta online, baseia-se nos dados estatísticos recolhidos que indicam que o número de documentos consultados presencialmente sofreu um decréscimo entre os nãos de 2013 e 2014, passando de 13816 documentos consultados em 2013 e para 8460 em 2014 (-39%). Já o número de documentos consultados online teve um aumento de 19% no período homólogo, tendo-se registado 422289 consultas online em 2013 e 500672 em 2014. Efectivamente “é inquestionável que os utilizadores se servem das novas tecnologias nas suas pesquisas e que já não lhes podemos caracterizar os perfis com a mesma precisão, mas não deixam de ser utilizadores.”20 No entanto, “sejam quais forem os suportes técnicos de armazenagem e os meios de pesquisa e recuperação da informação”21 subsiste a necessidade de o indexador descrever o conteúdo informacional dos documentos, através de uma linguagem controlada, e de o disponibilizar aos utilizadores com eficácia e objectividade, “traduzindo” o mais fielmente possível a mensagem e a intenção comunicacional dos autores, para que a informação seja exacta, rigorosa e de qualidade.

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MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Indexação por assuntos: princípios gerais e normas. Lisboa: Gabinete de Estudos A & B, 2002. (Estudos a & b. Teoria; 1). ISBN 972-98827-0-3. p. 22. 21 MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Op. cit. p. 32

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5. O bilhete-postal ilustrado como fonte de informação Constituindo o bilhete-postal ilustrado uma fértil fonte de informação, não só para a investigação histórica e sociológica, como para outras áreas do conhecimento, não poderia o Arquivo Municipal deixar de dedicar especial atenção ao tratamento da sua colecção22, possibilitando assim a sua fruição aos utilizadores, que a procurará por razões de pesquisa académica e profissional ou por mera curiosidade, ilustrando e completando assim outro tipo de fontes de informação sobre variados temas relacionados com o Porto: as ruas, os monumentos, as actividades económicas, as transformações urbanísticas, sociais, políticas, etc. No caso do Arquivo Municipal podemos afirmar, secundando Jean-Yves Rousseau e Carol Couture, que “(…) vários domínios de actividade têm uma necessidade premente das fontes essenciais que são os arquivos definitivos e que, neste sentido, os serviços de arquivo se tornaram verdadeiros laboratórios para várias disciplinas das ciências humanas, das ciências sociais e das ciências puras.”23 Assim, “les horizons de la recherche s’élargissent, les besoins des utilisateurs se diversifient. Les moyens d’exploitation de la documentation créent de nouveaux intérêts et de nouvelles disciplines au fur et à mesure qu’ils se perfectionnent.”24 Na verdade, a imagem proporciona um leque de possibilidades de utilização multidisciplinar, pois como afirma Howard Besser25, uma fotografia do século XIX de uma rua cheia de pessoas pode interessar aos historiadores para ilustrar uma época, aos arquitectos que estudam a construção, aos urbanistas que investigam os padrões de tráfego, aos historiadores da cultura que procuram as alterações da moda, aos médicos que procuram hábitos tabagistas nas mulheres ou a estudantes que consideram os processos fotográficos utilizados. Por outro lado, a descrição física e de conteúdo da colecção tem como procedimento inerente a sua digitalização para acesso em formato digital pelos utilizadores, o que se traduz na redução do manuseamento e movimentação, assim como do consequente desgaste e deterioração que isso acarreta. Promove-se assim, simultaneamente, a sua conservação e a difusão gratuita e universal, na internet. A colecção de postais pode ser vista e ter o valor atribuído ao fundo local numa biblioteca. “O fundo local é uma colecção de documentos consagrados à história, vida social e económica, etc., produzida por uma localidade ou relacionada com ela. Contém documentos antigos e actuais de todos os formatos e suportes (…). Este fundo tem um papel fundamental para o estudo da localidade, é o testemunho da vida local passada e actual.”26 22

“Conjunto de documentos de arquivo reunidos artificialmente em função de qualquer característica comum, nomeadamente o modo de aquisição, o assunto, o suporte, a tipologia documental ou o coleccionador (…)” cf. Dicionário de Terminologia Arquivística.

ROUSSEAU, Jean-Yves; COUTURE, Carol – Os fundamentos da disciplina arquivística. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1998. p. 125. 24 GARNIER, François – Thesaurus iconographique: système descriptif des représentations. Paris: Ministère de la Culture, 1984. p.14. 25 Cit. por BAXTER, Graeme; ANDERSON, Douglas – Image indexing and retrieval: some problems and proposed solutions. Internet Research: Electronic Networking Applications and Policy. 6, 4 (1996). ISSN 1066-2243. P. 67-76. p. 68. 26 ALVIM, Luísa – A análise de conteúdo de documentos visuais gráficos: contributo para a recuperação por assunto. Páginas A & B. 1 (1997). p. 135. 23

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A colecção conta actualmente com cerca de 4500 bilhetes-postais ilustrados, adquiridos27 por compra, dação ou doação, incluindo os que fazem parte de arquivos do acervo do próprio Arquivo Municipal, com registos de entrada desde 1983. A maioria assenta em exemplares a preto e branco, existindo também postais coloridos, obtidos a partir de fotografia, desenho ou gravura e ainda postais virados a sépia, azul ou verde. A importância capital e a riqueza documental desta colecção como fonte de informação é testemunhada pela presença de exemplares editados desde a viragem do século XIX para o XX, como por exemplo os do fotógrafo e editor Emílio Biel (datados de cerca de 1900), até às edições actuais que atestam a evolução diacrónica dos próprios processos fotográficos utilizados. Porém, a data de edição é um elemento maioritariamente ausente, o que obriga à consulta de variadas fontes de informação sobre cartofilia para atribuir uma data, por aproximação. É de extrema utilidade, para a datação, o estudo de Sousa e Jacob28 sobre o bilhete-postal ilustrado. Estes autores concluíram que a chamada “credit-line”, no verso do postal, era reservada ao endereço, ao selo e à referência oficial de “Union Postale Universelle” ou “Carte Postale” ou a sua tradução portuguesa, verificada a partir de 1901, com utilização não normalizada de caracteres de impressão. A divisão a meio da traseira, com impressão de um traço ou desenho, só viria a ocorrer a partir de 1904, sendo lado esquerdo destinado para a correspondência e o lado direito para o endereço e selagem. Nos casos em que aquelas fontes não fornecem a resposta, partindo sempre da análise da imagem e dos objectos ou eventos representados, a edição é inserida num contexto coetâneo com aquelas representações. O formato preponderante apresenta as medidas (altura x largura) de 9 x 14 ou 14 x 9 cm, sendo os postais mais recentes, editados após os anos 60/70 do século passado, do formato l0 x 15 ou 15 x 10 cm. A determinação da autoria e responsabilidade editorial permite identificar essencialmente os editores, predominantemente sediados no Porto e Lisboa e, mais raramente, os autores das imagens, os fotógrafos. Todavia, em muitos casos não é de todo possível atribuir uma autoria ou responsabilidade, sendo nestes casos as edições identificadas pelo tipo de impressão tipográfica do verso. Como afirmam os especialistas Sousa e Jacob, o fotógrafo actuava também como editor, mas se aquela função não é identificada, a menção de responsabilidade é somente relativa ao editor. No concernente aos processos fotográficos utilizados, predomina a fototipia, estando presentes também a fotogravura, a 1itografia, a fotolitografia e a rede de pontos, bem como a reprodução directa em papel de revelação.29 Todos os postais da colecção se encontram em bom estado de conservação, exceptuando pequenos pormenores de danificação pelo uso, sem perda de intelegibilidade, porém. 27

Por rigor terminológico referimo-nos a aquisição, diferente de incorporação.

28

SOUSA, Vicente de; JACOB, Neto – Op. cit. p. 30-31. 29 Para os processos fotográficos, consultar: PAVÃO, Luís – Conservação de colecções de fotografia. Lisboa: Dinalivro, 1997. ISBN 972-576-130-8. UP. FEUP – MCI – ACI

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6. Acesso à informação Atualmente, da colecção de bilhetes-postais ilustrados de cerca de 4500 exemplares, e como referido acima, estão actualmente disponíveis online 4300 postais com metainformação descritiva (96% do total), sendo que 3045 têm objetos digitais associados (71 % das descrições). No âmbito do esforço mais amplo de modernização dos serviços que a CMP tem vindo a adoptar, o Arquivo Municipal tem contribuído para alargar o acesso à informação e à cultura. Assim, disponibiliza o acesso universal e gratuito ao portal do Arquivo Municipal do Porto on-line (GISAWeb http://gisaweb.cm-porto.pt) garantindo o acesso a documentos de carácter histórico, sejam estes produzidos pela própria autarquia (o mais antigo remonta ao séc. XIII), sejam os de outros arquivos, nomeadamente pessoais, familiares ou de instituições ligadas ao Porto. São igualmente disponibilizadas as colecções existentes, nomeadamente a de bilhetes-postais ilustrados, de gravuras, de cartazes, entre outras, reunidas em função do seu interesse para a história e o conhecimento da cidade. Das 122750 descrições já publicadas na internet, via GISAWeb, e que são actualizadas numa base diária, 33878 têm já associadas imagens digitais (28% do total das descrições), sendo a maioria daquelas relativas a actas de vereação, licenças de obras, testamentos, pergaminhos, fotografias e postais, possibilitando o acesso generalizado aos documentos, à distância. Qualquer utilizador pode, através de um interface simples e intuitivo, efectuar pesquisas em texto livre e, para uma recuperação mais especializada, o recurso a uma lista de assuntos. Nomes de pessoas, empresas, casas comerciais, ruas, bairros, jardins e muitos outros temas podem ser alvo de pesquisa na base de dados associada. A disponibilização online de descrições e respectivos objectos digitais (imagens), visa satisfazer a procura cada vez maior de acesso remoto à informação e ao conhecimento, o que contribui também para a recomendável preservação de originais do património arquivístico. Para além do acesso remoto, a colecção de postais pode ser acedida localmente através da aplicação GISA (Gestão Integrada de Sistemas de Arquivo). Produzidas de acordo com as normas internacionais, as descrições disponibilizadas são compatíveis com as plataformas nacionais e internacionais de recursos de informação, como o Portal Português de Arquivos (PPA), o Portal Europeu de Arquivos (APEnet) e a Europeana, aos quais está a ser preparada a adesão. Por uma questão de segurança, são mantidos outros instrumentos de pesquisa preexistentes à entrada em produção do GISA, como o livro de registo de entrada e o ficheiro de editor. Estes fornecem a indicação do título do postal, cor (preto e branco ou colorido) e cota, revelando-se insuficientes pelo mero facto de não proverem a imagem respectiva.

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CAPÍTULO TRÊS – INDEXAÇÃO DE IMAGENS 7. Conceitos teórico-metodológicos: definições e considerações Antes de avançar para as considerações teóricas sobre a indexação e, especificamente a indexação de documentos baseados em imagens, convém aqui expor alguns conceitos teórico-metodológicos essenciais que importam à área de conhecimento em que se situa o trabalho – a ciência da informação e funcionalmente ao presente trabalho.

O conceito de ciência da informação apresentado é o proposto por Malheiro da Silva: “É a disciplina que investiga as propriedades e comportamento da informação, as forças que regem o fluxo informacional e o sentido do processamento de informação com vista a um máximo de acessibilidade e uso. Diz, assim, respeito a um corpus desconhecimento sobre a origem, colecção, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e uso da informação. Isto inclui a investigação da informação tanto em sistemas naturais, como artificiais, o uso de códigos para uma eficiente transmissão de mensagens e o estudo dos modos e técnicas de processamento de informação tais como computadores e os respectivos sistemas de programação. Trata-se de uma ciência interdisciplinar derivada de e relacionada com os seguintes campos: matemática, lógica, linguística, psicologia, tecnologia computacional, operações de pesquisa/busca, artes gráficas, comunicações, biblioteconomia, gestão e outros campos similares. Possui, por fim, uma componente de ciência pura na medida em que explora o tema sem olhar às suas aplicações práticas e uma componente de ciência aplicada que desenvolve serviços e produtos. A biblioteconomia e o documentalismo constituíam, por isso, aspectos aplicados da ciência da informação.”30 Como explica o autor, esta acepção provém da adaptação que foi conferida por Harold Borko em 1968 à definição anterior, fixada nas conferências do Georgia Institute of Thecnology, EUA, realizadas em Outubro de 1961 e Abril de 1962. No entanto, “A assunção [de Harold Boko] de uma natureza interdisciplinar contradiz a necessidade patente, (...), de dar contornos específicos e claros ao objeto específico de estudo. Defendemos, por isso, que a Ciência da Informação é uma ciência social que investiga os problemas, temas e casos relacionados com o fenómeno info-comunicacional percetível e cognoscível através da confirmação ou não das propriedades inerentes à génese do fluxo, organização e comportamento informacionais (origem, coleta, organização, armazenamento, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e utilização da informação).”31 O conceito de informação “Refere um fenómeno humano e social que compreende tanto o dar 30

SILVA, Armando Malheiro da – A gestão da informação arquivística e suas repercussões na produção do conhecimento científico. In Seminário Internacional de Arquivos de Tradição Ibérica. Rio de Janeiro: CONARQ Conselho Nacional de Arquivos; ALA Associación Latinoamericana de Archivos, 2000. p. 9. 31 UNIVERSIDADE DO PORTO. Observatório de Ciência da Informação ‐ DeltCI: dicionário eletrónico de terminologia em ciência da informação. [Em linha]. Porto: OCIUP. [Consult. 25 Maio 2015]. Disponível em WWW:.

