Intervenção Sobre Diapositivos

July 8, 2017 | Autor: António Peleja | Categoria: Fotografia, Conservação e restauro
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INSTITUTO POLITÉCNICO DE TOMAR
Escola Superior de Tecnologia
Mestrado Fotografia


"INTERVENÇÃO
SOBRE
DIAPOSITIVOS"



Elaborado por:
António Peleja
Maria Manteiga



TOMAR
2013/2014

















Índice


Introdução ……………………………………………………………………………………..…………………….. 1
Descrição das Peças ……………………………………………………………………….………………………… 2
Objectivo da Intervenção ……………………………………………………………………………………… 4
Intervenção …………………….……………………………………………………………………………………… 5
Anexos …………………….………………………………..……………………………………….…………. 12
Bibliografia …………………………………………………………………………………………………………. 23








Introdução




Em primeiro lugar deve-se esclarecer que em Fotografia os processos de degradação na maioria dos casos são irreversíveis, portanto o que se deve tentar é a preservação e conservação e não o restauro. Muitas das vezes o restauro corre mal e acabam por se cometer erros gravíssimos, também eles irreversíveis. Escusado será dizer que não devemos tentar o restauro se não tivermos plena consciência e experiência de trabalho nesta área, mesmo nos processos de preservação e conservação devemos ter em atenção que todos eles devem ser reversíveis permitindo um retrocesso no caso de se detectarem anomalias ou alterações estranhas do espécime.
É necessária uma grande dose de bom senso, na primeira abordagem ao espécime, ver as suas deteriorações, detectar quais as suas origens, ver qual o processo utilizado para termos a noção dos produtos (solventes) que podemos ou não usar nas intervenções futuras e só depois analisar de forma muito directa qual a intervenção a executar, sendo que no meu ponto de vista deve ser sempre e em primeira estância a preservação, só depois devemos delinear uma estratégia de actuação. Por vezes é melhor fazer pouco do que fazer demais e não se conseguir retroceder inutilizando para sempre o espécime sobre o qual exercemos o tratamento.
Descrição das Peças


Numa primeira leitura pode-se constatar o processo do espécime em questão, trata-se de um Negativo de Gelatina e Prata em Vidro (ver anexo "Deteriorações Negativo de Gelatina e Prata em Vidro"). Apresenta a parte inferior, a cerca de um terço da sua altura, totalmente estilhaçada existindo fragmentos totalmente descolados e outros presos somente pela emulsão, no entanto não existe falta de nenhuma peça. Vidro de corte industrial no formato 9cm x 12cm com 1mm de espessura. A emulsão não apresenta levantamentos, nem desvanecimento ou abrasão, no entanto é possível observar espelho de prata nos bordos. Apresenta também na face retoques a grafite nos olhos e boca.

Primeira observação do espécime onde se pode ver o seu aspecto geral
Analisado o espécime é evidente que o seu maior problema são os estilhaços existentes, que em princípio se devem ao mau acondicionamento ou manuseamento inadequado.
Nesta outra espécime observa-se também um Negativo de Gelatina e Prata de Vidro (ver anexo "Deteriorações Negativo de Gelatina e Prata em Vidro"). Em que se encontra partida em dois fragmentos totalmente separados. O vidro apresenta o corte industrial no formato de 9cm x 12cm com um milímetro de espessura. Em relação à emulsão também não mostra resultados de levantamento. Observa-se amarelecimento e espelho de prata nos bordos. Nesta peça também se pode observar retoques no rosto e nas mãos a vermelho.









Primeira observação do espécime onde se pode ver o seu aspecto geral
Ao analisar esta espécime observa-se o problema dos dois fragmentos separados, que é necessário unir.


Objectivo da Intervenção

O objectivo principal é estabilizar o espécime de modo a poder ser reproduzido e eventualmente manuseado, ainda que, com cuidados extremos.

