ISCAL INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DE LISBOA

July 27, 2017 | Autor: Júlio Ferrolho | Categoria: Quality Management, Sistema de custeio
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Descrição do Produto

ISCAL
INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DE LISBOA







Os custos da qualidade
(Texto de apoio ao estudo da disciplina de Contabilidade de Gestão)










Prof. Júlio César Ferrolho
Maio 2000





















ÍNDICE



OBJECTIVOS 3

CONTEÚDO 3

1. INTRODUÇÃO 4

2. OBJECTO 5

3. DEFINIÇÕES 6

4. ELEMENTOS DOS CUSTOS TOTAIS DA QUALIDADE 7

5. CONTABILIZAÇÃO E CÁLCULO 11

6. ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO E METODOLOGIA 13

7. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E INTERPRETAÇÃO 14

EXERCÍCIO 18

RESOLUÇÃO 19


























OS CUSTOS DA QUALIDADE






OBJECTIVOS

Apresentar a importância que tem para a empresa dispor de um sistema de
custos da qualidade para realçar situações de desperdício de recursos,
assim como a repercussão económica dos mesmos.

Da análise dos "custos da qualidade" surge o estabelecimento de prioridades
de acção e de uma política de melhoria que permita colocar a empresa numa
posição mais competitiva no mercado.


CONTEÚDO

Introdução
Objecto
Definições
Elementos dos custos
Cálculo contabilístico
Etapas de implementação e metodologia
Apresentação dos resultados e sua interpretação

Na parte final deste texto inclui-se um exercício resolvido com a intenção
de cimentar o grau de compreensão dos conceitos desta matéria.























1. INTRODUÇÃO


Um dos mitos de gestão mais prejudiciais do passado, ainda presente na
mentalidade de alguns gestores, é a crença de que a melhoria da qualidade é
sempre acompanhada de um custo maior. Demonstrou-se facilmente que a
melhoria da qualidade significa adequada utilização dos recursos:
equipamento, materiais, informação e sobretudo pessoas. A eliminação de
desperdícios e o aproveitamento ao máximo dos recursos citados supõem sem
dúvida custos mais baixos e produtividade mais elevada.


Esta forma de pensar os custos da qualidade está associada à
tecnologia de informação da gestão técnica das organizações designada por
"just in time".


Quando o conceito de qualidade se une ao conceito de custo numa
empresa, esta situação proporciona à organização a base fundamental para
uma liderança competitiva.


Os custos da qualidade não podem resolver por si só a problemática da
qualidade numa empresa, são apenas uma ferramenta que, utilizada de forma
sistemática, ajuda a direcção da empresa a compreender de maneira tangível
a magnitude do problema da qualidade, permitindo determinar com precisão as
oportunidades de melhoria e medir os progressos conseguidos com as decisões
tomadas nesse sentido.


























2. OBJECTO


Estabelecer a metodologia para a implementação de um sistema de custos
da qualidade, que permita a obtenção, a análise e a utilização dos mesmos
como instrumento de gestão.

A implementação de um sistema de custos constitui um elemento
estratégico de primeira ordem para a empresa, e como tal, deve ser liderado
pela Direcção. Sem esta premissa, as possibilidades de êxito serão muito
reduzidas ou possivelmente nulas.

Neste texto pretende-se apresentar os conceitos e indicadores do
sistema de custos da qualidade, e sistematizar o tratamento da informação
relacionada com esta problemática.

A aplicação mais imediata desta matéria baseia-se nas operações de
recolha e medição destes custos, ou na análise da sua evolução em períodos
distintos de tempo, e sua comparação contínua com outros dados internos. A
sua utilização como instrumento de gestão da empresa permite identificar as
áreas com maior necessidade e susceptibilidade de melhoria, valorizar a sua
magnitude e decidir acções correctivas com informação suficiente sobre os
respectivos custos.


Uma vez completadas estas fases, é possível estabelecer programas que
ajudem a corrigir os sistemas de qualidade existentes, e a detectar
fraquezas nos mesmos. A conclusão do desenvolvimento do projecto deve
permitir programar e orçamentar as expectativas de redução dos custos
totais da qualidade.

