JornaVista: entrevista em quadrinhos

June 5, 2017 | Autor: Alessandra de Falco | Categoria: Histórias em Quadrinhos (HQ's, Comic Books, Mangás), Jornalismo Digital
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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXII Prêmio Expocom 2015 – Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação

JornaVista: entrevista em quadrinhos1 Bruna de FARIA2 Alessandra de FALCO3 Universidade Federal de São João del­Rei, São João del­Rei, MG RESUMO O presente trabalho pretende apresentar como se deu a realização de entrevista no formato  de  história  em  quadrinhos  publicada  com  o  nome  de  JornaVista  no  site  Jornalismo  Universidade  Federal  de  São  João  del  Rei.  A  entrevista  foi  realizada  com  o  professor  do  curso Jairo Faria sobre o seu pós­doutorado em Portugal. A importância da HQ se justifica  pela necessidade de fomentar a prática do jornalismo em quadrinhos, ainda pouco usual no  Brasil e pouco discutida no ambiente acadêmico durante a graduação, e ainda, por reforçar  a comunicação e troca de informações entre os alunos e professores do mesmo curso. PALAVRAS­CHAVE: jornalismo; histórias em quadrinhos; jornalismo digital. 1 INTRODUÇÃO As  histórias  em  quadrinhos  sempre  se  relacionaram  com  o  jornalismo.  Ainda  que  seja  um  gênero  associado  ao  entretenimento,  os  quadrinhos  se  mostram  como  uma  alternativa para a crítica, para o questionamento ou ainda como fomentação de um gênero  opinativo – condição observada na produção das charges ­ e , acima de tudo, pode ser uma  ferramenta de comunicação objetiva, por seus recursos visuais e verbais. Além disso, a sua  origem  se  fez  presente  nos  jornais,  seja  como  ilustração,  seja  como  opinião,  seja  como  entretenimento.  Nesse  sentido,  deve­se  perceber  a  potencialidade  do  mesmo  como  prática  jornalística, efetivamente, como um novo meio de transmitir informações. O gênero agrega  informações  visuais,  como  representação  ou  não  da  realidade,  e  recursos  verbais.  Esta  condição  facilita  a  compreensão  daquele  que  recebe  o  conteúdo,  uma  vez  que  a  imagem  contextualiza  o  leitor  sobre  a  informação  repassada.  Tal  como  na  televisão,  a  imagem  1

  Trabalho  submetido  ao  XXII  Prêmio  Expocom  2015,  na  Categoria  V  ­  Produção  Transdisciplinar,  modalidade  PT  08  Histórias em Quadrinhos. 2

  Aluna  líder  e  estudante  do  7º.  Semestre  do  Curso  de  Comunicação  Social  ­  Jornalismo,  email:  [email protected]. 3

 Orientadora do trabalho, professora do Curso de Comunicação Social ­ Jornalismo, email: [email protected]

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apresenta  o  que  o  texto  define.  E  nos  quadrinhos,  a  informação  visual  é  o  grande  diferencial: a possibilidade de ilustrar lembranças, situações ou o acontecimento reportado.  O  método  utilizado  na  produção  dos  quadrinhos,  o  conjunto  que  compõe  sua  linguagem,  é  universal  e,  por  isso,  se  reforça  a  sua  condição  para  desenvolver  uma  comunicação facilitada e eficiente. De acordo com Spielgman (apud OLIVEIRA; PASSOS,  2006,  p.03),  a  linguagem  e  expressão  dos  quadrinhos,  incluindo  o  texto  e  imagem,  sintetizam a informação em uma forma simples e atrativa “[...] os quadrinhos são um meio  de expressão bastante denso”. E por essa capacidade de transmitir a informação dividida em contexto imagético e  textual,  os  quadrinhos  podem  transmitir  uma  mensagem  mais  consistente,  em  termos  de  conteúdo,  e  em  espaço  reduzido.  A  informação  é  compactada,  ao  mesmo  tempo  em  que  outras  informações  visuais  são  agregadas.  Ganha­se  em  espaço  e  em  conteúdo.  Uma  vez  que imagem é também mensagem. A  vertente  do  jonalismo  em  quadrinhos  vem  consolidando  sua  prática  em  vários  veículos  de  comunicação.  Hoje,  na  mídia  brasileira  tem­se  exemplos  da  prática  que  mostram  seu  potencial,  como  na  Revista  Fórum  e  Agência  Pública.  Além  disso,  a  ferramenta  se  adapta  a  diversos  campos  de  atuação  do  jornalismo,  como  jornalismo  de  guerra,  jornalismo  cultural,  jornalismo  social  e  investigativo.  A  flexibilidade  do  gênero  atende  a  várias  demandas  e  alcança  um  público  maior  pela  facilidade  de  leitura  e  atratividade da imagem. Em  a  JornaVista,  história  em  quadrinhos  publicada  no  Site  Jornalismo  UFSJ4,  a  proposta  é  realizar  uma  entrevista,  que  seria  escrita,  contextualizando  a  sua  produção,  recaptando  lembranças;  de  modo  a  fomentar,  através  dos  quadrinhos,  a  informação  que  antes  seria  reduzida.  O  entrevistado  é  o  professor  do  curso  de  Jornalismo  da  UFSJ,  Jairo  Faria. A intenção é de que todos que se relacionam de alguma forma com o curso conheçam  sobre  as  práticas  individuais  de  cada  um.  Além  de  conhecer  o  trabalho  dos  colegas,  suas  atividades, o leitor reconhece as possibilidades que possui ao fazer o curso. Em  várias  histórias  em  quadrinhos  são  representados  eventos,  estágios,  projetos,  formação dos professores e atuação dos alunos. Nesta espeficicamente, a repórter apresenta  4

