Indicadores De Produtividade No Auxílio À Tomada De Decisão Em Um Terminal De Containeres Na Cidade Do Rio Grande

May 24, 2017 | Autor: Antonio Carlos | Categoria: Case Study, Rio Grande do Sul, Container Terminal, Santa Catarina, Decision Process
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XXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção Curitiba – PR, 23 a 25 de outubro de 2002

INDICADORES DE PRODUTIVIDADE NO AUXÍLIO À TOMADA DE DECISÃO EM UM TERMINAL DE CONTAINERES NA CIDADE DO RIO GRANDE

Rosa Rinaldi Graduanda de Administração da Fundação Universidade Federal do Rio Grande - FURG [email protected]

Prof. Dr. Antônio Carlos Gastaud Maçada Professor Titular da Fundação Universidade Federal do Rio Grande – FURG [email protected]

ABSTRACT: The way to measure or to evaluate the productivit in the organizations has been object of studies among many researchers. The objective of this work is to approach the subject productivity and, through a research to answer: a) which are the used pointers of productivity in a container terminal; b) which data can help in the elaboration of other pointers and; c) how the productivity pointers can assist in the decision process. After the identification, propose other pointers of productivity for the company and to evaluate as these support in the process of taking of decision and control. The method was the case study and the collection of data will be through secondary sources (books, reviewed, papers) and interviews with executives of the company. The study was carried through in the biggest container terminal of the soyth region (Paraná, Santa Catarina and Rio Grande do Sul), located in the city of Rio Grande (RS). The results had been three new pointers of productivity for the aid in the taking of decision for the executives of that organization. KEI-WORDS: productivity, taking of decision, pointers.

1 Introdução A mensuração e análise da produtividade são aplicadas para compreender problemas organizacionais (Eloranta & Holmström,1998). Em função disto, a forma de medir ou avaliar a produtividade nas organização tem sido objeto de estudos entre muitos pesquisadores, mesmo assim não existe consenso entre eles. Consequentemente, várias formas de avaliação da produtividade têm sido aplicadas, no entanto a mais aceita utiliza o estudo de indicadores (Martins & Laugeni, 1998). Conforme Silva & Zotes (1996), a produtividade é um componente do sucesso e fator de competitividade das empresas, por isso se faz importante o seu monitoramento através de indicadores que apoiem decisões administrativas. No Brasil, entre 1990 e 1999 , o crescimento da produtividade industrial foi de 4,28% ao ano, maior que dos Estados Unidos (3,93%), França (3,41%) e Alemanha (2,65%). No entanto, pesquisadores afirmam que a evolução destes números só será possível se houver uma ampla distribuição de renda ( Revista República, 2001). Borges & Neto (1993), no início da década de 90, identificaram que mesmo as grandes organizações possuíam sistemas de planejamento e controle de produção falhos e antiquados, sistemas de custos obsoletos, controle de qualidade insipientes, além de não ENEGEP 2002

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saberem identificar as necessidades de modernização, quanto mais estabelecer mecanismos eficientes de avaliação e comparação da produtividade. A partir do ano 2000 o IBGE passou a realizar pesquisas nos setores industriais, comerciais e de serviços identificando diferenciais de produtividade. Historicamente, a área industrial era a que mais se preocupava com o conceito de produtividade. Atualmente esta preocupação tem se refletido em outros setores da economia, os quais estão dirigindo esforços para a obtenção de níveis de produtividade iguais ao da indústria. (Instituto Brasileiro de Produtividade e Qualidade – IBPQ-2001). Um setor que tem grandes diferenças, conforme Calmon (2001), é o setor portuário tanto que ultimamente a imprensa, tem dado destaque à preocupação dos executivos com o avanço tecnológico de portos como o de Singapura, país do Sudeste Asiático, e como essa superioridade diminui a competitividade dos outros portos mundiais. Visando aumentar a produtividade, o porto de Singapura substitui a figura de estivadores, conferentes e capatazes por funcionários de paletó, que controlam as operações com uso de joysticks apoiados pela Tecnologia da Informação (TI). O quadro 1 mostra os números comparativos de indicadores de produtividade entre portos nacionais e internacionais: Itens

