JORNALISMO DE TURISMO Muitos princípios e alguns fins

May 26, 2017 | Autor: M. Ledhesma | Categoria: Jornalismo, Turismo, jornalismo de viajem, viajem
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Miguel Ledhesma JORNALISMO DE TURISMO Muitos princípios e alguns fins

Tradução de Sabrina Otaegui

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Miguel Ledhesma Jornalismo de turismo : muitos princípios e alguns fins / Miguel Ledhesma. - 1a ed . - Ciudad Autónoma de Buenos Aires : Miguel Angel Ledesma, 2016. Libro digital, Amazon Kindle Archivo Digital: descarga y online Traducción de: Sabrina Otaegui. ISBN 978-987-42-0308-3 1. Periodismo. 2. Turismo. I. Otaegui, Sabrina, trad. II. Título. CDD 070.44 3

O resumo Atualmente, jornalistas, comunicadores, profissionais de turismo, estudantes e público em geral não sabem, com certeza, o que é ou o que deveria ser o jornalismo turístico. Há uma visão mercantilista do turismo, onde o jornalismo de turismo é visto como uma atividade vinculada à publicidade, ligada à literatura, e muito longe dos princípios jornalísticos. Neste contexto, torna-se imperativo para refletir sobre a natureza social do turismo, ética jornalística e as ações reais dos jornalistas turísticos.

Resumen Actualmente, periodistas, comunicadores, profesionales del turismo, estudiantes y público general, sienten confusión frente a lo qué es y debería ser el periodismo turístico. Existe una visión mercantilista del turismo y a su vez se percibe al periodismo turístico como una actividad ligada a la publicidad, vinculada con el relato literario de viajes, y bastante alejada de los principios periodísticos. En este contexto se vuelve imperante reflexionar sobre la naturaleza social del turismo, la ética periodística y el verdadero accionar de los periodistas turísticos.

Summary At present, journalists, communicators, tourism professionals, students and the general public feel confusion about what is and what should be the travel journalism. There is a mercantilist vision of tourism and the travel journalism is perceived as an activity linked to advertising, linked with the literary travelogue, and quite far from the journalistic principles. In this context it becomes imperative to reflect about the social nature of tourism, journalistic ethics and the real actions of the travel journalists. 4

Índice Capitulo 1. Introdução Muitos principios. Pág. 01 Capitulo 2. O turismo O que é o turismo? Pág. 03 Urge uma mudança no paradigma Pág. 04 Tipos de turismo de acordo com o objetivo do turista Pág. 07 Perguntas para refletir Pág. 13 Capitulo 3. O jornalismo O que é o jornalismo? Pág. 14 Quando a informação era uma mercadoria Pág. 16 Distorção da informação: simplificação/redução Pág. 19 Jornalismo especializado, ser ou não ser Pág. 26 Perguntas para continuar refletindo Pág. 28 Capitulo 4. O jornalismo turístico O que é o jornalismo turístico? Pág. 29 Os gêneros jornalísticos e sua relação com o turismo Pág. 31 Quais são os temas que prevalecem? Pág. 36 O que acontece pelo geral com o turismo nos meios de comunicação? Pág. 37

Mais perguntas para continuar refletindo Pág. 41 Capitulo 5. Conclusão Alguns finais Pág. 42

Bibliografia Pág. 43

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CAPÍTULO 1

geração de novas perguntas. Jornalismo e turismo nascem com o homem moderno. São atividades que se consolidam no marco do sistema capitalista e pela lógica podem levar erroneamente a pensar que tanta “informação” como “viagem” é simples mercadorias. E quando esses dois fenômenos se unem na especialização “jornalismo turístico”, cair em uma concepção utilitarista, distorcida e comercial da profissão, parece fácil.

Muitos princípios É escassa a bibliografia que se pode encontrar no mundo sobre o jornalismo turístico. A teoria e os conceitos desenvolvidos neste documento nascem da investigação bibliográfica desenvolvida em diferentes bibliotecas do continente, da observação direta de meios de comunicação de fala hispana especializados em turismo e do trabalho realizado nos últimos anos como jornalista turístico. Este trabalho se realiza no contexto do ensino na Pós graduação em Jornalismo Turístico que se impõe para toda América e Espanha de graça e no marco da realização da tese O Turismo na Imprensa Gráfica Nacional: Análises dos suplementos dos jornais Clarín, La Nación e Página 12.

Organizações governamentais e não governamentais, empresas, universidades, meios de comunicação, e muitos livros do século passado, transmitem uma ideia do turismo totalmente fechada e unida ao capital, muito longe do sujeito e das classificações concretas e autênticas. Alguns o fazem pelos interesses econômicos, outros pelos interesses estatísticos e muitos outros pela necessidade de educar aos cidadãos, para que aceitem uma só verdade e não sejam capazes de ter um pensamento aberto e crítico.

O que é o turismo? O que é o jornalismo? E o que é o jornalismo turístico? São as três perguntas as que se tentará responder, mas sobre todas as coisas, o que se pretende é motivar a reflexão e favorecer a 1

Se esse turismo tenha sido muito manuseado em seus conceitos e em falar da atividade jornalística. Normalmente, olhamos a jornalistas que se vendem ao melhor preço e os meios de comunicação que tinham esquecido a ética informativa na margem de algum contrato publicitário. Pareceria que se tinha esquecido que a função principal do jornalista é informar à sociedade para propor seu desenvolvimento em democracia, oferecendo alternativas para melhorar as decisões.

investigações ou denúncias, não há construção de cidadania, não há compromisso e em realidade, não há interesse por fazer um jornalismo de qualidade e responsabilidade. A proposta é refletir, animar-se a dar um passo mais adiante, atrever-se a duvidar do que já se supõe que se conhece, escolher uma postura crítica com os meios de comunicação, adotar as rédeas da própria profissão e da própria vida, e adquirir um compromisso com os demais.

Se o turismo é uma atividade económica e o mais importante de um jornalista é encher seus bolsos O que se pode esperar então do que faça um jornalista turístico? É só questão de pesquisar no Google as palavras “jornalismo turístico” para advertir que a maioria das organizações que agrupam esses profissionais tenham como objetivo publicitar lugares turísticos e seus serviços. É só pegar uma revista especializada ou um jornal do domingo para perceber que a informação que se oferece está ligada ao simples relato de um passeio. É difícil ver 2

CAPÍTULO 2

essencialmente ao redor das pessoas: encontramos viageiros, anfitriões e empregados que estabelecem vínculos comunicativos, trocam valores culturais, se reconhecem na diversidade e praticam a tolerância”. Beni (2008:03) define ao sistema turístico como o “conjunto de procedimentos, ideias e princípios, organizados logicamente e conexos com a intenção de ver o funcionamento da atividade turística como um tudo”. Os atrativos turísticos, os serviços e a infraestrutura são os elementos básicos que possibilitam a atividade turística. “Teremos os atrativos naturais (rios, serras, etc.), os acontecimentos programados (carnavais, exposições, eventos esportivos, etc.), as realizações artísticas, científicas ou técnicas contemporâneas (minas, parques astronómicos, etc.), os museus e manifestações culturais históricas (museus, lugares históricos e arqueológicos, etc.) e o folclore (danças e música, bebidas e comidas típicas, etc.)”... Entre os serviços encontramos: “transporte, alojamento, restauração, compras, agências

O que é o turismo? Turismo é todo espectro que se gera a partir da ideia e/ou da ação que implica o deslocamento dos seres humanos a um lugar diferente de sua residência com possibilidades recreativas, ou seja, com intenções de relaxamento, diversão e/ou contato com o lugar receptor. O turismo se apresenta então como um fenômeno complexo e multidisciplinar que compreende arestas econômicas, sociais, políticas, artísticas, antropológicas, meio ambientais, históricas, geográficas, educativas, psicológicas, comunicativas, que envolvem simultaneamente ao setor empresarial, ao estatal, ao não governamental, ao setor professional, as populações que habitam cada destino turístico e as turistas (Ledhesma, M., 2014). Citado pela Direção Geral de Ensino de Jovens e Adultos da província de Córdoba (2008:210), Francesco Frangialli, Secretário Geral da Organização Mundial do Turismo, considera que "a atividade turística deu uma virada 3

da viagem, entretenimento; e terão outros serviços que não são especificamente turísticos, mas sim complementários: bancos, clínicas médicas, orelhões, etc.” (Ledhesma, M., 2014).

inferior a um ano e superior a uma noite, que, além disso, beneficia às nações onde se pratique. Destas definições clássicas se desprendem muitos pontos a questionar:

A infraestrutura está representada pelo conjunto de bens e serviços que conta uma população para vincular os assentamentos humanos e resolver as necessidades internas dos mesmos: educação, saúde, moradia, transportes, comunicação e energia. (Boullon. R. 2004)

É o turismo uma atividade econômica? Ninguém desconfiaria que o econômico é parte da atividade turística, mas é somente um elemento mais. Turismo é tecnologia, é educação, é política, é natureza, é esporte, é filosofia, é comunicação, é psicologia, é arte, é história... E além nisso, é economia. O primeiro dos erros que professores, estudantes e jornalistas cometem com o turismo é reduzir o todo a uma de suas partes.

