INFLUÊNCIA DA MÍDIA

May 26, 2017 | Autor: Nicolas Theodoridis | Categoria: Mídias Digitais
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INFLUÊNCIA DA MÍDIA

Na sociedade de consumo cada vez mais globalizada, a mídia, entendida como num todo, ou seja, jornais, revistas, rádios e principalmente a televisão e a internet, criaram um meio de transmissão de informações que nos assolam em cada movimento que façamos.
Sua influência é sentida em todos os aspectos de nossas vidas. Por exemplo; um paradoxo que existe é referente à imagem que se é vendida referente aos bebês, pois a criança saudável é aquela rechonchuda, corada, de cabelos encaracolados, olhos azuis, enfim, o bebê vencedor, que para isso utiliza determinada marca de leite (leite materno nem pensar, acaba com a estética da mulher), come a papinha tal e toma a vitamina não sei das quantas. Essa imagem atua no inconsciente das pessoas fazendo com que repitamos os exemplos citados procurando dar de melhor para nossos rebentos. Depois, na fase adulta, a mesma mídia cria a imagem do homem vencedor, esbelto e musculoso, que toma os medicamentos X e Y para emagrecer. Portanto, somos diariamente condicionados a determinados posicionamentos e atitudes na nossa vida diária, calcados não em nossas escolhas íntimas, produto de uma maturação psicológica interna, mas sim efeitos de uma interferência externa causada pela nossa falta de discernimento de escolhas.
O tema em questão pretende abordar especificamente a televisão e como se dá essa interferência em nossos cotidianos mostrando como seus efeitos são perniciosos caso não sejam selecionados.
A televisão, a partir da década de 50, iniciou uma revolução na vida do ser humano através de sua entrada nos lares. As pessoas mais idosas podem atestar o impacto que tal tecnologia propiciou em suas vidas. O local utilizado para enquadrar o aparelho foi à sala, local comum aos membros de cada família. Essa atitude levou as famílias ao entorpecimento de suas faculdades comunicativas, ficando todos ligados nos programas, criando um mutismo nas relações. Até hoje, raras são os domicílios que não possuem uma televisão em suas salas, criando com isso uma debilidade no ato da comunicação verbal. As transmissões via satélite foram ganhando espaço em nossos cotidianos e ampliando nossas dependências frente ao aparelho televisivo. Podemos observar como ficamos condicionados a determinados programas, sejam eles de natureza cômica, novelesca, filmes, eventos esportivos, etc..,,pois ficamos postergando determinadas atividades para depois dos referidos programas. Exemplo clássico são os jornais vinculados as grandes emissoras e as novelas.
Vamos nos concentrar nas novelas. As principais emissoras nos entopem de novelas, em vários horários do transcorrer do dia, seja com reprises ou com as inéditas, mas todas elas sem exceção, independente dos temas abordados, são calcadas nas mazelas humanas, nas fraquezas das relações humanas e principalmente pontua em cima dos assuntos relacionados à vida sexual dos personagens, gerando com isso procedimentos de traição, incesto, falta de decoro, desagregação da vida familiar, desconsideração dos principais valores do homem tais como a ética e a moralidade, e tudo isso é devido ao fato de que a emissora tem que manter elevado seu índice de audiência ocasionado pela concorrência, sendo que para tal, são exarcebados no enredo da novela os sentimentos de inveja, preconceito, riqueza desmedida, falta de valores com intuito de atingir seus fins, luta pelo poder, enfim todas as incongruências da vida.
Outro exemplo que cabe bem nesse artigo é o programa que está na moda já há algum tempo. O big brother movimenta somas altíssimas, incluindo prêmios, venda de direitos televisivos por canal fechado, patrocínios, custo de ligações para votação, entre outros. Os integrantes da casa são então expostos para o grande público, igual ao zoológico, onde atraem um número expressivo de telespectadores que acompanham com extremo entusiasmo os relacionamentos que permeiam seus integrantes. O que realmente chama a atenção do grande público são as relações vividas entre eles, todas elas voltadas para chegar ao prêmio final. Novamente, as mazelas humanas e os baixos sentimentos permeiam as atitudes das pessoas que são induzidas a mentir e usar de artimanhas para "jogar", de maneira a ficar na casa, estabelecendo redes de relacionamento interna. As intrigas que acontecem dentro da casa são debatidas pela população que interagem entre si discutindo as qualidades e defeitos de cada integrante.
Pois bem, se somos sabedores de todas essas informações, por que continuamos a nos interessar em assistir tais programas? A resposta se baseia que ainda estamos arraigados em ver no próximo os defeitos que não aceitamos em nós e nos é mais fácil apontar e julgar o outro do que efetuarmos uma real proposta de modificação interior. A falta de interesse das grandes emissoras em modificarem suas redes de programações, parte do compromisso de manter elevados seus índices de audiência, não se preocupando em ofertar ao público programas de conteúdo elevado, de maneira a educar e conscientizar a população. É claro que estamos nos referindo de uma maneira generalizada, pois somos sabedores de diversos programas e canais que são voltados para a divulgação dos conhecimentos com intuito de fomentar o discernimento dos espectadores, mas esses são exceções dentro do grande universo que nos permeia. Ainda estamos submersos numa cultura que premia a iniquidade e os valores do mais forte em detrimento do mais elevado moralmente. Provamos pelas nossas atitudes que ainda estamos muito distantes do ideal pregado do "amai ao próximo como a si mesmo", pois enquanto nos vermos como entidades desassociadas e voltadas para nosso umbigo, estaremos elegendo a individualidade em detrimento da coletividade, onde todos são responsáveis pelo conjunto atuando em uníssono com as regras basilares das bem aventuranças.
