Longe dos Muros (Tese de doutorado). Vol.2: Figuras, apêndices e bibliografia

Share Embed


Descrição do Produto

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE CENTRO DE ESTUDOS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA

JOSÉ ERNESTO MOURA KNUST

LONGE DOS MUROS Uma história econômica e social do assentamento rural na Itália central tirrênica no contexto da conquista romana (séculos V a III a.C.)

Volume 2: Figuras, apêndices e bibliografia

Niterói 2016

JOSÉ ERNESTO MOURA KNUST

LONGE DOS MUROS Uma história econômica e social do assentamento rural na Itália central tirrênica no contexto da conquista romana (séculos V a III a.C.)

Tese apresentada ao Curso de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em História.

Orientadora: Prof. Dra. Sônia Regina Rebel de Araújo

Volume 2: Figuras, apêndices e bibliografia

Niterói 2016

i

Sumário Índice de figuras........................................................................................................... ii Imagens. ....................................................................................................................... 1 Apêndices................................................................................................................. 192 Apêndice 1: Esquema de classificação de alguns dos mais importantes projetos de levantamento de superfície na Itália central. ............................................. 193 Apêndice 2: A Villa enquanto categoria ideológica na tradição literária latina ..... 198 Apêndice 3: Existe um modelo de Villa nas fontes literárias? ............................... 210 Apêndice 4: Crítica ao modelo econométrico de Dominic Rathbone sobre o trabalho nas uillae .................................................................................................... 215 Apêndice 5: O edifício do Auditorium: residência aristocrática ou santuário? ...... 220 Apêndice 6: A magnitude da cidade de Roma entre os séculos VI e III a.C. ......... 225 1. “A grande Roma dos Tarquínios”: a cidade no final do século VI a.C. ..... 226 2. Da crise do século V a.C. à retomada dos séculos IV-III a.C. ................... 234 Apêndice 7: A população de Roma e da Itália Romana entre 508 e 293 a.C. ........ 241 1. Território e abastecimento alimentar .......................................................... 242 2. Os censos dos séculos V e IV a.C. ............................................................. 245 Bibliografia .............................................................................................................. 261

ii

Índice de figuras Figura 1 - Mapa da Itália antiga........................................................................................ 2 Figura 2 - Mapa da Itália central no início do período republicano ................................. 3 Figura 3 – Lácio e Etrúria Meridional em 389 a.C. .......................................................... 4 Figura 4 – Lácio e Campânia Setentrional em 345 a.C. ................................................... 5 Figura 5 - Fluxograma de Hopkins sobre a crise do campesinato romano....................... 6 Figura 6 - Diagrama sobre o modelo de Cidade Consumidora de Finley ........................ 7 Figura 7 - Diagrama sobre a inserção de um setor urbano produtivo em uma “Cidade Consumidora” .................................................................................................. 8 Figura 8 – Diagrama sobre o modelo de “Cidade Organizadora” de Leveau .................. 9 Figura 9 - Diagrama sobre o modelo de “Cidade de Serviços” de D. Engels ................ 10 Figura 10 – Mapa de distribuição de sítios identificados pelo South Etruria Survey a oeste da antiga Capenas .......................................................................................... 11 Figura 11 – Planta da escavação do sítio 154 no Monte Forco, Ager Capenas ............. 13 Figura 12 – Níveis estratigráficos do sítio 154 no Monte Forco, Ager Capenas ........... 14 Figura 13 – Plano geral da área dos sítios 154 e 155 no Monte Forco, Ager Capenas .. 15 Figura 14 – Mapa de distribuição de sítios identificados pelo South Etruria Survey na região central do ager Capenas ...................................................................... 16 Figura 15 - Planta do sítio 204 no Monte Cúculo, ager Capenas .................................. 17 Figura 16 - Pintura na sala principal de uma sepultura cristã primitiva na viale Manzoni, Roma .............................................................................................................. 18 Figura 17 - Mosaicos do pisoeiro de uma uilla marítima em Dar Buk Ammera, próxima a Zeitlin, Trípoli, Líbia ................................................................................... 18 Figura 18 - Detalhe do friso amarelo no cômodo 3 da Casa de Lívia no Palatino, Roma ........................................................................................................................ 19 Figura 19 – Mapa da localização de Luni, na região da foz do rio Magra e do Golfo de La Spezia (litoral norte da Itália Tirrênica) ......................................................... 20 Figura 20 – Mapa de distribuição de sítios identificados pelo levantamento de superfície e datados para o período romano próximos a Luni ........................................ 21 Figura 21 - Planta do sítio 9 no ager Lunensis ............................................................... 22 Figura 22 – Mapa da localização de Cinigiano, província de Grosseto, Toscana (área de estudo do Roman Peasant Project) ................................................................ 23

iii Figura 23 – Mapa da região de Cinigiano com a localização dos primeiros sítios escavados pelo Roman Peasant Project ........................................................................... 23 Figura 24 – Sítio de Pievina: localização das áreas de dispersão de material, de anomalias geofísicas e da escavação ............................................................................... 24 Figura 25 – Estruturas escavadas e datadas para a fase 1 do sítio de Pievina ................ 25 Figura 26 – Planta das estruturas escavadas no sítio de Case Nuove ............................. 27 Figura 27 - Reconstrução hipotética das instalações do sítio de Case Nuove ................ 27 Figura 28 – Planta das estruturas escavadas no sítio de San Martino ............................ 28 Figura 29 - Reconstrução hipotética da estrutura do sítio de San Martino .................... 28 Figura 30 – Fotografia aérea mostrando a localização de San Martino e Poggio dell’Amore ..................................................................................................... 29 Figura 31 – Planta das estruturas escavadas no sítio de Poggio dell’Amore ................. 29 Figura 32 – Mapa da localização de Anguillara Sabazia (Lácio) ................................... 30 Figura 33 – Mapa dos sítios identificados pelo South Etruria Survey a leste de Anguillara Sabazia ........................................................................................................... 30 Figura 34 – Mapa da localização do sítio de Campo La Noce em Anguillara Sabazia (Google Earth) ............................................................................................... 31 Figura 35 - Planta da estrutura escavada em Campo La Noce ....................................... 31 Figura 36 - - Reconstrução hipotética do edifício escavado no sítio de Campo La Noce ........................................................................................................................ 31 Figura 37 - Representação da estrutura escavada em Casale Pian Roseto ..................... 32 Figura 38 - Mapa do vale do Cecina, com a localização dos sítios de Podere San Mario e Podere Cosciano ............................................................................................. 33 Figura 39 - Representação da estrutura do sítio em Podere San Mario, próximo a Volterra ........................................................................................................................ 34 Figura 40 - Representação da estrutura do sítio em Podere Cosciano, próximo a Volterra ........................................................................................................................ 34 Figura 41 – Mapa com a localização de Posta Crusta, Apúlia ....................................... 35 Figura 42 – Mapa com a localização de alguns sítios no norte da Apúlia ..................... 35 Figura 43 - Representação da estrutura escavada da fase 2 do sítio em Posta Crusta, norte da Apúlia ........................................................................................................ 36 Figura 44 – Mapa do Lácio Setentrional moderno (antiga Etrúria Meridional) ............. 37 Figura 45 - Representação da estrutura escavada e reconstrução hipotética da Villa Sambuco, Blera (Etrúria Meridional) ............................................................ 37

iv Figura 46 – Mapa da Etrúria antiga ................................................................................ 38 Figura 47 - Representação da estrutura escavada no sítio em Giardino Vecchio, ager Cosanus .......................................................................................................... 39 Figura 48 – Mapa com a localização do sítio de Podere Taturchino, Semproniano, Grosseto ......................................................................................................... 40 Figura 49 - Representação da estrutura escavada no sítio de Podere Tartuchino, Fase 1 ........................................................................................................................ 41 Figura 50 - Reconstrução hipotética da estrutura de Podere Tartuchino, Fase 1 ........... 41 Figura 51 - Representação da estrutura escavada no sítio de Podere Tartuchino, Fase 2 ........................................................................................................................ 43 Figura 52 - - Reconstrução hipotética da estrutura de Podere Tartuchino, Fase 2 ......... 43 Figura 53 – Localização da Base Área de Pratica di Mare, comuna de Pomezia .......... 45 Figura 54 - Representação da estrutura escavada no sítio de Colli di Enea, na base aérea de Prática di Mare .......................................................................................... 45 Figura 55 – Mapa da região da Baia de Nápoles ............................................................ 46 Figura 56 - Representação da estrutura escavada no sítio 26 da região de Pompéia, localidade de Boscoreale Giuliana ................................................................. 46 Figura 57 - Representação da estrutura escavada no sítio em Nocelli, Apúlia .............. 47 Figura 58 – Representação do entorno do sítio de Nocelli ............................................. 48 Figura 59 - Foto dos vestígios da fundação de uma cabana rudimentar escavada em uma área próxima a Matrice .................................................................................. 49 Figura 60 - Urna cinerária encontrada em Castel Gandolfo, datada para o século IX a.C. ........................................................................................................................ 49 Figura 61 - Reconstrução do modelo de cabana pré-histórica da Itália central .............. 50 Figura 62 - Representação das estruturas escavadas e dos níveis estratigráficos dos sítios A e B escavados em Centocelle ..................................................................... 50 Figura 63 - Modelo da construção em opus craticium ................................................... 50 Figura 64 – Representação das estruturas das três fases de um edifício junto à Porta Noroeste de Veios .......................................................................................... 51 Figura 65 – Foto da estrutura escavada na área de Ponterotto, próximo a Florença ...... 51 Figura 66 – Mapa com a localização da Villa Adriana (Google Maps) ......................... 52 Figura 67 – Planta da Villa Adriana em Tivoli .............................................................. 52 Figura 68 – Ilustração das estruturas da Villa Adriana em Tívoli .................................. 52

v Figura 69 – Representação da estrutura escavada na Villa dos Mistérios (última fase, quando do soterramento), região de Pompéia ................................................ 53 Figura 70 – Representação do primeiro piso da estrutura escavada em Pisanella, região de Pompéia ..................................................................................................... 54 Figura 71 - Representação do segundo piso da estrutura escavada em Pisanella, região de Pompéia.......................................................................................................... 55 Figura 72 - Reconstrução hipotética da estrutura escavada em Pisanella, região de Pompéia.......................................................................................................... 55 Figura 73 – Mapa com a localização de Francolise, Campânia Setentrional (Google Maps) ........................................................................................................................ 56 Figura 74 – Localização das Villas de Posto e San Rocco em Francolise ..................... 56 Figura 75 - Representação da estrutura escavada na fase II do sítio de San Rocco, Pisanella ......................................................................................................... 57 Figura 76 - - Representação da estrutura escavada nas fases II, III e IV do sítio de Posto, Francolise ....................................................................................................... 58 Figura 77 - Representação das estruturas escavadas no período II do sítio de Settefinestre ........................................................................................................................ 59 Figura 78 – Reconstrução hipotética das estruturas do período II do sítio de Settefinestre ........................................................................................................................ 60 Figura 79 – Representações de estruturas de Villae da Via Gabínia (próximo a Roma), de Posto (Francolise) e de Volusii Saturnini (Ager Capenas) ............................ 61 Figura 80 - Número de Villae ao longo dos séculos no Lácio ........................................ 62 Figura 81 - Número de Villae ao longo dos séculos na Toscana ................................... 62 Figura 82 - Número de Villae ao longo dos séculos na Úmbria .................................... 63 Figura 83 – Localização do Auditorium Parco della Musica, na cidade de Roma (Google Maps) ............................................................................................................. 63 Figura 84 - Representações da estrutura do período 1, fase 2, escavada no sítio do Auditorium ..................................................................................................... 64 Figura 85 - Reconstrução hipotética da estrutura do período 1, fase 2, do sítio do Auditorium ..................................................................................................... 65 Figura 86 – Representação da estrutura do período 2 (primeira uilla), fase 1, escavada no sítio do Auditorium ........................................................................................ 66 Figura 87 – Reconstrução hipotética da estrutura do período 2 (primeira uilla), fase 1, do sítio do Auditorium ........................................................................................ 69

vi Figura 88 - Gráfico da quantidade de fragmentos datáveis encontrados nos níveis estratigráficos do Período 2 do sítio do Auditorium ...................................... 70 Figura 89 – Estrutura escavada no quartiere servile no período 2, fases 1 e 2, do sítio do Auditorium ..................................................................................................... 71 Figura 90 – Reconstrução hipotética do quartiere servile no período 2, fases 1 e 2, do sítio do Auditorium ................................................................................................ 74 Figura 91 - Acabamento de calha com figura do deus Aqueloo, encontrado na uilla do Auditorium, período 3 (uilla do Aqueloo) ..................................................... 74 Figura 92 – Representação da estrutura do Período 3 (uilla do Aqueloo) escavada no sítio do Auditorium ................................................................................................ 75 Figura 93 – Representação da estrutura do período 4 (uilla do Átrio), fase 1, escavada no sítio do Auditorium ........................................................................................ 78 Figura 94 – Mapa com a localização da Villa delle Grote (Grottarossa, Roma) em relação à Villa do Auditorium, no norte de Roma (Google Earth) ............................. 79 Figura 95 – Representação das estruturas escavadas no sítio da uilla delle Grote, Grottarossa, norte de Roma............................................................................ 80 Figura 96 - Região do quartiere Flamínio em Roma, com os sítios arqueológicos datados para os séculos V-III a.C. ............................................................................... 81 Figura 97 – Estrutura escavada no sítio no Viale Tiziano (quartiere Flamínio, Roma) . 82 Figura 98 – Mapa com a localização da planície de Centocelle, Roma (Google Maps) 83 Figura 99 - Mapa dos elementos e estruturas no parque de Centocelle datados para o Período II (séculos III-II a.C.)........................................................................ 84 Figura 100 – Reconstrução hipotética das estruturas do período clássico (séculos I-II d.C.) da Villa da Piscina, em Centocelle (Roma).................................................... 85 Figura 101 – Representação da estrutura do período 2 (séculos III-II a.C.) da uilla da Piscina, Centocelle, Roma ............................................................................. 85 Figura 102 – Reconstrução hipotética da uilla ad duas lauros (séculos I a.C.-VI d.C.) 86 Figura 103 – Fotografia aérea do parque de Centocelle identificando os traços da uilla ad duas lauros ..................................................................................................... 86 Figura 104 – Representação da estrutura escavada no sítio de Selvasecca, Blera, Etrúria Meridional ...................................................................................................... 87 Figura 105 - Mapa identificando estruturas construídas com tufo em opus quadratum no subúrbio de Roma (Villae dos séculos V-II a.C., segundo Rita Volpe) ......... 87

vii Figura 106 – Representação da Basis uillae identificada em Monticchio (Basilicata, Potenza).......................................................................................................... 88 Figura 107 - Modelo de uilla em plataforma segundo Lafon ......................................... 88 Figura 108 – Mapa com a Localização de Pesto ............................................................ 89 Figura 109 – Mapa da região dos Montes Lepinos, Lácio, com a localização de sítios com plataformas (basis villae) identificados na região.......................................... 90 Figura 110 – Mapa com a localização da comuna de Murlo, Província de Siena .......... 91 Figura 111 – Representação da estrutura escavada no sítio de Poggio Civitate, Murlo (província de Siena) ....................................................................................... 91 Figura 112 – Reconstrução hipotética da estrutura do sítio de Poggio Civitate, Murlo (província de Siena) ....................................................................................... 92 Figura 113 – Mapa com a localização das áreas estudas por diferentes levantamentos de superfície realizados no Médio vale do Tibre (South Etruria Survey e Tibber Valley Project) ............................................................................................... 93 Figura 114 – Mapa de distribuição de sítios (classificados como fazendas) com ocupação entre os séculos V-IV a.C na Etrúria meridional segundo o South Etruria Survey ............................................................................................................. 94 Figura 115 - Mapa de distribuição de sítios (classificados como fazendas) com ocupação entre os séculos III-I a.C na Etrúria meridional segundo o South Etruria Survey ........................................................................................................................ 95 Figura 116 - Número de sítios na Etrúria Meridional segundo o South Etruria Survey por períodos de ocupação ..................................................................................... 96 Figura 117 – Tipos de solo na Itália ............................................................................... 97 Figura 118 – Mapa das unidades de relevo da Itália ...................................................... 98 Figura 119 – Mapa de relevo da Itália central ................................................................ 99 Figura 120 – Fotos de field walkings de diferentes intensidades ................................. 100 Figura 121 - Comparação entre o número de sítios ocupados por período na Etrúria meridional e na Sabina ................................................................................. 101 Figura 122 - Número de sítios identificados como vestígios de assentamentos permanentes na Etrúria Meridional por período de ocupação (Tiber Valley Project) ........................................................................................................ 102 Figura 123 - Percentual de abandono, continuidade, possível continuidade e novidade na ocupação de sítios em diversas regiões da Etrúria Meridional e Sabina entre 480 e 350 a.C. .............................................................................................. 102

viii Figura 124 - Percentual de abandono, continuidade, possível continuidade e novidade na ocupação de sítios em diversas regiões da Etrúria Meridional e Sabina entre 350-250 a.C. ................................................................................................. 103 Figura 125 - Percentual de abandono, continuidade, possível continuidade e novidade na ocupação de sítios em diversas regiões da Etrúria Meridional e Sabina entre 250-150 a.C. ................................................................................................. 103 Figura 126 – Relação proporcional entre tipos de contexto em que locais de produção de cerâmica de verniz negro estavam inseridos ................................................ 104 Figura 127 – Relação proporcional entre tipos de contexto em que locais de produção de cerâmica de verniz negro estavam inseridos divididos por recortes temporais (séculos IV-III a.C. vs séculos II-I a.C.) ...................................................... 104 Figura 128 - Relação proporcional entre tipos de contexto em que locais urbanos de produção de cerâmica de verniz negro estavam inseridos nos séculos IV-III a.C. ............................................................................................................... 105 Figura 129 - Relação proporcional entre tipos de contexto em que locais rurais de produção de cerâmica de verniz negro estavam inseridos nos séculos IV-III a.C. ............................................................................................................... 105 Figura 130 – Locais de produção de cerâmica de verniz negro entre os séculos III e II a.C. ...................................................................................................................... 106 Figura 131 – Número de sítios identificados como vestígio de uillae e média ponderada do número de fragmentos datáveis .............................................................. 106 Figura 132 – Número de sítios identificados como vestígios de uillae e de fazendas no vale do Tibre ao longo dos recortes temporais (Tiber Valley Project) ........ 107 Figura 133 – Mapa de distribuição de sítios do período Arcaico, Clássico e Republicano médio em uma região do Ager Veientanus .................................................. 108 Figura 134 – Mapa da cidade de Veios ........................................................................ 109 Figura 135 - Mapa de distribuição de sítios (classificados como fazendas) com ocupação entre os séculos VII-VI a.C na Etrúria meridional segundo o South Etruria Survey ........................................................................................................... 110 Figura 136 – Mapa de distribuição de sítios com presença de bucchero e outras cerâmicas contemporâneas no território de Veios (South Etruria Survey) ................... 111 Figura 137 – Mapa de distribuição de cerâmicas datadas para o período etrusco encontradas na cidade de Veios (Tiber Valley Project) ............................... 112

ix Figura 138 – Mapa da distribuição de fornos, material votivo e objetos arquitetônicos do período etrusco encontrados na cidade de Veios (Tiber Valley Project) ..... 112 Figura 139 – Mapa de distribuição de cerâmicas datadas para o período 350-250 encontradas na cidade de Veios (Tiber Valley Project) ............................... 113 Figura 140 – Mapa da distribuição de fornos e material votivo do período romano encontrados na cidade de Veios (Tiber Valley Project)............................... 113 Figura 141 – Mapa de distribuição de sítios com presença de bucchero e outras cerâmicas contemporâneas no território de Veios (South Etruria Survey) ................... 114 Figura 142 – Número de sítios identificados como vestígios de uillae e de fazendas na região da Via Veientana ao longo dos recortes temporais (Tiber Valley Project) ...................................................................................................................... 115 Figura 143 – Mapa da área da antiga cidade de Capena .............................................. 115 Figura 144 – Foto aérea do território de Capena .......................................................... 116 Figura 145 – Representação da foto aérea do território de Capena .............................. 116 Figura 146 – Mapa dos assentamentos nucleares do território de Capena (Google Earth) ...................................................................................................................... 117 Figura 147 – Mapa de distribuição dos sítios com cerâmica etrusca no território de Capenas (South Etruria Survey) ................................................................... 118 Figura 148 – Mapa de distribuição dos sítios com cerâmica etrusca no território de Capenas (South Etruria Survey) ................................................................... 119 Figura 149 - Número de sítios identificados como vestígios de uillae e de fazendas no território de Capena ao longo dos recortes temporais (Tiber Valley Project) ...................................................................................................................... 120 Figura 150 – Mapa de distribuição dos sítios do período etrusco na área do monte Palombo (South Etruria Survey) .................................................................. 121 Figura 151 – Mapa de distribuição dos sítios do período etrusco na área do monte Palombo (South Etruria Survey) .................................................................. 122 Figura 152 – Mapa do território Falisco e de Sútrio..................................................... 123 Figura 153 – Mapa da cidade de Nepete ...................................................................... 124 Figura 154 – Mapa da antiga Falérios .......................................................................... 124 Figura 155 – Outro mapa da antiga Falérios ................................................................ 125 Figura 156 – Mapa de Sútrio ........................................................................................ 125

x Figura 157 – Número de sítios identificados como vestígios de uillae e de fazendas no território de Capena ao longo dos recortes temporais (Tiber Valley Project) ...................................................................................................................... 126 Figura 158 – Mapa do território de Sútrio .................................................................... 127 Figura 159 – Mapa de distribuição de sítios no território de Sútrio com presença de cerâmica de verniz negro ............................................................................. 128 Figura 160 – Representação do plano da cidade de Falérios Nova .............................. 128 Figura 161 – Território de Roma e suas aliadas – fases da expansão romana sobre a Itália ...................................................................................................................... 129 Figura 162 – Mapa da região do Pontino estudada pelo Groningen Institute of Arcaheology ................................................................................................. 130 Figura 163 – Avaliação do potencial agrícola da região do Pontino ............................ 131 Figura 164 - Número de sítios identificados no sopé dos Montes Lepinos por período de ocupação (Pontine Region Project) ............................................................. 132 Figura 165 - Mapa de distribuição de sítios do período arcaico (580-480 a.C.) na região dos montes Lepinos (Pontine Region Project) ............................................ 133 Figura 166 – Campo de visão dos assentamentos fortificados na região dos montes Lepinos (Pontine Region Project) ............................................................... 133 Figura 167 - - Mapa de distribuição de sítios do período pós-arcaico (480-350 a.C.) na região dos montes Lepinos (Pontine Region Project) ................................. 134 Figura 168 – Achados no platô de Norba datados para o período pós-arcaico (480-350 a.C.) (Pontine Region Project)..................................................................... 134 Figura 169 - Mapa de distribuição de sítios do período republicano médio (350-200 a.C.) na região dos montes Lepinos (Pontine Region Project)............................. 135 Figura 170 - Achados no platô de Norba datados para o período republicano médio (350200 a.C.) (Pontine Region Project).............................................................. 135 Figura 171 - Número de sítios identificados na Planície do Pontino por período de ocupação (Pontine Region Project) ............................................................. 136 Figura 172 – Mapa de distribuição de sítios do período arcaico (580-480 a.C.) na região da Planície do Pontino (Pontine Region Project) ........................................ 137 Figura 173 – Mapa de distribuição de sítios do período pós-arcaico (480-350 a.C.) na região da Planície do Pontino (Pontine Region Project) ............................. 137 Figura 174 - Achados em Sezze (antiga Sécia) datados para o período republicano médio (350-200 a.C.) (Pontine Region Project) ..................................................... 138