Urge uma mudança de paradigma Surpreende que muitas universidades sigam educando a seus estudantes com concepções de turismo que são do século passado; a vida tinha mudado como o turismo também. Definições tradicionais estabelecem, basicamente, que o turismo é uma atividade econômica, sinônimo de indústria “sem lareiras”, que realizam os turistas fora de seu lugar de residência, por um período

É o turismo um ente inanimado? Desta visão capitalista do turismo que o torna-se uma mercadoria mais, se solta uma segunda reflexão... É o turismo como o 4

mercado, uma forca inanimada que atua sobre nós e nos impulsa para “frente”? Não. O turismo é um fenômeno social que nasce dos sujeitos e se dirige a outros sujeitos. Possui tanta vida como os atores sociais que o põem em prática: governos, empresas, instituições, organizações sem fins de lucro, comunidades locais, estudantes, trabalhadores, profissionais, idôneos e turistas.

Devo trasladar-me fora de meu lugar de residência? A presença do virtual nos deve obrigar a repensar as práticas e lógicas turísticas. Fica claro que o turismo inicia na psique e isso pode implicar não sair de sua casa, ou se pode fazer turismo quando se faz uma consulta na agência de viagens mais perto, mas também, se pode percorrer um museu, visitar una ilha o escalar uma montanha graças à tecnologia, Internet e todas as possibilidades que brinda o entorno do digital. Fazer turismo virtual é fazer turismo ou não?

Onde se encontra o turismo? Existem duas tendências ao respeito. A primeira, estabelece que o turismo nasce e termina nos destinos turísticos, e a segunda, assume que o turismo se encontra isolado de qualquer outra realização humana. O turismo acontece traspassando os limites de qualquer destino turístico, se encontra antes e depois, fora e dentro; em ambientes onde existem interações não turísticas que o contextualizam, que o complementam, que o influem e se olham influenciadas por ele. Onde há um sujeito pensando em turismo, há turismo.

Depende o turismo de limites temporais? A necessidade de quantificar, medir e fazer estadísticas das práticas e interações turísticas nos impõe a crença de que para fazer turismo não só é necessário sair de nossos espaços cotidianos, aliás, se deve pernoitar ao menos uma noite no novo destino. E certamente, de acordo com essa mentalidade tradicionalista, se um turista decide morar no 5

destino da viagem, perderia a qualidade de tal. Se pode exercer turismo por uma hora ou durante dez anos?

Falar de indústria implica pensar em produto, em processos, em maquinária e o turismo é uma atividade puramente social vinculada à interação entre os sujeitos. E se quiser dar ênfases no plano comercial do turismo, se teria que falar principalmente de serviços.

Viagem e turismo… São sinônimos? Existe quem para fazer referência ao jornalismo turístico diz: jornalismo de viagem. Algo similar acontece com os idiomas como o inglês no que diretamente a combinação é travel journalism. No entanto, viagens e turismo não são sinônimos. É imprescindível a viagem (real ou virtual) para praticar turismo, mas se pode viajar e não fazer turismo. A viagem é um elemento constitutivo necessário do turismo, mas o turismo não é requisito da viagem: se pode viajar para fazer uma consulta ao médico, para pôr a prova o funcionamento de uma motocicleta, para fazer as compras. Pode-se viajar por múltiplas causas não turísticas.

Além disso… sem lareiras? Incorre-se em um duplo erro quando se faz referência ao turismo como indústria e ademais, se o pretende “sem lareiras”. Esta apreciação surge para denotar que, a diferença de muitos outros sistemas com componentes econômicos, o turismo não contamina, e isso é uma grande mentira. O turismo pode ser prejudicial não unicamente para o meio ambiente, mais sim que para o patrimônio, as comunidades locais, etc. Além disso, não se pode imaginar ao turismo sem pensar que onde seja que se pratique, não possa houver uma mínima influência sobre o ambiente.

É o turismo uma indústria?

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Tipos de turismo segundo o objetivo do turista Com a seguinte classificação se pretende exclusivamente dar conta da realidade turística na que atualmente estamos imersos. Não é uma classificação definitiva nem fechada, e procura dar lugar a novas sistematizações. Cada um destes tipos de turismo se podem praticar de jeito simultâneo e implicam à busca do relaxamento, a diversão e sobre todo o contato com novas experiências, em maior ou menor medida:

Tipos de turismo segundo o objetivo do turista: 1

Corporal

De saúde

Médico De bem-estar

De gestação

De parto Abortivo

Sexual Ativo

De aventura Esportivo

2 Intelectual Religioso Educativo

Artístico/patrimonial Congressos e feiras Idiomático Cientista

Gastronómico Virtual

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Material

De transferência De compras De venda De troca De negócios Empresarial De luxo

4 Ambiental De natureza

Responsável Recreativo Negativo

Social

Etnográfico Solidário Rural

Do dor Do universo

Astronómico Espacial

1- Turismo corporal: A atividade turística está centrada no corpo do turista. 

Turismo de saúde: Supõe a busca de tratamentos e cuidados para o corpo e a psiques. Pode ser estético, paliativo o preventivo e se subdivide em dois: Médico: Implica tratamentos com fármacos e a possibilidade de aceder a procedimentos cirúrgicos. De bem-estar: Consiste em práticas orientadas ao relaxamento e aos tratamentos naturais. 8



Turismo de gestação: É um tipo de turismo exclusivo das mulheres e está vinculado à maternidade: De parto: Mulheres que vão embora para dar a luz a seus filhos em países à procura de uma nacionalidade com maiores benefícios que a própria, e ainda exercem a atividade turística. Abortivo: É o que praticam as mulheres que querem abortar fora de seu lugar de residência, em lugares onde o aborto não seja ilegal.



Turismo sexual: É a prática sexual que realizam os turistas fora de seu lugar de residência porque ali é ilegal, os sentem como vergonhoso e/ou é considerado desonesto. Podem tentar-se de prostituição, zoofilia, pedofilia, etc.



Turismo ativo: É o que implica pôr em exercício ao corpo, já seja em terra, por ar o água. De aventura: Implica a prática livre, e muitas vezes perigosa, de atividades atléticas, tanto em entornos naturais como artificiais. Esportivo: Implica a prática competitiva de exercícios e esportes. A diferença do turismo de aventura, não se pratica pela satisfação da atividade ou do bem-estar corporal, se não que alude que tenha ganhadores e perdedores.

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Turismo intelectual: A ação se centra nos processos intelectuais/sensoriais do sujeito turista.  Turismo religioso: É o que realiza um turista com motivo de efetuar práticas espirituais. Não tem que ver com a visita a igrejas ou monumentos religiosos, isso é turismo artístico/patrimonial. 9



Turismo educativo: É um tipo de turismo vinculado à observação e à aprendizagem. Artístico/patrimonial: É o tipo de turismo que implica envolvimento com a arte e o patrimônio do novo lugar. Pode ser cinematográfico, literário, arquitetônico, monumental, escultórico, etc. Congressos e feiras: É o que praticam aqueles turistas cujo objetivo principal é a assistência a eventos nos que esperam instruir-se. Idiomático: São as práticas turísticas motivadas pela aprendizagem de outro idioma. Científico: Realizado por aqueles turistas que querem pesquisar, descobrir, aprender e gerar novos conhecimentos.





Turismo gastronômico: É um tipo de turismo que vai além do ato de alimentar-se, implica levar a seu máximo exponente todos os sentidos graça a uma prática culinária. Turismo virtual: Quando graças à tecnologia, sem utilizar o corpo, mas sim a mente, se experimenta o traslado e a prática turística.

2- Turismo material: se chama assim à atividade turística que gira ao redor da posse de objetos. 

Turismo de transferência de mercancias: Compreende todas aquelas viagens motivadas pela troca de bens materiais por outros bens materiais ou por dinheiro. Pode ser legal como é o caso das roupas, cosméticos, utensílios para a casa, etc., ou ilegal quando se refere à pirataria ou as drogas, animais silvestres ou obras de arte.