Neste caso proponho a seguinte intervenção:
Remoção de Sujidades da Emulsão e do Suporte
Colagem dos Fragmentos
Estabilização em Sandwich com um ou dois vidros auxiliares e fita adesiva adequada

Fase 1 – Quando trabalhamos com colecções com vários espécimes, em primeiro lugar é importante separarmos os negativos que se encontram partidos, estilhaçados dos outros, de seguida criarmos embalagens individuais de armazenamento dos espécimes, os estilhaços armazenam-se de modo a que não se danifiquem e que possamos sempre que precisemos recorrer a eles o façamos de uma forma segura e eficaz.
Fase 2 – Isolamos um espécime e analisamos toda a sua estrutura, desde o processo utilizado até às formas de deterioração presentes e definimos um quadro de intervenção.
Neste caso específico que abordamos neste relatório, podemos passar logo para a segunda Fase, dado que o objecto de exame é um único espécime e já se encontra com embalagem de acondicionamento criada anteriormente.
Fase 3 – Com a folha mata-borrão como suporte de trabalho, colocamos sobre a mesma o espécime, nestes processos é muito importante saber quais os cuidados a ter, como seja: utilização de luvas no manuseamento do espécime; nunca trabalhar com o espécime fora da área de trabalho, ou suspenso de modo a que possa originar quedas e eventual degradação total do mesmo; ter em atenção uma análise correcta para termos a certeza dos solventes que podemos ou não utilizar (ver anexo "Solventes"); o espaço de trabalho deve estar desimpedido e ser amplo; organização do espaço com todo o material que será necessário à mão; um bom arejamento do espaço, quando trabalhamos com solventes químicos; bloco de notas e câmara digital para registos e apontamentos. (ver anexo "Listagem de Materiais").

Intervenção

Com a emulsão voltada para cima numa primeira fase e para afastar algumas poeiras ou objectos que possa riscar a mesma, quando em contacto com o mata-borrão, devemos utilizar a pêra de sopro e pincel de cerdas macias para remover essas partículas, de seguida viramos a parte da emulsão para baixo e com o auxílio de um cotonete embebido em água destilada vamos com movimentos circulares do centro para a periferia e com pouca pressão, começar a limpeza da parte do suporte, de notar que o algodão não deve conter excesso de água destilada, simplesmente humedecido de forma a poder permitir a limpeza.

Após a limpeza com o cotonete (imagem da esquerda)
Algodão com sujidade retirado após limpeza (imagem da direita)

Passada esta fase e depois de todos os pedações bem limpos deixamos secar os mesmos e passados alguns minutos recorrendo à pêra de sopro vamos retirar todos os pêlos do algodão que entretanto se foram acumulando sobre o espécime. Em seguida devemos ter dois vidros auxiliares já cortados e com os cantos dobrados, caso não se encontrem dobrados devemos socorrer de uma pedra de esmeril e debaixo de água proceder à operação de limar as aresta de modo a que seja seguro manusear o vidro e ao mesmo tempo precaver que a fita Filmoplast que vamos utilizar mais à frente não se danifique nos rebordos vivos do vidro.
Depois dos vidros com as arestas completamente limadas, devem ser insistentemente lavados em água tépida com sabão de seda de modo a retirar qualquer gordura ou sujidades existentes, depois devem ser lavados e retirado o sabão com água tépida e finalmente um banho com água destilada. Depois deixam-se a secar sobre um papel absorvente, no final da secagem devemos ter atenção se não ficaram depositadas sobre os mesmos manchas de secagem, imagem ao lado.
Enquanto o vidro fica neste processo de secagem natural, podemos ir preparar a cola de gelatina, esta cola é utilizada na colagem dos negativos de vidro quebrados, é feita do seguinte modo colocamos 50ml de água destilada num recipiente onde colocamos uma colher de chá de gelatina em pó, deixamos a gelatina inchar por cerca de 30 minutos e depois colocamos a aquecer em banho-maria, até atingir os 40º a essa temperatura a gelatina dissolve-se totalmente.

