Jesus e o seu Tempo: Conhecendo o contexto da sociedade judaica dos tempos de Jesus (Jesus and his time: Knowing the context of Jewish society of Jesus\' time)

May 31, 2017 | Autor: V. Nascimento Mil... | Categoria: Teologia, Cristianismo
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Professor

ovens L i ç o e s

cpad.com.br

B í b l i c a s

2o trim estre 2015

CWD

A CGADB e a CPAD lançam o maior projeto de Evangelização pós-Centenário:

GANHO

UM PROJETO BASEADO NO MODELO DA IGREJA PRIMITIVA ONDE HOUVER: Um ponto de pregação, uma sala de culto, ou uma catedral das Assembleias de Deus, haverá um alvo: Um crente ganhar pelo menos uma alma por ano.

COORDENAÇÃO NACIONAL PR. JOSÉ WELLINGTON BEZERRA DA COSTA Presidente da C G A D B

PR. JOSÉ WELLINGTON COSTA JÚNIOR

A METODOLOGIA E ESTRATÉGIA DO PROJETO VISA: • Conscientizar, treinar, desafiar e envolver toda a igreja na evangelização, com os respectivos departamentos: • Faixas etárias: crianças, adolescentes, jovens, adultos e terceira idade. • Treinar os jovens universitários para evangelizar nas Universidades. • Profissionais Liberais e Empresários (com o apoio dos coordenadores nacionais)

Presidente do Conselho Administrativo da CPAD

DR. RONALDO RODRIGUES DE SOUZA Diretor Executivo da CPAD

PR. RAUL CAVALCANTE BATISTA Presidente da Comissão de Evangelização e Discipulado da C G A D B

PR. ARNALDO SENNA Coordenador Nacional de Projetos de Evangelização da C G A D B

^ ► V is it e nosso portal: www.avancaad.com.br • Curta nossa página no Face: EuGanho+Um

JESUS E O SEU TEMPO C O N H E C E N D O O C O N T EX T O DA S O C IE D A D E JUDAICA D O S T E M P O S D E J E S U S Comentarista: Valmir Milomem

2° trimestre 2015

Lição 1 A Terra de Jesus

3

Lição 2 A Terra de Jesus Hoje

10

Lição 3 Jesus e os G rupos Político-R eligiosos de sua Época

17

Lição 4 Jesus e a Lei

25

Lição 5 Jesus e a Im plantação do Reino de Deus

32

Lição 6 Jesus, o Tem plo e a Sinagoga

40

Lição 7 Jesus, o M estre da Justiça

47

Lição 8 Jesus e as M inorias

54

Lição 9 Jesus e a Cobiça dos Hom ens

62

Lição 10 0 D iscípulo de Jesus e os M ovim entos Sociais

69

Lição l l Os D iscípulos de Jesus e a Questão Am biental

76

Lição 12 Os D iscípulos de Jesus e a Participação Política

83

Lição 13 Os Servos de Jesus, Sal da Terra e Luz do M undo

90

DA REDAÇÃO CB4D CASA P U B L IC A D O R A DAS A S S E M B L E iA S DE DEUS Presidente da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil José Wellington Bezerra da Costa Presidente do Conselho Administrativo José Wellington Costa Júnior Diretor Executivo Ronaldo Rodrigues de Souza

Gerente de Publicações Alexandre Claudino Coelho

Consultoria Doutrinária e Teológica Antonio Gilberto e Claudionor de Andrade

Gerente Financeiro Josafá Franklin Santos Bomfim

Gerente de Produção Jarbas Ramires Silva

Gerente Comercial Cícero da Silva

Gerente da Rede de Lojas João Batista Guilherme da Silva Chefe de Arte & Design Wagner de Almeida

Chefe do Setor de Educação Cristã César Moisés Carvalho

Comentarista Valmir Milomem

Editora Telma Bueno

Designer, Diagramação e Capa Suzane Barboza

Fotos Shutterstock

Prezado professor, Neste segundo trimestre do ano, estudarem os a respeito do homem mais importante que já viveu nesta terra: Jesus. A História está dividida em antes e depois de Cristo. Jesus é o Filho de Deus e o Filho do Homem. Como ho­ mem, Ele viveu e cresceu na Palestina. Jesus nasceu em um tempo em que os judeus estavam debaixo do jugo dos romanos, por isso, todos esperavam que o Messias os libertasse do poder do Império Romano. As lições deste trimestre não vão tra­ tar da vida e obra de Jesus. Estudaremos a respeito da terra de Jesus: a Palestina. Conhecer a terra de Israel da época de Jesus é necessário para que possamos compreender o contexto da sociedade judaica do início do primeiro século e o porquê de algumas atitudes de Jesus e seus ensinos. Veremos quais foram os partidos políticos da época e como Jesus se relacionava com eles. Que possamos crescer no conhe­ cimento do Filho de Deus e viver em nosso tempo, em nossa sociedade, como "sal" e “luz". Que Deus o abençoe. Até o próximo trimestre.

RIO DE JANEIRO CPAD M a t r iz Av. BrasiL, 3 4 4 0 1 - Bangu - CEP21852-002 Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21) 24 06 -7373 - Fax: (2 i! 2406-7326 E-m ail: comercial(ã>cpad.cam-br T e l e m a r k e t in g 0 8 0 0 -0 2 1 -7 3 7 3 Ligação gratuita Segunda a sexta: 8h às l8h L iv r a r ia V ir t u a l http://www.cpad.com.br

Os editores.

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05/04/2015

AT ERRA DE JESUS TEXTO DO DIA

'

“Então ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel" (Mt 2.21).

AGENDA DE LEITURA SEGUNDA-Hb 110 0 fundador da terra

TERÇA- M q 52 Terra do nascimento de Jesus QUARTA - Gl 4.4,5 0 envio à terra

r

Q U IN T A -M t26 Terra do Salvador

SÍNTESE

Aprender a cultura da terra de Israel na época de Jesus é essencial para compreendermos a mensagem dos Evangelhos hoje.

À

SE X T A -M t 28.18 Poder sobre 0 céu e a terra SÁBADO -Jr 2229 Terra, ouve a Palavra do Senhor!

1

JOVENS 3

OBJETIVOS • RESSALTA R a im p o rtâ n cia da en carnação do Filho de Deus na h istória humana; • C O M P R E E N D E R o contexto po lítico sob o dom ínio rom ano da terra de Israel nos tem pos de Jesus; • SABER como era o trabalho e a economia naquela época.

INTERAÇÃO Caro professor, neste trimestre teremos a oportunidade de estudar a respeito do contexto social, político e religioso da Palestina nos tempos de Jesus. Além de aprender sobre a sua terra e os costumes do seu povo, veremos como o Mestre reagia frente às questões do seu tempo, desde os aspectos religiosos às questões sociais, cujos ensinos e exemplo servem-nos como modelos para nós. O comentarista, Valmir Nascimento Milomem, é evangelista, teólogo e escritor.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Professor, sugerimos que reproduza o mapa abaixo. Mostre aos alunos o relevo de Israel nos tempos do Novo Testamento. Peça-lhes que observem bem as regiões da Judeia e da Galileia.

0 í.Ul£'4

B íblia de E stu d o Palavra-Chave, CPAD. mapa 1o.

T E X T O B ÍB L IC O Mateus 2.1-12,19-21 1

2

E, tendo nascido Jesus em Belém da Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém, e perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo.

3

E o rei Herodes, ouvindo isso. perturbou-se, e toda a Jerusalém, com ele.

4

E, congregados todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo.

5

E eles lhe disseram: Em Belém da Judeia, porque assim está escrito pelo profeta:

6

E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá, porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu povo de Israel.

e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. 9

E, tendo eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia adiante deles, até que. chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino.

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E, vendo eles a estrela, alegraram-se muito com grande júbiLo.

11

E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, Lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra.

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E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, partiram para a sua terra por outro caminho.

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Morto, porém, Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu, num sonho, a José, no Egito,

7

Então, Herodes, chamando secreta­ mente os magos, inquiriu exatamente d e le s acerca do tem po em que a estrela lhes aparecera.

20 dizendo: Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel, porque já estão mortos os que procu­ ravam a morte do menino.

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E, enviando-os a Belém, disse: Ide, e perguntai diligentemente pelo menino,

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Então, ele se levantou, e tomou o menino e sua mãe, e foi para a terra de Israel.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO N este t rim e s tre , fa re m o s u m a “v ia g e m " ao in íc io do p r im e ir o s é c u lo da e ra C ris t ã , a é p o c a e m q u e J e s u s v iv e u n e s ta te rra . N o s s o d e s a fio s e rá a p re n d e r a re sp e ito da sociedade, c u lt u ra e a re lig io sid a d e d a q u e le período, e x a m in a n d o n a s E s c r it u r a s e n a boa lit e ra t u ra c ris t ã o c o tid ia n o e co m o o M e stre re a g ia às q u e stõ e s do se u tem po. A p a r t ir de se u exem pLo de v id a e e n s in o s re g is t ra d o s n o s E va n g elh o s, v e re m o s q u e s u a s liç õ e s c o n t in u a m a tu a is e re le v a n t e s a in d a hoje, s e rv in d o c o m o m o d e lo de c o m p o rta m e n to ao s s e rv o s de Deus, d ia n te d a s q u e s tõ e s d o s n o s s o s dias. N esta p rim e ira Lição, te re m o s u m a v is ã o do co n texto p o lític o e e c o n ô m ico da t e rra de Israel, o b e rço de Je su s.

JOVENS 5

3. Nascimento e obra na terra de I - ATERRA DE ISRAEL NOS TEM­ Israel. Jesus nasceu em Belém (Mt 2.1), POS DE JESUS mas viveu grande parte da sua vida na 1. 0 Filho de Deus na história huma­ região da GaLileia (Jo 4 3 ). Por ter sido criado em Nazaré (Lc 416), terra natal de se fez carne, e habitou entre nós (Jo 1.14). José e Maria, chamavam-no de Naza­ Chamamos esse evento de encarnação, reno (Mc 14.67; Jo 18.7). Era uma cidade através do qual Deus, em Cristo, tornoupequena e de pouca importância, tanto se semelhante aos homens (Fp 2.7; Gl que, ao receber o convite para seguir o 4,4,5), ingressando no curso da história Mestre, Natanael exclamou: “Pode vir da humanidade. Trata-se de algo extra­ alguma coisa boa de Nazaré?" (Jo 1.46). ordinário: aquele por quem e para quem Depois da sua rejeição nesta cidade foram criadas todas as coisas que há nos (Lc 4.29), Jesus foi para Cafarnaum (Lc céus e na terra (Cl 1.15,16), assume um 4.31; Mt 4.13; 8.5), às margens do Mar da lugar dentro da sua própria criação. O Galileia, onde realizou vários prodígios e advento de Cristo entre os homens não maravilhas. As Escrituras ainda destacam é um mito, mas uma realidade. 2. Palestina ou Israel? O local e s­ outras cidades e vilarejos que o Mestre percorreu para anunciar o Reino de Deus colhido para a morada terrena do Filho e cumprir o seu ministério (Lc 7.11; 8.26), de Deus foi a terra de Israel no início do vindo a consumar a sua obra redentora primeiro século, região popularmente em Jerusalém (Mt 20.18), chamada de Palestina. Segundo o Di­ cionário Wycliffe, o nome Palestina foi O Pense! originalmente empregado por Heródoto “A vida de Cristo é parte total da (século V a.C.) numa alusão aos filisteus, história da humanidade, tanto que incluiu nessa designação a Fenícia quanto a fundação de Roma ou a situada ao norte. Entretanto, tal termo derrota de Napoleão, em Waterloo. 0 evento pertence à história; ganhou mais evidência em 135 d.C., 0 significado do evento pertence quando o Imperador romano Adriano à teologia"(Merril Tenney). substituiu o nome da região da Judeia por Síria Filisteia, na tentativa de acabar © Ponto Importante a forte ligação dos israelitas com a terra A Bíblia não menciona a palavra sagrada, após a revolta judaica liderada “P a lestin a 0 mais comum era porSimão Bar Kochba contra o Império designar aquela região de Terra de Israel (Mt 10.23). Romano. Nessa mesma época, o nome de Jerusalém foi alterado pelos romanos II - O DOMÍNIO ROMANO E A para Aelia Captolina. Entretanto, a Bíblia POLÍTICA não menciona a palavra Palestina, cha­ 1. Domínio romano. Para compre­ mando a região de Canaã (Sl 105.11), terra ender o contexto político daquela oca­ de Israel (Mt 2.19-21), terra da promessa sião, é preciso Lembrar que o Império (Hb 11.9) e terra santa (Zc 2.12). Romano dom inava a terra de Israel Na época de Jesus, Galileia, Judeia desde 63 a.C., e assim seu poder e e Samaria eram os nomes das suas influência abrangem todo o contexto principais regiões (Jo 4.3-7).

na. A Bíblia revela que o Verbo de Deus

6 JOVENS

do Novo Testamento. No nascimento Grande Sinédrio, composto por 70 ou de Jesus, César Augusto (27 a.C. - 14 71 membros, era a mais elevada corte d.C.) era o Imperador (Lc 2.1,2), Herodes judaica. Reunia-se em Jerusalém e tinha “o Grande" havia sido nomeado o “Rei o poder de resolver todas as questões da Judeia" (Mt 2.1,3). Quando Herodes que estavam além da competência das morreu, seu reino foi dividido entre seus cortes locais. O processo e o julgamento filhos: Herodes Antipas, Herodes Filipe de Jesus evidenciam a complexidade e Arquelau (cf. Mt 2.22; Lc 3.1). Contu­ do sistema político e legal existente do, Arquelau não conseguiu manter a naquele início de século, caracterizado ordem nas regiões de Samaria, Judeia pela confusão entre a autoridade romana e Idumeia, e um procurador romano e a jurisdição religiosa judaica. foi nomeado. Pôncio Pilatos (Mt 27.2) 3. Os publicanos. Os oficiais romanos foi o quinto procurador e governou a vendiam o direito de cobrar tributos numa região antes governada por Arquelau; determinada área a quem pagasse me­ lhor. Com isso, alguns dentre os judeus porém, ele não tinha jurisdição sobre a também trabalhavam para Roma como área da Galileia e Pereia pertencentes cobradores de impostos, chamados a Herodes Antipas (cf. Lc 23.5,6). Após publicanos. Eles eram odiados pela a morte de César Augusto, seu entea­ população, porque extorquiam o povo do Tibério César (14 - 37 d.C) assumiu e porque eram considerados traidores. o Império Romano (Lc 3.1). Era dele a Zaqueu. chefe dos publicanos, admitiu imagem estampada na moeda sobre a esse tipo de prática corrupta, mas ao qual Jesus afirmou: “Dai, pois, a César encontrar-se com Jesus afirmou que o que é de César e a Deus, o que é de devolveria quatro vezes o que recebera Deus" (Lc 20.25). A efígie do imperador indevidamente (Lc 19.8). Ainda hoje, a na moeda servia para tornar conhecido corrupção tem provocado grandes males o rosto do seu governante. 2. Tensão política. A tensão política na sociedade. Pessoas que deveriam utilizar as verbas públicas para promover e a instabilidade social pairavam no ar. benefícios sociais, desviam-nas para seus O poder de Roma era contrastado por próprios bolsos. Oremos e trabalhemos, agitações, inquietação popular e também jovens, em busca de transformações na pelos diversos interesses dos grupos política do nosso país! político-religiosos judeus. Apesar da ocupação, os israelitas tinham permissão O Pense! para manter seus costumes e tradições O p ro c e sso e o ju lg a m e n to de religiosas, enquanto não conflitassem Je s u s e v id e n cia m a co m p le x id a d e diretamente os interesses do Império. do sistem a p o lític o e legal e x is ­ tente n a q u e le in íc io de século, Desse modo, a política era caracteriza­ ca ra cte riza d o pela co n fu sã o da pelo domínio romano, mas o poder e n tre a a u to rid a d e rom ana e a interno era exercido pelo Sinédrio (Mt ju ris d iç ã o re lig io sa judaica. 27.1), o tribunal para julgamento e apli­ cação das leis judaicas. Cada cidade O Ponto Importante poderia ter um Sinédrio Local (Mt 10.17; Im p é rio R o m a n o dom inava a Mc 13.9) formado por 23 membros. O terra de Isra el desde 63 a.C. JOVENS 7

III - A ECONOMIA E O TRABALHO 1. Aspectos econômicos. As principais fontes da economia israelita estavam na produção agricola, na pesca e no trabalho pastoril. Nos dias do Novo Testamento, o domínio romano e a construção de novas estradas também fizeram aumentar o comércio. As viagens tornaram-se mais seguras, e a Judeia, por exemplo, passou a exportar maiores quantidades do fruto das oliveiras. Este é o contexto de que se valeu o Senhor Jesus para proferir seus ensinamentos e parábolas, usando uma linguagem simples e com figuras relacionadas à vida agricola (Mt 24.32; Mc 4.1-20). Isso nos instrui a aproveitar o contexto social em que estamos para anunciar o Evangelho, mas sem desfi­ gurar a essência da Palavra.

2. Funcionamento do comércio. Existiam os mercados públicos onde as p esso as com pravam e vendiam seus produtos, como cereais, frutas e até mesmo animais. Eram locais bem movimentados, para onde os desempre­ gados iam na esperança de conseguir trabalho (Mt 20.3-10). As negociações com erciais eram feitas por meio de troca de mercadorias (Lc 16.5,6) ou em dinheiro. O denário (Mc 12.15; Lc 741). por exemplo, era uma moeda romana e representava, em geral, o salário por um dia de trabalho. A dracma (Lc 15.810) era uma moeda de origem grega, e eqüivalia a um denário. 3. Trabalho e profissões. Os trabalhos e ofícios giravam em torno das atividades produtivas de cada região. Assim, em algum as Localidades prevaleciam os trabaLhos agrícolas (Mt 13.4), do arado da terra ao armazenamento dos produtos. Em outras, predominavam o pastoreio e a pesca, como o exemplo dos primeiros 8 JOVENS

discípulos que trabalhavam junto ao Mar da Galileia (Mt 418,19). Ainda tinham os tecelões, comerciantes e artífices de obras de barro, metal e madeira, O próprio Jesus era carpinteiro (Mc 6.3), cujo traba­ lho envolvia a construção e a fabricação de objetos menores, inclusive mobílias.

@ Pense! 0 trabalho foi dado por Deus ao homem desde antes da Queda. Através da profissão, podemos glorificar a Deus e cum prir o seu propósito.

©

Ponto Importante As principais fontes da economia israelita estavam na produção agrí­ cola, na pesca e no trabalho pastoril.

SUBSÍDIO Roma e o Novo Testamento “A cidade de Roma ofereceu um contexto político, religioso e g eo ­ gráfico para a maior parte do Novo Testamento. Seu poder e influência permeiam quase todos os livros do cânon do NT. Um imperador romano emitiu a ordem que resultou no nas­ cimento do Senhor Jesus Cristo em Belém, ao invés de Nazaré. Um oficial romano providenciou sua crucificação. Engenheiros romanos construíram as estradas que o apóstolo Paulo percorreu para pregar o evangelho, protegido pela cidadania romana. Os imperadores romanos administravam todas as províncias alcançadas pelo Evangelho em seus primeiros dias. Nas primeiras décadas da Igreja, seus principais oponentes foram as seitas greco-romanas" (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds). Dicionário Bíblico Wycliffe. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1701),

ESTANTE DO PROFESSOR BURCE, Gary M, A Bíblia e a Terra. GOWER, Raph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos

Tempos Bíblicos.

CONCLUSÃO Como vimos, conhecer a terra de Israel da época de Jesus é importante para fazermos uma reflexão bíblica atual na medida em que nos possibilita ver e compreender - ainda que pas­ sados mais de dois miL anos - o contexto da sociedade judaica do início do primeiro sécuLo. Se falharmos em compreender as influências culturais daquele tempo, como escreveu Gary Burce, deixaremos de assimilar muitos dos ensinamentos de Jesus, presentes nos Evangelhos.

HORA DA REVISÃO 1. Quais eram os nomes mais utilizados para designar a Palestina dos tempos de Jesus? Canaã (Sl 105.11), Terra de Israel (Mt 2.14; 10.23), Terra da Promessa (Hb 11.9) e Terra Santa (Zc 2.12). 2. Como era Nazaré, a cidade de nascimento de Jesus? Uma cidade pequena e de pouca importância naquela época, tanto que ao re­ ceber o convite para seguir o Mestre, Natanael exclamou: “Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo 1.46). 3 - Naquela época, quem dominava a região? Império Romano, desde 63 a.C. 4. Quais eram as principais fontes de economia? As principais fontes da economia israelita estavam na produção agrícola, na pesca e no trabalho pastoril. Nos dias do Novo Testamento, o domínio romano e a construção de novas estradas também fizeram aumentar o comércio. 5. Como eram realizadas transações comerciais? As negociações comerciais eram feitas por meio de troca de mercadorias (Lc 16.5-6) ou em dinheiro.

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A T ER R A DE JESUS HOJE r

TEXTO DO DIA “Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra e da tua parenteLa, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei" (Gn 12.1).

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA -G n 15.18 Promessa da terra a Abraão TERÇ A-G n 26.3-5 Promessa confirmada a Isaque QUARTA -G n 35.8-15 Promessa confirmada a Jacó

£ A história e a situação da terra de Jesus hoje testificam 0 plano de Deus para a nação de Israel e a veracidade das Escrituras. * 10 JOVENS

QUINTA-Êx 19.1-8 Promessa confirmada a Moisés SEXTA -Js 11-9 Promessa confirmada a Josué SÁBADO-2 Sm 5.1-12 Davi conquista Jerusalém

OBJETIVOS

mÊÊÊíÊÊm

• COMPREENDER a importância e o propósito da chamada divina de Abraão para a sua descendência; ■APRESENTAR a história da formação do Estado de Israel; ■CONHECER a situação da terra de Israel na atualidade.

INTERAÇÃO Professor, interaja com seus alunos, mostrando algumas no­ tícias veiculadas na mídia envolvendo Jerusalém, o Estado de Israel e os palestinos. O objetivo é introduzir a lição e mostrar a atualidade do tema a ser estudado. Ajude a desmistificar muitas inverdades que são propagadas enganosamente na mídia sobre o Estado de Israel e sobre o povo judeu.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Professor, a comunicação eficaz é requisito indispensável para uma boa aula. Por isso, utilize palavras e termos que seus alunos compreendam. Quando eles não souberem o sentido de determinado termo, explique o seu significado. Utilize o quadro abaixo para mostrar a eles as diferenças entre as denominações que designam os descendentes de Abraão. r a iM S E T * !»

SIGNIFICADO

Hebreu

Descendente de Éber (Gn 10.21), e aplicado pri­ meiramente a Abraão (Gn 14.13). Nos tempos do NT, eram os judeus que falavam hebraico, para distinguir dos que falavam grego (judeus helenistas).

Israelita

Descendentes de Jacó, cujo nome foi alterado para Israel (Gn 32.28).

Judeu

Nome dado, originalmente, a uma pessoa da Judeia (2 Rs 16.6), depois atribuído aos habitantes do Reino de Judá. Termo utilizado principalmente aos seguidores da religião judaica.

Israelense

Aquele que possui a nacionalidade do atual Estado de Israel. Não é necessariamente alguém que descende de Abraão.

TEXTO BÍBLICO Abrão, mas Abraão será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto.

Gênesis 12.1-4

1

2

3

4

Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Assim, partiu Abrão, como o SENHOR lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã. Gênesis 17-5-9

5

E não se chamará mais o teu nome

6

E te farei frutificar grandissimamente e de ti farei nações, e reis sairão de ti.

7

E estabelecerei o meu concerto entre mim e ti e a tua semente depois de ti em suas gerações, por concerto perpétuo, para te ser a ti por Deus e à tua semente depois de ti.

8

E te darei a ti e à tua semente depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã em perpétua possessão, e ser-lhes-ei o seu Deus.

9

Disse mais Deus a Abraão: Tu, porém, guardarás o meu concerto, tu e a tua semente depois de ti, nas suas gerações.

