Internet e o empoderamento do conteúdo

June 2, 2017 | Autor: Nair Martinenko | Categoria: Web 2.0, Internet Studies, Digital Content Distribution
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Internet e o empoderamento do conteúdo O surgimento da internet modificou a comunicação entre as pessoas, assim como a circulação de informações, ideias, opiniões e produtos culturais. Agora o poder de decisão está nas mãos dos usuários. Tudo isso sendo colocado em contraponto às práticas dos veículos de comunicação e entretenimento já consolidados durante décadas – revistas, jornais, TV, cinema, rádio, etc. Até quase o início dos anos 90, essa mídia tradicional controlava a produção e distribuição de conteúdos informativos e de entretenimento, além de centralizar as verbas publicitárias. A chegada de sites e aplicativos alteraram esse cenário, muito bem retratado no documentário “A Verdadeira História da Internet – O Poder das Pessoas”, produzido pelo canal Discovery Channel. Um dos pioneiros foi o site norte-americano Digg, que surgiu com a proposta de publicar notícias e imagens enviadas pelos usuários e eleitas pela maioria deles. O resultado positivo e a adesão foram tão grandes que chegou a ser comparado com a influência do jornal New York Times. Outro exemplo vem do segmento cultural, com a Napster disponibilizando músicas online para serem baixadas e compartilhadas através da conexão direta do computador de um ou mais usuários – como se fossem um servidor. Nos dois casos, as gigantes empresas que até então monopolizavam o setor reagiram de diversas formas. A ação mais forte veio da indústria fonográfica, acusando a Napster de estimular a pirataria e por violar os direitos autorais dos artistas, resultando no seu fechamento. Não se importaram em chamar seus clientes de foras da lei em vez de fãs. Afinal, eram financeiramente muitos mais fortes do que um grupo de jovens aventureiros apaixonados pela ideia de inovar em busca daquilo que amavam, a música. O que os opositores desse movimento, no entanto, não contavam era que essas novas práticas abririam o caminho para uma realidade que transformaria completamente a maneira das pessoas consumirem conteúdos e se divertirem. Myspace, Youtube, Facebook, Google foram as principais iniciativas de “jovens apaixonados e obcecados por uma ideia” que nasceram e se consolidaram. Dessa vez, com força suficiente para fazer frente aos processos judiciais gerados por algumas grandes corporações. Além, é claro, de contarem com a força da adesão de milhares de usuários, que logo passaram a milhões e não pararam de se multiplicar. As pessoas passaram a participar de uma rede, produzir conteúdo e distribui-lo, decidir o que querem, quando e onde ler, ver e ouvir. Deixaram de ser apenas receptores e viraram produtores, críticos e distribuidores. Isso é a essência da chamada Web 2.0. Dessa forma, os usuários das tecnologias digitais puderam ter voz, tanto individual quanto em grupo, para defender seus pontos de vista e serem agentes de transformação nas relações sociais, culturais e econômicas. A capacidade de mobilização, articulação e ação ganhou contornos reais com impactos em grande escala, influenciando em todos os níveis da sociedade, algo sem precedentes na história. Esse empoderamento fortalece a consciência social e a democracia. As relações entre consumidores e empresas ficaram muito mais equilibradas. O consumidor deixou de ser apenas um comprador daquilo que

estava disponível, dentro das condições impostas pelos fabricantes e comerciantes. Passou a decidir que tipo de produto interessa, negociar preço, fiscalizar as práticas comerciais, ambientais e de qualidade, denunciar irregularidades numa dimensão que pode correr o mundo apenas com um clique.

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