A imagem da esquerda mostra a fase de preparação da cola, a do centro mostra já a cola pronta a ser utilizada e a da direita a cola depois de passar uma semana sem estar no frio, cheia de bolor.
A gelatina cola deve-se aplicar sempre dentro deste valor de temperatura 40º em pontos que colocamos com um pincel muito fino sobre as bordas de ambos os vidros a colar. O excedente de cola não utilizada pode ser guardado para utilizações futuras no entanto deve ser guardado no frio pois é um material que tem muita tendência à criação de bolores.
Antes de aplicarmos a cola temos de ter em atenção o puzzle, aconselho mesmo a fazer um estudo prévio dos pedaços a colar sobre uma mesa de luz e com auxílio ao desenho como auxiliar da memória, em primeiro lugar formar os conjuntos de dois e assim sucessivamente de modo a que no final todos encaixem de forma natural. No caso de faltar algum pedaço deve cortar a forma do pedaço em falta em papel de conservação com a mesma espessura precisamente, coloque o pedaço cortado no local exacto e confira se se encaixa na perfeição, se for positivo o resultado podemos então passar à colagem.

Na imagem da esquerda o esquema de união das peças, primeiro unimos os pontos a amarelo, depois os vermelhos e finalmente os verdes, à direita a colocar os pontos para a colagem

Vamos então seguir o esquema que desenhamos e vamos proceder à colagem a colagem deve ser feita em pontos com auxílio de pincel muito fino e evitando excedentes de modo a que o trabalho saia o mais limpo possível, os pontos devem ser introduzidos nos dois lados dos vidros a unir e nunca passando para o lado da emulsão, devemos fazer uma ligeira pressão para acelerar o processo de colagem, deixando secar aproximadamente 10 minutos entre cada um. Depois de completamente colados os bocados do vidro, deixamos a secar lentamente.
Passada esta fase e com os vidros auxiliares já secos e o negativo em modo de secagem, vamos proceder a criação das molduras que vão ser introduzidas entre o negativo e os vidros auxiliares de modo a que deixem circular as massas gasosas. Estas molduras são feitas em papel de conservação de pouca espessura e devem ter o tamanho exacto dos vidros e uma moldura entre 3 a 5 mm sendo que quanto mais pequena for melhor ficará a apresentação do trabalho final. Depois de concluídas as duas molduras no caso de estarmos a trabalhar com dois vidros auxiliares vamos proceder à sandwich do negativo de vidro.

Na imagem da esquerda durante o processo de criação das molduras, à direita as molduras concluídas

Antes ainda de procedermos à sandwich e selagem devemos ver se existem excessos de cola que sejam necessários remover e rectificar se o negativo se encontra devidamente limpo. Seguidamente devemos colocar sobre o negativo a primeira moldura e seguidamente o primeiro vidro auxiliar por cima do mesmo de seguida e com o máximo cuidado viramos o conjunto, o que nos vai permitira avançar e colocar a segunda moldura espaçadora e o respectivo vidro auxiliar. Ficando assim o trabalho preparado para receber fase final de conservação deste negativo a selagem da sandwich, para tal devemos ter há mão as pinças e cartão de protecção bem como o rolo de fita Filmoplast P90. Colocamos as pinças, com o cartão para evitar riscar os vidros auxiliares, no lados mais curtos do negativo e com a fita Filmoplast P90 vamos aplicá-la no lado de maior cumprimento sobre todo o espaço com a fita centrada e sobrando nas pontas do negativo cerca de 2 cm como se exemplifica nas imagens seguintes.

À esquerda fase de colocação das pinças, à direita colocação do Filmoplast P90, onde se podem ver os 2cm a mais de cada lado do negativo em vidro da fita

Seguidamente com o auxílio de uma régua de osso viramos uma dos lados do Filmoplast sobre o vidro abrem-se dois cortes na fita como exemplificado ainda nas figuras seguintes e de pronto viramos a ponta central de corte para baixo e depois giramos sobre ela o outro corte o mesmo fazemos no canto oposto.

À esquerda a abrir os cortes na fita, à direita durante o processo de viragem do papel para o começo da colagem
Este procedimento efectuado de um dos lados é idêntico ao que vamos fazer no outro lado, ficamos assim com um dos lados selado o processo vai-se repetir até que todos os quatro cantos e encontrem devidamente selados. No final devemos acertar (cortar) o excesso de fita, sendo que a moldura como já foi referido deve ficar o menor possível.


