Inserção De Pequenas e Médias Metalúrgicas No Apl Do Álcool De Piracicaba

June 2, 2017 | Autor: Osvaldo Farah | Categoria: New Products
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Área Temática: Globalização e Internacionalização de Empresas

INSERÇÃO DE PEQUENAS E MÉDIAS METALÚRGICAS NO APL DO ÁLCOOL DE PIRACICABA AUTORES RONIE GALEANO FAP-Faculdade de Apucarana [email protected] OSVALDO ELIAS FARAH Universidade Metodista de Piracicaba [email protected] MARIO SACOMANO NETO UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA - UNIMEP [email protected] NADIA KASSOUF PIZZINATTO Universidade Metodista de Piracicaba-UNIMEP [email protected] Resumo O objetivo central foi analisar a Inserção das PMes Empresas no APL do Álcool de Piracicaba. A pesquisa de campo trouxe como resultados, no que tange às vantagens associadas à localização das empresas, o fator considerado mais importante diz respeito à Proximidade com clientes/consumidores. As inovações foram à substituição de equipamentos e adoção de novos processos produtivos. As estratégias que mais contribuíram para a implantação das inovações referem-se à aquisição de novos equipamentos. Redução de impostos é a maior expectativa do empresário para o crescimento das empresas do Arranjo. Os benefícios que a empresa espera receber se referem a Financiamentos. Palavras-chave: pequenas e médias empresas; arranjo produtivo; inserção; governança corporativa.

Abstract The central objective was to analyze PMes Companies' Insert in APL of the Alcohol of Piracicaba. The field research brought as results, with respect to the advantages associated to the location of the companies, the factor considered more important says respect to the Proximity with customers / consuming. The innovations were the substitution of equipments and adoption of new productive processes. The strategies that more it contributes to the implantation of the innovations referred to the Acquisition of new equipments. Reduction of taxes is the entrepreneur's largest expectation for the growth of the companies of the Arrangement. The benefits that the company hopes to receive if they refer to Financings.

Word-key: small and averages companies; productive arrangement; insert; corporate governança. Introdução Embora a existência de aglomerações produtivas, clusters, ou Arranjos Produtivos Locais (APL) possa ser encontrada na origem do comércio humano, essas formas de organização produtiva devem a sua presença como objeto específico de estudo graças a dois fenômenos inter-relacionados. O primeiro versa sobre a redução da dinâmica de absorção de mão-de-obra pelas grandes empresas – com início no final dos anos 1970, com alguns anos de diferença em diversas nações – e o paulatino, mas firme, aumento da participação das Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME’s) como alternativa, tanto na absorção de mão-de-obra, quanto na redução dos problemas sociais do desemprego. O segundo fenômeno reside da redução da taxa do crescimento do produto global. As altas taxas de crescimento, verificadas no período de Pós Segunda Guerra Mundial, cederam lugar a taxas próximas ao aumento vegetativo da população. Segundo dados do Banco Mundial, nos últimos 10 anos (1995-2004) América Latina e Caribe apresentaram uma taxa de crescimento de 2,1% e apenas 0.6% de aumento da produção per capitã. O Brasil, a segunda maior economia, aumentou 2% ao ano, ao passo que a Argentina registrou um aumento de apenas 0.1% ao ano na última década. De acordo com o Banco Mundial, as taxas de crescimento nas regiões em desenvolvimento são convergentes. Tornava-se óbvio que as Micro, Pequenas e Médias (MPME’s) empresas não ofereciam a dinâmica do crescimento proporcionada pela expansão das grandes empresas. Do lado prático, havia as ilhas de excelência, entre as quais podemos citar o Vale do Silício nos Estados Unidos e a região Reggio Emilia na Itália. As empresas dessas regiões, apresentam várias estratégias associativas e seus resultados, em termos de produtividade e competitividade, os aproximam àqueles verificados nas grandes empresas. Inicia-se o estudo das características específicas, das formas de associação, das estruturas, as culturas e outras características nas quais se desenvolve, com sucesso, essas formas de produção. Na Economia já se sabia das vantagens apresentadas pela escala e escopo de produção e dos ganhos relativos à localização dos pequenos negócios (distritos industriais), estudados os últimos ainda pelo Alfred Marshall no final do século XIX (Primeira edição do livro 1890). Demorou um pouco, mas chamaram a atenção de Michael Porter. No seu artigo “Clusters and the new economics of competition”, de 1998 ele define o cluster – traduzido como aglomerado no seu livro Competição –, explicando que ele permitiria a cada membro os benefícios “as if it had greater scale or as if it had joined with others.” (PORTER, 1998, p. 81, grifo no original) sem sacrificar a sua flexibilidade. Segundo Porter (1998, p 80), os (clusters) afetam a competição de três formas: (1) aumentando a produtividade das empresas na área; (2) estimulando a capacidade e o ritmo da inovação, o que fortalece o aumento futuro da produtividade; e (3) estimulando a formação de novas empresas, que expandem e fortalecem o próprio cluster. Neste artigo, Porter anuncia um novo papel dos Governos – nacionais e locais – , que é de assegurar a oferta de insumos de alta qualidade, tais como cidadãos educados e infra-estrutura física, estabelecer as regras para a competição e a promover a formação de novos clusters. Muito tempo antes, vários autores, brasileiros e estrangeiros, estavam publicando sobre o tema, mas somente um ano e meio depois do artigo de Porter, por coincidência ou não, a