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forma a ideias e a emoções (informar), como a troca, a efetiva interação dessas ideias e emoções entre seres humanos (comunicar). E identifica um objeto científico, a saber: conjunto estruturado de representações mentais e emocionais codificadas (signos e símbolos) e modeladas com/pela interação social, passíveis de serem registadas num qualquer suporte material (papel, filme, banda magnética, disco compacto, etc.) e, portanto, comunicadas de forma assíncrona e multidirecionada.”32 No conceito de “organização e representação da informação” a seguir apresentado encontra-se condensada a acepção conceptual de “recuperação de informação” que é abordado ao longo do presente trabalho: “é uma área que engloba a teoria e a prática relacionada com a metainformação, ou seja, todos os elementos que identificam e permitem o acesso a uma unidade informacional específica. Trata-se, em suma, da extensão da informação como meio de possibilitar a comunicação e o uso. Resumir, catalogar, inventariar, classificar, indexar, elaborar bibliografias e índices (do cronológico ao ideográfico, passando pelo antroponímico, pelo toponímico ou geográfico, etc.) são modos e correspondem a técnicas de representação da informação (dos conteúdos), seja ela de que tipo for (não se justificando diferenças substanciais entre a que vai parar a um Arquivo ou a que é guardada e disponibilizada numa Biblioteca) que têm de ser sujeitas a estudo e monitoramento (...)”33 No Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, o verbete “recuperação da informação” é definido como “Identificação ou localização da informação desejada.", numa acepção simples que não revela a complexidade inerente ao processo que leva a tal à recuperação da informação por assunto. No entanto, esta será percebida ao longo do trabalho. Segundo a Norma Portuguesa 3715, "indexação" é a operação através da qual se extraem os conceitos dos documentos, por um processo de análise intelectual, sendo depois estes convertidos em termos de indexação. Tanto a análise como a conversão em termos deve ser feita com recurso a instrumentos de indexação como tesauros e planos de classificação. A indexação engloba três fases distintas: a primeira fase, de análise do documento e de determinação do seu conteúdo; a segunda fase, de identificação e selecção dos conceitos representativos daquele conteúdo; a terceira fase, de representação desses mesmos conceitos através de "termos de indexação". O Dicionário de Terminologia Arquivística, de Ivone Alves [et al.] define Indexação como “Operação que consiste em descrever ou identificar um documento relativamente ao seu conteúdo.” Indexar é, assim, a operação de descrição e identificação de um documento através do seu conteúdo intelectual, constituindo o processo básico para a recuperação da informação. Esta operação técnica permite, portanto, identificar o assunto contido num documento, sendo representado através de termos (descritores) adoptados a partir de uma linguagem documental. Os objectivos da indexação podem ser 1. Dar a conhecer o conteúdo dos documentos com o fim de informar os utilizadores; 2. Possibilitar a realização de selecções temáticas; 3. Arrumar os documentos por assuntos; 4. Recuperar os documentos por assuntos; 5. Fazer a difusão selectiva da informação. 32 33

UNIVERSIDADE DO PORTO. Observatório de Ciência da Informação ‐ Op. cit. Idem ‐ Ibidem.

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Segundo Fernanda Ribeiro, “O conceito de ‘indexação’ pode ser definido, de uma forma genérica, como uma operação que se destina à elaboração de índices. No entanto, utilizaremos este vocábulo no seu sentido restrito, para designar a operação que visa criar rubricas para acesso por assuntos, à informação. Este, aliás, é o sentido que tecnicamente se consagrou para o termo ‘indexação’."34 A linguagem documental (ou linguagem de indexação) “Na acepção consagrada pelo documentalismo (ou pela CIÊNCIA DA DOCUMENTAÇÃO), de uma linguagem artificial ou de uma metalinguagem, formada por noções e relações entre as noções. A sua finalidade é formalizar, em simultâneo, noções contidas nos documentos e a expressão das solicitações ou buscas de informação. É, em suma, um sistema de representação sintética do conteúdo dos textos. Sujeita a uma acentuada evolução, primeiro, nas BIBLIOTECAS e CENTROS DE DOCUMENTAÇÃO e, depois, com o desenvolvimento e aplicação da informática, a linguagem documental reparte-se por duas grandes categorias: as linguagens de estrutura hierárquica – as classificações; e as linguagens analíticas ou de estrutura combinatória – os thesaurus. Em Ciência da Informação, metainformação substitui com vantagem o equívoco conceito em foco. Equívoco porque convoca o suporte através do adjetivo documental, mas o que está exclusivamente na mira são os modos de permitir o acesso ao conteúdo (informação).”35 Já a NP 4285-4 define linguagem documental como “Linguagem formal utilizada para caracterizar os dados ou o conteúdo de documentos e permitir o seu armazenamento e recuperação.” Maria Luísa Santos36 afirma que a linguagem documental funciona como mediadora entre o recurso informacional e a possibilidade da sua recuperação. Como tal, é essencial que a linguagem documental seja controlada, tenha regras e procedimentos fixados e adoptados, afastando assim os riscos de sinonímia e polissemia ou a ambiguidade que caracterizam a linguagem natural. Somente assim se conseguirá uma recuperação correcta, e eficaz portanto, da informação solicitada ao sistema de informação, manual ou automatizado. Para além disso, a linguagem documental tem que ser objeto de constante actualização, quer pela evolução e desenvolvimento científico das áreas do conhecimento e da evolução concomitante da terminologia respectiva, considerando igualmente a própria evolução dinâmica da língua utilizada. “Se no caso das linguagens documentais de tipo notacional (como os sistemas de classificação) a questão do controlo terminológico não se tem colocado de modo premente e a sua estrutura é, frequentemente, de tipo hierárquico e categorial, já no caso das linguagens que utilizam termos retirados da linguagem natural para representar conceitos e assuntos se colocam problemas relacionados quer com a própria escolha dos termos, quer com as relações que entre eles se estabelecem. Daí que se tenham vindo a desenvolver instrumentos normativos que, ao criarem princípios e estruturas comuns de análise, representação e construção de linguagens documentais, procuram minorar os riscos de ambiguidade e da subjectividade, paralelamente à criação de normas com vocabulários especializados em várias áreas da indústria, da tecnologia, da documentação e da 34

RIBEIRO, Fernanda – Indexação e controlo de autoridade em arquivos. Porto: Câmara Municipal do Porto. Arquivo Histórico, 1996. 210 p. ISBN 972-605-041-3. p. 56. 35 UNIVERSIDADE DO PORTO. Observatório de Ciência da Informação ‐ Op. cit. 36 SANTOS, Maria Luísa F. N. dos – Organização do conhecimento e representação de assuntos: caminhos para uma efectiva recuperação da informação em ambientes de rede. Lisboa: Biblioteca Nacional, 2007. 184 p. (Publicações técnicas). ISBN 978-972-565-412-5. p. 15.

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própria terminologia.”37 No caso da área da documentação, a autora refere os exemplos das normas:  NP 3715:1989. Documentação: método para a analise de documentos, determinação do seu conteúdo e selecção de termos de indexação  NP NP 4036:1992. Documentação: tesauros monolingues: directivas para a sua construção e desenvolvimento  ISO 999:1996. Information and documentation: guidelines for the content, organization and presentation of indexes  ISO 5964:1985. Documentation: guidelines for the establishment and development of multilingual thesauri  ISO 5127:2001. Information and documentation: vocabulary A autora refere ainda, para além dos tesauros, especializados ou gerais para uma recuperação de assuntos na pós-coordenação (no momento da pesquisa), a existência e utilidade das listas de cabeçalhos de assuntos, normalmente ligados a sistemas de indexação pré-coordenados. Chama-se “Pós-coordenação: quando a intercepção [entre termos] é feita pelo utilizador no momento da pesquisa - intercepção dos conceitos sobre os quais, em conjunto, deseja uma informação - falar-seá de pós-coordenação.”38 Por seu turno, “Chama-se pré-coordenação porque a intercepção [entre termos] decorre durante o processo de indexação, antes do momento da pesquisa.”39 Os tesauros têm acompanhado os desenvolvimentos tecnológicos do mundo digital, com versões informatizadas e disponíveis online, com uma actualização mais fácil e célere, para além da utilização universal e remota. No trabalho aqui apresentado, é abordada a indexação por assunto com recurso a linguagens póscoordenadas. Não obstante, há que ter em conta as potencialidades oferecidas pelas linguagens précoordenadas. Por isso, fica aqui a referência e alerta para o facto de existirem outras possibilidades que permitirão melhorar a recuperação da informação por assunto. A este propósito, cabe citar novamente Maria Luísa Santos: “Se as linguagens extraídas dos tesauros permitem uma indexação mais rápida dos itens a tratar, sendo a recuperação dos vários conceitos representados feita a posteriori, as linguagens pré-coordenadas, embora implicando menor rapidez no processo de indexação, possibilitam um maior precisão na descrição dos assuntos complexos e permitem uma percepção mais imediata, por parte do utilizador, do conteúdo temático dos itens. Estas linguagens são adequadas as necessidades de bibliotecas de carácter geral, cujos acervos reflectem uma grande diversidade temática, mas também a bibliotecas especializadas. Podendo atingir níveis de especificidade exactamente equivalentes ao assunto que pretendem descrever, apresentam igualmente, com os sistemas automatizados, as vantagens associadas à póscoordenação, já que os elementos que constituem os cabeçalhos pré-coordenados podem ser pesquisados individualmente (mantendo sempre a sua função semântica) ou enquanto elementos de qualquer cabeçalho complexo. A inserção destas linguagens em ficheiros de autoridade ligados aos ficheiros bibliográficos permite a sua gestão de um modo não possível nos antigos sistemas manuais e uniformizam a sua aplicação a nível quer da indexação, quer da pesquisa.” 37

SANTOS, Maria Luísa F. N. dos – Op. cit. p. 16. MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Op. cit. p. 29. 39 Idem – Ibidem. 38

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A mesma autora refere ainda que é sensato e vantajoso, naturalmente, iniciar um trabalho de análise de conteúdo e indexação fazendo uso dos instrumentos de organização e representação do conhecimento já existentes, como classificações, tesauros, listas de cabeçalhos de assuntos, tirando proveito do esforço e investimento realizado por outros profissionais no caminho de melhorar o acesso à informação.40

8. Indexação por assuntos: princípios gerais Assim, antes de entrar nas questões específicas de análise da imagem, apresentam-se aqui os princípios gerais que devem sustentar o processo de análise de conteúdo e indexação, como processo metodológico geral, tal como proposto por Maria Teresa Pinto Mendes e de Maria da Graça Simões, na obra já referida. Não obstante os mesmos princípios serem referidos nas Normas NP 3715 e NP 4036 mencionadas, expõem-se aqui conforme sugeridos por aquelas autoras, por uma questão de apresentação sistemática. Pelo rigor da formulação, entende-se que os textosresumo apresentados pelas autoras são suficientemente esclarecedores. Não obstante, cada resumo do princípio oferece depois explicações e esclarecimentos detalhados e cuidados, constituindo-se como obra de referência e consulta no apoio ao trabalho de indexação.

8.1. Qualidade da análise A qualidade da indexação depende, antes de tudo, da qualidade da análise, resultando esta da fidelidade com que exprime o conteúdo total ou parcial do documento, ou seja, da fidelidade com que exprime o pensamento do autor; resulta, ainda, de uma avaliação positiva da sua pertinência informativa em relação ao potencial utilizador.

8.2. Interesse do utilizador; características do fundo bibliográfico No processo de indexação, nomeadamente na identificação e selecção dos conceitos, ter-se-ão em conta os temas que constituam informação pertinente para o utilizador comum do serviço que indexa e correspondam aos objectivos e às características de um fundo bibliográfico concreto; na representação em termos de indexação, devem ser escolhidas as formas consagradas no uso corrente do meio a que se destinam.

8.3. Simplicidade formal O termo de indexação deve assumir uma forma tão simples quanto possível.

8.4. Coerência e uniformidade No processo de indexação deve impor-se a coerência da aplicação dos mesmos princípios e da manutenção dos critérios de escolha para a solução de casos análogos; é, digamos assim, uma uniformidade intrínseca. Deve, procurar-se, também, a uniformidade exterior, aquela que é imediatamente visível, que acima de tudo, anula as potencialidades da sinonímia, garantindo, para a 40

SANTOS, Maria Luísa F. N. dos – Op. cit. p. 107.

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representação de um mesmo conceito, a escolha de um mesmo termo; sempre que possível, deverão, também, utilizar-se termos de estrutura idêntica para conceitos análogos. Para este princípio concorre também o que é enunciado no ponto 8. Controlo de qualidade da NP 3715. Assim, a qualidade e coerência da indexação dependem de determinados factores como a competência do indexador e a qualidade dos instrumentos de indexação. A uniformização quanto à especificidade e à exaustividade da indexação concorre também, sobremaneira, para a qualidade da indexação e, logo, para a eficácia na recuperação da informação. Para este princípio contribuem igualmente e de forma decisiva, as “qualidades pessoais como as características de um espírito analítico-sintético; em primeiro lugar a objectividade”41 Por outro lado, o indexador “deve possuir, ou propor-se adquirir, conhecimentos mínimos da área temática em que se move e contará sempre com o apoio regular de obras de referência, designação que alargamos a todos os novos meios e suportes de informação.”42 Pode afirmar-se que a qualidade da indexação é definida pelo grau de eficácia da recuperação e é condicionada por múltiplos factores como os que são enumerados a seguir: 

Ligados ao indexador



Ligados ao documento



Ligados aos instrumentos de indexação

 

Ligados aos instrumentos auxiliares Ambientais



Ligados ao processo de indexação

Factores ligados ao indexador: 

Formação do indexador (conhecimento das áreas do conhecimento a indexar)



Conhecimento das necessidades dos utilizadores



Domínio dos instrumentos de indexação e aplicação da política de indexação



Qualidades e características pessoais

Factores ligados ao documento:

41 42



Conteúdo temático



Complexidade da abordagem



Língua e linguagem



Apresentação e sumarização

MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Op. cit. p. 18. Idem – Ibidem.

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Factores ligados aos instrumentos de indexação: 

Qualidade do vocabulário (mede-se pelo nº de relações semânticas estabelecidas e pela sua actualização)



Nível de especificidade e sintaxe



Ambiguidade e precisão

Factores ligados aos instrumentos auxiliares: 

Sistemas de gestão de bases de dados (capacidade, tempo de resposta);



Interface do sistema de pesquisa

Factores ambientais: 

Iluminação



Ruído

 

Temperatura Condições de trabalho em geral

8.5. Controlo da sinonímia Para um mesmo conceito deve escolher-se um único termo de indexação (termo preferencial ou descritor), permitindo-se através de uma relação de equivalência o acesso pelos seus sinónimos (não descritores).

8.6. Analogia Em casos de dúvida na aplicação directa dos princípios e das normas, procurar-se-á uma solução análoga a alguma já encontrada para casos idênticos, fazendo assim valer a coerência e a uniformidade.

8.7. Controlo da ambiguidade A escolha dos termos, em qualquer caso, mas muito particularmente em sistemas pós-coordenados, deve ser cuidadosamente feita de modo a que não resulte ambiguidade no momento da pesquisa. Neste princípio cabe o cuidado e controlo atinentes à redução da polissemia, sendo recomendado um cuidado especial com os termos homógrafos.