Singapura

Roterdã

Santos

Rio Grande*

Média de contêiner movimentado p/ hora Números de funcionários envolvidos p/ unidade Preço médio para movimentar um contêiner (em dólares) Total de contêiners movimentados p/ ano

100

60

40

30

2

5

22

8

70

100

250

160

17 milhões

6,3 milhões

988.000

315.093

Fonte: Revista Veja, pgs.130-131, agosto/2001. Global 37, pgs. 38-50, março/2001*.

Quadro 1: números comparativos de alguns portos nacionais e internacionais. Este trabalho tem por objetivo identificar os indicadores de produtividade utilizados em um terminal de conteineres, e propor outros indicadores que possam auxiliar no processo de tomada de decisão. O trabalho estrutura-se da seguinte forma: seção 2: revisão bibliográfica; seção 2.1: produtividade nas organizações, seção 2.2: TI e produtividade; seção 2.3: estudo dos indicadores e monitoramento da produtividade e na seção 2.4: indicadores como informação à tomada de decisão. A seção 3 mostra o contexto de pesquisa; 3.1: a situação atual da empresa analisada e na seção 4: os resultados finais; seção 5: referências bibliográficas. 2 Revisão Bibliográfica Produtividade, segundo Moreira (1993), é a palavra de ordem para um sem-número de problemas das empresas, particularmente lucro e sobrevivência A produtividade de um recurso, no conceito de Gaither & Frazier (2001), é a quantidade de produtos ou serviços produzidos num intervalo de tempo dividido pela quantidade necessária desse recurso. Segundo estes autores, variáveis como: capital, materiais, mão-de-obra direta podem e devem ser usadas para medir e determinar a produtividade num intervalo de tempo. Artigo publicado em The Economist (2001), diz que a revisão de dados estatísticos mostra que a recente expansão da produtividade nos EUA é menos extraordinária do que se pensava, pois a mesma cresce em ritmo acelerado, mas os ganhos obtidos foram tratados com exagero. Os novos dados mostram que a produtividade cresceu mais do que se ENEGEP 2002