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De compras: O turista quer aceder a artigos que não estão disponíveis em seu lugar de residência o que ali são mais caros. De venda: Quando o turista quer vender certos produtos em um lugar fora de sua residência para obter um maior rédito económico. De troco: O sujeito troca seus produtos por outros em um lugar no que aproveita a experimentar o turismo.  



Turismo de negócios: É o que se pratica com motivo de obter benefícios económicos a futuro e a grande escala. Turismo empresarial: É aquele que se pratica quando se visitam empresas e indústrias com objeto de conhecer suas instalações, seu pessoal, suas formas de trabalho, etc. Turismo de luxo: Tipo de turismo praticado por aquelas pessoas de alto poder aquisitivo que querem experimentar a maior comodidade, receber o melhor atendimento e estar ao redor de reconhecidas marcas e de tecnologia de ponta.

3- Turismo ambiental: Aqui o enfoque do acionar turístico está no contexto e nos demais sujeitos. 

Turismo de natureza: É o que se realiza em lugares de predominância natural. Procura-se entrar em contato com os elementos vegetais, animais, minerais e atmosféricos de um lugar. Responsável: É o tipo de turismo que além da satisfação, procura realizar atividades corretas sobre o lugar para melhorá-lo. Também é conhecido como ecoturismo o turismo ecológico. Recreativo: É o que se exerce pelo prazer de estar em contato com a natureza mas respeitando as regulações existentes e sendo cuidadoso de não causar danos. 11

Negativo: É o que se pratica de jeito negligente se importar que tanto se possa afetar ao ambiente natural. Além disso, a satisfação pode afetar de forma direta ao meio ambiente. 

Turismo social: Este tipo de turismo implica entrar em contato direto com os residentes do novo lugar e tentar de morar como eles fazem. Etnográfico: É o praticado por aqueles turistas que procuram conhecer de perto como moram outros grupos sociais. Implica conhecer sua história, participar de suas festas, experimentar suas bebidas e pratos típicos, etc. Solidário: É o turismo cujo fim é ajudar a outros. Rural: São as práticas turísticas que se realizam em lugares tradicionais onde se trabalha a terra para propiciar a produção de alimentos. O turista quer entrar em contato com a natureza e a cultura tal como se fazia no passado.





Turismo da dor: É o turismo que se pratica em lugares onde tinham acontecido mortes, destruição e sofrimento, já seja por catástrofes naturais ou por causa de tragédias sociais. Turismo do universo: É o turismo que põe os olhos no universo todo e não só no planeta terra. Astronômico: É aquele que se realiza para aceder a sítios da terra que permitam ter uma melhor visão ou uma visão diferente do espaço. Pelo geral implica o uso de telescópios e demais tecnologia astronómica. Espacial: Na atualidade, é o mais caro de todos os tipos de turismo. É aquele que implica transportar-se em uma nave espacial e visitar diferentes lugares do universo.

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Perguntas para refletir:

É o turismo uma ciência, um trabalho ou uma prática? São apropriados os términos “turismólogo” e “turistar”? O que nos ensinam nas universidades e escolas sobre o turismo? O que diz a Organização Mundial do Turismo sobre o turismo? O quais definições de turismo podemos encontrar na Internet e nas bibliotecas? Jornalistas e profissionais do turismo temos uma visão completa e real do turismo? O qual lugar dá o governo ao turismo? Quanto se valoriza a profissão turística? Por que estudam turismo quem decide entrar na carreira turística? Se poderia pensar em uma classificação do turismo tomando a outros sujeitos que não sejam os turistas? A quem lhes convém que nossa visão sobre o turismo seja puramente econômica?

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CAPÍTULO 3

não pode desenvolver-se em um ambiente medíocre, de coação, na ignorância de suas obrigações e possibilidades, nem em um conhecimento aparente dos motivos das notícias produzidas”. Nesse mesmo sentido, Segundo Llanos Horna (1993:17) manifesta que o jornalismo é “uma ativa força política” que “influi diretamente na realidade cotidiana, contribuindo a organizar um mundo material de acordo com os conteúdos ideológicos que transmite”.

O que é o jornalismo? Em seu Manual de Jornalismo, Eugenio Castelli (1981:5) define ao jornalismo como a atividade de “coletar, codificar e transmitir, em jeito permanente, regular e organizado, por qualquer dos médios técnicos disponíveis para sua reprodução e multiplicação, mensagens que contem informação para a comunidade social, com uma tripla finalidade: informar, formar e entreter”. Porém, essa atividade não se realiza de maneira totalizadora a não ser que esteja simplificada, que pode implicar certo mecanismo de distorção.

“Além disso, longe de ser um trabalho desinteressado e imparcial, o jornalismo constitui uma manifestação da luta de classes, dos interesses económicos e políticos que representa cada empresa jornalística, e ainda das diversas posições que se dão dentro de cada instituição informativa. O tratamento dos fatos jornalísticos expressa um modo de perceber e analisar a realidade: projeta uma posição frente aos fatos”, segura Marín (2004:11).

Repullés (1986:8) destaca por seu lado que “o jornalismo, por ser uma atividade de caráter social, se preocupa com a vida em sociedade e de seu desenvolvimento, de seus sucessos e de seus problemas, especialmente de aqueles cujas adequadas soluções devem proporcioná-las os princípios éticos e jurídicos. Por essa razão, a atividade jornalística 14

“Na sociedade atual, os fenômenos sociais estão cada dia mais inter-relacionados. Isto gera problemas, que às vezes geram outros piores quando se lhes tenta dar solução", manifesta De Fontcuberta (2006:32). Dito por esta mesma autora, Morín, denuncia que a resposta da ciência, da política e da economia a este dilema é uma: a simplificação (teria que adicionar que também é a do jornalismo). Vivemos sob o império dos princípios de disjunção (que divide o que está ligado) e redução (que unifica o que é diverso). Em conjunto, ambos os fenômenos constituem o que se chama “paradigma de simplificação”, que qualifica como uma patologia moderna do pensamento” (De Fontcuberta, M., 2006).

chegada de Colombo a América, não os jornalistas, a menos que a realidade atual assim o demande. O segundo fundamento é o da massividade, ou seja, que se os fatos não se dão a conhecer e não são accessíveis para a maior quantidade possível de pessoas, nada terão de jornalístico. A mediação é o terceiro dos princípios, já que o jornalismo está intimamente ligado à existência de meios de comunicação; alguém que se pare no meio da praça para cantar notícias, será um menestrel e não um jornalista. Em quarto lugar nos encontramos com a periodicidade, que é a que lhe dá o nome ao jornalismo, e marca a regularidade e frequência com as que o jornalista realiza seu trabalho informativo; o poeta também pode informar, opinar ou denunciar, mas seu trabalho nada terá que ver com a constância, com a reiteração, com o jornal. O último dos princípios tem que ver com a procura do bem comum, um jornalista não trabalha guiado por seus interesses nem os de

Cinco são os princípios básicos e inerentes ao jornalismo. O primeiro é o da atualidade, a informação que um jornalista construiu, por mais que tente escrever de um fato passado ou futuro, está inevitavelmente ancorada ao presente; os historiadores falarão da 15

seu meio de comunicação; como atividade social que é, o jornalismo revela, informa, denuncia e crítica sobre tudo aquilo que possa danificar ou que seja significativo para o conjunto dos cidadãos, o que trazerá acoplado o equilíbrio informativo e o não abuso da subjetividade.

influa na opinião das pessoas... os profissionais das relações públicas também usam fatos, mas só mostram um lado da história. Entretanto, o jornalista se esforça por ser imparcial e apresentar o quadro completo. Prima por relatar uma história precisa e autêntica”. Concluindo, o jornalismo é uma atividade dedicada à pesquisa, jerarquizarão e publicação mediada, regular e massiva, de informação veraz que está relacionada com a atualidade. Essa informação tem sempre um preço e implica a labor de um jornalista que busca informar e entreter, assim como também interpretar ou denunciar a realidade, para contribuir ao conhecimento que as sociedades têm sobre o ambiente e da vida em democracia.