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9. Metodologia adoptada na indexação de imagens É reconhecida a importância e necessidade da imagem e do apoio visual para a formação dos processos de conhecimento individuais e colectivos. Os meios visuais complementam os conhecimentos teóricos e substituem por vezes a experimentação. A imagem funciona então como um meio de comunicação. “O homem é, na verdade, um ser material que, embora aceda à abstracção, necessita da imagem, seja ela abstracta (a própria escrita, para melhor explicitar os seus conteúdos, se socorre de imagens que a análise e a crítica literária valorizam), seja ela concreta. Por isso, a representação plástica – o desenho, a pintura, etc. – não se destina apenas, como imagem, a iluminar o discurso do verbo: ao torná-lo visível por outra forma, aprofunda-lhe o significado e acrescenta-lhe o entendimento que a palavra, por si só, não logra atingir.”43 A capital importância da indexação de imagens de documentos visuais gráficos, como é o bilhetepostal ilustrado, foi já enunciada por Maria Inês Lopes e Maria da Graça Garcia ao afirmarem que “(…) a recuperação por assunto assume importância fundamental e a sua inexistência chega mesmo a tomar o documento praticamente inútil para o leitor”44 Um problema científico que se coloca ao indexador é o da subjectividade da imagem, “já que a análise é um campo onde o subjectivismo facilmente se insinua”45. Esta transporta uma mensagem que pode apresentar dois níveis de abordagem, um relacionado com aquilo que denota – nível de denotação – e outro ligado ao nível da conotação – os aspectos simbólicos, aquilo que a imagem evoca. O indexador tem sempre o problema de interpretação, de tradução da imagem para uma linguagem de indexação, tradução essa que é operada num quadro referencial e contextual determinado. O modelo teórico enunciado pelo historiador de arte Erwin Panofsky, na sua obra “Estudos de iconografia”, propõe uma metodologia de análise da imagem com vista à sua recuperação por assunto e foi abordado, entre outros, por Maria Inês Lopes e Maria da Graça Garcia 46, Luísa Alvim47 e Karen Collins.48 Apesar destas propostas dirigidas à indexação de imagens, é obrigatório referir aqui o capital contributo de Maria Teresa Pinto Mendes e de Maria da Graça Simões, na obra “Indexação por assuntos: princípios gerais e normas.”49 Esta constitui, tal como o título evidencia, um conjunto de directrizes metodológicas de base, que se propõe “constituir um corpo de regras, limitado mas 43

SILVA, José Custódio Vieira da – A iluminura medieval: algumas reflexões. In NASCIMENTO, Aires Augusto [et al.] – A iluminura em Portugal: identidade e influências: do século X ao XVI. Lisboa: Biblioteca Nacional, 1999. p. 42. 44 LOPES, Maria Inês; GARCIA, Maria da Graça – Os documentos visuais gráficos e a sua recuperação por assunto. In Congresso Nacional de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas, 4°. Braga. 1992 – Informação, Ciência, Cultura, Bibliotecas e Arquivos para o ano 2000: actas. Braga: BAD. 1985. p. 47. 45 MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Indexação por assuntos: princípios gerais e normas. Lisboa: Gabinete de Estudos A & B, 2002. (Estudos a & b. Teoria; 1). ISBN 972-98827-0-3. p. 18. 46 LOPES, Maria Inês; GARCIA, Maria da Graça – Op. cit. p. 55-56. 47 ALVIM, Luísa – Op. cit. p. 142-143. 48 COLLINS, Karen – Providing subject access to images: a study of user queries. The American Archivist. Vol. 61 (Spring 1998). p. 36-55. 49 MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Op. cit.

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flexível, de modo a satisfazer, com soluções próprias”50 as inúmeras dificuldades e opções que se colocam ao indexador. Não descurando a importância dos princípios apontados pelas Normas “NP 3715 (1989) Documentação. Método para análise de documentos, determinação do seu conteúdo e selecção de termos de indexação” e “NP 4036 (1992) Documentação. Tesauros monolingues: directivas para a sua construção e desenvolvimento”, porém relativizando-a e apontando as suas limitações, as autoras propõem-se “apresentar o mesmo conteúdo com uma estrutura diferente, de modo a que possa prestar o apoio metodológico referido, o efectivo e único apoio possível. Essa estrutura caracterizar-se-á pela definição de enquadramentos genéricos para a problemática, pelo traçar de caminhos de raciocínio, procurando desenvolver, no indexador, a convicção e a capacidade de aproximar situações congéneres, constituir referências, que, por analogia ou dedução, conduzam a soluções consistentes.”51 Regressando às propostas metodológicas de análise da imagem e nomeadamente à de Panofsky, este preconiza três níveis de análise para o estudo dos materiais visuais, que denomina como descrição pré-iconográfica, análise iconográfica e interpretação iconológica. O primeiro nível de descrição corresponde a identificação das formas como representações de objectos e acontecimentos, o que requer apenas o conhecimento advindo da experiência quotidiana. O segundo nível corresponde a um plano mais elevado de interpretação da imagem. Requer do analista não somente o conhecimento quotidiano, mas também o conhecimento de fontes literárias, costumes e tradições culturais associadas a determinada civilização, ou seja, de “referentes que desvendam conotações.”52 O nível de interpretação iconológica corresponde a identificação do significado intrínseco, no plano simbólico, do conteúdo identificado. Convoca um conhecimento mais profundo sobre o contexto artístico, social e cultural de produção da obra. Reconhecendo a validade do modelo proposto para a indexação de imagens, os autores citados são unânimes em distinguir que este último nível sugerido por Panofsky estará fora do âmbito da análise dos documentos visuais gráficos, tarefa na qual se faz apelo a uma identificação de conteúdos e não da sua interpretação. Poderemos, então, admitir que será mais aconselhável o indexador ater-se ao estritamente observável, reservando os descritores para os elementos que se apresentam ao nível denotativo, afastando os elementos conotativos. Não podemos, todavia, escamotear as dificuldades de efectuar uma tal demarcação, pois é “problemática a distinção entre o que seja descrição e interpretação, uma vez que a descrição da imagem, pela operação de tradução do código icónico para o código verbal (…), cria condições para a sua interpretação.”53 50

MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Op. cit. p. 12. Idem – Ibidem. 52 LOPES, Maria Inês; GARCIA, Maria da Graça – Op. cit. p. 55. 53 SMIT, Johanna W. – A análise da imagem: um primeiro plano. In SMIT, Johanna W., coord. – A análise documentária: a análise da síntese, 2.ª ed. Brasília: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, 1987. ISBN 85-7013-020-1. p. 106. 51

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O indexador tem, assim, a função de identificar, analisar, interpretar e seleccionar. Já para François Garnier “Une lecture de l’image n’est pas un simple enregistrement d’informations. Elle suppose une initiative permanente du lecteur, qui distingue, identifie, analyse et interprète ce qu’il voie.”54 Pretendemos supor que, convenientemente, esta interpretação aludida por Garnier e outros autores, não se refira ao domínio iconológico, mas tão-somente ao segundo nível de interpretação – a análise iconográfica – preconizado por Panofsky. A interpretação ocorre, para Birger Hjørland, num determinado contexto cultural que enquadra a operação de análise: “A subject analysis cannot be viewed in isolation from the culture, the environment, and the context in which the analysis is performed, including the individual and collective knowledge interests that the analysis is based upon (…).”55 Deve esclarecer-se que a colecção de postais do Arquivo Municipal não coloca problemas complexos de interpretação e ambiguidade, pois é constituída na maioria dos casos por imagens que veiculam informação factual e objetiva, maioritariamente com títulos ou legendas, sendo raros os casos em que o grau de dificuldade de interpretação iconográfica seja elevado. Para o processo de indexação da colecção de postais – material não livro – deparamos, como ficou dito, com uma lacuna de instruções metodológicas e normativas. Socorremo-nos então de pesquisas bibliográficas, conducentes a publicações que, embora não oferecendo respostas derradeiras, forneceram abordagens teóricas e sugestões metodológicas, ferramentas essenciais a qualquer empreendimento no campo das ciências da informação. No recurso a instrumentos de apoio “oficiais” portugueses encontramos somente as NP (Norma Portuguesa) 371556 – relativa ao próprio processo intelectual da indexação e NP 403657 – relativa ao controlo do vocabulário. Assim, para a adopção da metodologia seguida, tomámos como ponto de partida a análise da NP 3715, adoptando as definições aí formuladas. No ponto 4.2. refere: “Na indexação, extraem-se os conceitos dos documentos, por um processo de análise intelectual, sendo, seguidamente, convertidos em termos de indexação. A análise e a conversão devem ser feitas recorrendo a instrumentos de indexação tais como thesauri e planos de classificação”. No Arquivo Municipal é utilizado o ficheiro de controlo de autoridade do GISA e, para termos inexistentes, outras obras de referência como dicionários, enciclopédias e outros tesauros”. 58 É 54

GARNIER, François – Op. cit. p. 23. HJØRLAND, Birger – Information seeking and subject analysis: an activity-theoretical approach to information science. Westport, Connecticut; London: Greenwood Press, 1997. p. 41. 56 PORTUGAL. Instituto Português da Qualidade. Comissão Técnica 7 – Norma Portuguesa NP 3715. Documentação: método para a análise de documentos, determinação do seu conteúdo e selecção de termos de indexação. Lisboa: IPQ, 1989. 57 PORTUGAL. Instituto Português da Qualidade. Comissão Técnica 7 – Norma Portuguesa NP 4036. Documentação: tesauros monolingues: directivas para a sua construção e desenvolvimento. Lisboa: IPQ, 1992. 58 PETERSON, Toni, dir. – Art & architecture thesaurus. 2nd ed. New York: Oxford: Oxford University Press, 1994; UNESCO – Thesaurus de l’Unesco. Paris: UNESCO, 1983; Tesauro Eurovoc da Comissão Europeia. 55

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também de extrema utilidade a consulta da Lista de Termos de Indexação elaborada por Fernanda Ribeiro.59 Adoptámos as três fases sugeridas na NP 3715, que as autoras referidas seguem “criteriosamente de perto”.60 a) análise do documento e definição do seu conteúdo; b) identificação e selecção dos conceitos representativos do conteúdo; c) representação desses conceitos por termos de indexação. No entanto, dado que o bilhete-postal ilustrado é um documento baseado em imagem, em que o texto é [quase] inexistente, estando presente apenas o título ou a legenda, surge o problema inicial de determinar quais os elementos a examinar para determinar o seu conteúdo, pois na ausência de texto ou introdução “viewers have to rely heavily on their own interpretation of an image and its’ subject content.”61 A “leitura minuciosa dos textos”, o resumo, o sumário e a introdução, elementos referidos no ponto 5.2. não tem, portanto, aplicação no caso em apreço. É aplicável e útil, contudo, a consulta de outros elementos referidos, nomeadamente o título, as ilustrações, diagramas, quadros e respectivas legendas. A NP 3715 alude aos documentos não escritos no ponto 5.3. mencionando que “requerem procedimentos diferentes”, sem contudo indicar quais. Ainda sobre os documentos não escritos, diz a NP 3715 que “A indexação é feita com base no título ou no resumo, tendo o indexador sempre a possibilidade de ver ou ouvir o documento se a descrição for insuficiente ou parecer inexacta.” Continuando a apontar estratégias de actuação, a NP 3715 refere que “Após análise do documento, o indexador deve identificar os conceitos representativos do seu conteúdo. Os organismos devem construir grelhas de identificação que contenham os critérios considerados importantes na área abrangida pela indexação” (ponto 6.1.), sugerindo algumas questões a incluir nessa grelha. A construção da grelha de identificação ou análise levará em linha de conta variáveis como: política de indexação do organismo e perfil do utilizador e a metodologia da sua construção será apresentada no Capítulo cinco. O perfil e as necessidades do utilizador são, em qualquer sistema de informação, nomeadamente bibliotecas e arquivos, o principal critério a observar na indexação de assuntos e na construção de uma linguagem de indexação. Segundo a NP 3715, a escolha dos conceitos que serão convertidos em termos de indexação “depende do fim para o qual os termos de indexação vão ser utilizados”, devendo ser identificados “todos os conceitos que têm um valor potencial para os utilizadores de um sistema de informação.” Por outro lado, tem que se atentar ao necessário controlo da sinonímia e da ambiguidade. Na mesma ordem de ideias, a NP 3715, no ponto 6.3.3. recomenda que “o critério principal na selecção dos conceitos deve ser sempre o seu valor potencial, como um elemento na expressão do conteúdo de um documento e na sua recuperação. Ao escolher os conceitos, o indexador deve ter 59

RIBEIRO, Fernanda – Indexação e controlo de autoridade em arquivos. Porto: Câmara Municipal do Porto. Departamento de Arquivos, 1996, p. 154-210. 60 MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Op. cit. p. 41. 61 BAXTER, Graeme; ANDERSON, Douglas – Op. cit. p. 68.

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presentes as perguntas que podem ser feitas ao sistema de informação, tanto quanto possam ser conhecidas. Com efeito, este critério constitui a principal função da indexação.” Tal critério determina ainda que o número de termos a atribuir a um documento deve ter em linha de conta as necessidades dos utilizadores. Deste modo, os critérios de exaustividade e especificidade enunciados na NP 3715 são definidos pelo perfil do utilizador, acima referido. “Ultimately, it is users’ requests for information, expressed in natural language, but filtered through the chosen indexing language, that are to be satisfied.”62 Por outro lado, segundo a NP 3715, a indexação deve ser encarada de forma aberta, face à pluralidade de perfis potenciais dos utilizadores, cobrindo uma variada gama de aspectos: técnicos, humanos e sociais. Respeitámos o ponto 7.1., mantendo os termos de indexação já em uso no organismo, como ficou mencionado, utilizando o controlo da linguagem fornecido por outros instrumentos existentes para o caso de termos representativos de novos conceitos, ainda não atribuídos a documentos. Recorrendo a outros instrumentos de apoio que fornecessem instruções para a indexação de material não-livro a partir da análise da imagem, chegámos ao Manual SlPORBASE63 cuja definição de documentos visuais gráficos, é a de “representações visuais a duas dimensões, geralmente sobre papel e acessíveis a olho nu, como sejam gravuras, reproduções, fotografias, postais ilustrados, cartazes, etc.” Esta publicação considera como passíveis de recuperação os documentos visuais gráficos em que: “As representações visuais – tendo ou não estatuto de obra artística – se destinam essencialmente a veicular informação factual e objectiva, ou podem ser usadas como tal.”64 Encontra-se nestas condições a colecção do Arquivo Municipal, cujas imagens são na maioria fotografias da cidade, sendo portanto representações que “tem como foco entidades únicas com existência própria (pessoas, acontecimentos, instituições, lugares, figuras lendárias e mitológicas, bíblicas ou de religião, etc.).”65 Este instrumento fornece ainda uma metodologia de análise das representações visuais para a identificação do assunto, disposta em três fases: 1.ª Fase: reconhecimento e enumeração da(s) imagem(s), simples percepção sensorial, situada ao nível da experiência comum. 2.ª Fase: identificação da(s) imagem(s) com estabelecimento de estruturas relacionais, contextos geográficos e cronológicos. Recurso a fontes externas e bibliografias de referência. 3.ª Fase: identificação completa do assunto. Nesta fase, e sobretudo em documentos com representações de carácter simbólico, a determinação do assunto poderá exigir o recurso a outros níveis de fontes e a estudos comparativos. 62

