Inovações no manejo de caprino ovino

June 14, 2017 | Autor: Marina Cirqueira | Categoria: Ovinos
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Inovações no manejo nutricional de ovinos e caprinos Ariosvaldo Nunes de Medeiros1 , Thadeu Mariniello Silva2 , Aldivan Rodrigues Alves2 , Patrícia Mendes Guimarães Beelen3 1

Professor Adj., Departamento de Zootecnia – DZ/CCA/UFPB, Areia, PB Aluno do Programa de Doutorado Integrado em Zootecnia da UFPB/ CCA, Areia, PB. 3 Professor Adj., Centro de Ciências Agrárias– CECA/UFAL, Maceió, AL. 2

Introdução: Cenário da ovinocaprinocultura no Brasil O efetivo nacional de ovinos (Figura 1) mostrou alta de 1,1% (16,812 milhões de cabeças) em 2009, com o Rio Grande do Sul respondendo por 23,5% do total de animais. O segundo maior produtor foi a Bahia, com 18,0%. Os principais municípios produtores foram Santana do Livramento e Alegrete (ambos no RS) e Casa Nova (BA). Já para espécie caprina (Figura 2), em 2009, foram registradas 9,164 milhões de cabeças de caprinos no país, queda de 2,0% sobre 2008. A Bahia é o Estado com o maior efetivo (30,2%), seguido por Pernambuco (17,9%). Os três principais municípios produtores de caprinos foram Casa Nova e Juazeiro, ambos na Bahia, e Floresta, em Pernambuco (IBGE, 2011). A produção e o processamento industrial de leite de ovelhas ainda são pouco desenvolvidos no Brasil. Rohenkohl et al. (2011) estimou um processamento nacional de aproximadamente 509.000 litros por ano, o que representa a apenas 0,0019% do total de leite produzido no Brasil. Enquanto o leite de cabras representou em 2007 um total de 136,5 mil toneladas (FAO 2011), o que corresponde a apenas 0,5% do total de leite produzido no Brasil (considerando vacas, cabras e ovelhas). Esta produção está concentrada principalmente nos Estados da Região Nordeste, Sul e Sudeste. A região Nordeste do Brasil concentra o maior rebanho caprino do País. É nos Estados Nordestinos da Paraíba e do Rio Grande do Norte que são obtidas as maiores produções de leite de cabra, respectivamente 18.000 e 10.000 litros de leite/dia. Já a produção de carne ovina e caprina foi estimada em 78.000 e 42.000 toneladas, respectivamente, pela FAO (2011) a qual destaca um crescimento nas últimas décadas de 67,8% e 247,5% nesta ordem, perdendo o crescimento da produção de carne caprina apenas para o de ave. Apesar deste panorama positivo segundo a FAO (2011), o Brasil contabiliza hoje um consumo per capta pequeno (há estimativas desde 50, até 700 g anuais), principalmente em comparação aos países onde mais se consome esse tipo de carne, caso da Nova Zelândia, que tem uma média anual de 32 kg por pessoa, levando o Brasil a importar carne ovina, principalmente do vizinho Uruguai.

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Figura 1. Efetivo Nacional de Ovinos (IBGE 2009)

Figura 2. Efetivo Nacional de Caprinos (IBGE 2009)

Nutrição e impacto ambiental Atualmente a produção sustentável se tornou um dos temas mais mencionados, seja ela, animal ou vegetal, tem como premissa a preservação dos recursos naturais. A pecuária, principalmente a produção de ruminantes, tem sido foco de diversas críticas quanto à forma a qual se desenvolve no mundo e mais especificamente no Brasil. A exploração de bovinos, caprinos e ovinos está bastante associada ao desmatamento, desertificação, produção de resíduos e emissão de gases, este último mais objetivamente a emissão de gás metano (CH4 ). De acordo com Machmüller (2006) as pressões ambientais indicam ser a redução da e missão de CH4 de origem pecuária, um dos principais fatores para nortear as pesquisas com a produção de ruminantes, pois o CH4 ,é caracterizado como um importante gás de efeito estufa, contribuindo com cerca de 15% para o aquecimento global (PRIMAVESI et al., 2004). No Brasil, em 1995, a emissão de CH4 proveniente da fermentação entérica de animais foi estimada em 9,5 milhões de toneladas, correspondendo a 96,3% do total de CH4 emitido pela pecuária (MCT, 2000). Deste total de metano produzido, o gado de 2