Estes princípios nos permitem diferençar a atividade jornalística da literária e da publicitária, confusão que se dá muito quando o jornalismo turístico se refere. O jornalista gráfico, o da impresa escrita, e o literato serão ambos os escritores, mas a atividade literária, por mais realista que procure ser, não poderá nunca reunir de modo completo os cinco princípios anteriormente citados, porque se trataria de jornalismo. Deborah Potter em seu Manual de Jornalismo Independiente (2006:9) resolve o segundo problema: “o jornalismo é algo mais que a simples publicação de informação a partir dos fatos. Também a propaganda pode ser fatos, mas isso é apresentado de maneira que

Quando a informação era uma mercadoria Quando a meados do século XIX, o jornalismo começa a dar seus primeiros passos de modo 16

formal, o faz intencionalmente como um meio de expressão ideológica, eminentemente política; a informação estava destinada a doutrinar. No entanto, no século seguinte, a informação se torna um serviço e uma mercadoria que adquire a condição de bem público e o jornalista se converte em um mediador: “os temas de informação geral e os da vida cotidiana disputam os espaços com os de política e economia geral e os temas locais e regionais se revalorizam frente às notícias nacionais e internacionais” (Arrueta, C. 2010:87).

fechou seu prestigioso suplemento literário Bookworld; o Christian Science Monitor decidiu suprimir sua edição de papel e existir só em Internet; o Financial Times propõe semanas de três dias a seus redatores e tinha retirado drasticamente seu plantão” (Serrano, P. 2010:19). E como também adiciona Serrano, P. (2010:20) a diminuição dos ingressos economicos é também uma baixa qualidade dos conteúdos que se oferecem e na quantidade do público: “cria também um círculo vicioso, não dispõe de recursos para financiar reportagens em profundidade, manter correspondentes e enviados, revisar a qualidade dos textos ou contrastar os fatos, como consequência baixa a qualidade do que se pública e, de novo, afugentam aos leitores…”. Por outro lado, não falta quem prognosticam que o jornalismo em papel logo deixará de existir, já que ademais: “determinados avanços tecnológicos e baratamentos tem permitido que o que antes só podiam fazer os

Duas foram tradicionalmente às vias para sustentar um meio de comunicação massivo: conseguir anunciantes e/ou cobrar ao público pelo conteúdo oferecido. Intenções que se voltaram complicadas nos últimos anos devido à gratificação competitiva de Internet e a crise econômica mundial que se havia começado: “para cortar gastos, muitas publicações estão reduzindo seu número de páginas; o Washington Post 17

grandes meios agora o possam afrontar coletivos humildes ou profissionais independentes” (2010:21).

o avanço de governos progressistas… tem provocado que os meios privados se convertam em agentes políticos de primeira ordem, o que há suposto o colapso de sua imagem como agentes simplesmente informativos e neutrais” (Serrano, P. 2010:23). Na atualidade se questiona se o jornalismo cumpre com sua função de aproximar a vida política da cidadania.

Em quanto à qualidade, Arrueta, C. (2010:87) indica: “O desafio para os jornais chamados de qualidade é fazer um jornalismo que preencha interesse também nos temas importantes, os que afetam ao coletivo e que geram consequências, sem cair em uma simples trivialização da informação”, mas com o tratamento informativo não é suficiente: “a impressa se esforça por lograr as melhores combinações entre elementos textuais e icónicos, para obter uma comunicação visual que atenda a dois dos principais aspetos que persegue o jornalismo gráfico: a atração e a legibilidade” (2010:88).

Por outro lado, “Vasallo e Fuentes (2000), Pereira (2005), Mata (2005), Said (2010) y Mellado (2007 y 2010) coincidem em que… as práticas e os programas académicos apresentam uma defasagem com as operações que as novas tecnologias possibilitam em una distorção que expande a brecha entre aquilo que os usuários demandam e o que a academia deveria explicar e não explica. As análises coincidem em que o desequilíbrio entre teoria e prática se origina nos mecanismos acadêmicos que deveriam operar e não operam para que o âmbito da reprodução do conhecimento se nutra convenientemente do

Outro aspeto crítico que some à média na região é a falta de credibilidade, sendo a imparcialidade, a honestidade, a veracidade e a pluralidade elementos ausentes em muitos meios de comunicação: “a perda de influência das ideologias neoliberais na América Latina e 18

conhecimento científico. Reiterados faz mais de uma década, os diagnósticos revelam um desfase entre a acumulação teórica e as práticas académicas, que pareceriam explicar o lento e insuficiente refil nas carreiras de jornalismo” (Mazzone, D. 2010:344).

conhecimento verdadeiro do contexto e de um mesmo” (Reig, R. 2004:245), Além disso, sim, é possível, e até obrigatório, apontar a pluralidade e ao equilíbrio informativo. Por outro lado, realizar uma transposição jornalística que aproxime o conhecimento e a atualidade ao público, simplificando os fatos, é também uma das funções do jornalista, mas não por ele se pode cair na redução do todo por umas de suas partes ou no empobrecimento e descontextualização dos dados. “O uso mais frequente desta estratégia na linguagem do infoentretenimento é o de reduzir uma realidade complexa a uma visão única; as diferentes arestas se nos apresentam de formas mais simples, mas também menos plural. Destacase que o jornalismo sempre tinha percorrido a simplificação, mas com uma finalidade didática e não com um fim reducionista da realidade” (Ferré, C. 2013:52).

Distorção da informação: simplificação/redução É impossível pensar na ideia de desenvolver um conteúdo jornalístico que informe sobre certo acontecimento de um jeito completo e acabado, apresentando a realidade tal qual é “Os antigos gregos vão a precata-se de que todo o universo «cognoscitivo» por o que se acostumava reger os seres humanos não era mais que uma simplificação. Confucio já o tinha feito pouco antes. Os grandes filósofos da antiguidade, como regra geral, rejeitaram a simplificação bemmal e a substituirão pelo

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Frente a sistematização das propostas teóricas de Alcíbar, Bachelard, Borrat, Breton, Fontcuberta, Lanyi, Lippman, Macaggi , Mazzone, Monck, Musso, Proulx, Reig e Romano, se podem estabelecer dez razoes que implicam a distorção da informação: 1. Particularidades do próprio meio de comunicação: Jornais e revistas contam com um limite de caracteres por página e de páginas por publicação; a rádio, ao igual que a televisão está regida pelo fator tempo, mas além disso está o limitante de não contar com o poder da imagem; e os meios digitais são afetados, por exemplo, pela interatividade. Pierre Musso (1994: 84-90) planteia além nisso, que o imperativo de comunicar e informar se opõe “a saturação do espaço técnico da comunicação, parasitado por uma pletora de ‘mensagens’ publicitários, políticos, administrativos, etc., aos que nos custa escapar e que restringem a verdadeira liberdade de comunicar”, simplificando a informação produzida. É por isto que se alerta que “a inflação da informação e a comunicação se vive cada vez mais como uma agressão. A informação perde progressivamente seu estatuto e seu valor para ser sofrida como ‘ruído’”, chegando a propor uma “ecologia da informação”. Bachelard (1975), Fontcuberta y Borrat (2006:11) advertem que o simples não existe, só existe o simplificada. “A maioria dos meios de comunicação são protagonistas indiscutíveis dessa afirmação (...) a própria estrutura da pauta ou temário jornalístico de muitos deles é um exemplo de simplificação. Abrir as páginas da maioria dos jornais nos submerge em uma mostra de conteúdos que, no melhor dos casos, se oferecem em áreas ou seções perfeitamente compartimentadas, sem a menor relação às unas com as outras, e no pior, se jogam as páginas sem ordem nem concerto”. 2- Pressões de editores e autoridades do meio: “As práticas dos que editam produzem e administram os meios, devem observa-se no cenário crescentemente interativo no que brincam 20

umas audiências dinâmicas e no que intervêm tensões entre quem desejam que algumas histórias se conheçam, e outros igualmente interessados em que essas mesmas ou outras histórias se ignorem. Essa ida e volta tradicional da informação, está sometido a condições cada vez mais aleatórias e menos controláveis por qualquer poder” (Mazzone, D. 2013:351); ou como indica Macaggi (1991:42) “outra importante função do editor é conseguir que o estilo geral do jornal tenha homogeneidade e reúna as condições estabelecidas pela direção. Entre suas obrigações e faculdades estão -em consulta com os secretários de redação- o reduzir algum paragrafo extenso; reescrever uma cabeça de noticia ou o título; prescindir de frases, etecetera”. 3- Pressões dos anunciantes e a prioridade de vender: “O reducionismo atual do discurso jornalístico conduz a despolitização da sociedade, efetuada através da queixa consumista, o que equivale à debilitação do estado. Este se reduz então a ações simbólicas. Este mecanismo aponta a uma ordem económico que já não pretende satisfazer necessidades, se não criá-las. As mensagens dos meios de massas, reboques a indústria da sugestão da queixa comercial, despertam nos receptores falsas expectativas. Devem procurar a salvação onde não pode estar: no consumo dos milagrosos mundos dos meios” (Romano, V. 2007:29). 4-Falta de tempo: O tempo não só se volta uma limitante desde a óptica do labor do jornalista, “a crítica de que os meios simplificam o reduz a realidade se erra ao não tem em conta as limitações de tempo que os jornalistas têm para ver, escutar, ler e processar informação” (Monck, A. 2006:51); se não que também desde as possibilidades do público: “A extensão média de um artigo que circula nos jornais americanos é de 1.200 palavras. Se um lê 23 minutos a 250 palavras por minuto (a velocidade média), então chega a um total de 5.750 palavras ao 21

