LIVRO RARO-OBJETO EM MUSEU CASA A HISTÓRICA: O CASO DO MUSEU PLANTIN-MORETUS

July 31, 2017 | Autor: Gauz Valeria | Categoria: Information Science, Museums, Rare books
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GT T 9 : Museu, Patrimônio e Informaçãoo

LIVRO O RARO-OBJJETO EM MUSEU U CASA A HISTÓRICA A: O CASO DO O MUSEU PLANTIN L -MORETUS O

VALERIA GAUZ, MUSE EU DA REPÚ ÚBLICA Resu umo: Os prrimeiros livvros impresssos na Euroopa a partirr da impresssão de Guttenberg porr voltaa de 1450 são, hoje, coonsideradoss raros, sejaa por seu vaalor intrínseeco ou extríínseco. Suaa impoortância pod de ser histórrica, cronológica, de coonteúdo, ouu são considderados com mo “objetoss museealizados”, já que podem existir e ter valor apenas porr sua aparênncia física. A pesquisaa preteende mostraar que essess livros são patrimônio de biblioteecas, mas taambém de m museus. Porr meioo da literatuura relacionnada a musseus casas históricas será retrataado o caso do Museuu Planttin-Moretuss, criado em m 1555, considerado o mais impportante esp paço preservvado comoo museeu da tipografia desde meados doo século XIIX, onde allgumas salaas foram maantidas taiss comoo no século o XVII, com prensas (duas das quais aindaa hoje exisstentes, do ano 1600),, bibliooteca e, priincipalmentte, documen ntação arquuivística ím mpar no muundo. Discuute-se, entree outroos, a questãão da autentticidade verrsus representação de tais museus.. Por fim, parece p claroo que o caso apreesentado poode ser con nsiderado qquase exceção no univverso de muuseus casass p da cassa como eraa históóricas no que tange nãoo a representtação, mas a preservação de uma parte no passado. Afiinal, ao conntrário do caso c aqui estudado, fáábricas antiggas são, noormalmente,, demoolidas e suaas máquinaas destruídaas. Graças ààs práticas da família Plantin-Mooretus e doo comppromisso daa cidade da Antuérpia quanto à coontinuidadee de um tem mpo e espaçço, o museuu foi ppreservado. Nesse univverso, o livvro raro-patrrimônio encontra a caasa ideal nãão mais em m uma biblioteca, mas em um m contexto museológico m o que o manntém, desdee o seu nasccimento, noo mo local. mesm Palaavras-chavee: Livro raroo. Museu caasa históricaa. Autenticidade. Patrim mônio. Musseu Plantin-Moreetus. RARE BOOK - OBJEC CT IN A HIST TORICAL HOUSE MUSE EUM: THE CASE OF TH HE PLANTIN N-MORETU US MUSEUM M Absttract: The first books in the worrld printed from movaable metal type, t whosee Europeann appearance is credited c to Johannes J G Gutenberg inn about 1450, are todday relatively rare andd valuaable, either because off their intrinnsic or extriinsic characcteristics. Shheer chronoological agee and aartisanship add value, as a do the hiistorical impportance off the work an nd its conteent. Printedd bookks are someetimes regaarded almosst like a museum m object, apprecciated for thheir beautyy alonee. The research aims to t show thaat these books are thee heritage of o libraries but also off museeums. Throough literatuure related to historicc houses museums m thee case of thhe Plantin-Moreetus Museuum, created in 1555, will w be portrrayed. Plan ntin-Moretuss, founded as a publicc instittution in thee nineteenthh century, is i generallyy regarded as a the most important museum off Euroopean typoggraphy in thhe world. Several room ms have beeen preservedd exactly ass they weree in thhe seventeeenth centuryy, includingg presses dating d from m 1600, and d the museeum housess archiival docum mentation unnmatched worldwide. w In this pieece I also take up thhe question,, amonng others, of o authenticcity versus representatiion in histoorical museuum exhibitiions. In thee    

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histoory of businness or mannufacturing,, one typicaally finds a representaation of the past ratherr than its preservvation. Old factories get g torn doown and their machines and other contentss t to thhe practicess of the Planntin-Moretuus family annd the com mmitment off destrroyed. But thanks the ccity of Antw werp, we have in this museum m actuual continuiity from thee past, with unchangedd spacee. In this universe, u a patrimony p of rare boooks is in an n ideal hom me, not in a library, ass mighht be expectted, but in a museum context c wheere the objeccts remain in i the same location inn whicch they weree born. words: Raree book. Hisstorical housse museumss. Authenticcity. Heritag ge. Plantin-M Moretus Keyw Museeum.

1 Inttrodução m bibliotecaas, podem eventualmen e nte se transsformar em m Livros raaros, normaalmente em peças de museuus. Prensas artesanais do século XVI, X por meio m das quuais esses liivros foram m mo objetoss musealizados. Livro, tipografia,, imprressos, podeem igualmeente ser aprreciadas com bibliooteca e musseu são as matérias m dessta pesquisaa, que caractteriza o livro o raro comoo objeto. O estudoo das tipoloogias de muuseus se connstitui em pesquisa p rellativamentee recente naa Museeologia inteernacional. Há informaação relevaante na literratura de museus m casass (e termoss simillares) para, por analogiia, falar de um u tipo difeerente de museu m casa histórica. h No que diz respeitto a museu us, a questãão da autennticidade veersus a reinnvenção doo passaado nos esppaços museaalizados em merge como forma de se s questionaar até que pponto o quee está sendo expo osto nessas instituiçõess reproduz ou represennta dada sittuação, essaa ou aquelaa vida.. P retus para além do espaço dee O preseente estudoo pensa o Museu Plantin-Mor repreesentações e de museu casa históriica, dada a autenticidad a de do qual é revestido. 2 Livvro Raro co omo Patrim mônio: algu umas noçõees básicas Desde o surgimentoo da impreensa na Eurropa, há maais de 500 anos, e aoo longo doss temppos, não exiiste fórmulaa única paraa se determiinar o que torna t um liv vro raro quee sirva paraa todoss os temposs e lugares. Seja por seu conteúdoo, por seu aspecto a físico, por ser importantee para a história, por ter perttencido à peessoa de renome ou poor ser a dem manda maioor do que o    