Depois do processo estar aplicado aos quatro cantos, devemos de seguida abrir umas janelas laterais e no centro dos quatro cantos do negativo com aproximadamente 5mm para possibilitar a troca de massas gasosas.
Findo este processo devemos limpar muito bem os vidros auxiliares e o negativo em vidro está agora devidamente estabilizado e pronto a voltar ao seu envelope de acondicionamento.


Na imagem da esquerda o negativo em vidro depois da sandwich devidamente selado e com as aberturas para a circulação de massas gasosas já aplicadas. Na imagem da direita o negativo retocado em pós-produção com o Photoshop e com processo de inversão que o torna num positivo, podendo assim ser exposto a público.



Na imagem da esquerda o negativo em vidro depois da sandwich devidamente selado e com as aberturas para a circulação de massas gasosas já aplicadas. Na imagem da direita o negativo retocado em pós-produção com o Photoshop e com processo de inversão que o torna num positivo, podendo assim ser exposto a público.







ANEXOS



ALBUMINA
Segundo registos, os primeiros negativos em vidro em Albumina datam de 1848. Eram negativos de excelente qualidade. A sensibilidade do processo à luz era reduzida, não sendo portanto a ideal para o retrato, no entanto foi muito utilizada na fotografia de paisagem.

COLÓDIO HÚMIDO
Frederich Scott Archer - 1851 Apresenta uma inovação em vez de Albumina utiliza como meio ligante o Colódio. Este processo tinha uma enorme desvantagem que se prendia com o tempo que podia decorrer entre o processo de captura e de revelação que era mínimo. Isto fazia com que o fotógrafo não pudesse estar longe do estúdio. Tinham excelente definição e uma sensibilização à luz elevada. Como foi um processo que não foi registado teve grande aderência por parte dos fotógrafos e hoje faz parte de muitas colecções de fotografia.

COLÓDIO SECO
Todos os inconvenientes descritos no Colódio Húmido fizeram com que os fotógrafos tentassem alterar o processo. Quem teve mais sucesso nestas alterações foi Noris, a sensibilidade à luz diminuiu para metade, no entanto permitia que as chapas se pudessem conservar por cerca de seis meses depois de preparadas o que permitia o fotógrafo ter tempo para poder ir em viagem sem levar o laboratório com ele o que lhe conferia uma maior autonomia. Quando ficou comprovado o sucesso a Patent Dry Collodium Plate Co começou a produzir as placas industrialmente. Mais tarde apareceram umas placas extra rápidas e que duravam até um ano no entanto o Colódio Húmido continuou a ser o mais utilizado.

GELATINA E BROMETO DE PRATA
O inglês Maddox foi o primeiro a tornar prático o uso da gelatina em 1871. O uso de uma emulsão foi um importante passo em frente para permitir a produção industrial de chapas fotográficas, mas havia ainda um longo caminho a percorrer até se chegar à perfeição da fotografia de hoje.



Negativos de Gelatina Deteriorações

Nos negativos de gelatina o vidro é coberto pela gelatina impregnada com os grãos de prata. O vidro (suporte) é geralmente muito fino chegando a medir 1mm nos suportes de menores dimensões.
A forma de deterioração mais vulgar e como se pode depreender pelas espessuras do vidro utilizado, são as rachadelas e estilhaços, as colecções geralmente apresenta percentagens muito elevadas de negativos em vidro partidos em média 30%.
No entanto o vidro também pode sofrer alterações químicas principalmente derivado ao contacto com a gelatina, podendo perder a transparência e tornando-se leitosa a leitura do lado do suporte, esta deterioração deve-se à humidade e por vezes à exposição a luz intensa. Os riscos e sujidades são também frequentes principalmente do lado da emulsão, sendo em muitos casos irreversíveis.
O espelho de prata é frequente e o amarelecimento. O aparecimento de manchas amarelas ou castanhas na imagem denotam que houve erro durante o processo de revelação, geralmente por más lavagens.
Este tipo de suportes requer muito cuidado no seu manuseamento, devem encontrar-se em bolsas individuais de acondicionamento e dentro de caixas que devem ser bastante robustas no entanto pequenas para se evitar que estejam muitos espécimes dentro dela. Os negativos até um formato 13 x 18cm devem ser acondicionados na vertical a partir deste formato devemos considerar a armazenagem na horizontal As pilhas devem ser baixas para evitar estaladelas, não se devem trabalhar estes negativos fora da mesa de trabalho para evitar acidentes (quedas) que provocam a sua perca total.
Um ponto de bastante importância na preservação e conservação deste tipo de suporte é a humidade relativa que deve situar-se nos 35% + ou – 5%, devemos evitar ambientes secos e flutuações de humidade relativa. Estas flutuações de humidade relativa podem originar o deslocamento da camada de emulsão, o seu levantamento e posterior secagem e separação do suporte.
Listagem de Materiais (utilizados neste processo)