dia. Isto é equivalente aproximado de cinco artigos diários. Agora bem, falar continuamente em televisão gera aproximadamente 180 palavras por minuto como máximo, o qual é muito menos eficiente que ler. Deixando de lado a estrutura programática e a publicidade, ver televisão nos daria um máximo absoluto de 21.330 palavras por dia. Isto é então, os segmentos de atenção onde o jornalismo deve insertar seus conteúdos. E tem que fazêlo em competência com novelas românticas, manuais de autoajuda, dramas, comedias e filmes da televisão. Em resumo, o tempo é o grande reducionista.” (Monck, A. 2006:52). 5- Escassez de meios financeiros: A falta de tempo vá da mão de “os custos de oportunidade associados a adquirir e aceder ao material com conteúdos complexos…” (Monck, A. 2006:51) que na maioria dos casos custam dinheiro. Consultar certas bases de dados, comprar um livro, viajar até o lugar dos fatos ou aceder a uma capacitação podem ser muito custosos e muitos meios de comunicação não se responsabilizam deste custo que ajudaria a que seus jornalistas possam informar com profundidade e maior conhecimento dos dados. 6- Desconhecimento e limites da própria mente: Não sabemos tudo sobre o tema e desconhecemos que poderíamos saber mais sobre o mesmo. Além disso, a capacidade mental do humano para conhecer e aprender, é finito: “A simplificação da mensagem informativa jornalística está ligada as raízes emocionais dos seres humanos, umas raízes que se tinham prolongado no tempo até chegar a nossos dias essencialmente inalteráveis. Também estimo que tal simplificação tenha que ver com os coeficientes intelectuais, meios da espécie humana, uma espécie que é aparentemente diversa, mas só isso: aparentemente” (Reig, R. 2004:243). “A tendência jornalística à sobre- simplificação está ligada ao «modelo de déficit cognitivo». Entretanto, é inevitável simplificar a informação que aparece nos meios, já que pelo geral a elaboração das notícias se baseia em 22

dados complexos e, além disso, existem fortes restrições de extensão pelo limitado espaço do que se dispõe. Depois da reformulação de um texto cientifico em um jornalístico, se tinha calculado que a redução do conteúdo pode chegar a ser quase dos 90 por cento”. (Alcíbar, M.2007:129) 7- Comodidade e esgotamento: Adrian Monck (2006:53) cita uma frase de Walter Lippman, um dos fundadores do conceito reducionista estereótipo: "O estereótipo não só poupa tempo em uma vida ocupada e é uma defesa de nossa própria posição em sociedade, se não também tende a proteger-nos de toda a perplexidade que nos produziria ver o mundo em sua totalidade e tal qual é". Isto deriva em que à gente se lhe apresente “sempre o mesmo, de jeito cada vez mais primitivo, posto que com arranjo à economia de sinais os proprietários tem que fazer inversões cada vez maiores e, em consequência, tem que chegar a um número cada vez maior de receptores para fazê-las rentáveis. E só se pode chegar a audiências cada vez maiores excluindo a diferenciação e voltando a o que todos entendem: relações, violência, saída-entrada, subida-descida, isto é, modelos muito simples. Com esses pares binários se tem assim um forte efeito dramatúrgico, mas a custa de uma grande perda de realidade e de possibilidades de conhecimento, pois quem seleciona, abstrai, sim, tem que deixar fora mais e mais coisas” (Romano, V. 2007:16). 8- Desejo de imaturidade: Breton y Proulx (1989) estabelecem que a simplificação da realidade “tem mais que ver com a brevidade e o desejo imediato de ser informado da atualidade global, que com uma consciente manipulação simplista e sociopolítica do fato informativo”, e esta dificuldade por ser informada implicam também uma dificuldade por informar que no caminho deixa de lado ao aprofundamento, a extensão temática e a pertinente contextualização. 23

9- Supostos interesses do público: A crença ou certeza de que a gente prefere informar-se sobre temas policiais ou sexuais, leva a meios e a jornalistas a reduzir seu labor deixando de lado outras temáticas ou colocando o foco de seus artigos em alimentar o morbo da gente. Temas meio ambientais, científicos ou turísticos ocupam lugares marginais nos meios de comunicação porque seguramente jornalistas e editores tem o prejuízo de que não importam e, portanto, não são rentáveis. 10- Facilitar a leitura: “... Acontece que a simplificação às vezes é realizada de mais. Ocorre uma eleição de determinadas palavras, substantivos ou verbos, que são usadas com vários sentidos. Existem palavras especificas para situações específicas. Como as pessoas estão lendo menos, perdem às vezes a noção de essas palavras específicas que definem determinadas situações". (Lanyi, J. 2009:47). No mesmo sentido, Macaggi (1991:56) adiciona: “há na atualidade uma tendência muito grande a facilitar pautas, uma espécie de aversão a qualquer texto complexo a fim de não assustar aos leitores, o que ressalta o entretenimento rápido, que exige pouco raciocínio e tempo do leitor. A complexa diversidade de cada receptor das mensagens impõe ao cronista acomodar seu jeito de expressão ao nível de compreensão de milhões de leitores”. Breton y Proulx (1989:181) concluem que “a busca da rapidez e do máximo impacto na transmissão de notícias, a vontade de uma fácil compreensão das informações por parte do que os difusores denominam ‘grande público’ obrigam demasiado frequentemente aos jornalistas a ‘contar’ os acontecimentos sem situa-los em um contexto de compreensão mais amplo e mais crítico, a falta de tempo e de médios financeiros”.

24

Margarita Riviere (2003:43), diz que “a Comunicação se tinha constituído no vetor principal da realidade e em a ideologia que domina nossa contemporaneidade ¡Comunicar depois existir! Esta centralidade não deixa de adolescer de várias consequências perversas: Uma overdose de informação reducionista e simplificadora, uma comunicação homogênea e unidirecional, guiada pela existência mercantil que tinha convertido ao receptor da comunicação em um produto e em certos casos, una falsificação e desinformação deliberada da informação com objetos políticos”.

múltiplo. E pelo tanto distorsiona” (Fontcuberta, M. 2006:32). É por isto que desde os anos 80 se tinha insistindo tanto na importância de contextualizar a mensagem jornalística como na necessidade imperiosa de que o receptor do mesmo possa interatuar e deixe de exercer seu rol passivo na dinâmica comunicacional. Os autores se remitem, a este respeito, a mensagem apocalíptica de Sfez, que propugna que, em um mundo onde a simplificação informativa se converte na norma, e os fluxos de informação se revelam como incontrolável “todo ocorrerá no imaginário do receptor, sem importar os sinais do entorno exterior” (Breton, P. y Proulx, S. 2002: 188).

Na atualidade os fenômenos sociais se inter-relacionam cada vez mais, mas existe uma problemática que é a simplificação da informação, que a sua vez gera outro problema, a distorção da mesma. “A simplicidade vê o um e o múltiplo, mas não é capaz de ver que um pode ser

25

Jornalismo especializado, ser ou não ser de mercados e a diferenciação de públicos um dos principais motores do jornalismo especializado: “deixamos de ser massa para serem consumidores… isso parece bom para o público e mais lucrativo para as empresas de comunicação” (Abiahy, A. 2000:3). Internet, o avanço da tecnologia e os ambientes virtuais também favorecem a personalização dos conteúdos, e “o papel do jornalismo especializado seria o de orientar ao indivíduo que se encontra perdido em meio da proliferação de informações” (Abiahy, A. 2000:5); pelo dito anteriormente, as publicações especializadas não deixam de ser um termómetro da gama de

A especialização jornalística entra em cena a final da década dos 60 e inicios da década seguinte. O assentamento comercial da rádio e a expansão da televisão, uma crise econômica generalizada que se fazia notar, por exemplo, no acesso ao papel para os meios gráficos, mais uma crise associada à credibilidade informativa, iniciam um período de disputa por anunciantes que no fundo marca a origem de esta nova forma de trabalho nos meios de comunicação (Brandão Tavares, F. 2009). O processo de globalização não implica exclusivamente a uniformidade dos bens culturais; pelo contrário, é a segmentação interesses das mais diversas áreas que se encontram em uma sociedade.

organismos ao crescer se tornam mais diferenciados e complexos. Desse jeito, segundo os autores, isso é o que ocorre com a sociedade mediática, já que à medida que os progressos tecnológicos em comunicação adquirem maior evolução, a tendência será uma maior especialização (Abiahy, A.