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númeero de exem mplares exisstentes no mercado, m fatto é que a raaridade de um u livro, muuitas vezes,, se addequa ao espaço e e aoo tempo, em mbora hajaa critérios universais. u O estabeleccimento dee conceitos e criitérios de raridade r au uxilia no enntendimento do livro raro (mannuscrito ouu q represen nta para quaalquer país. imprresso) comoo bem culturral, como paatrimônio que A noçãoo de patrimôônio, emboora seja anteerior ao Iluuminismo, com c este tooma feiçõess concretas com vistas v à forrmação de um u patrimôônio comum m da humannidade, em oposição à p da monarquia m d Antigo Regime do R (a Revolução R F Francesa foii ideiaa de tradiçãoo vigente, própria a cerrtificação doo valor dessses bens porr meio do Museu M do Louvre L e suaa função de repositórioo das oobras úteis à humanidaade). Esses bens estão relacionadoos a monum mentos, préddios e, maiss tardee, a cidades, bairros e centros histtóricos, cadda vez mais voltados para p a sua saalvaguarda,, incluusive a dos bens b naturaiis (PEIXOT TO, 2000). No sécullo XIX, obsserva-se, noo ocidente, contínua prreocupação com a neceessidade dee proteeção e presservação dee patrimônnios nacionaais como forma f de estabelecer e referênciass cultuurais de maaneira maiss duradouraa. Essa preeocupação pode ser observada o t também noo surgiimento de museus m naciionais, de innstitutos hisstóricos volttados ao esttudo de nacionalidadess e em m outras inicciativas. Parra exemplifi ficar, no Braasil temos a criação daa Biblioteca Nacional e Públiica da Cortee, a formação do acervvo (hoje bibblioteca de obras o raras)) do Museu D. João VII e a biblioteca do o Museu Naacional, todaas do séculoo XIX. Mais adiante, no sééculo XX, os monum mentos tambbém tiveram m destaque e, no casoo brasiileiro, a arqquitetura coolonial, assiim como o legado doos jesuítas e a produção artísticaa mineeira passaraam a ser coonsiderados patrimônioo histórico e artístico.. Aqui, as décadas dee 19300 e 1940 evvidenciaram m discussões sobre o processo p dee construçãoo da nação (CHUVA,, 20099). Em 19377 foi criadoo o Serviço do Patrimôônio Históriico e Artísttico Nacionnal (Sphan),, o mesmo noome: hoje Instituto do Art.. 1º. - Constiitui o patrimôônio históricco e artístico nacional o conjunto c doss benss móveis exiistentes no P País e cuja coonservação seja s de intereesse público,, querr por sua vin nculação a ffatos memorááveis da histtória do Brasil, quer porr seu excepcional valor arqueoológico ou ettnográfico, bibliográfico b ou artístico.. [...] (SPHAN, 19980, p.111).

   

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Talvez pela p primeirra vez, com mo política de Estado, o patrimônnio bibliogrráfico tenhaa mo parte de um conjunto de diretrizes que visavaam à idenntificação e sido citado com A ser elevvado à cattegoria de patrimônioo conseequente prreservação de bens nacionais. Ao nacioonal, o livroo presumidaamente raro iria adquiriir visibilidad de no âmbitto da socieddade civil, a fim dde ser valoriizado e, porr consequênncia, preservvado para ass futuras geerações. A Constiituição da República R F Federativa d Brasil, dee 5 de dezembro de 19988, em seuu do Art. 23, III, estaabelece ser competência comum dda União, dos d Estados, do Distrito Federal e dos M Municípios “proteger os o documenntos, as obraas e outros bens b de valoor históricoo, artístico e cultuural, os monnumentos, as a paisagenss naturais nootáveis e oss sítios arquueológicos” e no artigoo 216 considera como c patrim mônio cultu ural brasileiro os bens de naturezaa material e imaterial,, dualmente ou o em conjuunto, como obras, objjetos, docum mentos etc.. (BRASIL.. tomaados individ Consstituição, 19988). Assim m, entendem mos que, appesar da mudança m de nomenclatuura, o livroo raro continua a ser contempplado (embbora ainda im mplicitamennte e sem muitas m especcificidades)) na quualidade de documentoo, acervo hisstórico e/ouu bem culturral. Várias áreas á do connhecimento o, em especcial as Ciênncias Humaanas, convivvem com o conceito de pattrimônio, coonsiderandoo seus conttextos própprios e neceessidades innerentes. A Museeologia, po or exemplo,, vive um período dee patrimoniialização dee bens cultturais maiss expreessivo desdde a década de 1990. Pesquisas P como a de Tamaso T sob bre o que see denominaa “patrrimônio” assinalam, atéé mesmo, uma u “mudannça de classe” dessa quuestão, por assim a dizer,, antess apenas da elite, dos monumentos m s e grandes heróis e agora também m das classes popularess e de culturas in ntangíveis (LOWENTH ( HAL, 19988 apud TAM MASO, 2012), tornanndo-se maiss sociaal. Já na Bibblioteconom mia de Livrros Raros, a década de 1980 trouxxe algumas definições,, emboora discussõ ões teóricass sobre a co onceituaçãoo de raridadde ainda ten nham longo caminho a percoorrer. Uma daas abordageens possíveeis à questão do patrrimônio é a partir doos aspectoss museeológicos, relacionand r do o termo à memóriaa e, portan nto, à histó ória que, poor sua vez,, tambbém contribuui para a formação da identidade i d uma naçãão. de Em sua análise soobre o assuunto, Tamaaso (2012, p.28) conttesta, sob a ótica daa Museeologia, qu ue o patrimônio, o povvo e o lugaar possam ser associaados automaticamente,,    