 Disponível em: . Acesso em: 16 abr. 2015.

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o tema a ser discutido pelo entrevistado, e então o mesmo se posiciona e explica em uma  narrativa linear, como se contasse uma história. A repórter só aparece no primeiro quadro, o  que  se  passa  a  seguir  são  os  pensamentos,  argumentos,  lembranças  e  histórias  do  entrevistado. Em suma, a proposta fundamental da prática é desenvolver a comunicação interna  do curso, ao divulgar informações que poderiam estar restritas a grupos menores, e ainda,  fortalecer  a  comunicação  externa,  ao  apresentar  as  possibilidades  e  potencialidades  do  Curso de Jornalismo da UFSJ; apontando os quadrinhos como uma nova alternativa para o  fazer jornalismo. 2 OBJETIVO Apesar de existirem grandes produções de histórias em quadrinhos no Brasil, ainda  são pouco usuais e reconhecidas pelos alunos da Graduação. Mesmo que existam exemplos  antigos da prática no exterior, como Palestina – Uma nação ocupada (1993) de Joe Sacco,  ainda assim se mostra nova no país. Portanto, torna­se importante desenvolver o gênero de  modo a destacar as suas qualidades como recurso de comunicação, e ainda, despertar novos  talentos da área. Neste sentido, tem­se como objetivo geral deste trabalho fomentar o jornalismo em  quadrinhos no curso de Comunicação Social ­ Jornalismo, da Universidade Federal de São  João del Rei, e ainda, apresentá­lo como um gênero alternativo de comunicação. Apontando  a  eficiência  na  transmissão  da  informação,  a  valorização  da  imagem  e  o  potencial  que  a  ilustração  pode  atingir,  em  termos  de  contextualização  e  atratividade.  A  imagem  chama  a  atenção e informa, além de possibilitar a reconstrução de detalhes que poderiam se perder  no texto. O objetivo é o jornalismo em quadrinhos no formato de entrevista, para legitimar o  imenso campo de possibilidades que o jornalismo oferece e mostrar como a linguagem pode  influenciar  na  complementação  da  mensagem.  Além  de  reforçar  os  quadrinhos  como  informação séria e relevante, distanciando­se de uma função superficial de apenas entreter.  Como  objetivos  específicos  têm­se  o  fortalecimento  da  comunicação  entre  todos  que 