xi Figura 175 – Mapa de distribuição de sítios do período republicano médio (350-200 a.C.) na região da Planície do Pontino (Pontine Region Project) ........................ 138 Figura 176 – Achados nos sítios de Fórum Ápio e Ad Medias, planície do Pontino (Pontine Region Project) ............................................................................. 139 Figura 177 – Mapa identificando os “centros locais” (minor centres) identificados na região do Pontino (Pontine Region Project/ The Minor Centers Project)... 140 Figura 178 – Vestígios de esquemas de divisão de terra identificados na paisagem e reconstrução proposta por de Haas baseado em Cancellieri (Pontine Region Project) ........................................................................................................ 141 Figura 179 – Número de sítios identificados na área da laguna de Fogliano por período de ocupação (Pontine Region Project)......................................................... 141 Figura 180 – Mapa de distribuição de sítios do período arcaico (580-480 a.C.) na região da laguna de Fogliano (Pontine Region Project) ......................................... 142 Figura 181 – Mapa de distribuição de sítios do período pós-arcaico (480-350 a.C.) na região da laguna de Fogliano (Pontine Region Project) .............................. 142 Figura 182 – Mapa de distribuição de sítios do período republicano (350-30 a.C.) na região da laguna de Fogliano (Pontine Region Project) .............................. 143 Figura 183 – Número de sítios identificados na região do vale do Astura por período de ocupação (Pontine Region Project) ............................................................. 144 Figura 184 – Achados em Ânzio (antiga Âncio) datados para o período arcaico (580-480 a.C.) (Pontine Region Project)..................................................................... 144 Figura 185 – Achados na antiga Sátrico datados para o período arcaico (580-480 a.C.) (Pontine Region Project) ............................................................................. 145 Figura 186 - Mapa de distribuição de sítios do período arcaico (580-480 a.C.) na região do vale do Astura (Pontine Region Project) ................................................ 145 Figura 187 – Achados em Ânzio (antiga Âncio) datados para o período pós-arcaico (480350 a.C.) (Pontine Region Project).............................................................. 146 Figura 188 – Achados na antiga Sátrico datados para o período pós-arcaico (480-350 a.C.) (Pontine Region Project) ............................................................................. 146 Figura 189 - Mapa de distribuição de sítios do período pós-arcaico (480-350 a.C.) na região do vale do Astura (Pontine Region Project) ..................................... 147 Figura 190 – Achados na antiga Sátrico datados para o período republicano médio (350250 a.C.) (Pontine Region Project).............................................................. 147

xii Figura 191 – Achados em Ânzio (antiga Âncio) datados para o período republicano médio (350-250 a.C.) (Pontine Region Project) ..................................................... 148 Figura 192 – Mapa de distribuição de sítios do período republicano médio (350-250 a.C.) na região do vale do Astura (Pontine Region Project) ................................ 148 Figura 193 – Região do Monte Massico, Campânia Setentrional (com reconstrução hipotética do sistema de estradas romanas na região) ................................. 149 Figura 194 – Tipos de solo e sistema de drenagem do campo Falerno ........................ 150 Figura 195 – Vestígios de esquemas de divisão de terra no campo falerno identificadas por Johannowski .......................................................................................... 151 Figura 196 – Vestígios de esquemas de divisão de terra no campo falerno identificadas por Vallat ..................................................................................................... 152 Figura 197 - Vestígios de esquemas de divisão de terra ao norte de Sinuessa ............ 153 Figura 198 - Vestígios de esquemas de divisão de terra entre Sinuessa e Suessa Aurunca ...................................................................................................................... 154 Figura 199 – Vestígios de esquemas de divisão de terra próximos à cidade moderna de Mondragone ................................................................................................ 154 Figura 200 – Reconstrução hipotética das grades de centuriação em Cures (sobre fotografia aérea) ........................................................................................... 155 Figura 201 – Mapa de distribuição de sítios ocupados no período republicano médio (350250) no território de Cures sobre a reconstituição hipotética da grade de centuriação (Tibber Valley Project) ............................................................. 155 Figura 202 – Localizção de Rieti e das áreas de amostragem do levantamento de superfície realizado na região ...................................................................... 156 Figura 203 – Identificação dos lagos e sua extensão na bacia de Rieti no período préromano ......................................................................................................... 157 Figura 204 – Área de amostragem do levantamento de superfície na bacia de Rieti ... 158 Figura 205 – Mapas de distribuição de material arqueológico e de sítios datados para os períodos Arcaico (séculos VII-V a.C.), Pré-Romano (séculos IV-início do III a.C.) e Republicano (séculos III-I a.C.) na bacia do Rieti ........................... 159 Figura 206 – Mapa de distribuição dos sítios identificados como “romanos” (séculos III a.C. a V d.C.) na bacia do Rieti.................................................................... 160 Figura 207 – Áreas estudadas por levantamentos de superfície entre a Etrúria, a Sabina e a Úmbria....................................................................................................... 161 Figura 208 – Mapa da região de Tuscania.................................................................... 162

xiii Figura 209 – Mapa de distribuição de sítios na área de amostragem ao norte de Tuscania ...................................................................................................................... 163 Figura 210 – Mapa de distribuição de sítios na área de amostragem ao sul de Tuscania ...................................................................................................................... 164 Figura 211 – Mapa de distribuição de sítios na área de amostragem a oeste de Tuscania ...................................................................................................................... 165 Figura 212 – Mapa de distribuição de sítios na área de amostragem a leste de Tuscania ...................................................................................................................... 166 Figura 213 – Território de Vulci .................................................................................. 167 Figura 214 – Mapa de distribuição de sítios ocupados no século III a.C. no território de Cosa e no vale do Albegna........................................................................... 168 Figura 215 – Reconstituição do plano da cidade de Cosa no século III a.C. ............... 169 Figura 216 – Mapa do território de Volterna com sítios arqueológicos datados para o período arcaico (séculos VII-VI a.C.) .......................................................... 169 Figura 217 – Mapa de distribuição de sítios ocupados nos séculos III e II a.C. no vale do Cecina .......................................................................................................... 170 Figura 218 – Representações esquemáticas do que seria um território antes e depois da colonização romana...................................................................................... 171 Figura 219 – Mapa do Golfo de Tarento, Itália Meridional ......................................... 172 Figura 220 – Mapa da região da colônia grega de Sibaris (golfo do Tarento, Itália Meridional) .................................................................................................. 172 Figura 221 – Mapa de distribuição de sítios datados para o período helenístico no território de Sibaris ...................................................................................... 173 Figura 222 - Número de sítios identificados no território de Metaponto por período de ocupação ...................................................................................................... 173 Figura 223 – Mapas de distribuição de sítios datados para o período arcaico (600-550 a.C.) e clássico (540-480 a.C.) no território de Metaponto .......................... 174 Figura 224 – Mapa do Istmo de Salento com a indicação de regiões estudadas por levantamentos de superfície ......................................................................... 175 Figura 225 – Mapa de distribuição de sítios datados para os períodos arcaico e clássico no território de Ória ..................................................................................... 176 Figura 226 - Mapa de distribuição de sítios datados para os períodos arcaico e clássico no território de Ória .......................................................................................... 176 Figura 227 – Mapa de distribuição de sítios identificados no território de Brindisi .... 177

xiv Figura 228 – Mapa de distribuição de sítios datados para o período entre o final do século IV a.C. e meados do século II a.C. no território de Valésio ........................ 177 Figura 229 – Mapa do Mediterrâneo central indicando alguns centros urbanos importantes ao longo do primeiro milênio a.C. ............................................................... 178 Figura 230 – Áreas estudadas por levantamentos de superfície na Sicília (mapa da esquerda) e na Sardenha (mapa da direita) .................................................. 179 Figura 231 – Mapa de distribuição de sítios datados para três fases diferentes entre os séculos VI e II a.C. no território de Cartago ................................................ 180 Figura 232 – Mapa de distribuição de sítios datados para o período púnico clássico (500325 a.C.) na Ilha de Jerba............................................................................. 181 Figura 233 – Mapa de distribuição de sítios datados para o período púnico tardio (325146 a.C.) na Ilha de Jerba............................................................................. 181 Figura 234 – Áreas na Grécia onde levantamentos de superfície identificaram processos de dispersão do assentamento entre os séculos V e III a.C. (Google Earth) 182 Figura 235 – Mapa da ilha de Creta, Grécia, indicando locais citados no texto (Google Earth)............................................................................................................ 182 Figura 236 – Esquema explicativo de Mazoyer e Roudart sobre sistema agrícola com alqueive ........................................................................................................ 183 Figura 237 - Diagramas transversais para ilustrar o hipotético rebaixamento do lençol freático pela instalação de um Cuniculus..................................................... 183 Figura 238 – Mudança nos padrões de uso do solo em três áreas de 1 km² investigados pelo levantamento de superfície no território de Tuscânia .......................... 184 Figura 239 – Número de naufrágios no Mediterrâneo por períodos de 50 anos .......... 184 Figura 240 – Localização da Cirenaica ........................................................................ 185 Figura 241 – Mapa da Cirenaica com a localização de cidades antigas, com destaque para Euesperides .................................................................................................. 185 Figura 242 – Mapa com a localização de naufrágios contendo ânforas greco-itálicas no Mediterrâneo central .................................................................................... 186 Figura 243 – Mapa com a localização e a quantidade de achados de ânforas com a estampa “Tr.Loisius” .................................................................................................. 186 Figura 244 – Mapa com a localização dos achados de cerâmicas do “ateliê dos Petites Estampilles” no Mediterrâneo central e ocidental ....................................... 187 Figura 245 – Mapa do sul da Gália, com a localização do oppidum de Pech-Maho .... 187 Figura 246 – Grafite descoberto na parede de uma loja em Pompéia .......................... 188

xv Figura 247 – Reconstrução hipotética de um parapegma listando nundinae em diferentes cidades da Itália central ................................................................................ 188 Figura 248 – Mapa com a rede comercial na Campânia e redondezas reconstruída por Morley a partir das inscrições com listas de nundinae ................................ 189 Figura 249 – Mapa dos Impérios mediterrânicos no final do século III a.C. ............... 190 Figura 250 – Diagrama proposto por Terrenato para explicar a interação entre os clãs e a Cidade-Estado .............................................................................................. 190 Figura 251 – Mapa da expansão romana durante o período monárquico de acordo com as narrativas históricas antigas ......................................................................... 191

1

Imagens

2

Figura 1 - Mapa da Itália antiga1

CAIXA ALTA: Nome de regiões e mares; Itálico: Importantes sítios arqueológicos ocupados no período; Caixa Baixa: Cidades no período arcaico (séculos VII-VI a.C.).

1

BOATWRIGHT, Mary Taliaferro; GARGOLA, Daniel; TALBERT, Richard, The Romans: From Village to Empire, [s.l.]: Oxford University Press, 2012, p. 3.

3 Figura 2 - Mapa da Itália central no início do período republicano2

CAIXA ALTA: Nome de regiões e mares; Itálico: Acidentes geográficos; Caixa Baixa: Cidades no período arcaico (séculos VII-VI a.C.).

2

BOATWRIGHT; GARGOLA; TALBERT, The Romans, p. 46.

4 Figura 3 – Lácio e Etrúria Meridional em 389 a.C.3

Legenda das cores das cidades: Verde: Etruscos; Vermelho: Roma; Laranja: Latinos aliados a Roma (na guerra contra os Volscos); Amarelo: Latinos aliados aos Volscos; Azul: Faliscos no norte e Volscos no sul; Roxo: Hérnicos.

3

Carte Guerres Romano Volsques 389 avJC. Wikimedia commons, disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/2d/Carte_GuerresRomanoVolsques_389avJC.png (acessado em 18/12/2015).

5 Figura 4 – Lácio e Campânia Setentrional em 345 a.C.

6

Figura 5 - Fluxograma de Hopkins sobre a crise do campesinato romano4

No fluxograma acima, Keith Hopkins identifica as relações causais e os círculos “virtuosos” para uns (aristocracia romana) e “viciosos” para outros (camponeses) que, a partir das conquistas imperiais teriam levado à expropriação dos camponeses (empobrecidos pela mobilização militar) e ao enriquecimento da aristocracia romana (enriquecida pelo butim de guerra, pelas tributações imperiais e pelo patrimônio fundiário escravista – permitido pela conquista de terras e escravização advindas das guerras). Como consequência de sua expropriação, os camponeses em parte migraram para as cidades (onde serviram como mercado consumidor da produção agrícola das propriedades escravistas), passaram a servir como soldados remunerados ao exército (o que aumentou ainda mais a capacidade militar romana e permitiu ainda mais conquistas militares) ou foram assentados como colonos em regiões cada vez mais distantes do centro político e econômico do império em formação, a região no em torno de Roma.

4

Traduzido e adaptado de: HOPKINS, Keith, Conquerors and slaves, Cambridge: Cambridge University Press, 1978, p. 12.

7 Figura 6 - Diagrama sobre o modelo de Cidade Consumidora de Finley

A figura acima resume esquematicamente as ideias de Finley sobre a relação entre Cidade e Campo no mundo antigo. Existem duas relações econômicas básicas entre Campo e Cidade: o comércio e a tributação/pagamento de rendas. O comércio entre o campo e a cidade se concentra na compra por parte dos citadinos dos alimentos produzidos pelos campestres – bens manufaturados produzidos na cidade e vendidos ao campo são praticamente irrelevantes nessa relação econômica. Surge então a questão: como os citadinos obtêm os recursos monetários necessários para realizar os pagamentos por esses alimentos? No modelo de Finley, esses recursos provêm fundamentalmente do pagamento de taxas e rendas em espécie pelo Campo à Cidade – fruto do poder político concentrado pelas elites urbanas sobre o meio rural. Somam-se a essas taxas e rendas em espécie, aquelas pagas em gênero, que reforçam o abastecimento alimentar da cidade em conjunto com o obtido pelo comércio. O fato de a plebe urbana não ter acesso direto a esses pagamentos não modifica o modelo: seu acesso se dá indiretamente pela sua relação com a elite urbana, e não por alguma produção da plebe urbana consumida pelo campo.

8 Figura 7 - Diagrama sobre a inserção de um setor urbano produtivo em uma “Cidade Consumidora”

Como Paul Erdkamp aponta com precisão, a existência de um setor produtivo dinâmico no meio urbano pode muito bem ser um mero subproduto de uma dinâmica mais ampla e geral de relação Campo-Cidade que continua se fundamentando na extração de rendas e taxas do Campo pela Cidade – isto é, uma Cidade Consumidora pode desenvolver um setor produtivo sem deixar de ser uma Cidade Consumidora. As riquezas produzidas por essa relação entre o Campo e Cidade podem gerar um nível de consumo muito elevado por parte das elites urbanas que acabam por estimular o desenvolvimento de um setor produtivo dinâmico no meio urbano. Contudo, esse setor produtivo não tem, em termos macroeconômicos, qualquer impacto na relação entre o Campo e a Cidade, dado que não é a venda dessa produção urbana para o campo que gera os rendimentos para o pagamento pelos bens primários, sobretudo alimentos, que fluem do Campo para a Cidade.

9

Figura 8 – Diagrama sobre o modelo de “Cidade Organizadora” de Leveau

Segundo o modelo de Leveau, a inserção de cidades romanas nas províncias, ponta de lança da influência romana nessas regiões, não criava meras entidades “parasitárias”, que consumiam passivamente a produção do Campo. Essas cidades, segundo Leveau, interferiam ativamente no campo, sobretudo através da instalação de uillae – as propriedades fundiárias da elite urbana – no meio rural. Essas uillae, por sua vez, não eram “ilhas” aristocráticas no campo, que apenas coexistiam com as propriedades camponesas. Essas uillae interferiam na realidade camponesa, criando novas relações econômicas e sociais que ajudavam a sustentar a condição social da elite urbana. O diagrama acima resume esse modelo mostrando o quanto, ainda que bem mais complexo e detalhado que o modelo de Finley, o modelo de Leveau não subverte a lógica essencial da ideia de Cidade Consumidora: o fato de os recursos que sustentam a obtenção dos produtos básicos produzidos no Campo pela Cidade terem não terem sua origem no setor produtivo do meio urbano.

10 Figura 9 - Diagrama sobre o modelo de “Cidade de Serviços” de D. Engels

O modelo de Donald Engels de fato modifica em essência a noção de “Cidade Consumidora”. Segundo sua análise da Corinto imperial, a maior parte da população da maioria das cidades no Mediterrâneo antigo seriam incapazes de mobilizar quantidades significativas de taxas e rendas que dessem conta da obtenção dos produtos básicos produzidos no Campo. Essas pessoas, portanto, precisavam criar outras fontes de recursos para gerar tais recursos. Para o caso específico de Corinto, ao menos, Engels identifica o setor de serviços prestados a viajantes e, isso é fundamental, aos próprios camponeses, como a origem da parte mais significativa de recursos que a plebe urbana vai utilizar para obter os produtos básicos do Campo. Assim, segundo esse modelo, uma parte fundamental da relação econômica entre Campo e Cidade depende de um setor produtivo urbano, mais especificamente o setor de serviços.

11 Figura 10 – Mapa de distribuição de sítios identificados pelo South Etruria Survey a oeste da antiga Capenas5

Pontos negros: sítios identificados pelo levantamento; Triângulos: estruturas funerárias identificadas pelo levantamento; Área rachurada: Sítio arqueológico da antiga cidade de Capenas; Aglomeração de manchas negras: Cidade moderna de Morlupo; Linhas negras: estradas e caminhos antigos identificadas pelo levantamento.

Cada um dos sítios identificados no mapa acima foi classificado dentro do esquema classificatório “Villa-Fazenda-Cabana”. Com exceção daqueles identificados como cabanas, cada um desses pontos é pensado como a localização de uma estrutura habitacional redutível em si mesma.

5

JONES, G. D. B., Capena and the Ager Capenas, Papers of the British School at Rome (New Series Volume 17), v. 30, p. 116–207, 1962, p. 130.

12 Aqueles pontos identificados como “Fazendas” são vistos como uma casa onde vivia uma família nuclear camponesa. Da mesma maneira, cada um dos pontos identificados como uillae são também pensados como estruturas redutíveis em si, a sede de uma grande propriedade fundiária autônoma, onde vivia a escravaria de um senhor, e sem relação direta com outras uillae. No centro do mapa é possível identificar o Monte Forco, onde foi realizada a única escavação de uma estrutura identificada como camponesa dentro do projeto do South Etruria Survey. Os sítios 151 a 155 foram classificados como vestígios de Fazendas (o sítio 156 foi identificado como uma cabana associada à fazendo do sítio 155) e o sítio 154 acabou, por questões técnicas, escolhido para a escavação “exemplar” – isto é, uma escavação que visava prover um exemplo de como essas estruturas seriam.

13 Figura 11 – Planta da escavação do sítio 154 no Monte Forco, Ager Capenas6

As áreas delimitadas na figura são os locais dos canteiros de escavação (o principal, T1, e os menores T2, T3 e T4). Dentro da estrutura identificada no canteiro T1 foram identificados três níveis estratigráficos (ver próxima figura), nos quais foram identificados um pequeno dolium, uma base de pedra (possivelmente base de um banco ou de um cocho) e uma série de buracos identificados como base para fundações de estacas, que provavelmente sustentavam um pórtico. No canteiro T2, além do canto oeste da estrutura, a escavação identificou parte de um dolium de tamanho mais significativo. No lado norte do canteiro T1 e no canteiro T3 foram identificados partes de um outro dolium deste tipo, medindo 1,05m de diâmetro. Esses recipientes provavelmente acumulavam água e podiam ser também eventualmente utilizados para armazenar grãos. As marcações A e A’ na figura indicam os locais do corte seccional apresentado na próxima figura.

6

JONES, G. D. B., Capena and the Ager Capenas: Part II, Papers of the British School at Rome (New Series Volume 18), v. 31, p. 100–158, 1963, p. 149.

14 Figura 12 – Níveis estratigráficos do sítio 154 no Monte Forco, Ager Capenas7

As imagens acima ilustram os três níveis estratigráficos identificados pela escavação no interior da estrutura identifica no sítio 154 do Monte Forco. No nível I foi identificado um chão de terra batida e um único elemento: um buraco onde foi posicionado um pequeno dolium. No nível II foi identificado chão parcialmente pavimentado e a base de um banco ou cocho. Por fim, no último nível foram identificados inúmeros buracos de fundação para estacas – não identificadas nas imagens por não estarem posicionados na mesma altura do corte seccional A-A’ identificado na figura anterior.

7

Ibid., p. 151.

15 Figura 13 – Plano geral da área dos sítios 154 e 155 no Monte Forco, Ager Capenas8

Linhas na figura marcam as curvas de nível de metro em metro.

Na imagem acima destaca-se a área do Monte Forco onde foram encontrados: as aglomerações de materiais arqueológicos identificados como os sítios 154 e 155, sendo o sítio 154 escavado posteriormente; a pequena tumba provavelmente associada ao sítio 154 e um pequeno vestígio de um possível muro. A imagem destaca, para fins de dimensionamento da área agricultável, uma área de 1 iugerum (equivalente a 0.25 hectares). É interessante notar que a área de menor declive dessa parte do Monte Forco, próxima ainda que não coincidente à essa área de 1 iugerum destacada, localiza-se praticamente de maneira equidistante entre os sítios 154 e 155.

8

Ibid., p. 148.

16 Figura 14 – Mapa de distribuição de sítios identificados pelo South Etruria Survey na região central do ager Capenas9

Pontos negros: sítios identificados pelo levantamento; Triângulos: estruturas funerárias identificadas pelo levantamento; Área rachurada: Sítio arqueológico da antiga cidade de Capenas; Aglomeração de manchas negras: Cidade moderna de Morlupo; Linhas negras: estradas antigas identificadas pelo levantamento.

9

JONES, Capena and the Ager Capenas, p. 131.

17 Figura 15 - Planta do sítio 204 no Monte Cúculo, ager Capenas10

A imagem acima ilustra a planta da estrutura identificada pelo levantamento de superfície (não houve escavação na área) realizado no ager Capenas e identificado como o sítio 204. A maior parte da estrutura é feita em opus incertum, com a exceção da parede noroeste, construída em opus reticulatum. A singularidade dessa parece é ainda destacada pelo fato de estar apenas justaposta à parece com que forma o canto oeste da estrutura. A pequena estrutura que se projeta ao interior da estrutura também não possui junção com essa parede em opus reticulatum.

10

Ibid., p. 180.

18 Figura 16 - Pintura na sala principal de uma sepultura cristã primitiva na viale Manzoni, Roma11

Rostovtezeff descreve a parte superior dessa imagem como a representação de duas fazendas ou casas camponesas. Entre as duas casas há um rebanho de diferentes animais (ele identifica burros, vacas, ovelhas e cabras).

Figura 17 - Mosaicos do pisoeiro de uma uilla marítima em Dar Buk Ammera, próxima a Zeitlin, Trípoli, Líbia12

11

ROSTOVTZEFF, Michael Ivanovitch, The Social & Economic History of the Roman Empire, [s.l.]: Biblo & Tannen Publishers, 1926, fig. XXXIII.1. 12 Ibid., fig. XLIX.2–3.

19 Ainda seguindo a descrição de Rostovtzeff, na primeira imagem, no primeiro plano temos um pastor ordenhando uma cabra sob um alpendre, em cima do qual há al de um pequeno edifício que possui alguns vasilhames para o leite. Às costas do pastor temos uma tábua com cestas cilíndricas para fazer o queijo. À meia distância temos ovelhas e cabras pastando e ao fundo um pequeno edifício.

