Levantamento de egressos do mestrado em educação tecnológica do CEFET-MG – mestres titulados dos anos 2005 a 2009 The egresses masters of technology course in education CEFET-MG – masters among years 2005 to 2009 João Bosco Laudares1 Felipe Freitas de Souza2
Resumo Este artigo objetiva apresentar dados e informações do mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG quanto aos seus objetivos, Linhas de Pesquisa e, especialmente, à sua demanda e ao levantamento de seus egressos. Por ser um curso em Educação, a demanda e a aprovação são, em sua maioria, de graduados na área de Ciências Humanas e o curso mais frequente é o de Pedagogia, seguido de graduações na modalidade licenciatura. Já na análise dos dados dos egressos, há aprovação da estrutura do mestrado e satisfação quanto à performance de docentes e orientadores. Fica evidenciado o sucesso no campo profissional, principalmente na docência superior e na pesquisa. Quanto à educação continuada, a aprovação em seleções para doutorado nas grandes universidades revela uma base consistente adquirida no mestrado. Essa base de dados constitui componente de avaliação pela Capes, a qual recomenda ações de acompanhamento das atividades dos mestres titulados. Palavras-chave: Mestrado em Educação Tecnológica; Levantamento de Egressos; Demanda.
Abstract 1 Professor do ensino médio/ técnico e superior dos cursos de graduação e mestrado em Educação Tecnológica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, também professor titular dos cursos de graduação e do mestrado em Ensino de Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
[email protected] 2 Pedagogo, mestrando no
This article presents data and information of the Master in Technology Education from CEFET-MG as to their objectives, research lines, and especially their demand and a survey of its graduates. Being a course in Education, the demand and approval are higher for the graduates in the area of Human Sciences. Although the Pedagogy course and graduation course in licentiateship are the most demanded courses. In the analysis of data from graduates, there is approval of the structure of the Masters and a satisfaction with the performance of teachers and mentors. It was evident success in the professional field, especially in teaching and research. As for continuing education approval in selections for the Ph.D. in major universities reveals a consistent basis acquired in the Masters. This database is part of evaluation by CAPES, which recommends accompaniment actions the activities of the certificated teachers.
Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica do Centro Federal de Educação Tecnológica
Keywords: Master in Technology Education; Egresses; Demand.
de Minas Gerais.
[email protected]
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| Recebido em: 07/07/2010 | Aceito em: 11/10/2010
Introdução Este artigo apresenta um levantamento dos egressos do mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG3 – MET4/CEFET-MG, compreendendo os mestres titulados a partir de 2005, ano do início da oferta de vagas desse mestrado. O levantamento executado encerrou-se ao final de 2009, ano no qual se implanta uma reestruturação curricular que será a orientação para o mestrado a partir do ano de 2010. Todo processo racional de base científica necessita de planejamento, operacionalização e uma avaliação para possíveis redirecionamentos. Acompanhar os egressos pode ser interpretado como uma possibilidade de implementar parâmetros avaliativos. Na educação básica e no ensino superior, é de competência dos setores pedagógicos e de orientação educacional se responsabilizarem por ações do diagnóstico da performance dos alunos e da pesquisa dos egressos aos cursos. No mestrado em Educação Tecnológica, coube ao coordenador, no período da elaboração do levantamento, e a um mestrando bolsista, ambos autores deste artigo, desenvolverem esse levantamento. A Capes5 tem exigido como importante item de Avaliação dos Programas de PósGraduação stricto sensu – mestrados e doutorados – o “levantamento de egressos” e de suas atividades após o término do curso, como um importante parâmetro de redimensionamento da estrutura dos cursos. A pesquisa realizada foi de natureza quali-quanti, privilegiando uma análise dos dados fornecidos pelos mestrandos pela técnica de preenchimento de questionário. Os dados tiveram uma apresentação por “tabelas” e “gráficos” com porcentagens, sem um tratamento específico matemático-estatístico com as ferramentas peculiares da pesquisa quantitativa.