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participam do curso de Jornalismo da UFSJ e aqueles que de alguma forma se interessam  pelo jornalismo.  Almejou­se  dar  destaque  aos  trabalhos  individuais  e  as  oportunidades  que  o  curso  oferece. Ao escolher um personagem do curso, há uma identificação do público, que passa a  reconhecer  as  ferramentas  que  possui  para  se  desenvolver  durante  a  graduação.  E  ainda,  para aqueles que não estão inseridos no curso específico, tem­se o conhecimento do campo  de trabalho e áreas de atuação. É de extrema importância o reforço da comunicação interna e externa de qualquer  instituição,  e,  promover  a  valorização  daqueles  que  se  esforçam  e  que  de  algum  modo  atuam  na  prática,  é  estimulante  para  o  mesmo  e  para  aqueles  que  partilham  do  mesmo  objetivo. Sendo assim, conciliar a atratividade e informatividade dos quadrinhos ao reforço  das  possibilidades  da  graduação  torna­se  um  recurso  interessante  e  importante  para  o  veículo de comunicação. 3 JUSTIFICATIVA O  jornalismo  em  quadrinhos,  ao  representar  a  realidade,  pode  funcionar  como  método  de  reconstrução  da  informação.  Conforme  Souza  (2010),  o  recurso  surge  como  representação de uma experiência do jornalista/quadrinista, que pode ser observador do fato  ou  não;  a  narrativa  é  constituída,  em  resumo,  a  partir  de  uma  percepção  sobre  a  circunstância da notícia. A construção do real é através do que o jornalista percebe. A reportagem em quadrinhos desenvolve um novo modo de interação onde  a imagem pictográfica é usada como registro da realidade visual. Enquanto  os  gêneros  pictográficos  do  jornalismo  interagem  com  a  arte,  o  entretenimento  e  o  humor,  a  reportagem  em  quadrinhos  utiliza­se  da  pictografia  para  emular  a  experiência  proporcionada  pelo  audiovisual  ou  a  fotografia (SOUZA, 2010, p.30).

Neste  contexto,  os  quadrinhos,  inseridos  em  qualquer  tipologia  textual,  exercem  o  papel  de  recuperar  e  reconstruir  informações.  E  ao  utilizar  as  imagens  ilustradas,  o  cartunista/jornalista  pode  recompor  situações  que  antes  seriam  perdidas.  O  mesmo  pode  recompor  lembranças  e  situações  do  entrevistado.  Ainda  que  sejam  reconstruções  4

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simuladas,  isto  é,  que  não  acompanham  a  realidade  em  suas  plenitude,  o  jornalismo  em  quadrinhos auxilia o leitor a compreender a situação por completo. Este  resgate  da  realidade,  agregada  a  mais  informações,  faz  da  prática  uma  alternativa  para  a  complementação  de  trechos  da  narrativa  que  poderiam  se  perder.  Além  disso,  a  sequência  de  quadros  torna  o  acontecimento  linear,  o  que,  novamente,  fomenta  a  contextualização  do  leitor.  Uma  vez  que  o  mesmo  acompanha  uma  história,  com  texto  e  imagem,  se  situando  o  tempo  todo  no  acontecimento.  A  informação  final  é  mais  ampla,  ainda que a linguagem escrita seja menor. Cabe ressaltar que, observando a trajetória dos quadrinhos inseridos nos veículos de  comunicação,  é  notável  a  sua  ligação  ao  universo  cotidiano,  que  também  funciona  como  alicerce para a crítica e identificação do público. Essa condição fortalece ainda mais a sua  atratividade e interesse, sem que se prive do conteúdo informativo. “Mesmo que a tirinha  não seja encarada com a importância que se dá a esses outros gêneros, ela traz em seu texto  muito  da  literariedade  encontrada  na  crônica  e  da  denúncia  ou  crítica  apresentada  pelo  artigo” (NICOLAU, 2007, p.07). Considerando todas essas características, justifica­se e legitima­se a necessidade de  desenvolver  a  proposta  do  gênero  enquanto  Jornalismo.  A  aplicação  dos  quadrinhos  inseridos na prática jornalística atende às demandas do jornalismo e da informação. Sendo  assim,  promovê­lo  de  tal  maneira  é  também  fomentar  o  desenvolvimento  do  mesmo  no  Brasil e comprovar suas potencialidades. Quanto à temática, como já foi abordado anteriormente, a boa comunicação interna  e externa de qualquer instituição é essencial. Por isso, nota­se a necessidade de se conceder  voz e espaço aos personagens que compõe essa instituição, de modo a mostrá­los colocando  em prática aquilo absorvido durante o curso na universidade, em específico. Trazer  a  realidade  individual  em  conexão  à  realidade  coletiva  é  promover  identificação, é legitimar as ações do indivíduo e mostrar as condições que todos que estão  naquele mesmo meio têm de crescer e aprender. E, em relação ao público externo, tem­se o  reforço positivo sobre as oportunidades do Jornalismo atualmente. 4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS 5

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A  entrevista  foi  agendada  e  coletada  através  de  um  gravador.  Ainda  durante  a  entrevista,  buscou­se  explorar  histórias  e  situações  do  entrevistado  relacionadas  ao  tema.  Este tipo de condução é essencial para a produção em quadrinhos, por facilitar a ilustração  do acontecimento. Como se trata de uma entrevista com apenas um entrevistado, a riqueza  de cenário é pequena. Logo, a representação ilustrada se torna difícil. Porém, ao se explorar  lembranças e relatos, amplia­se a quantidade e qualidade de cenas (Figura 1).