Sandra Ball-Rokeach y Melvin Defleur (1997:158-9) relacionam a crescente especialização da média com um princípio básico de Durkheim. O sociólogo defendia a teoria de que os 26

2000:24). Além disso, o sistema capitalista exige divisão do trabalho e a especialização facilita a formação e atualização dos jornalistas que podem centrar seu labor em uma mesma área. Ademais, “os especialistas incrementam o poder de filtração da atualidade e conseguem uma capacidade peculiar de negociação com as fontes, abrindo consequentemente insuspeitas fronteiras à informação” (Brandão Tavares, F. 2011:98). Amparo Tuñon (2000) indica que o jornalismo especializado serve para ampliar o conhecimento da atualidade tentando temas que de outra maneira quedariam no esquecimento, aprofundar a explicação dos fenômenos que acontecem, servir como instrumento de intercâmbio entre os especialistas e as audiências, melhorar a qualidade informativa, acrescentar a credibilidade dos meios e dos jornalistas, e fomentar o interesse pelos conhecimentos e democratizar a cultura.

Jornalismo especializado é o que resulta da prática mediada, massiva e periódica que se enfoca de jeito permanente só em uma parcela da atualidade. Esse trabalho pode estar associado a uma temática (jornalismo político, econômico, turístico, …), a um tipo de público (por sexo, idade, profissão, …), a uma classe de gênero ou formato (dedicar-se exclusivamente à publicação de crônicas, entrevistas, artigos de opinião, …), a um tipo de meio (ocupar-se de jeito particular em televisão, rádio, web …) à direção à que faz referência em seus artigos (local, regional, nacional, …), à metodologia de trabalho (de investigação, de denúncia, de dados, ...) ou pode surgir da combinação de qualquer um destes (jornalismo esportivo radial, jornalismo de opinião para os estudantes universitários, …). As principais especializações jornalísticas de acordo com sua temática, além do jornalismo turístico, são: · · 27

Jornalismo político, Jornalismo econômico,

· · · · · · · · ·

Jornalismo esportivo, Jornalismo cultural, Jornalismo científico, Jornalismo policial, Jornalismo bélico, Jornalismo tecnológico, Jornalismo educativo, Jornalismo religioso, Jornalismo meio-ambiental,

· · · ·

Jornalismo gastronômico, Jornalismo rural, Jornalismo preventivo, Outros menos comuns: Jornalismo astronômico, jornalismo metafísico, jornalismo de ciência ficção, jornalismo de direitos humanos, jornalismo mineiro.

Perguntas para continuar refletindo:

O que tão validada está à profissão jornalística? Por que estudam jornalismo quem ingressam às carreiras? Que porcentagens dos conteúdos de um meio de comunicação são jornalísticos? Imprensa é o mesmo que jornalismo? Qual de todas as especialidades jornalísticas é a mais apreciada? ¿Por qué? Deveria fazer uma secunda carreira um jornalista que queira especializar-se? Se pode realmente falar de jornalismo institucional? Existe alguma forma de financiamento para os meios de comunicação que não seja através da publicidade ou da venda de seus conteúdos? São éticos e legítimos os infomerciais e as publinotas? Até onde se lhe pode abrir passo ao marketing de conteúdo? Qual é o limite entre jornalismo e literatura?

28

CAPÍTULO 4

Simarro (Salazar, R. 1998:06) afirma que “o jornalista especializado é tão bom como o melhor dos jornalistas generalistas. Além disso, ser conhecedor a profundidade de um determinado campo segue sendo um informador de todo terreno”.

O que é o jornalismo turístico? Se bem o jornalismo surge como um campo disciplinar generalista que informa a partir da atualidade em seu conjunto, a diversificação nos avanços científicos e tecnológicos que se dão durante o século XX levam a conformação de ramos ou áreas temáticas específicas como a política, a econômica, a esportiva e a cultural; categorias que também se vem refletidas nas seções nas que frequentemente dividem-se os meios de comunicação.

Ainda que a especialização jornalística em turismo não é tão incipiente como a tecnológica ou a meio-ambiental, é ainda desconhecida por muitos jornalistas e meios de comunicação (Ledhesma, M., 2014).. “A comunicação turística pode revelar simultaneamente no mesmo artigo as quatro funções do jornalismo (política, econômica, educativa e de entretenimento), convidando ao leitor a degustar do turismo não só como um passatempo, um sonho supérfluo e irrealizável, se não como algo que deve ser tratado com importância porque pode beneficiar o desenvolvimento do país e aumentar a qualidade de vida dos cidadãos (leitores e consumidores)” se referiu Belau, A. (1966:30).

Txema Ramírez de la Piscina em Salazar, R. (1998:01) diz que “a especialização temática dos futuros profissionais do jornalismo é já uma necessidade peremptória e um fato irreversível... é uma exigência social porque cada vez são mais os temas abordados e há que explicá-los. Os leitores querem saber mais coisas e com mais detalhes. E o jornalista deve conhece-las”. Por outro lado, Pedro Ortiz 29

Se bem “a existência do jornalismo especializado neste campo, é consequência direita da magnitude e importância que alcança -e da que terá que alcançareste fato contemporâneo chamado turismo” (Guenchor, L. en Manrique Guerra, F. 1996:27), “o jornalismo turístico atravessa uma situação complicada em quanto a sua independência editorial, a relevância pública e sua confusão com a literatura de viagens. Por outra parte, os jornalistas estão assediados pelas relações públicas e os esforços publicitários que contaminam a independência do campo. Além disso, as viagens e o turismo se vem frequentemente como algo trivial e se descuida o compromisso jornalístico e acadêmico” (Fürsich, E. 2002:61) Em 2001, Thomas Swick (Hanusch, F. 2009:627) enumerou os sete erros mais comuns nos jornalistas turísticos: 1.

2.

3. 4. 5. 6. 7.

Enfocar-se em aspectos históricos obviando o presente, Descrever demasiado e ser pouco originais, Conhecer de jeito supérfluo o que acontece, Fazer um uso curto do humor, Não dialogar com as fontes e com o leitor, E ignorar em seus artigos a outros sujeitos que não sejam eles mesmos (os autores).

Esta especialidade jornalística informa sobre a atualidade do turismo, interpretando os fatos que acontecem ao redor do deslocamento potencial ou real dos sujeitos e em base ao contexto sócio-político complexo e multidisciplinar no que está imerso. (Ledhesma, M., 2014). De jeito nenhum o jornalismo turístico pode confundir-se como parte das relações públicas, como uma ferramenta publicitária ou como um gênero literário.

Achar que tudo é positivo e deixar de lado qualquer informação negativa,

30

Os gêneros jornalísticos e sua relação com o turismo

único nas notícias da imprensa gráfica. A necessidade de uma proximidade maior aos leitores tinha produzindo transformações significativas nas modalidades estilísticas dos jornais. A pureza das formas de dizer em um bilhete não sempre é possível, os textos raras vezes são exclusivamente informativos, narrativos o argumentativos, por o general, cruzam estilos” (Martini, S. 2000:22).

A definição de gêneros más aceitada a nível geral é a que formula Bajtín (Seixas, L.2009:43): "tipos relativamente estáveis de enunciados". "Os gêneros discursivos em geral não são algo estático, algo que permanece indefinidamente igual a si mesmo. Os gêneros pegam suas características definitórias da relação direta que se estabelece entre a língua e o uso concreto que fazem de ela os homens em suas distintas atividades. Disto se desprende que, se um gênero discursivo se vincula essencialmente com uma prática social determinada, a mudança ou evolução das práticas sociais, implicará necessariamente uma mudança nos gêneros" (Atorresi, A. 1995:39). Tanto os gêneros literários como os jornalísticos surgem para diferenciar um tipo de discurso do outro, "ainda não existem regras universais em quanto à terminologia empregada" para nomeá-los (Repulles, P.1986:13). Ademais, “é difícil identificar um estilo

No entanto, "os gêneros facilitam o trabalho comum. Quanto mais se respeitem as convenciones próprias do género- nascidas de una peculiar relação entre o conteúdo e o jeito- mais homogêneo resultará o trabalho" (Gomis, L. 1991:44). Tendo em conta as características gerais dos enunciados jornalísticos, se podem distinguir três grandes formas de expressão que implicam intencionalidades diferentes, mas sobre todas três modalidades distintas de construir a realidade: gênero informativo, gênero 31

interpretativo opinativo.

e

gênero

e projetar esses juízos sobre as aciones necessárias para conseguir que o futuro seja melhor (ou menos ruim) que o presente" (Gomis, L. 1991:109). Está representado pelo artigo de opinião em todas seus variantes, a editorial, a crítica, o comentário e a coluna.