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Constantemente, Israel e 0 Oriente Médio ocupam Lugar de destaque nos noticiários dos principais jornais do mundo. Os fatos que envolvem 0 país e aquela região são desproporcionais se considerarm os 0 seu tamanho geográfico em comparação a outros povos e nações. Contudo, tal reper­ cussão não tem natureza geopolítica; ela é de natureza e sp iritu al Como verem os nesta aula, o plano divino, mediante a chamada de Abraão e sua descendência, é 0 elem ento responsável pela h istória de Israel e pela situação da terra de Jesus nos dias atuais.

I - A PROMESSA DE UMA GRANDE NAÇÃO 1. A chamada de Abraão e a Terra Prometida. O capítuLo 12 de Gênesis contém a magnífica promessa do nas­ cimento do povo de Israel, pela qual Deus garante a Abrão (depois chamado de Abraão, Gn 17.5) que engrandeceria o seu nome e faria dele uma grande nação 12 JOVENS

(vv.1,2). Para tanto, o Senhor estabelece um concerto perpétuo e lhe promete a posse da terra de Canãa (vv.7,8), exigindo, em contrapartida, a sua obediência (Gn 17.1; 26.5). Posteriormente, esse pacto é confirmado aos seus filhos Isaque (Gn 26.3-5), Jacó (Gn 35.8-15) e, também, a Moisés e ao povo de Israel (Êx 19.1-8). Após a morte de Moisés, sob a liderança

de Josué, o povo tomou posse da terra de Canaã (Js 1-12), depois da jornada de 40 anos peregrinando no deserto, Isso explica o elo inseparável entre o povo de Israel e a Terra Prometida. 2. Propósito da chamada. Mas, qual foi o propósito da chamada de Abraão? A bênção destinava-se somente a ele e a sua família? De acordo com a Bíblia de Estudo Pentecostal, “a intenção de Deus era que houvesse um homem que o conhecesse e o servisse e guardasse os seus caminhos. Dessa família, surgiria uma nação escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias de outras nações, para fazerem a vontade de Deus. Dessa nação, viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido des­ cendente da mulher". Israel, portanto, seria um reino sacerdotal, povo santo e canal de bênção para os demais povos (Êx 19.6). A expressão “e em ti serão benditas todas as famílias” (Gn 12.3) revela que a promessa divina estava dentro de um propósito salvífico para a raça humana.

O

Pense! “Pela fé, Abraão, sendo chamado obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia" (Hb 11.8). Que isso sirva-nos de exemplo, pois sem fé é impossível agradara Deusl

C l Ponto Importante "A promessa de Deus a Abraão e a sua bênção sobre ele, estendemse, não somente aos seus descen­ dentes físicos, como também a todos aqueles que com fé genuí­ na aceitarem e seguirem a Jesus Cristo, a verdadeira 'posteridade' de Abraão"(Gl 3.1/4,16)(Bíblia de Estudo Pentecostal).

II - A FORMAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL 1. A proteção divina do povo israelita.

A história comprova o propósito especial de Deus com a nação de Israel. Desde a chamada de Abraão nos tempos do Antigo Testamento, a conquista da Terra 3O pacto com Israel e o Novo Testa­Prometida, passando pelas guerras, a mento, Apesar da sua chamada, a nação subjugação sob o domínio de vários de Israel foi incrédula, desobediente impérios, a perseguição sofrida, e a sua e rejeitou o Evangelho. Ainda assim, sobrevivência até o tempo presente, Deus mantém um plano especial para revelam o componente sobrenatural e o verdadeiro Israel. Nos capítulos g a 11 miraculoso da existência de Israel. Os da carta aos Romanos, o apóstolo Paulo descendentes de Abraão, Isaque e Jacó fala sobre o plano divino para o povo es­ foram escravos no Egito, peregrinaram colhido, sua incredulidade atuaL e acerca no deserto e estiveram sob o domínio da restauração futura. Ele afirma que a dos babilônios, medo-persas, gregos, promessa divina não falhou, porquanto assírios e romanos. era destinada só para os fiéis da nação 2. A dispersão pelo mundo. Em (9.6-8). Com efeito, Deus não rejeitou a virtude da desobediência e da idolatria Israel (11.1-6), e a incredulidade israelita é do povo, Deus disse que tiraria a nação apenas parcial e temporária, mantendoisraelita da sua terra e a espalharia pelo se um remanescente que permanece mundo (Dt 28.63,64; Mt 23.37). Isso acon­ fiel. Futuramente, todo Israel aceitará a teceu várias vezes na história, quando salvação divina em Cristo (11.26; Ap 7.1-8). foram levados cativos pelos assírios (cf. JOVENS 13

2 Rs 17.6), babilônios (cf. 2 Rs 25.21) e tal coisa? Quem viu coisas semelhantes? pelos gregos (para Alexandria no século Poder-se-ia fazer nascer uma terra num III a.C). Entretanto, a maior dispersão, só dia? Nasceria uma nação de uma só chamada diásporajudaica, ocorreu em vez? Mas Sião esteve de parto e já deu 70 d.C, quando os romanos invadiram à luz seus filhos”. Jerusalém e destruíram o templo. Com isso, milhares de israelitas foram dis­ © Pense! Nenhum outro povo sofreu tantos persos pelo mundo (Lc 21.24), vivendo ataques quanto Israel, mas Jeová exilados de sua pátria. Já no Século XX, sempre os protegeu com sua forte Adolf Hitler também empreendeu uma mão, pois Ele é o seu guarda (Sl perversa perseguição contra os judeus, 1214) e Redentor (Is 4114). culminando no Holocausto, o genocídio de cerca de 6 milhões dejudeus durante © Ponto Importante a Segunda Guerra Mundial. Nenhum A criação do Estado moderno de Is­ outro povo sofreu tantos ataques quanto rael ocorreu em 14 de maio de 1948. Israel, mas Jeová sempre os protegeu III - ISRAEL NA ATUALIDADE com sua forte mão, pois Ele é o seu 1. Conflitos com os árabes. Mesmo guarda e Redentor (Sl 121.4; Is 41 .14 ). com a criação do Estado de Israel, as 3. Retorno à Terra Prometida, Apesar lutas não cessaram . Assim que d e ­ da dispersão, a promessa divina da Terra clarou sua independência, Israel foi Prometida ainda estava de pé (Gn 1315), im ediatamente atacado pelo Egito, e o retorno do seu povo escolhido era Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e inevitável (Ez 26.24,28; Os 14.7). Aos poucos, Líbano, instaurando-se o conflito entre os israelitas começaram a despertar o árabes ejudeus. Nessa ofensiva, assim sentimento de regressar ao lar prometido, como em outras que se repetiram nos o qual ganhou força com o movimento anos de 1990, Israel saiu-se vitorioso. sionista, iniciado em 1897 porTeodoro Um desses ataques ocorreu em 1973. Herzl. Elienai Cabral capta a essência Aproveitando-se do feriado religioso do movimento ao afirmar que “não era judaico do Yom Kipur (“Dia do Perdão”) um simples sentimento de um homem — ocasião em que grande parte dos ou de um povo, e, sim, um impulso do soldados israelenses se encontravam Espírito de Deus na mente e no coração de folga — Egito e Síria lançaram um de cada judeu disperso, em cumprimento ataque surpresa contra Israel. Entretanto, da Palavra de Deus (Jr 24.6)”. foram derrotados novamente. O ponto culminante desse regresso 2. A presença histórica na terra. De­ foi em 14 de maio de 1948, com a criação pois de várias tentativas de paz, o conflito do Estado de Israel e a sua declaração ainda persiste na região. Os palestinos não de independência, que foi precedida aceitaram a partilha da terra nos moldes pela aprovação da partilha do território estabelecidos pela ONU em 1947 e man­ palestino pela ONU em 1947, cuja sessão tém uma postura belicosa e baseada no foi presidida pelo embaixador brasileiro terror contra o Estado judeu, afirmando Osvaldo Aranha. Nesse dia, então, cum­ que a Terra Santa lhes pertence. Contudo, priu-se Isaías 6 6 .8 ; "Quem jamais ouviu 14 JOVENS

uma pesquisa histórica mostra o contrário. Em virtude da promessa divina a Abraão, o povo de Israel tem estado presente naquela terra nos últimos 3.700 anos, com maior ou menor intensidade, apesar das invasões e exílios. Eles colonizaram e desenvolveram aquela região, renovando a terra assolada e desértica. Segundo Abraão de Almeida, “trabalhando diuturnamente nas condições mais desfavoráveis possí­ veis, os novos colonizadores plantaram dezenas de milhões de árvores e drenaram extensos pântanos através de um arrojado programa de recuperação do solo, em que parte do rio Jordão foi desviada, até que o deserto começasse a florescer”, como cumprimento profético (Ez. 36.33-35) (Israel, Cogue e o Anticristo, p. 53). 3. Situação atual. Nos dias atuais, Estado de Israel é uma nação próspera e a única referência democrática do Oriente Médio, que respeita os direitos humanos, inclusive das mulheres, e permite aos cidadãos de todas as crenças praticarem sua religião, livre e publicamente. Ainda assim, vive ameaçado pelos palestinos, Hoje, os cristãos devem orar pela paz na região e interceder pela nação de Israel, pois eles são o relógio escatológico de Deus referente ao mundo, principalmente acerca da Grande Tribulação (Ap 16.12-21), Esse evento escatológico será terríveL e indescritível para o povo de Israel. Ele estará mobilizado para a grande batalha do Armagedom. Os reis da terra, isto é, os governantes do mundo todo estarão reunidos com seus exércitos e armas des­ trutivas para o maior combatejá registrado na história mundial; será no clímax dessa batalha que Jesus, o Messias, anteriormen­ te rejeitado pelos israelitas, virá e destruirá os inimigos do seu povo, e implantará o seu reino milenial (Ap 19.11-21).

O

Pense! “A nação israelita não constitui apenas o centro geográfico do mundo, mas também o centro nevrálgico da política internacio­ nal" (Abraão de Almeida).

0

Ponto Importante 0 conflito entre Israel e palesti­

nos teve início após a criação do Estado de Israel.

SUBSÍDIO Divisão da Terra "Os israelitas conseguiram sua terra por meio da conquista, e cada tribo e família considerava a sua herança ou porção como vinda de Deus. A maneira o como a terra foi dividida acha-se descrita na segunda metade do livro de Josué. A região foi dividida e distribuída por sortes. Uma sorte era literalmente um disco de dois lados que acreditavam estar sob o controle de Deus quando atirado. Os resultados da sorte serviam para descobrir a vontade do Senhor. Um provérbio expressa isso: A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda a sua disposição (Pv 16.33)- Davi pôde, portanto, agradecer a Deus porque as divisas haviam caído em lugares praze­ rosos para ele — sua herança não podia ser melhor (Sl 16.6). Uma vez determinadas, as heranças eram marcadas por uma pilha de pedras, uma característica natural, ou um sulco duplo de terra arada — e o marco não podia mais ser removido, porque isso seria alterar o presente de Deus (Dt 19.14). Pela mesma razão, vender a própria herança era desonrar a Deus. Nabote recusou vender sua vinha ao rei Acabe por essa razão" (GOWER, Raph, Novo Manual dos

Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos 2.ed. Rio Janeiro: CPAD, 2012, p. 20.21). JOVENS 15

ESTANTE DO PROFESSOR HAGEE, John. Em Defesa de Israel. JOSEFO, FLávio. História dos Hebreus. MERRIL, Eugene H. História de Israel.

CONCLUSÃO Deus ainda mantém um plano especial para Israel, protegendo aquela nação ao longo dos séculos, sempre livrando-a com mão forte. Isso prova que o Deus a quem servimos é o Senhor soberano que intervém no curso da história. Oremos, pois, pela terra de Jesus nos dias atuais, para que Ele faça cumprir os seus propósitos para o seu povo.

HORA DA REVISÃO 1. QuaL o propósito da chamada de Abraão? De acordo com a BEP, “a intenção de Deus era que houvesse um homem que o conhecesse e o servisse e guardasse os seus caminhos. Dessa família surgiria uma nação escolhida, de pessoas que se separassem das práticas ímpias dou­ tras nações, para fazerem a vontade de Deus. Dessa nação viria Jesus Cristo, o Salvador do mundo, o prometido descendente da mulher”. 2. Cite quatro ocasiões da história em que os israelitas foram dispersos. Quando foram levados cativos pelos assírios (cf. 2 Rs 17-6), babilônios (cf. 2Rs 25.21) e pelos gregos (para Alexandria no século III a.C.). Entretanto, a maior dispersão, chamada diáspora judaica, ocorreu em 70 d.C. quando os romanos invadiram Jerusalém e destruíram o Templo. Com isso, milhares de israelitas foram disper­ sos pelo mundo. 3. Qual foi o ponto culminante do regresso dos israelitas para a Terra Prometida? Em 14 de maio de 1948, com a criação do Estado de Israel e a sua declaração de independência. 4, 0 que aconteceu logo após a criação do Estado de Israel? Israel foi imediatamente atacado pelo Egito, Arábia Saudita, Jordânia, Iraque, Síria e Líbano, instaurando-se o conflito entre árabes e judeus. Nessa ofensiva, assim como em outras que se repetiram nos anos 1990, Israel saiu-se vitorioso. 5. Qual a atual situação do Estado de Israel? Nos dias atuais, o Estado judeu representa apenas 1/6 de 1% da extensão do que é conhecido como “mundo árabe”, e vive cercado por nações que lutam contra a sua existência.

LIÇÃO

3

19/04/2015

JESUS E OS GRUPOS POLÍTICO-RELIGIOSOS DE SUA ÉPOCA TEXTO DO DIA “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens 0 Reino dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão entrando" (Mt 23.13).

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AGENDA DE LEITURA SEGUNDA - Mt 16.6 O fermento dos fariseus e saduceus

TERÇA - Mt 2234-46 A resposta ao fariseu QUARTA - Lc 152 Murmuração dos religiosos

SÍNTESE Embora tenha convivido com os grupos religiosos de sua época, Jesus apontou seus erros e hipocrisia.

QUINTA-Lc 18.10-14 O orgulho dos fariseus SEXTA - Mc 3.6 A estratégia dos herodianos SÁBADO -T g 127 A verdadeira religião

JOVENS 17

OBJETIVOS • APRESENTAR os grupos político-religiosos da época de Jesus; • COMPREENDER a postura de Jesus frente a tais grupos; • MOSTRAR como o cristão deve se comportar diante da diversidade religiosa contemporânea, INTERAÇÃO Ohomem é. essencialmente, um ser religioso. Jesus também viveu dentro de um contexto social de diversidade religiosa, e com Ele aprendemos como nos posicionar frente às seitas religiosas, com respeito, mas defendendo a verdade do Evangelho,

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Professor, reproduza o quadro abaixo, e à medida que for explicando os tópicos da lição, peça para seus alunos indica­ rem as características preponderantes do respectivo grupo. G R U P O S P O L ÍT IC O -R E L IG IO S O S DO T E M P O D E J E S U S

18 JOVENS

GRUPO

DESCRIÇÃO

CARACTERÍSTICAS

Saduceus

Estavam ligados à vida no Templo, em sua maioria ho­ mens ricos, e não acreditavam na existência dos anjos. Eram maioria no Sinédrio.

Mundanismo, secularismo, materialismo.

Fariseus

Conferiam igual valor às tradi­ ções dos anciãos e às Escrituras Sagradas. Eram meticulosos quanto ao cumprimento da Lei Mosaica, e por isso a maioria dos escribas pertencia a esse grupo.

Legalismo. hipocrisia. aparência.

Essênios

Entendiam que a vida urbana e religiosa dos judeus da sua época era mundana, vivendo isolados, buscando uma espiri­ tualidade elevada.

Ascetismo, misticismo.

Zelotes

Acreditavam que a submissão a Roma fosse traição a Deus. Eram o terror dos soldados ro­ manos, já que as suas incursões eram realizadas sob o manto da noite.

Violência, revolta, rebelião.

Herodianos

Tinham características de agremiação partidária, apoiando a dinastia dos Herodes, que deviam seu poder às forças romanas de ocupação.

Interesses políticos.

TEXTO BÍBLICO Mateus 23.1-8 1

Então, falou Je su s à m ultidão e aos seus discípulos,

2

dizendo: Na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus.

3

Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em con form id ad e com as su a s obras, porque dizem e não praticam.

4

Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los.

5

E fazem todas as obras a fim de serem visto s p e lo s hom ens, pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes,

6

e amam os primeiros lugares nas ceias, e as primeiras cadeiras nas sinagogas,

7

e as saudações nas praças, e o serem ch a m a d o s p e lo s hom ens: - Rabi, Rabi.

8

Vós. porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO No contexto do Novo Testamento, a nação judaica não era homogênea. Ao contrário disso, ela estava dividida em vários grupos e partidos com doutrinas, ideologias e tradições distintas, movidos ora por motivações políticas, ora religiosas. Nesse sentido, saduceus, fariseus, essênios, zelotes e herodianos formavam os principais partidos políticos e seitas religiosas daquela época. Nesta lição, veremos as características desses grupos, e como Jesus, com sua sabedoria e coragem, conviveu e reagiu a eles, nos deixando 0 exemplo de como viver dentro de um ambiente de pluralismo religioso como o presen­ ciado nos dias atuais, com respeito e defesa da verdade.

I - SADUCEUS E FARISEUS grande influência política. Ao contrário 1. Saduceus. Apesar da pequena dos fariseus, que reconheciam a im­ quantidade, os saduceus representavam a aristocracia dominante do judaísmo nos tempos do Novo Testamento. O nome desse grupo, segundo Merrill Tenney, originou-se provavelmente de Zadoque, o pai da linhagem de sumo sacerdotes durante o reinado de Salo­ mão (1 Rs 1.32,34,38,45). Eles formavam o escalão superior dos sacerdotes e parte do Sinédrio, exercendo, por isso,

portância da tradição oral, os saduceus aceitavam somente a Lei escrita (Torá), Por influência do helenismo e da cultura pagã, era uma religião materialista e secularizada, que negava a existência do mundo espiritual (At 23.8) e não cria na ressurreição dos mortos (Mc 12.18) nem na vida futura. A vida para eles, portanto, se resumia ao aqui e agora, sobre a qual Deus não tinha nenhuma interferência. JOVENS 19

Quanto a esse grupo, Jesus disse aos seus discípulos para tomarem cuidado com o seu "fermento" (Mt 16.6), símbolo do mal e da corrupção. 2. Fariseus. Em maior número que os saduceus, os fariseus (hb. parash: “sepa­ rar”) representavam o núcleo mais rígido dojudaísmo, formado basicamente por

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pessoas da classe média e com grande influência entre o povo (Jo 12,42,43)- Eram meticulosos quanto ao cumprimento da Lei mosaica e, por isso, a maioria dos escribas (Mt 15.1; 23.2) pertencia a esse grupo. Enfatizavam mais a tradição oral do que a literaLidade da lei. Além de dar grande valor às tradições religiosas,

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Vivemos tempos de relativismo moral sem precedentes, no qual se rejeita a existência de um padrão ético absoluto. Entre­ tanto, as Escrituras deixam transparecer, de forma cristalina, a existência da ética imutável de um Deus santo e amoroso. Jesus expressa essa Ética do Reino em seu Sermão do Monte. ELe reforça os mandamentos divinos e centraliza-os no amor a Deus e ao próximo, rejeitando o sistema formal e legalista da sua época. Por isso, Paulo pronunciou que o mandamento é santo, justo e bom (Rm 7.12). Refletir sobre a lei divina para os dias atuais é uma necessidade premente, pois ela nos fornece valores e principios imutáveis, firma nossos passos e proporciona garantia de felicidade perene.

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ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Professor, o planejamento é fundamental para a excelência de qualquer atividade. Em relação ao ensino, planejar significa prever todas as etapas do trabalho docente a fim de que os alunos aprendam. Desse modo, não deixe de elaborar um plano de aula. Para ajudá-lo na elaboração do plano de aula, observe 0 seguinte roteiro: a) Identifique o tema da aula; b) Estabeleça os objetivos; c) Indique 0 conteúdo da matéria de ensino; d) Estabeleça os procedimentos de ensino; e) Escolha os recursos didáticos; f) Escolha o instrumento de avaliação.

26 JOVENS

TEXTO BÍBLICO Mateus 5.17-20

não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.

17 Não cuideis que vim destruir a lei ou

os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir. 18

19

20

Mateus 22.37-40

Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.

37 E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor,

Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no Reino dos céus.

38

Este é o primeiro e grande manda­ mento.

39

E o segundo, sem elhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

40

Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

Porque vos digo que, se a vossa justiça

teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO No Sermão do Monte, 0 Mestre afirmou enfaticamente que não veio destruir a lei, mas cum pri-la (Mt 5.17). 0 que essa afirmação significa? Qual era 0 pro­ pósito da lei mosaica? Como 0 cristão se reLaciona com a lei atualmente? Na lição de hoje, estudaremos sobre esses temas e como Jesus compreendia a Lei que Deus havia dado à nação de Israel por intermédio de Moisés e 0 seu significado em o Novo Testamento.

I - ALEI DO ANTIGO TESTAMENTO 1.A Lei dada a Israel (Êx 19—20). Depois de libertar Israel da servidão do Egito, Deus conduziu o seu povo por uma jornada de fé até a Terra Prometi­ da, a fim de fazer cumprir a promessa feita a Abraão. No entanto, no início desta jornada, ao faLar com Moisés no Monte Sinai (Êx 19.1,1-3), o Senhor relembrou aos israelitas a necessidade de eles guardarem o concerto firmado (v.5) e de obedecerem todos os seus estatutos. Para tanto, Deus entregou a Moisés a Lei (hb. torah, que significa

ensinam ento) com as co n d içõ e s e regras de convivência que os filhos de Israel deveriam ob servar com o sinal de lealdade. 2. Abrangência da Lei. A Lei que Deus entregou à nação de Israel con­ tinha preceitos morais para uma vida santa e piedosa em relação a Deus e ao próximo. Tais preceitos estão sintetiza­ dos no Decálogo, os Dez Mandamentos proferidos pelo Senhor no Sinai (Êx 20.1-17), que também foram escritos em duas tábuas de pedra (Êx 31.18; 34-28). A lei servia ainda para regular a JOVENS 27

que tudo o que dEle estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas, e nos Salmos, deveria se cumprir dentro do seu plano redentor (Lc 24 44). Conforme a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, em ambas as passagens a palavra cumprir (gr. plèroõ) tem o sentido de concluir, satisfazer ou aperfeiçoar. Significa dizer que somente Cristo foi capaz de satis­ fazer as exigências da Lei, pois o fim da lei é Cristo, para ajustiça de todo aquele que crê (Rm. 10.4). De acordo com o Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, “Mateus vê o cumprimento da Lei em Jesus se­ melhante ao cumprimento da profecia do Antigo Testamento: O novo é como o velho. Não só o novo cumpre o velho, mas o transcende. Jesus e a lei do novo Reino são o intento, destino e meta final da lei”. 2. O fim da Lei Mosaica. A lei mo­ saica funcionava como um “aio” (tutor) 0 Pense! temporário até que Cristo viesse (Gl “Assim, a lei é santa; e o manda­ 3.22-26). Assim, ao se entregar em mento, santo, justo e bom"(Rm sacrifício como o cordeiro imaculado 712). e incontaminado (1 Pe 1,19), Jesus deu a Lei por concluída, pois era a sombra O Ponto Importante dos bens futuros (Hb 10.1). Com efeito, A Lei de Deus, entregue a Moisés tinha os seguintes propósitos no Novo Concerto, os salvos em Cristo para Israel; prover um padrão não estão mais debaixo da Lei assim de justiça; identificar e expor a como estava o povo de Israel, tendo malignidade do pecado e revelar em vista que, mudando-se o sacerdó­ a santidade de Deus. cio, necessariamente se faz também a mudança da Lei (Hb 7.12). II-JE S U S E A LEI Quer dizer, então, que a Lei não tem 1. O cumprimento da Lei. No Ser­ mais nenhum valor para os cristãos? De mão do Monte, o Senhor Jesus afirmou: modo algum, afinal ainda encontra-se “Não cuideis que vim destruir a lei ou em vigor os preceitos morais e os refe­ os profetas: não vim ab-rogar, mas renciais éticos estabelecidos por Deus cumprir" (Mt 5.17). Com essas palavras, de forma universal e atemporal para o o Nazareno afasta a acusação dos fa­ ser humano. Mas, até mesmo esta parte riseus de que estivesse subvertendo da lei recebeu um novo significado em os mandamentos divinos, e comprova

ordem jurídica e a vida em sociedade de Israel enquanto nação organizada, com normas civis, penais, trabalhistas, sanitárias, ecológicas e afins (Êx 21,23; Lv 19, 20; Dt 19-22; 24). Por último, a Lei previa regras cerimoniais, que tratavam dos ritos e cerimônias de adoração, oferta de sacrifícios e serviços do Tabernáculo (Lv 1—7). 3. Os propósitos da Lei. A Lei foi dada a Israel com os objetivos de pro­ ver um padrão de justiça, segundo o modelo de moralidade para o caráter e a conduta do ser humano (Dt 4.8; Rm 7.12); identificar e expor a malignidade do pecado (Rm 5.20), apontando o caminho da sua expiação pela fé em Deus através dos sacrifícios que eram oferecidos no Tabernáculo (Lv 4-7) e, por fim; revelar a santidade de Deus (Êx 24.15-17; Lv 19.1,2), para conduzir a humanidade a Cristo (Rm 10,4).