Na implementação de um sistema de custos da qualidade é essencial
fazer participar toda a organização da empresa e estabelecer as
responsabilidades necessárias para o indispensável controlo.

A seguir apresenta-se um guia para a implementação de um sistema com
estas características, e a metodologia para identificar e quantificar os
elementos integrantes dos custos da qualidade.
















3. DEFINIÇÕES

8. Custos totais da qualidade
São a soma dos custos da qualidade e dos custos da não qualidade.
9. Custos da qualidade
São os gastos originados pelo desenvolvimento das actividades necessárias
para alcançar os objectivos de qualidade definidos pela Direcção da
empresa.
Reflectem o esforço económico e voluntário da empresa para garantir que
os seus produtos satisfaçam os requisitos acordados e satisfaçam as
expectativas dos seus clientes.
São a soma dos custos de prevenção e dos custos de avaliação.
10. Custos de prevenção
Gastos originados pelo desenvolvimento das actividades necessárias para
melhorar o Sistema de Qualidade, prevenir o aparecimento de defeitos e
garantir economicamente os níveis de qualidade estabelecidos
11. Custos de avaliação
Gastos originados como consequência do desenvolvimento das actividades de
ensaio, de inspecção e de verificação necessárias para comprovar que se
mantém a qualidade especificada.
12. Custos da não qualidade
Gastos associados às falhas dos bens vendidos e dos serviços prestados
quando não se cumprem os requisitos acordados com os clientes. Reflectem
as consequências económicas negativas que ocasionam as falhas em matéria de
qualidade. São a soma dos custos de falhas internas e dos custos de falhas
externas. Custos de falhas internas
Gastos associados aos bens e serviços que não cumprem os requisitos
especificados de qualidade, e cujo incumprimento se manifesta antes da
recepção do bem ou do serviço pelo cliente.
13. Custos de falhas externas
Gastos associados aos bens e serviços que não cumprem os requisitos
especificados de qualidade, e cujo incumprimento se manifesta depois da
recepção do bem ou do serviço pelo cliente.







































4. ELEMENTOS DOS CUSTOS TOTAIS DA QUALIDADE

A seguir se indicam alguns dos componentes mais habituais dos custos
totais da qualidade, classificados dentro das quatro categorias:


prevenção, avaliação, falhas internas e falhas externas.

4.1. CUSTOS DE PREVENÇÃO

1. Planificação e administração da qualidade.
Custos originados pelas actividades de análise da informação existente
sobre o Sistema de Qualidade, com o fim de estabelecer futuros requisitos
e objectivos.
Habitualmente, estas actividades são desenvolvidas pelo responsável do
serviço de qualidade na empresa.

Engenharia da qualidade.
Custos do pessoal e dos recursos dedicados a assegurar o Sistema de
Qualidade (inclui os de redacção de procedimentos, de instruções técnicas
de qualidade e de critérios de aceitação).


São custos do pessoal e dos recursos dedicados a desenvolver os planos de
controlo, e a determinar os níveis de qualidade e os meios de controlo da
sua utilização.


Formação e treino na área da qualidade.
Custos originados pelas actividades de desenvolvimento e de manutenção de
programas de formação e treino de pessoal na área de qualidade.


Custos originados pelas actividades de qualificação e certificação das
pessoas em técnicas estatísticas e processos especiais de registo e
acompanhamento dos factos relevantes na área da qualidade.


Supervisão e avaliação de fornecedores.
Custos de pessoal e de recursos dedicados a:


1. Implementar e aplicar sistemas de avaliação de fornecedores e a
determinar as correspondentes qualificações para melhorar a selecção
dos mesmos.
2. Proceder à resolução dos problemas de qualidade nos produtos
adquiridos e a orientar os fornecedores até ao estabelecimento das
acções correctoras que devem ser implementadas.

3. Revisão do desenho e engenharia dos produtos.
Custos originados pelas actividades de análise do desenho dos produtos,
antes de ser iniciada a fase da sua produção, instalação ou montagem.


4. Calibragem e manutenção de equipamentos e instrumentos de verificação e
ensaio.
Custos originados pelas actividades de calibragem e manutenção de
equipamentos de verificação e ensaio, destinados à prevenção de erros e
defeitos.

