John Kenneth Galbraith e reputação judicial: análise da sabedoria convencional nas decisões do Supremo Tribunal Federal

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Resumo: John Kenneth Galbraith, chamado pelos colegas de " economista literário " , é considerado um teórico que sempre se pautou pela interdisciplinaridade nos seus estudos. Dizia que, para ser relevante, o economista precisa levar em conta a questão do poder, não sendo possível isolar a análise e discussão dos grandes temas econômicos do que se passa no mundo da política e dos conflitos de interesse. Nesse sentido, notabilizou-se pela capacidade de análise crítica do que chamou de " sociedade afluente " , com a obra The Affluent Society (1958). Nesta mesma obra, o autor inicia o desenvolvimento do conceito de sabedoria convencional (Conventional Wisdom), conjunto de crenças partilhadas por uma sociedade, o chamado " senso comum ". Com base nessa noção, o presente ensaio pretende aproximar o conceito de matriz econômica da análise comportamental do Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil. Pretende-se fazer uma análise de como tais conhecimentos socialmente aceitos, mas tecnicamente equivocados, são integrados na tomada de decisões das questões constitucionais. A tese que será desenvolvida é a de que o STF, apesar de ter locus constitucional como um fórum de razão pública e deliberação técnica, como ator político ele também se legitima perante a sociedade e constrói sua reputação com assento na opinião pública, e por isso, acaba sofrendo influência de noções de sabedoria convencional em suas decisões. A grande pergunta que se pode extrair dessa constatação seria qual a medida de influência da sabedoria convencional para construção reputacional perante suas audiências, e qual a importância também da recusa a esse tipo de argumento para a manutenção de sua superioridade técnico-jurídica e contramajoritária face aos demais poderes.
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