Figura 18 - Detalhe do friso amarelo no cômodo 3 da Casa de Lívia no Palatino, Roma13

A imagem original é monocromática em tons de amarelo, formando um friso abaixo de um afresco maior. A pintura representada em preto e branco, desta maneira, facilita a visualização da cena. Em primeiro plano temos uma pessoa puxando um camelo com uma carga, enquanto no lado esquerdo da imagem podemos identificar a casa em dois andares. A presença de um camelo na cena já aponta para uma paisagem norte-africana – o que pode ser mais precisado pela presença de cenas típicas egípcias, com presença de figuras da deusa Ísis, de esfinges, e mais precisamente de Alexandria, com a representação do grande farol.

13

KNAUER, Elfried, Wind towers in Roman Wall Paintings?, Metropolitan Museum Journal, v. 25, 1990, p. 7.

20 Figura 19 – Mapa da localização de Luni, na região da foz do rio Magra e do Golfo de La Spezia (litoral norte da Itália Tirrênica)14

Círculos negros grandes: Cidades modernas; Círculos negros pequenos: Vilas; Círculo negro com estrela: Localização da Antiga colônia romana de Luni.

DELANO-SMITH, Catherine et al, Luni and the “Ager Lunensis” the Rise and Fall of a Roman Town and Its Territory, Papers of the British School at Rome, v. 54, p. 81–146, 1986, p. 84. 14

21 Figura 20 – Mapa de distribuição de sítios identificados pelo levantamento de superfície e datados para o período romano próximos a Luni15

Área rachurada: regiões de altitude acima de 75 m do nível do mar; Pontos negros: Sítios ocupados durante o período imperial romano; Pontos metade brancos e metade negros: Sítios ocupados durante o período republicano e imperial; Linha tracejada: linha aproximada da costa na época romana; linhas contínuas: riachos.

15

Ibid., p. 102.

22 Figura 21 - Planta do sítio 9 no ager Lunensis16

A estrutura escavada consistia em um conjunto de alguns pequenos cômodos (C-F), um quintal parcialmente coberto (B) e um dolium – que diferentemente do visto em Monte Forco, possuía um muro em seu entorno (A). Os vestígios arqueológicos da extremidade nordeste da estrutura, para além do cômodo C, foram totalmente danificados pela construção de uma rua próxima, o que nos impede de conhecer precisamente aquela parte do edifício. A equipe que escavou o sítio sugere a possibilidade de um segundo andar, sobre os cômodos C-F, também invocando as pinturas parietais com casas rústicas de dois andares. O cômodo D, seguindo essa interpretação, seria o local da antiga escada.

16

Ibid., p. 112.

23 Figura 22 – Mapa da localização de Cinigiano, província de Grosseto, Toscana (área de estudo do Roman Peasant Project)17

Figura 23 – Mapa da região de Cinigiano com a localização dos primeiros sítios escavados pelo Roman Peasant Project18

Legenda: Linhas vermelhas: estradas modernas; Linhas azuis: rios e córregos; Áreas em vermelho escuro: aglomerações urbanas modernas; Pontos destacados em amarelo: sítios arqueológicos escavados pelo Roman Pesant Project 17

BOWES, Kim et al, Excavating the Roman Peasant, Expedition, v. 53, n. 2, p. 4–12, 2011, p. 5. ARNOLDUS-HUYZENDVELD, Antonia, Report on the geoarchaeological investigations in the greater area around the excavations of Case Nuove, San Martino and Pievina (Cinigiano, GR, Italy) 2010, [s.l.: s.n.], 2010, p. 2. 18

24 Figura 24 – Sítio de Pievina: localização das áreas de dispersão de material, de anomalias geofísicas e da escavação19

Legenda: Cinza escuro: áreas de dispersão de material arqueológico identificado pelo levantamento de superfície e datado tanto para o período republicano tardio/alto-imperial quanto para a Antiguidade tardia. Cinza claro: áreas de dispersão de material datado para o período republicano tardio/alto-imperial apenas. Quadrado: área explorada pelo estudo geofísico; Linha preta e branca: áreas onde foram identificadas anomalias geofísicas; Linha marcada por traços: áreas escavadas.

19

GHISLENI, Mariaelena et al, Excavating the Roman Peasant I: Excavations at Pievina (GR), Papers of the British School at Rome, v. 79, p. 95–145, 2011, p. 100.

25 Figura 25 – Estruturas escavadas e datadas para a fase 1 do sítio de Pievina20

A estrutura A foi identificada a partir da presença de duas grandes paredes, bem construídas em alvenaria, formando um retângulo de 14m x 7m. Uma escavação de 2,5 metros de profundidade foi incapaz de identificar o chão ou a base das paredes que formavam essa estrutura, mostrando uma construção bastante profunda no solo em comparação com o nível das outras estruturas contemporâneas do sítio. Somando esses fatos à existência de um canal de drenagem em um sentido que levava água para dentro da estrutura assim como a ocasional presença de cocciopesto (material muito utilizado para impermeabilizar construções) dentro da estrutura, sua interpretação como uma cisterna é bastante sólida21. A estrutura B também possui um formato retangular e mede 12m x 5m. Uma de suas paredes (US 1503) foi construída em pedra e argamassa, enquanto as outras paredes parecem ter sido construídas em terra e madeira sobre uma fundação em pedra – o que fez os arqueólogos imaginarem a reutilização de uma parede já existente em uma nova construção. Outro indício da

20 21

Ibid., p. 104. Ibid., p. 103.

26 existência de uma estrutura prévia no local é a presença de algumas pedras quebradas utilizadas como escora na fundação de uma pilastra de madeira que são, na verdade, restos de mós de moinhos quebrados. Vestígios de um chão elevado, típico de celeiros, permitiram esta identificação da funcionalidade da estrutura, assim como sua relação com a estrutura que teria lhe antecedido, possivelmente utilizada no processamento de grãos22. Logo ao lado da estrutura B foi identificado um fogareiro externo (US1530), construído a partir da metade de um dolium23. Por fim, uma estrutura C foi identificada como um forno utilizado para cozimento de telhas24.

22

Ibid., p. 104–106. Ibid., p. 106. 24 Ibid., p. 106–107. 23

27 Figura 26 – Planta das estruturas escavadas no sítio de Case Nuove25

Figura 27 - Reconstrução hipotética das instalações do sítio de Case Nuove26

A escavação em Case Nuove não identificou nenhum muro ou estrutura de maior porte. Na verdade, apenas elementos cavados no solo (tanque, poço, cisterna e buracos para estacas) foram identificados. É possível que isso seja resultado da erosão – causada tanto por fatores naturais quanto pela aração do terreno27 - que poderia ter destruído as estruturas ali presentes e a qual apenas esses elementos teriam sobrevivido. De toda forma, os pesquisadores interpretaram o sítio como um local de trabalho a céu aberto. 25

VACCARO, Emanuele et al, Excavating the Roman peasant II: excavations at Case Nuove, Cinigiano (GR), Papers of the British School at Rome, v. 81, p. 129–179, 2013, p. 134. 26 Ibid., p. 141. 27 Ibid., p. 133–134.

28 Figura 28 – Planta das estruturas escavadas no sítio de San Martino28

Figura 29 - Reconstrução hipotética da estrutura do sítio de San Martino29

28

BOWES, Kim et al, Roman Peasant Project 2010. Excavations at Case Nuove and San Martino, Cinigiano (GR). Report submitted to the Soprintendenza per i Beni Archeologici della Toscana: general overview, Cinigiano: Soprintendenza per i Beni Archeologici della Toscana, 2010, p. 15. 29 BOWES et al, Excavating the Roman Peasant, p. 9.

29 Figura 30 – Fotografia aérea mostrando a localização de San Martino e Poggio dell’Amore30

Figura 31 – Planta das estruturas escavadas no sítio de Poggio dell’Amore31

30

RATTIGHIERI, E. et al, Land use from archaeological sites: the archaeobotanical evidence of small roman farmhouse in Cingiano, South-East Tuscany – Central Italy, Annali di Botanica, v. 3, n. 0, p. 207– 215, 2013, p. 208. 31 Ibid., p. 209.

30 Figura 32 – Mapa da localização de Anguillara Sabazia (Lácio)32

Figura 33 – Mapa dos sítios identificados pelo South Etruria Survey a leste de Anguillara Sabazia33

32

Mapa retirado de http://www.weather-forecast.com/locations/Anguillara-Sabazia (acessado em 27/12/2015) 33 HEMPHILL, P., The Cassia-Clodia Survey, Papers of the British School at Rome, v. 43, p. 118–172, 1975, p. 138.

31 Figura 34 – Mapa da localização do sítio de Campo La Noce em Anguillara Sabazia (Google Earth)

Figura 35 - Planta da estrutura escavada em Campo La Noce34

Figura 36 - - Reconstrução hipotética do edifício escavado no sítio de Campo La Noce35

DI MATTEO, Federico, Anguillara Sabazia (Roma) - località “Campo La Noce”. Una fattoria en l’Ager Veientanus, Fasti Online Documents & Research - The Journal of Fasti Online, v. 49, 2005, p. 2. 35 Ibid., p. 3. 34

32 Figura 37 - Representação da estrutura escavada em Casale Pian Roseto36

36

TORELLI, Mario; WARD-PERKINS, J. B.; THREIPLAND, Leslie Murray, A Semi-Subterranean Etruscan Building in the Casale Pian Roseto (Veii) Area, Papers of the British School at Rome, v. 38, p. 62–121, 1970, p. 63.

33 Figura 38 - Mapa do vale do Cecina, com a localização dos sítios de Podere San Mario e Podere Cosciano

34 Figura 39 - Representação da estrutura do sítio em Podere San Mario, próximo a Volterra37

Figura 40 - Representação da estrutura do sítio em Podere Cosciano, próximo a Volterra38

37

MOTTA, Laura; TERRENATO, Nicola; CAMIN, L., Pomarance (Pisa). Località Podere S. Mario, Bollettino di Archeologia, v. 23-24, 1993, p. 110. 38 CAMIN, L.; MCCALL, W., Settlement Patterns and Rural Habitation in the Middle Cecina Valley Between the Hellenistic to Roman Age: The Case of Podere Cosciano, Etruscan Studies, v. 9, p. 19–27, 2002, p. 21.

35 Figura 41 – Mapa com a localização de Posta Crusta, Apúlia39

Figura 42 – Mapa com a localização de alguns sítios no norte da Apúlia40

39

GLIOZZO, E. et al, The Faragola Ceramic Collection: Ceramic Production, Consumption and Exchange in Seventh-Century Apulia, Archaeometry, v. 56, n. 6, p. 961–986, 2014, p. 962. 40 GLIOZZO, Elisabetta et al, Archaeometric characterisation of coarse and painted fine ware from Posta Crusta (Foggia, Italy): technology and provenance, Archaeological and Anthropological Sciences, v. 2, n. 3, p. 175–189, 2010, p. 176.

36 Figura 43 - Representação da estrutura escavada da fase 2 do sítio em Posta Crusta, norte da Apúlia41

DE BOE, G., Villa romana in località “Posta Crusta”. Rapporto provvisorio sulle campagne di scavo 1972 e 1973, Notizie degli scavi di antichità, v. 39, 1975, p. 520. 41

37 Figura 44 – Mapa do Lácio Setentrional moderno (antiga Etrúria Meridional)42

Figura 45 - Representação da estrutura escavada e reconstrução hipotética da Villa Sambuco, Blera (Etrúria Meridional)43

42

Mapa retirado de http://goitaly.about.com/od/lazio/ig/lazio-maps/northern-lazio-region-maps.htm (acessado em 27/12/2015) 43 MCKAY, Alexander G., Houses, Villas, and Palaces in the Roman World, [s.l.]: JHU Press, 1998, p. 104.

38 Figura 46 – Mapa da Etrúria antiga44

44

Mapa retirado de: https://41.media.tumblr.com/8b5b24bcd20731cd03553fcd5b48cac5/tumblr_inline_nqtt2qNPhj1sxhtyz_5 40.jpg (acessado em 27/12/2015)

39 Figura 47 - Representação da estrutura escavada no sítio em Giardino Vecchio, ager Cosanus45

ATTOLINI, Ida et al, Ricognizione archeologica nell’Ager Cosanus e nella valle dell’Albegna. Rapporto preliminare 1982/1983, Archeologia Medievale, v. 10, p. 462–463, 1983, p. 463. 45

40 Figura 48 – Mapa com a localização do sítio de Podere Taturchino, Semproniano, Grosseto46

Legenda: Círculo: Fazenda; Triângulo: cemitério. Linha intermitente: limites do levantamento intensivo realizado nos arredores do sítio de Podere Tartuchino para identificar outras estruturas do período etrusco.

46

PERKINS, Philip; ATTOLINI, Ida, An Etruscan Farm at Podere Tartuchino, Papers of the British School at Rome, v. 60, p. 71–134, 1992, p. 72–73.

41 Figura 49 - Representação da estrutura escavada no sítio de Podere Tartuchino, Fase 147

Figura 50 - Reconstrução hipotética da estrutura de Podere Tartuchino, Fase 148

47 48

Ibid., p. 80. Ibid., p. 120.

42 A pequena estrutura identificada com a primeira fase do sítio (século VI a.C.) mede 12,20m x 5,80m e tem poucos elementos associados. Dentre estes destacam-se os buracos de fundações (elementos 130, 60, 83, 65, 53 e 51) ao sul do sítio, que foram interpretados como base das pilastras de um pórtico, como representado na reconstrução hipotética. Na parte interna, foi identificado parte do chão de terra batida. Alguns elementos que não puderam ser identificados precisamente como pertencentes a esta fase, ainda assim foram interpretados pelos arqueólogos dessa maneira. Um grande buraco de fundação (elemento 175) foi associado com esta fase por conta de sua posição – ele fica imediatamente à frente de uma das portas da fase 2, tornando improvável que pertencesse a esta fase, portanto. É possível que ele estivesse associado a algum tipo de divisão interna do espaço. Os vestígios de um fogareiro também foram associados à fase 1 por conta do desnível no chão entre as diferentes fases no local onde seus restos foram encontrados49.

49

Ibid., p. 76.

43 Figura 51 - Representação da estrutura escavada no sítio de Podere Tartuchino, Fase 250

Figura 52 - - Reconstrução hipotética da estrutura de Podere Tartuchino, Fase 251

50 51

Ibid., p. 81. Ibid., p. 115.

44 A fase 2 do sítio (século V a.C.) é marcada por uma grande expansão da área construída. a estrutura passou a ter os cômodos A (6m x 6m), C (11,90m x 6), E (4,2m x 6m) e F (5,40m x 5,40m). As paredes duplas entre esses cômodos, formando os pequenos corredores B e D parecem ter sido uma estratégia para enfrentar os problemas de instabilidade de uma construção em uma área em declive52. A existência de alguns buracos para fundação de estacas nos cantos dos cômodos A e D, interpretados como suporte para o telhado, indicam essa necessidade de reforço na estrutura – que pode inclusive explicar, em parte, as reformas que transformaram a pequena estrutura da fase 1 nessa estrutura maior. A escavação dos cômodos E e F produziu pouco material arqueológico. Por outro lado, os cômodos A e C produziram muitos materiais interessantes. Outros pilares de madeira foram encontrados mais ao centro do cômodo A, sugerindo algum tipo de divisão interna. Nesse mesmo cômodo foi encontrado uma pedra usada como contrapeso de tear assim como uma quantidade significativa de cerâmicas usadas para estocagem – o que, comparado com a baixa presença de cerâmicas de mesa, fez Philip Perkins e Ida Attolini o interpretarem como um local relacionado primariamente com a estocagem, e não com o consumo53. O cômodo C, sucessor da estrutura da fase 1, parece ser o cômodo central da estrutura também na fase 2. Em especial, se destacam o fogareiro (que continua sendo utilizado nessa nova fase) e um pithos (um grande vaso de cerâmica usado para armazenamento de líquidos e grãos) encravado no chão. Aparentemente, o cômodo continua dividido internamente, assim como possivelmente era na fase 1. Análises arqueobotânicas indicaram uma possível relação desse pithos com a produção de vinho, ainda que não seja necessário reduzir sua utilização a um único tipo de atividade54. Os dados da escavação permitiram também uma consistente reconstrução do processo de abandono da estrutura (identificada como fase 3), no início do século IV. Segundo a interpretação de Perkins e Attolini, o cômodo C foi severamente danificado por um incêndio. A presença de muitas sementes de uva carbonizadas (mais de 400) sugere que o incêndio tenha ocorrido em um momento logo após a colheita das vinhas, possivelmente em outubro. Os danos causados por esse incêndio devem ter sido grandes o suficiente para desestimular uma nova reforma e uma nova ocupação dessas estruturas55.

52

Ibid., p. 116. Ibid., p. 118. 54 Ibid., p. 122. 55 Ibid., p. 123–124. 53

45 Figura 53 – Localização da Base Área de Pratica di Mare, comuna de Pomezia 56

Figura 54 - Representação da estrutura escavada no sítio de Colli di Enea, na base aérea de Prática di Mare57

56

Mapa retirado de: http://www.culturalazio.it/binary/prtl_museo_pomezia/sm_notizie_pratiche/musemap.jpg (acessado em 27/12/2015) 57 PANELLA, Stefania; POMPILIO, Francesca, Pratica di Mare: rinvenimento di un impianto di tipo rustico, in: GHINI, Giuseppina; DUPRÉ I RAVENTÓS, Xavier; BRANDT, J. Rasmus (Orgs.), Lazio & Sabina. primo Incontro di studi sul Lazio e la Sabina, Roma, 28-30 gennaio 2002, Roma: De Luca, 2003, p. 198.

46 Figura 55 – Mapa da região da Baia de Nápoles58

Figura 56 - Representação da estrutura escavada no sítio 26 da região de Pompéia, localidade de Boscoreale Giuliana59

58

Mapa retirado de http://museumvictoria.com.au/pages/9664/vesuvius_photo_map.jpg (acessado em 27/12/2015). 59 DELLA CORTE, M., Altra Villa rustica, scavata dal sig. cav. Carlo Rossi-Filangieri nel fondo di Raffaele Brancaccio, nella stessa contrada Civita Giuliana (Comune di Boscoreale) nei mesi di gennaio a marzo 1904, Notizie degli scavi di antichità, v. 18, p. 423–426, 1921, p. 424.

47 Figura 57 - Representação da estrutura escavada no sítio em Nocelli, Apúlia60

JONES, G. D. B., Il Tavoliere romano. L’agricoltura romana attraverso l’aereofotografia e lo scavo, Archeologia Classica, v. 32, 1980, fig. 6. 60

48 Figura 58 – Representação do entorno do sítio de Nocelli61

61

Ibid., fig. 5.

49 Figura 59 - Foto dos vestígios da fundação de uma cabana rudimentar escavada em uma área próxima a Matrice62

Figura 60 - Urna cinerária encontrada em Castel Gandolfo, datada para o século IX a.C. 63

62

LLOYD, John, Farming the highlands: Samnium and Arcadia in the Hellenistic and Early Roman Imperial periods., in: BARKER, Graeme; LLOYD, John (Orgs.), Roman landscapes: archaeological survey in the Mediterranean region, London: British School at Rome, 1991, p. 182. 63 Urna em forma de cabana. Castel Gandolfo, Montecucco, Tumba A, século IX a.C. Museu Gregoriano Etrusco, Museus do Vaticano. Disponível online em (acessado em 11/05/2015): http://mv.vatican.va/3_EN/pages/x-Schede/MGEs/MGEs_Sala01_04_006.html

50 Figura 61 - Reconstrução do modelo de cabana pré-histórica da Itália central64

Figura 62 - Representação das estruturas escavadas e dos níveis estratigráficos dos sítios A e B escavados em Centocelle65

Figura 63 - Modelo da construção em opus craticium66

64

CARANDINI, Andrea; CAPPELLI, Rosanna, Roma: Romolo, Remo e la fondazione della citta, Milano: Electa, 2000, p. 317. 65 VOLPE, Rita et al, Contesti di VI Secolo a.C. sul pianoro di Centocelle (Roma), in: Atti del Convegno Ceramica, abitati, territorio nella bassa valle del Tevere e Latium Vetus, (17-18 febbraio 2003), Roma: École Française de Rome, 2009, p. 134. 66 Ibid.

51 Figura 64 – Representação das estruturas das três fases de um edifício junto à Porta Noroeste de Veios67

Figura 65 – Foto da estrutura escavada na área de Ponterotto, próximo a Florença68

67

Adaptado de: POTTER, T. W., The changing landscape of South Etruria, London: Elek, 1979, fig. 15; GUARINELLO, Norberto Luiz, Ruínas de uma Paisagem. Arqueologia das casas de fazenda da Itália Antiga (VIII a.C.-II d.C.)., Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993, fig. 3. 68 ALDERIGHI, Lorella; PITTARI, Agnese, San Casciano in Val di Pesa (FI), località Ponterotto: resti di un edificio etrusco tardo-ellenistico e di una villa romana di età medio-imperiale, Fasti Online Documents & Research - The Journal of Fasti Online, v. 243, 2011, p. 2.

52 Figura 66 – Mapa com a localização da Villa Adriana (Google Maps)

Figura 67 – Planta da Villa Adriana em Tivoli69

Figura 68 – Ilustração das estruturas da Villa Adriana em Tívoli70

69

Mapa retirado de: http://www.archweb.it/dwg/architetture_del_passato/villa_Adriana/dwg_villa_Adriana_tivoli.jpg (acessado em 28/12/2015). 70 Mapa retirado de: http://www.romanoimpero.com/2012/05/villa-adriana.html (acessado em 28/12/2015).

53 Figura 69 – Representação da estrutura escavada na Villa dos Mistérios (última fase, quando do soterramento), região de Pompéia71

71

GUARINELLO, Ruínas de uma paisagem, fig. 145.

54 Figura 70 – Representação do primeiro piso da estrutura escavada em Pisanella, região de Pompéia72

72

Ibid., fig. 139.

55 Figura 71 - Representação do segundo piso da estrutura escavada em Pisanella, região de Pompéia73

Figura 72 - Reconstrução hipotética da estrutura escavada em Pisanella, região de Pompéia74

73

Ibid., fig. 140. LEACROFT, Helen; LEACROFT, Richard, The Buildings of Ancient Rome, [s.l.]: Brockhampton Press, 1969. 74

56 Figura 73 – Mapa com a localização de Francolise, Campânia Setentrional (Google Maps)

Figura 74 – Localização das Villas de Posto e San Rocco em Francolise75

75

BLANCKENHAGEN, P. V.; COTTON, M. A.; WARD-PERKINS, J. B., Two Roman Villas at Francolise, Prov. Caserta. Interim Report on Excavations, 1962-64, Papers of the British School at Rome, v. 33, p. 55–69, 1965, p. 56.

57 Figura 75 - Representação da estrutura escavada na fase II do sítio de San Rocco, Pisanella76

76

Ibid., p. 60.

58 Figura 76 - - Representação da estrutura escavada nas fases II, III e IV do sítio de Posto, Francolise77

77

TERRENATO, Nicola, The Auditorium site in Rome and the origins of the villa, Journal of Roman Archaeology, v. 14, 2001, p. 19.

59 Figura 77 - Representação das estruturas escavadas no período II do sítio de Settefinestre78

78

ZARMAKOUPI, Mantha, Private villas: Italy and the Provinces, in: ULRICH, Roger B.; QUENEMOEN, Caroline K. (Orgs.), A Companion to Roman Architecture, [s.l.]: Wiley, 2013, p. 367.

60 Figura 78 – Reconstrução hipotética das estruturas do período II do sítio de Settefinestre79

79

CARANDINI, Andrea, La villa romana e la piantagione schiavistica, in: MOMIGLIANO, Arnaldo; SCHIAVONE, Aldo (Orgs.), Storia di Roma IV: Caratteri e morfologie, [s.l.]: Giulio Einaudi, 1989, p. 135.