Luvas – Muito importante no manuseamento dos espécimes pois evita que deixemos gordura.
Pincéis e Trinchas – Devemos ter um tipo variado de pincéis e trinchas, pincéis nº 1 muito bom para aplicar pontos de cola, trinchas largas de cerdas macias para limpezas de sujidades.
Algodão – Muito importante nas limpezas
Espátulas – Espátulas de osso são muito importantes para fazer pressão sobre os objectos nomeadamente durante a selagem para fazer unir o Filmoplast ao vidro.
Pinças Metálicas – Vários tipos são bons auxiliares na remoção de fitas cola
Tesoura
X-Acto – De preferência com pontas finas
Réguas – Régua de metal uma pequena e de preferência com base de corticite para evitar deslizar sobre o papel e uma outra de um metro para cortes maiores.
Escolher uma base boa para corte
Lupa 4x - Para observar cuidadosamente os negativos
Lupa Binocular – Permite-nos distinguir com precisão o que são excrementos de bichos, riscos, perfurações etc… E com luz rasante permite descobrir a textura do negativo.
Pêra de Sopro – Importante na eliminação de poeiras e pêlos que se encontrem à superfície.
Pesos – São úteis durante as secagens para fazer pressão sobre os objectos a unir.
Borrachas - Borrachas "Rotring" ou borracha em pó de preferência as borrachas devem ser macias.
Panelas - Para a cozedura em banho-maria
Caixa de Luz – Essencial durante os vários processos de conservação


Consumíveis (utilizados neste processo)
Papel de Conservação
Mata-Borrão
Cartão de Conservação
Água Destilada
Álcool
Gelatina
Filmoplast P90