corte contribui com 81,1% da emissão de CH4 por essa fonte, ainda de acordo com MCT (2000) os bovinos de corte (machos) e leite emitem em média 57 kg/cab/ano, já os ovinos e caprinos 5 kg/cab/ano em média. Aspectos metabólicos que envolvem a produção de metano em ruminantes Os microrganismos convertem os carboidratos em ácidos graxos de cadeia curta, principalmente ácido acético (C2), propiônico (C3) e butírico (C4). Nesse processo fermentativo, são produzidos dióxido de carbono (CO2) e CH4 , em quantidades variáveis, dependendo da concentração e das proporções relativas dos ácidos produzidos (OWENS & GOETSCH, 1988; EUN et al., 2004). O principal fator que afeta a produção e consequentemente as proporções destes ácidos é a dieta. Hungate (1966) apresenta as seguintes vias que caracterizam a perda de hidrogênio e carbono para cada tipo de ácido graxo formado: 31 hexose + 62 H2O → 62 (Acético) + 62CO2 + 124H2 11 hexose + 22 H2 → 22 (Propiônico) + 22H2O 16 hexose → 16 (Butírico) + 32CO2 + 32H2 Observamos que de acordo com estas proporções 62, 22 e 16% a maior produção de H2 ocorre durante a produção do acetato. Este resíduo de hidrogênio é responsável por fatores negativos no ambiente ruminal principalmente por inibir os processos enzimáticos. O excesso de H2 no rúmen é eliminado pelas bactérias metanogênicas, principalmente do gênero Archae (BAKER, 1999), utilizando-o para reduzir CO2 e formar CH4 (KOZLOSKI, 2002). A emissão de metano tem relação direta com a eficiência fermentativa ruminal, pois representa perda de carbono, utilizado pelas bactérias para eliminação do hidrogênio e conseqüentemente perda de energia podendo resultar em menor desempenho animal (PRIMAVESI et al., 2004). Esta emissão de CH4 pode ocasionar perdas entre 4% e 9% da energia bruta do alimento ingerido, e a média encontrada é de 6% (ESTADOS UNIDOS, 2000). Fatores envolvidos na produção de metano A produção de metano pode está associada a características inerentes ao próprio animal tais como, volume de líquido ruminal, capacidade de seleção dos alimentos, tempo de retenção do alimento no rúmen, ou a fatores ligados a capacidade de digestão da fibra dos alimentos (LASSEY et al., 2002). De acordo com Pedreira et al., (2009) a emissão de metano varia em função da categoria animal o que segundo Holter & Young (1992) ocorre em função das diferenças no desenvolvimento da capacidade do estômago desses animais, bem como de suas exigências nutricionais. Em ruminantes, a ingestão de MS (IMS) é um dos principais fatores da produção de metano (g CH4 /dia) e geralmente há uma relação positiva entre a IMS e produção de metano (MOLANO & CLARK, 2008). Alguns trabalhos mostram que a produção de metano por unidade ingerida (g CH4 /kg MS ingerida) decresce com o aumento na IMS (PINARES-PATIÑO et al., 2003). Com base nessa maior interferência da produção de metano em função da nutrição dos ruminantes diversos trabalhos têm sido desenvolvidos para melhorar a eficiência de utilização das dietas por estes animais, principalmente a partir da redução da produção de ácido acético através de modificações no ambiente ruminal (Tabela 1) 3

A redução na emissão de metano pelos ruminantes proporciona uma produção mais eficiente e sustentável, em que as estratégias para tal objetivo devem estar diretamente focadas no estudo da melhoria da qualidade dos alimentos, manejo alimentar e melhoramento genético. São necessárias mais pesquisas que apontem a produção de metano pelos ruminantes em condições brasileiras de criação, principalmente a pasto e caatinga em ovinos e caprinos.