WILLIS, Alfred – Visual resources. In PETERSON, Toni; BARNETT, Patricia J., ed. – Guide to indexing and cataloging with the art & architecture thesaurus. Oxford: Oxford University Press, 1994. p 169. 63 PORTUGAL. Biblioteca Nacional. Área de Classificação e Indexação – SIPORBASE: sistema de indexação em português: manual. 3.ª ed. rev. e aumentada. Lisboa: Biblioteca Nacional, 1998. 64 Idem – p. 95-3. 65 Idem – p. 95-4. UP. FEUP – MCI – ACI

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Alfred Willis apresenta igualmente uma proposta metodológica concernente à análise de conteúdo de recursos visuais, também em três fases, sendo a primeira a recolha de informação que identifique a imagem, a segunda de informação sobre ou enumeração dos objectos e cenas representadas e a última de informação que tenha significação temática associada aos objectos e cenas representados.66 Quando se trata da indexação de documentos visuais gráficos torna-se mais árduo o exercício da capacidade de análise e de síntese requeridos ao indexador. “O indexador perante a imagem tem que controlar a subjectividade, cortar o caminho à imaginação, não se deixar envolver de uma maneira emocional pela imagem.”67 A análise destes documentos deve ser baseada “primarily on what one sees in them. What one knows about a work depicted in an item certainly can inform one’s understanding of what one sees in it, but should not be used to expand the description beyond what actually can be seen.”68 Socorremo-nos ainda das formulações de Lopes e Garcia: “A análise é, sem dúvida, a fase fundamental da qual depende a pertinência da recuperação posterior dos documentos indexados. A uma análise incorrecta, por falta de metodologia adequada e consistente, ou ferida de subjectividade – resultante de percepções distorcidas ou condicionadas pelo quadro de conhecimento e motivações pessoais do analista – sucede inevitavelmente uma deficiente representação do conteúdo informativo a referenciar, por muito eficiente (específica e controlada) e bem aplicada (segundo regras definidas) que seja a linguagem documental utilizada.”69 As dificuldades de análise da imagem são abordadas por vários autores e, certamente, corroboradas pela experiência dos indexadores. Apesar de todos os esforços de exaustividade, rigor e coerência envidados nessa tarefa, as eventuais fragilidades poderão ser atenuadas pela afirmação de Karen Collins: “No matter how many words are used to describe an image, the visual information will never be completely captured.”70 ou, mais prosaicamente, pelo ancestral ditado “Uma imagem vale mais que mil palavras”. Do estudo elaborado por esta autora, constante do artigo já citado, resultaram algumas conclusões que podem ser sintetizadas. Assim, afirma que o que é realmente necessário é o acesso a imagens a partir de termos genéricos, no mínimo, que descrevam o seu conteúdo, por forma a que as questões formuladas pelas diferentes áreas e disciplinas possam encontrar respostas não preditas pelos indexadores. Por outro lado, conclui que os termos mais específicos são usados pelos utilizadores na formulação das questões com uma frequência aproximada da dos termos genéricos, sendo os nomes de pessoas e organizações as categorias mais usadas. Baxter e Anderson alertam para o facto de a percentagem de consistência na indexação ser muito baixa quer entre indexadores diferentes, quer no caso do indexador ser o mesmo, conclusões essas suportadas por medições efectuadas. Citam como exemplo o estudo de G. A. Seloff que relata o 66

WILLIS, Alfred – Op. cit. p. 170. ALVIM, Luísa – Op. cit. p. 146. 68 WILLIS, Alfred – Op. cit. p. 169. 69 LOPES, Maria Inês; GARCIA, Maria da Graça – Op. cit. p. 54. 70 COLLINS, Karen – Op. cit. p. 42. 67

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caso de imagens similares do arquivo de filmes do Center Johnson Space da NASA que, indexadas pelo mesmo indexador mas separadas no tempo, variaram grandemente quanto a descrição, concluindo o autor que a perspectiva do indexador está sujeita a sofrer alterações até de uma semana para outra. A dimensão deste problema é ampliada quando a sua existência se coloca nas diferenças, não somente aos níveis mencionados, mas em plataformas superiores, inter-instituições e internacionais. Por outro lado, para além da inconsistência entre indexadores, consideram igualmente as diferenças resultantes do uso de linguagens de indexação díspares entre si, com desiguais visões e conceptualizações sobre a indexação da imagem. Numa posição mais radical, Hogan, Jorgensen e Jorgensen consideram que: “In the case of images, the use of thesauri to control inconsistency is not effective due to the individual responses prevalent in human reactions to visual materials. That inconsistency is a reflection of creativity and diversity of human interests, situations and context. If inconsistency is to be overcome, system designers will need to relinquish the idea of the utility of using words to index non-verbal understanding (…) We are looking for alternative ways of image retrieval, ways that are less dependent on familiarity with existing taxonomies and their assigned authorities.”71 Os mesmos autores avançam com a ideia da introdução de sistemas não verbais de “visual thesauri” e apesar de nos Estados Unidos da América se ter avançado com alguns projectos experimentais, o uso de palavras não foi ainda completamente eliminado.72 Baxter e Anderson concluem que existe a necessidade de alterar a produção individualizada e sem coordenação de sistemas isolados de indexação. Em vez disso, é desejável a identificação e desenvolvimento de mecanismos de recuperação de imagens aceites internacionalmente, particularmente num tempo em que o interesse sobre as redes electrónicas é crescente. “There is a (…) need for a similar project which will examine image indexing and retrieval standards from a more general, multidisciplinary viewpoint.”73 Perante as propostas de indexação citadas, optámos pela seguinte metodologia, distribuída por três fases de actuação, sugeridas pela NP 3715. A análise do conteúdo e a identificação de conceitos foram efectuadas tomando por base de enquadramento as questões colocadas ao documento a partir da grelha de análise, cuja formulação e elaboração radicou nas conclusões do estudo e análise do perfil e necessidades do utilizador, bem como nos contributos das obras que serviram de base e inspiração à elaboração dessa grelha. Este instrumento auxiliar da análise é posto igualmente ao serviço duma certa atenuação do dilema posto ao indexador: até onde ir e quando parar na descrição da imagem, sem pecar por omissão ou sobrecarregar o catálogo, originando ruído na recuperação da informação? As questões que coloca perpassam as interrogações essenciais, julgamos, em termos da informação necessária a uma “completa” análise: Quem (pessoas e entidades), onde (espaço e ambiente), quando (tempo), o quê (actividades) e como (técnicas). 71

HOGAN, M; JORGENSEN, C.; JORGENSEN, P. Cit. BAXTER, Graeme; ANDERSON, Douglas – Op. cit. p. 6970. 72 O artigo citado de Baxter e Anderson apresenta exemplos de vários projectos desenvolvidos. 73 BAXTER, Graeme; ANDERSON, Douglas – Op. cit. p. 75. UP. FEUP – MCI – ACI

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Considerando as conclusões alcançadas por vários autores, julgámos ser a análise abordada com maior nível de objectividade e coerência se efectuada apenas no plano da denotação da imagem. Consequentemente, adoptámos os dois primeiros níveis de descrição formulados por Panofsky – pré-iconográfico e iconográfico. Prescindimos da análise ao nível iconológico, posto que consideramos que a este nível é maior a possibilidade de distanciamento daqueles critérios, já por apelar a conhecimentos especializados, já por a interpretação simbólica ser altamente susceptível de ser ferida da subjectividade inerente a conhecimentos, experiências e interesses pessoais e a contextos culturais particulares. A representação dos conceitos foi sempre efectuada através do recurso a linguagens de indexação, nos moldes que enunciamos mais à frente.

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CAPÍTULO QUATRO – CONTROLO DA LINGUAGEM A linguagem, sendo uma faculdade específica da espécie humana, permite a comunicação de informação no seio da mesma. Contudo, para que se verifique uma situação de comunicação, efectiva, torna-se necessário que o emissor e o receptor utilizem o mesmo quadro referencial, com um “significado preciso, conciso, ordenado ao seu fim, que dê à linguagem utilizada um carácter unívoco. É esta univocidade da linguagem que garante a comunicação indispensável a qualquer actividade humana, quer seja técnica, política, científica, económica ou outra.”74 Sendo assim, no campo das ciências da informação e não só, é exigível que a linguagem natural, tal como se apresenta nos documentos ou, no caso das imagens, como é “lida” pelo indexador, seja sujeita a um controlo terminológico que lhe contextualize o sentido, situando-a num campo semântico específico, definindo deste modo a sua precisão e univocidade. Uma das condições exigidas, aliás, a uma disciplina para que seja com propriedade considerada uma ciência, é a determinação e definição da sua terminologia. Para que nos sistemas de informação – bibliotecas, arquivos e centros de documentação – seja possível representar o conteúdo dos documentos e facilmente proceder à recuperação da informação, é necessário que esse conteúdo – a própria informação – seja representado, traduzido numa linguagem artificial, construída e elaborada com esse objectivo específico. Para tal, utiliza-se uma linguagem de indexação, definida como um conjunto de termos e expressões utilizados para representar o conteúdo dos documentos com o objectivo de facilitar e possibilitar a recuperação da informação. Esta linguagem é específica, elaborada de acordo com o domínio do conhecimento em apreço. A operação de indexação tem, portanto e desde logo, subjacente a ideia do uso de linguagem controlada ou, mais rigorosamente, de linguagem de indexação. A indexação é definida por Toni Peterson como sendo “the procedures for examining items, determining their physical and visual contents, and selecting appropriate terms to be used as access points to the catalog record”75, acrescentando que “Indexing requires the use of a vocabulary that should be controlled, that is, organized to suggest scholarly usage in the field and displaying all synonymous and variant forms as well as hierarchical and associative relationships among terms. Indexing with a controlled vocabulary ensures that the retrieval process will be as effective as possible for the searcher.”76 A NP 4036, instrumento normativo adoptado em Portugal com directivas para a construção e desenvolvimento de tesauros monolingues refere, no seu preâmbulo, que “A eficácia de uma indexação por matérias, como meio de identificação e recuperação de documentos, depende da qualidade da linguagem de indexação” e define linguagem de indexação como: “conjunto controlado de termos escolhidos numa linguagem natural e utilizados para representar, sob forma coordenada, o conteúdo dos documentos.” 74

FERRO, Maria do Céu – Alguns aspectos do problema da linguagem: uma experiência de construção de thesaurus. In CONGRESSO NACIONAL DE BIBLITOTECÁRIOS, ARQUIVISTAS E DOCUMENTALISTAS. 1°, Porto. 1985 – A informação em tempo de mudança: actas. Porto: BAD, 1985. p. 232. 75 PETERSON, Toni – Introduction. In PETERSON, Toni; BARNETT, Patricia J., ed. – Op. cit. p. xv. 76 Idem – Ibidem. UP. FEUP – MCI – ACI

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Convém neste ponto adiantar que julgamos mais acertado entender a indexação como um meio de recuperação, não de documentos, mas de informação. A recuperação de documentos caberá à catalogação, na parte de descrição física. Aquela Norma define tesauro como sendo o “vocabulário de uma linguagem de indexação controlada organizado formalmente de maneira a explicitar as relações estabelecidas a priori entre os conceitos (…)”77 e, se bem que não concordemos com parte da definição, visto considerarmos serem as relações estabelecidas entre termos e não entre conceitos, aceitamos o princípio enunciado. Por seu turno, Toni Peterson define tesauro, de forma mais completa, como “(…) the controlled vocabulary of an indexing system, arranged in a known order and structured so that synonymous, hierarchical, and associative relationships among terms are clearly displayed and identified by standardized relationship indicators. Its purposes are to ensure consistency in indexing, especially in information management and retrieval systems and to facilitate the retrieval of information.”78 Como dissemos, o controlo da linguagem tem por objectivo estabelecer a univocidade necessária ao processo de comunicação. Assim concordam Ana e Donald Cleveland, quando afirmam que “The goal of a controlled vocabulary is to enhance conceptual accord between the indexer and the index user. The indexer examines a document, mentally filters it through the author’s intent, and then chooses terms from the thesaurus that represent the appropriate concepts and relationships as the indexer interprets them. The user approaches the index with personal concepts and terms. The function of the thesaurus mechanisms is to eventually lead both the indexer and the user to the same point. Vocabulary control is a complex activity and one of the fundamental issues and indexing.”79 Como estabelecemos no início, o objectivo formulado resultará, não num tesauro, por ser um instrumento ainda em elaboração mas numa Lista de Termos de Indexação, pelo que passamos a apresentar a metodologia adoptada para a sua construção.

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PORTUGAL. Instituto Português da Qualidade. Comissão Técnica 7 – Norma Portuguesa NP 4036. Documentação: tesauros monolingues: directivas para a sua construção e desenvolvimento. Lisboa: IPQ, 1992. p. 5. 78 PETERSON, Toni, dir. – Art & architecture thesaurus. 2 ed. Oxford: Oxford University Press, 1994. p. 29. 79 CLEVELAND, Donald B.; CLEVELAND, Ana D. – Introduction to indexing and abstracting. Englewood: Libraries Unlimited, 1990. p. 77.

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Construção da Lista de Termos de Indexação

Tendo em conta os princípios gerais que devem presidir à indexação, mormente a qualidade, a coerência e a uniformidade, é aceite que “A análise de um documento ganha em qualidade e exaustividade se, para as áreas em causa, se estabelecer uma tipologia que abranja os principais temas e problemas e funcione como uma grelha de interrogação do documento, grelha de análise, grelha de indexação, que formula perguntas ao texto, e, assim, garante que não escape nenhuma informação de interesse.”80 A construção da Lista de Termos de Indexação implicou uma metodologia de trabalho distribuída em três fases ou etapas: 1.ª) Efectuámos a análise do documento, através da sua “leitura”, determinando o seu conteúdo e seleccionando os conceitos que o caracterizam. O instrumento utilizado para esta fase foi a Grelha de Análise descrita no Capítulo seguinte e apresentada em ANEXO 1. 2.ª) Seguidamente, atribuímos àqueles conceitos os termos que os traduzem, recorrendo a uma linguagem de indexação, existente no ficheiro de controlo de autoridade do GISA, bem como a tesauros, dicionários e enciclopédias, para os termos ali inexistentes. Efectuámos a selecção dos termos de indexação e das suas formas com base nos seguintes critérios e opções: Efectuámos o levantamento de assuntos conforme a Grelha de Análise elaborada. Para as entradas de Nomes de pessoas (singulares e colectivas) seguimos a Norma ISAAR (CPF), que aquele ficheiro já cumpre; para as entradas de Nomes geográficos optámos por prescindir do descritor Porto (Cidade), evitando assim uma repetição fastidiosa e provocadora de ruído, já que a quase totalidade dos postais se refere ao Porto (Cidade). Para o caso em que o postal se refere aos “arredores do Porto” optámos por assinalar essa área geográfica com o descritor Porto (Concelho), julgando assim agir correctamente pressupondo que para o período cronológico que os postais abrangem a designação de arredores não poderia querer referir-se a um espaço que ultrapassasse os limites do concelho. As entradas de Assuntos seguem igualmente a forma ditada por aquele ficheiro, mesmo que recolhidos de outras fontes de informação, no que se refere ao uso do singular e plural. Optámos pelo alargamento do leque de possibilidades de recuperação da informação, tentando obter todas as respostas a partir da grelha de análise, sem ultrapassar os dois níveis de análise definidos. 3.ª) Por último, estabelecemos as relações semânticas entre os termos de indexação, com indicações recíprocas das mesmas. Após aquela análise definimos os descritores e não-descritores, escolhendo de entre os sinónimos existentes aqueles que, ainda que utilizados em linguagem natural, não colocassem problemas de ambiguidade. Estabelecemos, deste modo, as relações de equivalência, remetendo o não-descritor para o descritor através da referência USE, indo por sua vez o descritor seguido da referência UP e do não-descritor. 80

MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Op. cit. p. 42.