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE ou OECD em inglês Organisation for Economic Co-operation and Development) promoveu , entre 13 e15 de junho de 2000 na Bologna – Itália, uma conferência para ministros responsáveis pelas Pequenas e Médias Empresas (PME’s) e para Ministros da Indústria denominada “Enhancing the Competitiveness of SMEs in the Global Economy: Strategies and Policies”. Na qual participaram representantes de cinqüenta e duas nações, entre os quais o do Brasil. Cluster, Arranjos Produtivos Locais (APL) e muitas outras denominações: em busca da taxonomia De acordo com OCDE, Clusters can be characterized as production networks of strongly interdependent firms (including specialised suppliers) linked to each other in value-adding production chain. In some cases, clusters also encompass alliances with universities, research institutes, knowledgeintensive business services, bridging institutions (brokers, consultants) and customers. (OCDE, 2000, p. 4), A taxonomia das aglomerações produtivas está ainda em elaboração. Os autores brasileiros que estudam o tema tentam adequar as denominações às formas de cooperação entre as empresas, a capacidade de desenvolver os elementos que as adequariam a uma ou outra denominação, às características das aglomerações nos países em desenvolvimento, às características das MPME’s etc. De acordo com as principais características das aglomerações produtivas e as abordagem doa autores, utilizam-se definições distintas. Segundo Hasenclever; Zissimos (2006), alguns evocam os modelos de distritos industriais; outros, os modelos de cluster (por exemplo Schmtiz, 1995, e Vargas, 2001); outros, os sistemas produtivos locais (por exemplo, Suzigan et al., 2003 de comunidades industriais (Bazan; Schmitz, 1997), de arranjos produtivos e inovativos locais (Cassiolato; Lastres, 2003). Para o objetivo deste trabalho, usaremos o termo Arranjos Produtivos Locais (APL), definido como: aglomeração de um número significativo de empresas que atuam em torno de uma atividade produtiva principal, bem como de empresas correlatas e complementares como fornecedoras de insumos e equipamentos, prestadoras de consultoria e serviços, comercializadoras, clientes, entre outros, em um mesmo espaço geográfico (um município, conjunto de municípios ou região), com identidade cultural local e vínculo, mesmo que incipiente, de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais e instituições públicas ou privadas de treinamento, promoção e consultoria, escolas técnicas e universidades, instituições de pesquisa, desenvolvimento e engenharia, entidades de classe e instituições de apoio empresarial e de financiamento (Albagli; Brito, 2002). Diversas experiências têm demonstrado o dinamismo tecnológico e o potencial de desenvolvimento de diferentes tipos de aglomerações de micro, pequenas e médias empresas localizadas num mesmo espaço regional. O sucesso dessas experiências em países menos desenvolvidos, salientam a importância que assume a proximidade territorial na dinâmica inovativa desses sistemas produtivos. Os resultados dessas experiências, nas quais se inserem os pequenos negócios, mostram que essas aglomerações apresentam características específicas em relação ao contexto sócio-econômico e histórico, no qual emergem a própria identidade territorial. Em terminado momento, passa a resultar de um processo de construção derivado das estratégias dos diferentes stakeholders, dos processos de interação e de aprendizagem coletiva, além da formação dos vínculos e laços de confiança entre eles. Micro e Pequenas Empresas

