José Joaquim da Rocha e o patrimônio pictórico de Salvador: percursos interdisciplinares e métodos de estudo em uma pesquisa histórico-artística. Palestra Proferida no I Congresso do Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Imagem -Ninfa. 2016.

José Joaquim da Rocha e o patrimônio pictórico de Salvador: percursos
interdisciplinares e métodos de estudo
em uma pesquisa histórico-artística

Mônica Farias Menezes Vicente[1]
UNICAMP/IFBA


RESUMO

O presente trabalho é a estruturação, condução e resultados de uma pesquisa
acadêmica defendida em 2011 no Curso de Mestrado em Artes Visuais (MAV) da
Universidade Federal da Bahia (UFBA), inserido na linha de História da Arte
Brasileira (ênfase Norte / Nordeste). O objetivo é trazer a público como
uma temática, a princípio biográfica e artística, pode dialogar
multidisciplinarmente com métodos e didáticas para a obtenção de uma
pesquisa histórico-científica.
Tendo como objeto a pintura da Falsa Arquitetura elaborada por José Joaquim
da Rocha em Salvador, considerado o mais expressivo produtor desta
tipologia pictórica na cidade, bem como formador de uma escola de
discípulos que avançou até o século XIX, foi constituída através de uma
investigação histórica e científica para entender como este modelo de
pintura se projetou e se adaptou na cidade, uma vez que os prováveis
responsáveis pela formação matemático-geométrica desta técnica projetiva,
que exigia domínio de avançados estudos tratadísticos, reporta-se ao final
dos seiscentos e início dos setecentos. Neste contexto, além do resgate da
memória histórica e artística, foi necessário conhecer e reconhecer o
artista pela cidade, nas produções ditas saídas do seu pincel, painelistas
e de forros, sendo então elaborado um mapeamento atualizado da sua atuação
artística, respaldando-se, quando possível, nas fontes primárias, além das
historiográficas que, de certa forma, conduziram a uma caminhada
biográfica, social e profissional sobre o mesmo.
Utilizando-se como parâmetro a sua principal obra no modelo tipológico em
questão (Falsa Arquitetura), senda esta, a pintura do forro da nave da
igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, que representa a única
produção de forro documentada, buscou-se validar, ou não, outras pinturas,
tendo ditas de sua autoria, por possuírem um modelo figurativo e técnico
construtivo que se repete.
Ainda da árvore genealógico-artística oficinal do Mestre José Joaquim da
Rocha, alcançou-se a fundação da atual Escola de Belas Artes (EBA),
percurso até então não tratado pela historiografia, ou percebido pelas
pesquisas acadêmicas versadas sobre o tema.
Neste contexto, a descrição e análise de documentos e manuscritos, alguns
em caráter inédito, a análise de dados bibliográficos e historiográficos, e
a construção de hipóteses que alimentaram e propagaram a importante
presença deste artista na região, fez com que esta pesquisa reverberasse
como contributo importante para o preenchimento de lacunas historiográficas
acerca da história da arte na Bahia, e o (re)conhecimento e preservação do
patrimônio da cidade de Salvador.
PALAVRAS CHAVES: Pintura de falsa arquitetura. José Joaquim da Rocha.
Pintura baiana colonial. Patrimônio Pictórico de Salvador. Método de
Pesquisa.

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[1] Doutoranda em História da Arte pela UNICAMP com estudo sobre
Iconografia e Geometria nos Tetos em Falsa Arquitetura de Salvador. Mestra
em Artes Visuais pelo PPGAV/EBA/UFBA (2011) com a pesquisa A pintura de
falsa arquitetura em Salvador: José Joaquim da Rocha (1750-1850). Possui
especializações em Psicopedagogia pelo Instituto Brasileiro de Pós-
Graduação e Extensão da Faculdade Internacional de Curitiba -
FACINTER/IBPEX (2003); em Educação e Informática pela Faculdade Olga Mettig
– FACOMETIG (1999); e em Educação Estética Semiótica e Cultura pela
Faculdade de Educação da UFBA – FACED (1998). Possui graduação em
Licenciatura em Educação Artística com Habilitação em Desenho pela UCSal
(1995). (Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/4383727997002432