Lendo: Contribuições à História da Historiografia Luso-Brasileira.

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Contribuições à História da Historiografia Luso-Brasileira. Editora Hucitec.2014 Como destacam os organizadores Ana Rosa Cloclet, Fernando Nicolazzi e Mateus Pereira, a ideia deste livro nasceu durante o III Seminário Nacional de História da Historiografia, em 2009. O livro reúne algumas contribuições apresentadas no eventos e outras a partir de convites que visavam preencher o projeto do livro de dar uma amostra cronológica panorâmica das pesquisas em História da Historiografia realizadas no Brasil. Assim, o volume reúne artigos que vão desde estudos sobre a cronística ibérica do século XIV, as academias ilustradas do XVIII e o pensamento eclético setecentista até temas e autores dos séculos XIX e XX. O artigo que serve de prólogo para o volume é co-assinado por Mateus Pereira e Pedro Afonso Santos. Nele, os autores estudam as transformações no conceito "Historiografia brasileira" a partir de quatro notas de rodapé presentes em textos reflexivos de Capistrano de Abreu, Alcides Bezerra, Astrogildo Rodrigues de Mello e Sérgio Buarque de Holanda, cobrindo um recorte amplo que vai de 1878 a 1951. O texto parece sugerir que a formação do conceito de "historiografia" e sua incorporação polêmica pelos historiadores serviu como marca de distinção de um momento "universitário" da escrita da história no Brasil. Levanta ainda algumas hipóteses acerca do significado da permanência ambivalente do termo até os dias atuais no cenário brasileiro, pois ora designa a ciência da história e seus produtos, ora o campo de estudos especializado que se dedicaria à história das transformações dessa atividade, o que hoje tenderíamos a chamar de "história da historiografia". Por que, durante tanto tempo, não pareceu incomodar essa estranha sobreposição entre historiografia como designação da atividade do historiador e historiografia como o estudo específico dessa atividade? Os autores, muito cautelosamente, não propõem respostas definitivas, mas deixam boas sugestões. Por fim, o que parece unificar os quatro autores estudados é o uso da reflexão sobre a escrita da história como esforço pela definição da própria atividade historiadora, por isso, um dos temas fundamentais era a reflexão do que poderia ou não ser considerado "história" e "Historiador". Talvez não seja coincidência que a "história da historiografia" que hoje se constrói esteja menos preocupada com a delimitação dessas fronteiras, preferindo abordagens cada vez mais inclusivas. A explosão de subdisciplinas históricas parece ter deslocado o debate sobre definições legitimadoras para o interior das especializações, cada qual com sua "historiografia", aqui entendida como "estado da arte" e fundamentação. Mais uma razão, talvez, para a "história da historiografia" como uma especialidade continuar seu esforço recente de autoreflexão, o que passa, naturalmente, pelo pensar suas relações com as demais "historiografias". Se no momento moderno, como parece indicar o texto de Mateus e Afonso, o singular coletivo "historiografia" tendeu a

unificar "história", "escrita da história" e o "estudo dessa escrita", hoje essa conjunção, se não desapareceu, é cada vez mais difícil de produzir. Como serviço, segue o sumário do volume: Mutações do conceito moderno de História? Um estudo sobre a constituição da categoria "historiografia brasileira" a partir de quatro notas de rodapé (1878-1951). Pedro Afonso Santos & Mateus Pereira. Parte I A escrita da história na Idade Média, o modelo historiográfico do scriptorium de Afonso X e as compilações da Crônica de 1344. Bruno Gianez. A configuração do tempo nos textos da Academia dos Esquecidos: apontamentos sobre a historiografia luso-brasileira do século XVIII. Mara Rodrigues. Ilustração,História e Ecletismo: considerações sobre a forma eclética de se aprender com a história no século XVIII. Ana Rosa Cloclet Parte II A história entre a teologia e o direito pátrio: o poder do rei na historiografia portuguesa entre a segunda metade do século XVIII e meados do século XIX. Taise Quadros Silva A (im)possibilidade da escrita da história contemporânea: a História do Brasil de John Armitage e os brasileiros oitocentistas. Flávia Florentino Varella A crítica do fabuloso e a verdade histórica nos estudos de Francisco Adolfo Varnhagem e Joaquim Manuel de Macedo. Maria da Glória de Oliveira. Parte III Representação e distância: naturalismo, linguagem e alteridade na escrita de Os Sertões. Fernando Nicolazzi. Historicidade modernista: a brasilidade entre o passado e o futuro.

Daniel Faria. Uma história cordial: Oswald de Andrade leitor de Sérgio Buarque de Holanda. Henrique Estrada Rodrigues. Parte IV Da Casa Grande & Senzala à Coleção Documentos Brasileiros: Trincheiras e combates de Gilberto Freyre por uma nova história (1933-1943). Fábio Franzine Tal história, qual memória? Contribuições para pensar a escrita da história da historiografia no Brasil, 1940-1970. Rebeca Gontijo. Um tal João, um tal Francisco: disputas intelectuais e monumentalização da produção intelectual de Capistrano de Abreu e Oliveira Viana nos anos 50. Giselle Martins Venâncio & Ítala Byanca da Silva. Aproximações entre biografia e história - Raimundo Magalhães Júnior. Mariza Guerra de Andrade. Epílogo: Estudos de Historiografia: algumas possibilidade e desafios. João Miguel Godoy & Alex Degan Leia mais no Blog: http://valdeiaraujo.blogspot.com.br/

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