Segundo Itiro (1984), algumas medidas são necessárias para que as micro e pequenas empresas obtenham êxito no mercado e o autor cita a consultoria, treinamentos, informações, organização de associações e cooperativas e mecanismos financeiros e fiscais, como sendo importantes para gestão dessas empresas.Cada etapa está interligada entre si. As consultorias são realizadas por consultores treinados e credenciados pelo governo e envolvem os mais variados aspectos gerenciais e tecnológicos que interessam para a pequena e média empresa. Outra forma seria a organizações de associações e cooperativas que tem o objetivo de unir forças para o desenvolvimento da micro e pequena empresa, visando suprir ou diminuir as desvantagens em relação a empresas de maior porte e conseguir participar mais ativamente em mercados competitivos. Conforme De Marco (2003) as empresas ligadas ao menor custo de mão-de-obra, como o salário ou os benefícios sociais, estão associadas à estratégia competitiva. Sua importância na geração de emprego é tão grande que a sua função social e econômica é reconhecida e, sendo assim, são alvos de políticas governamentais que tem como objetivo a criação de empregos. As micro e pequenas empresas são geradoras de emprego e renda. Isso já é provado no mercado mas, em contrapartida, o governo toma poucas iniciativas para preparar e ajudar os pequenos negócios. A competitividade torna-se algo utópico em relação à pratica. Segundo Porter (1989), a estratégia competitiva é a busca de uma posição de competitividade favorável em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a concorrência. Visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência na indústria. Isso pode incentivar as grandes empresas a investirem na subcontratação, utilizando assim as pequenas como forma de amenizar a demanda, conduzindo então a uma diminuição do número de empregos, pois o aumento da pequena empresa seria conseqüência da diminuição das grandes, ficando assim as pequenas empresas classificadas em uma classe “inferior”. Com isso cria-se condições de permanecer somente em mercados com menores barreiras à entrada. As empresas cujo surgimento, continuidade e evolução estão ligadas à capacidade dos empresários em identificar e explorar nichos de mercado que aparecem, são consideradas pequenas empresas independentes em estruturas industriais dinâmicas que são muito parecidas ao empresário do tipo “schumpteriano” que se beneficia de um sobre lucro transitório por meio da inovação onde não existem significativas barreiras à entrada. Já que a concorrência não acontece pelo preço, a redução de custos por meio da contratação de mãode-obra barata é a questão básica desse segmento. Vantagens das APL’s A proximidade e as práticas associativas, teoricamente proporcionariam as seguintes vantagens às APL’s: economias de escala e escopo; redução dos custos de transação; redução dos custos de informação; elaboração de estratégias consistentes (as MPME’s, em separado, raramente elaboram planos estratégicos de longo prazo); economias provenientes da divisão técnica do trabalho; espaço para aprendizagem conjunta; acesso facilitado à insumos; melhor e mais barata capacitação da mão-de-obra; acesso a consultoria especializada; propaganda conjunta; apoio à exportação; maior fluidez (troca) do capital físico (máquinas e equipamentos) entre os produtores; proximidade aos centros de pesquisa; assessoria jurídica; . Junto com o apoio governamental, teoricamente s espera: apoio na melhora da infra-estrutura; facilidades no financiamento e juros mais baixos que os vigentes no mercado; incentivos fiscais; maior possibilidade de apoio na introdução de novos métodos de trabalho e novos produtos. As economias externas e outras externalidades positivas, devidas ao processo de associação, teoricamente seriam capazes de aproximar as MPME’s ao desempenho das grandes empresas