Tabela 1. Estratégias nutricionais associadas à redução de metano em ovinos e caprinos Es pécie

Vari áveis estudadas

Resultado

Autor

Ovinos

Qualidade da dieta: forragem de clima temperado e subtropical

Maior produção de metano para forragem de clima subtropical

Ulyatt et al., (2002)

Caprinos

Diferentes níveis de energia na dieta (baixo e alto)

Não houve diferença entre os tratamentos para produção de metano por unidade de MS ingerida.

Islam et al., (2000)

Ovinos

Óleo de coco e semente de girassol, com 2,5 e 5,7% na MS

Redução de até 25% na produção de metano.

Machmüller et al., (2000)

Ovinos

Óleo de soja (3% na MS)

Redução de 13,7% na emissão de metano

Mao et al., (2010)

Ovinos

Saponinas

Redução de 27,5% na emissão de metano

Mao et al., (2010)

Caprinos

Legu minosa tanífera

Redução de 30% na emissão de metano

Puchala et al., (2005)

Alimentos funcionais Os alimentos conhecidos como “funcionais” têm sido muito estudados devido a seus efeitos benéficos para a saúde humana (Bell & Goodrick, 2002). Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA 1999), a alegação de propriedade funcional é relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, maturação e outras funções normais do organismo humano. Dentre os compostos considerados “funcionais” destaca-se o CLA (do inglês Conjugated Linolenic Acid que significa ácido linoléico conjugado). O CLA é um grupo de isômeros do ácido linoléico (18:2 n-6) em que as duplas ligações são conjugadas em diferentes posições (Khanal & Dhiman 2004). É formado durante a biohidrogenação ruminal do ácido linoléico (C18:2) e também pelo efeito da Δ-9 dessaturase na glândula mamária (Corl et al., 2001; Griinari and Bauman, 1999). Por esse motivo, o ácido linoléico conjugado é principalmente encontrado em produtos provenientes de ruminantes. Nos últimos anos as pesquisas têm buscado aumentar a quantidade de compostos funcionais na carne e leite de ruminantes para atende r as

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novas demandas do mercado consumidor que está cada vez mais exigente em relação aos alimentos considerados saudáveis. Além do teor de CLA, outras características relacionadas à fração lipídica dos alimentos são de grande importância à saúde humana, como por exemplo, a proporção entre ácidos graxos saturados e insaturados, ômega 3 e 6 e ácidos graxos essenciais como eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA). Os estudos visam também reduzir a proporção de ácidos graxos relacionados a doenças cardiovasculares como o láurico (C12:0), mirístico (C14:0) e palmítico (C16:0). A proporção entre esses ácidos graxos em relação ao total de ácidos insaturados (geralmente benéficos à saúde humana) é conhecida como índice de aterogenicidade (Ulbricht & Southgate 1991) e muitos trabalhos visam reduzir o valor deste índice no leite e carne de pequenos ruminantes a partir de modificações na alimentação dos animais. Diversas estratégias têm sido propostas para modificar perfil lipídico do leite e carne de caprinos e ovinos. Muitos pesquisadores verificaram que a adição de óleos vegetais ricos em ácidos graxos poliinsaturados na dieta dos animais tem a capacidade de tornar os produtos provenientes de ruminantes fontes significativas de compostos funcionais (Tabela 2). Apesar dos efeitos benéficos de óleos na dieta de ruminantes seu uso tem limitações, pois os ácidos graxos poliinsaturados são nocivos aos microrganismos ruminais (Jenkins 1993). Em dietas com mais de 7% de extrato etéreo há considerável queda na digestibilidade da matéria seca (Van Soest 1994). Além da quantidade de óleo na dieta, o tipo de óleo também é fundamental para o incremento da qualidade do produto animal, pois quanto mais insaturado, maior é o efeito do lipídio sobre a modificação do perfil de ácidos graxos da carne e leite. Os óleos de palmeiras (palm oils) geralmente pouco insaturados não promovem benefícios em relação ao perfil de ácidos graxos dos produtos provenientes de ruminantes. Alguns pesquisadores como Castro et al. (2005) e Queiroga et al. (2009) verificaram que óleo de palmeiras promoveu redução na qualidade da gordura da carne e leite, respectivamente. Os óleos na dieta de ruminantes podem modificar as características sensoriais dos produtos (particularmente leite), portanto além do perfil lipídico deve-se garantir a aceitabilidade do produto de animais submetidos a essas dietas. Pereira et al., (2010) verificaram que o óleo de mamona na dieta de cabras leiteiras proporcionou sabor “rançoso” ao leite, fato que compromete a aceitação do produto, enquanto que a adição do óleo de licuri não prejudicou a qualidade sensorial do leite.