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“poiss os patrimôônios não sãão naturalm mente referêências identiitárias de um m povo, nem m temporall nem espacial; nãão são naturralmente heerança cultuural, nem doocumento daa história ....”. A autoraa mencciona o exeemplo do processo p dee registro no n Livro de Ofícios e Modos de Fazer doo Instittuto do Paatrimônio Histórico H e Artístico Nacional (IPHAN) da Viola de Cocho,, perteencente tantto ao Mato Grosso G quan nto ao Matoo Grosso doo Sul. Como esssas ideias sse aplicam aos a critérioss de livros raaros? Realmennte, não há uuma relação o única e innconteste enntre patrimônio, povo e lugar. Issoo plificado em m determinnadas coleçõões de livrros antigos que se enccontram noo podee ser exemp Brasiil, cuja assoociação com m nosso paíís e povo é quase nulaa. Nem por isso perdem m a aura dee raro ou deixam de ser patrrimônio. Deetalhando, podemos p ciitar livros europeus e daa impressãoo m do século s XV até o iníciio do sécullo XIX) qu ue, mesmo não sendoo artesanal (de meados d história do d nosso paaís, possuem m característticas que oss tornam differentes doss repreesentativos da demaais e registrram, seja em m suas págin nas, encadeernações ou marcas de propriedadee, a históriaa do livvro no munndo. Para um m país cuja tipografia ooficial se in nstalou somente em 18008, ou seja,, poucco mais de três t séculos após o advvento da tippografia na Alemanha, A e até esse ano a possuíaa apennas duas livrrarias na cappital (Rio dee Janeiro), receber r umaa bibliotecaa real e ser detentora d dee tantoos livros artesanais antiigos, ainda que estranggeiros, o cooloca em paatamar diferrenciado, see compparado a paaíses com hiistórias sim milares. Podeem não ser todos raross, mas são eespeciais naa qualiidade de paatrimônio bibliográfico b o – emboraa não necessariamentee patrimôniio históricoo brasiileiro. Aqui, fazemos a distinçãão entre paatrimônio histórico h (nno caso, brrasileiro) e patrim mônio bibbliográfico, sendo este último, no nossoo entendim mento, o livro l cujass caraccterísticas físicas f correespondam às à da impreensa artesan nal (podenddo ter impoortância porr outroos motivos, igualmentee). Se, por um u lado, nãão se pode associar a patrrimônio, poovo e lugar em e todos oss casos, porr s considerrada verdadeeira quandoo se trata dee outroo, a associaçção patrimôônio-povo-luugar pode ser patrim mônio históórico brasilleiro. Estes são os livrros impressos no Brasil cujas carracterísticass intrínnsecas e ex xtrínsecas estão e relaciionadas ao país e quue são reprresentativoss para essaa socieedade. Os liivros raros sobre s o Braasil impressoos em outroos países, juuntamente com aqueless

   

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relevvantes aqui no país im mpressos (taambém conhhecidos porr Brasilianaa), compõem m o acervoo caraccterizado coomo patrimôônio históricco. Quandoo Lygia da Fonseca Feernandes daa Cunha dessenvolveu critérios c de raridade naa (entãão) Biblioteca Nacionaal a partir dee uma situaação emergeencial especcífica nessaa Instituiçãoo nos pprimeiros anos a da déccada de 19880, levou em e conta oss critérios universais u e os locais,, regisstrando-os de d forma geral, g sem especificida e ades. Esses critérios serviram s dee base paraa todoss os demaiss desenvolvvidos e até o momentoo, com alguumas variaçções, se enccontram noo web site da Bib blioteca com mo documennto básico ppara consullta por partee de outras bibliotecass (http://www.bn.br/planor/ddocumentos..html). Não nos cabe, no m momento, discorrer d dettalhadamennte sobre crritérios de raridade, r noo m regisstrar critérioos desenvolvvidos por in nstituições ccom acervoo Brasiil ou no extterior, ou mesmo raro. Todavia, ressaltamos r que essa caategoria de livro tem relevância r t tanto por seeu conteúdoo p do bibliógrafo b e professorr quannto pela sua forma. Nessse sentido, ao fazermoos uso das palavras de biibliografia da Brown University U sobre um lugar ideal para p os livrros raros, vemos v estess comoo um quase objeto de museu: m Assim como oss museus, nós colecionaamos os objjetos originaais a fim dee T nossoo lugar deveesse ser algo o melhor conheceer os seus siggnificados. Talvez d História. Compartilham C mos algumass entrre bibliotecass, museus e a profissão de caraacterísticas comuns e adicionam mos nossa própria connvicção daa impportância de algo que see sustenta poor si só, o liivro (ADAM MS, 1984, p.. 200).

c dee livreiros e bibliografias podem m Ressaltanndo que o apoio bibliiográfico, catálogos m livro raroo, Cunha reegistrou, paara uso de projeto p com m embaasar novos critérios paara tornar um livros raros na Biblioteca B N Nacional e consultoriaa a outras biibliotecas do d país, crittérios já em m uso na Seção de d Obras Raras. R São esses: os primeiros livros imprressos no mundo, ouu X e XVI; impressões i VIII até 1720; ediçõess incunnábulos, dos séculos XV dos séculoss XVII e XV de tirragem pequ uena e/ou poucos p exem mplares dispponíveis no o mercado; edições esppeciais, porr exem mplo, ediçõees de luxo para p bibliófiilos; edições clandestinnas ou esgottadas; exem mplares com m marccas de proprriedade signnificativas (assinaturas ( s, anotaçõess, ex-libris etc.) e ou enccadernaçõess de luuxo; e exem mplares com m dedicatórrias de pesssoas ilustrees (CUNHA A, 1984 appud GAUZ,,    

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19911). Assim, há h edições raras r e há exxemplares raros. r No seegundo casoo, evidenciaa-se o valorr (cultuural ou finaanceiro) quee pode estar presente em m cada objeeto físico. Observa--se, para livros brasileeiros (e o m mesmo se passa no exterior), e um ma falta dee unifoormidade coom relação às datas lim mites para o estabeleciimento de raridade r de impressos,, por exemplo: e para a Funddação Biblio oteca Nacioonal, 1841; para o Arq quivo Nacioonal, 1899.. Podeendo ser visto, v em princípio, como daddo negativoo para um ma área em m fase dee estabbelecimentoo (na realidaade, uma suubárea, a Biiblioteconom mia de Livrros Raros), nesse caso,, a aussência de paadronizaçãoo pode apen nas refletir como c o espaaço é variávvel a se connsiderar. Daa mesm ma forma, o tempo inflluencia a raaridade de liivros: livross armazenaddos no acerrvo geral háá 50 annos podem ter seu stattus elevado à categoria de raro hojje porque, por p exemploo, seu autorr se toornou pessooa pública e aquele exemplar é especial, de algum ma forma (ddedicatória,, encaddernação dee luxo etc.).. Conform me visto, nãoo apenas dee conteúdo vive um liv vro raro. Háá livros em formato dee lequee; outros sãão como as venezianas atuais. Ilusstrações, paapel e tipogrrafia são motivos m paraa olharres diferenttes na direeção de cerrto livro, pois p até meados do século s XIX X, antes daa indusstrialização dos processos gráfiicos, um livro l artesaanal pode ser objetoo digno dee aprecciação. Detterminadas característiicas não teextuais de um impressso podem tornar um m exem mplar objetto de interresse, transscendendo seus similares. No livro raro, há certoo “rom mpimento” com c o livroo convencio onal, ainda que não perca p sua fuunção de leeitura e atéé mesm mo proporccione novas leituras, ad dquirindo outras o funçõ ões e linguuagens variaadas. Nessee sentido, o livro raro r pode seer uma autêêntica peça dde museu. Há, de fato, f casos especiais, e onde o o livroo raro é resssignificado como peçaa de museu,, h Museuu comoo os livros da bibliotteca da oficcina tipogrráfica Planttin, do sécuulo XVI, hoje Planttin-Moretuss (Antuérpia, Bélgica). Aqui, valle dizer, as variáveis tempo t e esppaço quasee inexiistem em algumas a sallas. Nesse museu, há o tempo dos d séculoss passados e o tempoo preseente; o esppaço, por vezes v manttido como originalmeente concebbido, convvive com a modeernidade prresente nas tecnologiass eletrônicaas e ações educacionai e s. O museuu foi casa e foi tiipografia, coomo os dem mais da épo oca, onde apprendizes aiinda jovens viviam e apprendiam o    