28 JOVENS

Cristo, que lhe deu sentido e expressões mais plenas. 3-

Novo significado. Os israelitas

haviam transformado os mandamentos de Deus em um conjunto de regras e imposições Legalistas, baseados em ritos e aparência exterior. A tradição humana havia subvertido a essência da lei. Em sua missão terrena, Jesus resgata o propósito primordial da lei e enfatiza a necessidade do seu cumprimento de forma livre e espontânea, dando-lhe novo significado, cujo padrão de retidão opera de dentro para fora. Entretanto, esse novo sentido dado por Cristo parece ser ainda mais exigente; afinal, depois de afirmar o que estava escrito na lei mosaica (“Ouvistes o que foi dito”, Mt 5.21,27,31,33,43), Ele introduz um padrão ainda mais elevado ( Eu, porém, vos digo"). Eis o motivo pelo qual afirma o Mestre que a justiça dos discípulos deve excedera dos escribas e fariseus (Mt 5.22). Assim, a Ética do Reino mencionada por Jesus no Sermão do Monte não é alcançada pelo esforço humano e, muito menos, condição para alcançar o favor de Deus. É uma ética que todo o crente deve buscar ardentemente, e que é vivenciada somente pela trans­ formação e santificação advinda do interior do coração, pela obra de Cristo e da ajuda do Espírito Santo (Jo 15.5). Dessa forma, hoje precisamos compre­ ender que cumprimos as ordenanças divinas não por imposição ou por medo, mas como conseqüência de uma vida transformada.

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Pense! Porque, tendo a Lei a sombra dos bens futuros e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que conti­

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nuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam" (Hb 10.1).

Ponto Importante A ética do Reino mencionada por Jesus no Sermão do Monte não é alcançada pelo esforço humano e, muito menos, é condição para alcançar o favor de Deus.

III - AS LEIS DO REINO DE DEUS 1. Amar a Deus sobre todas as coisas. Os fariseus questionaram Jesus sobre qual era o grande mandamento da lei, e o Mestre respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu co­ ração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensam ento" (Mt 22.37). Aqui, Jesus cita o que está registrado em Deuteronômio 6.5, o qual considera o primeiro e grande mandamento (Mt 22.38). Embora os israelitas conheces­ sem tal preceito, o Mestre revigora o seu conteúdo ao apresentar Deus, não como um monarca carrancudo e distante, mas como o Pai amoroso (Mt 23 9: Jo 16.27), que recebe, em contra­ partida, o amor pleno e irrestrito de seus filhos, fruto de uma perfeita comunhão. Amar a Deus significa tê-lo como único Senhor de nossas vidas, permitindo que Ele ocupe a primazia sobre qualquer outra coisa ou pessoa, seja trabalho, estudo, amigos ou bens materiais (Mt 6.24). A prova do verdadeiro amor que o cristão autêntico devota a Deus é: a confiança e esperança depositadas nEle, assim como a obediência à sua Palavra (Jo 14.21).

2. Amar o próximo como a ti mes­ mo. Jesus ainda apresenta o segundo mandamento, tão importante quanto o primeiro: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39). Os ensinos de Jesus JOVENS 29

e seu exemplo de vida evidenciam que o amor a Deus é expresso e provado aman­ do os seres humanos. Nesse sentido, o apóstolo João também afirma que aquele que diz amar a Deus e odeia a seu irmão, é mentiroso (1 Jo 4.20,21). Isso porque o amor genuino é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5.5). como evidência do novo nascimento (1 J o 3.9,10) e do fruto do Espírito (Gl 5 22). Este é o amor ágape, que busca o bem da outra pessoa sem querer nada em troca (cf. 1 Co 13) e sem fazer acepção de pessoas. Segundo Tiago, esta é a Lei real (Tg 2.8,9). Por esse motivo, Jesus assevera que devemos amar não somente aqueles que nos amam, mas também os nossos inimigos (Mt 5.43-46).

SUBSÍDIO Jesus e a Lei de Moisés

“ (1) Purificador da Lei. Jesus pu­ rificou a lei moral das perversões que a ela foram an e xad as p elo s jud eu s (Mt 5.27-48) e purificou a lei cerimonial das mesmas perversões (Mt 15.111). Isso estava de acordo com a missão dEle, que havia sido prevista (Ml 3.1-4). (2 ) O defensor da lei. Jesus ensinou que a lei tinha autoridade divina (Mt 5.18; Lc 16.17), Ele colocou a lei no mesmo nível de suas próprias pala­ vras (Jo 5 .4 5 -4 7 )- Ele mostrou que a lei tinha previsões a seu respeito (Lc 24.27,44; Jo 5.45.46). (3) 0 intérprete da lei. Jesus resumiu 3. A essência dos mandamentos. a lei no absoluto amor a Deus e ao próximo (Mt 712; 22.34-40; Mc 12.28"Desses dois mandamentos”, concluiu 34; Lc 1 0 .2 5 -3 7 ). o Mestre, “dependem toda a lei e os (4) O cumpridor da lei. Jesus cum ­ profetas" (Mt 22.40). Ou seja, amar a Deus priu a lei cerimonial ao observar os e ao próximo é a chave para a compre­ seus ritos (Lc 2.21 27), Ele praticou ensão dos mandamentos do Altíssimo a lei cível (ou judicial) ao observar após o advento de Cristo. São a essência a lei romana (Mt 17.24-27; 22.17 22), dos mandamentos divinos. Conforme o e praticou a lei moral ao obedecer Comentário Bibtico Pentecostai “estes perfeitam ente aos m andam entos dois mandamentos sobre o amor são a de Deus. Por essa obediência, Ele se tornou a perfeita justiça do pecador óonstituição' do Reino, a partir do qual que infringiu a lei (Dn 9.24; Mt 3.15; todas as outras leis serão julgadas e Rm 10.3,4; 2 Co 5.21; G l 4 .4 ,51. todas as aplicações da lei consideradas (5) Aquele que aboliu a lei c e ri­ apropriadas ou não. Estes dois manda­ monial. A morte de Cristo na cruz mentos garantem que a lei inteira se aboliu a legislação cerim onial (Mt conformará ao espírito do Reino”. 27.51); porém, mesmo antes desse acontecimento, Cristo havia feito de­ © Pense! clarações que prepararam o caminho Deus preservou de forma para uma adoração simplificada na Era incontestável a sua mensagem do evangelho (Mc 7.15.19; Lc 11.41; Jo ao longo dos séculos, 0 que nos 4.23,24)" (PFEIFFER, Charles F.; REA, traz a segurança de que podemos John; VOS, Howard F. (Eds). Dicionário confiar na Palavra de Deus. Bíblico Wycliffe. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 200g.p. 1141). @ Ponto Importante A Bíblia é a inerrante e eterna Pa­ lavra de Deus revelada ao homem. 30 JOVENS

ESTANTE DO PROFESSOR ALMEIDA, Abraão. O Sábado, a Lei e a Graça. STRONSTAD, Roger; Arrington, French L. (Eds.). Comentário Bíblico

Pentecostal Novo Testamento.

CONCLUSÃO Portanto, o fato de estarmos debaixo da graça (e não da lei), não nos isenta de obede­ cermos aos mandamentos de Deus (Rm 6.15). Precisamos entender, contudo, que, em Jesus Cristo, a observância da lei moral do Reino não é um mérito pessoal conquistado pelo esforço próprio, mas algo que parte de um coração regenerado e transformado interiormente. Hoje, vivemos a Lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus (Rm 8.2). Glorifiquemos a Deus por isso!

HORA DA REVISÃO 1. O que é o Decálogo? Os Dez Mandamentos proferidos pelo Senhor no Sinai (Éx 20.1-17). 2. Quais eram os propósitos da Lei? Prover um padrão de justiça; identificar e expor a malignidade do pecado; e revelar a santidade de Deus. 3. Qual o significado da palavra “cumprir" em Mt 5.17 e Lc 24.44? Cumprir (gr. plèroõ) tem o sentido de concluir, satisfazer ou aperfeiçoar. 4 -Como podemos colocar em prática o novo significado que Jesus deu à Lei? Resposta pessoal. 5-Quais os dois mandamentos de que dependem a Lei e os profetas, segundo Jesus? Amar a Deus e ao próximo.

LIÇÃO

5

03/05/2015

JESUS E A IMPLANTAÇÃO DO REINO DE DEUS TEXTO DO DIA “Mas, se eu expulso os demô­ nios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós 0 Reino de Deus”(Mt 12.28).

r

AGENDA DE LEITURA SEG U N D A -M t 423. O Evangelho do Reino TERÇA-Lc 1231 A prioridade do Reino QUARTA-1 Co 6.10 Não herdarão o Reino de Deus

SÍNTESE Entender 0 significado bíblico do Reino de Deus é fundamental para a genuína proclamação do Evangelho e compreensão do papel da Igreja na sociedade.

32 JOVENS

QUINTA-Mt 18.4 O maior do Reino dos céus SE X T A -S l 145.13 O Reino de Deus SÁBADO - Lc 1824 O Reino e as riquezas

OBJETIVOS MOSTRAR o significado bíblico da expressão Reino de Deus; DESCREVER as características do Reino de Deus nas Escrituras; CO M PREEND ER a necessidade da proclam ação do Evangelho do Reino nos dias atuais.

INTERAÇÃO Através das páginas dos Evangelhos, podemos ver a ênfase que o Senhor Jesus deu à chegada e ao anúncio do Reino, chamando o Evangelho de “o evangelho do Reino" (Mt 4.23). Assim, nesta lição, estudaremos a respeito do significado do Reino impLantado pelo Senhor Jesus e como os discípulos, como súditos do Reino, devem vivenciá-lo e proclamá-lo.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Reproduza o quadro abaixo. Utilize-o para explicar o tópico II da lição. RessaLte os valores do Reino de Jesus e os valores opostos do mundo. Os valores de Jesus

Valores opostos

BEM-AVENTURADOS OS QUE...

BEM-AVENTURADOS OS QUE...

(v, 3) são pobres de espírito

são autoconfiantes; são competentes; são autossuficientes

(v. 4) choram

procuram o prazer; são hedonistas; são “gente bonita".

(v. 5) são mansos

são orgulhosos; são poderosos; são importantes

(v. 6) têm fome e sede de justiça

são satisfeitos; são “bem ajustados"; são práticos

(v. 7) são misericordiosos

são fanáticos: são capazes de “tomar conta de si mesmos"

(v. 8) são limpos de coração

são “adultos"; são sofisticados; são tolerantes

(v. 9) são pacificadores

são competitivos; são agressivos

(v. 10) sofrem perseguição por causa da justiça

são adaptáveis; são populares; não perturbam

3

TEXTO BÍBLICO 7

Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproxima­ ram-se dele os seus discípulos;

bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;

8

bem-aventurados os limpos de cora­ ção, porque eles verão a Deus;

2

e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo:

9

3

Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus;

bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;

4

bem -aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

10

5

bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;

bem-aventurados os que sofrem per­ seguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;

11

bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa.

Mateus 5.1-11 1

6

bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Embora o cerne do m inistério de Jesus e da mensagem proclamada pela Igreja Prim itiva tenha sido 0 Reino de Deus, esse assunto tem recebido pouca ênfase no ensino e pregação das igrejas atualmente. Quantas vezes ouvim os a exposição clara e contundente sobre 0 dom ínio de Deus e a sua presença em nosso meio? Desse modo, considerando sua relevância, magnitude e primazia (Mt 6.33), estudaremos nesta lição sobre 0 significado bíblico do Reino de Deus, sua natureza e dimensão, pois a compreensão deste assunto é fundam ental para a genuína proclamação do Evangelho, assim como para m elhor entendermos 0 papel da Igreja na sociedade. _

I - O QUE É O REINO DE DEUS 1. Reino de Deus e Reino dos Céus. Sobressai nos Evangelhos o ensino de Jesus acerca do Reino, mencionado em diversas ocasiões pelos evangelistas como Reino de Deus e, em outras, como Reino dos céus. Conquanto alguns es­ tudiosos afirmem que tais expressões tenham significados distintos, o exame cauteloso das Escrituras e da cultura judaica dos tempos de Jesus revela, 34 JOVENS

em verdade, que essas expressões possuem sentidos equivalentes. É im­ portante lembrar que o evangelho de Mateus foi escrito aos crentes judaicos e, por isso, o seu autor dá preferência ao termo Reino dos Céus, ao invés de Reino de Deus, por causa do costume que tinham em não pronunciar literal­ mente o nome de Deus. 2. Significado do Reino. Etimologicamente, a palavra Reino (gr.basileia)

Jovem, você tem procLamado o Evangelho do Reino? Sua missão primordial, é anunciar as boas novas: "Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura" (Mc 16.15).

significa domínio ou governo. Em sen­ tação aqui na terra entre os homens tido amplo, portanto, o Reino de Deus (Mc 1.15; Lc 18.16,17). Este é o Reino pode ser definido com o o dominio inaugurado. Não se trata, contudo, de eterno (Sl 45 6) do Criador em todas as um reinado institucional ou político, e, épocas (Sl 10.16) e sobre a totalidade sim, espiritual, pelo qual Deus passa a da criação, intervindo e predominando atuar eficazmente no coração daqueles na história humana através de seus que se tornam súditos desse Reino, atributos supremos. Jesus completou submetendo-se consequentemente à vontade do Altíssimo (1 Co 4.20). a oração modelo da seguinte forma: b) Reino futuro: Refere-se ao aspecto “[...] porque teu é o Reino, e o poder, escatológico do Reino consumado. A e a glória, para sempre. Amém!” (Mt Bíblia de Estudo Pentecostal assim ex­ 6.13). Todavia, além d esse aspecto plica: “A manifestação futura da glória abrangente, o Messias referiu-se ao de Deus e do seu poder e reino ocorrerá Reino de Deus de maneira bem mais quando Jesus voltar para julgar o mundo específica, enfatizando tanto o seu (Mt 24.30: Lc 21.27; Ap 19.11-20; 20.1-6). aspecto presente quanto futuro. O O estabelecimento total do Reino virá teólogo britânico John Stott chamava quando Cristo finalmente triunfar sobre essa dupla realidade do Reino de “Já" todo o mal e oposição e entregar o Reino (Reino presente) e o “Ainda não" (Reino a Deus Pai” (1 Co 15.24-28; Ap 20.7-21.8). futuro). Logo, para a correta interpre­ tação desse termo nos Evangelhos é O Pense! fundamental que se considere o seu ““Portanto, aqueLe que se tornar respectivo contexto bíblico. humilde como esta criança, esse 3. As dimensões do Reino. Vejamos, é o maior no Reino dos céus"(Mt desse modo, as duas dim ensões do m i Reino aludidas em o Novo Testamento: a) Reino presente: Jesus realçou em © Ponto Importante Em sentido amplo, 0 Reino de seu ministério a chegada do Reino (Mt Deus é o domínio eterno do Cria­ 417; 12.28), dando a entender que Ele dor em todas as épocas e sobre próprio estava reaLizando a sua implan­ a totalidade da criação, intervinJOVENS 35

do e predominando na história humana através de seus atributos supremos.

II - AS CARACTERÍSTICAS DO REI­ NO DE DEUS NAS ESCRITURAS 1. Origem do Reino. Diferentemente da expectativa dos ju d e u s daquele tempo, que aguardavam um Messias que implantaria o seu Reino na terra, por meio de uma renovação política, o Nazareno afirmou não ser o seu Reino deste mundo (Jo 18.36). Com esta de­ claração, Jesus não descaracterizou a realidade e a presença do Reino, de modo a afastara sua própria autoridade sobre a esfera terrena, pois as Escrituras dão provas de que Ele é supremo (Mt 28.18; Fp 2.9-11; Cl 1.15-18; Ap 19.16). Jesus está se referindo à origem celestial do seu governo, o qual não é fabricado pelo homem, ou conquistado pelo uso da força física, ou pela política deste mundo. É um Reino de verdade que emana de Deus e irrompe entre os homens promovendo transformação! 2. Natureza do Reino. Na sua d i­ mensão presente, o Reino de Deus é fundamentalmente espiritual. Quando recebemos esse Reino, Deus opera o seu domínio e manifesta, por antecipação, parte das bênçãos espirituais da vida eterna e da glória do porvir no tempo em que vivemos, gerando uma vida abundante (Jo 10,10). O apóstolo Paulo captou bem a sua essência ao dizer: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14.17). De forma graciosa, somos beneficiados pela boa, perfeita e agradável vontade (Rm 12.2) e pelas virtudes do Espírito (Rm 1513). que afetam e influenciam todas as esferas da 36 JOVENS

vida humana, especialmente emocional, mental, física, social e econômica. 3. Marcas e valores do Reino. O Reino deixa marcas perceptíveis na vida de seus súditos, transparecendo evidências sublimes da presença divina em seus comportamentos. Um resumo destes sinais é encontrado no Sermão da Montanha proferido por Jesus, mais especificamente nas bem-aventuranças (Mt 5.1-10). Ali estão contidos os valores de Jesus para a realidade presente do Reino de Deus. Para viver este Reino na prática, precisamos rejeitar os valores e as atitudes do mundo e adotar os valores ali retratados. Os filhos do Reino também são distinguidos por sua obediência (Mt 7.21) e fidelidade a Deus (Lc 19.11-27), assim como pelos seus frutos (Mt 7.20; GI5.22). Será que o mundo nos reconhece por nossos frutos e pelas marcas do Reino celestial?

O

Pense! “Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude"(1 Co k-20).

©

Ponto Importante Quando recebemos o Reino, Deus opera o seu dom ínio e manifesta por antecipação par­ te das bênçãos espirituais da vida eterna e da glória do por­ v ir no tempo em que vivemos, gerando uma vida abundante (Jo 10.10).

III - JESUS E A MENSAGEM DO REINO DE DEUS 1. O Evangelho do Reino. O ponto central da mensagem anunciada por Jesus em seu ministério terreno foi a proclamação do Evangelho do Reino (Mt 4.23; 9.35; 24.14; Lc 4 -4 3 ; 8.1). Igualmente,

este foi o cerne da pregação de João Ba­ é o chamado do Evangelho, envolvendo tista (Mt 3.2), assim como dos discípulos tanto arrependimento dos pecados, quan­ e da igreja Primitiva (At 8.12; 19.8; 28.23), to mudança de direção, de mentalidade A palavra Evangelho (gr. euangeíion) tem e perspectiva de vida. Isso porque, para o sentido de boas novas, boas notícias, ser participante do Reino, é necessário acerca do pLano saLvífico de Deus para pensar a partir da vontade de Deus, ter a humanidade. O Evangelho genuíno é a mente de Cristo (1 Co 2.16). o Evangelho do Reino. 3. Novo nascimento para o Reino. Vivemos, infelizmente, dias de desJesus também garantiu a Nicodemos: virtuamento do Evangelho, esfriamento “[...] aquele que não nascer de novo da fé e mercantilização do cristianismo. não pode ver o Reino de Deus” (Jo 3.3). Nesse tempo, muitas igrejas já não dão Este novo nascimento não é físico ou o devido valor à proclamação genuína biológico, mas espiritual. É a nova vida da mensagem do Reino, substituindo-a em Cristo, que começa aqui e agora, por programas de entretenimento e com a presença de Deus, mas que se pregações de autoajuda. Mas a ver­ prolonga para a vida eterna (Jo 3.15). A dadeira Noiva do Cordeiro sabe que nova vida depende da manifestação a sua missão primordial é anunciar as da vontade do ser humano. Deus não boas novas: “Ide por todo o mundo, obriga ninguém a acreditar nEle e a pregai o evangelho a toda criatura" (Mc aceitar a obra de Cristo. 16.15) é a sua principal incumbência (1 Co 9.16), chamando o ser humano Pense! ao arrependim ento e conversão ao “Mas, ainda que nós mesmos ou senhorio de Cristo. Jovem, você tem um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho proclamado o Evangelho do Reino? anunciado, seja anátema’(GL 18). 2. Reino e arrependimento. O Reino está intimamente ligado à obra redentora © Ponto Importante do Salvador. Daí o motivo pelo qual o Texto Para ser participante do Reino, Sagrado evidencia o arrependimento é necessário pensar a partir da como condição para deLe desfrutar (Mt vontade de Deus e ter a mente de 3.2; 4.17; Mc 1.15; Lc 5.32). “Arrependei-vos" Cristo (1 Co 2.16).

&

“Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa." (Mc 5,11),

JOVENS 37

SUBSÍDIO REINO DE DEUS, REINO DOS CÉUS “Um estudo do uso dos dois ter­ mos revela que Mateus usa o termo “reino dos céus" 34 vezes, mas “reino de Deus" apenas quatro vezes, Mateus usa “reino dos céus" quatro vezes onde Marcos, Lucas e João usam “reino de Deus" (Mt 4 .17, cf, Mc 1.15; Mt 10.7, cf. Lc 9.2; Mt 5.3, cf. Lc 6.20; Mt 13,11, cf. Mc 4.11; Lc 8.10). Evidentemente, Mateus teve uma razão para sua preferência. Ele era um judeu escrevendo para sua própria raça e respeitava seu costume de usar o nome de Deus o menos possível e, portanto, falou do reino dos céus. Por outro lado, falar do reino dos céus para os gentios e pagãos seria sugerir conceitos que para eles implicavam em politeísmo, enquanto que falar do reino de Deus teria enfatizado o monoteísmo. Esta é, aparentemente, a razão pela qual os três outros escritores não falam do reino dos céus. Aqueles que sentem que Mateus usa “reino dos céus por razões teo lóg icas, e que p reten­ dem fazer uma distinção entre esta expressão e a expressão, “reino de Deus”, devem observar que Mateus usa esta última cinco vezes (Mt 6.33: 12.28; 19 24; 21 . 31 , 4 3 ) . No caso do jovem governante rico, e le usa as d uas e xp re ssõ e s juntas (Mt 19.23,24), mostrando que elas são intercambiáveis para os seus propósitos" (PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds). Dicionário Bíblico WycLiffe í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p. 1660).

Caro professor, “nenhum cren­ te tem oportunidade mais promissora para o ministério do discipulado do que o professor, Este tem uma audiência já feita (os alunos) com quem se associa regularmente, uma assistência de pessoas que olham para ele como fonte da verdade e guia para relacionar essa verdade com a vida. A meta de todo professor-discipulador é capacitar seus alunos-discipulos a ficar cada vez mais sem elhantes a Jesus Cristo mediante o processo de ganhar almas e formar discípulos. O apóstolo Paulo declara este propósito nitidamente: A quem anunciamos, admoestando a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentem os todo homem perfeito em Jesus Cristo (Cl 1.28). Deus permite que todo professor crente tenha parte nesse processo através do qual o Espírito Santo traz o aluno mais estreitamente em conformidade com o Salvador; a varão perfeito [maduro], à medida da estatura completa de Cristo' (Ef 413)” (GANGEL, Kenneth O; HENDRICKS, Howard G ManuaL de Ensino para o Educador Cristão: Compreendendo a natureza, as bases e o alcance do verdadeiro ensino cristão. í.ed. Rio de Janeiro, 1999, p. 294)-

38 JOVENS

ESTANTE DO PROFESSOR PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds).

