LOGISTICA AMBIENTAL: A ECOEFICIÊNCIA COMO PRÁTICA ESTRATÉGICA NO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA INDÚSTRIA MARIZA ALIMENTOS LTDA

June 8, 2017 | Autor: Paulo Cesar Gimenes | Categoria: Meio-Ambiente
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LOGISTICA AMBIENTAL: A ECOEFICIÊNCIA COMO PRÁTICA ESTRATÉGICA NO PROCESSO DE GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DA INDÚSTRIA MARIZA ALIMENTOS LTDA Amanda Cristina Nogueira de Carvalho1 Elionay Pereira Peniche2 Randerson Nathaniel Carvalho Silva3 Renata Quemel4

RESUMO No mundo atual a preservação ambiental é de extrema importância para o desenvolvimento sustentável. Portanto, buscou-se através desta estudo teórico desenvolvido na Indústria Mariza Alimentos acompanhar o gerenciamento e destinação final dos resíduos dentro do seu processo de produção. O objetivo foi de analisar como a ecoeficiência contribui para a minimização do uso dos recursos naturais e a redução dos impactos ambientais. O método de pesquisa utilizado foi do tipo exploratória com abordagem de padrão qualitativo. Ao final da pesquisa foi constatado que a empresa em questão aplica uma gestão alinhada com o sentido concreto da ecoeficiência porém, vale dizer, de forma descentralizada. Considerando isto, buscamos apresentar como opção a integração entre os processos e as atividades para que haja uma melhor efetividade nos processos da organização. Palavras – Chave: Logística Ambiental. Eco eficiência. Gerenciamento de Resíduos. Sólidos.

1 INTRODUÇÃO Na sociedade em que vivemos cercados de interesses capitalistas, que iniciou na revolução industrial, marcada pela era Taylorista, onde se dava importância somente ao processo de produção, o meio ambiente não era relevante para as empresas e nem para a sociedade, as organizações almejavam incessantemente apenas seus interesses econômicos, extraindo da natureza o máximo de recursos possíveis. Por esses motivos governos e entidades não governamentais começaram a criar leis e políticas ambientais com o propósito de controlar as atividades de extração de matérias primas; por conta disto organizações empreendedoras passaram a adotar a prática de eco eficiência como forma de redução na utilização dos recursos naturais e agregação de valor aos produtos e serviços. 1

Administradora. Graduado em Administração pela FCAT. Administrador. Graduado em Administração pela FCAT. 3 Administrador. Graduado em Administração pela FCAT. 4 Mestre em Administração. Professora e pesquisadora da FCAT. 2

Nos últimos anos, o contexto ambiental vem se estruturando rapidamente passando a ser uma preocupação de todos, com isso as empresas que buscam diferencial competitivo maior no mercado adotam uma política ambiental que, praticada de forma consciente, aumenta seus benefícios nos aspectos: econômico, social e ambiental, no que diz respeito aos benefícios econômicos. É quando se obtém um retorno financeiro para a organização decorrente da otimização em sua produção. A sociedade também se beneficia através da geração de renda e emprego, parcerias da empresa com as comunidades através da troca de matérias primas por resíduos que podem ser utilizados na agricultura como forma de adubo, além de proporcionar saúde e qualidade de vida através de produtos ambientalmente corretos, e, por final, no contexto ambiental, como forma de preservação e conscientização, uma vez que as empresas ao exercerem a atividade de extração da matéria prima de forma correta, estão ajudando na redução da degradação ambiental e preservando o meio ambiente para as gerações futuras. Antigamente, a percepção que os gestores possuíam com relação à sustentabilidade, era apenas a geração de custos para implantá-la dentro de cada setor existente na empresa e, como benefício, acarretaria uma boa imagem da organização perante a sociedade; o tema não possuía relevância, pois era tratado como uma visão limitada. Na atual era em que vivemos, a sustentabilidade é notada como diferencial competitivo nos negócios da empresa. Essa política verde é inserida em sua gestão e em todos os seus processos; direcionados a: diminuição dos custos, otimização da produção, práticas direcionadas à não degradação do meio ambiente, e com os colaboradores é tratada através de uma educação corporativa. De um modo geral, a sustentabilidade é considerada uma prática inovadora que traz como resultado a redução nos custos, principalmente os que estão relacionados à produção, obtendo a maximização dos lucros, durabilidade de vida das empresas, preservação ao meio ambiente e conscientização nas pessoas no que diz respeito ao consumo de produtos e serviços que são produzidos através de práticas responsáveis. Essas empresas, ao implantarem a política verde dentro de suas áreas de produção, como: logística, marketings, recursos humanos, comercial e financeiro, buscam as certificações ambientais; que são documentos gerados após auditórias periódicas percebidas por vários stakeholders. Através destas certificações, são inseridos os Sistemas de Gestão Ambiental, que tem o objetivo de alcançar feedbacks positivos em suas atividades operacionais e ao meio ambiente. A eco eficiência surge com o propósito de reduzir o uso de recursos naturais como