Figura 1: Lembranças do personagem

Após coletadas as informações jornalísticas, se realiza um estudo da personalidade  do  entrevistado.  Tem­se  as  informações  que  ele  transmitiu,  mas  existem  também  informações  sobre  como  o  mesmo  se  apresenta  como  pessoa.  Mais  que  representá­lo  tal  qual ele se mostra, é necessário apresentar traços que determinem sua personalidade. Uma  vez  que  não  há  vídeo  e  fotos  que  definam  como  ele  é.  São  observados  o  jeito  como  se  posiciona, o estilo de roupas e comportamento, o modo como fala. Deve­se  ressaltar  que  os  desenhos  são  ilustrativos,  não  se  utiliza  de  um  realismo  intenso. Assim como a caricatura evidencia determinados pontos da pessoa representada, na  entrevista foram evidenciadas características que mostrassem como a pessoa se manifesta.  Por isso, antes de ilustrar sobre o que foi ouvido, é preciso entender um pouco sobre quem é  o entrevistado. Passado o período de coleta, passa­se à ilustração, reescrita e organização.  Pode­se destacar que todos os quadrinhos são feitos manualmente. Primeiro  é  realizado  um  rascunho,  que  constroi  o  personagem  a  partir  do  estudo  realizado sobre ele, colocando­o em vários ângulos e posições. Durante essa fase, há uma  6

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busca  por  fotos  do  entrevistado,  de  modo  a  se  aproximar  mais  do  que  ele  é.  Após  este  rascunho isolado, passa­se à separação e reordenação do texto recolhido. A entrevista coletada é transcrita e o produto final pode não ser mostrado na ordem  da fala do entrevistado. A reorganização é feita de acordo com a proximidade dos assuntos  e  também  de  acordo  com  as  informações  mais  importantes.  Nesse  ponto,  as  falas  são  separadas conforme o espaço para os balões. Depois  de  ter  as  falas  organizadas,  é  realizada  a  disposição  dos  quadros.  Em  um  processo manual, os quadrinhos são diagramados sem desenhos, de acordo com a ordem do  texto. Os quadros são feitos à lápis e sem medições. Funciona como um rascunho do que  será feito no computador. Com essa disposição pronta, os desenhos, feitos a lápis 2B, nesta  fase não possuem muitos detalhes, é mais uma ocupação inicial do espaço, para confirmar  se a diagramação está adequada. Confirmados e adaptados os desenhos, é feita uma camada de caneta Nanquim 0.5  mm que definirá os desenhos efetivamente. Os quadros não são contornados, neste primeiro  momento funcionam como orientação do espaço. Com os desenhos e detalhes marcados, é  escaneada a imagem realizada em folha branca A4. A partir desta, é iniciado o processo de  pintura dos desenhos no Photoshop. Inicialmente,  é  acentuado  o  preto  das  linhas  das  figuras  que  perdem  um  pouco  do  tom  quando  escaneadas.  Posteriormente,  os  quadros  são  organizados  de  acordo  com  as  marcações  e  inicia­se  a  seleção  de  cores.  As  histórias  em  quadrinhos  são  sempre  muito  coloridas,  mas  alguns  pontos  dos  quadros  são  escolhidos  para  escurecer,  com  hachuras  feitas com o próprio nanquim, de modo a direcionar o foco da imagem para o personagem  (Figura 2).

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Figura 2 Uso de hachuras contornando o personagem.

O personagem fixo na entrevista é a apresentadora, que não possui traços mais reais,  trata­se de uma figura ilustrativa efetivamente, que representa a presente estudante de modo  simbólico.  A  escolha  da  mesma,  sem  os  traços  reais,  é  uma  forma  de  se  inserir  como  personagem de fato e de padronizar a entrevista, a variação constante da fisionomia poderia  causar uma falta de reconhecimento em outras entrevistas. A variação acontece apenas na  posição da mesma (Figura 3).