verticalizadas. Vários autores com contribuições significativas no âmbito do funcionamento das APL’s apontam essas vantagens. Ente eles podemos citar Piore; Sabel (1984), Scott (1988) e Storper (1989). Dificuldades As dificuldades que abordaremos dizem respeito à pesquisa realizada. Como encontrado no estudo de Suzigan; Furtado (2002), boa parte das pequenas e médias empresas não é capaz de se beneficiar de parcelas significativas do valor gerado ao longo do processo de produção e de distribuição.Essas empresas são sufocadas pela ação das grandes organizações locais e pelos fornecedores. Até iniciativas conjuntas de pequenas e médias empresas são inibidas pela atitude das maiores, comprometendo a eficiência coletiva esperada. (SCHMITZ, 1997). Na formação de uma estrutura produtiva complexa na qual há organizações atuando nas diversas etapas de uma cadeia produtiva, colhendo os resultados das economias externas que beneficiam todas as empresas participantes do Arranjo Produtivo Local, existe um alto grau de desintegração vertical que demanda a manutenção de interações constantes entre os agentes do sistema. Entretanto, a participação de empresas de portes diversos evoca diversas esferas e formas de exercício de poder. Por outro lado, o bom funcionamento e os resultados de bem-estar social e desenvolvimento local, esperados pela teoria, envolvem a transparência das ações e a participação de todos do controle social do APL, ou a boa Governança Corporativa que visa o alinhamento dos interesses, as vezes conflitantes, dos participantes da Arranjo Produtivo Local (APL). O conceito de Governança, de modo genérico, diz respeito às diversas formas pelas quais indivíduos e organizações (públicas e privadas) gerenciam seus problemas comuns, acomodando interesses diferenciados ou mesmo conflitantes na realização de ações conjuntas. Piracicaba e Região Piracicaba é uma cidade com área total de aproximadamente 1.312,20 Km².Está localizada em latitude S 22° 43’31’’ e longitude W 47°38’57’’, altitude 554m e temperatura(°C) 37,5 máxima e 18,0 mínima. Possui aproximadamente 365.000 habitantes. O município é considerado um importante pólo industrial, pois está localizado em uma das regiões mais industrializadas e produtivas do estado de São Paulo. Seu parque industrial possui indústrias e empresas nacionais e multinacionais. Com isso, faz com que o número de empresas que queiram se instalar na cidade aumente, tornando assim seu distrito industrial cada vez mais bem estruturado. Piracicaba disponibiliza também mão-de-obra com boa formação, de nível técnico e especializado, garantindo trabalhadores qualificados e com capacidade para aprender outras funções, porém os níveis salariais estão abaixo do padrão do mercado de trabalho da capital do Estado. (Ciagri/USP, 2006) Sua economia está relacionada historicamente à produção agrícola e industrial, com destaque dos setores sucroalcooleiro e metal-mecânico. Na agricultura, destacam-se as culturas de cana-de-açúcar, com aproximadamente 10 milhões de toneladas/ano, a do café com aproximadamente 1 milhão de pés e também a cultura da laranja, onde a cidade possui cerca de 6 milhões de pés. Por fim, outra característica da cidade é a pecuária O município possui um rebanho com cerca de 150 mil cabeças de gado, mais de 7 milhões de aves e 124 mil hectares de pasto. “Importantes instituições de ensino e pesquisa no campo de ciência e tecnologia de alta complexidade, reconhecidas internacionalmente, como Universidade de São Paulo (ESALQ), Universidade Estadual de Campinas (FOP) e Universidade Metodista de Piracicaba

(UNIMEP), além das Faculdades Integradas Maria Imaculada e da Fundação Municipal de Ensino de Piracicaba, elevam a cidade à condição de pólo de desenvolvimento científico e tecnológico. Afora as instituições acadêmicas, também merece registro o Centro Tecnológico da Coopersucar. O município também configura um importante centro regional de formação profissional, oferecendo grande número de cursos técnicos.” (IPPLAP, 2006). O Setor Canavieiro – Perspectiva A oferta mundial de álcool (carburante e industrial) para 2006 está estimada (ainda) para algo em torno de 48 bilhões de litros. Desse total, o Brasil participa com 35,4%, um aumento de 4,35% em relação a 2005, que registrou um volume de 46 bilhões de litros. Na comparação com 2004, este percentual sobe para 13,7%, já que aquele ano registrou um volume de 42,2 bilhões de litros. Este aumento da oferta é reflexo da oferta brasileira de álcool e de maior demanda por combustíveis renováveis. A demanda crescente nos mercados interno e externo por combustíveis renováveis, especialmente o álcool, atrai novos investimentos para a formação de novas áreas de cultivo da cana-de-açúcar para indústria. A maioria desses investimentos é nacional, formada de grupos com larga experiência no setor e que já possuem usinas no Brasil, o que confirma a tendência concentradora do setor canavieiro. A possibilidade de expansão e de lucros extraordinários atrai muitos investidores. Contudo, essa é uma área na firmemente nacional já que 95% do investimento é de capital nacional. Apenas 5% da produção está relacionada a grupos internacionais que contam com experiência no setor e fundos de investimentos sem experiência específica nessa atividade. Estima-se que só no Estado de São Paulo venham a ser investidos cerca de R$10 bilhões nos próximos cinco anos. Destacam-se, neste panorama, os estados de Paraíba, Pernambuco e de Alagoas e as regiões de Piracicaba e de Ribeirão Preto no Estado de São Paulo.