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ofícioo da impresssão. É essee museu, onntem casa e oficina, hojje história, que se irá observar o noo preseente texto. 3 O Museu Ca asa Históricca e aproxim mações com m o Museu Plantin-M Moretus1 Dentre as a diversas tipologias de museuus encontrad das na liteeratura, o m museu casaa históórica (com suas varianntes terminológicas poossivelmentte conceituaais: museu casa, casaa museeu, casa hisstórica e museu m casa histórica) sse adequa às à caracteríísticas encoontradas noo museeu ora estu udado. Os encontros para discuussão dessaa tipologia de museuu no Brasill ocorrreram por iniciativa i d Profa. Magaly da M Cabrral (hoje diiretora do Museu M da República), R , quanndo dirigia o Museu Caasa de Rui Barbosa. Em 1997, em m Gênova, a primeira conferência c a internnacional discutiu o tem ma “museuu casa histórrica”. Desd de 1998, o comitê c espeecífico paraa esse tipo de innstituição (Demhist, ( ou o demeurees historiquue) do Inteernational Council off M) vem se aprofundanndo nas queestões relativas a essass casas musseus, sejam m Museeums (ICOM paláccios ou caseebres. O ponnto de partidda em buscaa de uma deefinição parra museu caasa históricaa surgiiu nesse meesmo 1997 e especificaava, entre outras o caraccterísticas, “a “ relação indissolúvell entree

o

espaaço

e

s seu

conteúúdo,

entree

palácio/casa/apartaamento

e

coleçõess

perm manentes/móóveis/elemeentos decoraativos fixoss” (PAVON NI, 2001, p.17), p que reflete r umaa preoccupação com m a integriddade do locaal. Não noss detivemoss, durante as a leituras para esta pesquisa, p naa análise de d possíveiss diferrenças concceituais entrre os quatro o termos enncontrados que são utiilizados pella literaturaa relatiiva a essa categoria c dee museu. Po onte (2007), no entantoo, distinguee “casa musseu” (termoo utilizzado pelo auutor) e “cassa histórica””, no sentiddo de que esta pode nãão necessariiamente serr uma casa museuu. Pinna (2001) já reg gistrara que a casa histtórica é um m museu úniico, porquee crescce por meio de móveis e coleções originais doo mesmo peeríodo. m a vida de um m indivíduo é o que meelhor caractteriza o quee Se “a ideeia de se musealizar vem a ser uma casa museuu” (DOCTO ORS, 2010,, p.41) e dee acordo coom as ideias de Pinna,,                                                    A nãão ser quand do houver cittação, optamo os pela denoominação “m museu casa histórica”, com mo registram m traballhos de Portu ugal, do Braasil e de outrros países cittados na pressente pesquisa, por ser o termo maiss abranngente e refleetir mais proxximamente o caso estudaado, na nossaa opinião.  1

   

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podeemos considderar o Planntin-Moretuus um museuu casa históórica, confoorme será viisto. Cabrall (2001) também se refere a esse tipo de museu como umaa fusão entrre prédio, coleção c e a pessooa que lá viveu. do e o público em um museu m casa: Outra auutora observva essas articculações enntre o privad O espaço e da caasa traz inseerido nele a vida de seu u proprietáriio e de seuss fam miliares, que ali viveram m por tempo longo ou curto c e consstruíram um m espaaço com usoos e significcados próprios. Abrangee também ass teias extraa fam miliares com mposta de amigos, vizinhos, neegócios e empregadoss (SC CARPELINE E, 2012, p.[[2]).

No preseente texto, ampliamos a a noção do pessoal/única pessoa para p o pessoal/família,, oi a casa daas famílias Plantin e Moretus, M cu ujo primeiroo membro da d segundaa uma vez que fo nro de Planntin. Da meesma formaa, ampliamoos a ideia de casa paara local dee famíllia era gen trabaalho concom mitante, poiss que o pesssoal e o proffissional aí dividem o mesmo m espaaço físico. Naturalm mente, o Museu M Planttin-Moretuss possui as funções básicas b de um u museu:: preseervação, peesquisa e comunicação c o, mas tam mbém é um ma casa e local l de traabalho quee perteenceu a um ma mesma família f e foi f preservaada em tod dos os seus aspectos (mobiliário, ( , docuumentação arquivística a , prédio, biiblioteca, officina tipoggráfica etc.); tem impoortância nãoo apennas local, mas m mundiall na históriaa da produçção gráfica da Europa e da histórria local daa Holaanda; é espaaço público; foi designaado museu desde d que passou p a inteegrar o âmbbito públicoo locall, ou seja, houve h intençção de se preservar p a memória. m “A A memóriaa pessoal, reeflectida noo espaçço privado, transform ma-se em memória m coolectiva, o espaço pessoal tornaa-se espaçoo públiico, procurrado por quem q pretennder chegaar ao íntim mo de uma certa perssonalidade”” (PON NTE, 2007,, p. 6)

- noo caso, de várias v persoonalidades da d mesma família. f Aléém disso, o

museeu tem um atuante a corppo de pesquuisadores, prromove e produz p conhhecimento científico. O Planttin-Moretuss é claro exemplo e daa reflexão dde Doctorss (2010, p.50): “os museus-casa m a form mam uma tippologia de museu m extrem mamente am mpla e diversificada”. O tema da d conferênncia de 2011 do ICOM M/Museus Casas C Histó óricas, organnizado peloo Museeu Plantin-M Moretus e pelo Gassbbeek Castle, na Antuérrpia, foi deedicado ao “Teatro daa Históória”, à anállise do quannto a interprretação desssas casas hiistóricas e suas coleçõees reinventaa o passsado “e esssa reinvençção e tentativa de ´peggar o espíritto´ da casa é sempre ddeterminadaa    