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Tabela 2. Estudos que avaliaram adição de lipídeos na dieta de pequenos ruminantes e seu efeito no perfil lipídico da carne e leite. Es pécie

Fonte li pí dica

Resultado

Autor

Caprinos

Óleo de cártamo e CLA

Suplementação com óleo de cártamo aumentou CLA, mas a suplementação com CLA não teve efeito.

Mir et al., (2000)

Caprinos

Óleo de soja, sabão de cálcio e grão de soja

Aumento na proporção de ácidos graxos desejáveis do leite.

Silva (2005)

Caprinos

Óleos de soja, arro z e canola

Aumento na proporção de ácidos graxos benéficos à saúde humana.

Maia et al., (2006)

Caprinos

Óleo de soja

Aumento de CLA bem co mo melhoria do perfil lipíd ico do leite.

Bouattour et al., (2008)

Caprinos

Óleo de girassol e grão de linhaça

Aumento no teor de CLA no leite, bem co mo melhoria em outros componentes lip ídicos.

Luna et al., (2008)

Ovinos

Girassol e linhaça

Incremento de CLA no músculo.

Bessa et al., (2007)

Ovinos

Palmeira (palm oil) e sabão de cálcio

Redução dos ácidos insaturados da carne.

Castro et al., (2005)

Ovinos

Girassol e linhaça

O óleo de g irassol é mais efet ivo que a linhaça no aumento de CLA na carne.

Jerónimo et al., (2009)

Ovinos

Óleo de palmeiras

Aumentou na proporção de ácidos graxos indesejáveis na gordura dos animais.

Solo mon et al., (1992)

graxos

Além de óleos, a adição de taninos na dieta pode melhorar o perfil lipídico do leite e carne de ruminantes. Alguns pesquisadores têm demonstrado que é possível reduzir a saturação dos ácidos graxos no rúmen (b iohidrogenação) a partir da adição de taninos na dieta. Vasta et al., (2009) verificaram que a adição de taninos na dieta de ovinos promoveu aumento na concentração de CLA no líquido ruminal e aumento na concentração de ácidos graxos poliinsaturados no músculo dos animais. Ainda são necessários estudos para verificar o potencial das plantas taníferas nativas da caatinga em aumentar a quantidade de compostos funcionais na carne de leite dos pequenos ruminantes. Alguns ingredientes como a linhaça em grão têm sido adicionados à dieta de ruminantes com o intuito de transferir seus elementos funcionais para carne e leite dos animais. A linhaça possui quantidades significativas de um grupo de fitoestrógenos conhecido como lignanas. Estes fitoestrógenos ao serem metabolizados pelos