O mestrado em educação tecnológica do met/CEFET-MG Bases na estrutura institucional O curso de mestrado em Educação Tecnológica está sediado na Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação, a qual se vincula diretamente à Diretoria Geral da instituição. O Programa é assentado numa base de grande tradição, ligada ao saber acumulado de uma instituição pública, criada na década de 1970, pela transformação em Centro de Educação Tecnológica, da Escola Técnica Federal, cuja origem remonta, por sua vez, à Escola de Aprendizes Artífices, surgida em 1909. Nesse sentido, o mestrado em Educação Tecnológica é um prosseguimento natural dos graus de verticalização na formação do profissional nessa área, conduzida pela instituição, que, há mais de 25 anos, vem oferecendo o ensino médio e o ensino superior de graduação. Desse modo, a concepção do mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG é ancorada numa base de cursos de graduação desenvolvidos desde a década de 1970, em áreas de conhecimento próprias à natureza de uma instituição do Sistema de Educação Tecnológica do país.
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Outro campo que se constitui em base fundamental para o mestrado em Educação Tecnológica é a formação de docentes para a Educação Profissional. A instituição possui experiência de mais de vinte anos com a formação de professores, em nível de graduação, para a Educação Profissional, atualmente estruturada como Programa Especial de Formação Pedagógica de Docentes, especialmente para as disciplinas da Educação Profissional Técnica de nível médio (LAUDARES et al., 2005). Com base no exposto, o atual mestrado em Educação Tecnológica funda-se na necessidade de: I. Formação de recursos humanos para os setores produtivos de serviços em Educação Tecnológica, baseando-se na competência crítica sobre as relações envolvendo sistema produtivo, ciência e tecnologia no contexto da globalização e da economia; II. Construção de uma nova didática para a Educação Profissional; III. Estudos sobre formação, qualificação e requalificação de trabalhadores nos níveis Básico, Técnico e Tecnológico; IV. Desenvolvimento de atividades de formação e pesquisa em tecnologia da informação e educação, com destaque para subáreas da educação a distância e informática e educação; V. Estudos sobre novas linguagens, epistemologia e história da ciência e da tecnologia no âmbito da Educação Tecnológica.
Objetivos e linhas de pesquisa Constitui finalidade do MET/CEFET-MG contribuir para o desenvolvimento da Educação Tecnológica, através da formação de recursos humanos e realização de estudos e pesquisas nessa área. Com base nessa finalidade, tem como objetivo formar profissionais com o seguinte perfil: I. Pensamento teórico-crítico no campo da Educação Tecnológica; II. Formação pedagógica para o exercício do magistério nos cursos da Educação Profissional; III. Exercício da pesquisa no campo da Educação Tecnológica; IV. Exercício profissional no setor produtivo e de serviços no campo da Educação Tecnológica; V. Formação do pesquisador em temáticas como ensino técnico e tecnológico, qualificação, requalificação profissional, educação a distância, informática e educação, história e filosofia da ciência e da tecnologia, currículos e programas na educação profissional, políticas para educação tecnológica. Entende-se, portanto, que a pesquisa deve estar comprometida com a realidade nacional, o que impõe a necessidade de aprimorar os meios para uma reflexão 94
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detida de professores e alunos sobre os temas que permeiam a agenda nacional de desenvolvimento econômico e social. Por essa razão, as iniciativas acadêmicas e a pesquisa deverão buscar refletir, de forma concreta, as questões nacionais e interagir com os modelos de formação, onde quer que eles ocorram. Baseando-se nesses pressupostos, as Linhas de Pesquisa do mestrado em Educação Tecnológica comprometem-se diretamente com a formação de profissionais da Educação Tecnológica capazes de realizar uma análise crítica das políticas públicas de Ciência e Tecnologia e de Educação, particularmente da Educação Profissional. Porém, além de comprometer-se com as demandas da sociedade, cabe ainda à atividade científica realizar uma metarreflexão6, colocando-se diante de questões que problematizem e desafiem as próprias reflexões dos cientistas sobre os pressupostos, os resultados, a utilização, o lugar, o alcance, os limites e a significação sociocultural da atividade científica. Resgata-se aqui a necessária dialética entre a pesquisa básica e a