Auditorias do sistema de qualidade.
Custos originados pelas actividades de realização de auditorias que
tenham por objecto avaliar a eficácia do próprio sistema de garantia da
qualidade.

Serviço ao cliente
Custos originados pelas actividades de medição do nível de satisfação dos
clientes com o bem ou serviço recebido.

4.2. CUSTOS DE AVALIAÇÃO

Verificação e recepção de fornecimentos.
Custos originados pelas actividades de inspecção de bens e serviços
fornecidos por terceiros, antes da sua incorporação no processo
produtivo.

Verificação da produção interna.
Custos originados pelas actividades de inspecção desenvolvidas durante o
processo produtivo, que incluem:
5. custos das inspecções realizadas pelo pessoal do Controlo de
Qualidade.
6. custos das inspecções realizadas pelo pessoal da área de fabricação.
Incorpora tanto o custo de pessoal dedicado integralmente a trabalhos
de inspecção, ou parte do custo de actividades parciais, como o custo
dos tempos activos dedicados ao autocontrolo.

Ensaios e testes.
Custos originados pelas actividades de análise das propriedades do
produto (bem ou serviço). Quer sejam físicas, químicas, mecânicas ou
funcionais.

Auditorias de Processo.
Custos originados pelas actividades de auditoria desenvolvidas com o fim
de estimar se as tarefas na produção do bem ou na prestação do serviço
são realizadas com os elementos, e nas condições previamente
estabelecidas.

Auditorias de Produto (bem ou serviço).
Custos originados pelas actividades de auditoria desenvolvidas com o fim
de estimar o nível de qualidade do produto entregue ou serviço prestado,
e sua adequação aos requisitos exigidos.


Calibragem e manutenção de instrumentos de inspecção e ensaio.
Custos originados pelas actividades de calibragem e manutenção dos
instrumentos de verificação e ensaio, destinados a avaliação.

Testes de qualificação, certificação e homologação de novos produtos (em
laboratórios próprios ou externos).
Custos derivados das demonstrações e testes requeridos pelo cliente ou
gastos de garantias prestadas por terceiros.


Verificações finais.
Custos originados pelas actividades de inspecção realizadas ao bem ou aos
serviços, antes da entrega ao cliente.

Verificações subcontratadas.
Gastos originados pelas actividades de inspecção realizadas ao bem ou
serviço, antes da recepção pelo cliente, por entidades externas.

4.3. CUSTOS DE FALHAS INTERNAS

Desvios do processo.
Custos dos materiais e mão de obra, imputados aos bens e serviços
fabricados, resultantes da utilização de materiais, instalações e pessoas
num processo diferente do previsto.

Produtos e materiais inúteis.


* imputáveis à produção:
custos dos materiais e mão de obra incorporada, imputados aos bens
fabricados e serviços prestados, recusados por não alcançarem o nível de
qualidade requerido e que não podem ser usados posteriormente ou
recuperados.


* imputáveis a outros:
custos dos materiais deteriorados por falhas devidas aos fornecedores, ao
armazenamento ou à manipulação inadequada por terceiros, erros n o
desenho e que não permitem o uso posterior dos produtos nem a sua
recuperação.

Recuperações e reparações.
custos originados pelas actividades de recuperação ou reparação dos
produtos fabricados defeituosamente, com o fim de fá-los novamente aptos
para o uso.


Reinspecção e repetição de ensaios.
custos originados pelas actividades de inspecção e ensaio dos produtos
recuperados, reparados ou reprocessados na fabricação.


Repetição, por entidades externas e por motivos imputáveis à empresa, dos
controlos e testes requeridos pelo cliente.


Redesenho.
custos originados pelas actividades de mudanças e alterações no desenho
de um bem ou um serviço, quando estes não são adequados, total ou
parcialmente, às necessidades especificadas.
Geralmente incluem-se os ensaios que estas mudanças originam.





4.4. CUSTOS DE FALHAS EXTERNAS

Garantias contratuais
custos originados pelas actividades de serviço ao cliente para resolver
defeitos de qualidade, quando tenham sido contratados, ou resultem de um
compromisso de garantia, por um período definido de tempo.

