Inovação e Criatividade, conceitos e história.

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Inovação e Criatividade, conceitos e história. Edson de Carvalho Souza1

Resumo

Este artigo tem como objetivo trazer os conceitos sobre Inovação e Criatividade. É apresentado os processos para a produção de criatividade e as formas de inovação presentes. A análise se baseou nas investigação dos paradigmas científicos, e revisão da literatura relacionada, os resultados são visualizados na exposição do conhecimento sobre o tema do artigo de forma histórica e científica. Palavras – chave

Falta de comunicação; comunicação; doação de órgãos; transplantes;

1. Introdução

Inovação e criatividade é em termos de oportunidades econômicas, a resolução de problemas sociais ou, simplesmente, a geração de novas formas de compreensão ou a codificação de velhas idéias. Do ponto de vista histórico, inovação e criatividade emergiu em grande parte nas cidades do que das áreas rurais. Além disso, as grandes cidades parecem ser mais favorecidas com a inovação e a criatividade que as menores. Torna-se objetivo de estudo o fato de que as cidades possam ter uma qualidade importante, que gera inovação e criatividade. A inovação tem lugar na economia atual, e sua dinâmica é traduzida em novos produtos, e crescimento econômico. Em relação à produção da inovação nas áreas urbanas, o trabalho de Jacobs (1984) caracteriza as cidades como a origem primária de transformação econômica e social; argumenta que as cidades são os motores principais da ação 1

Professor de Comunicação Social.

inovadora e não os Estados. Peter Hall (1998) fornece uma série de estudos de caso para ilustrar como as cidades em diferentes épocas apresenta as faces produtivas de criatividade e inovação. exemplos de Hall de cidades criativas, são idiossincráticos: Atenas, Florença, Londres, Viena, Paris e Berlim; suas cidades inovadoras são: Manchester, Glasgow, Berlim, Detroit, San Francisco e Tóquio. O ponto de vista de Hall é bem feito, ou seja, que as cidades não sejam criativas e inovadoras para sempre.

Dentro da perspectiva inovadora e criativa da dinâmica urbana-histórica, vê-se o movimento moderno nas artes e na literatura que floresceu no início do século 20. Dentro desta mudança um número de cidades tornaram-se os nós principais: Paris, Viena, Berlim, Londres e Nova York. Foram essas as cidades que se tornaram o ponto da migração, do encontro, intercâmbio e debate: elas se tornaram o local de uma nova buzz2. A explicação de como exatamente, porque e onde a criatividade e a inovação ocorre é complexa e controversa. Para muitos, a preocupação mais evidente é o crescimento econômico, embora muitos aceitam que a inovação e a criatividade também pode tornar as cidades mais habitáveis, ou mais interessantes e em ambientes estimulantes e lugares mais organizados. Inovação e criatividade são processos que ocorrem ao redor e através de processos de produção, práticas e da organização da vida social. Muitos autores têm destacado a informalidade desta dimensão, além disso, eles apontaram que as cidades oferecem amplas oportunidades para a reunião informal e acidental. O cerne desta questão é a natureza das relações sociais e interações econômicas informais, que são comumente, denominado buzz. O Buzz geralmente fornece uma antena importante para o mercado local e mudanças no mercado de não-percepção. A pesquisa sugere que o zumbido é geralmente experimentado em lugares intermédios, ou neutro, na verdade, raramente no local de trabalho. É comum que as cidades aspirem às qualidades de inovação e criatividade, mas as questões permanecem, elas podem ser incentivadas, ou prejudicadas, por meio de decisão política? Para ser claro, uma cidade criativa e inovadora não é simplesmente um lugar com alguns bares e 2

Aqui no texto: zumbido, barulho referente ao despertar de idéias. Webster Dictionary: my mind is buzzing with ideas.

restaurantes, nem um com alguns edifícios projetados de arquitetura controversa. A relação entre inovação, criatividade, e a cidade é ao mesmo tempo simples e complexa. Por um lado, é simples, no sentido de que vende uma suposição comum que as cidades são o centro da empresa e cultura: naturalmente, essa hipótese continua sendo apenas isso, se não podemos apontar para indícios de que as ligações da criatividade e da cidade. Por outro lado, é uma questão complexa porque existe um grau considerável de confusão ou imprecisão sobre o que seja a criatividade e a inovação. Além disso, dentro da noção de senso comum, precisamos saber se as cidades são necessárias ou suficientes para a promoção e o exercício da inovação e criatividade. A resposta a esta questão precisa ser investigada, porém a inovação e a criatividade podem ser encontrados em zonas rurais e periféricas também.