As televisões hoje, juntamente com a Internet, possuem um poder de penetração extremamente forte e sabedores dessa força, imputam um enorme cabedal de informações que nos é despejado todos os dias pelas emissoras de tele transmissão.
Mediante essa força de penetração de informações na população em geral, ela nos é traduzido como elementos subliminares que atuam no inconsciente coletivo dos homens levando-os a uma inversão de valores no tocante aos elementos realmente significativos ao bem viver. Podemos atentar ao fato de que nas novelas existe toda uma gama de tramas onde nos é passado uma falsa imagem das relações entre os homens realçando as divergências existentes e elevando um estilo de vida calcado na riqueza material, onde todos somente são felizes quando atingem os patamares de elevação social, muitas das vezes, passando por cima de valores éticos e morais que deveriam ser os norteadores das relações humanas.
Essa atitude cria uma ansiedade de consumo e uma imagem de que para ser feliz é preciso possuir, incutindo na mentalidade do povo a imagem do homem vencedor através da quantidade de bens acumulados. Esse exemplo direcionado as novelas pode ser ampliado ao nosso universo de imagens e apelos aos quais estamos imersos, pois essas falsas riquezas promulgadas criam uma caricatura despersonalizada da realidade cotidiana da grande maioria de nós. Os reflexos podem ser sentidos em nosso dia a dia compreendendo o alto índice de criminalidade de nossas metrópoles, pois os jovens, principalmente, assumem essa identificação de valores querendo por vias tortas ingressar no mundo que para eles denota a real felicidade.
Para termos ideia mais aprofundada da interpenetração desses valores, podemos atentar como determinados modismos e palavreados acabam fazendo parte de nosso cotidiano, criando com isso uma maneira peculiar de entendimento verbal da população.
Essas formações de opinião dos veículos de comunicação acabam levando as pessoas a assumirem determinadas posições e posturas oriundas muitas das vezes da massificação de informações passadas por eles. Como o povo muitas das vezes assume essas informações como verdades absolutas, criamos dessa maneira opiniões voltadas para somente um lado dos acontecimentos, sem um processo de maior acuidade dos fatos veiculados, assumindo posturas e levantando bandeiras que na maioria das vezes nem sabemos o que significa. Essa falta de discernimento da população em geral pode ser traduzida em inúmeros exemplos. Um que me vem a mente rapidamente é um fato ocorrido tempos atrás numa creche em São Paulo, dirigida por um casal de japoneses, que foram acusados de pedofilia. A imprensa noticiou o fato levando os donos à falência, sendo a creche alvo de depreciação física, além dos prejuízos morais e as humilhações sofridas pelo casal com todo tipo de iniquidades possíveis Depois de averiguado o fato, provou-se a inocência de ambos, mas suas vidas já estavam desmanteladas, manchadas pelo direcionamento da mídia ao caso e julgados pelo povo como verdades incontestáveis.
O poder de persuasão da televisão principalmente advém de que a informação nos é captada diretamente pelos sentidos da visão e da audição, não passando muitas das vezes pelo crivo da razão e consequentemente, por maiores processos de interpretação do que realmente significam.
Os jornais, tanto escritos quanto televisivos, nos proporcionam um conhecimento do desenrolar das atividades acontecidas diariamente, mas infelizmente pouquíssimos tem a capacidade de efetuar uma hermenêutica do que lê e ouve, ou seja, separar o joio do trigo, filtrando nas mensagens verdades parciais que nos são passadas.
Com esse aspecto em mente, vemos que a informação, via mídia, ao invés de educar e conscientizar, nos reduz a meros repetidores de dados, induzindo a massa a direcionamentos inconscientes, levados muitas das vezes pelo puro sentimentalismo, sedimentados ainda na Lei de Talião, do olho por olho, dente por dente, julgando o outro somente com acervo de informações que lhes chegam aos sentidos.
Devemos atentar que nosso mundo é formado por verdades relativas, pois relativos são os nossos conceitos e para cada um de nós um determinado acontecimento incute em uma maneira peculiar de encarar o fato oriundo de nossas subjetividades individuais.
Devemos ter cuidado ao assumir posturas e posições peremptórias a tudo que nós é passado, pois elas são sempre provenientes de fontes que analisam os fatos pelos seus ângulos de percepção, atraindo muitas das vezes a atenção pelas chamadas apelativas com intuito único e exclusivo de venda do produto ofertado.
Precisamos ter a consciência da aplicação do preceito de não julgarmos para não sermos julgados, pois da mesma maneira que avaliamos as atitudes de outrem, estaremos sendo avaliados também em nossas ações, por isso, devemos ter em nossas vidas um reto proceder utilizando como guia mestra nosso maior juiz que é a consciência interior, sabedores que ninguém detém a verdade absoluta.



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