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ruminantes geram compostos biologicamente ativos como a enterolactona e enterodiol (Saarinen et al., 2002.). Diversos autores têm relatado benefícios à saúde causados pelas lignanas e seus metabólitos, como redução no risco de doenças cardiovasculares e diabetes. Esses benefícios seriam conseqüência da atividade antioxidante destes compostos, visto que doenças cardiovasculares e diabetes podem ser causados pelo estresse oxidativo e produção de radicais livres (Prassad 1999; Prassad et al. 2000 Kitts et al., 1999). Petit & Gagnon (2009) verificaram que a adição de semente de linhaça moída até 15% na matéria seca da dieta de vacas promoveu aumento linear na concentração de enterolactona no leite. Maiores estudos são necessários para identificar alimentos ricos nestes compostos bem como maximizar a incorporação destes antioxidantes no leite e carne dos animais. Uso de pastagens e suplementos nutricionais A utilização de forrageiras como fonte primária de energia na dieta de ruminantes apresenta grandes vantagens econômicas para o desenvolvimento da ovinocaprinocultura, entretanto, são necessários a escolha correta da forrageira, o conhecimento do quanto da forragem atende as exigências dos animais, o manejo das pastagens e a conservação de alimentos para períodos de escassez (Silva Sobrinho, 2001). O uso de pastagem nativa particularmente no nordeste brasileiro é uma prática extremamente importante por representar baixo custo para alimentação de pequenos ruminantes. Diversos pesquisadores têm estudado formas de maximizar o uso da pastagem nativa, que possui menor taxa de crescimento que a maior parte das forragens cultivadas. Dentre as estratégias para o uso racional da pastagem nativa destacam-se manejo da área lenhosa para aumento da vegetação herbácea, suplementação com alimentos concentrados e suplementação volumosa a partir da conservação de forragens produzidas no período chuvoso. O aumento da disponibilidade de forragem na caatinga tem sido obtido através de modificações na estrutura e na arquitetura da vegetação (Araújo Filho, 1992). Essas práticas envolvem o controle das espécies ditas indesejáveis, seguindo-se, muitas vezes, do enriquecimento com forrageiras adaptadas. As alterações na arquitetura da vegetação lenhosa são obtidas pelo manejo das copas, seja pelo rebaixamento ou pelo desgalhamento. Araújo Filho et al. (2002) verificaram que o rebaixamento do estrato arbóreo na Caatinga da região do Araripe–PE proporcionou disponibilidade de fitomassa 3,3 vezes maior que a caatinga não manejada. Contudo o manejo da caatinga visando o aumento excessivo na disponibilidade de alimento para animais ou cultivo de pastagens deve ser feito com cautela, pois pode representar uma atividade de alto impacto ambiental e consequentemente insustentável (Sampaio et al., 2005; Barreto et al., 2010). O manejo dos estratos vegetais da caatinga pode potencializar a capacidade de suporte, entretanto nos períodos de estiagem a oferta de alimento para os animais é limitada e ocasiona baixos índices produtivos por não atender às exigências mínimas dos animais (Costa et al., 2008). Portanto, a suplementação alimentar dos animais nessa época é de fundamental importância para a sustentabilidade do sistema de produção no Semiárido nordestino. 7

A suplementação volumosa com forragens nativas conservadas sob a forma de silagem e feno como fonte de nutrientes é uma opção para contornar a escassez de alimento (Tabela 3). Dentre as opções de forragem conservada no semiárido a silagem de maniçoba tem sido bastante estudada como suplemento volumoso. Matos et al. (2005), Costa et al., (2008) e Silva et al., (2011) verificaram a viabilidade do uso de maniçoba ensilada na alimentação de pequenos ruminantes. É importante salientar que o processo de ensilagem é capaz de reduzir a concentração de ácido cianídrico desta planta para níveis seguros para o consumo por ruminantes (Soares 2001). Estudos de Silva et al., (2004) e Guim et al., (2004) demonstram que o uso de plantas do estrato herbáceo da caatinga têm potencial para produção de silagem com qualidade. A suplementação com concentrado também é uma alternativa na época seca para o melhor aproveitamento da dieta total, principalmente em pastagem nativa, que se caracteriza por elevada variação em sua composição química ao longo do ano (Carvalho Júnior et al., 2009), bem como em situações onde os animais produzem quantidade de leite ou carne maior que as pastagens possam sustentar, é fundamental que se recorra à suplementação com concentrados, possibilitando aos animais expressarem o potencial de produção (Lucci, 1993). Tabela 3. Trabalhos que avaliaram o potencial de forragens nativas conservadas sob a forma de feno e silagem na alimentação de caprinos e ovinos. Forragem

Resultado

Autor

Maniçoba

Silagem de man içoba possui energia suficiente para promover ganho superior a 120g/dia para ovinos em crescimento

Silva et al., (2011)

Maniçoba

Dietas com 60% da silagem pro moveram produção diária de 1,46kg de leite por cabras Mo xotó

Chagas et al., (2005)

Maniçoba

Dietas com 60% da silagem não co mpro meteram a composição química do leite bem co mo as características sensoriais

Costa et al., (2008)

Maniçoba

Dietas com 60% do feno pro moveram produção diária de 1,36kg de leite por cabras Mo xotó

Araújo et al. (2009)