Dicionário Bíblico Wycliffe. STRONSTAD, Roger; Arrington, French L. (Eds.). Comentário Bíblico

Pentecostal Novo Testamento.

CONCLUSÃO 0 Reino de Deus não é uma utopia política ou uma condição social. É o poder de Deus operando na vida dos seus súditos, de forma eficiente e transformadora, desde a vinda de Cristo a essa terra. Este Reino transforma a mente, modifica o caráter e conduz os passos de seus súditos sob a tutela do Espírito Santo. Quando isso ocorre, família, amigos, trabalho, sociedade e tudo o mais é afetado pela luz do cristão. É sobre isso que Jesus estava dizendo ao falar sobre os seus discípulos: “Vós sois o sal da terra e a luz do mundo” (Mt 5.13,14).

HORA DA REVISÃO 1. Em sentido amplo, qual o significado de Reino de Deus? O domínio eterno (Sl 45-6) do Criador em todas as épocas (Sl 10.16) e sobre a totalidade da criação, intervindo e predominando na história humana através de seus atributos supremos. 2. Quais as duas dimensões do Reino de Deus nas Escrituras? Reino presente e Reino futuro. 3 -Qual a natureza do Reino presente? É fundamentalmente espiritual. Quando recebemos esse Reino, Deus opera o seu domínio e manifesta por antecipação parte das bênçãos espirituais da vida eterna e da glória do porvir no tempo em que vivemos, gerando uma vida abundante. 4 -O que significa evangelho? A palavra evangelho (gr. euangelion) tem o sentido de boas novas, boas notícias, acerca do plano salvífico de Deus para a humanidade. O evangelho genuíno é o Evangelho do Reino. 5 -Qual a condição para desfrutar o Reino? Arrependimento.

JESUS, 0 TEMPLO E A SINAGOGA TEXTO DO DIA “E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sina­ gogas e pregando o evangelho do Reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” ( Mt 4.23).

SÍNTESE O templo religioso não é sagrado em si mesmo, mas deve ser tratado com zelo e respeito, como local de reunião, estudo da Palavra e adoração a Deus.

40 JOVENS

^

AGENDA DE LEITURA

SEGUNDA - Lc 24.53 Lugar de louvor e adoração TERÇA-Ec 5.1 Lugar de reverência QUARTA-Ez 43.5 Lugar da glória de Deus QUINTA-Sl 1221 Alegria em ir à Casa do Senhor SEXTA - 1 Co 3.16 O crente é 0 templo do Espirito SÁBADO - Ap 2122 O templo é 0 Senhor Deus

OBJETIVOS • MOSTRAR as características do Templo de Jerusalém e das sinagogas da época do Novo Testamento; ■COMPREENDER o zelo que Jesus tinha pela Casa de Deus; • SABER como se relacionar adequadamente com o templo religioso nos dias atuais.

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INTERAÇÃO Atualmente, uma parcela considerável de cristãos está entor­ pecida pelo engano da teologia da “Igreja Emergente’’. Estes acreditam e propagam a falsa ideia de que a Igreja não tem importância alguma na vida espiritual do servo de Deus. Por isso, ir ou deixar de ir à igreja local, afirmam eles, não faz muita diferença. TaL pensamento tem feito surgir uma visão distorcida a respeito da Igreja. Para combater esse equívoco teológico, nada melhor do que nos voltarmos para as páginas do Novo Testamento, com o objetivo de confirmar a constante presença do Mestre no Templo de Jerusalém e nas sinagogas, ensinando sobre o Reino de Deus e curando as pessoas. Exemplo este que foi seguido pelos discípulos e pela Igreja em seu alvorecer.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Caro professor, para desenvolver o segundo tópico, reproduza as características do TempLo de Herodes e a planta que se encontra na página 44: • Os prédios tinham o dobro dos de Salomão e Zorobabel; •Os pátios tinham pavimento de mármore e parte do prédio era revestido de ouro; ■O Templo refletia 0 progresso das divisões na fé. Havia um pátio dos gentios - onde só gentios podiam entrar; pátio das mulheres, dos homens e dos sacerdotes, que indicavam os limites até onde a pessoa podia ir ao encaminhar-se para 0 santuário central; ■O pátio dos gentios era ao mesmo tempo uma via pública, um mercado e um Lugar de negócios. Fonte: COWER, Raph. Novo manual dos usos e costumes dos tempos bíblicos 2.ed. RJ: CPAD, 2012.

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J°V EN S 4 l'

TEXTO BÍBLICO expulsar todos os que nele vendiam e compravam,

João 2.13-17 13

E estava próxima a Páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém.

14

E achou no templo os que vendiam bois, e ovelhas, e pombos, e os cambiadores assentados.

15

E, tendo feito um azorrague de cordéis, lançou todos fora do templo, bem como os bois e ovelhas; e espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derribou as mesas,

16

e disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes e não façais da casa de meu Pai casa de vendas.

17

45

46 dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração; mas vós fizestes dela covil de salteadores. 47

E todos os dias ensinava no templo; mas os principais dos sacerdotes, e os escribas, e os principais do povo procuravam matá-lo

48 e não achavam meio de o fazer, por­ que todo o povo pendia para ele. escutando-o. Marcos 1.38-39

E os seus discípulos tembraram-se do que está escrito: O zelo da tua casa me devorará.

38

E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim.

Lucas 19.45-48

39

E pregava nas sinagogas deles, por toda a Galileia, e expulsava os demônios.

E, entrando no templo, com eçou a

COMENTÁRIO r

INTRODUÇÃO

Na lição de hoje, estudaremos a respeito do Templo e as sinagogas nos tempos de Jesus. Vamos entender quais foram as suas características e porque os Evangelhos destacam a presença constante do Mestre em tais ambientes, do seu nascimento ao fim do seu ministério. 0 estudo das Escrituras sobre esse tema será importante para rechaçar aqueles que menosprezam 0 templo religioso, assim como a concepção igualmente equivocada e extrema que os considera como edifícios sagrados.

J

a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor" (Lc 2.22). Isso porque, de acordo com a lei, todo primogênito do sexo 1. Apresentação no Templo. Logo masculino deveria ser consagrado a após o nascimento do menino Jesus, Deus (v. 23; Êx 13.2), depois do período José e Maria, seguindo a tradição judaica, de purificação da mulher (Lv 12.1-8). levaram-no para ser apresentado no 2. Aprendendo no Templo. Uma Templo. O evangelho de Lucas registra vez ao ano, os pais de Je su s iam a que, "cumprindo-se os dias da purifica­ Jerusalém para participarem da Festa ção, segundo a lei de Moisés, o levaram

I - JESUS VISITA O TEMPLO (Lc 2.21- 29,41- 51)

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da Páscoa. Em uma dessas ocasiões, quando a família retornava para sua cidade, depois do término da c e le ­ bração, José e Maria perceberam que o menino não estava entre eles (Lc 2.41-44). Com o não o encontravam entre os parentes e conhecidos (v.45), regressaram até Jerusalém à sua pro­ cura: “E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas” (vv. 46, 47). Este episódio nos mostra o valor que Jesus, ainda moço, dava à Casa de Deus e ao estudo da Palavra: como resultado, Ele crescia não somente em estatura, mas também em sabedoria, e em graça para com Deus e os homens (Lc 2.52). A narrativa bíblica nos leva a compreender que Jesus alegrava-se em sentir a pre­ sença de Deus no Templo, aprendendo a sua Palavra. O salmista expressou júbilo semelhante ao dizer: Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor" (Sl 122.1). Quando não sentimos deleite em estar na Casa de Deus, precisamos rever a nossa vida espiritual.

Jerusalém possuía significado especial, pois simbolizava a presença constan­ te de Deus entre seu povo, sendo o principal local de cuLto e oferta de sa­ crifícios. Construído durante o reinado de Salomão (1 Rs 6), como uma réplica da planta do tabernáculo, o santuário passou por duas reedificações após ter sido destruído em 586 a.C. por Nabucodonosor, rei da Babilônia (2 Rs 25.13-17). A primeira aconteceu depois do retorno dos judeus do cativeiro babilônico, sob a liderança de Zorobabel (Ed 3.8) e exor­ tação dos profetas Ageu e Zacarias (Ed 5-6). Em 19 a.C., Herodes, o Grande, na tentativa de apaziguar os ânimos dos judeus e ganhar popularidade, iniciou a reconstrução do segundo templo. O Templo de Herodes, como era cha­ mado, impressionava por sua beleza e imponência arquitetônica, Era uma das maravilhas do mundo antigo e, por isso, recebia judeus e, até mesmo, gentios de várias partes. 2. Jesus no Templo. O Mestre costu­ mava freqüentar a parte externa deste Templo para proferir seus ensinamentos (Lc 21.38, Jo 7,14) e curar os enfermos. Apesar da sua importância como local de reunião e de culto, Jesus deixou O Pense! transparecer que o edifício não tinha Quando não sentimos deleite em valor sagrado em si mesmo, pois, além estar na Casa de Deus, precisa­ de ser transitório (Mt 24.1,2) não era mos rever a nossa vida espiritual. maior do que o Filho de Deus (Mt 12.6). Aplicando essas verdades para os dias Ponto Importante atuais, entendemos que o bem mais Seguindo a tradição judaica, o valioso no templo não é a beleza da menino Jesus foi apresentado no Templo. sua estrutura física ou o conforto que proporciona aos crentes. O que mais II - O TEMPLO E AS SINAGOGAS importa é a manifestação da glória de NOS TEMPOS DE JESUS Deus no meio do seu povo (Ez. 43.5). 1. Templo de Jerusalém. Para Is­ Sem a divina presença, santuários re­ rael, o templo sagrado localizado em ligiosos são como sepulcros caiados.

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São belos por fora, mas sem vida por dentro! 3. Conhecendo as sinagogas. Os Evangelhos também mostram que o Nazareno costumava pregar e ensinar nas sinagogas acerca do Reino de Deus (Lc 4 4 4 ; 1310; Mt 12.9; Mc 1.39). No original, sinagoga (gr. synagõgê) tem o sentido de assembleia, congre­ gação de pessoas. O Dicionário Biblico W ycliffe registra que, no judaísm o, enquanto o Tem plo era o lugar do culto, a sinagoga tinha uma função educativa: era o Local para o estudo da lei, Mas, com o passar do tempo, as sinagogas passaram a servir tam­ bém como espaço para a adoração, principalm ente para os ju d e u s que m oravam a gra nd es d istân cias de Jerusalém. Portanto, diferentemente

do Tem plo que era único, haviam m uitas sin ag o g as e sp a lh a d a s por toda a Terra de Israel nos tempos do Novo Testamento. Tanto é assim que a Igreja Primitiva, seguindo o exemplo do Mestre, flo resceu anunciando o Evangelho em tais localidades (At 9.20; 13.5; 18.4). A preocupação dos judeus para a construção de sinagogas para o estudo das Escrituras serve como exemplo para os discípulos de Jesus. Tem a igreja dado o devido valor para a estrutura física da Escola Dominical?

O

Pense! Sem a divina presença, santuá­ rios religiosos são como sepul­ cros caiados. São belos por fora, mas sem vida por dentro!

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Ponto Importante Enquanto 0 Templo de Jerusalém era único, havia muitas sinago­ gas espalhadas por toda a Terra de Israel nos tempos do Novo Testamento.

III - O ZELO DE JE S U S PELO TEMPLO 1. A dupla purificação do Templo.

Fonte: Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. CPAD, p. 350.

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Em duas ocasiões de seu ministério, Jesus purificou o Templo expulsando aqueles que haviam transformado o santuário em verdadeiro centro de co­ mércio religioso. Embora as transações comerciais fossem comuns, envolvendo, principalmente, a compra, a venda e a troca de animais para serem oferecidos como sacrifício, tal prática havia se tornado tão trivial em Jerusalém que o propósito da casa de oração havia sido subvertido. Os vendilhões converteramna em casa de vendas (Jo 2.16) e covil de ladrões (Mt 21.13).

2. Zelo e reverência na Casa de Deus. De forma implacável e impetuosa, o amo­ roso Jesus revela a face da justiça divina, colocando para fora os vendedores, compradores e, até mesmo, os animais; derribou mesas e espalhou o dinheiro, em virtude do zelo pela Casa de Deus (Jo 2.17; Sl 119.139). O verdadeiro servo de Deus não tolera práticas mundanas e carnais praticadas em qualquer que seja o lugar e, muito menos, no santuário, lugar de reverência (Ec 5.1) e adoração ao Senhor. Como verdadeiro profeta, é necessário ter coragem para mostrar o erro e apartar-se dos homens corruptos, fraudulentos, que lucram com uma falsa piedade (1 Tm 6.5).

3. Negócios com palavras fingidas. O exemplo de Jesus continua vivido e relevante para os nossos dias. Nesses tem pos trabalhosos, falsos mestres e falsos doutores, por avareza, têm transformado a igreja em objeto de negócio (2 Pe 2.3), para satisfação pessoal e lucro financeiro. São verda­ deiros aproveitadores da fé. Contudo, o juízo divino para estes está preparado. Como disse o apóstolo Pedro, “sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita”

SUBSÍDIO A SINAGOGA “Depois do templo de Salomão ter sido destruído e enquanto os judeus estavam no exílio, eles sobrevive­ ram reunindo-se aos sábados para aprender sobre a lei e as tradições do seu povo. Essa prática mostrou-se tão útil que, ao voltarem, os judeus quiseram continuá-la e começaram a construir lugares onde pudessem ‘reunir-se’. Esses lugares, conheci­ dos como sinagogas (que significa literalm ente lug ares de reunião), começaram a ser construídos onde quer que houvesse pelo menos dez homens adultos na comunidade. Na época de Jesus, as sinagogas já eram conhecidas em todo o território. Não havia dificuldade em achá-las, visto que se não estivessem no centro da comunidade, eram construídas no ponto mais alto, ou se tornavam o prédio mais alto, por meio de alguma característica arquitetônica, tal como um domo ou base ampliada" (GOWER, Ralph. Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD. 2002, p. 345).

Pense! Nesses tempos trabaLhosos, falsos mestres e falsos doutores, por avareza, têm transformado a igreja em objeto de negócio para satisfação pessoal e lucro financeiro.

Ponto Importante Jesus expulsou do Templo aque­ les que haviam transformado 0 santuário em verdadeiro centro de comércio religioso.

Caro professor,

“a rotina sempre tem o efeito de embotar, e isso também vale para a rotina bíblica” (Lois E. Lebar).

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ESTANTE DO PROFESSOR GOWER, Raph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. 2.ed, RJ: CPAD, 2012. TENNEY, MerrilC, Tempos do Novo Testamento. í.ed. RJ: CPAD, 2010. PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds). Dicionário Bíblico Wycliffe. í.ed. RJ: CPAD, 2009.

CONCLUSÃO Com 0 advento e obra de Cristo, a ênfase do culto foi transferida do santuário físico para o próprio Senhor Jesus, no qual habita toda a plenitude de Deus (Cl 2.9), que materializou, em si, 0 propósito do templo. E por isso, Ele mesmo disse que chegou 0 momento em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Além disso, cada crente, convertido e transformado, é templo e morada do Espírito do Altíssi­ mo (1 Co 3.16). Não obstante, ainda permanece a finalidade e a importância do templo da igreja, como local onde o povo de Deus se reúne para cultuar, orar e aprender a Palavra.

HORA DA REVISÃO 1. Onde Jesus estava ao ser encontrado por José e Maria quando tinha doze anos de idade? No Templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 2. Por quantas reedificações o Templo de Jerusalém passou após ter sido destruido em 586 a.C. por Nabucodonosor? Duas. 3. Quem havia reconstruído o Templo existente na época de Jesus? Herodes, o Grande. 4.0 que significa sinagoga? Sinagoga (gr. synagõgé) tem o sentido de assembleia, congregação de pessoas. 5. Qual a era principal função da sinagoga? Função educativa, pois era o local para o estudo da Lei.

Anotações

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JESUS, 0 MESTRE DA JUSTIÇA TEXTO DO DIA

AGENDA DE LEITURA

"Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos”(Mt 5.6).

SE G U N D A -Sl 119.142 Justiça eterna T E R Ç A -S l 89.14 A base do trono Q U ARTA-lJo 3.7 Aquele que pratica a justiça é justo

SÍNTESE A justiça ensinada por Jesus retribui 0 pecado, restaura 0 homem caído e cuida do necessitado.

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Q U IN T A -F p L ll Frutos de justiça SEXTA - Dt 16.20 Seguindo a justiça S Á B A D O -Sl 823 Fazei justiça ao pobre

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OBJETIVOS

MOSTRAR o significado de justiça à luz das Escrituras; IDENTIFICAR Jesus como o Mestre que cumpriu toda a justiça; CONHECER as características da justiça que agrada a Deus.

INTERAÇÃO Justiça é um tema presente no nosso cotidiano, pois ela é 2lemento indispensável nas relações sociais. As pessoas, quase diariamente, debatem sobre o que é justo ou injusto, a partir de determinado ponto de vista ideológico, filosófico ou político. Será que os nossos jovens têm uma perspectiva clara sobre o significado da justiça à luz das Escrituras? O que é praticar a justiça? Vamos falar sobre esse e outros temas nesta lição.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Prezado professor, lembre-se de que uma boa aula deve Le­ var em consideração pelo menos quatro fatores: 1) Produzir conhecimento; 2) Conduzir os alunos à reflexão individual; 3) Proporcionar 0 ambiente adequado para o agir do Espírito Santo; e 4) EstimuLar a prática do conteúdo aprendido. Ao ensinar os jovens, tenha em mente que eles apreciam aulas criativas e dinâmicas. Use 0 bom humor sem perder de vista a seriedade da Palavra de Deus. Procure empregar ilustrações e exemplos reais, aplicando os ensinamentos ao contexto de vida do aluno. Boa aula!

TEXTO BÍBLICO Mateus 3.13-15 13

Então, veio Jesus da Galileia ter com João junto do Jordão, para ser batizado por ele.

14

Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim?

15

Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu.

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bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos:

10

bem-aventurados os que sofrem per­ seguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus;

20

Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus,

de modo nenhum entrareis no Reino dos céus. Mateus 6.1-4 1

Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus.

2

Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.

3

Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita,

4

para que a tua esmola seja dada ocul­ tamente, e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.

Mateus 5.6,10,20

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Nesta lição, estudaremos a respeito de Jesus como 0 Mestre da Justiça. Além de ter cumprido toda a justiça de Deus (Mt 3-15). Ele ensinou os seus discípulos aplicando-a de forma graciosa, misericordiosa e generosa. Na auLa de hoje, teremos a oportunidade de aprender que a justiça bíblica é uma virtude, de acordo com o padrão divino, e não uma mera teoria. Veremos que é preciso colocar em prática a retidão divina em todas as áreas das nossas vidas, seja nas decisões pessoais quanto no tratamento das outras pessoas.

I - JESUS, O MESTRE QUE CUM­ PRIU TODA JUSTIÇA (Mt 3.15)

virtude pela qual se age com retidão, justeza e integridade, de acordo com 1. Antecedentes do Antigo Testa­ o padrão divino (Êx 9.27). Aqueles que mento. No Antigo Testamento, justiça assim procedem são cham ados de — ao lado da Lei — é um dos temas justos (Gn 6.9; 18.26, Jó 22.19, Sl 1.6; 14.5). centrais no relacionamento entre Jeová Conforme assinala a Bíblia de Estudo e seu povo, e significa de forma geral a Palavra-Chave, sedaqah, um dos termos JOVENS 49

hebraicos usados para justiça, descreve a postura e as ações que Deus possui e que espera que seu povo também preserve. Ele é inequivocamente justo; a justiça é inteiramente sua prerrogativa. Seu povo deve semearjustiça e, como recompensa, receberá justiça (Os 10.12). Ele trata com seu povo segundo a irrepreensibilidade que eles demonstram (2 Sm 22.21; Ez 3.20)”. O termo refere-se ainda à punição do erro e à condição daqueles que foram justificados, isto é, considerados inocentes (Jó 11.2; Is 50.8). 2. Israel e a justiça social. Ajustiça para Israel também possuia um aspecto social, envolvendo o cuidado com os pobres e vulneráveis (Mq 6.8), Nestas passagens bíblicas, justiça (hb. mishpat) denota a necessidade de tratamento igualitário aos menos afortunados, aos órfãos, às viúvas e aos estrangeiros Ur 22.3). Enquanto povo escolhido, Israel deveria implantar uma cultura de justiça e paz, agindo com generosidade em relação ao próximo. A Lei mosaica, inclusive, estabelecia uma série de disposições contra a opressão aos pobres (Êx 22.25). Por essa razão, no livro de Provérbios encontramos: “O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas o que se compadece do necessitado honra-o” (Pv 14.31).

3. Jesus e o cumprimento de toda ajustiça. Em o Novo Testamento, a justiça (gr. dihaiosyne) divina tem o seu pleno cumprimento em Jesus Cristo (Mt 3.15). Uma vez que Deus é santo ejusto, e considerando que ajustiça envolve a retribuição implacável pelo delito, o pecado cometido por Adão no Éden deveria receber a adequada pu­ nição. Jesus, portanto, se oferece para o cumprimento da pena e satisfação da justiça divina, consumada na cruz do 50 JOVENS

Calvário (Jo 19.30), de forma substitutiva para remissão dos pecados do homem (Rm 3.25). O Juiz Celestial que decretou a sentença de condenação é o mesmo que enviou o seu Filho Unigênito para cumpri-la. Que maravilhosa graça!.

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Pense! 0 Juiz Celestial que decretou

a sentença de condenação é o mesmo que enviou 0 seu Filho Unigênito para cumpri-la.

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Ponto Importante Jesus cumpriu toda a justiça na cruz do Calvário, de forma substitutiva para remissão dos pecados do homem.

II - JESUS ENSINA A PRÁTICA DA JUSTIÇA (Mt 6.33) 1. A primazia do Reino. Jesus é o Mestre da justiça porque além de tê-la vivenciado em toda a sua plenitude, en­ sinou aos discípulos sobre a sua prática. De modo magistral, Ele enfatizou: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33). Logo, o Reino e a sua justiça devem ser o foco principal de todo cristão, posto que proporciona, por conseqüência, as coisas básicas da vida, isto é: comer, beber e vestir (Mt 6.25). De modo contrário, muitos invertem as prioridades da vida cristã, destacando os bens materiais e as bênçãos terrenas em detrimento da justiça divina. No meio eclesiástico, ouve-se o ressoar de jargões que decretam “bênçãos" e “vitórias", mas raramente escuta-se o clamor por justiça. Isso acontece porque a busca pela justiça requer renúncia. Mas poucos estão dispostos a sofrer perseguição por causa dela (Mt 5.10).

2. Famintos e sedentos porjustiça.

No Sermão do Monte, o Mestre incluiu a justiça como uma das características das bem-aventuranças: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos” (Mt 5,6). Jesus faz alusão a duas sensações naturais que exprimem a ideia de forte aspiração do ser humano. Em outras palavras, o Nazareno está propondo que aqueles que possuem o desejo ardente porjus­ tiça são mais que felizes. O verdadeiro cristão, portanto, abalizado no amor ágape, não tolera e muito menos se alegra com a injustiça (1 Co 13.6), com a desigualdade e com a opressão. O discípulo de Jesus não tenta lucrar à custa dos outros e, também, não busca resolver seus problemas pessoais por meio do “jeitinho brasileiro”. Ele éjusto em todo o seu proceder.