Concessões comerciais
gastos aceites pelas empresas, por razões de interesse comercial, para
resolver defeitos de qualidade dos seus produtos (bens ou serviços), para
além das condições estipuladas nas garantias contratuais, tais como: os
descontos em preços, os prolongamentos do período de garantia, as
revisões complementares, e as substituições de peças.


Penalizações
Gastos originados por pagos devidos a causas tais como: incumprimento de
prazos de entrega, transgressão de disposições legais, e como
consequência de falhas dos tribunais.

Serviço ao cliente
custos originados pelas actividades de investigação de queixas e
reclamações do cliente, relativas ao bem ou serviço fornecido e prestado.

Bens e serviços recusados ou devolvidos
custos originados pelas actividades de reparação ou substituição de bens
devolvidos e serviços recusados. Inclui a inspecção e testes relativos a
nova entrega.

Alterações em período de utilização
custos originados pelas actividades de alteração do bem ou serviço,
realizadas posteriormente à recepção pelo cliente. Alterações
necessárias para que reuna todas as características que estavam previstas
e que não tinham sido solicitadas, como melhorias, pelo cliente.





















5. CONTABILIZAÇÃO E CÁLCULO


5.1. CONTABILIZAÇÃO

a) Dos Custos totais da Qualidade.
A contabilização dos custos totais de qualidade deve-se apoiar no sistema
contabilístico estabelecido em cada empresa. É necessário que exista uma
distribuição por centros de custos, de modo que neles fiquem identificadas
todas e cada uma das unidades organizativas da empresa, e possa obter-se a
análise dos gastos por natureza, correspondente a cada uma delas.

Quando não seja possível a distinção no sistema contabilístico da
empresa, procurar-se-á criar Centros de Custo "fictícios" ou de cálculo.


Haverá que ter presente que, neste sistema de custos, é necessário
contabilizar custos que normalmente não se evidenciam por ser laboriosa a
sua quantificação até ao grau de detalhe necessário (custos não aflorados),
ou então, que o estado de desenvolvimento e implementação do Sistema de
Custos da qualidade não identifica (custos ocultos). É conveniente,
portanto, estabelecer umas percentagens como previsão destes custos. O
valor destas percentagens depende do nível de implementação do Sistema de
Qualidade da empresa.
Os custos não aflorados e os custos ocultos têm mais relevância nos
custos da não qualidade do que nos custos da qualidade, pelo maior valor
que os custos da não qualidade representam em relação ao total.

b) Dos Custos da Qualidade.
A contabilização destes custos é mais simples quanto maior é o grau de
pormenorização contabilístico estabelecido na empresa. A separação do
custo da dedicação das pessoas a tarefas de prevenção e de avaliação pode
facilitar, também, a contabilização.

c) Dos Custos da não Qualidade.
A contabilização destes custos exige fontes de captação dos dados
distintas, segundo se trate de falhas internas ou externas.


A contabilização dos custos de falhas internas, faz necessária a
existência de algum suporte da informação que permita conhecer o valor
económico dos produtos (bens e serviços) inúteis, recuperáveis ou
reparáveis.

A contabilização dos custos de falhas externas, exige a informação gerada
pelos Departamentos Comerciais, e de Serviço Após Venda pelas reclamações
dos clientes.

5.2. BASES DE CÁLCULO

Para determinar o valor contabilístico dos elementos de custo definidos
no capítulo anterior utiliza-se, segundo corresponda, os seguintes gastos
por natureza:

7. Custos salariais e encargos relacionados:
Retribuições do Pessoal.
Segurança Social.
Prestações Sociais.
8. Gastos de viagem:
Deslocações.
Refeições em serviço
Alojamento.
9. Comunicações
10. Materiais e energias consumidos
11. Relações públicas.
12. Gastos transferidos de outros Centros de Custos.
13. Amortização de instalações e equipamentos industriais e de transporte
14. Rendas e alugueres.
15. Subcontratações.
16. Outros gastos de gestão.