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esperava, no entanto, os elevados ganhos de eficiência dos últimos anos sofreram significativa revisão para baixo. De acordo com os dados antigos, o crescimento anual médio da produtividade em 1999 e 2000 teria sido de 3,4%. A revisão dos dados reduziu esta média para 2,6%. Na opinião de Gaither & Frazier (2001), se os negócios dos EU quiserem se manter em primeiro lugar em termos de produtividade devem renovar seus esforços para aumentar a taxa de crescimento da produtividade do trabalho, voltando-se para a melhoria dos fatores de produção – capital, mão-de-obra, materiais e gastos gerais. No Brasil, o debate em torno da produtividade ganhou dimensão no final dos anos 90 com o crescimento acelerado da produtividade, baseado no dinamismo tecnológico decorrente da globalização (Teixeira, 1997). As taxas decrescentes de produtividade que vinham sendo registradas nas últimas décadas estavam associadas ao modelo vigente de substituição de importações. O aumento da produtividade nos anos 90 seria fruto da abertura da economia e a mola mestra do novo modelo, que prescindiria do Governo quanto aos grandes programas e projetos de investimentos, e que o crescimento da produtividade com o Plano Real tornou possível crescer, distribuir e manter a competitividade ao mesmo tempo (Carvalho & Feijó, 2002). A inserção do país no contexto das economias mais desenvolvidas é função da capacidade de modernização das indústrias na busca de eficiência e competitividade (Araújo, 1997). 2.1 Produtividade nas Organizações O Brasil não é o único país que tem problemas com produtividade. Todo o mundo ocidental segundo Borges & Neto ( 1993), desde o inicio da década de 80, preocupa-se com os aspectos da qualidade e produtividade visando à competitividade doméstica e internacional. A procura por maior produtividade nas empresas começou com Taylor no fim do século XIX, mas a revolução nos métodos surgiu com Henry Ford e a sua Produção em Massa (Martins & Laugeni, 1998). No entanto, o grande salto no aumento da produtividade aconteceu com o surgimento do modelo japonês chamado Produção Enxuta, pois este método é definido como um sistema de baixo desperdício com novos conceitos como o Just-In-Time (JIT), Engenharia Simultânea, e muitos outros (Watenabe, 1996). As práticas do JIT tem sido foco de muitos executivos, pois fornece maiores resultados para as organizações com uma quantidade menor de recursos (Womack et al,1990; Write & Prybutok, 2001). Estudos sobre produtividade foram realizadas em diferentes tipos de organizações: confecção e calçados, Pfeifer (1990); empresas em geral, Ouchi (1992); área de serviços, Fleury (1993) e Quinn (1996); setor fabril, Contador (1995) e Ribeiro (1998); empresas em geral, Mônaco & Guimarães (2000); empresa de instalações elétricas, Romano & Novais (2000); setor bancário, Silva et al (2000); setor brinquedos e serviços, Maia (2001); área automobilística, Update (2001). Para as micro e pequenas empresas, Francischini (1997), defende que, ferramentas como: consulta a operários mais experientes, levantamento de dados, adequação do arranjo físico, limpeza da fábrica e estocagem adequada de materiais podem melhorar a produtividade das mesmas. Mirshawka & Báez (1993), defendem que a luta por ferramentas que auxiliam no aumento da produtividade deve se estender a todas as áreas da empresa, eliminando tudo o que não agregue valor aos produtos, serviços, tarefas e pessoas, e quem quiser entender o que é produtividade deve associá-la à: eficiência, eficácia e efetividade, pois, segundo Gaither & Frazier (2001), quando a produtividade for vista pelos empregados, como um meio de satisfazer suas necessidades, é provável que isto resulte em elevada produtividade. Assim que os empregados tiverem suas necessidades satisfeitas através de recompensas condicionadas à produtividade, é provável que o processo se repita.

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2.2 TI e Produtividade Alguns autores apontam a Tecnologia da Informação (TI) como uma ferramenta para aumento da produtividade. Segundo Martins & Laugeni (1998), siglas como MRP, CAD, CAM, CIM são comuns quando se fala em sistemas de produção. Estas siglas já fazem parte do cotidiano dos administradores, engenheiros e principalmente dos gerentes de produção. É o computador na ajuda do melhor desempenho da produtividade. São softwares sofisticados, programados especialmente para ajudar na produção e consecutivamente na produtividade. Conforme Maia (2001), a TI até pouco tempo atrás era uma coisa cara, inacessível para muitos, mas hoje é uma ferramenta de produtividade acessível não só à grandes empresas mas também aos pequenos empresários. Cassidy (2001) diz que é difícil pegar um jornal ou revista de economia sem topar com uma referência ao milagre do aumento da produtividade na economia com a ajuda da TI. É a proliferação da TI por toda a economia que faz com que o ciclo econômico atual pareça tão diferente dos que o precederam, mas defende que os trabalhadores estão mais produtivos hoje que no passado, e isso se deve à difusão da TI. Quinn (1996) afirma que as companhias de serviços têm continuado a investir intensamente em novas tecnologias, sobretudo na TI. Empresas americanas, segundo Gaither & Frazier (2001), tendo em vista ganhos de produtividade têm investido fortemente em TI. Algumas delas, tendo como metas ganhos de produtividade de 5% ano, tem aumentado seus dispêndios em TI em cerca de 10% a 15% ao ano. No entanto, Quinn (1996) adverte: não é só investir em tecnologia como indicador de produtividade, mas saber gerenciar os investimentos para obter maior produtividade, pois a TI acumula informações, mas a informação só tem valor máximo caso for bem gerenciada e compartilhada. Oliveira & Maçada (2000), em pesquisa realizada em terminal de containeres mostram que a TI aplicada em setor portuário pode trazer benefícios e satisfação aos usuários. Os resultados indicam que a implantação da ferramenta NAVIS trouxe um ganho de 50% no tempo dedicado as atividades que desenvolviam anteriormente sem o sistema. 2.3 Estudo dos indicadores e monitoramento da produtividade O aumento continuado da produtividade acaba por gerar uma série de benefícios que atingem a empresa, os trabalhadores e a sociedade como um todo. Por isso o estudo dos indicadores, e o monitoramento da produtividade são importantes, pois as medidas são usadas como ferramenta gerencial. O conhecimento dos indicadores e a medida da produtividade tanto servem para detectar problemas como para se verificar do acerto da tomada de decisões no dia-a-dia da empresa (Martins & Laugeni, 1998). As medidas de produtividade devem ser vistas como instrumentos auxiliares na detecção de problemas e no acompanhamento dos sistemas de produção a que se referem. Para isso, faz-se necessário trabalhar em uma série interminável de variáveis, que nos traz uma quantidade muito grande de dados para auxiliar no processo da tomada de decisão (Borges & Neto,1993). 2.4 Indicadores como informação à tomada de decisão Segundo Oliveira (1999), todas as pessoas tomam muitas decisões diariamente as quais variam de inconseqüentes até significativas, como por exemplo, como usar um escasso recurso no processo produtivo. As alterações nas formas de tomada de decisão tem sido uma das mudanças mais importantes da Era atual. Antes era possível considerar a tomada de decisão um processo essencialmente racional, pois os modelos mostravam como se poderia tomar uma decisão acertada caso seguisse uma série de etapas lógicas. Atualmente grande parte das decisões é desconhecida, motivo pelo qual o profissional tem que pensar muito antes de agir, e a chance de fazer coisas erradas é bem maior (Morris et al,1998). ENEGEP 2002