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pelo tempo e espaço e dentrro do qual o intérprette atua” (C CATCHING G, 2012, p.77). Um doss a o entre auteenticidade e tópiccos principaais se desennvolveu ao redor da quuestão do antagonismo reinvvenção. J Pine e James Gilmore, exp plica que o conceito c dee Um dos palestrantess, citando Joseph contiinuidade esttá bastante relacionado o ao de auttenticidade, porque aquuilo que o visitante v dee museeu percebe como c sendoo autêntico está e relacionnado à verd dade: Paraa ser real, oss museus devvem confronntar esses dois padrões para p todos oss seuss artefatos, prédios p e expperiências: issso correspo onde à verdade? É o quee diz que é? [...] De acordo com c essa aboordagem, é possível fallar em [umaa [ coisa] falsamente real. Seria interessantee coissa] realmente falsa ou [uma coleetar exemploos de casas históricas qu ue são realm mente falsas, falsamentee reais, falsamentee falsas e reaalmente reaiss (VAN ME ENSCH, 20112, p.14).

Van Messch (2012) afirma, aindda, que em uma casa histórica h muusealizada, a mediaçãoo mpre presen nte, pois o espaço e não é o original. É uma cassa que passo ou por um processo p dee é sem interppretação e o que see apresentaa é a sua representaação. Fazenndo uso ddo conceitoo foucaaultiano de heterotópiaa – dialéticaa entre espaçço físico oriiginal e espaço enquannto um locall sociaalmente connstruído -, o autor leembra que esses espaaços possueem mais camadas c dee signiificados do que pode ser s apreendiido inicialm mente (algo que se aprooxima de um ma utopia).. Seriaa o caso do museu m aquii estudado? Segundoo a publicaçção Conceiitos-chave na n Museolo ogia (2013,, p.57), o conceito c dee e física e concceitual, de uma u coisa dde seu meioo museealização reemete à “opperação de extração, naturral ou cultuural de origeem, conferindo a ela um u estatuto museal – issto é, transfformando-aa em m musealium ou musealiia, em um “objeto de museu” quue se integrre no camppo museal”.. Todaavia, empreegamos o teermo com outro o sentiddo, pois os objetos e espaços e aoss quais noss referrimos permaanecem em seu meio orriginal, messmo tendo sido s mais tarrde musealiizados. A transfformação daa casa tipoggráfica dos Plantin-Mo oretus em museu m nos meados doo sécullo XIX se insere no contexto europeu e de uma certaa perpetuação de celeebração dass tradiçções do anncien régim me (apesar de d a Revollução Franccesa, em 1789, ter deemarcado a destrruição do an ntigo regim me na Françça). As artees, estátuas e espaços públicos seerviam paraa esse fim com prrecisão.    

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[...] os subsídioss do governoo assumiram uma importâância crescennte, no exato o mento em quue os artistass valorizavam m sua autonoomia recém-ddescoberta e mom denuunciavam a contínua subserviênci s a da alta cultura c ao Estado e à sociiedade. ... As autoridadees públicas construíam eddifícios goveernamentais,, preffeituras, musseus, biblioteecas e universsidades ...” (MAYER, 19987, p.191).

No caso do Plantin--Moretus, é possível quue não se precise ressignificar a forma f comoo ( não “foi ocupada”) ao se transsformar em m museu em m a parrte históricaa da casa see manteve (e meaddos do sécu ulo XIX, ppois apenas permaneceeu como erra. Lá, inveenta-se ou imagina-see poucco para reeconstruir uma u histórria, pois essa e se mostra m em sua quasee inteireza.. Natuuralmente, o museu nem n por issso deixa de possuir seus s espaçoos interprettativos, tãoo comuuns nessas instituições. i . Menezess (2002) queestiona se o museu é um ma forma de d reproduziir o mundo e a vida ouu uma forma de reepresentá-loos. O museuu belga, acreeditamos, não n reproduzz o que era,, na medidaa n foram transportada t as de um luugar para ouutro. Seria, então, umaa em qque as salass originais não repreesentação, algo a que fooi reapresenntado, ou seeja, apresenntado novam mente – o que q implicaa dizerr que, num m dado mom mento, estevve ausente?? Não é o caso, pois os objetoss sempre láá estivveram. Há o que sempree existiu. m museus é ampla. Emb bora não sejja tema a seer discutidoo A questãão da repressentação em momento, obbservamos que há muiito a ser exxplorado enttre o que siignificou noo passado a no m repreesentação da d construçção das pátrias em museus noo século XIX X - quee visava à repreesentação das memóriaas nacionaiss, conformee dito acimaa -, e o quee pode repreesentar, porr exem mplo, as mobilizações m s sociais e iniciativaas popularees manifesttadas nos museus daa atuallidade. Nesse seentido, umaa das noçõees possíveis de autentticidade (TR RILLING, 1972 apudd NÇALVES, 1988) noss é particulaarmente adequada, pois tem maiis a ver com m o que é,, GON realm mente, do quue com o modo m como se apresentta (esses con nceitos se aplicam a aos seres e aoss objettos). Autennticidade está relacionaada ao origginal, como o uma auraa que caraccteriza algoo comoo único e estabelece um ma relação genuína coom o passaddo (similar a alguns livvros raros).. Gonççalves aplicca essas ideiias de singu ularidade aos chamadoss patrimônio os culturais..

   

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O filósoffo, ao se refferir ao objeeto-testemuunho, talvez não soubessse que tam mbém estavaa mo raro, quual seja, a se reeportando a um dos critérios que categoorizam um livro com proceedência: Na medida em que se integrra no sistemaa cultural atuual, o objeto antigo vem,, do fundo do passado, signifficar no presente a dimennsão vazia doo tempo. [...]] s fato de que o objeto tenha pertencido a allguém célebrre, poderoso,, O simples connfere-lhe valo or (BAUDRILLARD, 19 997, p.84-85, grifos do auutor).