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Seguidamente foram, termo a termo, registadas todas as relações existentes entre si, partindo do referido ficheiro de autoridade. Quando julgado necessário, foi acrescentada uma nota explicativa (NE) ao descritor, definindo-lhe o sentido – ou excluindo outros sentidos – e campo de aplicação. As relações hierárquicas entre os termos foram indicadas pela referência TG e TE – termo genérico e termo específico. Por seu turno, as relações associativas entre os termos vão indicadas pela referência designativa TR – termo relacionado. Cabe referir aqui que a construção da Lista de Termos de Indexação, apresentada como resultado desta metodologia, consiste, contudo, num produto em constante e contínua laboração. Neste particular, deve ser seguido o que é preconizado na NP 4036 quanto à Gestão da Construção do Tesauro, nomeadamente quanto a:  Métodos de compilação (dedutivo e indutivo)  Registo dos termos (identificação da fonte e data da inclusão  Verificação dos termos (em obras de referência)  Especificidade dos termos (segundo o domínio abrangido)  Admissão e supressão de termos  Utilização de equipamento para processamento automático de dados.

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CAPÍTULO CINCO – GRELHA DE ANÁLISE DA IMAGEM Partindo de várias propostas metodológicas81 elaborámos uma Grelha de Análise aplicável aos documentos baseados em imagens, como os bilhetes-postais ilustrados, fotografias, gravuras e outros, demandando assim um conjunto de procedimentos subordinados a critérios de coerência, fiabilidade, rigor e objectividade ao longo de todo o processo, atribuindo-lhe um fundamental e validatório carácter científico, contrariando juízos aleatórios e pessoais, dado que “L’experience montre néanmoins que si la description est conduite avec méthode les risques d’omission diminuent et surtout l’importance relative des informations est mieux respectée.”82 Pretendemos, assim, ultrapassar os problemas derivados duma incorrecta análise, que resultam numa incoerente e deficiente representação do conteúdo, com prejuízos para para a eficácia e eficiência do sistema de informação e, logo, para a recuperação e o acesso à informação e, em última análise, para a própria instituição e a qualidade do serviço prestado. A estrutura formal e intelectual inspirou-se principalmente na obra organizada por Manuela Santos83, por esta “fornecer, precisamente, um conjunto de regras retiradas do SIPORbase que se destinam exclusivamente a fundamentar a seleção dos termos de indexação, para a aplicação aos registos bibliográficos na indexação corrente e ainda para a construção do vocabulário documental do ficheiro de autoridade de assuntos.”84 Efectivamente, e seguindo a mesma autora, “Todo o acto de criação de nova terminologia devidamente controlada no seu significado e inserida na respectiva estrutura de referencias deverá ser feito no ficheiro de autoridade de assunto.” Convém aqui advertir que a contribuição daquela obra de Manuela Santos para a construção da grelha de análise é aproveitada em duas vertentes: na primeira vertente, para o fim próprio da grelha de análise, ou seja, para auxiliar na análise e na seleção de conceitos presentes nos documentos a indexar; na segunda vertente, para auxiliar para na seleção da terminologia a usar na indexação quer esta seja retirada de tesauros ou outras obras de referência, quer dos próprios documentos, quando aplicável. Este aproveitamento baseia-se no que enuncia a autora: “As presentes instruções destinam-se à fase da indexação posterior à análise e seleção de conceitos presentes nas obras a indexar, em que é preciso decidir sobre qual a forma que devem ter os termos de indexação. [segunda vertente da grelha de análise]. Neste sentido, uma vez identificados os conceitos e que categoria de nome os representam (nome comum, nome próprio de pessoa, de lugar, de família, de acontecimento, etc.) [primeira vertente da grelha de análise] aplicar a regra adequada a essa mesma categoria (...)”85 Portanto, os exemplos apresentados na Grelha de Análise destinam-se a auxiliar na decisão sobre a forma que deve assumir a terminologia. 81

ALVIM, Luísa – Op. cit.; NP 3715:1989; QUIROGA BARRO, Gabriel – Op. cit.; PORTUGAL. Biblioteca Nacional – Indexação: terminologia e controlo de autoridades: manual; e WILLIS, Alfred – Op. cit. 82 GARNIER, François – Op. cit. p. 25. 83 PORTUGAL. Biblioteca Nacional – Op. cit. 84 Idem – Op. cit. p. 10. 85 Idem – Op. cit. p. 11. UP. FEUP – MCI – ACI

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A execução da referida grelha teve igualmente em linha de conta a Zona 3 – Conteúdo e estrutura – da Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística – ISAD (G), por ser esta a norma adoptada para a descrição arquivística da colecção e o módulo de controlo de autoridade do programa informático GISA (Gestão Integrada de Sistemas de Arquivo)86 utilizado no Arquivo Municipal do Porto. O controlo de autoridade do GISA permite fixar informação sobre termos representativos de assuntos: ideográfico, geográfico e onomástico. A partir daquelas propostas delineámos uma série de questões a colocar ao binómio imagem/ texto(s), distribuída por quatro blocos de assuntos (1. Cronológico; 2. Geográfico/ Toponímico; 3. Ideográfico; 4. Onomástico) pretendendo recolher informações o máximo de informações para caracterizar o conteúdo intelectual dos documentos, tendo porém presente que o “conteúdo passível de recuperação é aquele que é portador de informação objectiva, não seja representação abstracta nem expressão estética de um autor.”87 Na construção da grelha de análise e, por consequência, na operação de indexação, tomamos em consideração as conclusões de um estudo realizado por Karen Collins, em artigo já citado, sobre as questões dos utilizadores. Afirma que o que é realmente necessário é o acesso a imagens a partir de termos genéricos que descrevam o seu conteúdo, por forma a que as questões formuladas pelas diferentes áreas e disciplinas possam encontrar respostas não preditas pelos indexadores. Por outro lado, conclui que os termos mais específicos são usados pelos utilizadores na formulação das questões com uma frequência aproximada da dos termos genéricos, sendo os nomes de pessoas e organizações as categorias mais usadas. “The majority of patron requests indicated the image subject in terms of generic classes of persons, things, and activities depicted – items generally recognisable with only everyday knowledge and more likely to be agreed upon than a picture’s expressional or conceptual qualities. The other most common type of request described the image subject using personal name, organisation name, building name, or other proper nouns. These terms refer to unique items and, if identifiable, are not subject to subjective interpretation.”88 Por seu turno, foi possível obter dados essenciais sobre o perfil e as necessidades do utilizador, nos quais a construção da grelha necessariamente assenta, cumprindo assim o critério que constitui a principal função da indexação – o valor da informação para o utilizador. Porém, é um critério que afecta a profundidade da análise e representação de assuntos, já que esta depende da de indexação da organização e da existência de diversos tipos de utilizadores com diferentes necessidades de informação, “o que nos conduz à questão, sempre em aberto, de saber se a indexação deve basearse mais nos conteúdos da informação ou nos utilizadores a que se destina. Na realidade, parece-nos que o equilíbrio entre ambas as posições será a resposta mais adequada.”89 O critério de objectividade que pretendemos impor ao processo de análise da imagem levou a que delimitássemos o grau de profundidade da análise. Determinámos então que deviam ser indexados apenas os objectos e motivos principais, que surgem destacados. Os motivos secundários só serão 86

REAL, Manuel Luís – GISA: Gestão integrada de sistemas de arquivo: um programa de gestão da cadeia de procedimentos arquivísticos. Lisboa: Edições Colibri, 1998. ISSN 0873-5670. Separata de Páginas A & B. 2, 1998. 87 ALVIM, Luísa – Op. cit. p. 150. 88 COLLINS, Karen – Op. cit. p. 51. 89 SANTOS, Maria Luísa F. N. dos – Op. cit. p. 109. UP. FEUP – MCI – ACI

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indexados caso constituam um caso de singularidade ou unicidade que lhe confira a relevância e importância devidas. Por exemplo, devem ser tomados em conta os elementos duma representação que são pouco comuns ou mesmo excepcionais. Por outro lado, a antiguidade aumenta muito o valor documental duma imagem, sendo que para certos períodos e certas formas de actividade humana, a documentação iconográfica é a principal fonte, senão única de conhecimento. 90 A grelha de análise foi depois sujeita a um processo de discussão, análise e correcção, ao ser apresentada a outros técnicos do Arquivo Municipal do Porto, beneficiando assim da partilha de conhecimentos, experiências e opiniões e sendo, assim e simultaneamente, enquadrada na política de indexação da instituição. Recebeu também o contributo da docente da unidade ciurricular, na apresentação preliminar do trabalho. A grelha adoptada – apresentada no ANEXO 1 – serviu não exclusivamente como instrumento de análise mas ainda como metodologia disciplinadora do próprio processo de indexação. Já aqui referimos que na indexação de imagens o que deve ser indexado é aquilo que se vê e não aquilo que se sabe sobre o que se vê. Assim, por exemplo, um postal que apresenta uma imagem da Torre dos Clérigos no Porto deverá ser indexado com o descritor Torre dos Clérigos; porém, sabendo o indexador que o edifício é um monumento classificado, não deverá indexar com o termo Monumento Nacional pois, efectivamente, a imagem não revela o monumento nacional, o assunto da imagem não fala de monumentos nacionais, mas da Torre dos Clérigos. Este critério obrigará o utilizador a percorrer um caminho indirecto para a recuperação de imagens de monumentos nacionais em postais, em que a primeira etapa será recuperar informação cujo conteúdo seja monumentos nacionais, através da qual essa classificação será identificada. Na etapa posterior, já detentor da informação de quais os monumentos classificados, o utilizador poderá então recuperar os postais que contenham imagens desses monumentos. Quisemos direccionar os esforços de análise da imagem e respectiva indexação aos elementos básicos, com a certeza de que constituirão informações capitais na recuperação de imagens por assunto, a qual será ainda melhorada no plano tecnológico pela disponibilização de imagens digitais. Reconhecemos, positivamente, que a exequibilidade de operações de refinamento, exaustividade e especificidade na indexação de imagens, em acordo com os recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis, somente poderão optimizar o acesso ao seu conteúdo.

90

GARNIER, François – Op. cit. p. 24.

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CAPÍTULO SEIS – CONCLUSÃO A elaboração do trabalho pretende apresentar uma proposta para a análise de conteúdo de documentos visuais, especificamente bilhetes-postais ilustrados, e para a sua representação por termos de indexação, tendo por base a colecção de postais do Arquivo Municipal do Porto. Tal exercício permitiu-nos contactar com o domínio prático da indexação por assuntos, tendo-se revelado dinâmico, entusiasmante e, essencialmente, produtivo para os objectivos da unidade curricular. Efectivamente, a convivência com fontes de informação e instrumentos normativos relacionados com a indexação por assuntos, e a sua efectiva aplicação, possibilitou o alargamento e sedimentação de conhecimentos teóricos e práticos. O trabalho permitiu constatar as dificuldades inerentes ao processo de análise de documentos e determinação do seu conteúdo, agudizadas quando referidas a imagens. Ao indexador de documentos icónicos são colocadas adversidades sobrevindas da ausência de um texto explícito e da subjectividade inevitavelmente inerente à análise e interpretação de imagens. Tais obstáculos podem ser contornados com o recurso ao estabelecimento do âmbito e limite da análise aos aspectos denotativos e iconográficos da imagem, sem entrar no domínio da interpretação simbólica, o que depende em grande parte também do conteúdo dos documentos. A elaboração de uma grelha de análise permite a facilitação do trabalho, garantindo critérios de coerência e objectividade. A disciplina na observância dos mesmos critérios é, não obstante, extremamente difícil, pelas características pessoais e culturais dos indexadores. Daí se depreender que todo o esforço colocado na descrição de imagens se revela aquém da realidade do próprio conteúdo e das necessidades do utilizador, não invalidando nunca a necessidade de permanentemente perseguir esses objetivos. A descrição de conteúdo de documentos icónicos é de essencial importância. Sem ela, a informação corre o risco de se tomar não recuperável e, concomitantemente, o sistema de informação se revelar ineficaz e ineficiente nos seus objectivos. O contacto com a bibliografia disponível sobre indexação de imagens permitiu perceber a existência de princípios orientadores dispersos que seria de grandíssima utilidade reunir, confrontar, comparar, analisar, experimentar e sistematizar na produção de um instrumento normativo, com o concurso de profissionais das ciências da informação e das áreas de conhecimento em causa. Só assim se tornará possível normalizar os procedimentos e as técnicas, contribuindo para uma optimização da indexação de imagens, valorizando e melhorando o acesso à informação por parte do utilizador.

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PARTE II – LISTA DE TERMOS DE INDEXAÇÃO 1. Introdução 1.1. Objectivos A presente Lista de Termos de Indexação é um instrumento de pesquisa, com o objectivo de representar o conteúdo dos documentos icónicos que constituem a colecção de bilhetes-postais ilustrados do Arquivo Municipal do Porto e, simultaneamente, possibilitar a recuperação da informação neles contida, ou seja, a recuperação dos assuntos por imagens.

1.2. Campo de aplicação Esta Lista de Termos é aplicada no âmbito daqueles objectivos, à colecção de postais do Arquivo Municipal do Porto. Esta é formada por cerca de 4500 postais que veiculam informação cujo conteúdo inclui temas diversos relacionados com a cidade do Porto e seus arredores – as vias de comunicação, os monumentos e arquitectura, as actividades económicas, as transformações urbanísticas, sociais e políticas, os costumes e tradições, etc. O âmbito definido não anula a sua aplicabilidade a outros domínios e outro tipo de documentos, incluindo textuais.