A principal diferença entre esses três grandes gênero radica no grau de envolvimento que existe da subjetividade do jornalista no texto. O gênero informativo, representado basicamente pela notícia, buscará pôr as ênfases nos fatos e esconder toda pegada do jornalista, ainda que claro, "o leitor possa inferi-la a partir das exclusões, inclusões e hierarquização" (Gomis, L. 1991:108). No gênero interpretativo, que abarca a crônica, a reportagem e a entrevista, a subjetividade emerge de jeito mais claro, já que se bem não se busca fazer juízos de valor, o texto interpreta a vez que informa: "apresenta personagens, lugares, situações em um lugar do mundo ou âmbito temático" (Gomis, L. 1991:109). Entretanto, no gênero opinativo, a subjetividade do jornalista se apresenta de jeito direto: "analisa e julga fatos e situações. Sua função é esclarecer se os fatos e situações são bons ou ruins, convenientes ou inconvenientes

Notícia Segundo Llanos (1993:50) a notícia "é a forma mais simples de redação jornalística: se cinge a sucinta enumeração dos dados essenciais de um fato": Quem? Que? Quando? Onde? Por quê? Para que? E Como? “O tratadista alemão Emil Dovifat (Llanos, S. 1993:50) afirma: “as notícias são comunicações sobre fatos novos surgidos na luta pela existência do indivíduo e a sociedade“. De todos os discursos jornalísticos, a noticia é o que mais se encontra cingido a atualidade, é a primeira mensagem que utiliza um meio de comunicação para dar conta de um fato. O ponto de vista do jornalista estará limitado por 32

esses acontecimentos e pôr as fontes consultadas. Ou seja, “a notícia pode ser definida como a construção jornalística de um acontecimento cuja novidade, imprevisibilidade e efeitos futuros sobre a sociedade o encontram publicamente para seu reconhecimento” (Martini, S. 2000:2).

direto dos fatos ou do dito por pessoas que se estiveram presentes. "Cronista ou correspondente é um especialista do lugar cuja vida conta e por isso assina suas crônicas. A crônica temática é também o produto de um entendido, mas em vez de contarmos o que passa em um lugar, nos conta o que passa em um lugar temático" (Gomis, L. 1991:46).

Virginia Escalona (2012:9) afirma que as temáticas das notícias turísticas giram ao redor a: “aniversários, renovações o a criação de agências de viagens “online” ou espaços de ofertas de voos, hotéis e paquetes para férias”.

Gradim, A. (2000:96) adiciona: “A regra geral da crónica é que é um texto, que apelando à imaginação e ao potencial estético da linguagem, conta uma história ou se centra em dados curiosos da vida cotidiana. Não é um texto que segue um exigente ordem lógico, ... pelo geral são textos de leitura fluida e agradável, sem pretensões de grandes consequências políticas”.

Crônica A diferença da notícia que é um enunciado expositivo, a crônica responde a um discurso narrativo e descritivo que dá conta da sucessão de fatos que explicam una problemática; e não exige atualidade imediata, mas se vigência jornalística.

É comum encontrar-se com crônicas que narram viagens e descrevem lugares, no entanto, será importante não confundir uma crônica literária com uma crônica jornalística.

Possui maior liberdade literária e aqui o jornalista deve ser necessariamente testemunha 33

Reportagem

documentada se expõem intercalados experiências autor”.

É o formato jornalístico "que possui mais dinâmica e o campo mais amplo para que o jornalista chegue ao núcleo da informação e obtenha dados e opiniões" (Repulles, P. 1986:15). É um relato expositivo, descritivo, narrativo e argumentativo “que admite mistificações... misturar elementos de crônica, entrevista, comentário e dos demais gêneros” (Llanos, S. 1993:68).

e extensa... não fatos e dados com literatura, e opiniões do

Entrevista A entrevista consiste em um diálogo entre dois ou mais pessoas, e "um jornalista que cumpre o rol de interrogador ou entrevistador tem a responsabilidade de processar um texto e apresentá-lo a um público" (Llanos, S. 1993:73). A entrevista pode ser presencial ou não, mas deve realizar-se em tempo real e não de jeito diferido como pode ser o caso do envio de perguntas por email para que outra pessoa as responda, já que muito longe estará de ser jornalística, convertendo-se em uma enquete ou questionário, "é um cortar e colar... armar um quebra-cabeça que possa ser lido pelo público" (Ledhesma, M. 2013:82).

De acordo com Chomski y Levis (2000:96) "A reportagem requere um tempo mais longo de elaboração que outros gêneros já que precisa consultar diversas fontes... tenta explicar os fatos e as circunstâncias que os envolvem com maior detalhe que as notícias: descobre causas, revela detalhes desconhecidos". Escalona Virginia (2012:10) adverte que a reportagem” é o gênero por excelência do jornalismo de viagens, como antanho o foi a crônica. São mais bem relatos únicos, cuja narração é mais exaustiva,

Existem três tipos de entrevistas que podem praticar-se combinadas ou por separado: a 34

biográfica, que procura informação sobre a vida de uma pessoa, um grupo ou instituição; de opinião, que pretende conhecer o ponto de vista de uma pessoa, grupo ou instituição sobre um fato; e da entrevista de atualidade, que indagará sobre dados que possam aportar na compreensão de um acontecimento ou tema.

enlaçados mediante conetores lógicos que permitem a demonstração" (Atorresi, A. 1995:36), ou seja, um jornalista expõe suas "ideias e juízos valorativos referidos a sucessos que são ou tinham sido notícia recentemente"(Chomski, D.2000:30). “Com a publicação de textos de opinião se oferece aos leitores, análises e perspectivas diversas em assuntos de relevância social, contribuindo a sua formação, através de colunistas fiáveis e com experiência. Os artigos de opinião, são, por tanto, fundamental para a democracia e o exercício de uma cidadania informada e responsável” (Gradim, A. 2000:18).

“A entrevista não tinha sido nunca um gênero próprio do jornalismo de viagens, mas, atualmente é cotidiano encontrá-lo em diferentes publicações... os entrevistados não são viageiros importantes se não pessoas conhecidas do mundo do teatro, cine, humor, música, dança, etc., que dão a conhecer suas vivências e sua opinião sobre um determinado lugar, assim como seus gostos, manias e preferências na hora de viajar” (Escalona, V. 2012:10).

De acordo com Antônio Rodríguez (2011:84) “o gênero de opinião também está presente na área do jornalismo turístico” porque adverte que existem revistas turísticas em Espanha, que contam com o espaço para a editorial.

Artigo de opinião "Já não encontramos o dispersão típico da crónica: os juízos e razoamentos são 35

Que temáticas prevalecem?

ou a criação de agências de viagens ‘online’ o espaços de ofertas de voos, hotéis e paquetes de férias”, quando em realidade “o jornalismo, por ser uma atividade de carácter social, se preocupa da vida social, de seu desenvolvimento, de seu sucesso e de seus problemas, especialmente de aqueles cujas soluções adequadas devem proporcionálas os princípios éticos e jurídicos. Por tal razão, a atividade jornalística não pode desenvolver-se em um ambiente medíocre, de coação, na ignorância de suas obrigações e possibilidades nem em um conhecimento aparente de os motivos das notícias produzidas” (Repullés, P. 1986:8).}

Existem temas que os meios de comunicação incluem em suas notícias e outros que não. Raul Jaramillo Panesso em Manrique Guerra, F. (1998:100) adverte em quanto ao jornalismo turístico, dois tipos de sesgos: “O campo de especialização do turismo governamental que... privilegia os lugares e os serviços de maior categoria… ou bem os interesses concretos dos anunciadores… em tanto o público só encontra presencia informativa no mercado de certas empresas e certos lugares, com exclusão de outros”. Por sua parte, Manuel Toro, também em Manrique Guerra, F. (1998:14) relaciona a esta especialização com a “necessidade da defensa do meio ambiente, da promoção de os valores culturais e a crítica orientada a formação de uma opinião pública favorável ao direito do desfrute do tempo livre”.