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O enfoque à tomada de decisão na organização tem assim criado uma nova forma de pensar sobre como as organizações realmente operam e têm feito contribuições à compreensão do planejamento organizacional. A organização é, na verdade, um produto ou reflexo da capacidade de processamento da informação, por isso novas capacidades levarão a novas formas organizacionais (Morgan,1995). Segundo Oliveira (1999), uma tomada de decisão adequada significa que o decisor deve estar informado, ou seja, que tem as informações relevantes e apropriadas nas quais está baseada sua decisão. Os tomadores de decisão necessitam de mensurações adequadas para dar suporte aos processos decisórios. Como os indicadores são “uma relação matemática que mede numericamente atributos de um processo ou de seus resultados, com o objetivo de comparar esta medida com metas numéricas preestabelecidas”, eles são uma das formas de informação para auxiliar na tomada de decisão, por isto, a medição deve ser realizada para permitir o monitoramento, o controle e o aperfeiçoamento do desempenho da organização nos seus diversos níveis, pois as medidas permitem comunicar as expectativas de desempenho a todos os operários; conhecer o desempenho das organizações; identificar problemas e permitir soluções; auxiliar na tomada de decisão e replanejamento. Portanto, os indicadores são utilizados principalmente para focar a atenção em áreas que necessitem de melhorias. 3 Contexto de Pesquisa Os resultados positivos da balança comercial dos estados da região Sul têm estimulado os portos de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul a investirem com o intuito de aumentar a produtividade e consequentemente continuarem competitivos. O porto da cidade do Rio Grande, por exemplo, está investindo cerca de R$ 11milhões na ampliação de sua infra-estrutura, capacitando o porto a receber navios de grande porte transportando carga geral, como fertilizantes e containeres (Gazeta Mercantil,22/02/2002). Iniciativas como esta, além de investimentos nos terminais privados, dedicados aos mais variados tipos de cargas, respondem diretamente aos novos tempos da economia gaúcha que alcançou a vice liderança em exportação no ano passado (Gazeta Mercantil, 12/03/2002). 3.1 Situação Atual da Empresa Analisada Através de visitas a empresa foram coletados dados a partir de relatórios que os executivos utilizam e que apresentam indicadores de produtividade: Data Atrac.