Na página seguinte encontra-se uma Ficha de Tratamento (in Pavão, Luís, Conservação de Colecções de Fotografia, Dinalivro, 1997, pág. 309) esta Ficha no meu ponto de vista é essencial como documento de acompanhamento do espécie enquanto o seu processo de conservação, é como que um BI do espécime durante esta fase e até para consultas posteriores.
FICHA DE TRATAMENTONúmero de Espécime …………………………………………………………………………………….....………………... Colecção ……………………………Dados Referentes ao ObjectoProcesso Fotográfico …………………………………………………………………………..…………………………………………………………………………….Dimensões …………………………………………………………………………………………………..…………………………………………………………………….Pintura ou Retoque Manual …………………………………………………….………………………………………………………………………………………..Suporte Secundário ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………Embalagem Actual …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….Estado de ConservaçãoEstado Geral ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………Formas de Deterioração Encontradas ………………………………………………………………………………………………………………………………..No Suporte ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..No Meio Ligante ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..Na Imagem ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..No Suporte Secundário ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………Tratamentos Propostos …………………………………………………………………………………………………………………………………………….........Reprodução a FazerTratamentos UrgentesConservaçãoCondições Ambientais RecomendadasExposição à LuzEmbalagemCondições EspeciaisTratamentos EfectuadosDescriçãoProdutos UsadosObservaçõesTécnico Responsável ………………………………… Data …………../………./…………. Doc./Fotos em Anexo ………………………………………Desenho Esquemático e Localização das Formas de Deterioração nas CostasFICHA DE TRATAMENTONúmero de Espécime …………………………………………………………………………………….....………………... Colecção ……………………………Dados Referentes ao ObjectoProcesso Fotográfico …………………………………………………………………………..…………………………………………………………………………….Dimensões …………………………………………………………………………………………………..…………………………………………………………………….Pintura ou Retoque Manual …………………………………………………….………………………………………………………………………………………..Suporte Secundário ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………Embalagem Actual …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….Estado de ConservaçãoEstado Geral ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………Formas de Deterioração Encontradas ………………………………………………………………………………………………………………………………..No Suporte ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..No Meio Ligante ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..Na Imagem ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..No Suporte Secundário ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………Tratamentos Propostos …………………………………………………………………………………………………………………………………………….........Reprodução a FazerTratamentos UrgentesConservaçãoCondições Ambientais RecomendadasExposição à LuzEmbalagemCondições EspeciaisTratamentos EfectuadosDescriçãoProdutos UsadosObservaçõesTécnico Responsável ………………………………… Data …………../………./…………. Doc./Fotos em Anexo ………………………………………Desenho Esquemático e Localização das Formas de Deterioração nas Costas
FICHA DE TRATAMENTO
Número de Espécime …………………………………………………………………………………….....………………... Colecção ……………………………
Dados Referentes ao Objecto
Processo Fotográfico …………………………………………………………………………..…………………………………………………………………………….
Dimensões …………………………………………………………………………………………………..…………………………………………………………………….
Pintura ou Retoque Manual …………………………………………………….………………………………………………………………………………………..
Suporte Secundário ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Embalagem Actual …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….
Estado de Conservação
Estado Geral ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Formas de Deterioração Encontradas ………………………………………………………………………………………………………………………………..
No Suporte ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
No Meio Ligante ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
Na Imagem ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
No Suporte Secundário ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Tratamentos Propostos …………………………………………………………………………………………………………………………………………….........
Reprodução a Fazer
Tratamentos Urgentes
Conservação
Condições Ambientais Recomendadas
Exposição à Luz
Embalagem
Condições Especiais
Tratamentos Efectuados
Descrição
Produtos Usados
Observações
Técnico Responsável ………………………………… Data …………../………./…………. Doc./Fotos em Anexo ………………………………………
Desenho Esquemático e Localização das Formas de Deterioração nas Costas
FICHA DE TRATAMENTO
Número de Espécime …………………………………………………………………………………….....………………... Colecção ……………………………
Dados Referentes ao Objecto
Processo Fotográfico …………………………………………………………………………..…………………………………………………………………………….
Dimensões …………………………………………………………………………………………………..…………………………………………………………………….
Pintura ou Retoque Manual …………………………………………………….………………………………………………………………………………………..
Suporte Secundário ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Embalagem Actual …………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….
Estado de Conservação
Estado Geral ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Formas de Deterioração Encontradas ………………………………………………………………………………………………………………………………..
No Suporte ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
No Meio Ligante ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
Na Imagem ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..
No Suporte Secundário ………………………………………………………………………………………………………………………………………………………
Tratamentos Propostos …………………………………………………………………………………………………………………………………………….........
Reprodução a Fazer
Tratamentos Urgentes
Conservação
Condições Ambientais Recomendadas
Exposição à Luz
Embalagem
Condições Especiais
Tratamentos Efectuados
Descrição
Produtos Usados
Observações
Técnico Responsável ………………………………… Data …………../………./…………. Doc./Fotos em Anexo ………………………………………
Desenho Esquemático e Localização das Formas de Deterioração nas Costas
Solventes

Os solventes são muitos importantes no processo de conservação, no entanto requerem cuidados redobrados, dado que alguns deles são bastante tóxicos. São importantes na limpeza de fungos e sujidades que se acumulam sobre as superfícies a tratar, no entanto além da sua toxidade temos que ter em atenção à sua compatibilidade com os processos que estamos a tratar, para não existirem percas irremediáveis de espécimes.
Os solventes podemos dividi-los em duas categorias, Solventes com Água (Etanol, Metanol e Propanol) e Solventes sem Água (Éter de Petróleo, Acetona, Tricloroetileno e Tricloroetano) quando escolhemos o solvente a utilizar nos nossos processos deveremos ter muito cuidado pois não devemos por exemplo utilizar solventes com água no caso do processo que temos em mão na sua composição usar água pois o resultado pode ser catastrófico.
Sempre que utilizamos solventes devemos começar pelos menos agressivos e só vamos aumentando a escala no caso dos resultados anteriores não serem satisfatórios e ao mesmo tempo se o espécime se encontrar em perfeitas condições de aceitação do tratamento.
Quando trabalhamos com solventes devemos ter em atenção as preocupações com a segurança, para tal devemos estar equipados com bata, ou avental, luvas, óculos de protecção e máscara com filtros de químicos.
Devemos ter conhecimento profundo dos efeitos causados pela inalação ou mau manuseamento dos produtos para podermos detectar possíveis efeitos secundários.