3. Justiça que retribui, restaura e cuida. Ajustiça que procede de Deus (Sl 119149) é plena e deve irradiar para todas as áreas da vida humana, abrangendo tanto o aspecto moral quanto social. Jesus, ao adotar o padrão de retidão divina, confrontou o erro e apontou a retribuição para o pecado (Mt 8.12), mas também deu exemplos da justiça restaurativa que, por intermédio de seu perdão, restabelece o homem à condição de Filho de Deus (Jo 8.11). Além disso, ajustiça do Mestre dos mestres é uma justiça que se importa e cuida do pobre e carente (Mt 19.21)..

Pense! No meio ecíesiástico, ouve-se 0 ressoar de jargões que decre­ tam “bênçãos"e “vitórias”, mas raramente escuta-se 0 clamor porjustiça.

K0 Ponto Importante Jesus ensinou a justiça divina de forma plena. Ela retribui o pecado, restaura o homem caído e cuida do necessitado.

II! - A JUSTIÇA QUE AGRADA A DEUS (Mt 5,6; Is 58.6) 1. É misericordiosa. A primeira carac­ terística da justiça que agrada a Deus é a misericórdia. Mesmo quando se confronta o erro, é necessário separar o pecado do pecador, condenando a prática e se compadecendo do ser humano, pois a autêntica justiça vem acompanhada da piedade (1 Tm 6.11; Zc 7.9). Aquele que recebeu o divino amor não se alegra com o erro alheio; antes, chora pela sua queda. 2. É graciosa. A graça é exatamente o oposto da justiça. Enquanto ajustiça dá a cada um aquilo que lhe é devido, a graça concede um favor imerecido. Nesse sentido, ajustiça que agrada a Deus é aquela que é abrandada pela magnífica graça. Esta graça não anula ajustiça, dá-lhe mais vida. O exemplo do filho pródigo (Lc 15.11-32) nos mos­ tra que somente a graça é capaz de reverter uma situação desfavorável.

Jesus é o Mestre da justiça porque além de tê-la vivenciado em toda a sua plenitude, ensinou aos discípulos sobre a sua prática.

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Legalmente, ele já havia recebido toda a sua herança e, por isso, seu pai po­ deria muito bem tê-lo despedido sem conceder-lhe mais nada. Entretanto, a graça prevaleceu e ele foi recebido com festa e presentes. Assim como o irmão mais velho não compreendeu a ação do seu pai, o mundo também não compreende a graça que contrasta a justiça. Somente ela nos dá força e con­ dições de não retribuirmos o mal com o maLe de também não praticarmos a vingança (Rm 12.17-21). 3. É generosa. Por fim, a justiça que agrada a Deus é generosa. Para o servo de Deus, esta generosidade se mate­ rializa na ajuda ao pobre e ao necessi­ tado. Jesus criticou os fariseus de sua época em virtude da justiça aparente e legalista praticada por eles, razão pela qual o Mestre afirmou aos discípulos que eles deveriam exceder em muito a justiça dos escribas e fariseus. 0 profeta Isaías falou sobre desfazer as ataduras do jugo do oprimido, repartir o pão ao faminto, recolher em casa os pobres abandonados (Is 58.6,7). Em Novo Tes­ tamento, Tiago sintetizou a importância da generosidade ao afirmar que a fé, sem as obras, é morta (Tg 2.15-17). A justiça generosa não é uma condição para ingressar no Reino, mas a marca daqueles que lá estão.

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Pense! A justiça que agrada a Deus é aquela que é abrandada pela magnífica graça. Esta graça não anula a justiça, dá-lhe mais vida.

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Ponto Importante A justiça que agrada a Deus é, ao mesmo tempo, misericordiosa, graciosa e generosa.

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SUBSÍDIO JUSTIÇA “No NT, a palavra grega mais fre­ qüente para justiça é dikaiosyne, que é a tradução regular da LXX para a palavra hebraica sedaqa. Da m es­ ma maneira que no AT, a expressão 'justiça de Deus’ não se refere espe­ cificamente à inerente perfeição do caráter divino. Antes, ela fala sobre a sua justa provisão de salvação para os pecadores (Em 1,17: 3.5,21,22,25,26; 10.3; 2 Co 5.21). No evangelho, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, foi revelada a justiça de Deus (Rm 1.16,17) Ela se torna efetiva entre os homens que, por cau sa de seu p ecad o, estão sujeitos à ira de Deus e muito longe dele. Através da bondosa extensão da justiça de Deus, eles são conduzidos a um relacionamento salvador com Ele. A justiça de Deus depende, por um lado, do Senhor ser fiel à sua própria natureza — que é boa e santa — e, por outro, de tratar suas criaturas com justiça. Na justa provisão divina de uma forma de salvação, Ele não pode perdoar o pecado sem satisfazer sua justiça, e manter sua santidade. A justiça de Deus, manifestada em seu justo plano para a salvação através da morte expiatória e substitutiva de Cristo, satisfaz a ambas. A aceitação dessa provisão, por parte do pecador, permite a Deus atribuir-lhe tudo que Cristo fez por ele, para alcançar a sua salvação. Nessa aceitação de Cristo, como portador de pecados e Salvador pela fé, o homem recebe a 'justiça que é pela fé’, uma expressão que expressa a ju stiç a de Cristo que é atribuída ao crente” (Rm 4.5; 9.30; Fp 3.9). (Dicionário Bíblico Wycliffe í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 1120).

ESTANTE DO PR O FESSO R GOWER, Raph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos Bíblicos. TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento. PALMER, Michael D (org.). Panorama do Pensamento Cristão.

Dicionário Bíblico Wycliffe

CONCLUSÃO Justiça, portanto, não é uma questão ligada somente ao mundo jurídico e ao Estado. Significa, em síntese, agir de forma correta; fazer a coisa certa. E, como tal, é uma vir­ tude que provém do Altíssimo, a nossa bússola moral para agir com retidão. Em um mundo repleto de injustiças e desigualdades, os discípulos de Jesus têm o desafio de viverem justa e piedosamente, produzindo frutos de justiça (Fp 1.11).

HORA DA REVISÃO 1. De forma geral, qual o sentido de justiça no Antigo Testamento? Virtude pela qual se age com retidão e integridade, de acordo com o padrão divino. 2. Por que o pecado cometido por Adão no Éden deveria receber a adequada pu­ nição? Pois Deus é santo ejusto, e a justiça envolve a retribuição implacável pelo delito. 3. Qual o sentido da expressão: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33). O sentido é priorizar Deus. O Senhor deve ter a primazia em nossas vidas, pois assim conseguiremos viver em justiça. 4. Segundo Jesus, por que os que têm fome e sede de justiça são bem-aventurados? Porque eles serão fartos. 5. Como é a justiça que agrada a Deus? Misericordiosa, graciosa e generosa.

LIÇÃO

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2^/05/2015

JESUS E AS MINORIAS TEXTO DO DIA “Porque todos quantos fostes ba­ tizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (GL 3-27,28).

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SÍNTESE Seguindo 0 exemplo do Mestre, devemos lutar contra todo tipo de discriminação social e acepção de pessoas.

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AGENDA DE LEITURA SEG U N D A-Dt 15.11 O pobre sobre a terra TERÇA -P v 2827 O que dá ao pobre não terá necessidade QUARTA - G l 6.2 Necessidade de auxiliar-nos uns aos outros QUINTA -1 Co 1111,12 Homem e mulher provêm de Deus SEXTA-Pv 226 Educa a criança no caminho em que deve andar SÁBADO -Tg 21 O perigo da acepção de pessoas

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OBJETIVOS ■ANALISAR o modo como Jesus tratou os pobres, excluídos, doentes, marginalizados e vulneráveis da sua época; COMPREENDER a imagem de Deus como o funda­ mento para a igualdade e dignidade humana; MOSTRAR a necessidade de tratar com compaixão e afeto as pessoas vulneráveis da sociedade atual.

No sentido social, minorias são grupos de pessoas que se en­ contram em situação de desvantagem por fatores econômicos, étnicos, físicos e até mesmo religiosos. Quando tais minorias não recebem o tratamento e a proteção adequada, o resultado é a indiferença, a intolerância, a opressão e a marginalização. Estudar sobre esse assunto dentro da perspectiva cristã nunca foi tão importante quanto nos dias atuais. Isso porque o termo vem recebendo nesses últimos tempos forte conotação ideoló­ gica, a partir do ponto de vista liberal e politicamente correto. Por isso, entender como o Mestre Jesus tratou os vuLneráveis da sua época é imprescindível para afastarmos os equívocos sobre o tema, enfocando adequadamente o tratamento das minorias sob a ótica das Escrituras Sagradas.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Professor, esta lição é propícia para contextualizar o assunto da desigualdade e exclusão social no Brasil. Para tanto, separe algumas notícias de jornais, revistas e sites que retratem o problema em nosso país e peça para seus alunos citarem casos de alguns tipos de discriminação: • Discriminação social; • Discriminação física; ■ Discriminação étnica ou racial; • Discriminação em virtude da idade; • Discriminação sexual. Afirme que Jesus também viveu em uma sociedade marcada pela discriminação aos grupos menos privilegiados. Entre­ tanto, a forma como tratou todas as pessoas com igualdade, independentemente da sua condição, serve-nos de modelo para a vida em sociedade e o exercício da cidadania.

TEXTO BÍBLICO aqui, num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé ou assentate abaixo do meu estrado,

Lucas 4 -17-19 17

E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito:

18 O Espirito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, 19

a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor.

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porventura não fizestes distinção den­ tro de vós mesmos e não vos fizestes juizes de maus pensamentos?

5

Ouvi, meus amados irmãos. Porven­ tura, não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?

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Mas vós desonrastes o pobre. Porven­ tura, não vos oprimem os ricos e não vos arrastam aos tribunais?

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Porventura, não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado?

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Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis.

g

Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como transgressores.

Tiago 2.1-9 1

Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas.

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Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com vestes preciosas, e entrar também algum pobre com sórdida vestimenta,

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e atentardes para o que traz a veste preciosa e lhe disserdes: Assenta-te tu

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Na lição desta semana, estudaremos a respeito do relacionamento de Jesus com as minorias do seu tempo. Ou seja, como Ele tratou os pobres, os ex­ cluídos, doentes, marginalizados e aqueles que se encontravam em situação de fragilidade social. Aprender sobre esse tema é uma necessidade da igreja. Afinal, os discípulos de Jesus devem dar exemplo de responsabilidade social e lutar contra todo tipo de opressão, discriminação e acepção de pessoas, não por força de opção política ou ideológica, mas porque cada ser humano tem a imagem de Deus e merece ser tratado com dignidade, igualdade e respeito.

I - JESUS, OS POBRES E OS EN­ FERMOS

pelas diferenças sociais e um contingente de pessoas em situação de pobreza e, 1. Os pobres. Na sua época, Jesus se até mesmo, de mendicância (Lc 16.20). Assim como hoje, naquele tempo não deparou com uma sociedade marcada 56 JOVENS

era incomum o desprezo àqueles que livre e espontânea vontade, Isso não viviam nestas condições, acarretandopode servir como desculpa para que lhes excLusão e marginalização social. os cristãos não realizem obras sociais. Jesus, porém, não tratava os neces­ Tiago, mais uma vez, escreveu a impor­ sitados com indiferença ou desprezo. tância das obras em sua epístola, ao Além de ter convivido com os menos afirmar: Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas afortunados, curando, libertando e Lhes dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho anunciando o Reino (Lc 4.17-19), o Mestre as obras: mostra-me a tua fé sem as legou-nos o ensino da generosidade (Mt tuas obras, e eu te mostrarei a minha 19,21) e da ajuda, sem esperar nada em fé pelas minhas obras” (Tg 2.17,18). contrapartida. 3, Os enfermos. Os Evangelhos desta­ Foi a partir desse exemplo que Tiago cam que cegos, surdos e paralíticos eram bradou contra a acepção de pessoas levados até o Mestre para serem curados e o tratamento privilegiado aos ricos, (Lc 7.21). Entretanto, não era somente a em detrimento dos pobres (Tg 2.1-4). cura física que Jesus proporcionava a Embora a desigualdade social seja uma estas pessoas por intermédio do seu realidade no mundo e, até mesmo, poder miraculoso. Os doentes receberam dentro das igrejas, como resultado da principalmente o tratamento especial queda (Dt 15.11), é inconcebível o favodo Mestre, seu afeto e compaixão (Mt recimento dos ricos e a discriminação 20.34). Afinal, o Cristo não era apenas um aos pobres. 2. Jesus e a pobreza. O cuidado do milagreiro, do tipo que considera os en­ fermos como mero objeto de seu poder Senhor Jesus com o carente não era sobrenatural. Eram, aos seus olhos, vidas uma opção política, mas, sim, a conse­ humanas, fragilizadas e discriminadas qüência natural da sua graça (Jo 1.16). por suas moléstias. O exemplo mais Sua missão não foi realizar distribuição marcante vem do seu trato com as pes­ de renda (Lc 12.13,14), mas anunciar soas contagiadas pela lepra (atualmente o Reino de Deus. Em um momento chamada de hanseníase), uma doença singular, ele realçou a prioridade do terrível e incurável na época. Os leprosos Evangelho ao permitir que uma mulher eram considerados imundos (Lv 13.25) e, derramasse um valioso perfume em sua por isso, estavam condenados a viver homenagem, ao invés de vender e dar de forma humilhante, fora do convívio dinheiro aos pobres (Mt 26.7-13), Deste social. Mas, Jesus rompeu as barreiras modo, o cuidado pelos necessitados discriminatórias tocando-lhes fisicamente não é a causa principal do Evangelho. É (Mt 8,3). Desse modo, além de orar pela o resultado do seu poder transformador cura dos enfermos, precisamos assistirnas vidas das pessoas, cujos corações lhes em suas necessidades. são abertos para a ajuda e amparo ao próximo. A comunidade de bens forma­ O Pense! da pela Igreja Primitiva é a prova disso 0 cuidado pelos necessitados não (At 2.44,45), sendo certo afirmar que é a causa principal do Evangelho. É nenhum crente era obrigado a vender 0 resultado do seu poder transfor­ suas propriedades. Antes, o faziam por mador nas vidas das pessoas. JOVENS 57

Ponto Importante Jesus se deparou com uma sociedade marcada pelas diferen­ ças sociais e um contingente de pessoas em situação de pobreza e enfermidades.

I! - JESUS, AS MULHERES, AS CRIANÇAS E OS SAMARITANOS 1. As mulheres. A sociedade dos tempos do Novo Testamento impunha à mulher a condição de inferioridade e de anonimato. Jesus, por outro lado, sem desprezo e indiferença esteve com elas (Jo 4.10-26), recebeu seus atos de bondade e apoio financeiro (Lc 8.3), estendendo seu tratamento gracioso às pecadoras e rejeitadas pela sociedade (Jo 8.1-11). Foi às mulheres, aliás, que o Senhor primeiramente apareceu logo após a sua ressurreição (Mt 28.9). Nos passos do Mestre, o Cristianismo sempre rejeitou a concepção da mulher como objeto e propriedade do homem con­ feri ndo-lhe direitos e garantias contra qualquer tipo de subjugação e opressão. 2. As crianças. A cultura do início do primeiro século havia recebido a influên­ cia dos gregos e romanos de considerar as crianças como subdesenvolvidas e não plenamente humanas, permitindo-se, por isso, o aborto, o infanticídio e o abando­ no. Por outro lado, o afetuoso Nazareno revigorou o princípio das Escrituras de que os filhos são herança do Senhor (Sl 127.3) e. por isso, Ele recebia as crianças com amor e ternura (Mt 18.2). Em determi­ nada ocasião, o Mestre censurou alguns discípulos que tentaram impedir que as crianças se achegassem até Ele, dizendo: “Deixai os pequeninos e não os estorveis de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos céus" (Mt 19.14). Logo, na condição de frágeis e indefesas, as crianças me­ 58 JOVENS

recem a proteção adequada dos jovens e adultos, especialmente quando ainda estão dentro do útero de suas genitoras. Essa é a razão pela qual não é possível aceitar, à luz das Escrituras e da própria natureza humana, o aborto e a violência covarde contra os vulneráveis. 3. Os samaritanos. No último degrau da escala de valor para judeus daquela época estavam os samaritanos, os des­ cendentes das dez Tribos do Reino do Norte (cf. 1 Rs 12) e habitantes da região de Samaria (2 Rs 17.24). O ódio entre sa­ maritanos e judeus era antigo e recíproco, Jesus rompeu o estigma da diferença, dialogando com uma mulher samaritana (Jo 4.4-41) e mostrando o lado bom de um samaritano (Lc 10.30-37).

© Pense! “A igreja não foi criada para ser um museu, mas um hospital uma estação salva-vidas’ (Thomas Trask).

C l Ponto Importante A sociedade dos tempos do Novo Testamento impunha ã mulher a condição de inferioridade e de anonimato. Porém, diante de Deus, homens e mulheres têm o mesmo valor.

III - COMO TRATAR AS MINORIAS 1.A imagem de Deus. Por que o Senhor Jesus tratava os marginalizados e os excluídos da sociedade de forma especial? A resposta está em Gênesis 1.26. Ali está registrado que o ser hu­ mano foi feito à imagem e conforme a semelhança de Deus. O Mestre via as pessoas por esse prisma da criação. Ele valoriza cada ser hum ano indi­ vidualmente, não pelo status social, posição eclesiástica, sexo ou etnia, e,

sim, pelo seu valor intrínseco como ou socioeconômicos, nem mesmo por pessoa, criada peLo desígnio divino. categorias como viciado em drogas, Ao contrário da visão de mundo cristã, homossexual ou condenado. Devemos as demais cosmovisões não possuem considerar os outros crentes como irmãos uma base firme o suficiente na qual a e irmãs no Senhor. E devemos considerar defesa da dignidade humana possa se cada não cristão como um candidato à apoiar. Qual é a justificativa pela qual salvação — como uma pessoa a quem as pessoas devem ser tratadas com Deus ama, e por quem Cristo morreu” respeito e justiça se elas são meros 3. Minorias autoritárias. Nos tempos acidentes biológicos? atuais, alguns grupos, se valendo do 2. Dignidade e igualdade. Somentediscurso politicamente correto, têm o conceito bíblico da imagem de Deus tentado fazer prevalecer a sua ideologia pode sustentar o sentido da vida, a dentro da sociedade, ainda que contra dignidade humana e a igualdade entre a vontade da maioria. Alguns chamam as pessoas. Se todos partem do mesmo essa prática de “tirania da minoria". Em Criador, não há razão e, muito menos, uma sociedade democrática, o respeito justificativa para que um ser humano entre maioria e minoria é fundamental. seja considerado superior ou inferior ao A maioria não pode oprimir a minoria. outro. No Cristianismo, o fundamento do E esta, por sua vez, não pode querer tratamento igualitário é o próprio Deus, impor suas ideias contra a maioria de que não faz acepção de pessoas (At forma autoritária. 10.34), para quem “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há © Pense! Em uma sociedade democrática, 0 macho nem fêmea; porque todos [são] respeito entre maioria e minoria é um em Cristo Jesus" (Gl 3.28). fundamental. Lawrence Richards escreveu: “A maneira como classificamos as pessoas determina, em grande parte, a manei­ ra como nos reLacionamos com elas. Nós, cristãos, não devemos classificar as outras pessoas por grupos raciais

© Ponto Importante Somente o conceito bíblico da ima­ gem de Deus pode sustentar o sen­ tido da vida, a dignidade humana e a igualdade entre as pessoas

No Cristianismo, o fundamento do tratamento igualitário é o próprio Deus, que não faz acep­ ção de pessoas, para quem “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos [são] um em Cristo Jesus" (Gl 3.28),

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SUBSÍDIO A RESPONSABILIDADE DO CRENTE NEO TESTA M EN TÁ RIO DIAN TE D O S POBRES E NECESSITADOS

“No NT, Deus ordena a seu povo que evidencie profunda solicitude pelos pobres e necessitados, especialmente petos domésticos na fé, (1) Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser Jesus (cf Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19: Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 711-15; 2 0 .4 5 -4 7 ). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.1725; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15.19 -31 ; (2) Je su s espera que seu povo contribua generosam ente com os necessitados (ver Mt 6.1-4). Ele próprio praticava o que ensinava, pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar aos pobres (ver Jo 12.5,6; 13.29). Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o queriam seguir a se importarem com os marginalizados econômica e socialmente (Mt 19,21; Lc 12.33; 14.1214, 16-24; 18.22)" (Bíblia de Estu do Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, pp. 1302,1303).

Caro professor,

como mem­ bros da Grande Comissão constituida por Jesus Cristo em Mateus 28.19,20 e Marcos 16.15-18, temos a obrigação de ensinarmos. No sentido dos textos supracitados, todos os cristãos são ensinadores ou professores. Contudo, atualmente uma das carências de nossas escolas dominicais são os alunos, ou seja, a falta deles. Com muita propriedade escreve o pastor Antonio Gilberto, em seu Man­ ual da Escola Dominical: 'Podemos aprender sem professor, mas não podemos ensinar sem aluno'. Ou ainda como escreveu o educador Paulo Freire, em sua obra Pedagogia da Autonomia: ‘Não há docência sem discência'. Se a ausência de nossos membros na EscoLa Dominical fosse em virtude dos 70% que não freqüen­ tam serem autodidatas, até que não estaríamos preocupados, porém, infelizmente essa não é verdade (CARVALHO, César Moisés. Marketing para a Escola Dominical g.ed. Rio de Janeiro: CPAD,2013, pp.26,27).

Quando permitimos que Deus influencie a nossa vida, Ele influenciará os nossos alunos através de nós (Graça Diária para Professores, CPAD).

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ESTANTE DO PRO FESSO R GOWER, Raph Novo Manual dos Usos e Costumes dos Tempos

Bíblicos. TENNEY, Merril C. Tempos do Novo Testamento. RICHARDS, Lawrence Comentário Devocional da Bíblia

CONCLUSÃO Nesta lição vimos, como o Senhor tratou os pobres, excluídos, doentes, marginalizados e vul­ neráveis do seu tempo. Aprendemos que, em Cristo, “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos somos um"(Gl 328), afinal todo ser humano, indistintamente, possui a imagem de Deus e é merecedor de tratamento digno, igualitário e sem discriminação. Que possamos, como povo de Deus, colocar em prática 0 exemplo do Mestre, aju­ dando o necessitado, 0 enfermo e 0 excluído, sendo contra todo e qualquer tipo de discriminação.

HORA DA REVISÃO 1. Como Jesus tratou os pobres da sua época? Jesus tratou a todos com bondade. O cuidado do Senhor Jesus com o carente não era uma opção política, mas sim a conseqüência natural da sua graça. 2. Além da cura física, o que Jesus proporcionava aos enfermos? Os doentes receberam principalmente o tratamento especial do Mestre, seu afeto e compaixão. 3. Como as mulheres eram tratadas na época do Novo Testamento? As mulheres no judaísmo eram tratadas como pessoas inferiores. 4- Por que o Senhor Jesus tratava os marginalizados e os excluídos da sociedade de forma especial? A resposta está em Gn 1.26. Ali está registrado que o ser humano foi feito à imagem e conforme a semelhança de Deus. 5-Quais as conseqüências de compreender o ser humano como imagem de Deus? Sentido da vida, dignidade humana e igualdade entre as pessoas.

Anotações

LIÇÃO

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31/05/2015

JESUS E A COBIÇA DO HOMENS TEXTO DO DIA “E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui” (Lc 12.15).

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AGENDA DE LEITURA SEG U N D A-Cl 3.5 A idolatria da avareza T E R Ç A -2 Pe 23 Avareza e palavras fingidas Q U ARTA -lTm 6.10 0 amor ao dinheiro

SÍNTESE O cristão verdadeiro não fundamenta sua vida nos bens materiais e não se deixa vencer pela cobiça e pelo orgulho.

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QUINTA-Pv 30.13 Geração de olhos altivos SEXTA-Pv 16.18 A soberba precede a ruína SÁBADO - Pv 18.12 Diante da honra vai a humildade

OBJETIVOS • COMPREENDER a advertência de Jesus sobre a ga­ nância; ■ CONSCIENTIZAR-SE dos perigos do orgulho e da cobiça por poder; • SABER que aquele que serve é o maior no Reino de Deus.