O termo criatividade tem sido menos comumente utilizado, e dado mais ênfasis à inovação. É tentador confundir a criatividade e a inovação, porém, quero mantê-los separados, a fim de examinar os pressupostos e as tensões entre os termos. Ao examinar essa tensão, chegaremos a um entendimento mais satisfatório da relação de ambos. Para compreender a inovação e criatividade dentro de um quadro histórico, precisaria passar por diversos momentos da história humana a fim de pintar suas inúmeras faces. Este artigo trará apenas uma pequena parte, dedicandose a desmistificar os principais paradigmas e alguns fatos históricos.

2. Conceituação teórica

O grande interesse pelo tema inovação e criatividade tem gerado diversos estudos na área, os quais são corroborados pelo aumento de produções nos últimos anos. Em análise na base Lattes/CNPQ

3,

encontra-se vários pesquisadores com o

portfólio científico voltado às publicações de inovação e criatividade. Devido a este motivo, o estudo sobre a criatividade e inovação apresenta hoje uma grande variedade de pesquisas orientadas à produção empresarial, competitividade, e geração de produtos que relatam o posicionamento de um objeto em uma situação inovadora e criativa aos seus concorrentes. 3

http://lattes.cnpq.br/

Para compreender o paradigma sobre inovação e criatividade, elenca-se a seguir os conceitos difundidos no cenário científico, e posteriormente esquadrinhados nos itens que se seguem.

No século XIX a relação entre loucura e genialidade é o objeto de pesquisa das ciências sociais, que reporta uma associação entre a criação artística e o estado psicótico. Saunders (1984) descreve a criatividade como a junção de vários aspectos múltiplos e até divergente à produção de uma nova síntese: "Por conseguinte, criar livremente não significa poder fazer tudo e qualquer coisa a qualquer momento, em quaisquer circunstâncias e de qualquer maneira. Vemos o ser livre como uma condição estruturada e altamente seletiva, como condição sempre vinculada a uma intencionalidade presente, embora talvez inconsciente, e a valores a um tempo individuais e sociais. Ao se criar, defini-se algo até então desconhecido. Interligam-se aspectos múltiplos e talvez divergentes entre si que a uma nova síntese se integram". Tanto Alencar (1995) como Cerna (1999) afirmam que todos nós possuímos uma medida diferente um do outro, e que pode ser desenvolvida em diferentes níveis. Assim, compreende-se que as pessoas possuem potencialidades de criação as quais podem ser melhoradas e desenvolvidas em maior pontencial.

Ferrão (2002) reporta a conceituação da inovação por meio de quadros sistemáticos que permite visualizar as etapas dentro do processo de inovação.

Fig. 01 - Concepção de Inovação

As concepções de inovação em confronto, a figura 1 procura sistematizar os elementos que estruturam a concepção convencional de inovação. A inovação surge, neste contexto, associada à idéia de descoberta científica decorrente do normal funcionamento das atividades ditas de investigação e desenvolvimento, praticadas no interior das empresas ou em instituições de investigação ou do ensino superior. Os processos de inovação ocorrem quando, a partir dessa descoberta e da construção de protótipos de natureza experimental, é possível generalizar determinados procedimentos metodológicos que permitem transformar a descoberta num tipo de conhecimento tecnológico genérico, isto é, potencialmente apropriado por qualquer entidade que dela possa retirar benefícios para a atividade que desenvolve. Esta visão dos processos de inovação é claramente seqüencial, hierárquica e descendente. Cada ciclo de inovação inclui, assim, três fases: – produção, difusão e adaptação de novos conhecimentos – , encadeadas de forma linear e desencadeada a partir de uma origem bem definida, associada ao local da descoberta científica ou à instituição que gere ou promove a sua divulgação.

Fig. 02 - Visão sistêmica de inovação

A Figura 2 procura sintetizar esta visão mais Schumpeteriana4 de inovação. De acordo com Antonnelli (2000), a produção de novos conhecimentos resulta de uma interação complexa, que envolve uma multiplicidade maior ou menor de agentes, universidades,

instituições

de

investigação,

empresas

e

outros

tipos

de

organizações.

3 - Inovação em Marketing

Marketing da Inovação é uma ocorrência de múltiplas facetas, que pode ser operado de diferentes maneiras. De acordo com Doyle (1998) "Inovação em marketing é a mais recente análise das melhores práticas e uma colecção única de material empírico descreve dois sistemas de inovação e lançamento de novos produtos."