A valorização dos produtos (bens e serviços) inúteis incluirá, pelo
menos, o seu custo directo de produção (custo da matéria prima, das
matérias auxiliares e da mão de obra directa) calculado de acordo com o
grau de acabamento alcançado.

Os desenhos de fabricação considerados como indispensáveis, pelo estado
da tecnologia, podem ser incluídos ou não, dependendo da base de referência
adoptada para o cálculo.


Reduz-se o valor da sucata dos materiais inúteis, ou a parte do serviço
utilizável noutra aplicação.

A valorização da recuperação, reparação e reacondicionamento de produtos
inclui o custo da mão de obra e dos materiais utilizados nestas operações
não previstas, tomando como base o tempo empregado, e o custo da unidade de
obra de cada um dos Centros de Custos.

Não se incluem os custos que são imputáveis aos fornecedores, e dos quais
se fez o débito ao responsáveis.

Na valorização dos custos correspondentes à garantia e correspondente
serviço ao cliente, dos produtos fornecidos por motivo de reparações ou de
substituições, incluir-se-ão os custos de desmontagem e montagem que sejam
necessário executar e suportar, na parte do custo do serviço após venda que
corresponda a estas actividades e os gastos de transporte e deslocação do
pessoal às instalações do cliente ou onde for necessário para dar
satisfação à reclamação do mesmo,.

Para o cálculo do custo dos produtos recusados não recuperáveis, incluir-
se-ão os descontos feitos aos clientes de facturas já emitidas, assim como
todos os gastos derivados da devolução dos produtos.









6. ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO E METODOLOGIA

A implementação de um Sistema de Gestão de Custos da qualidade realiza-
se em três etapas inter-relacionadas.

6.1. ETAPA DE previsão

A primeira, a ETAPA DE PREVISÃO dos custos da qualidade, permite
identificar facilmente a existência de situações que poderiam ser
melhoradas economicamente. O objectivo desta etapa é a justificação do
lançamento de um programa de melhoria da qualidade e de redução dos custos.


A responsabilidade de preparar e apresentar a informação é,
exclusivamente, do responsável de Qualidade, que utiliza dados que solicita
à Contabilidade Interna ou Analítica, suplementados com previsões e
estimativas e amostragens, e dados obtidos de questionários enviados às
unidades organizativas objecto de estudo.


Estas fontes de informação normalmente são suficientes para um estudo
inicial, que identifique oportunidades e projectos de melhoria.

6.2. etapa de desenvolvimento

A segunda, a ETAPA DE DESENVOLVIMENTO, permite analisar com maior
detalhe os custos da qualidade, e estimular o progresso do programa de
melhoria. É necessária uma precisão maior, e para consegui-la se exige,
frequentemente, mudar a forma de realizar as anotações e revisar as
práticas contabilísticos. O exame destas práticas permite sugerir
geralmente, uma reestruturação dos registos de dados e dos papéis de
trabalho, e implica o treino complementar do pessoal, e alguma revisão do
Plano de Contas, introduzindo codificações complementares.


Nesta etapa, a responsabilidade de preparar a informação deve ser
partilhada com o responsável da contabilidade interna, sendo verificada
detalhadamente por esta última. A apresentação das informações da Direcção
será da responsabilidade do responsável da Qualidade. Mantêm-se os
critérios de contabilização indicados na etapa de previsão.

6.3. etapa de controlo

A terceira, a ETAPA DE CONTROLO, proporciona os dados necessários para
ajustar as melhorias conseguidas e para fazer um seguimento contínuo dos
custos. Em contraste com a utilização de previsões e outros métodos
rápidos, adequados na etapa de previsão, o registo contínuo da informação
nesta etapa, deve estar baseado num sistema formal de recolha de dados,
gerido pelos departamentos ou responsáveis da Qualidade e da Contabilidade,
e o mais informatizado que seja possível.


A responsabilidade da apresentação do relatório à Direcção passa a ser
da Contabilidade. A preparação das informações deve ser partilhada com a
área da Qualidade, que trará a interpretação dos resultados, análise de
tendências, e as bases de comparação, numa óptica eminentemente de controlo
de gestão.



7. APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS E INTERPRETAÇÃO


7.1 condições recomendadas

Para que as informações sobre custos da qualidade sejam eficazes,
recomenda-se que satisfaçam as seguintes condições:
a) Frequência
Uma vez em cada semestre, pelo menos.
b) Tipo
Segundo a estrutura da empresa, convém fazer distintas informações. Por
exemplo: por unidades organizativas, por linhas de produção, por programas,
por projectos, por pedidos ou unitariamente por produtos.
c) Estabilidade dos critérios
Os critérios contabilísticos que se estabeleçam dever-se-ão manter
constantes durante um período de tempo suficiente que permita analisar
tendências e efectuar comparações.
d) Segurança de informação
Os resultados serão calculados e distribuídos pela Contabilidade
Interna, a partir dos dados proporcionados pela Qualidade, e pelas outras
Unidades envolvidas.
e) Separação por categorias e tipos:
Os índices deverão ser apresentados sempre individualizando os custos de
Prevenção, Avaliação, Falhas Internas e Falhas Externas.
f) Localização de áreas de melhoria:
Quanto mais detalhados forem as informações, mais fácil resulta detectar as
linhas de produção, secções ou outras unidades organizativas que apresentem
as maiores possibilidades de melhoria.

7.2. INDICADORES de CONTROLO

Poderão utilizar-se como principais os dois seguintes indicadores:

Custos Totais de Qualidade ou também Custos Totais
de Qualidade
Vendas Brutas Valor Acrescentado

Além destes indicadores deve-se completar a informação com aqueles que
resultem mais significativos para cada empresa, tais como:


a) Custos da não qualidade na função de Compras:



Custos da não qualidade no material comprado
custos material recepcionado


Custo material aceite sob condição
custos material recepcionado


b) Custos de avaliação na função de Compras:



Custos de verificação em recepção
Custos material recepcionado.

c) Custos da não qualidade na função Fabricação

Custos de recuperações e reparações
Custos totais de fabricação




Custos de produtos recusados
Custos totais de fabricação


d) Custos de avaliação na função Fabricação

Custos de verificação dos produtos fabricados
Custos totais de fabricação.


e) Índice de falhas na função após venda:


Custos da devoluções + custos de garantias
Total Vendas Brutas

f) Índice de falhas no conjunto da empresa:


Custos da não qualidade__ ____Custo de Não
Qualidade_____
Total Vendas Brutas Custo de
(Qualidade + Não Qualidade)


Custo falhas internas___________ _______Custo falhas
externas_______
Custos de (Qualid.+ Não Qualid.) Custos de
(Qualidade + Não Qualidade)


g) Prevenção/Avaliação no conjunto da empresa:

Custo de Prevenção_________
Custo de (Qualidade + Não Qualidade)


Custo de Avaliação_______
Custo de (Qualidade + Não Qualidade)







7.3. UTILIDADE DA INFORMAÇÃO


As informações acerca dos custos da qualidade devem ser utilizadas
como instrumento de gestão, para determinar sobretudo as causas das falhas.
Permitem, mediante ferramentas simples, tais como o Diagrama de Pareto,
acometer melhorias de qualidade naquelas áreas operacionais sob controlo
onde os desperdícios são maiores.


Como possíveis causas das falhas é comum encontrar, entre outras, algumas
das seguintes:
17. Operações pendentes de anteriores fases da fabricação ou prestação do
serviço.
18. Falta de matérias primas e auxiliares.
19. Troca de materiais.
20. Excesso de existências no armazém de matérias primas.
21. Ferramentas (ausência, defeito, substituição).
22. Instrumentos ou instalações com problemas (manutenção).
23. Processo de fabricação ou prestação do serviço (operações indevidas,
ou realizadas em ordem incorrecta).
24. Manipulação indevida (meios não adequados, falta de protecção).
25. Má calibragem de instrumentos de medição ou ensaio.
26. Erros do pessoal (falta de formação, treino ou motivação).
27. Absentismo laboral.

7.4. COMPORTAMENTO DOS CUSTOS DA QUALIDADE NO TEMPO


No gráfico seguinte mostra-se a evolução dos custos da qualidade
numa empresa ao longo de 5 anos, relacionados com a
implementação de um Sistema de Garantia de Qualidade.



