Arm.

Navio

Linha

Esp.

Motivo

OPER.

CAIS

CTNR

MOVS.

CTNR/H

MOV/H

01/10/01

ITL

Dollart Trad

MED

2,50

(BI)

13,60

14,50

221

239

16,48

17,60

01/10/01

MT

Panatlantic

CLG

1,50

Atracação

7,00

9,30

129

139

15,03

19,86

07/10/01

COL

Columbus

CGL

2,00

Atracação

16,40

17,20

464

492

28,29

28,60

11/10/01

NYK

IYO

EXO

5,70

(BO) Mercosul

11,70

12,00

232

248

20,67

21,26

15/10/01

DOC

Frota Santos

CAB

1,40

Atracação

19,80

28,90

610

610

21,10

30,80

24/10/01

CAT

Cap S. Aug.

CLG

1,70

Atracação

21,80

22,50

822

864

38,40

39,57

27/10/01

LIB

Libra Peru

COAS

1,30

Atracação

8,40

9,80

89

93

9,46

11,05

Fonte: TECON RIO GRANDE S/A.

LEGENDA: Atrac= atracação (BI) Barra Impraticável (BO) Berço Ocupado OPER = tempo de operação CAIS= tempo de ocupação do cais CTNR = total de containeres MOVS = total de movimentos CTNR/H = total de containeres/horas MOV/H = total de movimentos/horas

Quadro 2: operações efetuadas na TECON no período de 01/10/2001 a 31/10/2001. O relatório fornece informações de 55 operações efetuadas entre os dias 01/10/2001 a 31/10/2001 com um total de 18.095 containeres; 19.145 movimentos e um total de 971 horas de cais, o que corresponde a um percentual de 53% de ocupação do cais, isto significa que o cais da TECON teve 47% de ociosidade durante este período. Segundo os executivos entrevistados uma política em busca de exportação seria fundamental, pois a ENEGEP 2002

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empresa tem capacidade para absorver uma quantidade bem maior do que produz hoje. Quanto a quantidade de homens e máquinas utilizados para a operação de um guindaste, segundo os executivos, ocupa-se em média 22 operários e 3 máquinas ( 1 guindaste, 1 trator, 1 empilhadeira). Após as entrevistas e análise destes relatórios foram constatados os seguintes indicadores utilizados pela empresa: • containeres movimentos containeres movimentos tempo ocupação cais homem/máquina Segundo os executivos, o indicador mais utilizado pela empresa é o containeres/movimento. Atualmente a empresa realiza mais movimentos que containeres alocados, ressalta-se que estes movimentos fazem parte do set-up dos navios, mas existe uma constante busca pela minimização dos movimentos improdutivos, pois o objetivo da empresa é efetuar tantos movimentos quantos containeres alocados, pois com isto a TECON terá a maximização de sua produtividade. 4 Resultados Finais Após a análise destes indicadores foram propostos outros indicadores: z

containeres h/máquinas

Gastos por horas/máquinas

containeres gastos de operações Gastos diretos de operações

containeres energia ou combustíveis Gastos de energia e combustíveis

Salários, encargos e benefícios Combustível Lubrificantes e filtros Consertos /manutenção equip. Depreciações

Salários, encargos e benefícios Energia Avulsos: estivas e conferentes Combustíveis Taxas por mov. de containeres Lubrificantes Materiais de operações Energia e água Combustível Aluguel de transportes Gastos indiretos de operações Salários, encargos e benefícios Combustíveis, filtros e lubrificantes Seguros operacionais Depreciação Conserto/manutenção máquinas Inframar (taxa de utilização do porto) Gastos com informática Fonte: TECON RIO GRANDE S/A

