Juiz Federal do Texas Ordena que Advogados da AGU dos EUA Façam Curso de Ética Após Mentirem em Juízo (tradução)

May 26, 2017 | Autor: Mauro Filho | Categoria: Direito, Direito Constitucional, Moral, Ética
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Juiz Federal do Texas Ordena que Advogados da AGU dos EUA Façam Curso de Ética Após Mentirem em Juízo

Por MICHAEL D. SHEAR 19 de maio de 2016 © 2016 The New York Times

WASHINGTON - Um juiz federal do Texas, na última quinta-feira, ordenou que a AGU norte-americana providencie cursos de ética, dentre outras sanções, aos procuradores da AGU que fizeram sustentações orais no caso envolvendo os decretos do Presidente Obama sobre imigração.
Ele também intimou a União para juntar aos autos uma lista de 100,000 imigrantes que teriam entrado ilegalmente no país e que participariam do programa do governo que os protege da deportação.
Em uma decisão muito severa, o Juiz Andrew S. Hanen, da Corte Federal da cidade de Brownsville, acusou os advogados da AGU de mentirem em juízo durante a AIJ do caso. Diante da mentira dos advogados nas sustentações orais, além de ordenar que eles façam curso de ética, o juiz os proibiu de entrar em sua sala de audiência.
Ele também intimou a Advogada-Geral da União para apresentar, em 60 dias, um "plano extensivo" dizendo como ela pretende prevenir mentiras e comportamentos antiéticos, em juízo, dos advogados da AGU - além de comprovar nos autos que os advogados que mentiram em juízo sofrerão as devidas sanções administrativas.
A decisão também determinou que qualquer procurador da AGU, que queira comparecer em juízo, em quaisquer dos 26 estados onde foram ajuizadas ações para discutir o decreto presidencial, terá obrigatoriamente de fazer um curso de ética, de carga horária mínima de 3 horas, pelos próximos 5 anos.
"Claramente, parece-me que há falta de conhecimento e de comprometimento, por parte dos procuradores da AGU, sobre as responsabilidades de fazer parte da AGU e de advogar para a União perante uma corte", escreveu o juiz Hanen em sua decisão de 28 páginas.
Um porta-voz da AGU dos EUA pronunciou-se sobre o assunto, na quinta-feira, dizendo que "nós discordamos veementemente da decisão" – e se recusou a fazer quaisquer outros comentários.
O Juiz Hanen está no centro de um caso amargo que discute o destino do decreto presidencial de 2014 que pretendia fazer uma reforma do sistema imigratório. O estado do Texas e outros 25 estados ajuizaram ação contra o presidente por causa do referido decreto.
Os méritos do caso serão enfrentados pela Suprema Corte até o mês de junho. No entanto, o Juiz Hanen disse que, em sua decisão, ele se sentiu comprometido em punir o que, segundo ele, foi um comportamento ofensivo dos advogados da AGU que litigam no caso.
A rara condenação pública dos procuradores da AGU foi o resultado de a Administração do Obama ter descumprido uma ordem judicial anterior, de fevereiro de 2015, que suspendia os efeitos do decreto presidencial.
Durante vários meses após a decisão que tinha ordenado a suspensão dos efeitos do decreto, a Administração do Obama continuou a renovar os salvo-condutos de não-deportação e os alvarás de permanência no país para milhares de ilegais. De acordo com a decisão interlocutória, a Administração só poderia conceder os alvarás de permanência de dois anos que já estavam disponíveis antes do decreto.
A AGU, posteriormente, disse que a Administração do Obama teria cometido um erro e que teria anulado os alvarás de permanência de 3 anos de 100 mil pessoas. Todavia, o Juiz Hanem acusou os procuradores de tentarem, propositadamente, enganar o juízo.
Além das sanções aos procuradores da AGU, o Juiz Hanen intimou a União para trazer aos autos uma lista extensiva de todos os 100 mil imigrantes ilegais que receberam o alvará de permanência de 3 anos, incluindo-se "todos os dados pessoais como: nome, endereço, número do processo administrativo, telefone de contato - além das datas em que os alvarás foram emitidos".
O Juiz Hanen disse que a lista ficará em segredo de justiça até a Suprema Corte se manifestar sobre o caso. No entanto, disse, também, que, após a Suprema Corte julgar o caso, retirará o segredo de justiça de parte da lista e fará disponível aos 26 estados que também processam Obama por causa do decreto.
O juiz deu prazo até 10 de junho de 2016 para a União cumprir a decisão interlocutória – no entanto, a União poderá recorrer.
© 2016 The New York Times


Tradução de matéria publicada no jornal The New York Times, de autoria de Michael D. Shear. Diponível em: http://www.nytimes.com/2016/05/20/us/andrew-hanen-immigration-texas-court.html?_r=0

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