água, energia e outros, diminuindo os resíduos e poluentes que provocam danos ambientais e agridem à saúde humana, bem como o ocasiona mento de doenças por parte dos resíduos expostos incorretamente no meio ambiente e, por outro lado, promove a geração de bens e serviços de forma ambientalmente corretos, além de atender às necessidades humanas. Empresas estão adotando as práticas de eco eficiência como um processo de reeducação e organização do empreendimento, minimizando os recursos financeiros, os impactos ambientais e reduzindo também o desperdício de materiais, além do aumento em sua lucratividade, tornando-se um diferencial competitivo no mercado. Em uma visão global, a poluição ambiental que vem degradando o solo, o ar, e os riosnos dias atuais, tem como resultado maior advindo das atividades produtivas nas indústrias que estão direcionadas a atender sua grande quantidade de demanda de produtos ou serviços. O que vem ocorrendo devido a essa produção é a destinação final incorreta dos resíduos sólidos gerados após a produção. Isto, por sua vez, vem acarretando não apenas o agravamento ao meio ambiente, mas traz consigo outro problema, a saúde pública. O fato é que todos esses detritos que foram gerados precisam receber o tratamento adequado, envolvendo a coleta; transporte e despejo correto. A grande questão, é que nem todas as empresas são conscientes do equilíbrio que pode haver entre os pilares: econômico; social e ambiental. Portanto, o modelo de gestão ecológica não está longe da realidade, porém,sua prática vem sendo aplicada apenas pelas empresas modernas, que visam aumentar sua margem de lucratividade, sua imagem diante do consumidor e competitividade no mercado, devido suas práticas responsáveis, produtos inovadores e qualidade de vida. Considerando esta problemática global a presente pesquisa busca mostrar como a prática de eco eficiência pode auxiliar na redução da geração dos resíduos sólidos e minimização da utilização do consumo de energia e água decorrentes da produção na indústria Mariza alimentos? O objetivo geral da pesquisa é de buscar compreender como a eco eficiência contribui na minimização dos impactos ambientais, geração dos resíduos e na redução de energia e água na operacionalização do processo de produção da empresa Mariza Alimentos, localizada no Município de Castanhal. Os específicos:

Analisar o gerenciamento dos resíduos sólidos e o consumo de energia e água no processo de produção. Acompanhar como as práticas de ecoeficiência contribuem dentro do processo de produção.

Analisar a integração dos processos relacionados a eco eficiência.

A pesquisa realizada tem como estudo de análise o gerenciamento dos resíduos sólidos e as práticas de eco eficiência com o intuito na redução dos meios naturais dentro do processo de produção na Indústria de Alimentos Mariza LTDA localizada na Rod, BR 316, Km 62, município de Castanhal - Estado do Pará. A pesquisa é de grande relevância para as partes envolvidas na discussão. Para a sociedade e de suma relevância a questão da preservação ambiental, já que as organizações estão se alinhando aos novos padrões de política ambiental, com isso, os indivíduos passam a se beneficiar por meio dessas práticas, uma vez que, os resíduos que antes eram despejados no meio ambiente agora são manuseados de maneira ecologicamente correta. Para a empresa, a pesquisa servirá como uma ferramenta que irá auxiliar os gestores no processo de operacionalização e na otimização do gerenciamento dos resíduos. Desta forma ela alcança o seu diferencial competitivo no mercado, quando adota a eco eficiência dentro de sua gestão, sendo uma prática que auxilia na redução dos custos; utilização adequada no uso dos recursos naturais como a água e energia, alcançando grande margem financeira e contribuindo na preservação do meio ambiente para a sociedade atual e gerações futuras. Para nós, acadêmicos, e para a instituição é o momento de mostrar todo processo de aprendizado da teoria com a prática, sendo uma forma de incentivo para os estudantes; considerando que o contexto ambiental em geral é um assunto que ainda apresenta poucos estudos sobre o tema, desta forma, a pesquisa desenvolvida tem por finalidade cooperar com todo acervo existente. Esta é a oportunidade de provar que essa parceria faculdade e aluno são positivos, mostrando que seus objetivos estão sendo absorvidos e aplicados, além do reconhecimento que a mesma terá na sociedade e no mercado local, através de amostras de trabalhos científicos. Esta pesquisa estrutura-se em cinco capítulos. O primeiro trata da introdução – da temática e da problemática exposta. O segundo capítulo foca a teoria de base – e suas respectivas categorias. O terceiro, aborda os procedimentos metodológicos – com destaque para os tipos de pesquisa e instrumento de coleta de dados. O capítulo quatro e cinco tratam dos resultados e considerações finais, respectivamente.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo aborda a teoria de base do respectivo trabalho. A primeira parte foca os conceitos de logística, sua importância e os seus subsistemas. As outras duas partes seguintes abordam as questões centrais desta pesquisa – logística ambiental e logística reversa.

2.1 CONCEITOS DE LOGÍSTICA

Na concepção de Bowersox e Closs (2010), a logística envolve a integração de informações, transporte, estoque, armazenamento, manuseio de materiais e embalagens. Todas essas áreas que envolvem o trabalho logístico oferecem ampla variedade de tarefas estimulantes. Combinadas, essas tarefas tornam o gerenciamento integrado da logística uma profissão desafiante e desafiadora. A logística é uma atividade que faz parte intrínseca de qualquer empresa ou instituição em maior ou menor grau, sendo às vezes parte fundamental da empresa ou meramente suporte à sua atividade primordial, o que implica que algum arranjo estrutural, formal ou informal, deverá ser feito para gerenciar estoques parados ou em trânsito, diz (HARA, 2009). Portanto, o processo de logística na concepção dos autores Bowersox, Closs tem como tarefa o planejamento dos componentes logísticos com a finalidade dedisponibilizar o produto ou serviço no lugar correto, na hora certa, nas condições desejadas parao cliente e, ao mesmo tempo, buscando o máximo de eficiência e minimização dos custos nas empresas. Já Hara, destaca a importância da logística dentro de qualquer empresa, não importando se essa logística é constante ou moderada. A Logística/Cadeia de Suprimentos é um conjunto de atividades funcionais (transporte, controle de estoques, etc.) que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais se agrega valor ao consumidor. Uma vez que as fontes de matérias-primas, fábricas e ponto de venda não têm a mesma localização e o canal representa uma sequencia de etapas de produção, as atividades logísticas podem ser repetidas várias vezes até um produto chegar ao mercado (BALLOU, 2004, p.29).