1.3. Definições No âmbito desta Lista de Termos, são aplicáveis as seguintes definições:91 Linguagem de indexação – conjunto controlado de termos escolhidos numa linguagem natural e utilizados para representar, sob forma coordenada, o conteúdo dos documentos. Lista de termos – vocabulário de uma linguagem de indexação controlada, organizado formalmente de maneira a explicitar as relações estabelecidas a priori entre os conceitos (por exemplo relação genérica e específica). Termo de indexação – representação de um conceito, sob a forma de um termo derivado da linguagem natural, de preferência um substantivo simples ou composto. Um termo de indexação pode ser formado por várias palavras, sendo neste caso chamado termo composto. Os termos de indexação pertencem a uma das duas categorias seguintes. Descritor – termo que se utiliza na indexação para representar um determinado conceito. Não-descritor – sinónimo ou quasi-sinónimo de um descritor. Não é atribuído aos documentos, mas serve de entrada na Lista de Termos, sendo remetido através da referência USE para o descritor apropriado. 91

Segundo a NP 4036. PORTUGAL. Instituto Português da Qualidade. Comissão Técnica 7 – Norma Portuguesa NP 4036. Documentação: tesauros monolingues: directivas para a sua construção e desenvolvimento. Lisboa: IPQ, 1992. UP. FEUP – MCI – ACI

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1.4. Abreviaturas e convenções Nesta Lista de Termos são utilizadas as abreviaturas92 que se seguem, colocadas antes dos termos. NE – Nota explicativa: nota que acompanha um termo para indicar o seu sentido, numa linguagem de indexação. USE – Use: o termo que a segue é o descritor. UP – Usado por: o termo que a segue é um não-descritor. TG – Termo genérico: o termo que a segue tem um sentido mais amplo. TE – Termo específico: o termo que a segue tem um sentido mais restrito. TR – Termo relacionado: o termo que a segue é um termo associado, mas não é um sinónimo, nem um termo genérico ou específico. São utilizadas as seguintes convenções: a) Os descritores são impressos em maiúsculas; b) Os não-descritores são impressos em minúsculas, salvo quando se tratar de um nome próprio iniciado por maiúscula ou uma abreviatura ou sigla que aparecerá então em maiúsculas. c) A Lista apresenta descritores já atribuídos aos documentos e outros que, embora fazendo parte das relações entre os termos, não foram ainda atribuídos, mas fornecem pontos de acesso úteis. Os descritores já atribuídos são assinalados destacadamente por tipo de letra a cheio (negrito ou bold).

Organismo responsável O organismo responsável pela construção e gestão desta Lista de Termos é o Arquivo Municipal do Porto e eventuais comentários e sugestões podem ser enviados para: Arquivo Municipal do Porto Rua da Alfândega, 10 4050-029 PORTO Telefone: 222 060 400 E-mail: [email protected] 92

Segundo a NP 4036. PORTUGAL. Instituto Português da Qualidade. Comissão Técnica 7 – Norma Portuguesa NP 4036. Documentação: tesauros monolingues: directivas para a sua construção e desenvolvimento. Lisboa: IPQ, 1992.

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2. Controlo da linguagem Na construção desta Lista e no que à escolha dos termos diz respeito, seguimos as recomendações da Norma Portuguesa NP 4036. Foram, contudo, respeitados e aplicados os descritores já em uso no sistema de informação da instituição, como recomendado biblioteconomicamente. Para os termos ali inexistentes recorremos sempre a linguagens de indexação ou instrumentos de controlo do vocabulário. Logo, diferentemente dos termos de um dicionário, que são seguidos de várias definições, conforme os vários sentidos, cada termo na presente Lista está restrito a um único sentido. O sentido escolhido para cada termo é indicado normalmente pelas relações hierárquicas existentes ou, no caso de estas não serem suficientemente explícitas, pela junção de uma nota explicativa. Esta nota indica com precisão o sentido escolhido e, eventualmente, os sentidos excluídos, ainda que reconhecidos em linguagem natural.

3. Relações básicas entre os termos Nesta Lista de Termos são reconhecidos três tipos de relações entre os termos, a seguir indicados. Cada uma dessas relações e reciproca é, como tal, indicada para ambos os termos. a) Relação de equivalência: é a relação entre descritores e não-descritores, quando existem vários termos que se podem considerar como representando o mesmo conceito. A reciprocidade é expressa pelas seguintes abreviaturas e convenções: UP (Usado por), colocado a seguir ao descritor. USE, colocado a seguir ao não-descritor.

Exemplo:

EMBARCAÇÃO UP Barco

Barco USE Embarcação b) Relação hierárquica: baseia-se em graus ou níveis de superioridade e subordinação, nas quais o termo subordinante representa uma classe ou um todo e o termo subordinado elemento ou parte. A reciprocidade é expressa pelas seguintes abreviaturas e convenções: TG (Termo genérico), colocado antes do termo subordinante. TE (Termo específico), colocado antes do termo subordinado. Exemplo:

AGRICULTOR TG Profissão PROFISSÃO TE Agricultor

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c) Relação associativa: inclui relações entre pares de termos que não fazem parte de um mesmo conjunto de equivalências, que não fazem parte da mesma cadeia hierárquica, mas que estão mentalmente associados. A indicação desta relação indica outros termos susceptíveis de uso na recuperação de informação. A reciprocidade é expressa pela seguinte abreviatura e convenção: TR (Termo relacionado), colocado antes de cada um dos termos. Exemplo:

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PORTO TR Palácio da Bolsa PALÁCIO DA BOLSA TR Associação Comercial do Porto

4. Composição e estrutura A Lista é composta pelos descritores e não-descritores e pelas suas relações semânticas, apresentados por ordem alfabética. As informações relativas a um descritor são enunciadas pela seguinte ordem: NE: nota explicativa do sentido do descritor. UP: indicação dos não-descritores. TG: indicação dos termos genéricos. TE: indicação dos termos específicos. TR: indicação dos termos relacionados. Os não-descritores vão seguidos apenas pela referência USE que os remete para o descritor correspondente.

Nota importante Ordem de apresentação de topónimos citadinos Os termos que designam topónimos, como avenidas, alamedas, praças, ruas, travessas, etc. são apresentados nesta Lista de Termos pela ordem directa. Estes termos encontram-se actualmente a ser revistos e alterados, à luz de normativos actuais, passando para a ordem inversa e com a aposição de um modificador geográfico que lhe confere univocidade. Por exemplo:  Forma na Lista de Termos de Indexação RUA DE ALEXANDRE HERCULANO  Forma actual (em revisão) Alexandre Herculano, Rua de (Porto, Portugal) Esta actualização é de extrema importância, pois “É sempre relevante, para o utilizador, a recuperação de topónimos, antropónimos, cargos e assuntos. Estes podem sempre, se o serviço de arquivo assim o entender, ser alvo de controlo, por forma a constituírem pontos de acesso normalizados.”93 “É, por exemplo, importante decidir se se optará ou não por criar formas autorizadas para os nomes dos topónimos, à semelhança do Manual de Descripción Multinível e das Rules for the construction of personal, place and corporate names por exemplo. Neste ponto, é relevante, e não pode deixar de ser aproveitada, a experiência das bibliotecas, materializada nas Regras Portuguesas de Catalogação.”94 93

RUNA, Lucília; SOUSA, Joana Braga – Normalizar a descrição em arquivo: questionar, reflectir e aplicar. In Cadernos BAD. N.º 2 (2003). p. 80-108. 94 Idem. p. 97-99. UP. FEUP – MCI – ACI

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5. Apresentação alfabética dos termos ACÇÃO CULTURAL TE Exposição Museu ACOMODAÇÃO TURÍSTICA TE Hotel ADEGA TG

Armazém

USE

Alfândega

Aduana

AGRICULTOR TG Profissão AGRICULTURA TG Tecnologia TE Malha AGUADEIRO TG Profissão ALAMEDA TG

Via de comunicação

ALFAIATARIA UNIVERSO TG Empresa comercial ALFÂNDEGA UP Aduana TG Edifício público Instituição aduaneira TR Comércio Mercadoria Tarifa alfandegária ALIMENTO TE

Cereal Peixe

ANÇÃ TG

ANIMAL TE

Povoação portuguesa

Animal doméstico Animal de trabalho

ANIMAL DOMÉSTICO TG Animal TE Cisne TR Animal de trabalho UP. FEUP – MCI – ACI

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ANIMAL DE TRABALHO TG Animal TE Boi TR Animal doméstico ANTROPOLOGIA TG Ciência da vida Área da Muralha USE Porta da Muralha ARDINA UP TG

Vendedor de jornais Profissão

ARMAS MUNICIPAIS TE Armas do Porto ARMAS DO PORTO TG Heráldica Armas municipais ARMAZÉM TE

Adega

ARQUITECTURA TE Arquitectura religiosa (Época medieval) TR Monumento ARQUITECTURA RELIGIOSA (Época medieval) TG Arquitectura ARTE NOVA TG

Arte

ARTE TG TE

TR

Cultura Arte cerâmica Arte nova Arte sacra História da arte Escola (Arte)

ARTE CERÂMICA TG Arte TE Olaria ARTE GRÁFICA TE Caricatura Desenho Arte religiosa USE

Arte sacra

Arte românica USE

Românico

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ARTE SACRA UP Arte religiosa TG Arte ARTE VISUAL TE Artesanato ARTESANATO TG Arte visual ARTÍFICE TG TE

Pessoal profissional Tanoeiro

ARTISTA TE

Músico

ASILO UP TG

Recolhimento Instituição de assistência

ASSISTÊNCIA INFANTIL TE Infantário

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DO PORTO TR Palácio da Bolsa ASSOCIAÇÃO RECREATIVA TE Banda de música Club Fenianos Portuenses Club dos Girondinos AUTOMÓVEL TG Veículo rodoviário AVENIDA TG TE

Via de comunicação Avenida dos Aliados Avenida Brasil Avenida Rodrigues de Freitas

AVENIDA DOS ALIADOS TG Avenida AVENIDA BRASIL TG Avenida AVENIDA RODRIGUES DE FREITAS TG Avenida BANDA DE MÚSICA TG Associação recreativa Grupo musical Barco USE

Embarcação

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BARCO RABELO TG Embarcação Barra do Douro USE Rio Douro BARREDO (ZONA URBANA) TG Zona urbana BARROS, ALMEIDA & C.ª TG Empresa comercial BEBIDA ALCOÓLICA TE Vinho BILHAR UP TG

Jogo de Bilhar Desporto

BOI TG

Animal de trabalho

CABIDO DA SÉ TR Sé (Edifício) CAIS DOS BANHOS TG Cais portuário CAIS DOS GUINDAIS TG Cais portuário CAIS PORTUÁRIO TG Infraestrutura de transporte TE Cais dos Banhos Cais dos Guindais Cais da Ribeira CAIS DA RIBEIRA TG Cais portuário CALÇADA TG TE

Via de comunicação Calçada de Vanda a

CALÇADA DE VANDOMA TG Calçada CÂMARA MUNICIPAL TE Câmara Municipal do Porto CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO TG Câmara Municipal CAMINHO DE FERRO TE Estação ferroviária

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CAMPANHÃ UP TG

Esteiro de Campanhã Santa Maria de Campanhã Zona urbana Freguesia

Campo da Regeneração USE Praça da República Campo de Santo Ovídio USE Praça da República CANTAREIRA (ZONA URBANA) TG Zona urbana Candeeiro público USE Iluminação pública CAPELA TG

Edifício religioso

CARICATURA TG Arte gráfica CARNAVAL TG TE

Costumes e tradição Carro alegórico

CARQUEJA TG

Combustível

CARRO TE

Carro de bois Carro de cavalos

CARRO ALEGÓRICO TG Carnaval CARRO DE BOIS TG Carro CARRO DE CAVALOS NE Carro puxado por cavalgadura (cavalo, mula ou burro) para transporte de passageiros ou carga. TG Carro CARRO ELÉCTRICO UP Eléctrico (Carro) TG Transporte ferroviário Carta de foral USE

Foral

Casa USE

Edifício de habitação

CASA-MUSEU TR Museu UP. FEUP – MCI – ACI

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CASA-MUSEU DE GUERRA JUNQUEIRO TG Museu CASTELO DO QUEIJO (Fortificação) UP Forte de São Francisco Xavier do Queijo TG Fortificação militar CATÁSTROFE NETURAL TE Inundação Catedral USE

Sé (Edifício)

CEDOFEITA (São Martinho) UP São Martinho de Cedofeita TG Freguesia CENTRO DE INVESTIGAÇÃO UP Instituto de investigação TG Instituição TE Instituto de Antropologia Dr. Mendes Correia CEREAL TG TE CHAFARIZ TG

Alimento Milho

TR

Mobiliário urbano Rede de distribuição de água Fonte

USE

Inundação

Cheia

CIÊNCIA DA VIDA TE Antropologia CIÊNCIA POLÍTICA TE Política

CINEMA (EDIFÍCIO) TG Edifício recreativo TE Cinema Batalha Cinema Eden Eden Teatro CINEMA (EMPRESA) TG Empresa TE Cinema Batalha Cinema Eden Eden Teatro CINEMA BATALHA TG Cinema (Edifício) Cinema (Empresa) UP. FEUP – MCI – ACI

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CINEMA EDEN TG Cinema (Edifício) Cinema (Empresa) CISNE TG CLAUSTRO TG

Animal doméstico

Elemento estrutural (Edifício)

CLUBE DESPORTIVO TE Futebol Clube do Porto CLUBE SÓCIO-CULTURAL TE Club Fenianos Portuenses Club dos Girondinos CLUB FENIANOS PORTUENSES TG Associação recreativa Clube sócio-cultural CLUB DOS GIRONDINOS TG Associação recreativa Clube sócio-cultural TE Girondino CÓDICE TR

Foral

COLÉGIO TG TE TE

Estabelecimento de ensino Colégio de Nossa Senhora da Esperança Colégio dos Órfãos

Colégio dos Meninos Órfãos de Nossa Senhora da Graça USE Colégio dos Órfãos Colégio de Nossa Senhora da Graça USE Colégio dos Órfãos COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DA ESPERANÇA UP Recolhimento de Nossa Senhora da Esperança Recolhimento das Órfãs TG Colégio COLÉGIO DOS ORFÃOS UP Colégio dos Meninos Órfãos de Nossa Senhora da Graça Colégio de Nossa Senhora da Graça TG Colégio COMBUSTÍVEL TE Carqueja

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COMEMORAÇÃO TG Costumes e tradição TE Comemorações do l.º de Maio COMEMORAÇÕES DO 1.º DE MAIO TG Comemoração COMERCIANTE UP Mercador Regateira Vendedor TG Profissão TR Comércio Negociante COMÉRCIO TG TR

TE

Economia Alfândega Comerciante Companhia comercial Feira Feitoria Mercado Mercadoria Estabelecimento comercial Tarifa alfandegária Comércio ambulante Comércio marítimo