Nele se verifica que à medida que aumentam os custos de prevenção e de
avaliação diminuem os custos das falhas tanto de carácter interno com
externo.Pode surpreender o facto do incremento de custos das falhas
internas, que se observa no ano 1.996, quando cresceram tanto os custos de
prevenção como os de avaliação. Esta circunstância não tem que surpreender
e é devida a factores múltiplos, tais como o lançamento de novos produtos
ou uma falha dos sistemas de controlo de qualidade.




EXERCÍCIO

O responsável do Serviço de Qualidade da Companhia de Plásticos
Reunidos S.A. obteve a seguinte informação da contabilidade da empresa, e
das recolhas que pessoalmente fez ao longo de todo o ano de1999.

Valores em milhares de escudos
- Materiais utilizados para ensaios e inspecções 800
- Auditorias a fornecedores 600
- Horas extraordinárias devidas a problemas de fabricação 2.500
- Classificação de materiais defeituosos 1.100
- Planificações a curto, médio e longo prazo 800
- Absentismo dos trabalhadores 4.000
- Reparação de avarias em produtos devolvidos 1.800
- Formação do pessoal de reparações de assistência pós venda 1.000
- Selecção de novos trabalhadores 800
- Auditorias de qualidade aos produtos 975
- Auditorias de satisfação de clientes 750
- Excesso de existências nos armazéns 3.500
- Incobráveis 8.300
- Falta de eficiência energética 3.200


Calcular o custo total de prevenção, avaliação, falhas internas, falhas
externas e os custos da não qualidade. Se o total das vendas durante o
ano 1.999 de Plásticos Reunidos S.A., ascendeu a 600 mil contos. Qual a
% dos custos totais de qualidade em relação às vendas?




































RESOLUÇÃO

Cálculo dos Custos

1. DE QUALIDADE

14. Prevenção:
* Auditorias a fornecedores 600
* Planificação a curto, médio e longo prazo 800
* Selecção de novos trabalhadores 800
Total custos de prevenção: 2.200

15. Avaliação:
* Materiais usados para ensaios e inspecções 800
* Auditorias de qualidade aos produtos 975
* Auditorias de satisfação de clientes 750
Total custos avaliação: 2.525

CUSTOS DA QUALIDADE= Custos de prevenção e custos de avaliação
4.725 = 2.200 +
2.525

1. DE NÃO QUALIDADE:

16. Falhas internas:
* Horas extraordinárias por falhas de fabricação 2.500
* Classificação de materiais defeituosos 1.100
* Absentismo laboral 4.000
* Excesso de existências nos armazéns 3.500
* Falta de eficiência energética 3.200
Total dos custos das falhas internas: 14.300

17. Falhas externas:
* Reparação de avarias de produtos devolvidos 1.800
* Formação de pessoal das reparações 1.000
* Incobráveis 8.300
Total dos custos das falhas externas: 11.100

18. Total dos Custos da não qualidade = custos de falhas internas +
custos de falhas externas
25.400 =
14.300 + 11.100

2. CUSTOS TOTAIS DE QUALIDADE = Custos da qualidade + Custos da não
qualidade
30.125 =
4.725 + 25.400

Custos totais de Qualidade 30.125
=
* 100 = 5,02 %
Total de Vendas 600.000




-----------------------


CUSTOS DA QUALIDADE

+ CUSTOS DA NÃO QUALIDADE

IS DA QUALIDADE

= CUSTOS TOTA

CUSTOS de FALHAS EXTERNAS





CUSTOS؀ࠁࠇࡅࡣࢧࢱࣱࣲࣖࣗࣙࣚ࣪ࣳइईउऊदध 쿚맄馮议羃敷敘㵈㴴ᘑ 됥洀H渄H甄Ĉᘕ 됥 ⽊洀H渄H甄Ĉ
̞jᘀ 됥 ⽊唀Ĉ䡭Ѐ䡮Ѐࡵᘙ 됥㬀脈䩃䩏䩑䩡 de FALHAS INTERNAS





CUSTOS de AVALIAÇÃO



CUSTOS de PREVENÇÃO




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