INTERAÇÃO No mundo moderno o conceito de felicidade e realização pessoal é confuso e distorcido. A satisfação geralmente é vinculada à ideia de possuir ou comprar alguma coisa. Essa é a razão pela qual vivemos tempos de consumismo inconsciente e acelerado, em que aflora a cobiça, o orgulho e a avareza. Embora algumas pessoas consigam satisfazer esse desejo material, sua alma ainda permanece vazia e sedenta por algo mais. E assim nunca se sentem completamente satisfeitas. Mas esse problema não é fruto das circunstâncias sociais do nosso tempo. É um vício espiritual. Existia nos tempos de Jesus e existe ainda hoje no século XXII Como conhecedor da natureza humana, Jesus vai no profundo da alma e mostra que o caminho do verdadeiro contentamento não está naquilo que possuímos e no poder da nossa posição social.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Prezado professor, no item 3 do tópico 1 da lição, enfatize aos seus alunos que o consumismo também é uma forma de ganância. Trabalhe 0 seguinte ponto referido pelo comentaris­ ta: “Aprendi a contentar-me com 0 que tenho”(Fp 4.11). Essa afirmação não é um atestado de passividade e comodismo. É uma declaração de gratidão a Deus! Se você não está contente com 0 que já tem, certamente não estará quando adquirir o que pretende ter”. Reforce o forte papel que os meios de comunicação têm desempenhado para aguçar 0 desejo das pessoas em adquirir produtos, roupas, celulares, eletrônicos e informática, etc.

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TEXTO BÍBLICO Mateus 6.19-24 19

Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.

20

Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.

porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

Lucas 22.24-27 24

E houve também entre eles contenda sobre qual deles parecia ser o maior.

25

E ele lhes disse: Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores.

21

Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.

22

A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz.

26

Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!

Mas não sereis vós assim; antes, o maior entre vós seja como o menor; e quem governa, como quem serve.

27

Pois qual é maior: quem está à mesa ou quem serve? Porventura, não é quem está è mesa? Eu, porém, entre vós, sou como aquele que serve.

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24

Ninguém pode servira dois senhores,

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO A lição deste domingo trata de temas que exigem o máximo de cuidado do crente: cobiça, avareza e orgulho. Não bastasse a natureza decaída do homem que, por si só, nos atrai a cair nessa tentação, 0 mundo e 0 Diabo também tentam, por todos os meios e artimanhas, levar o cristão a cair no desejo por bens materiais, consumismo, fama, poder e prestígio, fazendo-o perder 0 foco do Reino de Deus. Por isso, precisamos receber com muita atenção e zelo as advertências de Jesus contra esses vícios morais, os quais somente são vencidos quando morremos para 0 mundo e permitimos Cristo viver em nós (Gl 2.20). Aproveitemos essa lição para refletir sobre o significado da verdadeira humildade, segundo as Escrituras Sagradas e exemplo do Mestre. I - A GANANCIA 1. 0

aos seus discípulos para tomar cuidado com a avareza, porque a vida de qual­ quer pessoa não consiste na abundância do que possui (Lc 12.15). Avareza (gr. pleonexia) significa “sede de possuir 64 JOVENS

mais"; “apego e desejo exagerado pelos

perigo da avareza. Jesus disse bens materiais". O Mestre não está cen­

surando o trabalho para a manutenção das necessidades básicas da pessoa e de sua família, e nem mesmo o an­ seio natural por melhores condições de vida. Sua advertência se dirige à

ganância, isto é, a atitude cobiçosa de deixou a receita para destruirmos esse nunca estar satisfeito com aquilo que vício pessoal ao dizer: “[...] aprendi a se possui. Tais pessoas, impulsionadas contentar-me com o que tenho” (Fp pelo desejo insaciável da carne, sempre 411). Essa afirmação não é um atestado procuram adquirir algo novo, “edificar de passividade e comodismo. É uma novos celeiros" e formar um “depósito declaração de gratidão a Deus! Se você com muitos bens” (Lc 12,19). A palavra não está contente com o que já tem, de Deus condena a ambição e a cobiça certamente não estará quando adquirir o pois elas são fatais (Ec 6.7). que pretende ter. Por isso, como cristãos, 2. 0 deus dinheiro. Em sua sabedo­devemos agradecer a Deus por tudo o ria, Jesus alertou contra a ganância e a que possuímos, pois é dádiva divina! avareza pois Ele sabia que o amor ao dinheiro é a origem de todos os males (1 Pense! Se você não está contente com Tm 6.10). Eis o motivo pelo qual afirmou: 0 que já tem, certamente não “Ninguém pode servir a dois senhores, estará quando adquirir o que porque ou há de odiar um e amar o outro pretende ter. ou se dedicará a um e desprezará o outro, Não podeis servir a Deus e a Mamom" © Ponto Importante (Mt 6.24). Desse modo, não é possivel Jesus nunca censurou o trabalho servir a Deus plenamente ao mesmo para a manutenção das necessi­ dades básicas da pessoa e de sua tempo em que se ama ao dinheiro, afinal família, e nem mesmo o anseio onde está o tesouro de uma pessoa, aí natural por melhores condições também estará o seu coração (Mt 6.21). de vida. Ele advertiu contra a Deus não divide espaço com ninguém ganância. e muito menos com o dinheiro. Logo, devemos fazer uma profunda avaliação II - A COBIÇA POR PODER dos nossos corações para ver quem l. Cobiça peLo poder. Além do di­ (ou o quê) ocupa, de fato, a primazia de nheiro e dos bens materiais, o coração nossas vidas: Deus ou os bens materiais? pecaminoso e egoísta do ser humano 3. Tempo de consumismo. A forma cobiça o poder e a autoexaltação. Basta mais sutil de ganância do nosso tempo olharmos para a história do mundo e é o consumismo inconsciente, O desejo percebemos essa realidade sombria, desenfreado de adquirir bens supérfluos marcada pelas batalhas por poder e condiciona a felicidade das pessoas à dominação. Uma das artimanhas de compra de coisas novas, O consumista Satanás, inclusive, é seduzir o homem nunca se sente satisfeito e, por isso, é na busca insaciável pelo poder. O próprio levado a exagerar no uso do cartão de Senhor Jesus foi tentado pelo Diabo, crédito e do cheque especial; tudo para que lhe ofereceu os reinos e a glória atender aos apelos da midia e a ilusão deste mundo em troca de adoração. do consumo. O consumismo, portanto, Contudo, o Mestre respondeu: “Vai-te, não é fruto da necessidade, mas do Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, descontentamento. É uma forma de teu Deus, adorarás e só a ele servirás” ingratidão. Contudo, o apóstolo Paulo (Mt 4,10). Não obstante, não são poucos JOVENS 65

os que fazem de tudo para conquistar os reinos e as glórias na esfera terrena, seja no ambiente político, empresarial e até mesmo religioso. Fiquemos atentos para não sermos seduzidos por essa ambição egoísta, carnal e diabólica! 2. Os primeiros assentos. Um dos principais indicativos da cobiça pelo poder é o desejo ardente por destaque. Algu­ mas pessoas possuem o ego tão inflado que não suportam viver numa posição na qual não possam ser notadas. Essas pessoas são obcecadas pelo marketing pessoal. É sobre isso que Jesus adverte na paráboLa dos primeiros assentos e dos convidados (Lc 14 7-11)- Ele censura aqueles que buscavam a proeminência e a autoexaltação, dizendo; “U qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado”(v.11). Esse ensinamento do Mestre Jesus deve ecoar na sociedade atual, dominada pelo narcisismo, egoísmo e pela cultura de autoajuda. 3. O perigo do orgulho. C. S. Lewis, um dos grandes cristãos do século passado, dizia que o orgulho, no sentido de soberba, é o maior dos pecados. É o mais completo estado de alma anti-Deus. O orgulho, afirmou o escritor, “não sente prazer em possuir algo, mas apenas em possuir mais do que o próximo”. O orgulho foi a causa da queda de Satanás (Is 14.1220; 1 Tm 3.6). A Palavra de Deus adverte que ele engana o coração (Jr 49.16) e endurece a mente (Dn 5.20). Por isso, o Senhor abomina o altivo de coração (Pv 16.5) e abate o soberbo (Jó 40.11).

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Pense! “O orgulho não sente prazer em possuir algo, mas apenas em possuir mais do que o próximo” (C. S. Lewis).

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Ponto Importante Um dos principais indicativos da cobiça pelo poder é o desejo ardente por destaque.

III - O MAIOR NO REINO DE DEUS 1, A disputa entre os discípulos. Em certa ocasião, os discípulos conten­ deram entre si para saber quem era o maior (Lc 22.24). O episódio comprova que até mesmo o cristão, se não estiver em constante vigilância, pode sucumbir ao desejo por alta posição e prestígio. No meio evangélico contemporâneo, observamos essa triste realidade, de disputa por poder eclesiástico, fama e su ce sso m inisterial. Pregadores, pastores e cantores que, por terem perdido o foco do Reino de Deus, se enveredaram numa busca frenética por glória humana e notoriedade popular. Infelizmente, os ídolos do coração (Ez 14.1-5) da nossa época têm levado muitos crentes a perderem o foco de seu chamado, fazendo a obra segundo os padrões do mundo. Segundo Nancy Pearcey, “o princípio de morrer para os sistemas mundanos não se aplica somente aos pecados óbvios. Em uma cultura que mede tudo em termos de tamanho, sucesso e influência, também temos de dizer 'não' a estes valores mundanos". 2. A verdadeira grandeza. Contrarian­ do o modelo secular, no qual o maior é aquele que governa, no padrão divino Je su s explica que o maior é aquele que serve (Lc 22.26). Aqui está a lição do serviço. No Reino de Cristo, a gran­ deza não está no cargo, no título ou na posição social, e, sim, na disposição em servir, sendo útil ao Reino e ao próximo. Ao ensinar aos seus discípulos sobre a

nobreza do servir, Jesus enfatiza uma das principais virtudes morais: a humil­ dade. Aqueles que querem dominar, cedem ao orgulho. Mas aqueles que procuram servir, exercitam a modéstia e a submissão. Por isso, o crente é con­ vidado a servir com alegria, oferecendo seus e dons e habilidades em prol da sociedade e da Igreja de Cristo. 3 - A humildade de Cristo. O maior exemplo de humildade vem do próprio Mestre Jesus (Fp 2.7). Um momento su­ blime que realça a singeleza do meigo Nazareno é a ocasião em que Ele lava os pés dos seus discípulos (Jo 13.1-20). Com tal gesto, Ele compartilha com seus discípulos a importância de servirem uns aos outros, com amor e abnega­ ção. Somente a verdadeira humildade demonstrada pelo Mestre é o padrão de virtude capaz de desfazer a humildade formal e dissimulada que presenciamos em nosso meio. A verdadeira humildade, além de nos levar a reconhecer os ou­ tros superiores a nós mesmos (Fp 2.3), implica também em reconhecer nossa pequenez diante de Deus e considerar que aquilo que somos, fazemos e pos­ suímos é resultado da graça do Senhor em nossa vida.

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Pense! No Reino de Cristo, a grande­ za não está no cargo, no título ou na posição social, e, sim, na disposição em servir, sendo útil ao Reino e ao próximo.

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Ponto Importante Somente a verdadeira hum il­ dade demonstrada pelo Mestre é o padrão de virtude capaz de desfazer a humildade formal e dissimulada que presenciamos em nosso meio.

SUBSÍDIO A VERDADEIRA GRANDEZA “A verdadeira grandeza do ser humano é uma questão do nosso ser interior e do coração. É vista na pes­ soa que expressa sua fé e seu amor a Cristo, em sincera humildade, no desejo de servir tanto a Deus quanto aos homens, e na disposição de ser considerado o menos importante no Reino de Deus (Fp 2.3). (1) A verdadeira grandeza não está na posição, no cargo, na liderança, no poder, na influência, nos diplomas de nível superior, na fama, na capacida­ de, nas grandes realizações, nem no sucesso. (...) (2) A verdadeira grandeza requer que sejamos grandes no que é justo. Temos que procurar ser grandes na fé, no caráter santo, na sabedoria, no autodomínio, na paciência, no amor(Gl 5 22,23). Trata-se de termos a grandeza de Cristo, que amou a justiça e abor­ receu a iniqüidade (Hb 1.9). (3) A verdadeira grandeza é questão de sincero amor, lealdade e dedicação a Deus, e aí o que importa é sermos consagrados e fiéis onde Deus quis colocar-nos. Por isso, aos olhos de Deus, os maiores no seu Reino são aqueles que lhe consagram e à sua Palavra, seu total amor, leaLdade e dedicação (Lc 21.3; Rm 12.1,2). (4) Nossa consagração a Deus me­ lhora os frutos do nosso labor na sua obra, mas somente na área em que Deus nos colocou e de conformidade com dons que Ele nos deus (1 Co 12; Rm 12.3-8) (Bíblia de Estudo Pentecostal, Rio de Janeiro: CPAD, p. 1558).

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ESTANTE DO PR O FESSO R PEARCEY, Nancy. Verdade Absoluta. PFEIFFER, Charles F.; REA, John; VOS, Howard F. (Eds)

Dicionário Biblico WyclifFe

CONCLUSÃO Avareza, consumismo, cobiça e orgulho só têm espaço na vida de uma pessoa quando ela entroniza o ego e o dinheiro como seus ídolos, Se Cristo verdadeiramente ocupar a primazia em nossos corações, não haverá espaço para outros senhores e ídolos (Mt 6.33), pois, 0 Senhor nos proporcionará completa satisfação. Paulo disse que aprendeu a se contentar com aquilo que tinha (Fp. 4.11). Então, se temos Cristo, temos tudo. E nada mais nos falta!

HORA DA REVISÃO 1. O que significa avareza? Sede de possuir mais; apego e desejo exagerado pelos bens materiais. 2. Qual o exemplo de Paulo contra o consumismo? “Aprendi a contentar-me com o que tenho" (Fp 411)3. Qual a causa da queda de Satanás? O orgulho. 4. Segundo Jesus, quem é o maior? O maior é aquele que serve (Lc 20.26). 5. Quem é o maior exemplo de humildade? Jesus Cristo.

Anotações

0 DISCÍPULO DE JESUS E OS MOVIMENTOS SOCIAIS TEXTO DO DIA Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos peca­ dores, nem se assenta na roda . dos escarnecedores’’ (Sl í.i).

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SÍNTESE

! O servo de Jesus deve ter discer­ nimento antes de aderir a qual­ quer movimento ou organização social, verificando a compatibili­ dade de seus propósitos com os DSl princípios da Palavra.

AGENDA DE LEITURA SEGUNDA - Pv 4.14,15 Fique longe dos maus caminhos TERÇA - Fp 214 Cuidado com as murmurações e contendas QUARTA -1 Co 5.11 Cuidado com as más associações QUINTA-Pv 28.7 A má companhia traz vergonha SEXTA - Pv 17.11 O rebelde busca o mal SÁBADO -At 2136 O perigo da multidão

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OBJETIVOS ANALISAR a dupla cidadania do cristão; >SABER o que são os movimentos e as organizações sociais; ■APRESENTAR algumas recomendações bíblicas sobre a adesão a causas coletivas.

INTERAÇÃO Você já deve ter lido ou ouvido alguém se referir a Jesus como um revolucionário do seu tempo, uma espécie de líder pertencente ao grupo dos zelotes que mobilizou uma grande massa de seguidores em prol da sua causa, tentando combater o poder do Império Romano por meio da rebelião e subversão. Utilizando essa visão equivocada, alguns teólogos liberais ten­ tam justificar a participação dos cristãos em qualquer tipo de movimento social, ainda que de modo violento e insurgente. Tal concepção destoa completamente do Cristo das Escrituras, porquanto a missão do Mestre nunca foi realizar um levante popular para a libertação sociopolítica da nação judaica. Ele veio para proporcionar Libertação espiritual ao homem (Jo 8.36). Desse modo, atentemos para os cuidados com o engajamento ingênuo em qualquer tipo de mobilização social.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Prezado professor, comece sua aula usando a dinâmica da “tempestade de ideias” (em inglês, brainstorm ing\. Peça que os alunos opinem a respeito dos movimentos e organizações sociais. Registre as ideias em um painel, sem censurá-las. Essa atividade deve demorar aproximadamente 5 minutos. Depois, inicie uma reflexão apontando os pontos positivos e os perigos de tais movimentos (Tempo: 10 minutos). Na seqüência, trabalhe cada ponto da lição.

TEXTO BÍBLICO Salmos 1.1

se detém no caminho dos pecadores,

Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem

nem se assenta na roda dos escarnecedores.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO r

INTRODUÇÃO Talvez, você já tenha sido convidado para participar de uma mobilização social ou, até mesmo, integrar uma organização não governamental. Na liçao desta semana, vamos estudar sobre o assunto. Á

I - A DUPLA CIDADANIA DO CRISTÃO

divíduos de uma nação. Esses direitos envolvem principalmente os direitos civis 1. Entre o Céu e a Terra. Ao mesmo (direito a vida, honra, locomoção, privaci­ tempo que as Escrituras afirmam que a dade, liberdade de expressão, liberdade nossa cidade está nos céus (Fl 3.20; Hb de crença e consciência religiosa, etc), 13.14), asseguram, também, que somos direitos políticos (possibilidade de votar peregrinos neste mundo (1 Pe 2.11). Não e ser votado e participar ativamente da há qualquer contradição nessas verdades vida poLítica do país) e direitos sociais bíblicas, pois elas simplesmente enfati­ (acesso à saúde, trabalho, moradia, zam o desafio do servo de Deus em viver educação, etc). Mas, além dos direitos, de forma transitória na esfera terrena. Ao o cidadão possui também deveres, que interceder pelos seus discípuLos Jesus são as obrigações definidas em lei ou pediu ao Pai: “Não peço que os tires do estabelecidas por costum es sociais. mundo, mas que os livres do mal" (Jo Nesse sentido, os cristãos devem ser os 17.15). Portanto, temos duas cidadanias: melhores, pois, como disse Agostinho, uma conquistada por herança celestial, nós fazemos por amor a Deus, o que os a outra por local de nascimento. Cons­ outros fazem por obrigação legal. cientizar-se dessa verdade é o melhor 3. Participação social. Os crentes não ponto de partida para sabermos como podem estar alienados das questões viver em consonância com o propósito sociais, políticas e econômicas. Como divino, portando-nos dignamente dentro cidadãos deste planeta e embasados da sociedade (Fp 1,27), em uma visão de mundo eminente­ 2. Aspectos da cidadania terrena. No mente bíblica, devemos respeitar as aspecto terreno, o conceito de cidadania, leis e participar das d iscu ssõ e s do do latim civitas, geralmente abrange o cenário público, influindo nos temas conjunto de direitos e deveres dos in­ da sociedade e do governo. Conforme JOVENS 71

escreveu Dennis McNutt, “os cristãos devem aceitar a obrigação de, conti­ nuamente, pressionar os governos à justiça. Nas democracias, significa que temos o direito constitucional e o dever bíblico de participar na arena pública".

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Pense! Como cidadãos deste planeta e embasados em uma visão de mundo eminentemente bíblica, devemos participar das discus­ sões do cenário público, influindo nos temas da sociedade e do governo?

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contra a corrupção, melhores condições de vida, educação e outros temas. Na época, segundo pesquisas, a internet teve papel preponderante, sendo que 8i% das pessoas souberam dos protestos pelas redes sociais e 85% pesquisaram informações em sites.

Ponto Importante Temos duas cidadanias: uma con­ quistada por herança celestial, a outra por local de nascimento.

il - MOVIMENTOS E ORGANIZA­ ÇÕES SOCIAIS 1. Os movimentos sociais. Uma for­ ma de participação cidadã é por meios dos movimentos sociais. Movimentos sociais é a denominação dada à atu­ ação coletiva dos cidadãos em torno da defesa de seus ideais e interesses, por meio de reivindicações, passeatas, protestos, mobilizações e outras formas de manifestações populares. Esses mo­ vimentos, que podem ser esporádicos ou constantes, expressam reações de caráter público sobre os mais variados temas e ganham força na medida em que mobilizam o maior número de pessoas. 2. Redes sociais e mobilizações. Nos últimos anos, as redes sociais da internet facilitaram a realização de manifestos e agrupamentos populares. No ano de 2012, por exemplo, o Brasil foi tomado por uma série de protestos espalhados por cidades de todo o país. Milhares de pessoas saíram às ruas para manifestar 72 JOVENS

3.

Organizações da sociedade civil.

Outra forma de participação popular vo­ luntária em temas de interesse coletivo são as organizações da sociedade civil. A partir das décadas de 1970 e 1980, princi­ palmente, tais entidades, que compõem o chamado Terceiro Setor, passaram a ocupar espaços relevantes na sociedade com a prestação de serviços em áreas como educação, saúde, serviços sociais, proteção do meio ambiente, cultura, defesa do patrimônio histórico e artístico, combate à pobreza, defesa dos direitos humanos, cidadania etc.

C l Pense! Nos últimos anos, as redes sociais da Internet facilitaram a realização de manifestos e agru­ pamentos populares.

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Ponto Importante 0 conceito de cidadania geral­ mente abrange o conjunto de direitos e deveres dos indivíduos de uma nação.

III - A POSTURA DOS SERVOS DE JESUS FRENTE AOS MOVIMEN­ TOS E ORGANIZAÇÕES SOCIAIS 1. Recomendações bíblicas, A Bíblia diz com clareza: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm” (1 Co 10,23). Portanto, embora os movimentos e as organizações so­ ciais sejam instrumentos democráticos de participação coletiva, que podem

influir e contribuir para a efetivação da cidadania e o bem da sociedade, o servo do Senhor Jesus deve agir com cautela e prudência antes de aderir a qualquer causa coletivamente: a) O perigo das más associações: A participação dos cristãos em grupos que defendam boas causas, como a defesa de direitos, atividades filantrópicas e outras ações sociais, são necessárias. Por outro lado, deve cuidar para não realizar más associações, uma vez que elas corrom­ pem os bons costumes (1 Co 15.33,34). b) Cuidado com a multidão: Toda mul­ tidão de pessoas é perigosa. A multidão que recebeu Jesus Cristo em Jerusalém clamando “Hosana nas alturas” (Mc 11.10), foi a mesma que bradou: “Crucifica-o" (Mc 15.14). Isso porque, quando age coletivamente o ser humano é facil­ mente manipulado. A psicologia chama esse fenômeno de “comportamento manada”, pelo qual os indivíduos em grupo reagem instintivamente, todos da mesma forma, O jovem cristão deve agir de forma consciente e autônoma, influenciado somente pelo Consolador (Jo 14.16). Muito cuidado para não in­ gressarmos em uma multidão somente para satisfazer os interesses de amigos. c) Origem e propósito do movimento: Muitos jovens por acharem os protestos interessantes e descolados, acabam aderindo sem conhecer a origem e o seu real propósito. O perigo é que a

grande maioria desses grupos possui ideologias antibíblicas, fundamentadas na ideia comunista da “luta de classes" de Karl Marx. O jovem cristão não pode se deixar levar por slogans e jargões. É preciso conhecer a intenção do movi­ mento ou organização social, verificando a compatibilidade com os princípios da Palavra, para não sermos engodados, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens (Cl 2.8). d) Rebelião, revolução e violência: Uti­ lizando uma visão utópica, muitos desses movimentos defendem a rebelião e a revolução social, até mesmo com o uso de violência. Contudo, a Bíblia adverte que “a rebelião é como o pecado da feitiçaria, e o porfiar é como iniqüidade e idolatria" (1 Sm 15.23). Além disso, enquanto tais movimentos pretendem alterar a situação social por meio da revolução, de fora para dentro, o Evan­ gelho do Senhor Jesus se apresenta com o objetivo de promover transformação, de dentro para fora (Rm 12.2).

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Pense! Todas as coisas me são lícitas, mas por que nem todas convêm?

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Ponto Importante Embora os movimentos e as organizações sociais sejam ins­ trumentos democráticos, o servo do Senhor Jesus deve agir com cautela antes de aderir a qual­ quer causa coletivamente.