Maniçoba

Ganho de peso diário de 208g por cordeiros submetidos a dietas com 80% do feno

Castro et al., (2007)

Maniçoba

Ovinos submetidos à dieta exclusiva co m o feno apresentaram ganho médio diário de 143g

Figueiredo (2005)

Jureminha

Ovinos submetidos à dieta exclusiva co m o feno apresentaram ganho médio diário de 63g

Figueiredo (2005)

Feijão bravo

Cordeiros Santa Inês alimentados com 45% do feno tiveram ganho méd io diário de até 180g

Barreto (2005)

Silagem

Feno

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De acordo com Macedo et al., (2002) respostas ao regime de suplementação dependerão, essencialmente, da qualidade do volumoso ingerido, do potencial genético dos animais e das condições de criação dos animais. Pressupõe-se que animais submetidos a condições inadequadas de criação, resultarão em problemas sanitár ios e nutricionais, reduzindo a resposta à suplementação. Alguns autores preconizam a suplementação com alimentos concentrados como forma de obtenção de carcaças com qualidade no menor tempo possível. Entretanto é fundamental a avaliação da relação custo benefício ao lançar mão da suplementação com alimentos concentrados, principalmente em sistemas de produção extensivos na região semiárida do nordeste o animal a ser suplementado deve ter potencial genético para responder à suplementação. Medeiros et al., (2009) verificaram que ovinos morada nova tem potencial produtivo suficiente para serem alimentados com até 80% de concentrado na dieta (Tabela 4). Tabela 4. Trabalhos que avaliaram a resposta de caprinos e ovinos à suplementação com alimentos concentrados. Resultado

Autor

O aumento do nível energético da dieta favoreceu as características de carcaça de ovinos Santa Inês

Alves et al., (2003)

A suplementação concentrada até 1,5% do peso vivo melhorou as características de carcaça de ovinos Santa Inês

Dantas et al., (2008)

A adição de concentrado até 80% da d ieta de ovinos Morada Nova promove maior rendimento de carcaça e carcaças mais pesadas.

Medeiros et al., (2009)

A suplementação concentrada até 1,5% do peso vivo melhorou as características de carcaça de caprinos ½ Boer X SRD

Carvalho Júnior et al., (2009)

O incremento energético da dieta favorece a eficiência alimentar de caprinos Moxotó e Can indé confinados.

Barreto et al., (2011)

Algumas pesquisas em relação ao uso de concentrados para pequenos ruminantes têm avaliado a substituição dos ingredientes tradicionais por alimentos alternativos. Alves (2010) verificou que a substituição do farelo de soja como fonte protéica pelo farelo de algodão e uréia não prejudica o desempenho nem a composição do leite de cabras mestiças. Costa et al., (2011) verificaram que a substituição do milho moído pelo fruto-refugo de melão na dieta de ovinos Morada Nova não interferiu na qualidade da carcaça dos animais. Dias et al., (2010) verificaram que a substituição do milho moído pelo farelo grosso de trigo pode ser feita em até 14% da dieta de caprinos em crescimento.