aplicada7, entre a produção de conhecimentos para o atendimento às demandas sociais e aquela voltada para a reflexão mais geral, sobre a atividade científica em si mesma e, ainda, sobre o ser humano e sobre o mundo. A par de tais preocupações e compromissos, pretende-se que os estudantes do MET/ CEFET-MG desenvolvam um espírito de investigação científica que lhes faculte o desenvolvimento de posturas e práticas investigativas diante do mundo e do saber, reconhecendo o conhecimento científico como racional, sistemático, analítico e sintético, cumulativo, explicativo – ainda que sempre falível, comunicável e aberto (BOURDIEU et. al., 2004). Os Grupos de Pesquisa dedicam-se a oferecer essa formação aos alunos dos mestrados, por meio de sua participação em atividades diversificadas: construção e desenvolvimento de projetos individuais e coletivos de pesquisa. Esses Grupos de Pesquisa são integrados à Diretoria de Pesquisa e Pós-Graduação e vinculados aos mestrados. Entre eles, com pesquisadores do MET, estão o Forquap (Grupo de Pesquisa em Formação e Qualificação Profissional), o Petmet (Pesquisa em Teoria e Metodologia do Ensino Tecnológico), o Progest (Programa de Estudos em Engenharia, Sociedade e Tecnologia), o Gematec (Grupo de Estudo de Metáforas, Modelos e Analogias na Tecnologia, na Educação e na Ciência), entre outros. A participação dos mestrandos nesses grupos faz-se de acordo com a linha de pesquisa do orientador e com os projetos em desenvolvimento pelos mestrandos. Desse modo, integram-se os diferentes pesquisadores sobre uma orientação em comum, fornecida pelo orientador e pelo Grupo de Pesquisa. Fundadas nesses pressupostos e buscando a consolidação de suas relações com o ensino técnico e de graduação, além da extensão, constituíram-se as atuais Linhas de Pesquisa do mestrado em Educação Tecnológica, que são: 95
Linha I - Ciência, Tecnologia e Trabalho: abordagens Filosóficas, Históricas e Sociológicas Esta linha de pesquisa tem como objetivo estudar as relações entre Educação, Ciência, Tecnologia e Trabalho a partir das perspectivas filosófica, histórica e sociológica. Destacam-se as seguintes temáticas: filosofia social; epistemologia e filosofia da ciência, da técnica e da tecnologia; ética na ciência e na tecnologia; estudos conceituais em trabalho, sociedade e tecnologia; história da técnica e da tecnologia; história da educação profissional e tecnológica. Palavras-chave: Filosofia, ciência e tecnologia. História, técnica e tecnologia. História da educação profissional e tecnológica. Trabalho, ciência, tecnologia e sociedade. Linha II - Processos Formativos em Educação Tecnológica Esta linha de pesquisa tem por objetivo estudar os processos formativos na área da Educação Tecnológica, nos âmbitos das instituições educacionais e empresariais. Focaliza questões da área no contexto socioeconômico e político-cultural, destacando: processos históricos e culturais, relação entre mudanças societárias, educação e mercado de trabalho. Palavras-chave: Trabalho e educação. Cultura institucional e organizacional. Transformações societárias. Formação profissional. Linha III - Tecnologias da Informação e Educação A pesquisa em Tecnologias da Informação e Educação investiga: Sistemas Instrucionais fundamentados em pesquisa nas áreas da psicologia cognitiva, inteligência artificial, cibernética e na instrumentalização de tecnologias recentes, com destaque para as de informática, multimídia, comunicação e afins, nos âmbitos da educação presencial e da educação a distância. Palavras-chave: Informática e Educação. EAD e Multimídia. Processos Cognitivos. Linha IV - Práticas Educativas em Ciência e Tecnologia Esta linha de pesquisa tem por objetivo estudar questões relativas ao Ensino da Ciência e Tecnologia, focalizando, principalmente, as seguintes temáticas: cognição e linguagem; ambientes de aprendizagem; analogias e metáforas; projetos e práticas educativas. Palavras-chave: Projetos e Prática Educativa. Ensino de Ciência e Tecnologia. Ambientes de Aprendizagem. Linguagem e discursos.
Clientela O MET/CEFET-MG, a partir de suas Linhas de Pesquisa que contemplam temáticas a envolver ampla abordagem na educação profissional, técnica e tecnológica, no ensino de ciências e tecnologia, na informática educativa, entre outras, não restringe a inscrição à sua seleção quanto à formação dos candidatos. Dessa forma, demandam o MET/CEFET-MG graduados do ensino superior em todas as áreas do conhecimento, sejam humanas, sociais, tecnológicas e exatas, como se pode constatar pelos dados seguintes, mas prevalecendo a área de Ciências Humanas.