61 Figura 79 – Representações de estruturas de Villae da Via Gabínia (próximo a Roma), de Posto (Francolise) e de Volusii Saturnini (Ager Capenas)80

80

TERRENATO, The Auditorium site in Rome and the origins of the villa, p. 19.

62 Figura 80 - Número de Villae ao longo dos séculos no Lácio81

Figura 81 - Número de Villae ao longo dos séculos na Toscana82

MARZANO, Annalisa, Roman villas in central Italy: a social and economic history, Leiden ; Boston: Brill, 2007, p. 771. 82 Ibid., p. 780. 81

63 Figura 82 - Número de Villae ao longo dos séculos na Úmbria83

Figura 83 – Localização do Auditorium Parco della Musica, na cidade de Roma (Google Maps)

83

Ibid., p. 789.

64 Figura 84 - Representações da estrutura do período 1, fase 2, escavada no sítio do Auditorium84

Preto: Estruturas conservadas; Cinza claro: Pavimentação conservada; Cinza escuro: estruturas logicamente reconstituíveis; Branco: estruturas hipotéticas.

A estrutura mais antiga (período 1, fase 2) identificada pela escavação do sítio do Auditorium data de meados do século VI a.C.. Trata-se de uma estrutura quadrangular de tamanho mediano (330 m²), com vários cômodos pequenos ocupando três dos seus lados (A2-A10), organizados em torno de um pátio interno descoberto (A1). As paredes foram construídas com técnicas rudimentares, utilizando rochas vulcânicas locais de baixa qualidade e argila. Uma pavimentação em terra batida foi identificada em vários dos cômodos. No cômodo A7 foi identificado um forno, feito em calcário e argila. Vestígios de um fogareiro foram encontrados também no cômodo A6.

CARANDINI, Andrea; D’ALESSIO, Maria Teresa; DI GIUSEPPE, Helga (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, Roma: “L’Erma” di Bretschneider, 2006, p. 87. 84

65 Um muro ainda mais simples se estende pelo canto noroeste do edifício, formando um ambiente externo anexo (A11)85. A equipe responsável pela escavação interpretou esta estrutura como uma fazenda camponesa (ver reconstrução da figura 85, abaixo). A partir das dimensões, formatos e materiais encontrados em cada cômodo, eles foram assim interpretados: os cômodos A10 e A9 seriam armazéns, utilizados para armazenar a colheita; A7 era o cômodo do forno, utilizado prevalentemente para cozinhar alimentos, e seu pequeno anexo A8 deveria desempenhar a função de armário; os cômodos associados A6 e A5 seriam, respectivamente, uma cozinha e uma despensa; enquanto os três pequenos cômodos no nordeste da estrutura, A2-A4, seriam dormitórios86.

Figura 85 - Reconstrução hipotética da estrutura do período 1, fase 2, do sítio do Auditorium87

85

Ibid., p. 72–75. Ibid., p. 86–93. 87 Ibid., p. 95. 86

66 Figura 86 – Representação da estrutura do período 2 (primeira uilla), fase 1, escavada no sítio do Auditorium88

Preto: Estruturas conservadas; Cinza claro: Pavimentação conservada; Cinza escuro: estruturas logicamente reconstituíveis; Branco: estruturas hipotéticas.

88

Ibid., p. 143.

67 O período 2 do sítio do Auditorium é marcado pela existência da estrutura que veio a ser interpretada como a primeira uilla construída no local. Tal período é marcado por três fases, definidas por reformas e reorganizações da articulação interna da estrutura. A primeira e mais importante fase (e por isso representada na figura acima) se inicia com a construção da nova estrutura. O edifício se alonga para o norte praticamente dobrando sua área construída. São usados blocos de tufo de melhor qualidade em uma técnica de construção mais ortogonal que a usada anteriormente. Grandes quantidades de argila e tufo também foram utilizadas no pavimento, obliterando a estrutura pristina e elevando significativamente a altura do chão da nova estrutura89. A nova área construída é dominada por um amplo pátio descoberto (A4). Saindo deste pátio no sentido da área externa do edifício, passando sob o cômodo A4d, é possível identificar uma canaleta que drena a água pluvial do pátio em direção à rua. Um cômodo longilíneo (A7) separava-se deste pátio por um balaústre de madeira, identificado pela sua fundação (um fosso e buracos para fincar cada pilar do balaústre) que sustentava uma cobertura. Tal cômodo era dominado por uma pedra quadrada de tufo (1,4m x 1,3m x 0,3m) ao centro, no qual foi talhado um canal circular com saídas para as laterais norte e sul90. Associados a esta pedra, dos lados norte e sul, temos duas cavas abertas em argila91. Essa estrutura foi identificada como a base bem conservada de uma grande torcular para processamento de azeitonas e produção de óleo92. Dividindo a parede com o cômodo A7, mas voltado para o exterior do edifício, com uma entrada independente, está o pequeno cômodo A8. A presença de objetos ligados ao culto doméstico em seu interior assim como em suas imediações sugere seu uso como local de culto – interpretação fundamentada também no fato de este cômodo, na fase posterior, evoluir para o que se acredita ter sido um verdadeiro pequeno templo93. No lado ocidental do pátio temos dois cômodos (A4d e A4c). Ao Norte do mesmo pátio, temos mais três cômodos (A1-A3). Todo esse setor à Norte/Nordeste da estrutura, associado ao pátio, foi identificado por Carandini e sua equipe como um setor residencial, uma pars urbana primitiva, ainda que dividindo espaço com um grande implemento produtivo, a torcular do cômodo A794. Na entrada do cômodo A2 foi identificado um pavimento de azulejos retangulares, ligeiramente inclinados para o pátio. O requinte exclusivo desse pavimento especificamente, somado à existência de um cubículo (A1) associado a ele, levou a equipe de arqueólogos a identificar este cômodo como uma sala principal do setor habitacional do edifício95. Por sua vez, o cômodo A4d,

89

Ibid., p. 103. Ibid., p. 107. 91 Ibid., p. 110. 92 TERRENATO, The Auditorium site in Rome and the origins of the villa, p. 8. 93 CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 151–152. 94 Ibid., p. 149. 95 Ibid., p. 110. 90

68 de tamanho similar, mas sem vestígios de requinte na ornamentação, foi identificado como uma sala de menor status. Os cômodos A4c e A3, ambos de formatação quadrada e tamanho similar, foram interpretados como torres por conta de sua base mais ampla e posição incongruente com a estrutura adjacente96. Os pesquisadores conjecturam a existência de segundos pavimentos em ambos os cômodos, que poderiam ser utilizados para habitação ou acomodação de hóspedes97. Ao sul do pátio, ocupando a área da antiga fazenda, temos quatro ambientes amplos na primeira fase, identificados pelos arqueólogos como a pars rustica do edifício. O cômodo A5, sucessor do pátio A1 da antiga fazenda, manteve-se como um pátio descoberto. Sua importância para este setor do edifício é demonstrada pela saída independente para a rua. Ao lado da porta que separa este pátio do pátio principal A4, foi identificado um balcão em L de tufo com 30 cm de altura, provavelmente usado como uma superfície para trabalho, associado a um fosso construído também em tufo com uma borda de cerâmica de 40 cm de diâmetro98. Na fase 2 desse período, todos os cômodos da parte sul têm seu pavimento elevado. No cômodo A5, por exemplo, essa elevação chega a 40 cm, obliterando o balcão – o fosso, contudo, continuou em uso. Adicionouse, também na fase 2, uma canaleta de drenagem para este pátio menor, que não existia na fase anterior99. No lado oposto desse cômodo se situava um fogareiro já na fase 1, que continuou sendo utilizado nas outras fases desse período do sítio100. Na fase 2, um novo fogareiro foi adicionado, próximo a esse, mas longe das paredes, mais centralizado no pátio101. A fase 3 desse período é identificada por nova elevação do pavimento neste pátio A5 e por modificações no cômodo A18. Na extremidade sul do cômodo A10 foram encontrados vestígios de um forno associados à objetos de cerâmica com claros sinais de queima. Manchas de cinzas foram encontradas em todo o ambiente. Ao Norte, este cômodo está ligado à área da torcular (A7) por uma porta e dois degraus. Ao menos parte desse cômodo deveria ser utilizada para armazenar a produção de óleo. Segundo a equipe de escavação, este é o único cômodo do setor sul que poderia receber um segundo pavimento, talvez usado para expandir a área útil do edifício102. Na fase 2, o ambiente A10 acabou dividido em quatro cômodos menores, fazendo com que a parte meridional do edifício passasse a se organizar em três grandes cômodos e quatro pequenos. Pelo menos alguns desses novos pequenos cômodos deveriam desempenhar a função de estocagem, o que é indicado pela grande presença de cerâmicas de armazenamento aqui encontradas103. O mesmo pode ser dito do cômodo A22, onde foram encontrados muitos fragmentos de ânforas104. 96

Ibid., p. 142. Ibid., p. 152. 98 Ibid., p. 109. 99 Ibid., p. 114. 100 Ibid., p. 112. 101 Ibid., p. 117. 102 Ibid., p. 111–112. 103 TERRENATO, The Auditorium site in Rome and the origins of the villa, p. 8. 104 CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 152. 97

69 O cômodo A22 também se destaca pela grande quantidade de argila e tufo presente em sua pavimentação, provavelmente subproduto da derrubada das paredes da fazenda do período anterior. Seu pavimento estava, portanto, ainda mais elevado, mais alto que todo o resto do edifício105. O cômodo A18, por fim, possuía um grande fogareiro, provavelmente desempenhando a função de cozinha da estrutura. Na fase 3, esse cômodo A18 acaba subdividido em duas partes. Um balcão e dois novos fogareiros também são adicionados a este setor106, mostrando, provavelmente, uma especialização e multiplicação de tarefas realizadas ali.

Figura 87 – Reconstrução hipotética da estrutura do período 2 (primeira uilla), fase 1, do sítio do Auditorium107

105

Ibid., p. 105. Ibid., p. 118 e 120. 107 Ibid., p. 156. 106

70 Figura 88 - Gráfico da quantidade de fragmentos datáveis encontrados nos níveis estratigráficos do Período 2 do sítio do Auditorium108

108

Ibid., p. 123.

71 Figura 89 – Estrutura escavada no quartiere servile no período 2, fases 1 e 2, do sítio do Auditorium109

Preto: Estruturas conservadas; Cinza claro: Pavimentação conservada; Cinza escuro: estruturas logicamente reconstituíveis; Branco: estruturas hipotéticas.

109

Ibid., p. 178.

72 O complexo se articula em três segmentos organizados no sentido norte-sul. O primeiro terço, ao norte, é ocupado por um vasto pátio (A49) associado a um pequeno cômodo coberto (A46). A entrada principal da estrutura, única a se manter utilizada por todas as fases, ligava este grande pátio com a pequena via que separava a estrutura da uilla. Baseando-se na articulação estrutural com o pátio e com a entrada da estrutura, a equipe de escavação considera que o cômodo A46 deve ter sido utilizado como um estábulo, ainda que reconheçam que não há dados diretos da escavação que sustentem essa interpretação110. O terço seguinte é articulado em torno de um pátio central de menor dimensão A44, onde se encontra um poço associado a uma canaleta que drenava a água utilizada em dois tanques em sua direção111. Essa estrutura foi interpretada como um implemento produtivo utilizado para a depuração por decantação da argila para a fabricação de cerâmica112. Esse implemento é obliterado na fase 3113. Uma outra canaleta, saindo deste pátio, passando sob o cômodo A43a e chegando ao pátio A49 foi construído em um segundo momento para drenar a água do pátio central para o pátio setentrional. Neste mesmo momento, identificado como fase 2 desse período, a canaleta e os tanques já existentes também são reformados, assim como algumas das paredes, muros e pavimentos da estrutura114. Em torno deste pátio central A44 se articulam alguns cômodos cobertos (A38, A39a, A39b, A43a, A43b), outro pátio (A42) e um corredor (A41). O pátio A42, durante a fase 1, desempenhava importante papel de entrada no edifício através de um grande arco que abria o muro perimetral para a rua. Contudo, na passagem para a fase 2, este arco foi fechado e o pátio A42 passou a ter papel mais secundário na articulação da estrutura. Na fase 3 deste período serão construídas canaletas de drenagem tanto em A42 quanto no corredor A41115. Este corredor desempenhava um importantíssimo papel de articular os três segmentos da estrutura, ao se ligar abertamente aos pátios A44 e A40 e por uma porta com o pátio A49. Quando o arco em A42 foi cerrado, esse corredor ganhou ainda mais importância, sendo passagem obrigatória para o acesso a toda a estrutura a partir do pátio A49116. Esse pátio A42 é interpretado pelos escavadores, ao menos para o período posterior ao cerramento do arco de entrada, como um terreiro para trabalho e armazenamento de produtos agrícolas. O cômodo A38, no qual nenhum elemento interno foi identificado, poderia ter sido um armazém associado a esse pátio ou uma habitação. Por sua vez, os cômodos A39 e A43, ambos subdivididos em ambientes ‘a’ e ‘b’ foram identificados com função habitacional117. Vestígios de um pequeno

110

Ibid., p. 177 n.65. Ibid., p. 163. 112 Ibid., p. 177. 113 Ibid., p. 187. 114 Ibid., p. 165, 170. 115 Ibid., p. 173. 116 Ibid., p. 177. 117 Ibid., p. 181. 111

73 e rudimentar fogareiro foram identificados no cômodo A39, em uma posição estratigráfica que indica sua utilização nos primórdios da construção do edifício, antes de sua pavimentação. No cômodo A43a, já na fase 2, são identificados dois fogareiros. Em parte dos ambientes desse setor central (especialmente em A41, A43b e A44) foi identificado um pavimento em terra batida com acabamento em saibro branco118. Talvez o achado mais notável desta parte do sítio, infelizmente pouco comentado pela equipe de escavação, consiste em duas panelas de cerâmica utilizadas como urnas funerárias infantis119. Um dos achados, encontrado em uma pequena cova escavada em A43b, próximo à parede que o delimita com A41, continha os restos mortais de um recém-nascido ou de um feto (entre 8 e 9 meses de gestação). No pátio A42, próximo à parede que o separa do cômodo 34, restos mortais de outro bebê foram também encontrados dentro de uma panela de cerâmica. Além disso, uma panela similar à encontrada contendo o recém-nascido em A43b foi encontrada, sem restos mortais em seu interior, enterrada em uma cova no meio do cômodo A43a120. Por fim, no terço meridional, dois pátios grandes (A40 e A31 – maiores que o central, menores que o setentrional) são divididos por um muro. Pequenos cômodos se associam a estes pátios (A 45 e A48) à sudeste, e outros pequenos cômodos (A34, A47, A33 e A35) se associam ao pátio A31 em sua extremidade norte. A equipe de escavação conjectura que esses pequenos cômodos fossem cellae para abrigo de escravos121. É a partir dessa interpretação, e da associação com a uilla contígua, que Carandini e equipe nomeiam essa estrutura como quartiere servile. No pátio A32 também foram identificados vestígios de uma pavimentação em terra batida com acabamento em saibro misturado com brita e de um fogareiro122. Outro fogareiro, pertencente já a fase 2, foi identificado no cômodo A35123. Na fase 3 desse período, o pátio A31 é subdividido, delimitando o espaço de um novo pátio A32, localizado entre os prévios pátios A31 e A40 e que incorpora o antigo cômodo A35, cuja parede meridional é derrubada. Nesse pátio A32 se constroem dois fornos retangulares124. Ainda que sejam construídos em um momento em que os tanques de depuração em A41 já tinham sido obliterados, esses fornos são associados pela equipe de Carandini ao processo de fabricação de cerâmicas a partir da argila lá depurada. Eles cogitam que já havia fornos similares a esse nas fases anteriores, mas que estariam posicionados em setores

118

Ibid., p. 163–164. Sepultamentos deste tipo foram identificados com ritos fundacionais na área do Fórum Romano, especificamente na Domus Regia do primeiro período monárquico. Ver: FULMINANTE, Francesca, The Urbanisation of Rome and Latium Vetus: From the Bronze Age to the Archaic Era, Cambridge: Cambridge University Press, 2014, p. 90–91. 120 CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 165. 121 Ibid., p. 189. 122 Ibid., p. 164–165. 123 Ibid., p. 170. 124 Ibid., p. 173. 119

74 do sítio destruídos pela erosão125. É importante ressaltar, justamente, que as informações sobre essa parte meridional da estrutura escasseiam quanto mais ao sul se desloca, por conta de processos erosivos que destruíram o registro arqueológico neste setor.

Figura 90 – Reconstrução hipotética do quartiere servile no período 2, fases 1 e 2, do sítio do Auditorium126

Figura 91 - Acabamento de calha com figura do deus Aqueloo, encontrado na uilla do Auditorium, período 3 (uilla do Aqueloo)127

125

Ibid., p. 181. Ibid., p. 186. 127 Imagem retirada de: http://www.sovraintendenzaroma.it/cosa_facciamo/attivita_sul_territorio/didattica/villa_romana_dell_aud itorium (acessado em 28/12/2015) 126

75 Figura 92 – Representação da estrutura do Período 3 (uilla do Aqueloo) escavada no sítio do Auditorium128

Preto: Estruturas conservadas; Cinza claro: Pavimentação conservada; Cinza escuro: estruturas logicamente reconstituíveis; Branco: estruturas hipotéticas.

O pátio A4 manteve seu papel articulador central, o cômodo A7 foi incorporado e a torcular obliterada, o que deu um caráter habitacional pleno ao setor. Duas canaletas drenavam a água pluvial acumulada no pátio em direção à rua. Ampliado, o pátio passa a ter 150 m² (contra 120

CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 212. 128

76 m² do pátio do período anterior). Em seu centro, foi posicionado um bloco quadrado de cappellaccio interpretado como um altar129. Por outro lado, o “templo externo” passa por uma grande modificação. No lugar do pequeno ambiente A8 do período anterior, dois cômodos menores (A8a e A8b) e um grande (A15a) constituem nesse período o que os investigadores identificam como um verdadeiro pequeno templo voltado para o lado externo ocidental do edifício. Os blocos de cappellaccio e a técnica construtiva aqui empregada são, segundo o relato de escavação, as mais refinadas de toda a construção dessa fase, destacando a importância desse setor. No entorno destes cômodos foram identificadas cerâmicas relacionadas a práticas cultuais130. Os dois cômodos interpretados como base de pequenas “torres” no período anterior (A3 e A4c), foram alinhados aos outros cômodos (A4d e A2/A1), formando um setor habitacional mais ortogonal131. Outra modificação importante neste setor é uma significativa elevação do pavimento em relação ao período anterior – provavelmente com o objetivo de fazer frente às recorrentes inundações do Tibre nessa área132. Esse setor é comparado, pelos pesquisadores, a habitações principescas etruscas que também possuem uma série de cômodos provavelmente utilizados como habitações organizados em torno de um pátio central133. No cômodo A3 temos o único vestígio do pavimento, feito em fragmentos de piso cerâmico, do setor residencial neste período134. Todos esses cômodos são identificados com o uso habitacional e se sugere a possibilidade de um segundo pavimento em todos eles135. As principais modificações na comparação entre a uilla do Aqueloo e sua predecessora no sítio do Auditorium se deram em seu “setor rústico”. O antigo pátio central deste setor é em muito ampliado136 e recebe um grande impluvium em seu centro137, formando um novo pátio (A13) que oblitera o que eram vários cômodos do setor rústico no período anterior. Este pátio ocupa três quartos deste “setor rústico”138. Os investigadores conjecturam que a parte meridional deste pátio A13 fosse coberta, enquanto o seu restante era descoberto. É neste ambiente que temos os únicos vestígios de pavimentação no setor rústico, feito com areia e seixos fluviais139. Dois fogareiros, um na parte descoberta, outro na parte coberta, foram identificados neste pátio140.

129

Ibid., p. 195. Ibid., p. 216–217. 131 Ibid., p. 211. 132 Ibid., p. 217; TERRENATO, The Auditorium site in Rome and the origins of the villa, p. 9. 133 CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 221. 134 Ibid., p. 198. 135 Ibid., p. 121. 136 Ibid., p. 194. 137 Ibid., p. 195. 138 Ibid., p. 221. 139 Ibid., p. 198. 140 Ibid., p. 201. 130

77 Uma série de cômodos (A10, A12, A22 e A23) se posicionam à leste do pátio A13, somando-se a um pequeno cômodo isolado no canto sudoeste do edifício. A equipe de escavação conjectura a existência de um segundo piso sobre esses cômodos, que aumentariam a área do setor rústico141. O quartiere servile continua sendo ocupado neste período, contudo há muita dificuldade em precisar informações sobre este setor para esse período. Os problemas causados pela erosão nesta área praticamente impediram a identificação de elementos internos: nenhum muro ou parede construído ou restaurado nesse período foi encontrado no interior da estrutura. Apenas o grande muro externo demonstra sinais de estar em uso nesse período. Isso levou os pesquisadores a identificar esta estrutura como um grande recinto fechado a céu aberto142. Junto ao canto sudoeste desse muro de cinta foram identificados vestígios de três pequenas paredes que se projetariam perpendicularmente para dentro do recinto. Os pesquisadores imaginam que essas paredes formassem pequenas cocheiras, associadas ao possível uso do recinto como um todo como local para abrigo de animais, talvez associado ao armazenamento da produção agrícola143.

141

Ibid., p. 222. Ibid., p. 195. 143 Ibid., p. 222–224. 142

78 Figura 93 – Representação da estrutura do período 4 (uilla do Átrio), fase 1, escavada no sítio do Auditorium144

Preto: Estruturas conservadas; Cinza claro: Pavimentação conservada; Cinza escuro: estruturas logicamente reconstituíveis; Branco: estruturas hipotéticas.

144

Ibid., p. 253.

79 Figura 94 – Mapa com a localização da Villa delle Grote (Grottarossa, Roma) em relação à Villa do Auditorium, no norte de Roma (Google Earth)

80 Figura 95 – Representação das estruturas escavadas no sítio da uilla delle Grote, Grottarossa, norte de Roma145

145

BECKER, Jeffrey A., Investigating early villas: the case of Grotarossa, in: ATTEMA, P. A. J.; NIJBOER, Albert J.; ZIFFERERO, Andrea (Orgs.), Papers in Italian archaeology VI: communities and settlements from the Neolithic to the early Medieval period: proceedings of the 6th Conference of Italian Archaeology held at the University of Groningen, Groningen Institute of Archaeology, the Netherlands, April 15-17, 2003, Oxford: Archaeopress, 2005, v. 2, p. 816.

81 Figura 96 - Região do quartiere Flamínio em Roma, com os sítios arqueológicos datados para os séculos V-III a.C.146

Legenda: Linhas vermelhas grossas: estradas do período; Linha vermelha fina: estrada hipotética; Linha amarela fina: área hipoteticamente reconstruída da propriedade fundiária das uillae da região. Quadrado vermelho: fonte sacra de Anna Perenna

CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 43. 146

82 Figura 97 – Estrutura escavada no sítio no Viale Tiziano (quartiere Flamínio, Roma)147

DI GIUSEPPE, Helga, Lanifici e strumenti della produzione nell’Italia centro-meridionale, in: BUSANA, Maria Stella; BASSO, Patrizia (Orgs.), La lanna nella cisalpina romana: economia e società, Padova: Padova University Press, 2012, p. 480; Adaptado de: PIRANOMONTE, Marina; RICCI, Giovanni, L’edificio rustico di viale Tiziano e la fonte di Anna Perenna. Nuovi dati per la topografia dell’area Flaminia in epoca repubblicana, in: JOLIVET, Vincent et al (Orgs.), Suburbium II: il suburbio 147

83 Figura 98 – Mapa com a localização da planície de Centocelle, Roma (Google Maps)

di Roma dalla fine dell’età monarchica alla nascita del sistema delle ville (V-II secolo a.C.), [s.l.]: Ecole Française de Rome, 2009, fig. 10.