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Blocos multinutricionais Dentre as alternativas para suplementação da dieta em situações de escassez alimentar, os blocos multinutricionais têm sido valorizados por sua eficiência em proporcionar bom funcionamento ruminal, sem quedas bruscas do pH e picos na concentração de amônia ruminal, típicos da suplementação convencional (Garmendia, 1994). Freitas et al., (2003) apresentam como vantagem adicional do ponto de vista logístico, devido à sua versatilidade, facilidade de manejo, transporte e armazenamento. Estes blocos são constituídos geralmente por ingredientes como farelo de milho, uréia, sal mineral e melaço. Após a homogeneização os ingredientes são compactados para formação dos “blocos”. Estes devem ter uma dureza tal que ao ser lambido pelo animal, permita o consumo restrito da mistura de modo a fornecer nutrientes constantemente ao longo do dia (Rueda & Combellas 1999; Freitas et al., 2003). Alguns blocos são formulados para fornecer apenas nitrogênio não protéico (uréia) associado a melaço (fonte de carboidrato prontamente solúvel), esta estratégia visa o fornecimento do mínimo necessário de energia e nitrogênio para o funcionamento adequado do rúmen em situações em que a forragem disponível é de baixa qualidade. Neste contexto a ingestão do bloco deve ser cuidadosamente controlada. Onwuka (1999) afirma que a dureza do bloco é um atributo fundamental para regular o consumo e minimizar o risco de intoxicação pela ingestão excessiva de uréia. Este autor associa melaço e cimento como reguladores de textura do bloco. Ao avaliar o uso de blocos multinutricionais para ovinos (Rueda & Combellas 1999) verificaram que esta estratégia tem resultados semelhantes à suplementação tradicional com concentrado. Wu & Liu (1995) verificaram que o uso de blocos multinutricionais na dieta de ovinos em situações em que o volumoso é de baixa qualidade promoveu aumento na digestibilidade dos nutrientes e na utilização do nitrogênio. Perspectiva para a produção de carne e leite de ovinos e caprinos Ao longo de décadas a ovinocaprinocultura sempre desempenhou e continuará desempenhando importante papel na produção pecuária do Brasil, principalmente, para região nordeste a qual apresenta grande parte do efetivo dessas espécies. Mesmo com considerável produção de carne ovina e caprina o consumo nacional ainda demanda por maior produção, pois ainda se faz necessário a importação destes produtos, bem como aumento da produção de leite advinda destas explorações. Embora, as pesquisas em nutrição ainda são essenciais diversas tecnologias já foram desenvolvidas, faltando assim na ovinocaprinocultura sobre tudo um forte investimento em marketing que possa valorizar os sistemas de produção, bem como, dos produtos gerados que subsidie potencial de crescimento e quebra de tabus que a ligam apenas a produção de subsistência.

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Considerações finais Parte do enfoque atual das pesquisas em nutrição de pequenos ruminantes tem se destinado ao estudo voltado para suplementação com volumosos, concentrados (energéticos e/ou protéicos) e alimentos funcionais em diferentes estratégias de fornecimento visando à produção de animais precoces para corte e aumento na produtividade dos rebanhos leiteiros, além de proporcionar maior qualidade nos produtos finais, no entanto, estas ações devem estar associadas a uma produção sustentável, com redução de agentes nocivos a meio ambiente através do aumento na eficiência de utilização dos nutrientes por estes animais, principalmente quando da utilização de alimentos alternativos. Referências ALVES, A.R. Inclusão de diferentes fontes de proteína na dieta de cabras leiteiras. 2010. 66f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB. ALVES, K.S.; CARVALHO, F.F.R. de; FERREIRA, M.A.; VÉRAS, A.S.C.; MEDEIROS, A.N. de; NASCIMENTO, J.F. do; NASCIMENTO, L.R.S.; ANJOS, A.V.A. dos. Níveis de energia em dietas para ovinos santa inês: características de carcaça e constituintes corporais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.1927-1936, 2003. Supl. 2. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais. In: Regulamento técnico. Brasília: Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n. 18. 1999 ARAÚJO FILHO, J.A. Manipulação da vegetação lenhosa da caatinga para fins pastoris. Sobral, CE: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 1992. 18p. (EMBRAPA-CNPC. Circular Técnica, 11). ARAÚJO FILHO, J.A., CARVALHO, F.C., GARCIA, R. SOUSA, R.A. Efeitos da Manipulação da Vegetação Lenhosa sobre a Produção e Compartimentalização da Fitomassa Pastável de uma Caatinga Sucessional R. Bras. Zootec., v.31, n.1, p.1119, 2002 ARAÚJO, M.J. MEDEIROS, A.N. CARVALHO, F.F.R. SILVA, D.S. CHAGAS, E.C.O. Consumo e digestibilidade dos nutrientes em cabras Moxotó recebendo dietas com diferentes níveis de feno de maniçoba R. Bras. Zootec., v.38, n.6, p.1088-1095, 2009 BAKER, S.K. Rumen methanogens and inibition of methanogenesis. Australian Journal of Agricultural Research, v.50, n.8, p. 1293-1298, 1999. 2004. BARRETO G.P. Utilização do feno de feijão-bravo (Capparis flexuosa L.) em dietas para ovinos santa Inês. 2005. 69f. Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal da Paraíba, Areia, PB.

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