Os estudos de inovação têm sido composto por vários grupos de pesquisadores diversos, tais como economistas, tecnologias de gestão, sociólogos e teóricos da estratégia organizacional, dependendo do que interesse. Cada grupo tem um foco de pesquisa diferentes e, conseqüentemente, tem enfatizado diferentes níveis de análise. Economistas e algumas tecnologias de gestão têm estudado a inovação a 4

Na sua obra, Teoria do Desenvolvimento Econômico, Schumpeter vê o processo do desenvolvimento do capitalismo como efeito de contínuas inovações dos capitalistas sobre a economia.

nível da indústria, enquanto sociólogos organizacionais e teorias de estratégia de ter olhado para a inovação a nível da empresa. Além disso, cada pesquisador utilizou diferentes dimensões da inovação como ferramenta para analisar

Estratégia de Inovação. As dimensões da inovação freqüentemente utilizados são o tipo de inovação, fonte de inovação, a intensidade da inovação, o calendário da inovação, e a magnitude da inovação. Além disso, alguns dos quais foram combinados como estratégia dimensão combinação, a fim de aumentar a eficiência da análise da estratégia como a combinação entre o tipo e a magnitude da inovação.

Três tipos de inovação, incluindo a estratégia de inovação de produto, estratégia de inovação de processos e estratégia de inovação da comunicação, são usados no produção do objeto inovador e criativo. Em relação às estratégias de Inovação de Produto destaca-se as saídas estratégias de inovação de marketing que os clientes de uma empresa entram em contato para produzir algo diferente que o mercado nunca viu, que é uma melhoria sobre o que é Inovações em Marketing.

4 - Inovação e Criatividade aplicada a negócios

Para qualquer negócio, dois dos objetivos mais importantes são a eficiência e eficácia. Eficiência é sobre economia e é mais uma medida quantitativa. Eficácia, por outro lado é uma medida qualitativa com a realização dos objetivos mais amplos da organização e é um requisito para o sucesso do negócio. A literatura sugere que a eficácia é o meio de aumentar as habilidades de resolver problemas de uma organização através do desenvolvimento organizacional. Esse objetivo é alcançado através de treinamento de gerentes e trabalhadores a serem mais atenciosos, criativos

e

inovadores

em

sua

abordagem

para

resolverem

problemas.

Resolução de problemas é considerada a atividade mais criativa em negócios, aproveitando as habilidades naturais, habilidades e conhecimentos de gestores e trabalhadores, Pitta, Wood & Franzak, (2008). Por isso é importante para as organizações criarem sistemas para explorar e cultivar isto em sua cultura organizacional. Diz-se que a inovação e a criatividade está presente nas empresas líderes de mercado. A literatura sugere que a inovação e a criatividade não tem definição clara e significa coisas diferentes para diferentes campos. Quando

aplicada aos negócios, esses dois conceitos parecem se sobrepor. Um produto, serviço ou uma idéia que é percebida pelos consumidores como novo muitas vezes é considerada inovadora. É claro que a inovação pode variar em magnitude, e no processo de desenvolvimento de produtos e ao desenvolvimento contínuo. A melhoria também poderia significar a inovação contínua. Uma estratégia inovadora usa inovação contínua para permanecer um passo à frente da concorrência Pitta et al (2008).

Criatividade é a capacidade de gerar idéias que agreguem diferenciação ao produto existente. O processo envolve o pensamento original e, em seguida produção. Através do uso de habilidades criativas, a produção poderia ter uma nova solução para um problema, um novo método ou dispositivo, ou um novo objeto artístico ou forma.

5 - Inovação radical e Incremental

Na pesquisa sobre inovação Lastres, H. e Albagli, S. (1999) trazem dois tipos de inovação, de forma genérica, existem dois tipos de inovação: a radical e a incremental. Pode-se entender a inovação radical como o desenvolvimento e introdução de um novo produto, processo ou forma de organização da produção inteiramente nova. Esse tipo de inovação pode representar uma ruptura estrutural com o padrão tecnológico anterior, originando novas indústrias, setores e mercados. Também significam redução de custos e aumento de qualidade em produtos já existentes. Algumas importantes inovações radicais, que causaram impacto na economia e na sociedade como um todo e alteraram para sempre o perfil da economia mundial, podem ser lembradas, como, por exemplo, a introdução da máquina a vapor, no final do século XVIII, ou o desenvolvimento da microeletrônica, a partir da década de 1950. Estas e algumas outras inovações radicais impulsionaram a formação de padrões de crescimento, com a conformação de paradigmas tecno-econômicos Freeman (1988). As inovações podem ser ainda de caráter incremental, referindo-se à introdução de qualquer tipo de melhoria em um produto, processo ou organização da produção dentro de uma empresa, sem alteração na estrutura industrial Freeman (1988). Inúmeros são os exemplos de

inovações incrementais, muitas delas imperceptíveis para o consumidor, podendo gerar crescimento da eficiência técnica, aumento da produtividade, redução de custos, aumento de qualidade e mudanças que possibilitem a ampliação das aplicações de um produto ou processo. A otimização de processos de produção, o design de produtos ou a diminuição na utilização de materiais e componentes na produção

de

um

bem

podem

ser

considerados

inovações

incrementais.