Figura 1. Estimativa da ares plantada – cana de açúcar no Brasil. Fonte: Instituto de Açúcar e Álcool (IAA) (2006). O Estado de São Paulo, em 2006, respondeu por 60,7% da área total de cana-de-açúcar para indústria do setor.Em 2015, esta participação poderá cair para 54,9% devido ao preço mais baixo da terra em outos estados do país. No entanto, para atender à crescente demanda por etanol, a produção anual de São Paulo, que é atualmente o maior produtor e consumidor desse combustível, deverá ter um acréscimo de 71,5% nos próximos 10 anos. A crescente demanda por biocombustíveis e o aumento do preço do açúcar no mercado mundial no primeiro semestre de 2006, além possibilidades de

produção de energia elétrica a partir do bagaço da cana, indicam um setor promissor e extremamente dinâmico. APL do Álcool de Piracicaba e a sua Governança Corporativa Na região de Piracicaba, o APL do Álcool reúne destilarias, indústrias, instituições e centros de pesquisa. A realização é do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, governo do Estado e Prefeitura de Piracicaba. São Sócios da APL a Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (ACIPI), Agência de Desenvolvimento Político e Econômico da Região de Piracicaba (ADERP), Cooperativa dos Produtores do Pólo Hidroviário Industrial Agrícola e Turístico do Vale do Piracicaba (COPERVAP), Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (COPLACANA), Grupo Cosan, CTC, Piracicaba 2010 – Realizando o Futuro, 2010, Pólo Nacional de Biocombustíveis, Sistema Agroindustrial Integrado (SAI), Secretaria Municipal da Indústria e do Comércio (SEMIC), Serviço Nacional da Industrial (SENAI), Sindicato das Industrias Metalúrgicas (SIMESPI), Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Indústria Sucroalcooleira (SIMTEC), Sindicato dos Metalúrgicos, Sindicato dos Químicos, Sindicato Rural Patronal, Sindicato Rural de Trabalhadores Rurais, Usina Pederneiras, Usina Furlan, Usina Iracema, Usina Pilon e Usina São José. Constituem Institutos e Centros de Pesquisa e Desenvolvimento: Cena, Fumep, Ctc, Esalq, Unimep, Sebrae. O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas, Fundições e Similares de Piracicaba e Região - SIMESPI – foi fundado em 3 de julho de 1991 com 09 empresas associadas, administrado por uma diretoria provisória, presidida por Luciano dos Santos Tavares de Almeida. Um dos objetivos do sindicato foi o de auxiliar as empresas de Piracicaba e região nas Negociações Coletivas de Trabalho, buscando assim soluções conjuntas para os problemas empresariais, através do oferecimento de uma ampla atividade de assessoria para suas associadas. O papel do SIMESPI no APL do Álcool de Piracicaba é assumir a liderança da Governança Corporativa do grupo metalúrgico, ou seja, das indústrias de base que fornecem equipamentos para as usinas produtoras do álcool combustível etanol. Metodologia utilizada O objetivo central foi analisar o processo de Inserção das Pequenas e Médias Empresas no Arranjo Produtivo do Álcool de Piracicaba.Além da pesquisa bibliografia foi realizada uma pesquisa de campo em uma população de 179 empresas metalúrgicas e siderúrgicas sindicalizadas no SIMESPI. Desta população foi constituída uma amostra de quinze empresas que acreditou-se serem representativas. Foi aplicado um questionário contendo perguntas fechadas contemplando 56 variáveis as quais tinham por objetivo avaliar: as vantagens que podem ser associadas à localização das empresas na região; as inovações adotadas pelas empresas; as estratégias que contribuem para a implantação das inovações; as ações governamentais que contribuem para o crescimento das empresas do APL do Álcool de Piracicaba e os benefícios que a empresa espera receber através das ações conjuntas desenvolvidas pelo Arranjo Produtivo. Resultados da Pesquisa Como resultados observou-se que no que tange às vantagens associadas à localização das empresas na região foram obtidas por ordem decrescente de importância as seguintes: Proximidade com clientes/consumidores; Proximidade com os fornecedores de máquinas e equipamentos; Proximidade com os fornecedores de insumos; Maior presença de