Desta forma, a logística tem como função o suporte para que o processo de produção desde a expedição do produto, passando pela separação e estocagem resultando na satisfação do consumidor ao receber o produto acabado, no dia e hora determinados, sem sofrer avarias ou extravios. Esta atividade é realizada no momento da extração das matérias – primas; quando ali

serão encaminhadas até à indústria para a produção; nas fábricas quando inicia a fabricação do produto e também na sua distribuição até os consumidores. Considerando que essas etapas ocorrem em lugares distintos, o processo logístico é realizado e completado inúmeras vezes tornando-se infinito e com o objetivo que é levar o produto até o mercado consumidor.

2.2 IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA

Conforme Ballou (2004) entende-se que o valor da logística é manifestado primariamente em termos de tempo e lugar. Produtos e serviços não têm o valor a menos que estejam em poder dos clientes quando e onde eles pretenderem consumi-los. Segundo Bowersox e Closs (2010), a logística existe para satisfazer as necessidades do cliente, facilitando as operações relevantes de produção e marketing. Do ponto de vista estratégico, os executivos de logística procuram atingir uma qualidade predefinida de serviço ao cliente por meio de uma competência operacional que represente o estado da arte. O desafio é equilibrar as expectativas de serviços e os gastos de modo a alcançar os objetivos do negócio. Ballou (2004) defende que a importância da logística para a satisfação do cliente só é percebida quando há uma logística que se faz presente na relação tempo e lugar, desta forma produtos e serviços disponíveis sempre que demandados agregam valor para o cliente. Já na afirmação dos autores Bowersox e Closs (2010) a satisfação dos clientes é alcançada quando a logística auxilia nas atividades manufatureiras e marketing, contribuindo para que clientes obtenham os melhores serviços e produtos e, para os gestores, lucros maiores com os custos de suas atividades otimizadas.

Figura 1 - A Integração da Logística

Fonte: Bowersox Donald J. (2001) Atlas 2001, p 44

A Figura 1 representa a integração de todas as funções da logística, o fluxo de matérias é a parte de movimentação e armazenagem dos produtos, a área da distribuição física está “ligada” diretamente à satisfação do cliente em que o produto é entregue de forma eficiente no lugar certo e no momento certo, o apoio à manufatura está relacionado ao planejamento se responsabilizando pela movimentação dos materiais. Enquanto que na cadeia de suprimentos está ligada a organização e movimentação dos materiais, dos fornecedores, engloba a entrada tanto no recebimento, quanto na separação, dando apoio à produção ao menor custo total, e o fluxo de informações ajuda na procura de locais em que é preciso atender uma determinada demanda.

2.3. SUBSISTEMAS LOGÍSTICOS

2.3.1 Cadeia de Suprimentos Quando a administração reconhece que a logística/CS (Cadeia de Suprimentos) afeta uma significativa parcela dos custos da empresa e que o resultado das decisões tomadas quanto aos processos da cadeia de suprimentos proporciona diferentes níveis de serviços ao cliente, atinge uma condição de penetrar de maneira eficaz em novos mercados, de aumentar sua fatia do mercado e de aumentar os lucros. Isto é, uma boa gestão da cadeia de suprimentos pode gerar vendas, e não apenas reduzir os custos, diz (BALLOU, 2004). O suprimento abrange a compra e a organização da movimentação de entrada de materiais, de peças e de produtos acabados dos fornecedores, para as fábricas ou montadoras, depósitos ou lojas de varejo, segundo os autores (BOWERSOX; CLOSS, 2010, p.45). Na concepção dos autores Bowersox e Closs (2010) a cadeia de suprimento é o processo que envolve todos os tipos de aquisições, interligando as indústrias, empresas e clientes, onde nas empresas e indústrias o abastecimento acontece através da compra de produtos acabados, não acabados e insumos de apoio à produção. Enquanto Ballou, trata a cadeia de suprimentos não apenas como uma ferramenta para a diminuição dos custos, mais também como uma estratégia que agrega valor ao consumidor e quando existe uma gestão eficaz dentro de sua cadeia de suprimentos.

2.3.2 Apoio à Produção De acordo com (Viana 2010), nas empresas industriais ou comerciais, os materiais

concorrem, quase sempre, com mais de 50% do custo do produto vendido, o que faz com que os recursos financeiros alocados a estoques devam ser empregados sob a forma mais racional possível. Os autores Bowersox e Closs (2010), o subsistema de apoio à produção entendem que a principal responsabilidade logística na manufatura éa de participar da formulação de uma programação-mestre de produção e providenciar a disponibilidade em tempo hábil de materiais, componentes e estoque em processo. Em sua análise, Viana ressalta a importância de uma total eficiência na aplicação dos recursos financeiros para que não eleve os custos na produção. Em outro contexto, os autores Bowersox e Closs relatam o subsistema de apoio à produção como o estudo de demanda de matéria prima e embalagem, acompanhar o planejamento diário de produção, verificar a quantidade e fazer requisição a cadeia de suprimento que representam na atividade de estoque e, com isso, abastecimento das linhas de produção.

2.3.3 Canal de Distribuição Hara (2009) discorre que: canal de distribuição é o caminho particular pelo qual os produtos passam – por centros de distribuição (armazéns, depósitos), atacadistas e varejistas. Os canais de distribuição podem ser vistos como um conjunto de organizações interdependentes, envolvidas no processo e que tornam um produto ou serviço disponível para o uso ou consumo. De acordo com BOWERSOX e CLOSS (2010) a área da distribuição física trata da movimentação de produtos acabados para entrega aos clientes. Na distribuição física, o cliente é o destino final dos canais de marketing. A disponibilidade do produto é parte vital do trabalho de marketing de cada participante do canal. No ponto de vista de Hara, o canal de distribuição, possui um processo eficiente que têm como objetivo fazer com que os produtos que serão destinados aos clientes não sofram nenhum tipo de avaria, em relação aos pedidos não pode haver erros na comunicação dos integrantes, não deixando de ressaltar também as atividades de separação, armazenagem, modal, entrega e descargaao consumidor e o controle no ciclo de distribuição, o resultado dessa integração é operar com menores custos e satisfação dos clientes com os produtos sempre a seu dispor. Enquanto que Bowersox e Closs relacionam o canal de distribuição com o setor de marketing, destacando que existe uma relação entre eles, pois, sem as atividades de distribuição, o marketing não conseguiria operar com a oferta de produtos e com a ausência

do setor comercial não necessitaria da distribuição.

