Jogos de linguagem: Os contos acumulativos

August 10, 2017 | Autor: Gabriel Machado | Categoria: Gêneros Textuais, Generos Textuais, Literatura Infanto Juvenil, Jogos De Linguagem, Contos acumulativos
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE JOGOS DE LINGUAGEM E LITERATURA INFANTOJUVENIL PROFª PATRICIA FERREIRA NEVES RIBEIRO ALUNOS: GABRIEL MACHADO RODRIGUES DA SILVA MARCELA DAVINO DE AZEVEDO

Jogos de Linguagem: Os Contos Acumulativos

Rio de Janeiro 2014

Introdução O curso Jogos de Linguagem e Literatura Infantil teve início com uma pergunta, uma provocação: “E o texto tem segredos?”. Após cumprirmos a trajetória abrangendo uma conceituação teórica, amplamente exemplificada, sobre gêneros textuais, domínio discursivo, marcas de oralidade, passando com mais atenção pelas adivinhas, parlendas e trava-línguas, tangolomangos e contos acumulativos, não nos restam dúvidas: sim, podemos dizer que o texto é portador de muitos segredos. Como dizia Ingedore Koch em Desvendando os segredos do texto, este é “um construto histórico e social, extremamente complexo e multifacetado, cujos segredos (quase ia dizendo mistérios) é preciso desvendar para compreender melhor esse milagre que se repete a cada nova interlocução” (KOCH, 2003, p. 9). À procura de desvendar tais segredos, focalizamos nosso olhar nos chamados contos acumulativos, um dos gêneros da tradição oral, pertencente à literatura popular. Segundo Nelly Novaes Coelho, os contos acumulativos são histórias encadeadas, muito populares e divertidas. Coelho chega a finalizar a sua definição apontando que este gênero tem sido bastante explorado, na literatura para crianças, por se transformar num jogo (COELHO, 2000, p. 183), como veremos adiante. Antes de avançar um pouco mais nas especificidades dos contos acumulativos, cabe dar um passo atrás, situando-os no universo da literatura tradicional. Para tanto, nos valemos de uma breve conceituação de Maria Flora Guimarães, em texto que aborda os gêneros discursivos na escola: Os contos populares fazem parte de uma literatura originalmente oral, viva e sonora, destinada a um auditório que não sabia ler, mas que determinava a técnica da exposição da própria narrativa: exposição simples, que segue a sequência lógica, sem pormenor que demore ou que não seja indispensável. Raramente se abandona a ação principal pela secundária. O quer conta é a ação dramática. Não há descrições particularizantes. Prende-se ao imaginário ou à memória coletiva, que serve de repertório comum ao maior número de ouvintes (GUIMARÃES, 2001, p. 85).

Recorrendo a Câmara Cascudo, nome mais importante na área de estudos sobre contos tradicionais e folclore do Brasil, chegamos a afirmação de que o conto popular revela informação histórica, etnográfica, sociológica, jurídica e social, por estar intrinsecamente ligado à natureza humana. Cascudo diz ainda: “Ciência da psicologia coletiva, cultura do geral no Homem, da tradição e do milênio na Atualidade, do heroico no quotidiano, é uma verdadeira História Normal do Povo” (CASCUDO, 1997, p. 7). Isso se explica porque “as narrativas populares encontram-se

profundamente ligadas às origens histórico-culturais e circunstâncias sociais imediatas que envolvem as comunidades por onde circulam” (GUIMARÃES, 2001, p. 89). Com isto, podemos compreender porque as histórias tradicionais continuam sendo contadas e recontadas até os dias de hoje: porque comunicam o que é comum aos homens e mulheres em qualquer tempo e lugar. Enquanto patrimônio cultural dos povos humanos, o conto popular permanece, pois estabelece uma comunicação íntima com qualquer um de nós. Ao estudarmos os contos acumulativos mais detidamente, percebemos, porém, que estes nascem na tradição, mas não permanecem nesta circunscritos ou delimitados. Partindo dos textos e livros com os quais tomamos contato, encontramos tanto coletâneas de histórias recolhidas da tradição oral quanto narrativas inéditas, onde se verifica a autoria de escritores que se valem da matriz estrutural para realizar novas criações. O gênero conseguiu tornar-se independente e reinventar-se, sempre sendo recriado. Dessa forma, concluímos que o ponto que define uma história como um conto acumulativo é a sua estrutura, a forma sob a qual é construído. E que estrutura seria essa? O Tesauro de folclore e cultura popular brasileira, estabelecido pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional / Minc define o conto acumulativo da seguinte maneira: conto popular construído por palavras ou frases encadeadas, ações ou gestos, que se articulam em seriação ininterrupta. Segundo material estudado em sala de aula, Faria complementa afirmando que “embora sigam um esquema com início, desenvolvimento e desenlace, caracterizam-se pela repetição de todos os elementos que vão sendo acrescentados à narrativa que devem ser repetidos na mesma ordem” (FARIA, 2010, p. 31). Mais uma vez nos valendo das contribuições de Câmara Cascudo, temos como sua definição para contos acumulativos, ou Cumulative Tales, que estes são contos em que os episódios são sucessivamente articulados, assim como há fases temáticas consecutivamente encadeadas. Cascudo inclui nesta seção os chamados Contos Sem Fim e os Trava-Línguas e cita como exemplo A neve que prendeu o pé da formiga. Nele, o inseto busca ajuda de muitos personagens e todos se eximem de ajudá-la, deixando a responsabilidade para alguém mais forte. Interessante notar o quanto a temática voltada para as relações de poder ou hierárquicas é recorrente no universo desses contos. Veremos, porém que, apesar de bastante comum, este não é um fator determinante, pois é possível encontrar uma grande variedade temática dentro deste tipo de texto.