4OM Museu Plan ntin-Morettus e sua hiistória2 No livroo raro antigoo, a fundam mentação dee sua raridaade está ligaada aos primórdios daa onado anterriormente, cujos c aspecctos físicos o tornaram m imprrensa, artesaanal, conforrme mencio mais forma e menos m conteeúdo ou, peelo menos, ttão forma quanto q contteúdo. De acordo a com m Barreeto (2007), na evoluçção dos meios de com municação, a escrita fooi a grandee revoluçãoo emprreendida peela humaniddade, quandoo comparadda à cultura auditiva triibal, pois fraagmentou a conscciência noss espaços onde o muitass vozes eram m ouvidas ao mesmo tempo, em mbora tenhaa dadoo à humaniddade um connjunto de traaços culturaais visuais, em contrapartida. A tippografia se,, por uum lado, aparentemen a nte “terminou” com as a duas cultturas anteriiores (a oraalidade e a escrita) – de faato coexistiuu e coexistte até o preesente -, po or outro, poossibilitou uma u amplaa mpo e no esspaço. multiiplicação doos discursoss e a padronnização de teextos no tem É nesse contexto tiipográfico de d sua origem que forram produzidos livros a partir dee métoodos de imppressão hoje quase ineexistentes – a não ser pelas pouccas editorass artesanaiss aindaa em funcioonamento. A utilização de papel feeito a mão, de d fontes deesenhadas e esculpidass em chumbo c por artistas, a etapa e de envvio dos imppressos paraa que encadeernadores fiinalizassem m a obrra, tudo issoo é parte doo universo de tipógrafo fos habilidosos. Dentree estes profiissionais daa arte da impressãão do sécullo XVI, Christopher Plantin é doss mais conhhecidos, cujjo conjuntoo ondições de seu tempoo docuumental foi preservadoo a ponto dee permitir o entendimeento das co com precisão.                                                   2 Este e item mescla anotações de viagem coom outras foontes de inforrmação.     

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McMurtrrie (1997, p.389) p resssalta que muito m do quue se sabe de d Plantin é devido à manuutenção de sua oficinaa, aparatos, registros manuscritos m etc. O autoor, igualmennte, fornecee uma breve históória desse tiipógrafo, quue acabou por p se tornaar conhecidoo também como c editorr gurar imortaal nos anais da manufattura do livro o”. e, como tal, “fig Christop pher Plantin3 era francês da região de Tours e começou a vida, aindaa na França,, A e encontrou n Huys derr Liefde (´Família de Amor´, na A seitaa comoo encadernaador. Já na Antuérpia, secreeta cujos membros, m inntelectuais e comercianntes, pregavvam a tolerrância e o misticismo) m ) apoioo financeirro para se tornar im mpressor. Na N realidadee, Plantin deixou a oficina dee encaddernação peela impossibbilidade de continuar a manusear os o pesados equipamenttos após serr severramente maachucado poor engano. Por voltaa de 1550, o rio Schelddt ou Escaldda (nasce no o nordeste da d França, corta c a partee oestee da Bélgicaa e desembooca no Mar do Norte/suudoeste da Holanda) era e o princippal porto daa regiãão e rota com mercial do noroeste euuropeu. A Antuérpia, A e então em exxpansão, tinhha cerca dee 100 m mil habitanttes; aí, Planntin encontroou terreno fértil f para deesenvolver sua oficina.. Em temppos de intollerância reliigiosa, o prootestante suul da Holandda se enconntrava sob o m lado, o tiipógrafo im mprimia paraa a Igreja (ee em cartass católlico domínio espanhol.. Se, por um para seus proteetores juravva fidelidadde ao Catoolicismo), por p outro, secretament s te, também m m localidadee próxima. Por ironia,, contrribuía para a abertura de uma tippografia prootestante em sua m mais famosaa publicaçãoo veio à luzz como provva de devoçãão ao rei Feelipe II: a maior m ediçãoo de um ma bíblia po oliglota feitta no séculoo XVI, em oito o volumes. Isso rend deu a Plantinn, em 1568,, o apooio financeiiro do rei, o título honoorário de arqquitipógrafoo e o monoppólio de im mprimir paraa a meetrópole e su uas não pouucas colôniaas – garantiindo recordde de volum mes impressoos, atingidoo novaamente só no n século XIX. X Por connta de perccalços religiiosos, mudo ou-se para Leiden L e láá tornoou-se tipógrrafo da univversidade, onde o estabelleceu a prim meira oficina tipográficca científicaa do nnorte holanddês (e ondde, mais tarrde, um dee seus genrros, Francisscus Rapheelengius, see transsformaria no primeiro tipógrafo de d livros em m árabe, além a de torn nar-se o mais m famosoo imprressor de livvros sobre Contrarrefor C rma dos entãão Países Baixos). Ao morrer, Plaantin deixouu                                                     No catálogo da biblioteca háá um retrato de Plantin, de 1588, aoss 74 anos, co om inscriçãoo de seu neto o Francciscus Rapheelengien. Asssim, a data de nascimennto do tipóggrafo pode teer sido 15144 (ROOSES,, 1909)). O tipógraffo morreu em m 1589.  3

   

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fortuuna para a família, f bem m aproveitaada por toddos. Seu ouutro genro, Jan Moretuus I (1543-16100), assumiu a tipografiaa da Antuérp pia (de nom me Compassso de Ouro)), a ele senddo creditadoo o suucesso da oficina o por 300 anos, pois em seu s testameento estipulou que o filho maiss capaccitado, não o mais veelho, ficariaa responsáveel pelo neggócio. O moodelo foi reepetido porr quasee dez gerações (NAVE E, 2004). pher foi o prrimeiro de uma u “dinasstia” de tipóógrafos, atu uando no meesmo local,, Christop m famosos por três séculos. s Appesar de auutodidata, é consideraado o maiss que se tornaram brilhhante impresssor da seguunda metadde do século XVI, pelaa qualidadee e quantidaade de seuss produutos. Uma de suas notórias imppressões foi a do map pa das connquistas de Alexandree Ortellius, de 15570: Theatrrum Orbis Terrarum. Foram 7.3300 cópias e a primeeira edição,, someente, teve qu uatro tirageens, para ateender a dem manda (NAV VE, 2004). Consideranndo que, atéé o sécculo XVIII, era comum m que tipógrrafos e apreendizes trab balhassem 15 1 horas porr dia, e quee Planttin tinha prrivilégios reeais conceddidos pela Espanha, E nãão é difícil imaginar que, q por 344 anos, de 1555 a 1589, o tippógrafo imp primiu 2.4550 títulos, com tiragenss de aproxim madamentee mil ccópias por vez. v Um feitto para a época. Conform me dito, a Plantin P se seguiu seu genro g Jan Moretus M I na n Compassso de Ouroo (imprimiu de 14 489 a 1610)), mas foi o filho de Jaan I, Balthaasar I (de 16 610 a 1641), irmão dee M II, que teve destaque, poor ser um inntelectual, por p sua amizzade com o humanistaa Jan Moretus Lipsiius e com o artista Ruubens, por dar d continuiidade à imppressão de livros para católicos e proteestantes e, principalme p ente, por terr vivido na idade do ouro o da Anttuérpia. Segguiram-se a ele B Balthasar II (filho de Jaan II) e o nobbre Balthasar III, que imprimiu i dee 1674 a 16996. O séculoo XVIII tevve, por algguns anos, a viúva Annna-Maria de Neuf à frente doss negóócios. Seus filhos, peqquenos aindda, e a mortte prematurra de Balthhasar III acaabaram porr revellar uma ótim ma adminisstradora. Fooi nesse sécculo, no enttanto, que a tipografia se tornariaa hobbby da famíliia por algum mas décadass. O último livro da Co ompasso de Ouro foi im mpresso em m 18666 por John Edward Mooretus (180 04-1880), quuando a ofi ficina é venndida para a cidade daa Antuuérpia (ROO OSES, 19099).