Figura 2 - Ciclo de Distribuição Física

Fonte: Bowersox Donald J. (2001) Atlas 2001; pg 57

A Figura 2 apresenta a abrangênciado processo de pedido e a entrega da mercadoria através do marketing que conquista o cliente e proporciona o produto no tempo adequado, a imagem também, mostra que o ciclo de atividades começa com o cliente elaborando o pedido, passando para a transmissão, processamento, separação, transporte e, por fim, a entrega ao cliente. Figura 3 - Diferenciação dos Canais de Distribuição.

Fonte: www.randonimplementos.com.br/Content/media/Carga_Total_PT/Carga_Total_15/p_menu_9

Na Figura 3, o canal de distribuição pode ocorrer em diferentes pontos, após os produtos fabricados serão entregues através do modal rodoviário aos centros de distribuição, os caminhões fazem o transporte da fábrica aos armazéns e esses, por sua vez, distribuem aos clientes varejistas e atacadistas que, daí, serão entregue ao consumidor final, outro exemplo

visualizado na figura é a distribuição direta da fábrica até o consumidor final.

2.3 LOGÍSTICA AMBIENTAL

Na concepção de Moura (2006), apesar da evolução tecnológica e das técnicas de gestão, o modelo de desenvolvimento predominante assenta no consumo excessivo de recursos naturais que são escassos e não se renovam, em geral, ao ritmo do seu consumo. Considerando a afirmação de Moura o meio ambiente é indispensável para a sociedade em geral e para as empresas, e mesmo com o ritmo de crescimento das tecnologias que surgem a cada dia, é necessário o uso dos recursos naturais extraídos do meio ambiente. Portanto a logística verde torna- se eficiente não apenas como retorno financeiro ou tecnológico, mais também como forma de preservação ao meio ambiente, uma vez que os recursos naturais são escassos. Logística sustentável ou verde tem como atributo estudar meios de planejar e diminuir impactos ambientais da logística convencional tais como a realização de manuseio de desperdícios e o controle da contaminação, melhorar os processos para reduzir o custo de materiais, minimizar os desperdícios e melhorar a eficiência, foca o ciclo de vida do processo, produtos e seus impactos ambientais (BEAMON, apud QUEMEL, 2011, p.34).

2.4 LOGÍSTICA REVERSA Na concepção de Lacerda (2000), a logística é compreendida como o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processamento e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recuperar valor ou realizar o descarte adequado. Do ponto de vista de Lacerda, a logística reversa, é todo processo, desde a extração da matéria prima, armazenagem e processamento do ponto inicial até o consumidor final, com o intuito de recuperar o produto para que volte ao ciclo de produtivo. A logística reversa como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós – venda e de pós - consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhe valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros” . LEITE (2003, p.16).

Figura 4 - Logística reversa – Área de atuação e etapas reversas

Fonte: Leite (2009, p.14).

As áreas de atuação da logística reversa se dividem em duas áreas micro, sendo uma a logística reversa de pós-consumo que é definida pelo ciclo de vida de um produto após seu descarte e a logística reversa de pós venda como o ciclo de vida de um produto retornado por danificação de fábrica, tempo de vida, garantias e qualquer produto que esteja obsoleto. Considerando isto, a logística reversa através de suas fases tem a capacidade de retornar o produto a um ciclo reverso econômico ou produtivo.

Figura 5 - Ciclo Reverso do Produto

Fonte: Cátia Rodrigues. Tecnóloga em Gestão Ambiental; ano 2012.

A Figura 5 mostra a concepção da logística reversa, no momento em que o produto está sendo consumido em seguida descartado, coletado e levado ao centro de tratamento, onde retornará ao processo produtivo.

Figura 6 - Processo Logístico Direto

Fonte: Lacerda; Leonardo (2002); Editora Atlas AS; pág. 477.

Na Figura 6 mostra a entrada de matérias novas passando por todo o processo logístico que não terminam na entrega ao cliente, os produtos danificados voltam para serem reaproveitados, retornando ao processo logístico. Entendemos a logística reversa como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós- venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas: econômico, de prestação de serviços, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, dentre outros (LEITE, 2009 p. 17)

Desta forma, através das operações da logística reversa, torna se possível a reutilização de bens e materiais, acarretando na redução de custos para as indústrias, abertura de novos mercados com produtos reciclados e a diminuição dos impactos ambientais. Dentro da logística reversa estão presentes as operações reversas de pós venda e pós-consumo, responsáveis pelo suporte ao produto.

2.4.1 Logísticas do Pós Vendas

De acordo com (FIGUEIREDO; FLEURY; WANKE, 2003), manter um bom relacionamento com os clientes é, hoje em dia, um fundamento básico no mundo dos negócios. É através da manutenção de uma carteira de clientes fiéis que uma empresa pode minimizar a dependência de estar continuamente conquistando novos clientes, numa frenética luta com o número cada vez maior de concorrentes. Segundo os autores (ALIGLERI; ALIGLERI; KRUGLIANSKAS; 2009), produtos ainda não consumidos que necessitam retornar aos fornecedores por razões comerciais (produtos consignados, obsolescência, redução do ciclo de vida), garantias estabelecidas pelos fabricantes (validade expirada e danificada no transporte), engano no processamento de pedidos (erro na expedição) e defeito de funcionamento (recall de componentes). Para os autores Figueiredo, Fleury e Wanke a logística de pós-vendas está ligada diretamente ao bom relacionamento com os clientes, com isso a satisfação não está só em consumir um produto e, sim, em uma fidelização, uma vez que é mais rentável para a organização manter os clientes que adquirem serviços ou produtos do que aqueles nos quais a empresa ainda irá conquistar o que contribuí para um destaque no mercado empresarial e uma imagem considerável diante dos seus concorrentes e do mercado. Já para os autores Lilian Aligreri; Luis Antonio Aligreri; Isak Kruglianskas, a logística do pós venda, é realizada quando produtos encontram-se nas prateleiras ou estoque das empresas que ainda não foram utilizados pelos clientes devido a não conformidades que estão presentes nesses produtos. O cliente tem por direito ter uma solução relacionada ao problema por parte da empresa. O que cabe a empresa é a responsabilidade de oferecer um suporte adequado. Figura 7 - Fluxograma da Logística Reversa de Pós Venda