Análise das Obras

Macaco Malaquias, de Cristina Porto, é um conto acumulativo clássico, uma das inúmeras versões de histórias em que o macaco corre atrás de um objetivo, desta vez, de recuperar o último docinho (“aquele que tem o sabor mais especial”), caído dentro do galho oco de uma árvore. O livro começa com uma narrativa, não indo direto para a série de acumulações, mas logo se inicia a empreitada do protagonista. Para reaver o doce, a fórmula também é tradicional: o símio espera que, pelo poder e a força, uma pessoa ou elemento obrigue o outro a cooperar e, por fim, a meta seja alcançada. Na linguagem, ocorre o encadeamento, aumentando cada vez mais a frase que o macaco pronuncia. Todos para quem suplica são como entidades, pois não têm nome, apenas um genérico com maiúscula, e são figuras bastante comuns dos contos acumulativos, especialmente os de macacos. É importante notar a presença do Rato como “opressor” da Rainha por ameaçar a roupa dela, em uma clara referência à variante do trava-língua “O rato roeu a roupa do rei”. As belas ilustrações de Roberto Negreiros também contribuem para a fruição do leitor, ainda mais que a obra foi idealizada para crianças em fase de alfabetização – não à toa, há um “suplemento pedagógico” com perguntas simples relacionadas à narrativa e a língua portuguesa e passatempos de colorir e encontrar objetos. A imagem mais interessante da história é a penúltima, das páginas 30 e 31, em que a Morte, gigantesca e em cores, tem Malaquias sobre o polegar e encara em sua mão a série de personagens que desencadeará o corte do galho oco, todos em preto e branco. O Barbeiro e o Coronel faz parte da coleção Conta de Novo, da Ana Maria Machado. Assim como na história do Macaco Malaquias, aqui está presente o poder como característica predominante: na cidade havia um coronel mandão - que, na verdade, era apenas um fazendeiro poderoso, mas assim era chamado - que espalhava ordens para todo lado. Também havia lá um único barbeiro, a quem o coronel foi procurar. Mandão e também briguento, o coronel propôs um desafio ao barbeiro, que seria castigado caso errasse: teria de responder quantos fios de cabelo existiam na cabeça do mandão. Sem saber mas tentando ganhar tempo, o barbeiro contrapropôs que o coronel voltasse dentro de um mês na presença do juiz, prefeito, professor, padre, farmacêutico e delegado – todas figuras de alguma importância na estrutura social. Quem aparece não com a solução mas com um novo desafio é o rato, que lhe dará a resposta se o barbeiro disser “quantas folhas há nas árvores da mata que lá está”. Usando essa linguagem