Glossário
Abrasão – Marcas, riscos causados por atrito.

Colódio Húmido - Processo fotográfico negativo em vidro, introduzido por Frederic Scott Archer em 1851. Foi o processo mais utilizado até 1875. A chapa era coberta com uma solução de colódio e iodeto de cádmio e enquanto húmida era imersa numa solução de nitrato de prata.
Após um ou dois minutos a chapa era colocada no chassis e exposta numa máquina fotográfica durante alguns segundos ou minutos. Imediatamente após a exposição a chapa era revelada em ácido pirogálico ou em sulfato ferroso, lavada, fixada em hipossulfito de sódio, lavada de novo e posta a secar. Todo o processo tinha que decorrer enquanto o colódio estava húmido, porque quando seco o colódio não é permeável ao revelador, nem ao fixador. Os fotógrafos eram obrigados a transportar consigo uma câmara escura para onde quer que fossem, e executavam todas as operações no local. As câmaras escuras portáteis tornaram-se características deste processo. As chapas de colódio apresentam uma cor esbranquiçada e uma distribuição de colódio irregular, especialmente nos bordos.

Emulsão - Composta por um meio ligante e o material formador da imagem que está em
suspensão no meio ligante sem se dissolver. Os materiais do meio ligante usados ao longo da história da fotografia foram o colódio, a albumina e actualmente a gelatina. Os materiais formadores da imagem podem ser os halogenetos de prata (p/b) ou os corantes (cor) Emulsão de cloreto de colódio - Introduzida em 1864 por George Simpson. Foi utilizada no fabrico de papel de impressão fotográfica e diapositivos em vidro. Produz uma imagem directamente sem revelação. No fim do século XIX o papel colodionado tornou-se muito popular devido à inclusão, na emulsão, de sais de ouro capazes de provocarem a viragem a ouro directamente (denominados de auto viradores).

Escamar - Deterioração de um material por libertação de pequenas escamas.

Espelho de Prata - Designação de uma forma de deterioração muito vulgar das imagens
fotográficas em prata filamentar gelatinada. O espelho de prata consiste no aparecimento de zonas de cor de chumbo, brilhantes, nos bordos e cantos das provas e negativos. Resulta da migração de iões de prata oxidada para a superfície da imagem e sua posterior redução a prata metálica. É mais acentuada em geral na periferia da fotografia porque é por aí que penetra a humidade.

Gelatina - Proteína natural, usada como um meio ligante dos sais de prata nas emulsões
fotográficas correntes. É extraída, por vários processos, das peles e ossos do gado. Os processos de extracção têm influência considerável nas propriedades da gelatina. A gelatina usada em fotografia é altamente purificada é bastante estável, não amarelecendo com o tempo. É designada por um gel reversível porque absorve água, incha e quando seca contrai e regressa ao estado inicial. Torna-se quebradiça em ambientes muito secos. Torna-se líquida a temperaturas superiores a 30 C.

Grão - Minúsculos pontos mais ou menos visíveis nas provas fotográficas ampliadas. São
formados durante a revelação do negativo pela aglutinação dos halogenetos de prata em
minúsculos filamentos de prata que tendem a crescer com o aumento do tempo de revelação. Confere às imagens fotográficas uma aparência arenosa. O grão torna-se mais visível quando o negativo é muito ampliado. Geralmente os filmes mais sensíveis à luz têm mais grão do que os filmes menos sensíveis.