O jovem cristão deve agir de forma cons­ ciente e autônoma, influenciado somente pelo Consolador.

JOVENS 73

SUBSÍDIO “Enquanto Karl Marx debruçava-se sobre seus livros no Museu Britânico, na metade do século XIX, fervorosa­ mente filosofando, o que ele conse­ guiu apresentar foi uma alternativa com pleta para a religião. No inicio havia um criador; a saber, a própria matéria. No marxismo, o Universo é o originador de si mesmo, uma máquina que se movimenta automaticamente, gerando seu próprio poder e gover­ nado pela própria força em direção ao objetivo final —a sociedade comunista sem classe. Lenin, discípulo de Marx, estatuiu a doutrina em linguagem explicitamente religiosa: ‘Podemos considerar o mundo material e có s­ mico como um ser supremo, como a causa de todas as causas, como o criador do céu e da terra'. A contrapartida marxista ao Jardim do Éden é o estado do comunismo primitivo. E o pecado original é repre­ sentado pela criação da propriedade privada e da divisão de trabalho, que causou a queda da humanidade de seu estado inicial de inocência para a escravidão e a opressão. A partir daí surge todo o mal subsequente de exploração e luta de classe. Neste drama, a redenção é forjada com o reverso do pecado original: destruindo-se a propriedade privada dos meios de produção. E o reden­ tor é o proletariado, que se erguerá contra o capitalism o opressor. Nas palavras do historiador Robert W esson: 'O proletariado-salvador [irá] com seu sofrimento redimir a humanidade e trazer o Reino do Céu para a terra’. O Dia do Julgamento, na teolo­ gia marxista, é o dia da revolução, quando a burguesia m aligna será condenada. É significativo que Marx

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não chamou para o arrependimento, mas para revolução. Por quê? Porque, como Rousseau, considerava a hu­ manidade como inerentemente boa, Ele acreditava que o mal e a ganância nasciam das estruturas econômicas da sociedade (propriedade privada), e que, por isso, podiam ser eliminados por uma revolução social que d es­ truísse o velho sistema econôm ico e instituísse um novo. Finalmente, como todas as reli­ giões, o marxismo tem uma escatologia (doutrina dos eventos finais da história). No Cristianismo, o fim dos tem pos é quando a perfeição o riginal da C riação de Deus será restaurada, e o pecado e a dor não mais existirão. No marxismo, o fim da história é quando o comunismo original será restaurado e o conflito de classe não mais existirá. O paraíso será introduzido pelo esforço dos seres humanos cuja consciência terá sido erguida. Marx estava ansioso por essa consum ação inevitável da história tanto quanto o cristão espera pela segunda vinda de Cristo. 'O marxismo é uma visão secularizada do reino de Deus', escreve o professor de teologia Klaus Bockmuehl. 'E o reino dos homens. A raça irá finalmente incum bir-se de criar por si mesma aquela nova terra onde habita ajustiça'. O marxismo promete resolver o dilema humano e criar o Novo Homem vivendo numa sociedade ideal. 'A conclusão é que a cosmovisão de Marx é falha; ela não condiz com a realidade. E também o próprio Marx admitiu muito mais ao reconhecer que sua filosofia 'contradiz tudo' na vida prática”’ (COLSON, C.: PEARCEY, N. E Agora, C o m o V iverem os? í.ed Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp.284-285).

E S TA N TE DO PRO FESSO R COLSON, C.; PEARCEY, N. E Agora, Como Viveremos? PALMER, Michael D (Org ). Panorama do Pensamento Cristão.

CONCLUSÃO Inspirado pelo Espírito Santo, o apóstolo Paulo nos fornece um filtro capaz de dire­ cionar nossa tomada de decisão diante de qualquer assunto (4.8). Apliquemos, então, esse filtro para analisar até mesmo os movimento sociais, sob os critérios da verdade, honestidade, justiça, pureza, amor, boa fama e virtude.

HORA DA REVISÃO 1. Qual o conceito de cidadania? É o conjunto de direitos e deveres dos indivíduos de uma nação. 2,0 que são movimentos sociais? É denominação dada à atuação coletiva da sociedade civil na defesa de seus ideais e interesses, por meio de reinvindícações, passeatas, protestos, mobilizações e outras formas de manifestações populares. 3. Cite algumas áreas em que as organizações sociais podem prestar serviços. Educação, saúde, serviços sociais, proteção do meio ambiente, cultura, defesa do patrimônio histórico e artistico, combate à pobreza, defesa dos direitos humanos, cidadania, etc. 4 . Como o cristão deve agir antes de aderir a qualquer movimento ou organização social? Com cautela e prudência. 5. Por que devemos ter cuidado com a multidão? Porque quando age coletivamente o ser humano é facilmente manipulado.

LIÇÃO

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14/06/2015

OS DISCÍPULOS DE JESUS E A QUESTÃO AMBIENTAL TEXTO DO DIA “Porque sabemos que toda a criação geme e está junta­ mente com dores de parto até agora” (Rm 8.22).

AGENDA DE LEITURA SEGUNDA -1 Co 10.26 Toda a terra pertence ao Senhor TERÇA - Gn 128,29 0 cuidador da terra QUARTA - 1 Co k 2 A fidelidade do mordomo

SÍNTESE A responsabilidade ambiental dos servos de Jesus decorre do princípio bíblico da mordomia cristã.

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QUINTA - Gn 8.17 Preservando os animais SE XTA -Lv 25.1-7 Descanso para a terra SÁ BA D O -D t 226,7 Proibindo a crueldade

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OBJETIVOS

SABER o significado da mordomia do homem em relação à Criação; CONSCIENTIZAR da responsabilidade ambiental do cristão; COMPREENDER a necessidade da proteção ao meio ambiente.

INTERAÇÃO Nas últimas décadas a questão ambiental passou a ser tema de destaque na mídia e nas discussões políticas. Em virtude das catástrofes ecológicas, poluição e degradação do meio ambiente, o tema vem ocupando proeminência no cenário nacional e internacional, levando o homem a discutir sobre ecologia e responsabilidade ambiental. Dentro desse contex­ to, algumas pessoas se mostram indiferentes em relação ao assunto, enquanto outros fazem da preservação da natureza uma verdadeira filosofia de vida, com nuanças de religiosidade. A Bíblia tem muito a dizer sobre o tema. Embora possa não discorrer de forma pormenorizada sobre a temática ambiental, ela contém princípios que devem nortear o modo como os servos de Jesus lidam com o meio ambiente.

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ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Prezado professor, no tópico 2, ao falar sobre a responsabilidade ambiental, destaque a diferença entre a visão cristã e a visãosecular/humanista sobre a proteção ao meio ambiente. Utilize como referência o texto de autoria do pastor Silas Daniel do subsídio bibliográfico 2, e depois peça para os alunos preenche­ rem a tabela abaixo: PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE VISAO CRISTA

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VISÃO SECULAR/HUMANISTA

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JOVEN



T E X TO BÍBLIC O à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.

Gênesis 1.26-28 26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa se­ melhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. 27

E criou Deus o homem à sua imagem;

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E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO O Planeta Terra tem sofrido com a atuação devastadora do homem. A poluição e a degradação estão a afetar drasticamente o habitate m que vivemos e colocado em risco a própria vida humana. Nesta Lição, veremos que a responsabilidade ambiental à luz das Escrituras Sagradas está contida no encargo que Deus en­ tregou ao homem após o advento da Criação.

com a sua criação, diferentemente do I - A B ÍB L IA E A Q UESTÃO que afirmam as religiões panteístas ECOLÓGICA 1. O Criador da natureza. A Bíblia é — que entendem que Deus é tudo e muita clara ao registrar que a natureza faz parte da criação de Deus. No capítulo 1 de Gênesis temos o completo relato do princípio do universo e da vida. Todos os elementos da natureza, como o sol e lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e aves, foram criados pelo Senhor. E tudo era bom. Essa é a razão pela qual a natureza é tão bela, e os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos (Sl 19.1). À luz das Escrituras e da doutrina da criação, portanto, entendemos que o universo não é fruto da evolução e do acaso, mas de um desígnio perfeito. Concluímos, também, que o Criador não se confunde 78 JOVENS

tudo é Deus.

2. O homem e a mordomia. Após ter criado todas as coisas, Deus formou o homem e deu-lhe autoridade para dominar sobre tudo que criara (Gn 1.26). Dessa passagem bíblica, extraímos o conceito de mordomia. Isto é, a terra per­ tence ao Senhor (Sl 24.1), mas o homem é o mordomo, aquele que administra os bens de Deus aqui, o que implica responsabilidade, fidelidade (1 Co 4,2) e zelo pela criação, pois o administrador deve prestar contas daquilo que não lhe pertence (Mt 25.14-22). A respon­ sabilidade humana pelo cuidado com a natureza fica mais evidente quando Deus põe Adão no jardim do Éden para o lavrar (servir) e o guardar (cuidar) (Gn

2.15). o Jardim foi plantado (heb. nãta) por Deus (Gn. 2.8), para que o homem pudesse cuidar e cultivá-lo. Aqui está o mandato cultural. Deus forma, mas o homem possui a responsabilidade de ser o mordomo do jardim. Nenhuma outra criatura recebeu esse encargo. 3 - Cuidando da Criação. Ainda no Antigo Testamento, vemos o esmero de Deus com os animais e com a terra. O plano do Altissimo para a nova civilização após o Dilúvio envolvia a preservação da espécie animal (Gn 8.17). O Senhor estabeleceu para a nação de Israel a guarda do sétimo ano para descanso da terra (Lv 25.1-7), com o objetivo de evitar a deterioração do solo pelo uso abusivo e egoísta. Proibiu, também, o tratamento cruel contra animais e aves (Dt 22.6.7; 25.4). Logo, usar com sabe­ doria e prudência os recursos naturais disponíveis é uma recomendação bíblica aos servos de Jesus.

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Pense! Cuidar da terra e da natureza não é uma opção, É um mandato outorgado pelo Criador.

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Ponto Importante A terra pertence ao Senhor (Sl 2U-1), mas o homem é o mordo­ mo, aquele que administra os bens de Deus aqui na terra.

II - O CRISTÃO E A RESPONSA­ BILIDADE AMBIENTAL 1. Agenda ambiental equilibrada. Se as Escrituras enfatizam a importância do cuidado com a criação divina, por que poucos crentes estão conscientes dessa responsabilidade ambiental? Raramente, ouvimos, no meio evangélico, ensino a respeito do meio ambiente (dentro de

uma perspectiva cristã), prevalecendo a ideia de que toda postura pró-preservação está vinculada ao panteísmo, às religiões orientais e ao sectarismo. Embora esse equívoco ocorra, com a existência de grupos que defendem, de modo radical, o meio ambiente e os animais, os cristãos não podem se omitir no dever de cuidado da natureza pelos motivos corretos, abalizados na doutrina da mordomia cristã. Silas Daniel, na obra A Sedução das Novas Teologias, escreve a esse respeito: “Cristãos devem ter em sua agenda o discurso pró-preservação da natureza. Nada mais lógico. Repito: é bíblico. Porém, não devem fazer desse discurso algo parecido com uma religião nem ser hipnotizados por qualquer discurso apelativo dos ambientalistas de plantão. Em tudo, deve prevalecer o equilíbrio e a coerência.” 2. A volta de Jesus. Outra justificativa equivocada que muitos crentes utili­ zam para a falta de responsabilidade ambiental é o discurso escatológico. “Jesus está voltando, por que eu deveria me preocupar com o meio ambiente?”, indagam tais pessoas. Entretanto, a iminência da vinda de Cristo não deve servir de desculpa para uma vida cristã descompromissada e apática com as questões sociais, culturais e, até mes­ mo, ecológicas. Ainda que as tragédias naturais sirvam como sinal dos últimos tempos (Lc 21.11), os servos de Jesus não podem fazer parte do grupo daqueles que provocam tais sinais, interferindo no equilíbrio da natureza estabelecido pelo Senhor desde a criação. Uma vez que a desordem da natureza foi ocasionada pela Queda, pela qual toda a criação gem e e está juntam ente com dores de parto até agora (Rm 8.22), é papel JOVENS 79

do crente agraciado pela redenção em Cristo Jesus, lutar contra os efeitos do pecado no mundo e vencer o mal com o bem (Rm 12.21).

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Pense! “Cristãos devem ter em sua agenda o discurso pró-preservação da natureza. Porém, não devem fazer desse discurso algo parecido com uma religião, nem ser hipnotizados por qualquer discurso apelativo dos ambien­ talistas de plantão’ (Silas Daniel).

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Ponto Importante Uma das justificativas equivocadas que muitos crentes utilizam para a falta de responsabilidade ambien­ tal é 0 discurso escatológico.

é um direito previsto na Constituição Federal, que assim estabelece em seu art. 225: Todos têm direito ao meio am­ biente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Como cidadão responsável e consciente, o cristão também possui o dever legal de defender e preservar os recursos naturais, tanto para a presente quanto para as futuras gerações. Que tipo de terra deixaremos para os nossos filhos?

3. Sustentabilidade e ética am­ biental. A proteção ecológica envolve

um conjunto de medidas que podem ser adotadas pelos servos de Jesus. É III - PROTEGENDO O AMBIENTE preciso encontrar o ponto de equilíbrio 1. O que é meio ambiente. O meio entre o desenvolvimento e a preserva­ ambiente, habitualmente chamado ape­ ção dos recursos naturais, o chamado nas de ambiente, “é o conjunto de con­ desenvolvimento sustentável. dições, leis, influências e infra-estrutura de ordem física, química e biológica, que O Pense! permite, abriga e rege a vida em todas A proteção do ambiente é, tam­ as suas formas". Com efeito, a proteção bém, uma forma de proteção da própria vida humana. do ambiente é, também, uma forma de proteção da própria vida humana, pois envolve todos os recursos naturais do globo, inclusive o ar, a água, a terra, a flora e a fauna. 2. Direito de todos. No Brasil, o meio ambiente ecologicamente equilibrado

O

Ponto Importante Desenvolvimento sustentável significa encontrar o ponto de equilíbrio entre 0 desenvol­ vimento e a preservação dos recursos naturais..

É preciso encontrar o ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação dos recursos naturais, o chamado desen­ volvimento sustentável.

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SUBSÍDIO POR QUE OS CRISTÃOS NÃO SE IMPORTAM MUITO COM A ECOLOGIA “Durante anos, os adeptos da Nova Era têm colocado a culpa da crise ecológica no cristianismo. Mas a Bíblia realmente nos transmite um eleva­ do conceito sobre a criação. Quando Deus colocou Adão no jardim do Éden, mandou que cultivasse e conservasse a terra. As palavras da língua hebraica para essas tarefas significam 'servir' e 'cuidar'. O livro de Gênesis ensina que os seres humanos têm 'domínio' sobre a natureza, porém, isso não significa uma ordem arbitrária, em sim um cuidado especial. Essa é a palavra de Deus, e somos responsáveis perante Ele pela forma como cuidamos da terra. É bem verdade que os ocidentais muitas ve­ zes abusam da natureza, Mas isso não tem origem no cristianismo, e sim no humanismo. À medida que a cultura ocidental rejeitou a Bíblia, deixou de considerar os seres humanos como servos de Deus para vê-los como o pináculo da evolução, como a vitória da luta de Darwin pela existência, a vitória daquele que não deve nada a ninguém. [...] Mas o antídoto ao hum anism o ocidental não é um panteísmo oriental, aquilo que tem sido chamado de ‘reli­ gião baseada na natureza'. O panteísmo, isto é, a crença de que tudo participa da divindade, de que tudo é Deus, nega que os seres humanos sejam especiais; o panteísmo nos coloca no mesmo nível da grama e das árvores. Mas os seres humanos têm, real­ mente, poderes únicos que nenhum outro organismo possui. A única religião que pode 'resolver' nossos problemas ecológicos é aquela que reconhece a nossa singularidade e oferece diretrizes

que orientam nossas capacidades. O cristianismo faz exatamente isso: ensina que Deus criou os seres hu­ manos a sua imagem, para serem os responsáveis pela criação” (COLSON, Charles. R e sp o sta s às D ú vid as de se u s A dolescentes. í.ed. RJ: CPAD, 2004, p. 142). A E SSÊN CIA DA NATUREZA

A natureza é boa, mas não divina. Muitas culturas pagãs praticam o animismo, o qual ensina que o mundo é a morada do divino ou uma emanação da própria essência de Deus. Con­ sequentemente, esses povos creem que a natureza está cheia de deuses do sol, deusas dos rios e divindades astrais. Essa crença antiga está sen­ do ressuscitada em nossos dias. Por exemplo, no filme Pocahontas, dos estúdios Disney, ajovem donzela índia repreende o homem branco por pensar que a terra 'é apenas uma coisa mor­ ta', advertindo-o de que 'cada rocha, árvore e criatura tem uma vida, tem um espírito, tem um nome’. Trata-se de expressão surpreendentemente clara de animismo. Porém Gênesis 1 co loca-se em rigoroso contraste com tudo isso. O livro dos com eços ensina que a natureza não é divina; ela serve aos propósitos de Deus. Os historiadores descrevem o efeito dessa doutrina como a ‘desdeificação’ da natureza, e ela foi um ponto de partida fundamen­ tal para a ciência. Quando a natureza exigia adoração religiosa, estudar demasiadamente seus segredos era considerado irreverência. Mas por ‘desdeificar1a natureza, o Cristianismo a transformou de objeto de medo e adoração em algo passível de estudo científico" (COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. E agora, como viveremosP.i.ed. RJ: CPAD, 2000, p. 497). JOVENS 81

E S TA N TE DO PRO FESSO R DORTCH. Richard W. Orgulho Fatal. MAXWELL, John C. Os 5 Níveis da Liderança.

CONCLUSÃO Como discípulos e servos de Jesus, possuímos boas razões para zelar pela natureza Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude (1 Co 1026), e nós somos mordomos, cuidadores da sua criação. Desse modo, a responsabilidade ambiental do cristão não está amparada em conceitos panteístas e na onda “verde" do tempo atual, e, sim nas Escrituras Sagradas. Devemos, por isso, usar os recursos naturais de forma consciente e sábia, preservando-a para uma boa qualidade de vida tanto para a presente quanto para as futuras gerações, enquanto o Senhor não voltar.

HORA DA REVISÃO 1. De qual passagem bíblica extraímos o conceito de mordomia? Gênesis 1.26. 2 . 0 que envolvia o plano do Altíssimo para a civilização após o Dilúvio: O plano do Altíssimo para a nova civilização após o Dilúvio envolvia a preservação da espécie animal (Gn 8.17). 3. Qualjustificativa equivocada os crentes utilizam para a falta de responsabilidade ambiental? Uma das justificativas é o discurso escatológico. “Jesus está voltando", dizem estes, “porque me preocupar com o meio ambiente?” 4 . 0 que é meio ambiente? É o conjunto de condições, leis, influências e infraestrutura de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. 5. O que você tem feito para preservar o meio ambiente? Resposta pessoal.

LIÇÃO

12 21/06/2015

OS DISCÍPULOS DE JESUS E A PARTICIPAÇÃO POLÍTICA TEXTO DO DIA “Disse-Lhes, então: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus”(Lc 20.25).

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AGENDA DE LEITURA SEGUNDA-Fp 3.20 Cidadania celestial

T E R Ç A -lP e 211 Peregrinos na Terra QUARTA -T t 3.1 Sujeitando-se aos governantes SÍNTESE O exercício da cidadania terrena e a participação poLítica dos servos de Jesus é uma responsabilidade bíblica.

QUINTA-Pv 28.28 Quando os ímpios sobem ao poder SEXTA-1 Co 10.23 Todas as coisas são lícitas, mas nem todas nos convém S Á B A D O -lT m 3.15 Igreja: coluna e firmeza da verdade

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JOVENS 83

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OBJETIVOS

CONHECER os princípios bíblicos que orientam o relacionamento do cristão com o governo civil; CONSCIENTIZAR da responsabilidade política e do exercício do voto à luz das Escrituras; ASSINALAR a forma adequada de participação política da igreja.

INTERAÇÃO Nos últimos tempos, principalmente no Brasil, as palavras política/político têm recebido forte conotação pejorativa, especialmente em virtude da corrupção generalizada, escân­ dalos nos governos e má administração do dinheiro público. Dado esse cenário, não é incomum ouvir homens e mulheres afirmarem não gostar de política. No meio cristão, há aqueles que dizem ser completamente desnecessário o envolvimento com as questões públicas. Contudo, neste domingo teremos a oportunidade de compreender que a participação política é uma necessidade vital de todos os indivíduos, inclusive cristãos.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

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£ v ^

84 JOVENS

Prezado professor, a lição de hoje é propícia para o uso do debate como método de ensino-aprendizagem. No tópico . peça para os seus alunos formarem um círculo na sala. Na seqüência, coloque cada item para discussão, abrindo a palavra para os alunos compartilharem aquilo que pensam sobre o assunto. Cada fala deverá durar no máximo 1 minuto, com direito a réplica. Depois de ouvir os alunos, finalize o tópico destacando os pontos essenciais. Veja algumas perguntas sugeridas para o debate: O que vocês acham do voto obrigatório no Brasil? Quais as características de um bom político? Irmão deve votar em irmão? Qual deve ser a postura da igreja em relação ao processo eleitoral?

T E X T O BÍBLIC O Lucas 20.21-26

24

E perguntaram-lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus.

25 Disse-lhes, então: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus.

22

É-nos lícito dar tributo a César ou não?

26

23

E, entendendo ele a sua astúcia, disselhes: Por que me tentais?

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Mostrai-me uma moeda. De quem tem a imagem e a inscrição? E, res­ pondendo eles, disseram: De César.

E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do povo; e, maravilhados da sua resposta, calaram-se.

COMENTÁRIO INTRODUÇÃO Nesta semana, estudarem os a respeito da política à Luz das Escrituras. Veremos que a política é tratada com diretrizes para o relacionam ento apropriado do cristão com as autoridades seculares, segundo princípios que estruturam e orientam o sistema bíblico de governo civil. 0 analfa­ betismo e a apatia política enfraquecem o Estado e a democracia, dando lugar ao corrupto e aproveitador. A Bíblia tem muito a dizer sobre o re ­ lacionamento apropriado do cristão com o governo. Ouçamos, portanto, tais conselhos bíblicos!

I - O QUE É POLÍTICA? i. Significado. Os dicionários definem o vocábulo política como a arte de go­ vernar. A palavra grega da qual deriva o termo é polis, que significa “cidade". Em relação ao Estado, o termo pode aludir tanto ao modo como os governantes administram e escolhem as melhores opções para a nação, assim como o processo pelo qual o povo elege os seus representantes para o exercício do poder. Logo, ela é parte essencial da vida humana. Aqueles que afirmam não gostar de política, desconhecem que é exatamente ela quem define os temas que afetam o nosso dia a dia.