rimada e sempre estruturada na repetição, Ana Maria Machado leva o barbeiro a recorrer a personagens da natureza, como a borboleta, o siri, o sapo, a coruja, todos com novos desafios, cada vez mais “cabeludos”, até que o barbeiro se dá conta de que a solução ele mesmo é quem vai inventar. Na data marcada, todos os reunidos presenciam o barbeiro raspar o cabelo inteiro do coronel, deixando um único fio a ser contado. Por meio da astúcia, o poder estabelecido na figura do coronel é superado, a esperteza vence a força, o que é muito comum na literatura popular. As ilustrações com traços divertidos de Michele Iacocca dão o tom lúdico que perpassa toda a narrativa. Não chega a se encaixar no gênero adivinha mas dele se aproxima ao colocar um desafio também para o leitor, que pode embarcar no jogo de tentar resolvê-lo. Camilão, o comilão, de Ana Maria Machado, começa com uma apresentação e o mote da história e o protagonista possui um propósito, nesse caso, conseguir comida dos amigos sem trabalhar, ou seja, nenhuma necessidade premente como costuma aparecer nesse tipo de conto. A estrutura de componentes encadeados é agora um acúmulo físico, não mais de ordens (exibido na pilha de alimentos das ilustrações), e se junta à repetição de “E lá se foi Camilão pela estrada. Com sua cesta. Na cesta, uma melancia [...]. Por cima, o guardanapo”. Os personagens agora possuem nomes próprios, pois são identificados como conhecidos do porco. Outro ponto de destaque é a presença dos números, pois cada amigo dá a Camilão um produto a mais do que o anterior, perfazendo uma sequência numérica. O narrador, inclusive, instiga o leitor a responder quanto havia de cada alimento e diz que levará onze laranjas, dando continuidade à contagem. O final é diferente porque o protagonista não usufrui sozinho do obtido, mas organiza uma festa e chama todos, logo não é um sucesso solitário, egoísta, como se costuma ver. E o dente doía, de Ana Terra, segue pela mesma seara da busca de algo (arrancar o dente dolorido), também se valendo dos números, dessa vez expressos no aumento progressivo de animais que vêm em grupos tentar ajudar o jacaré. Agora, o acúmulo é de ações, pois o réptil segue os conselhos dos vários bichos um após o outro, por diversas vezes, com verbos variados e o final de sempre: “E o dente ainda doía!” Como na história de Camilão, a sequência numérica termina no dez e o jacaré enfim se livra do dente que o faz sofrer. Porém, o fim é bem distinto: o predador agora quer fazer de seus auxiliares um “lanchinho” e todos fogem.

Um ponto a se assinalar é que, ao longo de toda a obra, os números são expressos não por escrito, mas em recortes coloridos como os das ilustrações, e o mesmo se dá com “Ninguém” na última frase, que corresponde ao zero. A escritora e ilustradora Ana Terra também dá destaque aos números no seu texto ao fim do livro, falando de quantos dentes tem e do tempo que levou e da quantidade de material que utilizou para fazer as imagens, além de mencionar há quanto tempo redigiu a narrativa. O nabo gigante, de Tolstói, também apresenta um problema que precisa de solução: nas terras de um casal de velhinhos que vivia com muitos animais (encadeados em sequência numérica), nasceu um nabo gigante entre outros vegetais absolutamente normais. Quando os idosos tentaram colher o vegetal, obviamente não conseguiram sozinhos e apelaram para a ajuda de seus bichos, todos repetidos e sobrepostos a cada tentativa de retirar o nabo da terra, sem sucesso, até que o menor de todos, que sequer havia sido apresentado anteriormente, realiza a façanha: um ratinho faminto em busca de um pedacinho de queijo. O autor da obra é primo do escritor russo Leon Tolstói e recupera a fórmula conhecida dos contos acumulativos para construir a sua própria história, tornada também um clássico. Bastante lúdico, esse conto aprofunda o mergulho nas características tradicionais da literatura popular ao passar uma mensagem aos leitores. Seu próprio paratexto (contracapa) ressalta a temática abordada, que é a cooperação. A casa sonolenta, de Audrey Wood, diferencia-se dos demais por não possuir nenhum objetivo. O acúmulo é físico e ocorre naturalmente à medida que os personagens vão se amontoando na cama; a estrutura é acrescida com as variadas ações: roncar, sonhar, cochilar, ressonar etc. É interessante notar que, desde o início, todos os componentes do encadeamento encontram-se no quarto, só que recolhidos; logo antes de entrar na narrativa, cada um já se move, indicando ao leitor qual será mencionado. Além disso, são nítidos o lento zoom que se dá nas imagens e a mudança do cômodo do escuro para o claro, transitando da noite chuvosa para a manhã ensolarada de arco-íris. A história encontra uma ruptura no momento em que a pulga age. Para espanto do narrador, ela está acordada (“Será possível?”) e dá início à confusão ao picar o rato. Um a um, os personagens vão despertando, até quebrarem a cama e ninguém mais estar dormindo. Na última ilustração, todos encontram-se animados, aproveitando a vida, inclusive os pequenos rato e pulga, quase ocultos no topo das colunas do portão.