6 - Fatores de Criatividade

Soriano e Faria (1996) na apresentação do estudo de caso sobre criatividade no trabalho, traz-uma análise retrospectiva das pesquisas em criatividade na última década, citando Amabile & Gryskiewicz (1989) observam a intensificação dos estudos sobre as influências sócio-ambientais na criatividade. Este fato foi considerado por eles como uma correção necessária, uma vez que o trabalho realizado

no

passado

centraram-se

principalmente

em

características

de

personalidade dos indivíduos, habilidades criativas e cognitivas envolvidas na realização criativa no desenvolvimento de testes para identificar indivíduos ou métodos criativos para treinar habilidades criativas. Na maioria das vezes, o foco de atenção

era

quase

exclusivamente

centrado

no

indivíduo

criativo.

Os autores enfatizaram a importância de dois aspectos: influências pessoais e ambientais. Amabile (1990) enfatizou os fatores sociais são responsáveis por uma pequena parcela da variação total do pensamento criativo. Há um número crescente de pesquisadores que reconhecem a importância das influências ambientais sobre a criatividade.

Alencar (1993) por exemplo, salienta que a criatividade é como qualquer outro traço humano, há necessidade de condições adequadas para poder se desenvolver. Tais condições são necessárias em todas as áreas em que se apresente, em casa, na escola ou organização. 7 – Conclusão

A relação entre as cidades, inovação e criatividade repousa sobre um conjunto de especificidades do processo de produção, do intercâmbio de conhecimentos. A localização física e infra-estruturas são importantes como locais para facilitar interações. O conhecimento entre os processo de inovação e da criatividade, assim como a visibilidade da diferença entre elas, vê-se como essencial à técnica criativa e inovadora em instituições, produtos e serviços.

Embora a criatividade e a inovação podem ser encontrados em todas as áreas da vida social, econômica e política algumas das interações mais intensas são encontradas nas indústrias culturais.

Este artigo buscou reportar o contexto histórico da criatividade e inovação nas cidades e seus processos subjacentes. As cidades não são necessárias nem suficientes para a inovação e criatividade para florescer. Além disso, a inovação e a criatividade não são simples "balas mágicas" que podem ser adicionados à mistura das cidades para oferecer vantagem competitiva. Inovação e criatividade são processos, são maneiras de fazer que estão sempre presentes. No entanto, para algumas atividades de inovação e criatividade, elas são referenciadas como os core business5, para outros não o são tanto. Os conceitos de inovação e criatividade devem ser vistos como estratégia competitiva e fundamental na gestão do produto, serviço, marca ou qualquer objeto que se queira posicionar na frente de seus concorrentes. 8 – Referências ALENCAR, Eunice M. L. Soriano de. Criatividade. 2 ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1995. ALENCAR, E. M. L. S. Criatividade. Brasília: Edunb, 1993.

5

Negócio principal da empresa.

AMABILE, T.M. Within You, Without You: The social psychology of creativity, and beyond. In: Runco, M.A. (ed.). Theories of Creativity. Newbury Park, Sage, 1990. AMABILE, T.M. & Gryskiewicz, N.D. The creative environment scales: work environment inventory. Creativity Research Journal, n.2, p.231-253, 1989. CERNA, M. A. C. Aspectos importantes de la creatividad para trabajar en el aula. Educar Revista de Educación, Guadalajara, n. 10, p. 10-18,1999. DOYLE, Peter. “Marketing Management and Strategy”, 2ª Ed., Ed. Prentice Hall EuropeAntonnelli. 1988 FERRÃO, João.Um Novo Mapa Cognitivo para a Ação Local, 2002. FREEMAN, C.; PEREZ, C. Structural crises of adjustment business, cycles and investment behaviour. In: DOSI, G. et al (eds.) Technical Change and Economic Theory. London, Pinter Publishers. 1988. HALL, Peter. Cities in Civilization. Culture , Innovation, and Urban Order. London: Weidenfeld & NicholsonJacob. 1998 LASTRES, H. e FERRAZ, J. “Economia da Informação, do Conhecimento e do Aprendizado”. In: LASTRES, H. e ALBAGLI, S. (eds) Informação e Globalização na Era do Conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1999. SAUNDERS, Robert. A educação criadora nas artes. São Paulo: ARTE, 1984. WOOD, Van R. PITTA, Dennis A. FRANZAK, Frank J. "Success Marketing by Multinational Firms to the Bottom of the Pyramid: Connecting Share of heart, Global '“Umbrella Brands' and Responsible, Journal of Consumer Marketing, Vol. 25, No 7, 419-429. 2008

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