COMÉRCIO AMBULANTE UP Venda ambulante TG Comércio COMÉRCIO MARÍTIMO TG Comércio COMÍCIO TG

Reunião

COMPANHIA COMERCIAL TR Comércio COMPOSITOR TG Músico COMUNICAÇÃO DE MASSAS TE Jornalismo Publicidade CONCELHO TE

Foz do Douro (São João) Porto (Concelho)

CONDE TE

Vímara Peres

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CONTESTAÇÃO SOCIAL TR Manifestação CONVENTO UP TG TE TR

Mosteiro Edifício religioso Convento feminino Igreja (Edifício)

CONVENTO FEMININO TG Convento TE Convento de Santa Clara CONVENTO DE SANTA CLARA TG Convento feminino COSTA, AFONSO (1871-1937) UP Costa, Afonso Augusto da TG Político COSTA, AFONSO AUGUSTO DA USE Costa, Afonso (1871-1937) COSTUMES TG

Costumes e tradição

COSTUMES E TRADIÇÃO UP Tradição TE Carnaval Comemoração Costumes CRECHE USE

Infantário

CRECHE DE CEDOFEITA TG Infantário CRIANÇA TG

Pessoa

CULTURA TE

Arte

DESENHO TG

Arte gráfica

DESPORTO TE

Bilhar Futebol

DIÁRIO DO PORTO TG Jornal DOCUMENTOS TE Foral UP. FEUP – MCI – ACI

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ECONOMIA TE

Comércio

EDEN TEATRO TG Cinema (Edifício) Cinema (Empresa) Teatro (Edifício) EDIFÍCIO TE

Edifício comercial Edifício desportivo Edifício de habitação Edifício hoteleiro Edifício público Edifício recreativo Edifício religioso Estação ferroviária Fortificação militar Monumento Palácio

EDIFÍCIO COMERCIAL TG Edifício EDIFÍCIO DESPORTIVO TG Edifício TE Estádio EDIFÍCIO DE HABITAÇÃO UP Casa TG Edifício EDIFÍCIO HOTELEIRO TG Edifício TE Hotel Edifício militar USE

Fortificação militar

EDIFICÍO PALACIANO TR Palácio EDIFÍCIO PÚBLICO TG Edifício TE Alfândega Paços do Concelho Palácio da Bolsa Palácio dos Correios Palácio de Cristal EDIFÍCIO RECREATIVO TG Edifício TE Cinema (Edifício) Teatro (Edifício)

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EDIFÍCIO RELIGIOSO TG Edifício TE Capela Convento Igreja (Edifício) Sé (Edifício) Eléctrico (Carro) USE Carro eléctrico ELEMENTO ESTRUTURAL (EDIFÍCIO) TE Claustro Terraço EMBARCAÇÃO UP Barco TG Veículo TE Barco rabelo Navio EMPRESA TE

Cinema (Empresa)

EMPRESA COMERCIAL TE Alfaiataria Universo Barros, Almeida & C.ª José Constante & C.ª EQUIPAMENTO SOCIAL TE Mercado ESCOLA (Arte) NE Grupo ou sucessão de pessoas que em determinada área de pensamento ou prática são discípulos do mesmo mestre ou estão unidos por uma similitude geral de princípios, métodos ou estilo artístico TE Escola de Coimbra TR Arte ESCOLA DE COIMBRA TG Escola (arte) ESCRITOR TG TE TR

Pessoal cultural GARRETT, Almeida (1799-1854) Poeta

ESCULTURA TE

Estátua

ESGOTO USE

Saneamento

ESPAÇO DE COMÉRCIO TE Feira Mercado

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ESPAÇO URBANO TE Feira Mercado ESTABELECIMENTO COMERCIAL TR Comércio ESTABELECIMENTO DE ENSINO TE Colégio ESTABELECIMENTO MILITAR TE Quartel ESTAÇÃO DE CAMPANHÃ TG Estação ferroviária Estação Central do Porto USE Estação de São Bento ESTAÇÃO FERROVIÁRIA TG Caminho de ferro Edifício TE Estação de Campanhã Estação de São Bento ESTAÇÃO DE SÃO BENTO UP Estação Central do Porto TG Estação ferroviária ESTÁDIO TG TE

Edifício desportivo Estádio das Antas

ESTÁDIO DAS ANTAS UP Estádio do Futebol Clube do Porto TG Estádio ESTÁDIO DO FUTEBOL CLUBE DO PORTO USE Estádio das Antas ESTÁTUA TG

Escultura

Esteiro de Campanhã USE Campanhã ESTILO ARTÍSTICO TE Românico EXPOSIÇÃO TG TE

Acção cultural Salão automóvel

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FEIRA TG TR

FEITORIA TR

Espaço de comércio Espaço urbano Comércio Mercado

Comércio

FONTE TG TE TR

Mobiliário urbano Rede de distribuição de água Fonte das Virtudes Chafariz

FONTE DAS VIRTUDES TG Fonte FORAL UP TG TR

Carta de foral Documento primário Códice

Forte de São Francisco Xavier do Queijo USE Castelo do Queijo (Fortificação) FORTIFICAÇÃO MILITAR UP Edifício militar TG Edifício TE Castelo do Queijo (Fortificação) Muralha FOZ DO DOURO (São João) UP São João da Foz do Douro TG Concelho Freguesia Zona urbana FREGUESIA TE

FUTEBOL UP TG

Campanhã Cedofeita (São Martinho) Foz do Douro (São João) Massarelos Sé (Freguesia)

Jogo de futebol Desporto

FUTEBOL CLUBE DO PORTO TG Clube desportivo Garrett, João Baptista da Silva Leitão de Almeida USE Garrett, Almeida (1799-1854)

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GARRETT, Almeida (1799-1854) UP Garrett, João Baptista da Silva Leitão de Almeida TG Escritor GAZETA DO PORTO TG Jornal GIRONDINO NE TG

Membro do Club dos Girondinos Club dos Girondinos

GRANDE HOTEL DO PORTO TG Hotel GRUPO MUSICAL TE Banda de música HENRIQUE (INFANTE DE PORTUGAL) TG Príncipe HERALDICA TE

Armas do Porto

Heroísmo dos Povos e Tropas do Norte Contra as Invasões Francesas (Monumento) USE Monumento da Guerra Peninsular HISTÓRIA TE

História local

HISTÓRIA DA ARTE TR Arte HISTÓRIA LOCAL TG História HOSPITAL TR TE

Instituição de assistência Hospital Geral de Santo António

HOSPITAL GERAL DE SANTO ANTÓNIO UP Hospital Geral de Santo António TG Hospital HOTEL TG TE

TR

Acomodação turística Edifício hoteleiro Grande Hotel do Porto Hotel Infante de Sagres Restauração (Alimentação)

HOTEL INFANTE DE SAGRES TG Hotel

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IGREJA (EDIFÍCIO) TG Edifício religioso TE Igreja dos Carmelitas Igreja do Carmo Igreja de Cedofeita Igreja dos Clérigos Igreja dos Grilos Igreja de Santo Ildefonso Igreja de São Francisco Igreja da Trindade TR Convento IGREJA DAS CARMELITAS TG Igreja (Edifício) IGREJA DO CARMO TG Igreja (Edifício) IGREJA DE CEDOFEITA TG Igreja (Edifício) IGREJA DOS CLÉRIGOS TG Igreja (Edifício) IGREJA DOS GRILOS TG Igreja (Edifício) IGREJA DE SANTO ILDEFONSO TG Igreja (Edifício) IGREJA DA SÉ USE Igreja (Edifício) IGREJA DE SÃO FRANCISCO TG Igreja (Edifício) IGREJA DA TRINDADE TG Igreja (Edifício) Ilha (Zona urbana) USE Zona degradada ILUMINAÇÃO PÚBLICA UP Candeeiro público Poste de iluminação TG Infraestrutura urbana Mobiliário urbano ILUMINURA NE

Imagem pintada sobre folha de um livro ou outro documento, manuscrito ou impresso, a guache ou têmpera.

INFANTÁRIO UP Creche TG Assistência infantil TE Creche de Cedofeita UP. FEUP – MCI – ACI

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INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE TE Cais portuário Ponte INFRAESTRUTURA URBANA TE Saneamento Iluminação pública INSTALAÇÃO CULTURAL TE Palácio de Cristal INSTITUIÇÃO TE Centro de investigação INSTITUIÇÃO ADUANEIRA TE Alfândega INSTITUIÇÃO DE ASSISTÊNCIA TE Asilo TR Hospital INSTITUTO DE ANTROPOLOGIA DR. MENDES CORREIA UP Instituto de Antropologia da Universidade do Porto TG Centro de investigação Instituto de Antropologia da Universidade do Porto USE Instituto de Antropologia Dr. Mendes Correia INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO USE Centro de investigação INUNDAÇÃO UP Cheia TG Catástrofe natural JARDIM TG TE

Parque Jardim de João Chagas Jardim de Marques de Oliveira Jardim de Teófilo Braga

Jardim da Cordoaria USE Jardim de João Chagas JARDIM DE JOÃO CHAGAS UP Jardim da Cordoaria TG Jardim JARDIM DE MARQUES DE OLIVEIRA UP Jardim de São Lázaro TG Jardim Jardim de São Lázaro USE Jardim de Marques de Oliveira JARDIM DE TEÓFILO BRAGA TG Jardim UP. FEUP – MCI – ACI

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Jogo de bilhar USE

Bilhar

Jogo de futebol USE

Futebol

JORNAL TG TE

Publicação em série Diário do Porto Gazeta do Porto Jornal do Porto

JORNAL DO PORTO TG Jornal JORNALISMO TG Comunicação de massas JOSÉ CONSTANTE & C.ª TG Empresa comercial LAVADEIRA TG

Profissão

MADALENA (VILA NOVA DE GAIA) TG Povoação portuguesa MALHA NE UP TG

Acto ou efeito de malhar cereais Malhada Agricultura

Malhada USE

Malha

MANIFESTAÇÃO TG Oposição legítima TE Proclamação da República TR Contestação social Movimento contestatário MANUEL I (Rei de Portugal) TG Rei MASSARELOS TG Freguesia Zona urbana MATERIAL TE

Palha Pedra calcaria

MENINO JESUS

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MERCADO TG

TE TR

Equipamento social Espaço de comércio Espaço urbano Mercado do Anjo Mercado do Bolhão Comércio Feira

MERCADO DO ANJO TG Mercado MERCADO DO BOLHÃO TG Mercado Mercador USE

Comerciante

MERCADORIA TR Alfândega Comércio Mester USE

Profissão

TG

Cereal

MILHO

MIRADOURO UP Mirante Mirante USE

Miradouro

MOBILIÁRIO TE Mobiliário de habitação Mobiliário religioso Mobiliário urbano MOBILIÁRIO DE HABITAÇÃO TG Mobiliário MOBILIÁRIO RELIGIOSO TG Mobiliário MOBILIÁRIO URBANO TG Mobiliário TE Chafariz Fonte Iluminação pública Quiosque MONUMENTO TG Edifício Propriedade cultural TE Monumento da Guerra Peninsular TR Arquitectura UP. FEUP – MCI – ACI

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MONUMENTO DA GUERRA PENINSULAR UP Heroísmo dos Povos e Tropas do Norte Contra as Invasões Francesas (Monumento) TG Monumento Mosteiro USE

Convento

MOVIMENTO CONTESTATÁRIO TR Manifestação MURALHA TG TR MUSEU TG TE TR

Fortificação militar Porta da Muralha

Acção cultural Casa-Museu de Guerra Junqueiro Museu Romântico da Quinta da Macieirinha Casa-Museu

MUSEU ROMÂNTICO DA QUINTA DA MACIEIRINHA TG Museu MÚSICA TE TR

Música popular Músico

MÚSICA POPULAR TG Música MÚSICO TG TE TR

Artista Compositor Música

NAVIO TG

Embarcação

NEGOCIANTE TR Comerciante NOSSA SENHORA UP Virgem Maria OCUPAÇÃO TE

OFICINA TE

Político Profissão

Tanoaria

Ofício (profissão) USE Profissão OLARIA TG

Arte cerâmica

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OPOSIÇÃO LEGÍTIMA TE Manifestação Paço USE

Palácio

PAÇOS DO CONCELHO NE O termo refere-se a diferentes edifícios dos Paços do Concelho, consoante a época e localização: 1816-1916 – Praça da Liberdade 1916-1957 – Palácio do Terreiro da Sé (Paço Episcopal) 1957 – Praça do General Humberto Delgado TG Edifício público PADEIRO TG

Profissão

PALÁCIO UP TG TE TR

Paço Edifício Palácio Episcopal Edifício palaciano

PALÁCIO ATLÂNTICO TG Prédio urbano PALÁCIO DA BOLSA TG Edifício público TR Associação Comercial do Porto Palácio das Colónias USE Palácio de Cristal PALÁCIO DOS CORREIOS TG Edifício público PALÁCIO DE CRISTAL NE O termo refere-se a dois edifícios, consoante a data, no mesmo local: o edifício original foi inaugurado em 03 Set. 1861 e demolido em Dez. 1951; o edifício actual foi inaugurado em 10 Out. 1952. UP Palácio das Colónias Palácio dos Desportos TG Edifício público Instalação cultural Palácio dos Desportos USE Palácio de Cristal PALÁCIO EPISCOPAL TG Palácio PALHA TG TR

Material Palheiro

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PALHEIRO TR

Palha

PARQUE TE

Jardim

PARTIDO POLÍTICO TE Partido Regenerador PARTIDO REGENERADOR TG Partido político Pedra de Ançã USE

Pedra calçaria

PEDRA CALCÁRIA UP Pedra de Ançã TG Material PEDRO IV (Rei de Portugal) TG Rei PEDRO V (Rei de Portugal) TG Rei PEIXE TG

Alimento

PEIXEIRA TG

Profissão

Peres, Vímara USE

Vímara Peres

PESCA TG

Tecnologia

PESCADOR TG

Profissão

PESSOA TE

Criança

PESSOAL CULTURAL TE Escritor PESSOAL PROFISSIONAL TE Artífice POETA TR POLÍTICA TG

Escritor

Ciência política

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POLÍTICO TG TE

Ocupação Costa, Afonso (1871-1937)

PONTE TG TE

Infraestrutura de transporte Ponte ferroviária Ponte Luís I Ponte Maria Pia

PONTE FERROVIÁRIA TG Ponte PONTE LUÍS I TG Ponte PONTE MARIA PIA TG Ponte PORTA DA MURALHA UP Arco da Muralha Postigo da Muralha TR Muralha TE Postigo dos Banhos PORTO (Concelho)  TG Concelho Poste de Iluminação USE Porta da Muralha Postigo da Muralha USE Porta da Muralha POVOAÇÃO PORTUGUESA TE Ançã Madalena (Vila Nova de Gaia) PRAÇA TG TE