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Tabela 1 – Área de conhecimento da graduação dos mestrandos do MET/CEFET-MG no período de 2005 a 2009. Área de conhecimento Ciências Humanas
Quantidade
Percentual
105
61%
Ensino de Ciências e Matemática
38
22%
Ciências Sociais
18
11%
Ciências Exatas e Tecnológicas
10
6%
TOTAL
171
100%
8
Fonte: Documentos presentes na secretaria de Pós-Graduação do CEFET-MG, Campus II.
Os cursos com mais mestrandos foram: Tabela 2 – Graduação dos mestrandos do MET/CEFET-MG no período de 2005 a 2009. Cursos
No de mestrandos
Porcentagem aproximada do total de mestrandos
Pedagogia
46
27%
Psicologia
21
13%
Letras
17
10%
História
12
7%
Matemática
12
7%
Outros
63
36%
TOTAL
171
100%
Fonte: Documentos presentes na secretaria de Pós-Graduação do CEFET-MG, Campus II.
Considerações sobre o conceito de egresso Não há um conceito bem-definido de egresso de uma instituição escolar, sendo que há, no âmbito educacional, uma divergência quanto à definição de egresso: enquanto alguns profissionais usam o termo egresso para referirse exclusivamente aos alunos formados, outros são claros ao abranger com essa denominação todos os discentes que saíram do sistema escolar por diferentes vias: diplomados, por desistência, por transferência, outros, por sua vez, entre essas categorias, incluem, também, a dos jubilados; uns poucos, porém, revelam não ter bem definido o conceito em questão (PENA, 2000, p. 14).
Giacaglia e Penteado (1994, p. 122 apud PENA, 2000), caracterizando o termo “pósescolar”, registram: ... a atuação do SOE [Serviço de Orientação Educacional] não se esgota, pois, ao final do período em que o aluno é entregue aos cuidados da escola. Daí, a importância de que se reveste o acompanhamento pósescolar (APE), atividade esta que o legislador explicitou como uma das atribuições privativas do Orientador Educacional. Como o nome
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está indicando, trata-se de manter contato com os alunos que já saíram da escola seja porque concluíram o curso, seja porque tenham se transferido para outro estabelecimento de ensino ou, ainda, por terem abandonado os estudos.
Na legislação anterior a atual LDB, não se encontra nenhuma referência a egresso. Já na LDB vigente, no Capítulo III, “Da Educação Profissional”, há uma referência ao termo egresso, o mesmo ocorrendo no Decreto 2.208 de 1997, quando são estabelecidos os níveis da educação profissional no seu artigo terceiro, deixando claro que a concepção de egresso se refere ao formado (titulado) num determinado nível, como se pode constatar: I - básico: destinado à qualificação, requalificação e reprofissionalização de trabalhadores, independente de escolaridade prévia; II - técnico: destinado a proporcionar habilitação profissional a alunos matriculados ou egressos de ensino médio, devendo ser ministrado na forma estabelecida por este Decreto; III - tecnológico: “corresponde a cursos de nível superior na área tecnológica, destinados aos egressos do ensino médio e técnico. (BRASIL, 1996)
No nível da Educação Profissional Técnica, nível médio de escolaridade, o acompanhamento de egressos tem recebido importante ênfase, com a realização de eventos científicos tais como o 1º Colóquio Internacional sobre educação profissional e evasão escolar, na Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FAE-UFMG), nos dias 28 e 29 de agosto de 2009. O objetivo desse Colóquio foi fortalecer um espaço de interlocução, debate, cooperação e socialização de conhecimentos produzidos por grupos e pesquisadores, nacionais e internacionais, sobre o tema9. Uma iniciativa da Secretaria de Educação Média e Tecnológica (SEMTEC/MEC) foi o desenvolvimento e a implementação de um Sistema Nacional de Acompanhamento de Egressos (STEG), com o objetivo de se ter levantamento atualizado da atuação dos ex-alunos da Rede Federal de Ensino Técnico. Entretanto, não há ainda uma política e programas efetivos para acompanhamento de egressos na educação brasileira. No trabalho de Pena (2000), indica-se que, em sua revisão bibliográfica para a pesquisa de mestrado, ocorreram poucos trabalhos na temática de egressos relativos a diagnósticos, bem como de levantamentos de dados relativos a esses egressos. A definição de egresso tem sido de difícil formalização, conforme Pena (2000) e Giacaglia e Penteado (1994) apontam. Para este artigo, considera-se egresso o mestre que conseguiu defender com sucesso o mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG. Não foram contemplados os mestrandos que desistiram ou foram “jubilados”, isto é, mestrandos que não conseguiram integralizar o curso nos prazos estipulados pelo Colegiado, que determina normas referenciadas em legislação da Capes e do Conselho Nacional de Educação (CNE).