II - POLÍTICA SEGUNDO A BÍBLIA 1. Dupla cidadania do cristão. O cristão vive nesta terra uma verdadeira tensão. Ao mesmo tempo que as Escri­ turas afirmam que a nossa cidade está nos céus (FI3.20), asseguram, também, que somos peregrinos neste mundo (1 Pe 2.11). Não há qualquer contradição nessas verdades bíblicas, pois elas sim­ plesmente enfatizam o desafio do servo de Deus em viver de forma transitória na esfera terrenal. Ao interceder pelos seus discípulos, Jesus pediu ao Pai: "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal” (Jo 17.15). Portanto, temos duas cidadanias: celestiale terrena, Uma JOVENS 85

conquistada por herança, a outra por local de nascimento. Isso significa que os crentes não podem estar alienados da sociedade e das questões sociais, políticas e econômicas. Como cidadãos deste planeta e embasados em uma visão de mundo eminentemente bíblica, devemos respeitar as leis e participar das discussões do cenário político, influindo nos temas da sociedade e do governo, a exemplo de José e Daniel. 2. Separação entre Estado e Igreja. A conscientização dos crentes a respeito da importância da participação política não significa a união entre o Estado e a Igreja, A propósito, o Senhor Jesus esta­ beleceu a clara separação entre esses dois ao ordenar: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Lc 20.25). As palavras do Mestre refor­ çam tanto a responsabilidade espirituaL quanto social, enfatizando que Igreja e Estado possuem papéis bem distintos. A Igreja deve influenciar o governo, mas não pode confundir-se com ele. Quando o Estado tenta intervir na Igreja, ou viceversa, os prejuízos são inevitáveis, com implicações que afetam a consistência doutrinária da cristandade. Foi o que ocorreu quando o imperador romano Constantino uniu a religião cristã com o Estado, incorporando elementos do paganismo. Por isso, a separação entre o Estado e a Igreja foi um ponto crucial defendido na Reforma Protestante. 3. Obediência às autoridades. As Escrituras também nos admoestam a obedecer as autoridades (Rm 13.1,2), respeitando as leis e o governo civil, pois toda autoridade provém do Altíssimo e foram ordenadas por Ele (v.i). Por isso, há o conselho paulino para intercedermos pelos governantes (1 Tm 2.1-4). Contu­

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do, tal obediência não pode ser cega e irrefletida. Todas as vezes que o Estado confrontar os princípios morais e espiri­ tuais decorrentes da Palavra, o cristão deve se preocupar em obedecer mais a Deus que aos homens (At 5.27-29), pois a sujeição à autoridade humana deve ser feita por amor ao Senhor (1 Pe 2.13).

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Pense! “A obrigação que 0 cristão tem de obedecer é válida até que o go­ verno 0 obrigue a pecar contra os mandamentos divinos"(Dietrich Bonhoeffer).

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Ponto Importante A conscientização dos crentes a respeito da importância da par­ ticipação política não significa a união entre o Estado e a Igreja.

III-A RESPONSABILIDADE POLÍTICA DO CRISTÃO 1. Dever cívico. O maior instrumento para o exercício da responsabilidade política do cristão é o voto. Como es­ creveu Charles Colson, “votar é o nosso primeiro dever cívico. Se você não vota está abandonando a obrigação bíblica de ser um cidadão responsável”. Por meio dele, elegemos as autoridades do país, dentre aqueLes que concorrem nas Eleições Gerais (Presidente, Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual) e Eleições Municipais (Prefeito e Vereador). 2. Voto consciente. Os discípulos de Cristo devem votar de forma livre e consciente, o que implica em exercer o direito ao voto de modo refletido e com senso de responsabilidade, na busca pelo atendimento do interesse público (Fp 2.4), à luz dos valores morais

e espirituais extraídos das Escrituras. Na prática, isso sugere o seguinte; a) O voto deve ser precedido da avalia­ ção dos candidatos e de suas propostas de governo. Desse modo, o cidadão dos céus deve ser sábio, optando por aqueles que defendam princípios que estejam em consonância com os valores morais contidos na PaLavra (Pv 28.28). b) Investigue a ideotogia do candidato e de seu partido político, para não correr o risco de votar em candidatos sem temor a Deus que possam defender propostas legislativas imorais que afrontem a família e os princípios éticos cristãos (2 Tm 3,1-7). Lembre-se de que, ao votar no candi­ dato, você também estará votando no seu partido político, podendo ajudar a eleger outros candidatos. c) Opte por candidatos que defendam a vida, a família tradicional, a dignidade da pessoa humana e a defesa das liber­ dades, inclusive religiosa. d) Cuidado com os falsos “po líti­ cos evangélicos". Aproveitando-se do crescimento dos evangélicos no país, muitos candidatos assim se apresen­ tam a fim de conquistar o eleitorado das igrejas cristãs. Esse contexto exige discernimento por parte dos crentes em Jesus. O sim ples fato de alguém

se apresentar como “irmão" ou "pastor" não é suficiente para merecer o voto dos fiéis. Até mesmo tais candidatos precisam passar pelo crivo da avaliação, para averiguar se possuem compro­ misso com o Reino, bom testemunho público e capacidade para a atuação política. Se tiver tais requisitos, então será merecedor de confiança. e) Não negocie seu voto. Vender o voto é o mesmo que barganhar a cons­ ciência. Além de ser sinal de egoísmo (Gl 5.19,21), visando o benefício pessoal, é, também, um ato ilícito eleitoral. Con­ vém lembrar que se considera “venda de voto” não somente o recebimento de dinheiro em espécie, mas toda e qualquer vantagem pessoal, inclusive bens e ofertas de emprego.

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Pense! “Votar é o nosso primeiro dever cívico. Se você não vota está abandonando a obrigação bíblica de ser um cidadão responsável" (Charles Colson).

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Ponto Importante A melhor atuação política da igreja deve restringir-se à cons­ cientização e orientação dos seus membros, para que votem com ética e discernimento.

O maior instrumento para o exercício da responsabilidade política do cristão é o voto.

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SUBSÍDIOS A NATUREZA POLÍTICA “A essência da política é a luta por poder e influência, Todos os gru­ pos e instituições sociais precisam de m étodos para tomar d ecisõ es para seus membros. A política nos ajuda a fazer isso. A palavra grega da qual política é derivada é polis, que significa 'cidade'. Política no sentido clássico envolve a arte de fazer uma cidade funcionar bem. Também ajuda a administrar nossas organizações e governos. Quando nosso sistema po­ lítico é saudável, mantemos a ordem, provem os a segurança e obtemos a capacidade de fazer coisas como com unidade que não poderíam os fazer bem individualmente. Votamos as leis, fazemos a policia impô-las, arrecadamos impostos para estradas, sistemas de esgoto, escolas públicas e apoio nas pesquisas de câncer. Em nossas organizações particulares, um sistema político sadio nos ajuda a adotar orçamentos, avaliar pessoal, es­ tabelecer e cumprir políticas e regras e escolher líderes. No melhor dos casos, a política melhora a vida de um grupo ou comunidade. A política toma uma variedade de formas, como eleições, debates, subornos, contribuições de campanha, revoltas ou telefonemas para legisladores. Como vê, alistei maneiras nobres e ignóbeis de influenciar as decisões de um sistema político. Algumas de­ las são formais, como as eleições, ao passo que outras são informais, como telefonar para vereadores, deputados e senadores e pressioná-los a votar a nosso modo. Note que estou usando 'política' num sentido lato. Em muitos livros didáticos, o termo política refere-se

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aos processos usados nas decisões oficiais para uma sociedade inteira. Mas uso o termo para cobrir todos os processos que permitem tomar d ecisõ es para qu alqu er grupo ou instituição. Neste sentido, podemos falar corretam ente de política da igreja, política do escritório, política do seminário, faculdade ou universidade cristã, e até a política de uma família" (PALMER, Michael D. (Org.). Panorama do Pensam ento Cristão. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, p. 4 4 7 )-

A Autoridade do Governo “Ao pôr em execução suas gran­ des responsabilidades, o governo necessariam ente exercerá grande poder. O problema é que o uso que o governo faz do poder pode ir além de sua autoridade dada por Deus. Se Deus designou o governo como 'ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal' (Rm 13.4). d eve m o s e star in c lin a d o s a nos submeter a ele. Mas a história nos dá muitos exemplos de governos que se excederam em sua concessão divina de autoridade. Em nossa discussão anterior, vimos que os governos têm um direito no uso legal da força. Num prim eiro pensam ento, este não é problema para os cristãos, porque a passagem em Romanos 13 declara que os governantes têm o direito de usar a espada para levar a cabo seus deveres formais. O problema surge em sab er onde fixar a linha entre o uso formal e o uso impróprio de poder governativo. Em algum ponto, os governos cruzam a linha e saem de debaixo do manto da autoridade dada por Deus" (PALMER, Michael D, (Org ) P an o ram a d o P e n sa m e n to Cristão. í.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2001, pp. 4 5 4 , 4 5 5 ).

ESTA N TE DO PRO FESSO R BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática LEBAR, Lois E. Educação que é Cristã. DANIEL, Silas. A Sedução das Novas Teologias.

CONCLUSÃO E preciso concluir esta lição enfatizando quão crucial é para o cristão exercer o seu voto de forma consciente e sábia, lembrando que a participação política é uma res­ ponsabilidade bíblica.

HORA DA REVISÃO 1. Geralmente, como os dicionários definem o vocábulo politica? A arte de governar. 2. Cite os três princípios da política segundo a Bíblia: Princípio da dupla cidadania, princípio da separação entre Estado e Igreja, e princípio da obediência às autoridades. 3-Como deve ser o voto do servo de Jesus? Livre e consciente. 4 . Como a igreja deve atuar em relação à política? A atuação política da igreja deve restringir-se à conscientização e orientação dos seus membros, para que votem com ética e discernimento. 5. Você tem consciência da importância do seu voto? Resposta pessoal.

LI CÃO

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28/06/2015

OS SERVOS DE JESUS, SAL DA TERRA E LUZ DO MUNDO TEXTO DO DIA

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“Vós sois 0 sal da terra; e se 0 sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos ho­ mens” (Mt 5.13).

SÍNTESE Os discípulos de Jesus foram chamados para testemunhar a fé em Cristo em todas as esferas da sociedade.

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AGENDA DE LEITURA SEGUNDA -Lv 2.13 Oferta temperada com sal

T ER Ç A -C l 4.6 Palavra temperada QUARTA-Pv 13.9 A luz do justo QUINTA - Fp 2.14-15 Resplandecendo como astros no mundo SE X T A -2 Pe 119 Candeia que alumia na escuridão SÁBADO - Lc 128,9 Confessando 0 Senhor diante dos homens Â

OBJETIVOS

CONHECER o significado da metáfora que Jesus empregou aos seus discípulos, chamando-os de sal da terra e luz do mundo; SABER que os salvos devem fazer notar a fé cristã em todos os segmentos da sociedade; COMPREENDER a responsabilidade da Igreja de promover o Reino de Deus aqui na Terra.

INTERAÇÃO Influenciados por uma forte tendência de secularização, muitos cristãos aceitam atualmente a ideia enganosa de que a fé é algo eminentemente privado e que, por isso, deve ser vivida e expressada somente no âmbito pessoal e religioso, sem a possibilidade de influenciar toda a sociedade. Contudo, ao chamar os seus discípulos de sal da terra e luz do mundo, Jesus uma vez mais deixou transparecer o caráter público da fé cristã, identificando-a como uma cosmovisão, uma visão de mundo abrangente. Os escritores Charles Colson e Nancy Pearcey captam a essência da cosmovisão cristã ao afirmarem: “Nosso trabalho não é somente construir a Igreja, mas também construir uma sociedade para a glória de Deus”.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Prezado professor, chegamos ao final do trimestre. Neste domingo, logo na introdução da aula, recapitule com os seus alunos os temas que foram tratados no decorrer da lição. Pergunte a eles o que mais lhes despertou a atenção e ficou marcado na mente de forma especial. Recorde que além do conhecimento bíblico adquirido, o conteúdo deve produzir mudança e atitude prática em nossas vidas. Na seqüência, destaque que esta lição final sintetiza tudo o que foi estudado nos domingos anteriores com base em Mateus 5.13, em que Cristo estabelece os princípios orientadores para vivermos nesta terra, com a metáfora do sal e da luz. Na conclusão, ore juntamente com os seus alunos, pedindo ao Senhor fortalecimento espiritual e discernimento bíblico, a fim de cumprir 0 compromisso de sermos discípulos autênticos e transparentes, para a glória de Deus.

T E X TO BÍB LIC O Mateus 5.13-16

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Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens.

nem se acende a candeia e se co ­ loca debaixo do alqueire, mas, no velador, e dá luz a todos que estão na casa.

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Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte;

Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO No Serm ão do Monte, logo após falar sobre as b em -aventuranças, 0 S en h or Jesus u tiliz a dois sím b olo s co m p arativo s a lu siv o s aos seus d iscíp ulo s: sal e luz. Nessa dupla figura aLegórica p ossuid ora de rico sig nificad o, 0 M estre realça as qu alid ad es e sse n cia is do verd ad eiro cristão, aquilo que ele é e deve testem unhar para toda a sociedade. Isso diz respeito a caráter e integridade. Qualidades que devem fazer notar a transp arência da vida autenticam ente cristã. Com efeito, nesta lição de encerram ento do trim estre, aprenderem os sobre as características dos dois elem entos m encionados pelo M estre, bem como a sua sim bologia para a vida cristã.

I - OS DISCÍPULOS COMO O SAL DA TERRA (Mt 513) 1.0 valor do sal nos tempos de Jesus, O primeiro símbolo utilizado por Jesus referindo-se aos discípulos é o sal, um importante elemento com características bem peculiares e úteis para o ser humano. Em Israel, o sal era uma iguaria valiosa, usada para temperar os alimentos, ferti­ lizar o solo e, até mesmo, como produto medicinal. No Império Romano, inclusive, os soldados eram retribuídos com sal, de onde advém a palavra salário (do latim salarium), o qual podia ser trocado por alimentos e outros produtos. 92 JOVENS

2. Propriedades do sal, Para compre­ endermos a simboLogia utiLizada pelo Mestre, precisamos conhecer as duas finalidades essenciais do sal: a) Preservar. Naquela época e, até mesmo, nos dias atuais, o sal era utili­ zado para conservar alguns alimentos contra a decom posição natural. Em sua alegoria, o Mestre revela que os discípulos são a reserva moral desse mundo decadente, batalhando contra a corrupção, imoralidade e inversão de valores (Is 5.20). Eis o motivo porque os crentes geralmente são chamados de fundamentalistas e conservadores,

pois pautam suas condutas na ética com o Mestre é como o servo inútil do Reino. A Bíblia diz que devem os (Mt 25.30) ou a vara que não dá fruto ser santos, porque o Senhor é santo (Jo 15.2). Como conseqüência, o sal é Lançado fora e pisado pelos homens, (1 Pe 1.16). b) Temperar. O saL também serve Que tragédia! Batalhemos, jovens, para não perdermos o sabor do Evangelho para salgar e dar sabor aos alimentos. em nossas vidas. O tempero salino, quando aplicado na medida certa, dá vida à comida. Uma O Pense! refeição sem sal não tem sabor é “sem Perder o sabor do sal eqüiva­ graça”. Do mesmo modo, o mundo sem le a perder a essência da vida o sabor do evangelho é triste e sem cristã. sentido. Os discípulos receberam a incumbência de temperar esse mundo © Ponto Importante por meio do testemunho e do anún­ Preservar e temperar são as duas cio das Boas Novas transformadoras principais finalidades do sal. de Cristo (Mc 16.15), oferecendo vida abundante (Jo 10.10), graça (Tt 2.11), I! - OS DISCÍPULOS COMO A LUZ esperança, propósito, paz (Ef 2.17) e DO MUNDO (Mt 5.14) amor verdadeiro (Jo 3.16) àqueles que 1. A transparência da luz. O segundo vivem na terra. símbolo rico de significado atribuído 3. A inutilidade do sal. Jesus, porém pelo Senhor aos discípulos foi a luz advertiu acerca da inutilidade da falta (Mt 5.14), uma das magníficas obras de de sabor: “e se o sal for insípido, com Deus na criação (Gn 1.3). A luz ilumina que se há de salgar? Para nada mais e aquece os ambientes, e no lugar em presta senão para se lançar fora, e ser que as suas ondas chegam, as trevas pisado pelos homens" (Mt 5.13). Naquele se dissipam. Ela simboliza a transpa­ tempo, ao ser recolhido da região do rência da vida cristã, testemunhada na Mar Morto, o sal que havia perdido a sociedade peLa conduta reta e virtuosa, sua propriedade para salgar não era vista por todas as pessoas. A verdade logo jogad o fora. Ele era guardado subjacente dessa analogia é que a no templo de Jerusalém e quando as postura do súdito do Reino deve ser chuvas de inverno tornavam os pátios exemplar, ainda que o contexto social e cultural caminhe na direção contrária. O escorregadios, o sal era espalhado para jovem cristão não pode ser um “agen­ evitar as quedas, sendo pisado pelos te secreto" de Cristo em sua escola, homens. Com isso, Jesus alerta para o faculdade ou trabalho, escondendo perigo da perda da essência do sal. Sal sua identidade cristã. 0 apóstolo Paulo que não preserva e não tempera não expressou essa verdade ao dizer que presta para nada mais; é irrelevante. devemos ser irrepreensíveis e sinceros, É como o açúcar que não adoça ou a filhos de Deus inculpáveis, no meio de água que não mata a sede. Não tem uma geração corrompida e perversa, qualquer utilidade! Do mesmo modo, entre a qual resplandecem os como o discípulo que não cumpre o seu pa­ astros no mundo (Fp 2.15). pel e não observa o seu compromisso JOVENS 93

2. Cristo, luz para as nações. Ao interpretarm os essa ilustração em harmonia com outras passagens bíbli­ cas, veremos que a luminosidade do cristão não é própria. Ela é originada no Pai celestial (Tg 1.17), e refletida pelo salvo como a luz de Cristo. Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12). Logo, o cristão, como luzeiro do mundo, não refLete a si mesmo, nem a sua glória, mas a glória de Cristo, iluminando a sociedade em que vive, para que esta glorifique a Deus. Leiamos a m ajes­ tosa declaração paulina: “Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos som os vossos servos, por amor de Jesus, Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para ilum inação do conhecim ento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo (2 Co 4.5,6). 3. A luz escondida. Além do sal insípido, Jesus adverte sobre a luz en­ coberta. Naquela época, a iluminação residencial era realizada tipicamente pela candeia, uma espécie de lâmpa­ da abastecida com óleo. O Mestre diz que a candeia não pode ser colocada debaixo do alqueire (uma vasilha de medida de alqueire, que servia para medir cereais, feita de barro), mas no velador, um móvel específico e alto que servia para colocar as lâmpadas, a fim de que todo o ambiente fosse ilumina­ do. A ênfase de Jesus é sobre o local apropriado para a lâmpada, que deve ser posta em lugar aberto e público. O princípio bíblico daí extraído é que o crente deve revelara sua luminosidade

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espiritual publicamente e se fazer notar em todos os segmentos da sociedade, não vivendo enclausurado entre as quatro paredes da igreja. 0 templo é o local de comunhão e devoção. Mas é na sociedade que devemos testemunhar o amor do Pai e a transformação de nossas vidas, de modo que as pessoas vejam as nossas boas obras e glorifiquem a Deus.

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Pense! “Os verdadeiros discípulos resplandecem como astros no mundo (Fp. 2.15), refletindo a glória de Cristo para toda a Terra".

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Ponto Importante A luz do cristão deve ser notada em todos os segmentos da sociedade.

III - IGREJA, PROMOVENDO O REINO DE DEUS NATERRA (Mt 11.5 ; 28 .19 )

1. A Igreja de Cristo. Seguramente, ao destacar a responsabilidade dos discípulos como sal e luz da terra, o Mestre tinha em mente não o papel individual de cada cristão, mas um cha­ mado coletivo. A expressão “vós" indica unidade e comunhão, que encontra a sua expressão máxima na vocação da Igreja do Senhor. O vocábuLo “igreja" provém do grego ehhlesia e significa “os chamados para fora", amoldandose uma vez mais na dupla alegoria do Nazareno, porquanto o saltem utiLidade somente fora do saLeiro e a luz, no ambiente aberto. 2. O fundamento da igreja. A Igreja não é uma mera organização humana. É um projeto de Deus (Ef 1.10; 3.1-13),

edificada em Cristo Jesus (Mt 16.13-18). Naquela que ficou conhecida como a declaração de Cesareia, o Senhor afir­ mou: “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevaLecerão contra ela” (Mt 16. 18). O alicerce não é Pedro, e, sim, o Senhor Jesus, a Rocha inabalável (Rm 9.33). O próprio discípulo reconheceu essa verdade ao chamá-lo de a pedra angular (1 Pe 2.6). 3. Agência do Reino de Deus. Afinal, qual a relação entre a Igreja e o Reino de Deus? A Igreja não é o Reino de Deus em sua plenitude, mas a sua ex­ pressão entre os homens. Como Igreja, ela não proclama a si mesma, mas o Reino de Deus. Ela não é um fim, mas o instrumento que apresenta ao mundo o Senhor do Reino e introduz em suas fronteiras os seres humanos arrancados do reino das trevas. Logo, a Igreja é a agência divina que promove o Reino de Deus aqui na Terra, pelo testemunho e prática no dia a dia da presença real do governo divino em todas as dimen­ sões da vida, proclamando que Jesus salva, cura, transforma, batiza com o Espírito Santo e, em breve, voltará nas nuvens para buscar o seu povo. Precisamos clamar ao Senhor para que Ele continue a fortalecer o seu povo nestes últimos dias, diante de tantos desafios e guerra cultural.

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Pense! A Igreja é a expressão do Reino de Deus entre os homens.

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Ponto Importante A Igreja do Senhor é agência de Deus nesta terra, vivencíando e proclamando o Reino dos Céus.

S UBSÍDIO “Se quisermos restaurar o nosso mundo, em primeiro lugar devemos nos libertar da noção confortável de que o cristianismo é uma mera expe­ riência pessoal, que se aplica somente à vida privada de alguém. 'Nenhum homem é uma ilha', escreveu o po­ eta cristão John Donne. Mas um dos grandes mitos de nossos dias é o de que nós somos ilhas — que as nossas decisões são pessoais e que ninguém tem o direito de nos dizer o que fazer nas nossas vidas particulares. Nós nos esquecem os facilmente de que cada decisão particular contribui para o ambiente moral e cultural em que vivemos [...]. Os cristãos são salvos não apenas de alguma coisa (o pecado), mas também para alguma coisa (a soberania de Cristo sobre toda a vida). A vida cristã começa com a restauração espiritual, que Deus opera pela pregação da sua Palavra, da oração, da adoração e do exercício dos dons espirituais em uma igreja local. Este é apenas o começo indispensável, pois somente a pessoa redimida pode ser cheia do Espírito de Deus e pode verdadeiramente conhecer e realizar o plano de Deus. Mas então devemos proceder à restauração de toda a criação de Deus, o que inclui as virtudes privadas e públicas; a vida pessoal e familiar; a educação e a comunidade; o trabalho, a política e a lei; a ciência e a medicina; a literatura, a arte e a música. Este objetivo redentor permeia tudo o que fizermos, porque não existe uma linha divisória invisível entre o que é sagrado e o que é secular. Devemos trazer 'todas as coisas' sob a soberania de Cristo" (COLSON, C.; PEARCEY, N O Cristão Na Cultura de Hoje. i.ed„ Rio de Janeiro: CPAD, 2006, PP-3 6 ,37 .3 9 .4 0 ): JOVENS 95

E S TA N TE DO PRO FESSO R COLSON, Charles; PEARCEY, Nancy. O Cristão na Cultura de Hoje. GOWER, Raph. Novo Manual dos Usos e Costumes dos

Tempos Bíblicos

CONCLUSÃO A declaração de que os discípulos são o sal da terra e a luz do mundo ainda continua a ecoar nas Escrituras. Como Igreja, cabe-nos a missão de vivenciar e anunciar de forma autêntica o Reino de Deus no tempo presente, assim como os apóstolos e a Igreja Primitiva o fizeram nos primeiros séculos da Era Cristã. Chegamos ao fim de nosso trimestre. Esperamos que o estudo sobre o contexto social, político, cultural e religioso da terra e do tempo de Jesus, nos instigue a colocar em prática os ensinamentos do Mestre no ambiente em que vivemos.

HORA DA REVISÃO 1. Quais as duas principais finalidades do sal? Preservar e temperar. 2.0 discípulo que não cumpre o seu papel e não observa o seu compromisso com o Mestre é como quem? O servo inútil (Mt 25.30) e a vara que não dá fruto (Jo 15.1). 3. Qual o significado da figura do discípulo como a luz do mundo? Simboliza a transparência da vida cristã, testemunhada na sociedade pela conduta reta e virtuosa, vista por todas as pessoas. 4. A luminosidade do cristão é própria? Por quê? Não, pois ela é refletida pelo salvo como a luz de Cristo (Jo 8.12). 5. Por que a Igreja é uma agência divina? Porque ela foi criada com propósitos bem específicos para cumprir a missão de Deus aqui na terra.

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