Fonte: Leite (2003)

A Figura 7 do fluxograma acima mostra o processo da logística reversa de pós-venda. A partir do momento em que o produto não apresenta conformidade de uso, o mesmo retorna para a indústria que dará o suporte da utilização de um novo produto, concluindo assim a logística reversa de pós venda.

2.4.2 Logísticas do Pós-Consumo:

Segundo (ALIGLERI; ALIGLERI; KRUGLIANSKAS; 2009; pg.108); Refere-se aos produtos consumidos descartáveis e reutilizáveis, matéria-prima ou embalagens recicláveis e sucatas ou resíduos industriais recapturáveis que retornam para o reprocessamento (alguns produtos ou materiais necessitam atender a legislação ambiental), como bateria de automóvel, embalagens de alumínio, apara de usinagem e serralheria, embalagens de polietileno (PET), entre outros. De acordo com (LEITE, 2009) A vida útil de um bem é entendida como o tempo decorrido desde sua produção original até o momento em que o primeiro possuidor se desembaraça dele. Esse desembaraço pode se dar pela extensão de sua vida útil, com novos possuidores, quando existe o interesse ou a possibilidade de prolongar sua utilização, ou pela sua disponibilização por outras vias, como a coleta de lixo urbano, as coletas seletivas, as coletas informais entre outras, passando-o à condição de bem de pós-consumo. Na concepção dos autores Lilian Aligreri; Luis Antonio Aligreri; Isak Kruglianskas, a logística reversa do pós-consumorefere-se aos produtos consumidos, descartados e reutilizados, ou seja, produtos que antes eram despejados no meio ambiente agora são reaproveitados, retornando com a disponibilidade para um novo consumo, conforme as exigências da legislação ambiental. Já no entendimento de Leite, o ciclo de vida de um produto termina após o consumo deste bem, passando a existir diversas alternativas como: a reutilização do bem descartado por outros consumidores como, por exemplo, o reuso de embalagens ou o envio para o processo de coleta e tratamento para o surgimento de um novo ciclo de negócios através do processo de distribuição reverso.

Figura 8 - Fluxograma da Logística de Pós- Consumo.

Fonte: Leite (2003).

A Figura 8 o fluxograma de pós de consumo mostra o ciclo de um produto até o seu descarte, tendo como ultimas etapas um tratamento adequado que acarretará em uma matéria prima acessível para as indústrias ou a disponibilidade para novos mercados.

2.5 RESÍDUOS SÓLIDOS

De acordo com (BRAGA, 2007), durante o processo produtivo de bens ou serviços com a finalidade de atender as necessidades sociais e econômicas há a geração de resíduos, elementos inevitáveis no processo produtivo. Os resíduos podem se apresentar no estado líquido, gasoso ou sólido, com características distintas. De acordo com (GAMEIRO, 2010), a destinação racional dos resíduos, sejam eles urbanos ou industriais, justifica-se, primeiramente, pela necessidade de evitar a sua simples deposição e contaminação do ambiente e, em segunda instância, pela possibilidade de auferir renda a partir de sua reutilização. A autora Célia Braga ressalta que a geração de resíduos irá sempre acontecer pelo

fato do crescimento das Indústrias e da unidade consumidora, o que deve ocorrer é o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos por parte das organizações que desenvolvem a atividade de produção. Enquanto o autor Gameiro trata, no primeiro momento, que todos os resíduos gerados pelas organizações manufatureiras e pelo governo devem ocorrer uma destinação correta. Havendo uma postura adequada de todos, tem-se a redução desses detritos e preservação do meio ambiente, por outro lado essa prática passa a ter retorno financeiro quando se utilizam os resíduos nos processos reversos.

Figura 9 - Etapas do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos.

Fonte: Administrador WP; ano 2013

A Figura 9 mostra os cinco passos do gerenciamento dos resíduos sólidos; o primeiro passo inicia-se com as características do resíduo, podendo ser classificado como seco ou molhado de origem industrial; no segundo passo é feito o acondicionamento ou armazenamento nas empresas geradoras, em seguida é realizado o recolhimento e o transporte do detrito através de um modal que é levado para uma estação de tratamento, a partir desse momento ocorrem as duas últimas fases quando haverá o processo de tratamento e a recuperação como a reciclagem e disposição final.

A NBR 10.004 (ABNT, 2004b, p. 01) traz a definição de resíduos sólidos como: Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades da comunidade, de origem: industrial, domestica hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Consideram–se também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviáveis o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d’agua, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia possível.

2.5.1 Lei de Resíduos Sólidos (Lei 12.305, de 02/08/2010)

Art. 1º - Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluída os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. § 1º - Estão sujeitas à observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou indiretamente, pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relacionadas à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos. Art. 6º - São princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos: I - a prevenção e a precaução;·.

II - o poluidor-pagador e o protetor-recebedor; III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública; IV - o desenvolvimento sustentável; V - a eco eficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento, a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do planeta; VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;

IX - o respeito às diversidades locais e regionais; X - o direito da sociedade à informação e ao controle social; XI a razoabilidade e a proporcionalidade.