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Indica-se ainda que o mestrado em Educação da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) efetivou um levantamento, em 2009, de seus mestresegressos nos últimos cinco anos que subsidiou a presente pesquisa. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em visitas aos cursos e Programas de Pós-Graduação stricto sensu, tem solicitado um estudo dos egressos dos cursos como item de avaliação10. O levantamento dos egressos do MET/CEFET-MG foi realizado com dois objetivos: I. Subsidiar os debates para futuras reestruturações do Projeto de Curso; II. Apresentar à comissão de avaliação da Capes, em visita futura ao MET/ CEFET-MG, dados sobre a atuação dos seus mestres no campo profissional.
Levantamento de dados dos egressos do met/CEFET-MG, mestres titulados de 2005 a 2009 Primeiramente, levantaram-se as questões a serem pesquisadas e o tipo de dados a serem coletados. Procedeu-se, então, enviando um formulário digital aos mestres formados e uma parcela muito reduzida devolveu os mesmos preenchidos. Para se conseguir um número maior de respondentes, novamente foi enviado o formulário digital, juntamente com contatos telefônicos e comunicação, em rede, através dos colegas que haviam respondido para aqueles que ainda não haviam enviado o formulário. Com esse trabalho intensivo, chegou-se a 58 questionários respondidos, o equivalente a, aproximadamente, 40% dos mestres formados, dado que se considera relevante11. Indicamos as dificuldades desta pesquisa em obter maior porcentagem de respostas devido a mudanças de endereços e de atuação profissional que dificultaram uma contínua relação com o MET/CEFET-MG. Seguem-se os principais resultados alcançados: I – Dados dos mestrandos: Gráfico 1.1 – Cidade e Estado onde residem.
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Gráfico 1.2 – Sexo
Gráfico 1.3 – Formação universitária/tipo de formação.
Gráfico 1.4 – Ano de entrada no programa.
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Gráfico 1.5 – Ano de conclusão.
Os gráficos acima indicam a prevalência de indivíduos do gênero feminino, residentes na cidade de Belo Horizonte-MG ou em cidades próximas a Belo Horizonte. Muitos questionários respondidos são de indivíduos que ingressaram entre os anos de 2004 e 2006, permitindo a apreensão de questões consolidadas no mestrado ao longo dos anos. II – Avaliação do mestrado: Gráfico 2.1 – Atendimento das Expectativas Pessoais.
Gráfico 2.2 – Habilidades Adquiridas.
Gráfico 2.3 – Saberes adquiridos.
Gráfico 2.4 – Preparação para a vida profissional.
Gráfico 2.5 – Organização Curricular.
Gráfico 2.6 – Disciplinas Obrigatórias.
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Gráfico 2.7 – Disciplinas optativas.
Gráfico 2.8 – Tópicos especiais.
Gráfico 2.9 – Orientação na dissertação.
Gráfico 2.10 – Infraestrutura.
Gráfico 2.11 – Interação com colegas.
Gráfico 2.12 – Interação com professores.
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Gráfico 2.13 – Interação com funcionários.
Gráfico 2.14 – Eventos promovidos pelo programa.
Gráfico 2.15 – Nota global para o mestrado.
Segundo o Gráfico 1.3, em sua maioria, os respondentes do questionário cursaram licenciatura. Tal indicativo é importante ao refletir sobre a avaliação do MET: dispondo de ferramentas avaliativas e da formação visando à licenciatura, esses indivíduos avaliaram positivamente o desempenho do MET. Essa avaliação é condicionada segundo as diferentes trajetórias dos egressos durante sua pós-graduação. Por fim, indica-se que somente na questão sobre Infraestrutura (Gráfico 2.10) o MET não foi avaliado com o melhor quesito. A aprovação global do mestrado (cf. Gráfico 2.15) é, concretamente, uma avaliação que toma o MET como uma experiência de formação acadêmica exitosa.
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Gráfico 3.1 – Pretende ingressar no doutorado?
Gráfico 3.2 – Em qual área pretende fazer o doutorado?