84 Figura 99 - Mapa dos elementos e estruturas no parque de Centocelle datados para o Período II (séculos III-II a.C.)148

148

VOLPE, Rita, Lo sfruttamento agricolo e le costruzioni sul pianoro di Centocelle in età repubblicana, in: GIOIA, Patrizia; VOLPE, Rita (Orgs.), Centocelle 1: Roma SDO le indagini archeologiche, Soveria Mannelli (Catanzaro): Rubbettino, 2004, p. 449.

85 Figura 100 – Reconstrução hipotética das estruturas do período clássico (séculos III d.C.) da Villa da Piscina, em Centocelle (Roma)149

Figura 101 – Representação da estrutura do período 2 (séculos III-II a.C.) da uilla da Piscina, Centocelle, Roma150

149

GIOIA, Patrizia; VOLPE, Giuliano, Archeologia nel Parco di Centocelle, in: Arch.It.Arch, Dialoghi di Archeologia e Architettura, Roma: Quasar, 2009, p. 111. 150 VOLPE, Lo sfruttamento agricolo e le costruzioni sul pianoro di Centocelle in età repubblicana, p. 454.

86 Figura 102 – Reconstrução hipotética da uilla ad duas lauros (séculos I a.C.-VI d.C.)151

Figura 103 – Fotografia aérea do parque de Centocelle identificando os traços da uilla ad duas lauros152

151 152

GIOIA; VOLPE, Archeologia nel Parco di Centocelle, p. 107. Ibid.

87 Figura 104 – Representação da estrutura escavada no sítio de Selvasecca, Blera, Etrúria Meridional153

Figura 105 - Mapa identificando estruturas construídas com tufo em opus quadratum no subúrbio de Roma (Villae dos séculos V-II a.C., segundo Rita Volpe)154

153

TERRENATO, The Auditorium site in Rome and the origins of the villa, p. 23. VOLPE, Rita, Republican Villas in the Suburbium of Rome, in: BECKER, Jeffrey A.; TERRENATO, Nicola (Orgs.), Roman republican villas: architecture, context, and ideology, Ann Arbor: University of Michigan Press, 2012, p. 104. 154

88 Figura 106 – Representação da Basis uillae identificada em Monticchio (Basilicata, Potenza)155

Figura 107 - Modelo de uilla em plataforma segundo Lafon156

155

BECKER, Jeffrey A., Polygonal masonry and Republican Villas? The problem of the Basis Villae, in: BECKER, Jeffrey A.; TERRENATO, Nicola (Orgs.), Roman republican villas: architecture, context, and ideology, Ann Arbor: University of Michigan Press, 2012, p. 115. 156 LAFON, Xavier, Villa Maritima: recherches sur les villas littorales de l’Italie romaine (IIIe siècle av. J.-C.-IIIe siècle ap. J.-C.), Rome: École française de Rome, 2001, p. 30.

89 Figura 108 – Mapa com a Localização de Pesto157

157

Mapa retirado de: http://es.weather-forecast.com/place_maps/pa/Paestum.8.gif (acessado em 28/12/2015)

90 Figura 109 – Mapa da região dos Montes Lepinos, Lácio, com a localização de sítios com plataformas (basis villae) identificados na região158

158

HAAS, T. C. A. de; ATTEMA, P. a. J.; TOL, G. W., Polygonal masonry platform sites in the Lepine mountains (Pontine Region, Lazio, Italy), Palaeohistoria, v. 54, n. 0, p. 195–282, 2015, p. 198.

91 Figura 110 – Mapa com a localização da comuna de Murlo, Província de Siena

Figura 111 – Representação da estrutura escavada no sítio de Poggio Civitate, Murlo (província de Siena)159

159

SPIVEY, Nigel Jonathan; STODDART, Simon, Etruscan Italy, London: Batsford, 1990, p. 53.

92 Figura 112 – Reconstrução hipotética da estrutura do sítio de Poggio Civitate, Murlo (província de Siena)160

160

Imagem retirada de: http://www.boscodellaspina.fr/wp-content/uploads/2011/03/stori01.jpg (acessado em 28/12/2015)

93 Figura 113 – Mapa com a localização das áreas estudas por diferentes levantamentos de superfície realizados no Médio vale do Tibre (South Etruria Survey e Tibber Valley Project)161

Área circulada pela linha preta: área de estudo do Tibber Valley Project. Pontos pretos: Local de antigos centros urbanos da região; ver legenda na imagem para os padrões de pintura que identificam cada um dos diferentes levantamentos realizados na região.

161

DI GIUSEPPE, Helga, Villae, villullae e fattorie nella Media Valle Del Tevere, in: FRIZELL, Barbro Santillo; KLYNNE, Allan (Orgs.), Roman Villas Around the Urbs: Interaction with Landscape and Environment : Proceedings of a Conference at the Swedish Institute in Rome, September 17-18, 2004, Roma: Swedish Institute in Rome, 2005, fig. 1.

94 Figura 114 – Mapa de distribuição de sítios (classificados como fazendas) com ocupação entre os séculos V-IV a.C na Etrúria meridional segundo o South Etruria Survey162

162

POTTER, The changing landscape of South Etruria, p. 88.

95 Figura 115 - Mapa de distribuição de sítios (classificados como fazendas) com ocupação entre os séculos III-I a.C na Etrúria meridional segundo o South Etruria Survey163

163

Ibid., p. 97.

96 Figura 116 - Número de sítios na Etrúria Meridional segundo o South Etruria Survey por períodos de ocupação164

Early Etruscan: VIII-VI a.C., Late Etruscan: V-IV a.C., Republican: III-I a.C.

PATTERSON, Helen; DI GIUSEPPE, Helga; WITCHER, Rob, Three South Etrurian “crises”: first results of the Tiber Valley Project, Papers of the British School at Rome, v. 72, p. 1–36, 2004, p. 6; Elaborado a partir de: POTTER, The changing landscape of South Etruria, p. 74, 90,,96, 132. 164

97 Figura 117 – Tipos de solo na Itália165

165

Mapa retirado de: http://esdac.jrc.ec.europa.eu/content/carta-dei-suoli-ditalia-soil-map-italy (acessado em 05/01/2016).

98 Figura 118 – Mapa das unidades de relevo da Itália166

166

Mapa retirado de: http://www.isprambiente.gov.it/en/environmental-services/map-of-the-naturesystem/map-of-the-nature-at-the-scale-1-250.000/physiographic-types-and-units (acessado em 05/01/2016).

99 Figura 119 – Mapa de relevo da Itália central167

167

Mapa retirado de: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b3/Latium_5th_Century_map-en.svg/2000px-Latium_-5th_Century_map-en.svg.png (acessado em 05/01/2016).

100 Figura 120 – Fotos de field walkings de diferentes intensidades168

168

Fotos retiradas, respectivamente, de: http://cka.moon-demon.co.uk/KAR016/KAR016_surveys.htm , http://www.surveyarchaeology.eu/Field-walking+Strategies , http://www.solanoarchaeology.com/SolanoArchaeological-Services.php (acessados em 05/01/2016)

101 Figura 121 - Comparação entre o número de sítios ocupados por período na Etrúria meridional e na Sabina169

Cinza mais escuro: sítios datados genericamente; Cinza claro: sítios ocupados pela primeira vez naquele período; Branco: sítios com ocupação possivelmente continua entre o período anterior e o indicado; Cinza intermediário: sítios com ocupação continua entre o período anterior e o indicado.

DI GIUSEPPE, Helga, Assetti territoriali nella media valle del tevere dall’epoca orientalizzante a quella repubblicana, in: COARELLI, Filippo; PATTERSON, Helen, Mercator placidissimus: the Tiber Valley in antiquity: new research in the upper and middle river valley: Rome, 27-28 February 2004, Roma: Quasar, 2008, p. 440. 169

102 Figura 122 - Número de sítios identificados como vestígios de assentamentos permanentes na Etrúria Meridional por período de ocupação (Tiber Valley Project)170

O cinza mais escuro identifica sítios com ocupação contínua desde o período anterior e o cinza intermediário sítios com ocupação a partir daquele período.

Figura 123 - Percentual de abandono, continuidade, possível continuidade e novidade na ocupação de sítios em diversas regiões da Etrúria Meridional e Sabina entre 480 e 350 a.C.171

Branco: sítios do período precedente abandonados; Cinza claro: sítios ocupados continuamente entre o período anterior e o indicado; Cinza escuro: sítios ocupados pela primeira vez no momento indicado.

PATTERSON; DI GIUSEPPE; WITCHER, Three South Etrurian “crises”, p. 10 Foram excluídos desse gráfico sítios identificados como tumbas, locais de ocupação temporária ou sazonal ou sítios com vestígios muito escassos para sustentar sua interpretação como vestígios de antigos assentamentos. 171 DI GIUSEPPE, Assetti territoriali nella media valle del tevere dall’epoca orientalizzante a quella repubblicana, p. 443. 170

103 Figura 124 - Percentual de abandono, continuidade, possível continuidade e novidade na ocupação de sítios em diversas regiões da Etrúria Meridional e Sabina entre 350-250 a.C.172

Branco: sítios do período precedente abandonados; Cinza claro: sítios ocupados continuamente entre o período anterior e o indicado; Cinza escuro: sítios ocupados pela primeira vez no momento indicado

Figura 125 - Percentual de abandono, continuidade, possível continuidade e novidade na ocupação de sítios em diversas regiões da Etrúria Meridional e Sabina entre 250-150 a.C.173

Branco: sítios do período precedente abandonados; Cinza claro: sítios ocupados continuamente entre o período anterior e o indicado; Cinza escuro: sítios ocupados pela primeira vez no momento indicado

172 173

Ibid., p. 444. Ibid., p. 443.

104 Figura 126 – Relação proporcional entre tipos de contexto em que locais de produção de cerâmica de verniz negro estavam inseridos174

Cinza escuro: locais de produção identificados pela presença de fornos Cinza claro: locais de produção identificados indiretamente

Figura 127 – Relação proporcional entre tipos de contexto em que locais de produção de cerâmica de verniz negro estavam inseridos divididos por recortes temporais (séculos IV-III a.C. vs séculos II-I a.C.)175

174

DI GIUSEPPE, Helga, Black-gloss ware in Italy: production management and local histories, Oxford: Archaeopress, 2012, p. 78. 175 Ibid.

105 Figura 128 - Relação proporcional entre tipos de contexto em que locais urbanos de produção de cerâmica de verniz negro estavam inseridos nos séculos IV-III a.C.176

Figura 129 - Relação proporcional entre tipos de contexto em que locais rurais de produção de cerâmica de verniz negro estavam inseridos nos séculos IV-III a.C.177

176 177

Ibid., p. 80. Ibid., p. 82.

106 Figura 130 – Locais de produção de cerâmica de verniz negro entre os séculos III e II a.C.178

Triângulos: locais identificados pela presença de um forno do século III a.C. Quadrados: locais identificados pela presença de um forno do século II a.C. Círculos: locais identificados pela presença de cerâmica queimada.

Figura 131 – Número de sítios identificados como vestígio de uillae e média ponderada do número de fragmentos datáveis179

Colunas: Número de sítios identificados como vestígios de uillae entre o período tardo- republicano e alto-imperial (escala na direita) Pontos e linha: Média ponderada* de fragmentos datáveis identificados (escala na esquerda) DI GIUSEPPE, Assetti territoriali nella media valle del tevere dall’epoca orientalizzante a quella repubblicana, p. 449. 179 DI GIUSEPPE, Villae, villullae e fattorie nella Media Valle Del Tevere, p. 14. 178

107 Figura 132 – Número de sítios identificados como vestígios de uillae e de fazendas no vale do Tibre ao longo dos recortes temporais (Tiber Valley Project)180

* A média ponderada do material arqueológico é um procedimento estatístico proposto por Elizabeth Fentress e Philip Perkins181 e adotado por Helga Di Giuseppe em seu estudo do material do vale do Tibre com o intuito de por em perspectiva o problema da variação dos lapsos temporais dos diferentes períodos cronológicos em que os materiais arqueológicos são classificados. O número total de fragmentos identificados como pertencentes a um período é dividido por períodos de tempo específicos que permitem uma distribuição média do número total por períodos de tempo comparáveis, desfazendo os problemas estatísticos causados pela variação do recorte temporal de cada período utilizado182.

180

DI GIUSEPPE, Villae, villullae e fattorie nella Media Valle Del Tevere, p. 6. FENTRESS, Elizabeth; PERKINS, Philip, Counting African Red Slip Ware, in: L’Africa Romana. Atti del V convegno di studio, Sassari: [s.n.], 1988. 182 DI GIUSEPPE, Black-gloss ware in Italy, p. 11–12. 181

108 Figura 133 – Mapa de distribuição de sítios do período Arcaico, Clássico e Republicano médio em uma região do Ager Veientanus183

183

PATTERSON; DI GIUSEPPE; WITCHER, Three South Etrurian “crises”, p. 12.

109 Figura 134 – Mapa da cidade de Veios184

DENNIS, George, The cities and cemeteries of Etruria, [s.l.]: London : J. Murray, 1878 Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/1e/Map_of_Veii.jpg (acessado em 17/01/2016). 184

110 Figura 135 - Mapa de distribuição de sítios (classificados como fazendas) com ocupação entre os séculos VII-VI a.C na Etrúria meridional segundo o South Etruria Survey185

185

POTTER, The changing landscape of South Etruria, p. 73.

111 Figura 136 – Mapa de distribuição de sítios com presença de bucchero e outras cerâmicas contemporâneas no território de Veios (South Etruria Survey)186

KAHANE, Anne; THREIPLAND, Leslie Murray; WARD-PERKINS, John Bryan, The “Ager Veientanus”, North and East of Rome, Papers of the British School at Rome, v. 36, 1968, p. 202. 186

112 Figura 137 – Mapa de distribuição de cerâmicas datadas para o período etrusco encontradas na cidade de Veios (Tiber Valley Project)187

Figura 138 – Mapa da distribuição de fornos, material votivo e objetos arquitetônicos do período etrusco encontrados na cidade de Veios (Tiber Valley Project)188

187

PATTERSON, Helen et al, The re-evaluation of the South Etruria Survey: the first results from Veii, in: PATTERSON, Helen, Bridging the Tiber: approaches to regional archaeology in the Middle Tiber Valley, London: British School at Rome, 2004, p. 15. 188 Ibid., p. 16.

113 Figura 139 – Mapa de distribuição de cerâmicas datadas para o período 350-250 encontradas na cidade de Veios (Tiber Valley Project)189

Figura 140 – Mapa da distribuição de fornos e material votivo do período romano encontrados na cidade de Veios (Tiber Valley Project)190

189 190

Ibid., p. 20. Ibid.

114 Figura 141 – Mapa de distribuição de sítios com presença de bucchero e outras cerâmicas contemporâneas no território de Veios (South Etruria Survey)191

KAHANE; THREIPLAND; WARD-PERKINS, The “Ager Veientanus”, North and East of Rome, p. 204. 191

115 Figura 142 – Número de sítios identificados como vestígios de uillae e de fazendas na região da Via Veientana ao longo dos recortes temporais (Tiber Valley Project)192

Figura 143 – Mapa da área da antiga cidade de Capena193

192

DI GIUSEPPE, Villae, villullae e fattorie nella Media Valle Del Tevere, p. 10. KEAY, Simon; MILLETT, Martin; STRUTT, Kristian, An Archaeological Survey of Capena (La Civitucola, provincia di Roma), Papers of the British School at Rome, v. 74, p. 73–118, 2006, p. 75. 193

116 Figura 144 – Foto aérea do território de Capena194

Figura 145 – Representação da foto aérea do território de Capena195

194 195

JONES, Capena and the Ager Capenas, prancha XLI. Ibid., prancha XLII.

117 Figura 146 – Mapa dos assentamentos nucleares do território de Capena (Google Earth)

118 Figura 147 – Mapa de distribuição dos sítios com cerâmica etrusca no território de Capenas (South Etruria Survey)196

196

JONES, Capena and the Ager Capenas Part II, p. 128.

119 Figura 148 – Mapa de distribuição dos sítios com cerâmica etrusca no território de Capenas (South Etruria Survey)197

197

Ibid., p. 130.

120 Figura 149 - Número de sítios identificados como vestígios de uillae e de fazendas no território de Capena ao longo dos recortes temporais (Tiber Valley Project)198

198

DI GIUSEPPE, Villae, villullae e fattorie nella Media Valle Del Tevere, p. 10.

121 Figura 150 – Mapa de distribuição dos sítios do período etrusco na área do monte Palombo (South Etruria Survey)199

199

JONES, Capena and the Ager Capenas, p. 152.

122 Figura 151 – Mapa de distribuição dos sítios do período etrusco na área do monte Palombo (South Etruria Survey)200

200

Ibid., p. 156.

123 Figura 152 – Mapa do território Falisco e de Sútrio201

201

FREDERIKSEN, M. W.; PERKINS, J. B. Ward, The Ancient Road Systems of the Central and Northern Ager Faliscus. (Notes on Southern Etruria, 2), Papers of the British School at Rome (New Series Volume 12), v. 25, p. 67–203, 1957, p. 68.

124 Figura 153 – Mapa da cidade de Nepete202

Figura 154 – Mapa da antiga Falérios203

202 203

POTTER, The changing landscape of South Etruria, p. 60. Ibid.

125 Figura 155 – Outro mapa da antiga Falérios204

Figura 156 – Mapa de Sútrio205

204

CARLUCCI, Claudia et al, An archaeological survey of the Faliscan settlement at Vignale, Falerii Veteres (province of Viterbo), Papers of the British School at Rome, v. 75, p. 39–121, 2007, p. 42. 205 DUNCAN, Guy; REYNOLDS, J. M., Sutri (Sutrium): (Notes on Southern Etruria, 3), Papers of the British School at Rome, v. 26, p. 63–134, 1958, p. 67.

126 Figura 157 – Número de sítios identificados como vestígios de uillae e de fazendas no território de Capena ao longo dos recortes temporais (Tiber Valley Project)206

206

DI GIUSEPPE, Villae, villullae e fattorie nella Media Valle Del Tevere, p. 10.

127 Figura 158 – Mapa do território de Sútrio207

207

DUNCAN; REYNOLDS, Sutri (Sutrium), p. 64.

128 Figura 159 – Mapa de distribuição de sítios no território de Sútrio com presença de cerâmica de verniz negro

208

Figura 160 – Representação do plano da cidade de Falérios Nova209

208

Ibid., p. 94. KEAY, Simon et al, Falerii Novi: A New Survey of the Walled Area, Papers of the British School at Rome, v. 68, p. 1–93, 2000, p. 73. 209

129 Figura 161 – Território de Roma e suas aliadas – fases da expansão romana sobre a Itália210

Legenda de Cores: Vermelho: 500 a.C.; Rosa: depois da Guerra Latina (338 a.C.); Cobre: início da Terceira Guerra Samnita (298 a.C.); Laranja: fim da Terceira Guerra Samnita (290 a.C.); Verde: fim da guerra Pírrica (275 a.C.); Verde azulado: início da Primeira Guerra Púnica (264 a.C.); Roxo: início da Segunda Guerra Púnica (218 a.C.). 210

Territórios de Roma e seus aliados. Mapa disponível online: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Roman_conquest_of_Italy_(it).svg (acessado em 28/01/2016).

130 Figura 162 – Mapa da região do Pontino estudada pelo Groningen Institute of Arcaheology211

Áreas geográficas: I: Colinas Albanas; II: Montes Lepinos e Ausônicos; III: Planície (antigo pântano) do Pontino; IV: Terras elevadas da costa. Símbolos: A (círculo): cidade moderna; B (quadrado): cidade antiga; C (estrela): sítio arqueológico; D (triângulo): local de coleta de pólen para análise arqueobotânica. Áreas destacadas em laranja: áreas de levantamentos de superfície do Groningen Institute of Archaeology; Áreas destacadas por retângulos: áreas estudadas pelo Forma Italiae.

211

ATTEMA, P. A. J.; BURGERS, G.-J. L. M.; LEUSEN, Martijn van, Regional pathways to complexity: settlement and land-use dynamics in early Italy from the Bronze Age to the Republican period, Amsterdam: Amsterdam University Press, 2010, p. 209.

131 Figura 163 – Avaliação do potencial agrícola da região do Pontino212

Legenda: Da tonalidade de verde mais escura para a mais clara: -Apropriada. -Marginal/Apropriada. -Marginal/Inapropriada. -Inapropriada.

212

Ibid., p. 210.

132 Figura 164 - Número de sítios identificados no sopé dos Montes Lepinos por período de ocupação (Pontine Region Project)213

213

DE HAAS, Tymon, Fields, farms and colonists: intensive field survey and early Roman colonization in the Pontine region, central Italy, Eelde: Barkhuis, 2011, p. 241.

133 Figura 165 - Mapa de distribuição de sítios do período arcaico (580-480 a.C.) na região dos montes Lepinos (Pontine Region Project)214

Figura 166 – Campo de visão dos assentamentos fortificados na região dos montes Lepinos (Pontine Region Project)215

214 215

Ibid., p. 244. Ibid., p. 242.

134 Figura 167 - - Mapa de distribuição de sítios do período pós-arcaico (480-350 a.C.) na região dos montes Lepinos (Pontine Region Project)216

Figura 168 – Achados no platô de Norba datados para o período pós-arcaico (480350 a.C.) (Pontine Region Project)217

216 217

Ibid., p. 248. Ibid., p. 246.

135 Figura 169 - Mapa de distribuição de sítios do período republicano médio (350-200 a.C.) na região dos montes Lepinos (Pontine Region Project)218

Figura 170 - Achados no platô de Norba datados para o período republicano médio (350-200 a.C.) (Pontine Region Project)219

218 219

Ibid., p. 252. Ibid., p. 250.

136 Figura 171 - Número de sítios identificados na Planície do Pontino por período de ocupação (Pontine Region Project)220

220

Ibid., p. 216.

137 Figura 172 – Mapa de distribuição de sítios do período arcaico (580-480 a.C.) na região da Planície do Pontino (Pontine Region Project)221

Figura 173 – Mapa de distribuição de sítios do período pós-arcaico (480-350 a.C.) na região da Planície do Pontino (Pontine Region Project)222

221 222

Ibid., p. 219. Ibid.

138 Figura 174 - Achados em Sezze (antiga Sécia) datados para o período republicano médio (350-200 a.C.) (Pontine Region Project)223

Figura 175 – Mapa de distribuição de sítios do período republicano médio (350-200 a.C.) na região da Planície do Pontino (Pontine Region Project)224

223 224

Ibid., p. 221. Ibid., p. 222.

139 Figura 176 – Achados nos sítios de Fórum Ápio e Ad Medias, planície do Pontino (Pontine Region Project)225

225

TOL, Gijs et al, Minor centres in the pontine plain: the case of Forum Appii and Ad Medias, Papers of the British School at Rome, v. 82, p. 109–134, 2014, p. 129.

140 Figura 177 – Mapa identificando os “centros locais” (minor centres) identificados na região do Pontino (Pontine Region Project/ The Minor Centers Project)226

226

Mapa disponível em: http://minorcenters.gia-mediterranean.nl/ (acessado em 29/01/2016).