Via de comunicação Praça da Batalha Praça de Carlos Alberto Praça de D. João I Praça de D. Filipa de Lencastre Praça do General Humberto Delgado Praça de Gomes Teixeira Praça de Guilherme Gomes Fernandes Praça do Infante D. Henrique Praça da Liberdade Praça de Mousinho de Albuquerque Praça da República Praça da Trindade

PRAÇA DA BATALHA TG Praça

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PRAÇA DE CARLOS ALBERTO TG Praça Praça de D. Pedro USE Praça da Liberdade PRAÇA DE D. JOÃO I TG Praça PRAÇA DE D. FILIPA DE LENCASTRE TG Praça PRAÇA DO GENERAL HUMBERTO DELGADO TG Praça PRAÇA DE GOMES TEIXEIRA UP Praça dos Voluntários da Rainha Praça da Universidade TG Praça PRAÇA DE GUILHERME GOMES FERNANDES UP Praça de Santa Teresa TG Praça PRAÇA DO INFANTE D. HENRIQUE TG Praça PRAÇA DA LIBERDADE UP Praça Nova Praça de D. Pedro TG Praça PRAÇA NOVA USE Praça da Liberdade PRAÇA DE MOUSINHO DE ALBUQUERQUE UP Rotunda da Boavista TG Praça PRAÇA DA REPÚBLICA UP Campo da Regeneração Campo de Santo Ovídio TG Praça PRAÇA DA TRINDADE TG Praça Praça de Santa Teresa USE Praça de Guilherme Gomes Fernandes Praça da Universidade USE Praça de Gomes Teixeira Praça dos Voluntários da Rainha USE Praça de Gomes Teixeira PRAIA UP. FEUP – MCI – ACI

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PRÉDIO URBANO TE Palácio Atlântico PRÍNCIPE TE

Henrique (Infante de Portugal)

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA TG Manifestação PROFISSÃO UP TG TE

Mester Ofício (Profissão) Ocupação Trabalho e emprego Agricultor Aguadeiro Ardina Comerciante Lavadeira Padeiro Peixeira Pescador Sopeira Tanoeiro

PROPRIEDADE CULTURAL TE Monumento PUBLICAÇÃO EM SÉRIE TE Jornal PUBLICIDADE TG Comunicação de massas QUARTEL TG TE

Estabelecimento militar Quartel General da Região Militar do Norte

QUARTEL GENERAL DA REGIÃO MILITAR DO NORTE UP Quartel de Infantaria n.º 18 Quartel de Santo Ovídio TG Quartel Quartel de Infantaria n.º 18 USE Quartel General da Região Militar do Norte Quartel de Santo Ovídio USE Quartel General da Região Militar do Norte QUIOSQUE TG

Mobiliário urbano

Recolhimento USE

Asilo

Recolhimento de Nossa Senhora da Esperança USE Colégio de Nossa Senhora da Esperança UP. FEUP – MCI – ACI

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Recolhimento das Orfãs USE Colégio de Nossa Senhora da Esperança REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA TE Chafariz Fonte Regateira USE

Comerciante

REGIME POLÍTICO TE República REI TE

REPÚBLICA TG

Manuel I (Rei De Portugal) Pedro IV (Rei de Portugal) Pedro V (Rei de Portugal)

Regime político

RESTAURAÇÃO (Alimentação) UP Restauração colectiva TG Tecnologia TR Hotel Restaurante Restauração colectiva USE Restauração (Alimentação) RESTAURANTE TR Restauração (Alimentação) REUNIÃO TE

Comício

REVOLTA (31 de Janeiro) TG Revolução REVOLUÇÃO TE

Revolta (31 de Janeiro)

RIBEIRA (ZONA URBANA) TG Zona urbana RIO TE

Rio Douro

RIO DOURO UP TG

Barra do Douro Rio

ROMÂNICO UP TG

Arte românica Estilo artístico

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Rotunda da Boavista USE Praça de Mousinho de Albuquerque RUA TG TE

Via de comunicação Rua de Alexandre Herculano Rua Arménia Rua da Lada Rua do Passeio Alegre Rua de Passos Manuel Rua de Sá da Bandeira Rua de 31 de Janeiro

RUA DE ALEXANDRE HERCULANO TG Rua RUA ARMÉNIA TG Rua RUA DA LADA TG Rua RUA DO PASSEIO ALEGRE TG Rua RUA DE PASSOS MANUEL TG Rua RUA DE SÁ DA BANDEIRA TG Rua Rua de Santo António USE Rua de 31 de Janeiro RUA DE 31 DE JANEIRO UP Rua de Santo António TG Rua SALÃO AUTOMÓVEL TG Exposição SANEAMENTO UP Esgoto TG Infraestrutura urbana TR Serviço Municipalizado de Águas e Saneamento Santa Maria de Campanhã USE Campanhã São João da Foz do Douro USE Foz do Douro (São João) São Martinho de Cedofeita USE Cedofeita (São Martinho)

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SÉ (EDIFÍCIO) UP Catedral Igreja da Sé TG Edifício religioso TR Cabido da Sé SÉ (FREGUESIA) TG Freguesia SÉ (ZONA URBANA) TG Zona urbana SÉCULO 11 SÉCULO 15 SÉCULO 16 SÉCULO 19 SERVIÇO MUNICIPALIZADO DE ÁGUAS E SANEAMENTO TR Saneamento SOPEIRA NE TG

Criada para serviço de cozinha, cozinheira Profissão

TANOARIA TG

Oficina

TANOEIRO TG

Artífice Profissão

TARIFA ALFÂNDEGÁRIA TR Alfândega Comércio TEATRO (Edifício) TG Edifício recreativo TE Eden Teatro TECNOLOGIA TE Agricultura Pesca Restauração (Alimentação) TERRAÇO TG

Elemento estrutural (Edifício)

TONEL TORRE TE

Torre dos Clérigos

TORRE DOS CLÉRIGOS TG Torre UP. FEUP – MCI – ACI

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TRABALHO E EMPREGO TE Profissão Tradição USE

Costumes e tradição

TRANSPORTE DE ALUGUER TRANSPORTE FERROVIÁRIO TE Carro eléctrico TRAVESSA (VIA DE COMUNICAÇÃO) TG Via de Comunicação VEÍCULO TE

Embarcação

VEÍCULO AUTOMÓVEL TE Automóvel Venda ambulante USE Comércio ambulante Vendedor USE

Comerciante

Vendedor de jornais USE Ardina VESTUÁRIO TE

Vestuário popular

VESTUÁRIO POPULAR TG Vestuário VIA DE COMUNICAÇÃO TE Alameda Avenida Calçada Praça Rua Travessa (Via de comunicação) VÍMARA PERES UP Peres, Vímara TG Conde VINHO TG TE

Bebida alcoólica Vinho do Porto

VINHO DO PORTO TG Vinho Virgem Maria USE

Nossa Senhora

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VITIVINICULTURA NE Cultivo das vinhas e fabrico de vinho ZONA DEGRADADA UP Ilha (Zona urbana) ZONA URBANA TE Barredo (Zona urbana) Campanhã Cantareira (Zona urbana) Foz do Douro (São João) Massarelos Ribeira (Zona urbana) Sé (Zona urbana)

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BIBLIOGRAFIA Nota prévia A apresentação das referências bibliográficas é feita segundo a Norma Portuguesa NP 405 da área de Informação e documentação para referências bibliográficas (NP 405-1, 405-2, 405-3 e 405-4) que define regras para a normalização das referências bibliográficas de todos os tipos de documentos.

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ANEXOS ANEXO 1 – GRELHA DE ANÁLISE Introdução A NP 3715 recomenda que “Os organismos devem construir grelhas de identificação que contenham os critérios considerados importantes na área abrangida pela indexação.” “A análise de um documento ganha em qualidade e exaustividade se, para as áreas em causa, se estabelecer uma tipologia que abranja os principais temas e problemas e funcione como uma grelha de interrogação do documento, grelha de análise, grelha de indexação, que formula perguntas ao texto, e, assim, garante que não escape nenhuma informação de interesse.”95 A GRELHA DE ANÁLISE pretende servir de instrumento para utilização na indexação de documentos baseados em imagens, durante as três fases da indexação: 1) análise do documento e de determinação do seu conteúdo (assunto) 2) identificação e selecção dos conceitos representativos daquele conteúdo (assunto) 3) representação desses mesmos conceitos através de termos de indexação (termo) O documento contêm Assuntos, os quais podem podem ser do tipo cronológico, geográfico/ toponímico, ideográfico ou onomástico96. A GRELHA DE ANÁLISE servirá para identificar os conceitos presentes pelo tipo de assunto, que pode ser um dos seguintes: 1. Cronológico 1.1. Períodos históricos 1.1.1. Idade da Pedra 1.1.1.1. Paleolítico Inferior 1.1.1.2. Paleolítico Médio 1.1.1.3. Paleolítico Superior 1.1.1.4. Neolítico 1.1.2. Idade do Bronze 1.1.3. Idade do Ferro 1.2. Séculos; décadas; anos

95

MENDES, Maria Teresa Pinto; SIMÕES, Maria da Graça – Indexação por assuntos: princípios gerais e normas. Lisboa: Gabinete de Estudos A & B, 2002. (Estudos a & b. Teoria; 1). ISBN 972-98827-0-3. p. 42. 96 RIBEIRO, Fernanda – Indexação e controlo de autoridade em arquivos. Porto: Câmara Municipal do Porto. Arquivo Histórico, 1996. ISBN 972-605-041-3.

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2. Geográfico/ Toponímico 2.1. Nomes geográficos jurisdicionais 2.1.1. Países Ex. Angola 2.1.2. Estados, províncias, condados, etc. 2.1.3. Distritos Ex. Distrito do Porto (Portugal) 2.1.4. Concelhos Ex. Concelho de Lisboa (Portugal) 2.1.5. Cidades, vilas, etc. Ex. Porto (Portugal) 2.1.6. Secções de cidades, vilas, etc. (praças, ruas, bairros, etc.) 2.2. Nomes de áreas associadas com cidades 2.2.1. Área metropolitana de [cidade] 2.2.2. Área suburbana de [cidade] 2.2.3. Região de [cidade] 2.3. Nomes geográficos não jurisdicionais 2.3.1. Rio, vale, serra, monte, lago, etc.

Ex. Área metropolitana do Porto (Portugal) Ex. Área suburbana de Coimbra (Portugal) Ex. Região de Aveiro (Portugal)

Ex. Serra do Gerês (Portugal) Ex. Monte Fuji (Japão) Ex. Deserto do Sara

2.4. Nomes de entidades jurisdicionais passadas 2.4.1. Impérios, reinos e principados históricos, etc., e cidades e vilas que deixaram de existir Ex. Império Romano do Oriente, 395-1543 Ex. Reino de Aragão (Espanha: jur. pass.) Ex. Emirato de Córdova (Espanha e Portugal: jur. pass.) Ex. Alemanha Federal (jur. pass.) Ex. Miróbriga (Portugal: loc. ant.) Ex. Vilarinho das Furnas (Portugal: loc. ext.) 2.5. Nomes de rios e áreas associadas com rios Ex. Rio Mondego (Portugal) Ex. Rio Douro (Espanha e Portugal) Ex. Ribeira de São João (Concelho de Baião, Portugal) Ex. Região do Rio Danúbio Ex. Bacia do Rio Nilo (Sudão e Egipto) Ex. Estuário do Rio Douro (Portugal) Ex. Delta do Rio Nilo (Egipto) Ex. Vale do Rio Mondego (Portugal) 2.6. Nomes de ilhas e arquipélagos

Ex. Ilha de São Miguel (Portugal) Ex. Arquipélago dos Açores (Portugal)

2.7. Nomes de regiões geográficas

Ex. Região do Mar Cáspio Ex. Região mediterrânica Ex. Região da Serra da Estrela (Portugal) Ex. Região dos Montes Pirinéus (Espanha e França)

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3. Ideográfico 3.1. Acontecimentos 3.1.1. Catástrofes (terramotos, fogos, epidemias, fome, inundações, tempestades, ciclones, explosões, etc. 3.1.2. Realizações de carácter desportivo, cultural, económico, et. (jogos, campeonatos, exposições, feiras, congressos, concursos, etc.) 3.1.3. Comemorações públicas de acontecimentos, festividades populares e religiosas, et. (centenários, desfiles, festas, etc.) 3.1.4. Acontecimentos de natureza política e económica (golpes de estado, revoluções, manifestações, crises, etc.) 3.1.5. Acontecimentos de natureza criminal (assaltos, burlas, etc.) 3.1.6. Acontecimentos de natureza militar (guerras, batalhas, ocupações, invasões, expedições, cercos, etc.) 3.1.7. Acontecimentos de natureza intelectual, política, económica, etc., sem efeitos específicos localizados (polémicas literárias, movimentos intelectuais, crises económicas, escândalos políticos, etc.) 3.2. Nomes de edifícios e outras estruturas fixas 3.2.1. Edifícios (casas, igrejas, hotéis, etc.) 3.2.2. Outras estruturas fixas (portas de cidade, túneis, viadutos, muralhas, monumentos e reservas naturais, pontes, barragens, canais, estradas, parques, jardins, regiões demarcadas, etc.) 3.2.3. Ruínas ou vestígios arqueológicos de estruturas, com nome próprio 3.2.4. Partes de edifícios e outras estruturas, com nome próprio (janelas, portas, cúpulas, capelas, etc.) 3.3. Nomes de áreas associadas com edifícios e outras estruturas Ex. Área do Aeroporto de Lisboa (Portugal) 3.4. Paisagens urbanas (conjuntos urbanos: vistas, edifícios, monumentos, transportes, comunicações, energia, mobiliário, objectos, etc.) 3.5. Nomes comuns (actividades económicas, produtos, profissões, usos, costumes, tradições, vestuário, alimentação, vegetais, animaisetc.) 4. Onomástico 4.1. Nome de pessoa e/ ou colectividade 4.2. Nome de família 4.3. Nome de dinastia 4.4. Personagens, figuras lendárias e mitológicas

Bibliografia de referência  PORTUGAL. Biblioteca Nacional – Indexação: terminologia e controlo de autoridades: manual. Org. e sel. Manuela Santos. – Lisboa: BN, 2006. – 164, [1] p. (Publicações técnicas). ISBN 972-565-366-1.  REGRAS PORTUGUESAS DE CATALOGAÇÃO. Coord. Armando Nobre de Gusmão, Fernanda Maria Guedes de Campos, José Carlos Garcia Sottomayor. 3ª reimp. Lisboa: Biblioteca Nacional, 2000. ISBN 972-565-242-8. UP. FEUP – MCI – ACI

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