Um dos maiores agravadores ao meio ambiente é a destinação incorreta dos resíduos sólidos que são gerados em maioria pelas indústrias que ao exercerem suas atividades produtivas acabam por desperdiçar seus lixos em locais impróprios, causando poluição e riscos à saúde e ao meio ambiente. A Lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, têm o propósito de fiscalizar essas empresas, uma vez que tudo o que elas produzem, deve ser de sua total responsabilidade fazer uma destinação final adequada. Considerando isto, é importante ressaltar que essa forma de adequação a padrões ambientalmente corretos deve ser de responsabilidade de todos, governo, sociedade e empresas, já que o meio ambiente é uma fonte de benefícios a qual todos necessitam para viver.

2.6 ECO EFICIÊNCIA

Segundo Vilela e Demajorovic (2006), a eco eficiência tem assumido um papel cada vez mais importante nas estratégias de gestão ambiental das organizações. Pressionadas por uma legislação mais rigorosa e pelo aumento de custos com o uso dos recursos naturais, um número cada vez maior de empresas, tem superado o paradigma que prevaleceu até à décadade 1980 de que meio ambiente e competitividade seriam variáveis antagônicas. Na concepção de Almeida (2007), os elementos da eco eficiência são: (1) Reduzir o consumo de materiais como bens e serviços; (2) Reduzir o consumo de energia; (3) Reduzir a dispersão de substâncias tóxicas; (4) Intensificar a reciclagem de materiais; (5) Maximizar o uso sustentável de recursos renováveis; (6) Prolongar a durabilidade dos produtos; (7) Agregar valor aos bens e serviços. No entendimento de Vilela e Demajorovic as empresas passaram a contribuir com o meio ambiente devido a exigências das legislações, afirmam também que a eco eficiência tornou-se cada vez mais significativa para as empresas como forma de redução dos custos. Os benefícios defendidos pelos autores acima são constatados pela concepção de Almeida, que os destaca como forma de redução dos recursos naturais, materiais de expediente, reciclagem,

aumentar o tempo de vida dos produtos e sua agregação de valor. Figura 10 - Tripé da Sustentabilidade.

Fonte: Douglas Vidal; ano 2013

Na Figura 10, considera-se que a sustentabilidade é constituída na forma de três pilares distintos, sendo cada um composto pelas suas ações e indicadores. Esses indicadores irão apresentar se a organização está promovendo as práticas sustentáveis ajudando no desenvolvimento financeiro, promovendo-a e dando um diferencial competitivo perante o mercado. As empresas que adotam a prática de eco eficiência geram benefícios aos stalkeholdes e ao meio ambiente; reduz os impactos ambientais e diminui o uso dos recursos naturais, contribuindo para o desenvolvimento sustentável como pode ser observado na figura 10.

Figura 11 - Etapas da Eco eficiência.

Fonte: Mathias Heider; ano 2013

A Figura 11 mostra os processos da elaboração de um sistema de gestão de eco eficiência dentro de um ambiente corporativo começando pela decisão de implantação, passando pelo monitoramento das atividades vendo no que pode-se melhorar dentro da organização, implantação de certificados que são estratégias da eco eficiência assim como a reciclagem e, finalmente, as ações feitas.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este capítulo aborda a questão metodológica da pesquisa. O foco, aqui, é identificar o tipo de pesquisa, sua abordagem e o instrumento de coleta de dados. Nota-se que o trabalho utilizou ampla revisão bibliográfica e foi um estudo de caso. 3.1.TIPO DE PESQUISA A pesquisa desenvolvida na indústria Mariza Alimentos LTDA, é de caráter exploratório e, no que diz respeito aos meios de investigação, foi desenvolvida através de uma visita técnica realizada em dois momentos, além de estudos bibliográficos, registros fotográficos e registo documental.

3.2.QUANTOS AOS OBJETIVOS

No entendimento de VERGARA (2009, p.43), a pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral. O presente estudo foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas, onde buscouse, através de um embasamento teórico fundamentado em artigos, livros e meios eletrônicos (sites relacionados ao tema de logística ambiental e gerenciamento de resíduos), um maior conhecimento em relação ao gerenciamento de resíduos e práticas de eco eficiência, partindo de um contexto exploratório onde se busca ampliar tal conhecimento sobre o tema. Segundo Vergara (2007, p.47) a pesquisa exploratória “é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado”. Enquanto na concepção dos autores (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007) a pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes. Esse tipo de pesquisa requer um planejamento bastante flexível para possibilitar a consideração dos mais diversos aspectos de um problema ou de uma situação.

3.3.QUANTO A ABORDAGEM A presente pesquisa, no que se refere aos procedimentos metodológicos, é de natureza qualitativa. A pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação em que está sendo investigada, via de regras através do trabalho intensivo de campo.

3.4. QUANTO À POPULAÇÃO E AMOSTRA Fazem-se necessárias técnicas de amostragem para a realização da pesquisa. A amostra, segundo Vergara (2009, p.46), “População amostral ou amostra é uma parte do universo (população) escolhida segundo algum critério de representatividade”. Os estudos foram realizados na empresa Mariza Alimentos LTDA, indústria de alimentos que é referência na região norte e nordeste do estado do Pará. Sua população frente à linha de produção estima- se uma média de 500 colaboradores. Entretanto, o universo da pesquisa foi limitado apenas ao gestor e á supervisora de produção. A amostra é de tipo não

probabilístico e pelo critério de acessibilidade, pois não direcionamos a dados e procedimentos estatísticos relevantes.