141 Figura 178 – Vestígios de esquemas de divisão de terra identificados na paisagem e reconstrução proposta por de Haas baseado em Cancellieri (Pontine Region Project)227

Figura 179 – Número de sítios identificados na área da laguna de Fogliano por período de ocupação (Pontine Region Project)228

227

DE HAAS, Fields, farms and colonists, p. 211. ATTEMA, P. A. J.; DE HAAS, Tymon; LA ROSA, M., Sites of Fogliano survey (Pontine Region, Central Italy), site classification and a comment on the diagnostic artefacts form prehistory to the Roman period, Palaeohistoria, v. 45/46, 2005, p. 131. 228

142 Figura 180 – Mapa de distribuição de sítios do período arcaico (580-480 a.C.) na região da laguna de Fogliano (Pontine Region Project)229

Figura 181 – Mapa de distribuição de sítios do período pós-arcaico (480-350 a.C.) na região da laguna de Fogliano (Pontine Region Project)230

229 230

Ibid., p. 134. Ibid., p. 135.

143 Figura 182 – Mapa de distribuição de sítios do período republicano (350-30 a.C.) na região da laguna de Fogliano (Pontine Region Project)231

231

Ibid., p. 136.

144 Figura 183 – Número de sítios identificados na região do vale do Astura por período de ocupação (Pontine Region Project)232

Figura 184 – Achados em Ânzio (antiga Âncio) datados para o período arcaico (580-480 a.C.) (Pontine Region Project)233

232 233

DE HAAS, Fields, farms and colonists, p. 216. Ibid., p. 180.

145 Figura 185 – Achados na antiga Sátrico datados para o período arcaico (580-480 a.C.) (Pontine Region Project)234

Figura 186 - Mapa de distribuição de sítios do período arcaico (580-480 a.C.) na região do vale do Astura (Pontine Region Project)235

234 235

Ibid. Ibid., p. 182.

146 Figura 187 – Achados em Ânzio (antiga Âncio) datados para o período pós-arcaico (480-350 a.C.) (Pontine Region Project)236

Figura 188 – Achados na antiga Sátrico datados para o período pós-arcaico (480350 a.C.) (Pontine Region Project)237

236 237

Ibid., p. 183. Ibid., p. 184.

147 Figura 189 - Mapa de distribuição de sítios do período pós-arcaico (480-350 a.C.) na região do vale do Astura (Pontine Region Project)238

Figura 190 – Achados na antiga Sátrico datados para o período republicano médio (350-250 a.C.) (Pontine Region Project)239

238 239

Ibid., p. 186. Ibid., p. 190.

148 Figura 191 – Achados em Ânzio (antiga Âncio) datados para o período republicano médio (350-250 a.C.) (Pontine Region Project)240

Figura 192 – Mapa de distribuição de sítios do período republicano médio (350-250 a.C.) na região do vale do Astura (Pontine Region Project)241

240 241

Ibid., p. 189. Ibid., p. 192.

149 Figura 193 – Região do Monte Massico, Campânia Setentrional (com reconstrução hipotética do sistema de estradas romanas na região)242

242

ARTHUR, Paul, Romans in northern Campania: settlement and land-use around the Massico and the Garigliano basin, London: British School at Rome, 1991, p. 48.

150 Figura 194 – Tipos de solo e sistema de drenagem do campo Falerno 243

243

Ibid., p. 36.

151 Figura 195 – Vestígios de esquemas de divisão de terra no campo falerno identificadas por Johannowski244

244

Adaptado de: JOHANNOWSKY, Werner, Dal Tifata al Massico: scritti sulla Campania settentrionale (1961-2000), Capua: Direzione regionale per i beni culturali e paesaggistici della Campania, 2010, p. 148–149.

152 Figura 196 – Vestígios de esquemas de divisão de terra no campo falerno identificadas por Vallat 245

245

CHOUQUER, Gérard et al (Orgs.), Structures agraires en Italie centro-méridionale: cadastres et paysages ruraux, Rome: École française de Rome, 1987, p. 182.

153 Figura 197 - Vestígios de esquemas de divisão de terra ao norte de Sinuessa 246

246

Ibid., p. 172.

154 Figura 198 - Vestígios de esquemas de divisão de terra entre Sinuessa e Suessa Aurunca247

Figura 199 – Vestígios de esquemas de divisão de terra próximos à cidade moderna de Mondragone 248

247 248

Ibid., p. 170. Ibid., p. 181.

155 Figura 200 – Reconstrução hipotética das grades de centuriação em Cures (sobre fotografia aérea)249

Figura 201 – Mapa de distribuição de sítios ocupados no período republicano médio (350-250) no território de Cures sobre a reconstituição hipotética da grade de centuriação (Tibber Valley Project)250

249

PELGROM, Jeremia, Demography, Settlement Organization and Impact of Colonies founded by Rome, Tese de Doutorado, Universiteit Leiden, Leiden, 2012, p. 121. 250 GIUSEPPE, Helga di et al, The Sabinensis Ager Revisited: A Field Survey in the Sabina Tiberina, Papers of the British School at Rome, v. 70, p. 99–149, 2002, p. 115.

156 Figura 202 – Localizção de Rieti e das áreas de amostragem do levantamento de superfície realizado na região251

251

COCCIA, S.; MATTINGLY, D. J.; BEAVITT, P.; et al, Settlement History, Environment and Human Exploitation of an Intermontane Basin in the Central Apennines: The Rieti Survey 1988-1991, Part I, Papers of the British School at Rome, v. 60, p. 213–289, 1992, p. 214.

157 Figura 203 – Identificação dos lagos e sua extensão na bacia de Rieti no período pré-romano252

252

Ibid., p. 240.

158 Figura 204 – Área de amostragem do levantamento de superfície na bacia de Rieti253

253

Ibid., p. 223.

159 Figura 205 – Mapas de distribuição de material arqueológico e de sítios datados para os períodos Arcaico (séculos VII-V a.C.), Pré-Romano (séculos IV-início do III a.C.) e Republicano (séculos III-I a.C.) na bacia do Rieti254

254

COCCIA, S.; MATTINGLY, D. J.; BREHM, B.; et al, Settlement History, Environment and Human Exploitation of an Intermontane Basin in the Central Apennines: The Rieti Survey 1988-1991, Part II. LandUse Patterns and Gazetteer, Papers of the British School at Rome, v. 63, p. 105–158, 1995, p. 113 e 116.

160 Figura 206 – Mapa de distribuição dos sítios identificados como “romanos” (séculos III a.C. a V d.C.) na bacia do Rieti255

255

COCCIA; MATTINGLY; BEAVITT; et al, Settlement History, Environment and Human Exploitation of an Intermontane Basin in the Central Apennines, p. 270.

161 Figura 207 – Áreas estudadas por levantamentos de superfície entre a Etrúria, a Sabina e a Úmbria256

256

TERRENATO, Nicola, Field survey methods in Central Italy (Etruria and Umbria), Archaeological Dialogues, v. 3, n. 02, p. 216–230, 1996, p. 219.

162 Figura 208 – Mapa da região de Tuscania257

257

BARKER, Graeme; RASMUSSEN, Tom, The Archaeology of an Etruscan Polis: A Preliminary Report on the Tuscania Project (1986 and 1987 Seasons), Papers of the British School at Rome, v. 56, p. 25–42, 1988, p. 27.

163 Figura 209 – Mapa de distribuição de sítios na área de amostragem ao norte de Tuscania258

1: Topografia (áreas rasuradas são as que foram objeto dos field walkings); 2: Período pré e proto-histórico; 3: Etrusco (séculos VII-V a.C.); 4: Etrusco tardio e republicano (séculos IV-I a.C.) 5: Alto-imperial (séculos I a.C.-I d.C.) 6: Baixo-imperial (séculos II-VI d.C.). Símbolos: Círculo completo: sítio doméstico com ocupação certa; Círculo vazado: sítio doméstico com possível ocupação (Diferentes tamanhos demarcam diferentes proporções de área de dispersão de material arqueológico); Triângulo pequeno: tumba; Triângulo grande: necrópole.

258

Ibid., p. 29.

164 Figura 210 – Mapa de distribuição de sítios na área de amostragem ao sul de Tuscania259

1: Topografia (áreas rasuradas são as que foram objeto dos field walkings); 2: Período pré e proto-histórico; 3: Etrusco (séculos VII-V a.C.); 4: Etrusco tardio e republicano (séculos IV-I a.C.) 5: Alto-imperial (séculos I a.C.-I d.C.) 6: Baixo-imperial (séculos II-VI d.C.). Símbolos: Círculo completo: sítio doméstico com ocupação certa; Círculo vazado: sítio doméstico com possível ocupação (Diferentes tamanhos demarcam diferentes proporções de área de dispersão de material arqueológico); Triângulo pequeno: tumba; Triângulo grande: necrópole.

259

Ibid., p. 30.

165 Figura 211 – Mapa de distribuição de sítios na área de amostragem a oeste de Tuscania260

1: Topografia (áreas rasuradas são as que foram objeto dos field walkings); 2: Período pré e proto-histórico; 3: Etrusco (séculos VII-V a.C.); 4: Etrusco tardio e republicano (séculos IV-I a.C.) 5: Alto-imperial (séculos I a.C.-I d.C.) 6: Baixo-imperial (séculos II-VI d.C.). Símbolos: Círculo completo: sítio doméstico com ocupação certa; Círculo vazado: sítio doméstico com possível ocupação (Diferentes tamanhos demarcam diferentes proporções de área de dispersão de material arqueológico); Triângulo pequeno: tumba; Triângulo grande: necrópole.

260

Ibid., p. 31.

166 Figura 212 – Mapa de distribuição de sítios na área de amostragem a leste de Tuscania261

1: Topografia (áreas rasuradas são as que foram objeto dos field walkings); 2: Período pré e proto-histórico; 3: Etrusco (séculos VII-V a.C.); 4: Etrusco tardio e republicano (séculos IV-I a.C.) 5: Alto-imperial (séculos I a.C.-I d.C.) 6: Baixo-imperial (séculos II-VI d.C.). Símbolos: Círculo completo: sítio doméstico com ocupação certa; Círculo vazado: sítio doméstico com possível ocupação (Diferentes tamanhos demarcam diferentes proporções de área de dispersão de material arqueológico); Triângulo pequeno: tumba; Triângulo grande: necrópole. 261

Ibid., p. 32.

167 Figura 213 – Território de Vulci262

262

FIRMATI, Marco, New Data from the Fortified Settlement of Ghiaccio Forte in the Albegna Valley, Etruscan Studies, v. 9, 2002, p. 64.

168 Figura 214 – Mapa de distribuição de sítios ocupados no século III a.C. no território de Cosa e no vale do Albegna263

263

ATTOLINI, Ida et al, Political geography and productive geography between the Valleys of the Albegna and the Fiora in Northern Etruria, in: BARKER, Graeme; LLOYD, John (Orgs.), Roman landscapes: archaeological survey in the Mediterranean region, London: British School at Rome, 1991, p. 145.

169 Figura 215 – Reconstituição do plano da cidade de Cosa no século III a.C.264

Chave da legenda: 1: Casas com átrio; 2: casas pequenas; 3: jardins; 4: cisternas.

Figura 216 – Mapa do território de Volterna com sítios arqueológicos datados para o período arcaico (séculos VII-VI a.C.)265

Círculo grande: cidade de Volterra; Círculo pequeno: assentamento; Triângulo com ponta para cima: túmulo; Triângulo com ponta para baixo: estela; Asterisco: Local de mineração; Três círculos: material esporádico.

264

FENTRESS, Elizabeth, Frank Brown, Cosa and the idea of Roman City, in: FENTRESS, Elizabeth; ALCOCK, Susan E., Romanization and the city: creation, transformations, and failures: proceedings of a conference held at the American Academy in Rome to celebrate the 50th anniversaryof the excavations at Cosa, 14-16 May, 1998, Portsmouth, R.I: Journal of Roman Archaeology, 2000, p. 16. 265 POPPEN, Robert E. Vander, Rural Change and Continuity in Etruria: A Study of Village Communities from the 7th Century B.C. to the 1st Century A.D., Tese de Doutorado, University of North Carolina, Chapel Hill, 2008, p. 296; REGOLI, Edina; TERRENATO, Nicola, Guida al Museo archeologico di Rosignano Marittimo: paesaggi e insediamenti in Val di Cecina, Siena: Nuova immagine, 2000, p. 34.

170 Figura 217 – Mapa de distribuição de sítios ocupados nos séculos III e II a.C. no vale do Cecina266

Círculos brancos: fazendas; Círculos pretos: aldeias; Quadrados: uillae

266

TERRENATO, Nicola, Tam Firmum Municipium: The Romanization of Volaterrae and its Cultural Implications, The Journal of Roman Studies, v. 88, p. 94–114, 1998, p. 97.

171 Figura 218 – Representações esquemáticas do que seria um território antes e depois da colonização romana267

267

Desenhos de G. Moscara em: SETTIS, Salvatore (Org.), Misurare la terra: centuriazione e coloni nel mondo romano, Modena: Panini, 1984, p. 73 e 150; STEK, Tesse Dieder, The city-state model and Roman Republican colonization: sacred landscapes as a proxy for colonial socio-political organisation, in: PELGROM, Jeremia; STEK, Tesse Dieder (Orgs.), Roman Republican Colonisation: new perspectives from archaeology and ancient history, Portsmouth, R.I: Journal of Roman Archaeology, 2014, p. 89.

172 Figura 219 – Mapa do Golfo de Tarento, Itália Meridional268

Figura 220 – Mapa da região da colônia grega de Sibaris (golfo do Tarento, Itália Meridional)269

Principais regiões geográficas: I: Planície costeira; II: Sopé das montanhas; III: Montanhas. Legenda: 1 (quadrados): principais sítios proto-históricos; 2 (círculos): cidades modernas; 3 (estrelas): outros sítios arqueológicos; 4 (triângulos): local de coleta de pólen para análise arqueobotânica. 268

Mapa disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Gulf_of_Taranto#/media/File:Gulf_of_Taranto_map.png 15/02/2016) 269 ATTEMA; BURGERS; LEUSEN, Regional pathways to complexity, p. 218.

(acessado

em

173 Figura 221 – Mapa de distribuição de sítios datados para o período helenístico no território de Sibaris270

Círculos brancos: cidades modernas; Linha pontilhada: área de realização do levantamento de superfície; Quadrado grande: assentamento nuclear urbano; Círculos pretos: sítios isolados de pequenas dimensões.

Figura 222 - Número de sítios identificados no território de Metaponto por período de ocupação271

270

Ibid., p. 221. CARTER, Joseph Coleman, Metapontum - Land, Wealth and population, in: DESCOEUDRES, Jean Paul, Greek colonists and native populations: proceedings of the first Australian Congress of Classical Archaeology held in honour of...A.D. Trendall, Oxford: Clarendon, 1990, p. 410. 271

174 Figura 223 – Mapas de distribuição de sítios datados para o período arcaico (600550 a.C.) e clássico (540-480 a.C.) no território de Metaponto272

272

CARTER, Joseph Coleman, Discovering the Greek countryside at Metaponto, Ann Arbor: University of Michigan, 2006, p. 211–212.

175 Figura 224 – Mapa do Istmo de Salento com a indicação de regiões estudadas por levantamentos de superfície273

Áreas destacadas em laranja: locais estudados por levantamentos de superfície.

273

ATTEMA; BURGERS; LEUSEN, Regional pathways to complexity, p. 212.

176 Figura 225 – Mapa de distribuição de sítios datados para os períodos arcaico e clássico no território de Ória274

Figura 226 - Mapa de distribuição de sítios datados para os períodos arcaico e clássico no território de Ória275

Usos do solo na época de realização do levantamento: 1: Áreas construídas; 2: Áreas severamente danificadas por transformações drásticas do terreno; 3: Áreas assoreadas; 4: Solo argiloso de aluvião; 5: Solos finos calcários; 6: Terras aradas levemente. Tipos de achados: Quadrado grande: assentamento nuclear urbano; Quadrado pequeno: pequena fazenda; Triângulo: tumba; Símbolo de templo: santuário. 274

YNTEMA, Douwe, In search of an ancient countryside: the Amsterdam Free University field survey at Oria, province of Brindisi, South Italy (1981-1983), Amsterdam: Thesis Publishers, 1993, fig. 65. 275 Ibid., fig. 74.

177 Figura 227 – Mapa de distribuição de sítios identificados no território de Brindisi276

Vermelho: área urbana; marrom: área suburbana, Cinza: áreas estudadas pelo levantamento intensivo; pontos pretos: sítios identificados pelo levantamento.

Figura 228 – Mapa de distribuição de sítios datados para o período entre o final do século IV a.C. e meados do século II a.C. no território de Valésio277

(1) Verde: áreas inacessíveis ao levantamento; (2) Vermelho: área murada de Valésio; (3) pontos pretos: fazendas; (4) pontos brancos: possíveis fazendas; (5) pontos com um traço: áreas de dispersão com telhas e ânforas apenas; (6) símbolo de templo: santuário; (7) bege: área estudada pelo levantamento. 276 277

ATTEMA; BURGERS; LEUSEN, Regional pathways to complexity, p. 215. Ibid., p. 216.

178 Figura 229 – Mapa do Mediterrâneo central indicando alguns centros urbanos importantes ao longo do primeiro milênio a.C.278

278

VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos, Defining the Punic world and its rural contexts, in: VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.), Rural landscapes of the Punic world, London: Equinox, 2008, p. 19.

179 Figura 230 – Áreas estudadas por levantamentos de superfície na Sicília (mapa da esquerda) e na Sardenha (mapa da direita)279

1: Segesta; 2: Entella; 3: Monreale; 4: Montagnola di Borrania; 5: Contrada Mirabile; 6: Himera; 7: Heracléia Minoa.

279

VAN DOMMELEN, Peter; GIAMMELLARO, Antonella Spanò; SPATAFORA, Francesca, Sicily and Malta: between sea and Countryside, in: VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.), Rural landscapes of the Punic world, London: Equinox, 2008, p. 135; VAN DOMMELEN, Peter; FINOCCHI, Stefano, Sardinia: diverging landscapes, in: VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.), Rural landscapes of the Punic world, London: Equinox, 2008, p. 170.

180 Figura 231 – Mapa de distribuição de sítios datados para três fases diferentes entre os séculos VI e II a.C. no território de Cartago280

Ponto grande escuro: Sítios ocupados entre os séculos VI-V a.C. Ponto claro: Sítios ocupados no século IV a.C. Ponto pequeno escuro: Sítios ocupados entre os séculos III-II a.C.

280

FENTRESS, Elizabeth; DOCTER, Roald F., North Africa: rural settelement and Agricultural Production, in: DOMMELEN, Peter Alexander René van; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.), Rural landscapes of the Punic world, London: Equinox, 2008, p. 109.

181 Figura 232 – Mapa de distribuição de sítios datados para o período púnico clássico (500-325 a.C.) na Ilha de Jerba281

Figura 233 – Mapa de distribuição de sítios datados para o período púnico tardio (325-146 a.C.) na Ilha de Jerba282

Faixas em branco: áreas estudadas pelo levantamento; Áreas em preto: centros urbanos; Áreas pontilhadas: locais com construções modernas (não pesquisados pelo levantamento); Manchas cinzas: dispersão de material desagregado (off-site); Círculo: fazendas; Triângulos: necrópole; Quadrado: aldeia. 281 282

Ibid., p. 116. Ibid., p. 121.

182 Figura 234 – Áreas na Grécia onde levantamentos de superfície identificaram processos de dispersão do assentamento entre os séculos V e III a.C. (Google Earth)

Figura 235 – Mapa da ilha de Creta, Grécia, indicando locais citados no texto (Google Earth)

183 Figura 236 – Esquema explicativo de Mazoyer e Roudart sobre sistema agrícola com alqueive283

Figura 237 - Diagramas transversais para ilustrar o hipotético rebaixamento do lençol freático pela instalação de um Cuniculus284

283

MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence, História das agriculturas do mundo: do neolítico à crise contemporânea, São Paulo: Editora Unesp, 2001, p. 259. 284 JUDSON, Sheldon; KAHANE, Anne, Underground Drainageways in Southern Etruria and Northern Latium, Papers of the British School at Rome (New Series Volume 18), v. 31, p. 74–99, 1963, p. 90.

184 Figura 238 – Mudança nos padrões de uso do solo em três áreas de 1 km² investigados pelo levantamento de superfície no território de Tuscânia285

Legenda: Cinza escuro: concentração de material (sítios); Cinza claro: material desagregado (provavelmente solo ocupado pela agricultura); branco pontilhado: regiões de difícil acesso não investigadas; branco: regiões sem materiais (provavelmente não ocupadas no respectivo período).

Figura 239 – Número de naufrágios no Mediterrâneo por períodos de 50 anos286

285

BARKER, Graeme; RASMUSSEN, Tom, The Etruscans, Oxford: Blackwell, 1998, p. 196. HORDEN, Peregrine; PURCELL, Nicholas, The Corrupting Sea: A Study of Mediterranean History, Oxford: Blackwell, 2000, p. 371; ; Originalmente formulado por: PARKER, A.J., Ancient shipwrecks of the Mediterranean & the Roman provinces, Oxford: Archaeopress, 1992. 286

185 Figura 240 – Localização da Cirenaica287

Figura 241 – Mapa da Cirenaica com a localização de cidades antigas, com destaque para Euesperides288

287

Mapa disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Bardia#/media/File:WesternDesertBattle_Area1941_en.svg (Visualizado em 15/02/2016) 288 Site do Ashmolean Museum, Universidade de Oxford. Disponível http://www.ashmolean.org/ash/departments/antiquities/euesperides/e-wher04.html (acessado 29/01/2015).

em: em

186 Figura 242 – Mapa com a localização de naufrágios contendo ânforas greco-itálicas no Mediterrâneo central289

Figura 243 – Mapa com a localização e a quantidade de achados de ânforas com a estampa “Tr.Loisius”290

289

OLCESE, Gloria, The production and circulation of Greco-Italic amphorae of Campania, Skyllis, v. 7, n. 1-2, p. 60–75, 2005, p. 68. 290 TCHERNIA, André et al, Aires de production des gréco-italiques et des DR. 1, in: Amphores romaines et histoire économique. Dix ans de recherche. Actes du colloque de Sienne, Roma: École Française de Rome, 1989, v. 114, p. 32.

187 Figura 244 – Mapa com a localização dos achados de cerâmicas do “ateliê dos Petites Estampilles” no Mediterrâneo central e ocidental291

Figura 245 – Mapa do sul da Gália, com a localização do oppidum de Pech-Maho292

MOREL, Jean-Paul, Etudes de céramique campanienne, I : L’atelier des petites estampilles, Mélanges d’archéologie et d’histoire, v. 81, n. 1, p. 59–117, 1969, p. 102. 292 Mapa disponível em: http://wiki.rpg.net/images/1/14/Maps-Gallia-Massalia.jpg (acessado em 15/02/2016) 291

188 Figura 246 – Grafite descoberto na parede de uma loja em Pompéia293

A primeira coluna lista os dias da semana, enquanto a segunda lista nomes de cidades onde seriam realizadas nundinae. Em seguida temos outras duas listas (com três colunas cada) de dias, no que parece ser um cálculo de que dias do mês essas nundinae cairiam – a primeira organizada por Kalendas, Nonas e Idos, a segunda organizado em dias de I a XXX294.

Figura 247 – Reconstrução hipotética de um parapegma listando nundinae em diferentes cidades da Itália central295

A linha superior indica os dias da semana, enquanto a coluna à direita indica cidades onde seriam realizadas nundinae.

293

CIL 4.8863. KER, James, “Nundinae”: the culture of the Roman week, Phoenix, v. 64, n. 3/4, p. 360–385, 2010, p. 378. 295 CIL 6.32505. 294

189 Figura 248 – Mapa com a rede comercial na Campânia e redondezas reconstruída por Morley a partir das inscrições com listas de nundinae296

Círculo com ponto: Cidades que aparecem em listas de Nundinae; Círculo branco: outras cidades; Linhas duplas: estradas principais; linhas simples: outras estradas. 296

MORLEY, Neville, Metropolis and Hinterland: The City of Rome and the Italian Economy, 200 BC-AD 200, Cambridge: Cambridge University Press, 2002, p. 171.