O temário, é então, o resultado final de um processo por o qual um médio decide brindar ou jerarquizar determinadas informações e anular outras. É a ponta de um iceberg no que tinha havido buscas infrutuosas, acertos informativos, desacordos entre as fontes, enfrentamentos por ocupar um lugar privilegiado no espaço e

Virginia Escalona (2012:9) expressa que as temáticas que abarcam as notícias turísticas são: “aniversários, renovações 36

no tempo, desnecessárias

e

inclusões omissões

culpáveis (Fontcuberta y Borrat, 2006).

Então... o que acontece pelo geral com o turismo nos meios de comunicação? 1- Se acha que o jornalista deve promover lugares turísticos. Difundir os serviços brindados pelas distintas empresas. Participar de fam press e informar sobre todo o bonito que um turista poderá encontrar se realiza a mesma viagem. Alguns exemplos:  

  





Se realizou talher para que jornalistas turísticos aprendam sobre como promover o turismo em ... Se promove a ... através de 16 jornalistas turísticos nacionais que estão percorrendo a ... Jornalistas turísticos de ... difundirão atrativos turísticos ... Operadores e jornalistas.... visitarão em verão ... para conhecer e difundir seus atrativos turísticos Depois de percorrer sítios turísticos de ... jornalistas promoverão a zona como lugar de férias Jornalistas percorrem província de ... para difundir a oferta de paquetes turísticos de ... Jornalistas de cadeia internacional promoverão produtos turísticos de ...

2- Se faz referência ao turismo como uma das principais atividades económicas de determinado lugar. Possíveis exemplos: 

 

As principais atividades económicas de... são o comercio e o turismo. O turismo se perfila a ser a segunda atividade econômica de ... O turismo se converte na quarta atividade econômica mais importante em ...

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3- Se o utiliza como sinônimo de indústria e em muitas ocasiões, com o adicionado de “sem chaminés”:   

  



A indústria sem chaminés avança a todo vapor com o ... A indústria sem chaminés captará 17,500 mdp por turismo estrangeiro Turismo, a indústria sem chaminés que não requere maior inversão. Bloqueio carreteiro afeta indústria sem chaminés do sul... A indústria sem chaminés expõe ante o mundo potencial... ... apoia aos municípios para consolidar a indústria sem chaminés .... receberá a 800 professionais da indústria sem chaminés

4- Também se observa uma constante coisificação do turismo. Por exemplo:  

    

O turismo deve converter-se em instrumento das oportunidades Presidente da Câmara de Comercio de ... considera que o turismo é o petróleo ... O turismo é uma vidreira para o desenvolvimento O turismo é o motor da “Expo ... 2015” O turismo como arma na nova guerra fria de ... O turismo, uma ferramenta para conservar o patrimônio cultural em ... O turismo é o salva-vidas da economia

5- Se realiza una construção do turismo que é completamente positiva e beneficia para a sociedade.   

Empresários anunciam que ... é muito beneficiada pelo turismo ... se resistem ao turismo sem advertir suas vantagens O turismo é o melhor que nos podia passar

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6- Também se faz uma construção quantitativa do turismo que implica pensar que o sucesso do turismo é medível em cifras:   

  



Em ... a ocupação hoteleira foi do %90 Os turistas gastaram $1.317 milhões durante o fim de semana longo Turismo receptivo se duplica em 10 anos, 6 são os lugares preferidos O PIB turístico de ... cresce um 2,9% O alugue de férias gera em ... 4.300 milhões desde o verão de 2014 O verão deixo um crescimento do 9% no emprego do sector turístico Desce em 17,7% turismo receptivo e se sobe 14,4% o interno

7- Nos meios de comunicação generalistas, o turismo aparece em capa ou como nota principal em dois ocasiões: quando se aproxima a temporada alta ou quando acontece um acidente ou fato delitivo.  

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Assim se preparam em ... para as próximas férias Os hotéis se renovam em vistas do próximo fim de semana longo Prevê-se uma soba dos 15% para o próximo recesso de férias Atentados em ...: o setor turístico afronta uma etapa de retrocessos Morrem dois turistas... em ... Terremoto afeta temporada alta em …

Além nisso, se podem observar as seguintes tendências das quais se encontram exemplos concretos consultando qualquer meio de comunicação massiva especializado em turismo: 8- Se vê ao turismo como algo que acontece só nos lugares turísticos. 39

9- Se consideram fontes legítimas unicamente aos governos, as instituições académicas, as empresas, as organizações que agrupam a empresários e aos turistas. Deixando de lado a palavra de estudantes, de trabalhadores, da comunidade local e de outras organizações sem fins de lucro. 10- A imagem ocupa um rol preponderante, muitas vezes superando a palavra nos meios gráficos e audiovisuais. Ao igual que a publicidade, que não só termina superando em espaço a palavra e a imagem, se não que ademais, costuma aparecer vinculada al discurso jornalístico que se está desenvolvendo. 11- Os princípios de atualidade e de bem comum não são considerados de maneira frequente e quando aparecem pelo geral o fazem por separado e não em um mesmo artigo. 12- A periodicidade também é um principio em crises, encontrando-se em várias ocasiões, revistas que saem publicadas um mês e ao mês seguinte não o fazem, ou sítios web que não publicam todos os dias. É muito comum encontrar que os suplementos turísticos, os programas radiais e televisivos aparecem os fins de semana, e que os portais de Internet não publicam durante os sábados e domingos. 13- Em muitas ocasiões toda a apresentação se reduz as crônicas viageiras que roçam mais o literário e o entretenimento, que o jornalístico. 14- A olhada acostuma estar posta mais em lugares internacionais que no turismo local e nacional. 15- O gênero mais utilizado resulta ser sempre a notícia. Há pouca elaboração de outros gêneros que implicam maior esforço do pensamento, maior criatividade e maior escritura, assim como mais tempo e até mais recursos para sua investigação previa. 40

16- As temáticas turísticas que prevalecem são os eventos, as novidades empresariais e os acontecimentos governamentais. 17- As secções políticas, policiais ou do espetáculo superam em importância ao turismo que, não só não aparece a diário nos meios generalistas, se não que quando aparece ocupa muito menos espaço que as demais áreas.

Mais perguntas para continuar refletindo:

Quem são reais jornalistas turísticos? O que sabem de turismo os jornalistas? Estão os jornalistas atualizados com respeito à informação turística de suas cidades? Alcança com viajar para ser jornalista turístico? Os meios de comunicação falam de lugares turísticos não tradicionais ou não populares? Os números que jogam a atividade turística para quê ou quem servem? Quantos meios massivos de comunicação enfocam ao turismo desde o jornalístico? É O mesmo escrever sobre viagens que ser jornalista turístico? É o mesmo jornalismo turístico que jornalismo da viagens? Por que não adquire maior importância o turismo nos meios de comunicação?

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CAPITULO 5

uma área específica da realidade, ou seja, o turismo. Um jornalista turístico não promove nem publicita nada, isso o fazem os profissionais da publicidade, do marketing, da comunicação institucional, das relações públicas,...

E alguns fins O turismo é um fenômeno social, ligado a prática de viajar, no que exige a necessidade do relaxamento, da diversão e/ou da vivência de novas experiências e conhecimentos; que requere a presencia de um atrativo e de um mínimo de infraestrutura e de serviços para levar a prática.

Urge profissionalizar ainda mais a atividade. Não se estão brindando conteúdos de qualidade, não se está pensando no público, mas sim nos anunciantes. Urge também que as comunidades locais, os trabalhadores, os estudantes,… tenham voz nos meios de comunicação.

O turismo não é uma indústria, não é uma simples atividade econômica. Não se limita ao movimento real e efetivo das pessoas, e nem sempre é positivo. Funciona de maneira holística e a partir da prática dos sujeitos que se envolvem. O jornalismo turístico, ao igual que os demais tipos de jornalismo, se dedica a informar, pesquisar, opinar, educar e denunciar, mas o que faz é em

Urge desmercantilizar ao turismo e ao jornalismo. Urge adquirir compromissos, ser éticos, honestos e responsáveis como profissionais, e como pessoas. Urge serem sujeitos de muitos princípios e alguns fins.

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BIBLIOGRAFÍA

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Miguel Ledhesma nació el 13 de septiembre de 1981 en Buenos Aires, Argentina. Es Licenciado en Periodismo, Periodista, Técnico Superior en Turismo, Guía de Turismo, Profesor de EGB 1 y 2, y bibliotecario. Es presidente y fundador de la Alianza Latinoamericana de Periodistas Turísticos y profesor del Diplomado en Periodismo Turístico. Ha participado como conferencista de periodismo turístico en más de cincuenta ocasiones y ha tenido la oportunidad de vivir en países como Venezuela y México, y en la provincia de San Luis, en donde ha sido reconocido como precursor del periodismo turístico.

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