Influência da disponibilidade de recurso floral no comportamento de forrageamento de Eupetomena macroura (Trochilidae)

July 22, 2017 | Autor: Caio Missagia | Categoria: Hummingbirds, Territoriality, Foraging Behavior
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Influência da disponibilidade de recurso floral no comportamento de forrageamento de Eupetomena macroura (Trochilidae) Caio César Corrêa Missagia¹ & Fábio de Castro Verçoza² Os beija-flores são animais com importância ecológica por polinizar diversas espécies de plantas em ecossistemas tropicais (Bawa 1990, Buzato et al. 2000, Rocca & Sazima 2010). Estas aves ingerem elevadas quantidades de néctar floral para manter suas atividades metabólicas e o fazem forrageando inúmeras flores ao longo do dia (Sick 1997, Schuchmann 1999). A coexistência de espécies de beija-flores e outras aves nectarívoras pode levar os animais a adotarem diferentes estratégias de forrageamento que variam entre a territorial e a não territorial (Feinsinger & Colwell 1978, Cotton 1998, Toledo

& Moreira 2008). Os beija-flores constantemente buscam manter um equilíbrio positivo entre os custos de defesa de território (territoriais) ou de deslocamento entre flores dispersas (não territoriais) e o beneficio da energia contida no néctar das flores que podem ser muito abundantes (territoriais) ou pouco abundantes (não territoriais) (Stiles 1975, Hixon 1980). Quando um beija-flor adota uma estratégia de forrageamento territorial, os riscos envolvidos com o contato físico durante as disputas e o gasto energético com perseguições a invasores, vocalizações e displays são decisivos e devem ser supridos pelo benefício do recurso contido no território. Do contrário, o animal passará a adotar outra estratégia de forrageamento (Hainsworth 1978, Hixon et al. 1983, Cotton

Figura 1. Inflorescências de Odontonema strictum (Acanthaceae) em Vargem Grande, Rio de Janeiro, RJ. Foto: Caio Missagia.

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Atualidades Ornitológicas, 180, julho e agosto de 2014

As observações foram realizadas em períodos de 2 h, com intervalos de 2 h entre os períodos de observação, em três períodos de observações por dia (6 h/dia). A cada dia, o início das observações foi realizado no período de não observação do dia anterior, de maneira que a cada dois dias foram observados um total de 12 h (06:00 às 18:00 h). O estudo contou com oito dias (48 h) de observações focais. Cada período de 2 h foi realizado em uma moita diferente e nenhuma moita foi observada por mais de uma vez. Foi adotado o método do indivíduo focal (Altmann 1974), utilizando binóculos 10x42 mm a uma distância mínima de 10 m entre o ponto focal e o pesquisador. Foi considerada a quantidade de inflorescências de cada moita, assim como o comportamento de forrageamento dos Figura 2. Relação entre interações agonísticas (n=55) e quantidade de inflorescências por moitas visitantes florais. O comportamento de de Odontonema strictum defendidas por Eupetomena macroura (r2=0,71, p
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