Em Posso dormir com você?, de Graziela Bozano Hetzel, também não há nenhum objetivo do protagonista, apenas do autor, que visa trabalhar a ludicidade para as crianças pequenas que se deparam com seus medos de escuro. Texto e imagens fazem um casamento perfeito. Partindo sempre de uma mesma frase – Na noite escura, sem estrelas, sem lua, um raio riscou o céu. Cabuum! –, o livro investe o tempo todo na repetição e acumulação de elementos. O menino-personagem se vê diante de situações que direcionam para o inusitado e o riso, onde fantasia e realidade são confrontados, num jogo divertido onde o leitor/ouvinte, a criança pequena, é levado a desconstruir seus medos. Neste momento é interessante acrescentar Apertada e barulhenta, um conto da tradição judaica recontado e ilustrado por Margot Zemach. Acumulativo em sua essência, é, porém, escrito numa estrutura menos rígida, onde não se verifica o tempo todo a sobreposição de elementos. Na narrativa, vão sendo acumulados vários animais dentro da casa de um homem, o que aparece muito apropriadamente nas ilustrações. No entanto, a construção das frases não os repete necessariamente a cada página. Entendemos que essa obra possa ser vista como um conto acumulativo de formato/estrutura menos formal. Cantiga, de Blexbolex (pseudônimo de Bernard Granger), é a obra mais não convencional, portanto é necessária uma espécie de apresentação logo na primeira página: Uma cantiga é uma canção. Mas pode ser também uma história. Cada um a retoma na sua vez e, sem se esquecer de nada do que foi dito, acrescenta a ela o que passar pela cabeça. Esta nos conta o que uma criança encontrou, dia após dia, no caminho de volta para casa depois da escola e como seu mundo tão pequeno se tornou tão grande de repente. Uma história antiga como o mundo: ela recomeça a cada dia.

Cada capítulo se inicia com um pequeno texto narrativo e, então, vem uma série de elementos, apenas artigo e substantivo, como legenda para cada ilustração. E assim se sucede o livro, interpolando componentes novos à sequência antiga à medida que o mundo da protagonista se expande. A história fica cada vez mais complexa e as imagens antigas e até as legendas começam a sofrer interferência dela em sua estrutura, sendo desconjuntadas, virando de pontacabeça. O ritmo da narrativa se acelera e nem há mais divisões de capítulo, mas apenas uma sucessão de ilustrações, como sempre alternando novos e antigos elementos. Quando uma bruxa, a vilã, faz desaparecer as coisas na cidade, até as palavras somem, restando apenas vírgulas, e o leitor é levado a interagir preenchendo as lacunas.

A fonte de inspiração de Blexbolex é Vladimir Propp, autor de Morfologia do conto, que aponta características fundamentais do gênero, como a presença do herói, do falso herói, da princesa, além de estruturas universais. "O conhecimento da obra de Propp foi muito importante para mim, porque deu a ideia de usar a estrutura muito simples dos contos, com aquele tipo de musicalidade que eu precisava para os meus livros", afirma o autor. A musicalidade fica evidente em Cantiga, em que palavras e pequenas frases, como refrãos, se repetem e servem quase como legendas para os desenhos. Esse livro serve também como base para uma atividade oral, em que as crianças devem memorizar a série anterior e inserir componentes, montando sua própria história. Já no fim, Cantiga foge do formato de conto acumulativo para se transformar numa trama basicamente visual, jogando com os elementos já surgidos. É uma grande brincadeira, uma “experimentação”, como diz o texto “Sobre o autor”. E assim devem ser os contos acumulativos: apesar de possuírem uma rica tradição, que pode ser bastante explorada pelos escritores, também ensejam novas histórias criativas que estimulam a memória, a fantasia, a inteligência. Basta dar asas à imaginação.

Bibliografia BLEXBOLEX. Cantiga. Ilustrações do autor. São Paulo: Cosac Naify, 2014. CASCUDO, Luís da Câmara. Contos tradicionais do Brasil. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997. COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2000. FARIA, Maria Alice. Como usar a literatura infantil na sala de aula? São Paulo: Contexto, 2010. GUIMARÃES, Maria Flora. O conto popular. In: BRANDÃO, Helena Nagamine (Coord.). Gêneros discursivos na escola: mito, conto, cordel, discurso político, divulgação científica. São Paulo: Cortez, 2001. HETZEL, Graziela Bozano. Posso dormir com você? Ilustrações de Mateus Rios. Rio de Janeiro: Manati, 2010. KOCH, Ingedore G. Villaça. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2003. MACHADO, Ana Maria. O barbeiro e o coronel. Ilustrações de Michele Iacocca. São Paulo: FTD, 2003. (Coleção Conta de Novo) ______. Camilão, o comilão. Ilustrações de Fernando Nunes. Rio de Janeiro: Salamandra, 1996. PORTO, Cristina. Macaco Malaquias. Ilustrações de Roberto Negreiros. São Paulo: Moderna, 1997. TERRA, Ana. E o dente doía. Ilustrações da autora. São Paulo: DCL, 2012. TOLSTÓI, Aleksei. O nabo gigante. Ilustrações de Niamh Sharkey. São Paulo: Girafinha, 2006. WOOD, Audrey. A casa sonolenta. Ilustrações de Don Wood. São Paulo: Ática, 1999. ZEMACH, Margot. Apertada e barulhenta. Ilustrações da autora. São Paulo: Brinque-Book, 2000.

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