   

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O Plantiin-Moretus é o primeiro museu a constar daa lista do Programa P M Memória doo Munndo da Unessco4. Por ele, desde meados m do século s XVII, passaram m tipógrafoss, revisores,, aprenndizes e escultores e d fontes tipográficas de t s (embrião das que hoje se coonhece em m compputador). Su ua origem remonta a 1576, locallizado no mesmo m préddio onde haabitaram oss mem mbros da faamília de Christopher C r Plantin, seu s genro John Moerrentorf ou Moretus e desceendentes, e onde funccionou com mo oficina tipográfica até 1876. Nesse messmo ano, a cidadde de Antuuérpia, com m ajuda do governo beelga, adquirriu a mansãão com toddas as suass posseessões e a trransformouu em museu público, tenndo sido aberto em agoosto do ano seguinte. A casa das famíliaas Plantin e Moretus trransporta o visitante paara o séculoo XVI, com m suas paredes esscuras revestidas de couro c decorrado com dourado. d Em m contrastee, o jardim m internno de estiloo renascentissta convida para rápidaa pausa antees das salas de exposiçãão no andarr superrior. A atm mosfera é de d luxo, taalvez adquiirido após as benessees reais esppanholas e,, posteeriormente, com casam mentos profíícuos, especculações fin nanceiras e a nobreza conquistada c a aindaa no final dos d seiscenttos. Apesar de não deppenderem da d oficina para p viver jáá no séculoo XVIIII – a famíllia Moretus era das maais ricas do sul da Holaanda -, man ntiveram exxcelência naa arte da d impressãão durante tooda a sua ex xistência. A parte da casa onnde funcionaa a oficina permanecee como nos séculos XV VI e XVII:: d impressãão com suaas prensas (as duas mais m antigass do mundoo datam dee fundiição, sala de 16000), sala/pequuena loja onnde estão armazenadas a s as fontes tipográficas, a sala dee revisão dee textoos impressoos, a livrariia (onde era escoada a produçãoo) e o escriitório princcipal. Essass caraccterísticas conferem c aoo museu um m caráter dee unicidade espaço-tem mporal comoo a nenhum m outroo. Internacionalmente, continua a ser, comoo diz Nave (2004), a meca de tiipógrafos e amanntes de livroos, por se diistinguir doss demais doo gênero. A casa é toda decoorada com objetos o de arte valiosoos, tapeçariias, móveis e quadros.. Desdde 1876 um ato governaamental prootege esse patrimônio p d qualquer mudança de de d propósitoo e, em m 1997, poor decreto do ministrro da Cultuura flameng go, o museeu foi tombbado comoo

                                                    A noção n de patrrimônio munndial é do sééculo XX, foormada ao lo ongo de reunniões internaccionais, cujo o objetiivo é a proteeção de herannça comum a todos.  4

   

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patrim mônio histórico. Desdde então, recebeu r divversos prêm mios de recconhecimennto por suaa impoortância. Além daas prensas, lá l se enconttram matrizzes, gravuraas, desenhoss, pinturas e livros, em m m meados do d século XVI, X descannsam cerca de 25 mill impressoss cuja biblioteca, criada em 00, 638 mannuscritos dos séculos IX X ao XVII e 154 incunábulos (NA AVE, 2004).. anterriores a 180 O m museu possuui uma das mais antiggas biblioteecas mantid das no mesm mo local desde d a suaa criaçção. Não se admira quee a coleção de d livros hooje raros ediitados pelas famílias seeja das maiss expreessivas. Forram 300 anoos de ´Trabalho e Perseverança´ – o motto daa oficina – imprimindo i o livros das Ciências Humannas e Naturrais, quanddo a Europaa se preparava para a Revoluçãoo Cienntífica e a geração g de novos con nhecimentoss marcava singular s moomento na história daa humaanidade, agora mais gloobalizada. As coleçções de livvros e mannuscritos são particullarmente im mportantes por várioss motivvos: É a mais com mpleta coleeção de im mpressos produzidos pela Oficinaa Planntiniana. Esttima-se que 90% de tuddo o que fooi impresso pode ser láá encoontrado; a cooleção de imppressos anterriores a 18000 de outras tiipografias daa Antuuérpia é exxtremamente importante; a coleção de trabalhoos europeuss imppressos fora da Antuérpiia (incluindoo incunábuloos e pós-inccunábulos) é interrnacionalmeente famosa; e uma coleção de maiss de 638 mannuscritos do o sécuulo IX ao XVIII, inclusiive relevantees cópias de manuscritoss medievais,, assim como valiiosa coleção de cartas (N NAVE, 2004, p.88).

s quasee vinte mil itens, com m A coleçãão de gravuuras (a buril e as xiloogravuras) soma mplares de mestres doos séculos XVI X ao XV VIII e dos grandes arttistas da éppoca, comoo exem Rubeens, Tuymaans e outroos. Mesmoo após se tornar t musseu, em meeados dos oitocentos,, contiinuou a adqquirir trabalhhos de artisttas locais anntigos, hojee armazenad dos na Sala de Gravuraa Munnicipal – esppaço que fiigura entre os cinquennta mais impportantes do d mundo, conforme c o guia do museu. m impressos com foontes e innstrumentoss Muitos dos livross hoje raaros foram feccionados na própria casa de Plaantin. Essass fontes se encontram guardadas na n pequenaa confe (antigga) loja quee se segue à sala das prrensas, na realidade um ma sala com m prateleirass protegidass por vidro v e aram me entrelaççado contenndo pacotess com fontees/letras alffabéticas, numéricas n e    