3.5.QUANTO À COLETA DE DADOS Segundo os autores CERVO, BERVIAN, DA SILVA (2009), a coleta de dados como tarefa importante na pesquisa, envolve diversos passos, como a determinação da população a ser estudada, a elaboração do instrumento de coleta, a programação da coleta e também o tipo de dados e de coleta. O questionário aplicado ao gestor da empresa foi com questões fechadas e de múltipla escolha com base nos objetivos específicos, onde o gestor teve a total liberdade de optar entre as alternativas propostas, este relatório amostral encontra-se por anexo no apêndice deste documento. No entendimento de Vergara (2009, p.52), “O questionário caracteriza-se por uma serie de questões apresentadas ao respondente, por escrito” Na concepção dos autores CERVO,BERVIAN, DA SILVA (2007, p.53). O questionário é a forma mais usada para a coleta de dados, pois possibilita medir com mais exatidão o que se deseja. Em geral, a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas ás questões por uma fórmula que o próprio informante preenche.

A entrevista feita à encarregada de produção foi de modo informal com o objetivo de alcançar uma melhor compreensão das informações na qual necessitávamos relacionado às práticas de eco eficiência que a empresa promove e o gerenciamento dos seus resíduos sólidos, com o intuito de obter uma apuração relevante dos dados coletados, conforme diz Antônio Carlos Gil, quando define essa ferramenta como a estratégia para a realização de entrevista em levantamentos,deve considerar duas etapas fundamentais: a especificação dos dados que se pretendem obter e a escolha e formulação das perguntas. De acordo com Antônio Carlos Gil (2010), embora a observação participante seja reconhecida como a técnica que mais se identifica com a pesquisa etnográfica, é provável que a maioria dos dados relevantes seja obtida mediante diferentes normas de entrevista: estruturada, semiestruturada ou informal.

3.6.QUANTO À FORMA DE TRATAMENTO DOS DADOS E, por fim, para que fosse alcançada a apuração dos resultados, fizeram-se necessárias às técnicas de tratamento dos dados. No entendimento de Vergara (2009), o tratamento dos dados refere-se àquela sessão na qual se explícita para o leitor como se pretende tratar os dados a coletar, justificando por que tal tratamento é adequado aos propósitos do projeto.

4 RESULTADO E DISCUSSÕES Este capítulo trata dos resultados percebidos no trabalho – dentro de um alinhamento com os objetivos específicos. A primeira parte busca a caracterização da empresa e, a partir daqui, entra-se nas questões chaves da pesquisa conforme se verá abaixo.

4.1.CARACTERÍSTICA DA EMPRESA

A Mariza Alimentos é uma empresa referência no ramo de alimentos, com aplicação em tecnologias no desenvolvimento de sua linha de produtos com mais de 700 itens em seu portfólio. Esse sucesso começou em 1983 com o empreendedor Flávio Costa, inicialmente com o nome de Moinho Modelo com o empacotamento de produtos. Com foco e trabalho a Mariza tem como um dos objetivos satisfazer e atender as necessidades dos clientes fidelizando, e proporcionando produtos saudáveis oferecendo o que existe de melhor. A empresa é inovadora e adota as práticas sustentáveis, possuindo um programa de gerenciamento de resíduos em um parque ambiental compondo etapas como a redução de desperdício e coleta seletiva. A organização tem como missão fazer com que a vida das pessoas se torne melhor, elevando a qualidade de vida como uma forma prática e saudável de se alimentar. Em sua visão de futuro, pretende ser um dos maiores grupos econômicos nacionais em geração de valor para os consumidores, clientes, colaboradores, acionistas, adotando como seus valores:

A conduta de refletir aos mais altos padrões de ética; Nossa comunidade deve ser clara e precisa; Supremacia dos interesses da Empresa sobre os interesses pessoais; Respeito e valorização do potencial humano com desenvolvimento contínuo e colaboradores;

Uma boa prática ambiental, baseada no desenvolvimento sustentável no bem-estar e progresso da comunidade; Gestão estratégica primando pelo bem-estar e saúde dos consumidores e colaboradores.

4.2.AVALIAÇÃO DA ECO EFICIÊNCIA

4.2.1. Avaliação da Eco eficiência na Produção

O processo de produção segue as etapas dos subsistemas logísticos iniciando na cadeia de suprimentos onde acontece a aquisição, e extração de matéria primas; passando pelo o apoio à manufatura, quando se dá o suporte dentro da produção no que se refere à movimentação da matéria prima. A Figura 12 mostra como ocorre a eco eficiência na linha de produção do vinagre, através da preocupação dos colaboradores em não desperdiçar os materiais de expediente que são necessários para sua produção, após isso acontece o envasamento, a rotulação e, por fim, seu armazenamento, estando devidamente concluído para sua comercialização.

Figura 12 - Linha de Produção do Vinagre.

Fonte: Autores da Pesquisa 2013.

4.2.2. Avaliação da Ecoeficiência das Matérias Primas.

A Mariza registra e acompanha a utilização de matérias primas como: a farinha de trigo, azeitonas, óleo de dendê, óleo de soja, vinagres e o álcool. O responsável pelo gerenciamento da cadeia de suprimento de produção recolhe às 05h30min da manhã os materiais que serão usados na produção diária e encaminha-os para seus respectivos setores, esse controle é realizado com frequência, pois a empresa almeja evitar ou minimizar percas econômica. Nas figuras 13 e 14 os cilindros de armazenagem dos insumos: óleo de dendê, soja, vinagres e alcool, que serão ultilizados no processo de produção, e os tambores que armazenam azeitonas. O processo de eco eficiência dentro da armazenagem das materias primas, permite uma maior conservação dos insumos. Figura 13 - Cilindros de Armazenagem de Matérias-Primas.

Fonte: Autores da Pesquisa 2013

Figura 14 - Tambor de Armazenagem de Azeitonas.

Fonte: Autores da Pesquisa 2013.