fornecedores especializados; Maior troca de máquinas e equipamentos entre os produtores; Maior troca de informações administrativas e tecnológicas entre os produtores; Maior competitividade entre os produtos; Facilidade de treinamento da mão-de-obra; Proximidade com universidades e centros de pesquisa; Exportação em conjunto com outras empresas do APL; Possibilidade de propaganda conjunta com empresas do APL; Maior disponibilidade de mão-de-obra especializada; Maior disponibilidade de infra-estrutura para o desenvolvimento; Existência de programas governamentais de apoio; Maior geração de empregos; Aumento da renda local; Aumento das ações voltadas para o meio ambiente Com relação as inovações adotadas pelas empresas observou-se por ordem de importância as seguintes: Incorporação de novos equipamentos na planta industrial; Promoveu importantes nos equipamentos e processos produtivos; Desenvolvimento de novos produtos; Introdução de novas matérias-primas; Introdução de mudanças como: implantação de ISO 9000, adoção de Just-in-time, CAD/CAM, etc.; Implantação de processos voltados para o meio ambiente Na mensuração das estratégias que mais contribuíram para a implantação das inovações destacou-se por ordem de importância crescente as seguintes: Aquisição de novos equipamentos; Visitas aos fornecedores de máquinas, equipamentos, matérias primas, etc; Universidades e centros tecnológicos; Congressos e feiras comerciais e industriais do setor; Troca de informações com empresas do APL de Piracicaba; Consultoria especializada, contratada externamente; Participar de seminários, cursos, palestras oferecidos pelo Sindicato, instituições de ensino, SENAI, SEBRAE, etc.; Leitura de publicações especializadas do segmento (revistas, sites, pesquisas); Existência de Departamentos da empresa especializados em Pesquisa e Desenvolvimento Na percepção dos entrevistados as ações que mais contribuíram para o crescimento das empresas destacam-se em ordem decrescente: Incentivos fiscais; Linhas de crédito; Redução de impostos; Programas de capacitação profissional e treinamento técnico; Programas de apoio à consultoria técnica; Melhorias na educação básica; Ações voltadas para o meio ambiente; Incentivos à exportação; Investimento em infra-estrutura; Divulgação do APL. Finalmente, quando inquiridos sobre os benefícios que a empresa espera receber através das ações conjuntas desenvolvidas pelo APL do Álcool detectou-se por ordem de importância, os seguintes: Financiamentos de bancos públicos e privados; Apoio para exportação; Troca de informações tecnológicas; Juros mais baixos; Apoio público na infraestrutura Qualificação da mão-de-obra; Organização de feiras e eventos; Consultoria empresarial; Parcerias em vendas; Cursos, palestras e seminários; Propaganda conjunta; Assessoria Jurídica; Serviço ao consumidor; Ações voltadas para o meio ambiente. As razões para a dificuldade de agregar um maior número de participantes foi evidenciada pela percepção dos empresários. Propõe-se a partir destas constatações que também a governança corporativa do APL no segmento metalúrgico sob a responsabilidade do Simespi deverá ser ouvida para se ter a percepção da liderança deste tão importante segmento do APL do Álcool de Piracicaba. A literatura tem mostrado que tal inserção não se dá ao acaso, ou seja, pura e simplesmente pelo desenvolvimento natural de um arranjo do ponto de vista da sua dinâmica de crescimento como é o caso de vários arranjos que se constituíram através do tempo (APL de cerâmica de Sta Gertrudes, de Calçados de Franca e Jaú, de móveis de Mirassol) sem uma preocupação maior de políticas públicas no sentido de dar a estes arranjos um desenvolvimento sustentável. Talvez isto possa ser explicado pela baixa tradição exportadora do país, ou seja, preocupados com o mercado interno muitos arranjos tiveram um crescimento tímido. Outros com vocação mais exportadoras ficaram sempre guiados pelo leme da conjuntura externa, ou seja, sujeitos a variáveis como flutuação cambial, em alguns anos exportando a contento e em