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outraas (para ponntuação etcc.), de tamaanhos diversos, esculpiidas e conffeccionadas na própriaa tipoggrafia, guarddadas em paacotes - alguuns ainda com c a embalagem origiinal. Esses pacotes p nãoo foram m vendidos e permaneecem no meesmo armárrio de origem desde oss séculos XVI X e XVII.. As fo fontes em hebraico sãoo as mais anntigas que se s conhece.. As salas retratam r as práticas daa época, assim com mo parte daa história soocial e cultural do cotiddiano de um ma oficina tippográfica. Como see não bastassse a importtância dessees livros, sãão os arquivvos do Planttin-Moretuss a parrte de seu accervo que mais m impressiona, por ser s o único no n mundo a ter docum mentos sobree os baastidores daa impressãoo, por assim m dizer, doo século XV VI a meadoos do XIX, ou seja, o arquiivo de umaa empresa sem interruupção (infoormações soobre quem imprimiu, número dee exem mplares porr tiragem, quem com mprou, o preço p e qu uando as trransações ocorreram), o , reconnhecido pello Memóriaa do Munddo da Unescco como paatrimônio mundial. m Essses são oss mais antigos doocumentos relacionado os à tecnoloogia da imppressão, aléém de valiooso recursoo m de mill para o estudo daa cultura occidental. Conformes daados obtidoss durante a visita, são mais n de coleções c arqquivísticas e duas centeenas de paccotes e caixaas contendoo regisstros, igual número anotaações em pergaminho sobre a hisstória do huumanismo, da d Contrarrreforma, da vida local,, especcialmente para p a histórria da Holannda, como dito, d e da teecnologia dee impressãoo – tudo em m perfeeito estado de conserrvação. Há catálogos, invoices, inventários, cartas, coontratos dee casam mento, testaamentos, doocumentos pessoais p e faamiliares, e outros papééis. Quando Huyssen (11996 apud RANGEL, 2007) se refere r ao museu m tanto como umaa mara mortuáária do passado” – aí in ncluído o essquecimentto – quanto um lugar de d possíveiss “câm ressuurreições (aainda que contaminad c das pelos olhos o do prresente), ob bservamos que talvezz pouccos lugares ressuscitem m com tantaa fidelidade uma casa de quase 5000 anos quanto a casaa das ffamílias Plaantin e Morretus. Aqui,, o limite enntre a preseença e a ausência é tênnue, dada a fideliidade preseente. O esppaço não appenas dá vida aos moortos, mas a um ampllo contextoo editoorial, na meedida em quue capitaneeou a constrrução, com outras pouucas casas tipográficas t s simillares, da hisstória da tippografia no mundo. Essse patrimônnio não é soomente dos mortos quee ali habitaram, h nem n apenass dos vivos que o visiitam ou daq queles que continuam a produzirr conhhecimento em m seu nomee.

   

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Mas nem m só de paassado vive o museu. Renovaçõees ocorreram m no salão de leitura,, pção, increm mentos foraam feitos na n infraestruutura educaacional e tecnológica,, audittório, recep além m de salas paara exposiçção e outrass melhorias.. A exposiçção permaneente, no enttanto, é fiell ao paassado; é a identidade da oficina nos n seus prrimórdios. Em E sintoniaa com os proopósitos doo museeu, a Plantin Associatiion funcion na como um m centro de estudos daas artes gráfficas, tendoo por oobjetivo diffundir, por meio da pesquisa, p asspectos do desenvolviimento do livro e dass ilustrrações imprressas. 5 Coonsideraçõees A noçãoo original de patrimôniio, como uttilizada no direito rom mano (reuniião de benss uiridos) se faz presentee por comppleto no casoo estudado,, herdaados por deescendentes, e não adqu ondee o museu literalmente l e se perpetu uou por umaa linha de herança. h Em m versão siimplificada,, talveez possamoss dizer que patrimônio p seja o conjuunto de benns cujos valo ores sociaiss e culturaiss são rressignificaddos a partir de um proccesso de recconhecimennto coletivo, não obrigaatoriamentee a paartir de um ma relocaçãoo. Fica, iguualmente, claro c para nós que coonceitos uttilizados naa Museeologia connstituem reecurso impo ortante parra discussões sobre o livro raroo-objeto naa Bibliioteconomiaa de Livros Raros. Bem maais do que significar a memóriaa de duas famílias f dee tipógrafoss, o Museuu Planttin-Moretuss significa uma u memórria coletiva, de cidade, de nação e de mundo, dada a suaa singuularidade e interdiscipllinaridade para p o meioo editorial, principalme p ente, mas taambém pelaa sua aarquitetura, seus objettos-testemuunho e docuumentos cuuidadosameente preservvados pelass famíllias até meaados dos oiitocentos, quuando foi trransmutadoo em museuu. Ao mesm mo tempo, o livro raro-objeto o de museu aí localizado se transfforma e adqquire a auraa de raridadde universall talveez mais do que q os seus similares. Cem anoos antes da revolução científica c quue faria doss periódicoss o suporte favorito dee disseeminação daa informaçãão científicca, foram os livros de Plantin (enntre outros,, em escalaa menoor) que mellhor reproduuziram as prráticas que reconfiguraavam, entãoo, as ciênciaas na época,, questtionando o conhecimennto medievaal, baseado nos escrito os gregos e romanos. Ao A longo dee 300 anos, a seus descendente d es deixaram m a marca dda excelênciia “impressa” pelo funndador, mass    

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tambbém criandoo o que Horrta (2010) denominou d e espaço palim mpsesto – este e era um manuscritoo em ppergaminhoo com váriaas camadas de escrita -, ou seja, o museu casa c como um espaçoo museeológico co om textos e discursoss diversos, além de planos p de realidade r suuperpostos.. Retornando ao conceito c de heterotópiaa de Foucauult, o Plantin n-Moretus é, é atualmentte, um locall sociaalmente connstruído na parte moderna, mas jamais j deixxará de ser, igualmentee, o espaçoo físicoo original do século XV VI, “realmente real” (ou o que maiis se aproxiimar dessa noção). n t com mo em nenh hum outro,, estão preesentes, em m No Musseu Plantin-Moretus, talvez matééria e espíritto, aqueles que deram substância, por três sécculos, à mais importannte estruturaa que se s conhece hoje para a impressãoo de livros raros artessanais. Talvvez se possaa ampliar a ideiaa de museu casa histórrica (onde o pessoal e o profissioonal, no caaso, dividem m o mesmoo espaçço físico) para p museuu casa com mercial históórica – o que, q para nóós, reflete com maiorr exatiidão a perso onalidade doo museu bellga.

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