4.2.3 Eco eficiência do Consumo de energia Em relação ao consumo de energia constatou-se um ecossistema através de um gerador que, por sua vez, torna-se uma medida de redução no consumo de energia elétrica. Outro componente do sistema identificado foi à caldeira a vapor, que tem a finalidade de gerar energia para os maquinários de cozimento dos alimentos da produção. As figuras 15 e 16 mostram a ação da eco eficiência como forma alternativa na geração de energia, diminuindo os recursos de geração de energia pelo meio ambiente.

Figura 15 - Gerador de Energia

Fonte: Autores da Pesquisa 2013.

Figura 16 - Caldeira a Vap

Fonte: Autores da Pesquisa 2013

4.2.4 Eco Eficiência doConsumo de Água Constatou se também que, em relação à disposição final da água utilizada na produção, a empresa possui um sistema de tratamento eco eficiente, que contribui para a minimização da geração de resíduos. A água percorre pelas fases de: coleta, oxigenação, e por último a lagoa aeróbica, fase esta em que esse recurso natural está pronto para o despejo nos rios. A Figura 17 abaixo mostra a primeira fase do tratamento, sendo armazenada no tanque somente a água que foi utilizada na produção.

Figura 17 - Tanque de Coleta.

Fonte: Autores da Pesquisa 2013

Figura 18 - Tanque Flotador.

Fonte: Autores da Pesquisa 2013

A Figura 18 mostra o tanque flotador, processo químico que permite a separação dos resíduos sólidos da água. Uma vez que o consumo de água utilizada na produção é reduzido, minimiza também a quantidade que seria tratada tornando-se presente a prática de eco eficiência, já que havendo o controle da água, economizará não só o uso do recurso para o meio ambiente, mais também financeiramente para a organização. Na etapa final, toda a água que foi utilizada na produção passou pelo processo de descontaminação e, agora, receberá oxigenação, através da lagoa aeróbica, para que seja despejada de forma correta nos rios e seus afluentes,como mostram as figuras abaixo.

Figura 19 - Lagoa Aeróbica I.

Fonte: Autores da Pesquisa 2013

4.2.5 Eco eficiência dos Resíduos Sólidos(local de compostagem)

A Figura 21 representa uma atividade eco eficiente na compostagem, local onde são despejados todos os resíduos sólidos da produção como: casca de ovo, casca alho, palha do açaí, salmouras e etc. Todos esses resíduos são reaproveitados, poispassam por um processo de decomposição, transformação em adubos e destinação às plantações de açaí e pupunha, retornando a um ciclo reverso produtivo como forma de matérias- primas.

Figura 20 - Processo de Compostagem dos Resíduos Sólidos.

Fonte: Autores da Pesquisa 2013

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando, nas últimas décadas, uma maior notoriedade relacionada ao tema de gestão ambiental, buscou-se mostrar através desse estudo, como as práticas de eco eficiência podem contribuir para a redução na geração dos resíduos sólidos e consumo de energia e água. Com o objetivo de compreender como a eco eficiência contribui na redução dos impactos ambientais, e na geração dos resíduos sólidos, foi preciso definir objetivos específicos, em que um deles era acompanhar como a empresa realiza o gerenciamento dos seus resíduos sólidos dando a eles uma disposição final adequada, no segundo objetivo constatou- se que as práticas de eco eficiência contribuem de forma positiva dentro do processo de produção. E no último objetivo, a pesquisa mostrou que a empresa realiza os processos destinados à preservação ambiental. Porém não possui uma integração das suas atividades responsáveis, no que resulta na descentralização dos dados e falta de informações precisas dificultando as tomadas de decisões. Através do experimento realizado, a pesquisa propõe como benefício para a empresa a aplicação da planilha de eco eficiência, implantada através de um programa gerencial com o propósito de integrar as informações e criar parâmetros de medição para o controle, redução dos custos de produção e auxílio na tomada de decisão. Entretanto, é de extrema importância considerar que, em um contexto ambiental, se

faz necessária à atividade de redução dos resíduos sólidos e sua destinação adequada. Uma vez que o meio ambiente tornou-se um elemento de extrema importância para as empresas, é fundamental que haja um equilíbrio entre as suas atividades que ela exerce e a preservação do meio ecológico, tornando-se politicamente responsáveis e mantendo-se vivas e competitivas no mercado.

ABSTRACT In the current world environmental preservation is of utmost importance for sustainable development. We aimed through this theoretical study developed in the Food Industry Mariza accompany the management and disposal of waste within the production process. The aim was to analyze how the eco-efficiency contributes to minimizing use of natural resources and reducing environmental impacts. The research method used was the exploratory approach with qualitative standard. At the end of the survey it was found that the company in question applies a management aligned with the concrete sense of eco-efficiency however, is to say, in a decentralized manner. Considering this, we seek to present as an option the integration between processes and activities so that there is a better effectiveness in the processes of the organization. Keyword: Environmental Logistics, Eco Efficiency, Solid Waste Management REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. Os desafios da sustentabilidade: uma ruptura urgente. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. ALVARENGA, A C: Logística aplicada Suprimento e Distribuição Física. 2000. ALIGLERI, Lilian; ALIGLERI, Luiz; KRUGLIANSKAS, Isak.Gestão SocioAmbiental: Responsabilidade e sustentabilidade do negócio. São Paulo: Atlas, 2009. BALLOU, R. H. Logística Empresarial: Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 5 ed. Porto Alegre: Bookman , 2004. BERVIAN, P. A; CERVO, A. L; DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientifica. 6 ed. São Paulo: Pearson, 2007. BRAGA; Célia. Contabilidade Ambiental. SÃO PAULO: Atlas, 2007. BOWERSOX, CLOSS. Logística Empresarial: O processo de integração da cadeia de suprimento, Atlas, pág, 2010. FIGUEIREDO, K. F; FLEURY, P. F; WANKE, P. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: planejamento do Fluxo de Produtos e dos Recursos. São Paulo: Atlas, 2003. GAMEIRO, Augusto. Logística ambiental de resíduos sólidos. São Paulo: Atlas 2010.

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