Figura 3: A apresentadora

5 DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO  A entrevista em quadrinhos foi publicada no site do curso Jornalismo UFSJ. A pauta  escolhida está relacionada às práticas do curso, por se tratar de uma experiência de um dos  8

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professores.  A  temática  atende  ao  público­alvo,  uma  vez  que  motiva  e  informa.  Ao  representar  a  última  notícia  do  curso,  da  qual  os  alunos  estão  se  envolvendo,  de  modo  a  valorizar e reconhecer a área. A  HQ  foi  feita  em  duas  páginas  de  papel  A4.  Por  ser  relativamente  curta,  ela  focaliza  em  um  tema  sobre  o  qual  o  entrevistado  discorre.  Já  foram  temas  em  outras  entrevistas:  a  formação  do  Centro  Acadêmico,  o  estágio  em  uma  revista  e  em  uma  televisão, as oportunidades em eventos da universidade, e aqui destaca­se especificamente a  experiência de um pós­doutorado fora do país.  A temática ajuda na identificação e aceitação do público, que já possui interesse na  área  e  poderá  compartilhar  de  situações  similares  em  sua  vida  acadêmica.  Além  disso,  a  linguagem dos quadrinhos é rápida e direta e se aproxima da linguagem oral, uma vez que é  a  representação  de  uma  conversa,  uma  entrevista.  E  o  formato  visual  reforça  sua  atração,  por ser um texto diferente e interessante, podendo informar com imagens. 6 CONSIDERAÇÕES As histórias em quadrinhos permeiam a vida humana desde as primeiras leituras. É  raro encontrar um livro didático que não possua uma tirinha ou charge, e mais raro ainda  alguém que nunca tenha lido algum exemplo da arte sequencial, seja verbal, seja por apenas  imagens.  Ao  longo  dos  anos,  os  quadrinhos  provaram  a  sua  eficiência  em  manifestar  expressões e opiniões ou apenas fazer rir.  Porém, se tal ferramenta é capaz de manifestar uma posição, tal qual se observa nos  editoriais,  conforme  apontou  Nicolau  (2007),  por  que  não  pode  informar  em  igual  eficiência?  Os  quadrinhos  podem  e  devem  ser  percebidos  além  do  que  se  vê,  além  do  entretenimento e da ficção. A arte sequencial é mais que ilustrar, é também representação  da realidade e recorte tal qual é o jornalismo.  Um  recorte  da  percepção  do  jornalista  sobre  o  acontecimento.  Sendo  assim,  ainda  que com imagens recriadas, o Jornalismo em quadrinhos não perde em verdade e conteúdo,  e  por  isso,  deve  ser  revisto  como  ferramenta  para  a  comunicação.  Com  a  entrevista  em  quadrinhos, foi possível perceber a possibilidade de trazer para a realidade fatos do passado,  contextos e situações que poderiam ser perdidos no texto.  9

Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXII Prêmio Expocom 2015 – Exposição da Pesquisa Experimental em Comunicação

Ganhou­se  a  oportunidade  de  reconstruir  uma  realidade  que  não  poderia  ser  reportada  por  fotos  ou  vídeos.  Os  quadrinhos  são  uma  alternativa  para  recontar  histórias.  Como  cartunista  e  estudante  de  jornalismo,  a  pesquisadora  acredita  na  proposta  como  modalidade jornalística e com todos os requesitos que a prática reclama. Os quadrinhos são  uma forma divertida, interessante de se fazer o jornalismo.  Jornalismo este que, com a era digital, cobra cada vez mais recursos visuais. E fazer  entrevistas utilizando o método foi uma experiência que comprovou as potencialidades do  recurso e não representa nem um terço de todas as suas possibilidades. Fazer o Jornalismo  em quadrinhos é tornar literário os acontecimentos e dar criatividade ao fatos, sem que se  perca a sua veracidade. É dar cor ao que já foi acabado, e definição às palavras soltas no  pensamento. É a reconstrução que todo jornalista faz ao colher as informações diariamente,  mas em seu sentido original, daquele que reconstroi uma história. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS OLIVEIRA,  A.  P.  S.;  PASSOS,  M.  Y..  Joe  Sacco:  Jornalismo  Literário  em  quadrinhos.  XXIX  Congresso  Brasileiro  de  Ciências  da  Comunicação.  Brasília­DF,  de  6  a  9  de  setembro  de  2006.  Disponível  em:  .  Acesso  em:  16  set. 2014. SOUZA  Jr.,  J.  N.de.  Imagem  Narrativa  e  Discurso  da  Reportagem  em  quadrinhos  de  Joe  Sacco [Dissertação de Mestrado]. Universidade de Santa Catarina ­ Centro de Comunicação  e Expressão, Programa de Pós­Graduação em Jornalismo. Florianópolis, 2010. Disponível  em:  . Acesso em: 24 out. 2014. NICOLAU,  M..  As  tiras  de  jornal  como  gênero  jornalístico.  Revista  eletrônica  Temática.  08/02/2007.  Disponível  em:  .  Acesso  em:  7  out.  2014.

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