Humidade Relativa - É a quantidade de vapor de água existente no ar, quantificada em termos de percentagem sobre a máxima quantidade de vapor de água que o ar pode conter à mesma temperatura.

Meio Ligante - É uma das camadas constituintes de uma prova fotográfica ou negativo, que contém em suspensão e protege os grãos de prata da imagem fotográfica. O material utilizado actualmente como meio ligante é a gelatina. No século XIX a albumina e o colódio foram igualmente utilizados. O meio ligante desempenha um papel importante na formação da imagem, devendo ser permeável aos banhos de processamento sem se dissolver neles. O material usado como meio ligante e o seu acabamento é determinante nas propriedades ópticas da prova fotográfica, tais como textura, brilho e em certa medida cor.

Negativo - Imagem que contém as densidades invertidas em relação ao original. As zonas claras do original são traduzidas por elevadas densidades e as zonas escuras são transparentes ou apresentam baixas densidades. Tratando-se de um negativo a cores, estas são reproduzidas através da sua cor complementar, o verde do original aparece magenta no negativo, o azul aparece amarelo e o vermelho aparece ciano. Os negativos geralmente são transparências, em filme ou vidro, para impressão.

Observação (em conservação) - Determinação dos materiais e da estrutura original de uma imagem fotográfica e avaliação da deterioração sofrida pela imagem e suporte.

Oxidação - No sentido restrito é uma reacção química de combinação com o oxigénio,

- Por ser transparente o ião de prata deixa de contribuir para a imagem. Consequentemente as imagens oxidadas perdem vigor e os pormenores das zonas mais claras desaparecem.
- Sendo móvel o ião de prata, este desloca-se para a superfície, onde pode recuperar o electrão perdido tornando-se de novo visível. Consequentemente as imagens oxidadas apresentam na superfície zonas brilhantes, cor de chumbo, chamadas espelho de prata. A espelhagem aparece frequentemente nos cantos e margens por onde a humidade penetra inicialmente.
- Sendo reactivo o ião de prata combina-se com o enxofre residual do processamento formando sulfuretos e originando manchas amarelas.

A oxidação da prata não tem efeitos significativos em objectos de prata, mas apenas em
partículas de dimensões microscópicas. A oxidação é provocada por agentes oxidantes dos quais são particularmente importantes o dióxido de azoto, o ozono e o peróxido de hidrogénio. Estes agentes oxidantes têm origem na poluição atmosférica, nos cheiros e
vernizes e tintas, no trabalhar de maquinaria eléctrica (como as fotocopiadoras), na madeira e nos cartões de má qualidade etc. Basta existirem numa quantidade muito pequena para desencadearem a oxidação. A oxidação é retardada fazendo baixar a humidade relativa do ar.

Restauro - Acção de travar e recuperar a deterioração de uma imagem fotográfica, tornando-a mais próxima do seu estado original do que aquele em que se encontra. Pode abranger aspectos diversos visando a cor, forma, apagamento de manchas, etc. Não deve falsificar o conteúdo estético ou histórico das imagens. Só deve ser empreendida por conservadores especializados e treinados para o fazer.

Sulfuração - Forma de deterioração das imagens de prata por reacção da prata com sulfureto de prata. A reacção ocorre com o enxofre residual do processamento das provas. Este resulta ou de uma lavagem insuficiente ou da utilização de fixador exausto. A
sulfuração começa por um amarelecimento das zonas mais claras da imagem, desaparecimento de pormenores e amarelecimento gradual da imagem. Quando a sulfuração é causada por fixador exausto observa-se também o aparecimento de manchas nas zonas brancas da imagem. Estas manchas são de sulfureto de prata, da prata não removida na fixagem.

Suporte - Em fotografia é o material sobre o qual uma emulsão fotográfica é aplicada. O suporte tradicional das imagens fotográficas é o papel (para as provas) ou o plástico (para os negativos e transparências). Ao longo da história da fotografia muitos outros materiais foram utilizados para suporte tais como vidro, cobre, ferro, pano, cabedal e loiça.


Bibliografia

Pavão, Luís, Conservação de Colecções de Fotografia, Dinalivro, 1997

















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