190 Figura 249 – Mapa dos Impérios mediterrânicos no final do século III a.C.297

Azul: Antígonas; Amarelo: Seleucidas; Verde: Ptolomeus; Vermelho: Cartagineses; Azul Claro: Roma e Aliados; Rosa: Atálidas; Laranja: outros.

Figura 250 – Diagrama proposto por Terrenato para explicar a interação entre os clãs e a Cidade-Estado298

“Mediterranean” in: Ancient History Enciclopedia. Disponível em: http://www.ancient.eu/mediterranean/ (acessado em 25/012015) 298 TERRENATO, Nicola, The versatile clan: Archaic Rome and the nature of Early City-States, in: TERRENATO, Nicola; HAGGIS, Donald C. (Orgs.), State formation in Italy and Greece: questioning the neoevolutionist paradigm, Oxford ; Oakville: Oxbow, 2011, p. 242. 297

191 Figura 251 – Mapa da expansão romana durante o período monárquico de acordo com as narrativas históricas antigas299

299

FULMINANTE, The Urbanisation of Rome andLatium Vetus, p. 114.

192

Apêndices

193

Apêndice 1: Esquema de classificação de alguns dos mais importantes projetos de levantamento de superfície na Itália central. South Etruria Survey, na Etrúria Meridional300

Tipo

Interpretação

1

Ordem decrescente probabilidade: a) Cabanas e barracas;

Critério de Tamanho da dispersão de material: pequena, raramente cobrindo mais do que poucas centenas de metros quadrados.

b) Construções subsidiárias;

Presença de alvenaria e cerâmica.

c) Vestígios de construções mais substanciais destruídos pela aração da terra. 2

Pequenas fazendas

Tamanho da dispersão de material: 1000 a Casas de campo modestas mas 1400 m² em média (raramente excedendo razoavelmente confortáveis 2000 m²) que, diante do padrão de Grandes quantidades de material de distribuição, parecem ter construção no núcleo do sítio (blocos de controlado seu próprio pedaço calcário, paredes com reboco pintado, de terra. tijolos de opus spicalum, poucos fragmentos de mármore branco italiano e tesserae de mosaicos branco-e-negro.

3

Villas

Tamanho da dispersão de material: 3500 m² em média. Vestígios de construção luxuosa (tijolos de hipocausto, sistemas de estocagem de água para banhos, vestígios de colunas, reboco multicolorido, variedade de mármores importados, decoração em gesso, mosaicos mais complexos).

300

POTTER, T. W., The changing landscape of South Etruria, London: Elek, 1979, p. 122.

194 Ager Cosanus, no vale do Albegna (costa da Etrúria)301 Tipo

Interpretação

Critério

Villa A

Grandes Villas

Edifícios mais suntuosos da área. Indicação de estilo elegante e monumental (terraços, mosaicos, reboco pintado, vestígios de banhos e piscinas, pedaços de mármore).

Villa B

Villas abastadas

Villa C

Villas pequenas amenidades modestas

Villa D

Pequenas villas ou casas

Similares às villas A, mas com menor grau de suntuosidade. com Vestígios de amenidades como pavimentos em cocciopesto ou opus spicatum. Apenas alvenaria e cerâmica.

Lower Liri Valley, no Vale do Liri 302 Tipo

Interpretação

Critério

1

Villa

Dispersão de material superior a 2200 m² Evidências de mármore, terraços, cerâmica fina e mosaicos.

2

Grandes Sítios

Dispersão de material entre 1800-2200 m²

(correspondente a pequenas Densa distribuição do material arqueológico villas ou grandes fazendas). Cuidados seleção da localização (especialmente encostas pouco íngremes voltadas para o sul) 3

4

Pequenos sítios

Dispersão de material entre 1200-1800 m²

(provavelmente representam fazendas utilizadas para o trabalho cotidiano sem pretensões arquitetônicas).

Distribuição menos densa do material arqueológico.

Dispersão de material

Dispersão de material pequena e indiferenciada com vestígios de alvenaria e cacos de cerâmica.

(representa construções secundárias de algum tipo)

301

Cerâmica comum tende a ser o principal achado.

DYSON, Stephen L., Settlement Patterns in the Ager Cosanus: The Wesleyan University Survey, 19741976, Journal of Field Archaeology, v. 5, n. 3, p. 251–268, 1978, p. 257, 261–262. 302 HAYES, J. W.; MARTINI, I. P. (Orgs.), Archaeological survey in the lower Liri valley, central Italy under the direction of Edith Mary Wightman, Oxford: Tempus Reperatum, 1994, p. 3.

195 Northern Campania, na Campania Setentrional303 Tipo

Interpretação

Critério

Assentamentos nucleares 1

Cidade

Concentração de material suficientemente diversificada para indicar distintas e variadas (Colônia, Municipium) áreas de atividade (para além daquelas de Unidade política e natureza agrícola) e grande o suficiente para administrativa romana básica. indicar a habitação de inúmeros núcleos Economia diversificada baseada familiares. em produção para além da agricultura e em instalações Presença de edifícios públicos distintos que indiquem administração centralizada. voltadas para o mercado.

2

Forum

3

Vicus

Similar à cidade, mas em menor escala e sem Centro administrativo público. a presença de vestígios que indiquem que as atividades de manufatura se sobreponham às Pequeno assentamento nuclear com instalações produtivas e atividades agrárias, que devem ser preponderantes. mercantis. Similar aos Fora, com a possível distinção quanto a presença de prédios públicos ligados à administração.

Assentamentos dispersos 4

Villa Propriedade agrícola com uma familia escrava residente que fornece a espinha dorsal da força de trabalho rural. Agricultural estate centre with a resident slave familia to provide the backbone of the rural workforce.

5

Villa Marítima

Estrutura construída em pedra ou alvenaria com diferenciação clara de áreas funcionais, incluindo àquelas devotadas às atividades agrícolas e àquelas residências. Estas, por sua vez, diferenciam-se entre si quanto a tamanho e qualidade segundo à hierarquia social que difere proprietário, administrador e trabalhadores. Espera-se, portanto, vestígios de certo grau de conforto, na forma de estruturas de banho e decoração (mosaicos, pinturas parietais, etc.). Similar às Villas, mas próximas do mar.

Residência de férias situada prócima ao mar, na qual eventuais funções produtivas (sempre secundárias) tomam lugar. 303

ARTHUR, Paul, Romans in northern Campania: settlement and land-use around the Massico and the Garigliano basin, London: British School at Rome, 1991, p. 22–23.

196 6

Fazenda Estabelecimento agrícola para a residência e trabalho de uma família, de trabalhadores assalariados ou arrendatários. Produção agrícola não deve ser dependente do trabalho escravo.

7

Estruturas rural contruída em pedra ou alvenaria com evidência de ocupação doméstica e áreas de atividade agrícola (fragmentos de dolia e pedras de prensas, por exemplo). Pode haver vestígios de certo grau de conforto, na forma de estruturas de banho simples ou decoração interna (mosaicos simples, reboco pintado, etc.), mas sem a presença de evidências de distinção hierárquica interna.

Dispersão de cacos cerâmicas. Engloba dispersões de material nas quais é Potencialmente pode ser possível definir um limite claro, que indica vestígios de qualquer uma das uma área específica de uso intensivo. estruturas já indicadas, mas Configurações particulares da dispersão ou características do material encontrado realisticamente deve ser: podem levar a interpretações específicas. a) pequeno assentamento de uma família nuclear. b) construções subsidiárias; c) áreas temporárias;

de

atividades

d) cemitério. 8

Santuário

Concentração de material votivo.

Local de congregação religiosa, normalmente assimilando funções políticas nos tempos pré-romanos, e usualmente utilizado como local de troca de informações e mercadorias. 9

Cemitério Conjunto de sepultamentos.

Concentrações distintas de tipos específicos de artefatos associados com vestígios de uma tumba ou de bens funerários dentro de uma área bem definida. Essas concentrações estão normalmente associadas a ossos humanos, mas não a artefatos fragmentários e heterogêneos (indicativos de uma acumulação de lixo).

197 Pontine Region Project, na região da Planície do Pontino (Lácio)304

1

Assentamento Classe 1 Classe 2 Classe 3

Sítios de tamanho significativo (NOT small) com material regular (standard). Diferentes classes determinadas pelo grau de “monumentalidade” (médio, alto ou muito alto).

2

Armazenamento

Grandes quantidades de cerâmicas de armazenamento ou transporte.

3

Manufatura

Presença de materiais que sugiram produção local (locais de despejo de rejeitos da produção cerâmica, cerâmica queimada, etc.)

4

Local de culto

Presença de material específico não-regular (por exemplo, terracotas e material votivo).

5

Enterramento

Concentração densa dispersa por uma área pequena de cerâmica de mesa. Outros elementos observáveis caso a caso.

6

Uso não-intensivo

Sítios que não se enquadram nas categorias acima. De maneira geral, são sítios com pequena dispersão e baixa densidade de materiais.

304

DE HAAS, Tymon, Fields, farms and colonists: intensive field survey and early Roman colonization in the Pontine region, central Italy, Eelde: Barkhuis, 2011, p. 29.

198

Apêndice 2: A Villa enquanto categoria ideológica na tradição literária latina As fontes literárias latinas utilizavam o termo uilla para se referir a um tipo de edifício – e não a um tipo de propriedade fundiária, como muitas vezes a historiografia moderna nos fez pensar305. Ao mesmo tempo, o uso deste termo esteve sempre diretamente relacionado a um contexto ideológico de valorização da agricultura como meio de criação de uma identidade aristocrática muito recorrente na literatura latina. Entender como a utilização do termo uilla se relaciona com esse contexto ideológico é fundamental para entender como os próprios romanos conceituavam a ideia de uilla – ao mesmo tempo em que entender como os romanos enquadravam a ideia de uilla nos ajuda a entender esse contexto ideológico. Talvez a melhor forma de acessar o significado do termo seja através de determinadas oposições que lhe davam conteúdo, como elaborado por Norberto Guarinello306. Em primeiro lugar, a uilla se opõe à domus: ambas são habitações que denotam status social elevado, mas enquanto uma é urbana, a outra é rural. Isto é, a uilla é, nas fontes literárias, sobretudo uma habitação fora dos muros da cidade. Já no contexto rural, outras oposições definem a uilla. Em primeiro lugar, e de maneira fundamental, a uilla se opõe aos termos que se referem a assentamentos nucleares rurais, compostos por residências lado a lado – como uici e oppidum. Por fim, a uilla se define pela oposição a termos que se referiam a habitações rurais isoladas que possuíam pequenas dimensões e materiais de construção de baixo valor, que revelavam uma importante diferença de status social - como casa e tugurium307. Isso não significa que os próprios romanos tivessem para eles próprios um conceito muito claro e distinto, facilmente reconhecível, do que era uma uilla308. Uma variedade muito grande de edifícios, com características e atributos muito distintos, podia aparecer nas fontes literárias identificada como uma uilla. Ao invés de uma explicação enciclopédica sobre o que é uma uilla, as fontes literárias nos oferecem um quadro

305

Ver capítulo 2, seção 1, e apêndice 3. GUARINELLO, Norberto Luiz, Ruínas de uma Paisagem. Arqueologia das casas de fazenda da Itália Antiga (VIII a.C.-II d.C.)., Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993, p. 30– 32. 307 Sobre os quais tratei no capítulo 1 desta tese. 308 PERCIVAL, John, The Roman Villa: An Historical Introduction, Berkeley: [s.n.], 1976, p. 15. 306

199 ideológico razoavelmente complexo que orbita em torno desse conceito. Um bom exemplo para explorar isso é uma passagem do terceiro livro da De Re Rustica de Varrão. Através de uma discussão cômica entre os personagens do diálogo deste livro309, Varrão aponta algumas referências conceituais que definiriam o que é uma uilla310. Farei uma análise longa desse trecho, me voltando eventualmente para algumas comparações com outros textos, por acreditar que essa é uma passagem rica na complexidade necessária para entendermos como as uillae são abordadas nas fontes literárias. O cenário do diálogo é a Villa Publica, no campo de Marte. Assim que os personagens se encontram, o áugure Ápio Cláudio Pulcro311 provoca o senador Quinto Áxio: essa uilla na qual eles se encontram não seria melhor do que a propriedade de Áxio próxima a Reate, onde Cláudio havia se hospedado poucos dias antes? Ele elenca como razões para tal opinião o fato de a Villa Publica ser de simples construção, ser propriedade comum de toda a população, servir aos cidadãos e aos negócios públicos, enquanto a uilla de Áxio em Reate era luxuosa, propriedade somente deste e servia apenas a éguas e jumentos. O autor imprime certo tom galhofeiro na fala de Ápio Cláudio: ele não está a sério tentando comparar a propriedade rural de um senador com um prédio público. O Cláudio de Varrão se mostra irônico e zombeteiro em outras passagens do diálogo 312. A intenção da pilhéria de Cláudio é criticar a suntuosidade da propriedade de Áxio, e para tal ele se aproveita do fato de o cenário do diálogo ser um prédio público alcunhado de uilla. Áxio inicia sua resposta revidando a provocação de Ápio. Logo o questiona se a uilla deste nas imediações do Campo de Marte não é mais pródiga em luxos do que todas as propriedades de Reate juntas. Esse jogo de acusações sobre uma ou outra uilla ser excessivamente luxuosa converge com o quadro de valorização da simplicidade dos antepassados, anteriormente mencionado. Críticas à suntuosidade dos contemporâneos em comparação à simplicidade dos antigos são recorrentes quando a literatura latina trata do tema da uilla.

309

Varrão, Sobre as coisas do campo, 3.2.3-18. Retomo aqui argumentos presentes em minha dissertação de mestrado - ainda de maneira mais exaustiva. KNUST, José Ernesto Moura, Senhores de escravos, senhores da razão: Racionalidade Ideológica e a Villa Escravista na República Romana (séculos II-I a.C.), Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2011, p. 139–145. Acrescento aqui valorosas sugestões indicadas por Carlos Augusto Machado, a quem reitero aqui meus agradecimentos, em sua arguição no momento da minha defesa de dissertação. 311 Irmão mais velho de Públio Clódio, famoso por ser o inimigo mortal de Cícero. 312 TATUM, W. Jeffrey, The Poverty of the Claudii Pulchri: Varro, De Re Rustica 3. 16. 1-2, The Classical Quarterly, v. 42, n. 1, p. 190–200, 1992, p. 198. 310

200 Talvez o exemplo mais emblemático esteja em uma carta de Sêneca enviada enquanto ele descansava na uilla “que havia pertencido à Cipião, o Africano”. Por um lado, ele exalta a simplicidade daquele homem a quem os romanos deviam sua defesa contra Cartago, que havia se retirado da vida pública para viver naquela uilla construída de maneira simples, na qual ele trabalhava a terra com suas próprias mãos, como os bons romanos do passado faziam. Por outro, ele critica o luxo de seus contemporâneos, que considerariam Cipião pobre e o acusariam de não saber viver a vida, por este não ter grandes janelas ou água filtrada em seus banhos313. No primeiro livro da De Re Rustica, o próprio Varrão já havia se utilizado desse lugar comum da ideologia aristocrática romana. Primeiro, ele afirma que os cultivos das propriedades rurais de Cneu Tremélio Escrofa, um dos personagens centrais deste diálogo, constituíam uma vista muito mais agradável do que as de prédios regiamente ornados. Enquanto as pessoas visitavam Lúculo – contemporâneo de Varrão famoso por sua casa extremamente luxuosa – para ver pinacotecas, visitam Escrofa, segundo Varrão, para ver seus fruteiros (ele está fazendo um jogo de palavras entre pinacothecae e oporothecae)314. Pouco depois, tratando da construção da uilla, faz seu sogro Fundânio, personagem do livro recorrentemente usada para afirmações saudosistas315, afirmar que uma propriedade é mais rendosa quando se constrói com o zelo dos antigos no lugar do luxo dos contemporâneos. Fundânio acrescenta que as uillae rusticae daqueles custavam mais do que suas uillae urbana, enquanto nos tempos atuais a preocupação de todos é ter uma uilla urbana o maior e mais ornada possível316. O contraste entre a luxuosidade da pars urbana e a funcionalidade da pars rustica, com a ênfase na necessidade de privilegiar a segunda sobre a primeira, aparece também em outros autores. Vitrúvio aponta a necessidade de as uillae terem cômodos mais preocupados com a preservação da produção do que com a aparência suntuosa317, ponderando, ainda, que, caso seja necessário construir uma uilla de maneira monumental, deve-se tomar cuidado para esta não interferir em seus propósitos agrários318. Columella, apesar de reconhecer que um proprietário precisa ter o edifício mais agradável possível

313

Sêneca, Epístolas, 86. Varrão, Sobre as coisas do campo, 1.2.10. 315 TATUM, The Poverty of the Claudii Pulchri, p. 196. 316 Varrão, Sobre as coisas do campo, 1.13.6-7 317 Vitrúvio, Sobre a arquitetura, 6.5.2. 318 Vitrúvio, Sobre a arquitetura, 6.6.5 314

201 para estimular o ânimo de visitar suas propriedades, ratifica que a construção não deve se tornar uma mania, ocupando mais terreno do que necessita319. A uilla como locus dessa relação ideológica com os antepassados também pode ser percebida nas cartas do futuro imperador Marco Aurélio a seu tutor Fronto, quando conta de sua estadia em uma uilla imperial junto a seu pai adotivo, o imperador Antonino Pio. Ele menciona apaixonadamente o quanto tem se deliciado com a leitura do De Agri Cultura de Catão, como tem passado seus dias entretido pela colheita da uva e as maravilhas de jantar em um cenário rústico, no cômodo da prensa das uvas, como faziam os antepassados320. Essa empolgada leitura de Catão pelo jovem Marco Aurélio, que aparece em outros momentos da correspondência entre este e Fronto, exemplifica a interpretação de Brandon Reay de que a leitura desse tratado (e acredito que essa ideia pode ser estendida aos tratados de Varrão e Columella) desempenhava o papel ideológico de criar um simulacro literário no qual o aristocrata proprietário absenteísta passava a ser o verdadeiro agente da ação agrícola. O repetido uso da segunda pessoa do imperativo insinua que as diversas atividades agrícolas prescritas pelos tratados seriam realizadas pelo aristocrata que lê aquelas linhas321. Villa e tratados dos “agrônomos” se unem, assim, para emular uma relação entre a aristocracia romana e seus antepassados, pretensamente agricultores, aspecto muito importante para a identidade aristocrática romana. Voltemos à passagem do terceiro livro de Varrão. É importante notar que Áxio revida à comparação de sua propriedade com a Villa Publica comparando aquela com uma propriedade de Cláudio nas imediações do campo de Marte. Esta é uma região fora do pomerium, a fronteira sagrada que delimita a área da urbs, e por isso a referência a esse edifício, a priori, como uma uilla. De toda maneira, a alcunha de uilla para uma propriedade como essa não era o corriqueiro, propriedades luxuosas nas imediações da cidade, ainda dentro de áreas razoavelmente urbanas, eram chamadas de Hortus322. Áxio logo vai explorar essa diferença.

319

Columella, Sobre as coisas do campo, 1.4.8. Fronto, Correspondência com Marco Aurélio, 4.5-6. 321 REAY, Brendon, Agriculture, Writing, and Cato’s Aristocratic Self-Fashioning, Classical Antiquity, v. 24, n. 2, p. 331–361, 2005, p. 334, 342–347. 322 Cícero, Em favor de sua casa, 43.112, faz referência a um hortus de propriedade de Públio Clódio, irmão de Ápio Cláudio. PURCELL, Nicholas, The Roman villa and the landscape of production, in: CORNELL, Tim J.; LOMAS, Kathryn (Orgs.), Urban Society In Roman Italy, [s.l.]: Taylor & Francis, 1996, p. 157; Sobre os horti, ver: PURCELL, Nicholas, The horti of Rome and the landscape of property, in: LEONE, Anna; PALOMBI, Domenico; WALKER, Susan (Orgs.), Res bene gestae: ricerche di storia urbana su Roma antica in onore di Eva Margareta Steinby, Roma: Edizioni Quasar, 2007. 320

202 Revertendo a crítica à suntuosidade que havia sido usada por Cláudio contra ele, Áxio contrasta sua criticada propriedade reatina, que nada seria sem seu grande terreno (magnus fundus) e que tem sido mantida limpa pelo cultivo, com a uilla/hortus de Cláudio, que nunca teve um campo, um boi ou uma égua, nunca viu uma colheita de feno, uma safra na adega ou uma colheita de grãos armazenada. Enquanto aquela não tinha nenhum traço de Lísipo ou Antífilo (escultor e pintor gregos, respectivamente), tinha muitos vestígios da enxada e do pastor. Para coroar o contra-ataque, Áxio ainda reverte o uso dos antepassados e questiona em que esta propriedade de Cláudio se assemelharia àquelas em que seu avô e bisavô haviam morado. Por fim, conclui triunfantemente que o fato de um edifício (aedificum) se situar fora da urbs não faz dele uma uilla, exemplificando o argumento com os edifícios do bairro Emiliano (no Campo de Marte, justamente uma área de ricos horti) ou da zona da Porta Flumentana (no forum boarium, área popular e comercial). Essa passagem é recorrentemente citada para mostrar como a ideologia aristocrática romana valorizava a uilla como um espaço produtivo, de trabalho agrícola. Áxio mostra a Cláudio que um edifício fora dos muros da cidade só é verdadeiramente uma uilla se tem uma relação direta com a produção agrícola. Tudo isso se coaduna perfeitamente com a valorização do trabalho agrícola dos antepassados e volta a aparecer com muita força no tratado de Columella. Segundo este, os problemas da agricultura italiana sobre os quais muitos contemporâneos seus se lamuriavam não eram culpa do desgaste do solo, mas culpa da atual geração que não praticava ela própria a agricultura, delegando-a, como no caso do pastoreio, a vis escravos323. Plínio, o velho, argumenta de maneira similar ao contrapor a produtividade das terras trabalhadas por generais no início da República com a das terras trabalhadas por escravos em seu tempo324. Voltamos aqui ao simulacro literário do aristocrata agricultor e sua relação com os antepassados. Columella cita grandes generais do passado, como Cincinato, Caio Fabrício e Mânio Cúrio Dentato que teriam trabalhado com suas próprias mãos suas pequenas extensões de terra325, personagens anteriormente citados também por Cícero326 e Horácio327 no mesmo tipo de contexto. É a ligação com esses antepassados, através do trabalho agrícola, que essa

323

Columella, Sobre as coisas do campo, 1.Praef.1-3. Plínio, o velho, História Natural, 18.4 325 Columella, Sobre as coisas do campo, 1.Praef.13-14. 326 Cícero, Catão, o velho, ou sobre a velhice, 16.54. 327 Horácio, Odes, 1.12..40-42. 324

203 literatura tenta emular, na construção de uma identidade aristocrática. Esse é um contexto primordial para entender as uillae como categoria ideológica da classe dominante romana. Vale notar, contudo, que Columella está conscientemente se contrapondo àqueles que, em suas palavras, defendem que a ocupação agrícola seria infame para homens livres. Ainda que minoritária na literatura latina, é possível flagrar essa opinião combatida por Columella no historiador Salústio328 e no comediante Plauto329, por exemplo. Esses nuances e contrastes são importantes por nos mostrarem que a ideologia aristocrática romana é menos opaca e monolítica do que muitas vezes queremos acreditar. Não há uma única forma de criar a identidade aristocrática romana e é preciso estar atento aos debates e controvérsias nos quais a categoria uilla se insere. Esse é um ponto importante para continuar a análise daquela passagem do livro terceiro de Varrão. É preciso estar atento a três pontos muitas vezes ignorados nesta análise. Em primeiro lugar, o livro terceiro da De Re Rustica de Varrão tem um tema específico, a pastio uillatica, cuja inserção no contexto da valorização da agricultura aparentemente era um pouco controversa para a época – ou ao menos essa é a imagem que Varrão pretende construir em vários momentos do livro. Em segundo lugar, após a afirmação de Áxio sobre a uilla/hortus de Cláudio, citada acima, o debate se prolonga e ganha contornos muito diferentes – citar a afirmação de Áxio sem se atentar a isso é perder parte fundamental da imagem que Varrão está tentando construir. Por fim, e tão importante quanto ignorado, o texto é um diálogo. Por mais que nos três livros algum dos personagens sempre assuma um protagonismo na exposição do tema, sendo caracterizado pelo autor como grande autoridade no assunto a quem todos os outros dão ouvido, não é possível presumir que tudo o que é dito pelos personagens é a opinião de Varrão sendo verbalizada – sobretudo em momentos em que há clara divergência de posições entre os personagens, como nesse caso. É necessário compreender como Varrão constrói as diferentes posições e as coloca em conflito – e qual é sua intenção nesse procedimento. Voltemos, pois, ao diálogo varroniano. Ao ouvir aquela crítica de Áxio, Cláudio ri com o canto da boca e ironiza “como eu não sei o que é uma uilla, gostaria que você me esclarecesse”. Esse é o turning point do diálogo: a partir daqui o até então confiante Áxio ficará na defensiva, confuso com o que os outros personagens lhe contam sobre uma outra propriedade que é inserida no debate por Cláudio. Trata-se de uma uilla próxima a Óstia, de propriedade de Marco Seio e que Lúcio Mérula – o personagem que Varrão 328 329

Salústio, Conjuração de Catilina, 4.1. Plauto, O Mercador, 65-75 e 356.