outros períodos amargando baixa considerável o que levou muitos negócios à falência. Nesta turbulência ambiental encontram-se muitas micro e pequenas empresas que além da vulnerabilidade com relação à conjuntura externa ficam às voltas, muitas vezes, com vários tipos de fragilidade: dependência de um único cliente, dificuldade de conseguir crédito para crescimento e inovações em seu processo produtivo assim como dificuldades em buscar novos clientes e mercados. Isto sem contar com a baixa qualificação de mão de obra, em alguns casos, por conta de não poder pagar melhores salários a seus funcionários, salários estes compatíveis com o mercado. É nesse vai-e-vem de crescimento e crises que os empreendedores vão buscando soluções para os mais graves problemas encontrados. Uma dessas soluções acabam sendo viabilizadas através de parcerias e atitudes cooperativas que são engendradas dentro de aglomerações de indústrias. Agir de forma isolada tem trazido baixos benefícios aos empreendedores de pequeno porte acabando por inviabilizar seus negócios. Entende-se num primeiro momento, que é dentro desta perspectiva que o chamamento para ingressar em programas engendrados por políticas públicas e por ações de associações e sindicatos de classe deveriam ser bem recebidos pelos empresários, os quais não deveriam “pensar duas vezes” para de certa forma serem participantes e colaboradores. Este trabalho longe de aprofundar questões culturais, o que poderá ser desdobrado em pesquisas futuras, pretende avaliar até certo ponto quais as dificuldades de inserção das pequenas e médias metalúrgicas no Arranjo Produtivo Local do Álcool de Piracicaba. Bibliografia ALBAGLI, S: BRITO, J. Arranjos Produtivos Locais: Uma nova estratégia de ação para o SEBRAE, 2002. Disponível em:http://www.ie.ufrj.br/redesist>. Acesso em: 12/01/2007. BANCO MUNDIAL. Dados do Banco Mundial mostram taxas de crescimento convergentes entre as regiões em desenvolvimento. Disponível em: http://www. worldbank.org>. Acesso em 16/01/2007. CASSIOLATO, J. E.; SZAPIRO, M.;. Uma caracterização de arranjos produtivos locais de micro e pequenas empresas. In: LASTRES, H. M. M. et al. (Orgs.). Pequena empresa: cooperação e desenvolvimento local. Rio de janeiro: Relume Dumará/UFRJ/Instituto de Economia, 2003. p. 35 – 50. DE MARCO, S. A. Novas abordagens à promoção das pequenas empresas: Um Estudo do programa Sebrae de desenvolvimento de arranjos produtivos locais. Dissertação apresentada ao Instituto de Geociências como parte dos requisitos para obtenção do título de mestre em Política Científica e Tecnológica, 2003. IIDA, Itiro. Pequena e média empresa no Japão . São Paulo: Editora Brasiliense, 1986. HASENCLEVER, L.; ZISSIMOS, I. A evolução das configurações produtivas locais no Brasil: uma revisão da literatura. Estudos Econômicos, vol.36, no.3, São Paulo,July/Sept. 2006. MARSHALL, A. Princípios de economia. São Paulo: Abril Cultural, 1988. OCDE. The Bologna charter on SME Policies. OCDE: Bologna, 2000. PIORE, M. J.; SABEL, C. F. The second industrial divide. Possibilities for prosperity. New York: Basic Books, 1984. PORTER, M..Vantagem Competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 21ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989, 512p. PORTER, M. Clusters and the new economics of competition. Harvard Business Review, Nov/Dec. 1998. PORTER, M. Competição. 12a reimpressão. Rio de Janeiro: Campus, 1999. SCOTT, A. J. Flexible production systems and regional development: the rise of new industrial space in North America and Western Europe. IJURR, v. 12, n. 2, 1988.

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