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III - Doutorado:
40 30 20 10 0 Sim, nos próximos dois anos (34)
Sim, nos próximos cinco anos (10)
Sim, mas sem previsão (6)
Não, ao menos por enquanto (2)
Não respondeu (6)
Gráfico 3.3 – Onde pretende fazer o doutorado?12
Gráfico 3.5 – Em qual área faz o doutorado?13
12 Esta questão permitia mais de uma resposta. 13 Todos os doutorandos estão vinculados à UFMG e ainda não concluíram o curso. 14 A pergunta teve dois momentos: um presente e um futuro.
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Gráfico 3.4 – Está cursando doutorado?
Gráfico 3.6 – O assunto da tese tem/terá relação com o tema da dissertação?14
As questões quanto ao doutorado visam a indicar a participação e a intenção de participação dos egressos nos diferentes programas de pós-graduação. Como indicado, sete egressos estão cursando o doutorado (cf. Gráfico 3.4), sendo que vários deles têm interesse em dar continuidade a sua formação acadêmica (cf. Gráfico 3.1). Essa série de gráficos visa a dar visibilidade à busca por formação dos egressos, sugerindo a criação do doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação Tecnológica – visto que a demanda dos egressos centra-se no estado de Minas Gerais, local de residência da maior parte dos mesmos, como visto no Gráfico 1.1.
Conclusões A questão de pesquisa proposta limitou-se a levantar, com a técnica de preenchimento de questionário, dados e informações dos mestres formados no mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG, aqui denominados egressos do mestrado. A análise foi quali-quanti, privilegiando a descrição dos dados em tabelas e gráficos, utilizando-se de porcentagens sem um tratamento de ferramentas estatísticas e matemáticas refinadas e peculiares de uma pesquisa, especificamente, quantitativa. Da análise dos dados e informações obtidas, pode-se depreender as seguintes considerações quanto a efetividade do MET/CEFET-MG: Uma análise dos dados obtidos pelas respostas dos egressos pode ser sintetizada na eficiência e eficácia do MET/CEFET-MG. A eficiência se manifesta pelo desenvolvimento – o processo – quanto à aplicação da matriz curricular: a oferta das disciplinas, a objetividade das Linhas de Pesquisa, o trabalho dos docentes-pesquisadores no ensino e na pesquisa. A eficácia – a obtenção dos resultados – pode ser interpretada pelo sucesso dos mestres formados no campo profissional: seja na sua atuação, isto é, principalmente a inserção no ensino superior (muitos deles na docência, outros na gestão acadêmica); seja na formação continuada, isto é, a continuidade da pósgraduação stricto sensu, em cursos de doutorado. O presente levantamento de egressos constitui, portanto, importante instrumento para pensar o impacto do MET na sociedade, sua participação na formação e como espaço privilegiado para pesquisadores, bem como fornece alguns subsídios para pensar a pós-graduação em sua trajetória e em suas necessidades de aprimoramento.
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Referências AQUINO NETO, Francisco Radler de. O Quadrante de Ruetsap e a anti-ciência, tecnologia e inovação. Química Nova, São Paulo, v. 28, suplemento, p. S95-S99, nov./dez. 2005. BOURDIEU, Pierre et. al. Ofício de sociólogo: metodologia da pesquisa na sociologia. Petrópolis: Vozes, 2004. BRASIL. Ministério da Educação e Cultura, Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília. Diário Oficial da União. Brasília, DF. 23 dez. 1996. Seção 1, p.27833-27841. Disponível em . Acesso em 1.6.2010. GIACAGLIA, Lia R. A.; PENTEADO, Wilma M. A. Orientação educacional na prática: princípios, técnicas, instrumentos. São Paulo: Pioneira, 1994. LAUDARES, João Bosco et al. O Programa de Mestrado em Educação Tecnológica do CEFET-MG. Educação & Tecnologia, Belo Horizonte, v.10, n. 1, p. 7-11, jan./jun., 2005. PENA, Monica Diniz Carneiro. Acompanhamento de egressos no âmbito educacional brasileiro: análise da situação dos diplomados nos cursos de Engenharia Industrial – elétrica e mecânica – do CEFET-MG, no período de 1983 a 1994. 2000. Dissertação (Mestrado em Tecnologia – Área de concentração em Educação Tecnológica) – Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2000.
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