Quadro 3: itens que compõem os gastos dos indicadores propostos Para serem utilizados, os executivos devem tomar algumas decisões: • planejamento de equipamentos; • planejamento de gastos; • planejamento do conjunto de recursos disponíveis para cada operação. Todos os indicadores propostos tiveram aceitação por parte dos executivos da TECON, mas o que mais se destacou foi o containeres/gastos de operações, pois como indicadores são “uma relação matemática que mede numericamente atributos de um processo ou de seus resultados, com objetivo de comparar esta medida com metas preestabelecidas”, onde os atributos de processo são os itens de verificação e os atributos de resultado são os itens de controle. Concluiu-se que a minimização dos gastos gerará aumento da produtividade, que é o propósito da empresa. Quanto ao uso dos indicadores no auxílio à tomada de decisão, os executivos entrevistados declararam que os indicadores são monitorados constantemente e utilizados no replanejamento dos processos, principalmente no que diz respeito à minimização das variáveis: movimentos e tempos improdutivos e gastos de operações, pois como os ENEGEP 2002

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indicadores de produtividade são utilizados nos processos que necessitam de melhorias, concluiu-se que eram estas variáveis que deveriam ser monitoradas para se alcançar maior produtividade. Portanto, os indicadores poderão ser utilizados como ferramentas de tomada de decisão no nível gerencial para saber se as estratégias estão dando certo, mas também devem servir de informação para o nível operacional, pois os operários devem saber o que a empresa espera deles e qual o desempenho de seus processos. Conforme Oliveira (1999), para a criação de indicadores deve ser levada em conta certas características: • Simplicidade – deve ser facilmente compreendido por todos os participantes do processo. Os indicadores propostos são de fácil compreensão, pois foram elaborados em conjunto com os executivos da empresa; • Baixo custo e facilidade na obtenção – a obtenção do indicador deve ter um custo baixo, inferior ao benefício que produz. Na TECON, todos os dados são encontrados em planilhas tanto no setor de operações de navios, como também no setor de contabilidade, com facilidade de obtenção pelo sistema informatizado NAVIS® e outros; • Representatividade – deve representar a atividade, processo ou resultado a que se refere. Os indicadores elaborados representam atividades e processos da empresa pesquisada; • Estabilidade – deve ser gerado com base em procedimentos rotineiros que perdurem ao longo do tempo. Após a operação de cada navio, os relatórios com dados e indicadores são gerados e armazenados em uma base de dados para futuras análises e compensações. Desta forma, se os executivos observarem estas características, utilizarem os indicadores em uso e os propostos no replanejamento dos processos direcionados para a minimização dos imputs, a empresa TECON Rio Grande S/A terá um ótimo índice de produtividade. No que diz respeito à receptividade pela pesquisa, houve grande aceitação e apoio por parte dos executivos da TECON Rio Grande S/A, o que nos auxiliou para alcançarmos nossas perspectivas: • Elaborar indicadores de produtividade; • Proporcionar indicadores de produtividade que auxiliem os executivos no processo de tomada de decisões e controle de suas operações; • Ampliar o estudo a outros terminais associados a ABTP (Associação Brasileira de terminais Portuários). 5 Referências Bibliográficas ARAÚJO, A. .L. M., Indicadores de Qualidade e produtividade como Instrumento de Apoio à Decisão no Processo de Expedição de Veículos. Revista Produção. Belo Horizonte: ABEPRO. vol.7,nº2, p.139-157, nov,1997. BORGES, L.A. J. & NETO, F. J. K. Gestão Estratégica da Produtividade a da Qualidade. 17º. ENAMPAD – Salvador. BA, vol.3. p.36-44, set,1993. CALMON, J. Portuários com paletó e joystick .Revista Veja. São Paulo:Abril. p.130-131, agos.2001. CARVALHO, P.G.M. & FEIJÓ, C. A. Produtividade Industrial no Brasil: o debate recente. Indicadores Econômicos, RS. vol.28, nº.3. 2002. CASSIDY, J. O computador torna você mais produtivo? Revista Exame Negócios. São Paulo:Abril. nº. 4. p.56-65, abr, 2001. CONTADOR, J.C. Produtividade Fabril III – Método para rápido aumento da produtividade fabril. Revista Gestão & Produção. São Carlos:UFSCAR. vol. 2, nº.2, p.134-151, ago.1995. ENEGEP 2002

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