204 caracterizará como grande conhecedor da pastio uillatica e que dominará boa parte do terceiro livro – havia visitado. Conta Cláudio que estava interessado em compra-la depois de ouvir Mérula dizer que nunca havia gostado tanto de uma uilla como daquela, ainda que não tivesse visto qualquer imagem ou estátua de bronze, nem sequer mármore, e tampouco prensas de vinho, potes para o azeite ou moinhos. Um atônito Áxio questiona Mérula: “Como isso pode ser uma uilla, se ele não tem nem os ornamentos da cidade (urbana ornamenta), nem os acessórios do campo (membra rustica)?”. Áxio verbaliza uma espécie de enigma lançado por Varrão ao seu leitor. O que vem a seguir é o início da apologia de Varrão à pastio uillatica. Merula cita outra propriedade de Áxio, “na curva do rio Velino” (também próximo à Reate, ver mapa da figura 202), questionando-o se esta, que nunca viu um pintor de afrescos, é menos uilla do que aquela em Rósea330, cujo teto é elegantemente adornado331. Áxio concorda que um prédio que serve apenas para uso agrícola é tanto uma uilla quanto aquele que tem somado a este setor rustico um setor urbano. Resolvido o dilema quanto à ausência de ornamentos da cidade na uilla de Seio, Mérula se volta à outra perna do enigma: a ausência de acessórios do campo. Ele afirma que a propriedade de Áxio em Rósea pode ser chamada uma uilla por ter uma elogiável pastagem e por ser o local onde o gado é alimentado e recolhido. O mesmo deve ser dito de todos os edifícios que garantem uma grande receita derivada da criação de animais – não importando, segundo Mérula, que tipos de animais. E aqui encontramos a solução para o enigma da uilla de Seio: criando animais na sede da uilla, como aves, javalis e abelhas, este obtém, segundo Cláudio, maiores receitas apenas da própria sede (uilla) do que muitos obtêm de toda a propriedade (fundus). Uma infinidade de questões sobre a categoria uilla pode ser apreendida a partir dessa rica passagem. Em primeiro lugar, percebe-se que uma série muito diferente de edifícios fora das cidades pode ser identificado dentre dessa categoria – isso sem nem mesmo incluir aí o obviamente mais diverso de todos, a Villa Publica. No início da 330

Nesse momento Merula se refere a uilla em Rósea, localidade próxima a Reate e famosa por ter sido aclamada por César Vopisco como a de solo mais fértil em toda a Itália (ver Varrão, Sobre as coisas do campo, 1.7.10 e Plínio, o Velho, História Natural, 17.3.4.). Pelo contexto fica claro que se trata da propriedade identificada acima como próxima a Reate. Cícero menciona em uma carta a Ático (Cartas à Ático, 4.15.5) que se hospedou nessa propriedade de Áxio e menciona a drenagem da região do Velino pelo censor Mário Cúrio Dentato em 271 a.C., que permitiu a antes pantanosa região de Rósea se tornar tão fértil. Sobre a região de Reate, ver o capítulo 4, subseção 331 Sobre tentativas de localizar topograficamente essas regiões - e mesmo de associar alguns vestígios de uillae com as propriedades de Áxio citadas nesse tracho, ver: COCCIA, S. et al, Settlement History, Environment and Human Exploitation of an Intermontane Basin in the Central Apennines: The Rieti Survey 1988-1991, Part I, Papers of the British School at Rome, v. 60, p. 213–289, 1992, p. 221–22, esp. n.31.

205 narrativa de Varrão encontra-se um edifício com uma parte residencial bastante luxuosa ao mesmo tempo em que conta com uma atividade pastoril pujante, a uilla de Áxio em Rósea332. Acredito que não é por acaso que esta uilla encabeça a lista que se desenrolará a seguir: Varrão sabe que essa é a imagem mais comum e consensual que seus leitores teriam de uma uilla e é a partir daí que ele precisa desenvolver seu argumento. Uma série de outros edifícios são listados a seguir que tem características distintas dessa uilla de imagem mais comum. Em primeiro lugar, a propriedade de Áxio nas margens do Velino, que não possui amenidades “urbanas”, mas na qual atividades agropastoris tradicionais são realizadas. O desenvolvimento do diálogo dá a entender que não há relação direta entre as duas uillae de Áxio próxima a Reate. Contudo, é possível imaginar que Áxio, já tendo uma propriedade, ricamente ornada na região, preparada para recebe-lo assim como a seus convidados, não precisasse de outra propriedade que desempenhasse este papel nessa localidade. É tentador relacionar esse caso com a carta de Plínio, o Jovem, a Calvísio Rufo em que ele pondera se deve ou não comprar uma propriedade vizinha a uma outra propriedade sua. Ele lista como um dos fatores que o atrai a possibilidade de habitar e embelezar apenas uma das uillae, enquanto precisa manter a outra em bom estado apenas333. A menção a uma propriedade sem a pars urbana mas com uma pars rustica comum, voltada para a agricultura e pastoreio é, de toda forma, retoricamente fundamental para o argumento de Varrão. Em seguida, surge a propriedade de Séstio próxima à Óstia, sem amenidades e sem atividades agropastoris – ausência compensada, contudo, por uma alta rentabilidade garantida pela pastio uillatica. Essa propriedade desempenha o papel de caso limite do argumento de Varrão: mesmo uma propriedade que não obtêm qualquer riqueza de seu fundus (nem sabemos, na verdade, se essa uilla possui um ager) pode ser enquadrada como uma uilla graças a pastio uillatica. Além disso, outras duas propriedades são citadas para arrematar o ponto a favor da pastio uillatica. A primeira, citada por Varrão, é uma propriedade de sua tia materna na Sabínia, mas ainda razoavelmente próxima à Roma, no marco de 24 milhas da via Salária, e cujo aviário sozinho rendia milhares de sestércios por ano. Por fim, Mérula cita a propriedade de Lúcio Abúcio, na região de Alba, cujas criações no edifício-sede (a pastio

332

Varrão cita a região de Rósea como local de criação de mulas, que precisam ser levadas para regiões mais montanhosas no verão (Sobre as coisas do Campo, 2.1.17.), assim como origem de uma importante raça de cavalos (Sobre as coisas do Campo, 2.7.6.). 333 Plínio, o Jovem, Epístolas, 3.19.2.

206 uillatica) rendiam o dobro de milhares de sestércios por ano do que rendia a terra da propriedade em si. Edifícios que apresentam cômodos ricamente ornados e edifícios sem qualquer sinal de luxo, edifícios que se dedicam ao pastoreio, à agricultura ou à pastio uillatica, todos alinhados como uillae. A lista de uillae mencionadas começa por uma propriedade que Varrão sabia que os leitores identificariam facilmente como uma uilla para apenas depois toda uma sucessão de propriedades aparecer para comprovar que a pastio uillatica deve sim fazer parte do quadro conceitual da uillae. Acredito que Varrão não está meramente anunciando uma opinião consensual dentro da ideologia aristocrática romana, ele está defendendo um ponto de vista. Em diversos momentos do livro terceiro a pastio uillatica aparece relacionada com o entretenimento de hóspedes334. Conjecturo que era, por conta disso, uma atividade muitas vezes associada com o caráter luxuoso das uillae, tão recorrentemente criticada na literatura latina. A intenção de Varrão nessa passagem seria se contrapor a essa imagem e associar a pastio uillatica ao caráter de trabalho agropastoril das uillae, recorrentemente positivado pela literatura latina. Retirar a pastio uillatica do campo semântico da suntuosidade dos contemporâneos e incorporá-la ao campo semântico do trabalho rústico dos antepassados: essa me parece ser a intenção de Varrão nessas linhas. Vale a pena comparar esta abordagem de Varrão com o tratamento dado por Columella ao mesmo assunto no livro oitavo de sua De Re Rustica. Ainda que mais sucintamente – e com menos burilado em meandros, posto que não é um diálogo –, Collumela também se vê obrigado a justificar a presença de um livro dedicado a pastio uillatica. Argumenta, no início deste, que deve falar deste tipo de criação porque ela é proveitosa ao agricultor: as mesmas aves que garantem esterco para seus cultivos enriquecem a alimentação de sua família e aumenta os rendimentos da propriedade335. Assim como em Varrão, a rentabilidade da pastio uillatica é usada como argumento para inseri-la no universo conceitual da uilla enquanto categoria ideológica, mas chama atenção que Columella apele também para a relação entre esta e a agricultura, reivindicando a importância do esterco aviário para o cultivo dos campos. O critério de definição que Varrão adota para enquadrar o que é uma uilla, para além da óbvia localização fora da cidade, parece ser a rentabilidade que determinados tipos de produção geram ao seu proprietário. A rentabilidade da propriedade é um tema 334 335

Varrão, Sobre as coisas do Campo, 3,4, 3.5.8-18, 3.6.6, 3.17.2. Columella, Sobre as coisas do campo, 8.1.2.

207 recorrente entre os “agrônomos”. Catão já inicia seu tratado apontando que a agricultura é a forma mais justa e segura de buscar a riqueza, além de apontar obrigações do senhor quando em visita à propriedade e do uilicus na administração cotidiana da propriedade que se referem claramente à rentabilidade336 Columella deixa claro que o objetivo de seu texto é instruir aqueles que pretendem usar a forma mais digna de expandir seu patrimônio, a agricultura337. O próprio Varrão deixa clara a importância da rentabilidade da produção em diversos momentos dos três livros338. É importante perceber, contudo, que os personagens de Varrão não citam altos rendimentos vindos de hospedarias, produção têxtil ou outras atividades para defender o enquadramento das propriedades em escrutínio na categoria uilla. Columella se vê obrigado a justificar a presença da pastio uillatica, mas não cogita introduzir essas outras atividades que sabemos que existiam nas uillae. Além disso, começa seu tratado apontando a agricultura como o meio mais digno de enriquecer, como Catão já havia feito séculos antes. Varrão e Columella tratam, para além das tradicionais agricultura e pastoreio, exclusivamente da pastio uillatica. Para além de possíveis comparações econométricas que possam ser sugeridas – hospedarias e outras atividades poderiam simplesmente não ser tão rentáveis quanto a pastio uillatica – fica claro que o objetivo de Varrão é inserir este tipo de atividade no quadro ideológico da uilla. Ele pretende torna-la, junto com a agricultura e o pastoreio (temas dos livros anteriores), parte constituinte da Villa Perfecta – que não é um modelo operacional de um tipo de propriedade fundiária, mas uma categoria ideológica de valorização da prática agrícola para emulação das atitudes dos antepassados, parte essencial da identidade aristocrática romana. Columella parece menos entusiasmado nessa empreitada – talvez por que fosse menos entusiasta da pastio uillatica, talvez porque o contexto de disputa em torno desta fosse menos acirrado em seu tempo. De toda forma, ainda há uma aparente ambiguidade no que diz respeito à inserção da pastio uillatica nesse universo conceitual. Varrão parece estar lidando, portanto, com um quadro ideológico de disputa conceitual em torno da relação entre a pastio uillatica e a uilla enquanto locus da relação ideológica com os antepassados através da valorização do trabalho agrícola. Esse mesmo quadro talvez possa ser reivindicado para interpretar um interessante epigrama de

336

Catão, Sobre o cultivo dos campos, Praef., 2 e 5. Columella, Sobre as coisas do campo, 1.Praef.7. 338 Varrão, Sobre as coisas do campo, 1.2.8, 1.4.1-3, 1.7.4-5, 1.11, 1.16..5-6, entre outros. 337

208 Marcial339. Em uma temática recorrente em seus textos, Marcial critica uma propriedade suburbana por ser improdutiva, apontando que seu proprietário precisa comprar alimentos na cidade para abastecê-la340. Nesse epigrama em particular, contudo, ele compara essa propriedade com outra descrita como extremamente produtiva. Segundo Nicholas Purcell, o efeito cômico dessa passagem é gerado pelo fato de essa propriedade elogiada como produtiva ser descrita como uma propriedade voltada para a pastio uillatica e ficar no local que é a quintessência da suntuosidade no período imperial romano, a baia de Nápoles341. Marcial estaria jogando com as mesmas dualidades aqui, a ambivalência da pastio uillatica entre a produtividade e a suntuosidade. Outro dado interessante emerge se estivermos atentos à geografia dessas propriedades citadas no diálogo de Varrão. De um lado temos três propriedades muito próximas a Roma, uma em Óstia, outra na via Salária e uma terceira na região de Alba, rendendo milhares de sestércios graças ao investimento na pastio uillatica. Do outro lado, temos duas propriedades na região de Reate, nas montanhas do interior da Sabínia dedicadas a atividades agropastoris tradicionais. O próprio diálogo deixa claro o quanto essa proximidade com Roma é fundamental para a rentabilidade da pastio uillatica: Varrão explica para um impressionado Áxio que a alta rentabilidade da uilla de sua tia depende da realização de triunfos, banquetes ou jantares dos collegia em Roma – o que, ambos concordam, têm sido constantes. Mérula conta que, segundo o próprio Lúcio Abúcio, os rendimentos de sua propriedade advindos da pastio uillatica seriam ao menos cinco vezes maiores caso ele tivesse adquirido uma uilla junto ao mar – provavelmente por ter acesso a mais uma atividade, a pesca, mas também por facilitar o escoamento da produção para Roma, dado o custo mais baixo do transporte marítimo342. Isso nos mostra uma certa maleabilidade regional que o conceito de uilla pode assumir: o que significa ser uma uilla em uma região pode não significar em outra. É importante frisar que o fato destes autores escreverem seus tratados a partir de um contexto ideológico marcado por um quadro político e cultural específico não exclui a possibilidade de que o conteúdo destes tratados lidasse com o mundo rural real que seus leitores conheciam. Muito pelo contrário, é muito mais fácil imaginar que estes autores

339

Marcial, Epigramas, 3.58 A mesma crítica aparece em Marcial, Epigramas, 3.47 e 12.72. 341 PURCELL, The Roman villa and the landscape of production, p. 159. 342 DUNCAN-JONES, R., Economy of the Roman Empire, Cambridge: Cambridge University Press, 1974, p. 366–369. 340

209 estão fazendo uma leitura dessa realidade a partir de seus objetivos político-culturais do que cogitar que estavam criando um mundo paralelo para defender estas ideias. Isto é, não me parece razoável recorrer às questões políticas e culturais que permeiam a composição das imagens presentes nesses textos para negar que eles lidassem com questões materiais reais da realidade social, econômica e política da atuação da classe dominante romana no campo. Dessa maneira, as diversas considerações oferecidas por esses autores sobre distintos assuntos, aplicáveis em diferentes contextos, diziam respeito, sim, à realidade vivida por essa classe dominante romana que lia tais textos. O interesse de membros da classe dominante em obter informações sobre questões ligadas a forma de obter rendimentos de suas propriedades fundiárias343 explica, junto às questões ideológicas postas acima, o sucesso na cópia e circulação desses textos entre a classe dominante romana344. Dessa maneira, esses textos muito têm a nos dizer sobre a forma de apreensão ideológica da classe dominante sobre suas propriedades rurais assim como sua relação econômica e social com estas. O que elas não têm a nos dizer é a descrição de um modelo único e sistemático de funcionamento dessas propriedades (ver apêndice 3).

MARZANO, Annalisa, Roman villas in central Italy: a social and economic history, Leiden ; Boston: Brill, 2007, p. 86. 344 FENTRESS, Elizabeth, Roman Republican Villas: Architecture, Context and Ideology (Book Review), American Journal of Archaeology, v. 117, n. 3, 2013. 343

210

Apêndice 3: Existe um modelo de Villa nas fontes literárias? Em uma única frase: defendo que a resposta para a pergunta acima é não. Seguem abaixo meus argumentos. O expediente de categorizar as uillae escavadas pela arqueologia como se fossem ilustrações de certas fontes literárias – procedimento que atinge seu clímax nas noções de “uilla catoniana”, “uilla varroniana”, etc. – parte do pressuposto que essas fontes, sobretudo os tratados sobre o campo dos “agrônomos latinos”, descreviam uma forma típica de como essas uillae operavam. Isto é, a sucessão de diretrizes presentes nesses tratados sobre como se deveria fazer inúmeras atividades relacionadas ao mundo rural italiano seria uma descrição de como essas atividades eram usualmente realizadas em uma uilla típica. Criticando essa abordagem, alguns autores enfatizaram que esses tratados compunham, na verdade, um modelo ideal de funcionamento desse tipo de propriedade, que não corresponderia necessariamente com sua realidade cotidiana. Portanto, aquela sequência de referências sobre como se fazer diversas atividades seria a prescrição de como idealmente tais atividades seriam realizadas em uma uilla perfeita, e não a descrição de sua realidade cotidiana. De toda forma, as duas perspectivas presumem que as diretrizes presentes nesses tratados compõem em seu conjunto um modelo singular coerente. Esse pressuposto me parece injustificado. Em primeiro lugar, nenhum desses textos é propriamente um tratado exaustivo sobre as uillae345. Catão provavelmente reuniu (ou alguém reuniu posteriormente) alguns escritos cotidianos sobre suas propriedades agrícolas (ou de interlocutores)346 juntamente com algumas discussões mais gerais sobre o assunto e compôs um tratado sobre o cultivo dos campos. Varrão escreveu três tratados, um sobre o cultivo dos campos, outro sobre a criação de animais no pasto e outro sobre a criação de animais na sede da propriedade. Columella, por fim, escreveu doze livros tratando de temas distintos como viticultura, olivicultura, criação de pequenos e grandes animais, administração do trabalho na

345

MARZANO, Roman villas in central Italy, p. 85–86; ROTH, Ulrike, Thinking Tools: Agricultural Slavery Between Evidence and Models, [s.l.]: Institute of Classical Studies, School of Advanced Study, University of London, 2007, p. 7–9. 346 Estou partindo da interpretação de que muitos capítulos do tratado de Catão são escritos pessoais do autor compilados a posteriori. WHITE, K. D., Roman Agricultural Writers I: Varro and his predecessors, Aufstieg und Niedergang der römischen Welt, v. I.4, 1973, p. 448; CARLSEN, Jesper, Vilici and Roman Estate Managers Until AD 284, [s.l.]: L’ERMA di BRETSCHNEIDER, 1995, p. 17.

211 propriedade, entre outros assuntos. O que unifica esses tratados é sua relação com uma emulação aristocrática da atividade agrícola (ver apêndice 2), e não o fato de descreverem um sistema coerente de funcionamento de um tipo de propriedade fundiária. Para dar um bom exemplo do que isso significa no final das contas: nenhum desses três tratados aborda atividades produtivas que sabemos, por fontes arqueológicas ou menções em outros tipos de fontes literárias, que existiam nessas uillae. Assim, recentemente têm-se dado destaque, por exemplo, à produção têxtil nas uillae, praticamente ignorada pelos tratados347, mas identificada no registro arqueológico pela presença de pedras usadas como contrapeso em teares348. Até mesmo a própria obsessão de Varrão em delimitar precisamente no início de cada um dos três livros da De Re Rustica o tema que ele pretende tratar nos dá uma excelente pista sobre esta questão. No início do primeiro livro, ele enfatiza que este tratará apenas da agricultura, ignorando outras atividades potencialmente rendosas que poderiam eventualmente tomar lugar no campo, como a produção de cerâmicas, a mineração e a manutenção de hospedagens349. Vale destacar, nesse sentido, que a quase totalidade das aparições da palavra uilla nos tratados dos agrônomos tem por referência o edifício-sede da propriedade, e não a propriedade fundiária (e muito menos um tipo de propriedade fundiária). Este é o caso de todas as aparições do termo em Catão e ao longo dos dois primeiros livros do tratado de Varrão. O livro terceiro, dedicado à criação de pequenos animais na sede (significativamente chamada de pastio uillatica) repete este procedimento, ainda que duas passagens mereçam destaque (a primeira é aquela analisada longamente no apêndice 2, a outra será analisada logo abaixo). Por fim, em Columella mais uma vez a palavra uilla remete prioritariamente ao edifício-sede e não à propriedade fundiária. Um exemplo qualitativo para a afirmação quantitativa do último parágrafo pode ser buscado em uma passagem de Catão350, posteriormente recuperada tanto por Varrão351 quanto por Columella352, de que uma propriedade fundiária (fundus) precisa ter uma sede (uilla) adequada. Essa dualidade terminológica reflete o uso dos termos latinos mais recorrentes para se referir à fazenda (praedium, fundus, ager e uilla) para além dos “agrônomos”. No Direito Romano, por exemplo, praedium (que também aparece com 347

As únicas referências estão em Catão, que indica um tear entre as coisas necessárias a um olival de 240 jeiras (Agri cultura, 10.5) e dois teares entre as coisas que devem existir na sede (Agri cultura, 14.2) 348 MARZANO, Roman villas in central Italy, p. 121–123; ROTH, Thinking Tools, p. 100–105. 349 Varrão, Sobre as coisas do campo, 1.2.21-23. 350 Catão, Sobre o cultivo dos campos, 3.1. 351 Varrão, Sobre as coisas do campo, 1.11.1. 352 Columella, Sobre as coisas do campo, 1.4.8.

212 frequência em Catão) identifica uma propriedade imóvel, seja rural ou urbana. Já fundus identifica especificamente propriedades rurais, sendo que pode tanto se referir ao conjunto da terra e suas construções, ou apenas ao terreno (como utilizado pelos “agrônomos” nas passagens citadas acima e em outros momentos das obras dos três autores). Neste último caso, fundus é sinônimo de ager (que também aparece com frequência nos “agrônomos”). Por sua vez uilla pode até aparecer como um sinônimo para fundus, englobando construções e terreno, mas sempre com a pretensão de se enfatizar o caráter de residência rural. Seu uso mais comum, porém, é o de identificar justamente as construções da fazenda353. Isto é, definitivamente o uso de uilla para rotular um modelo típico ou ideal de funcionamento de um tipo de propriedade fundiária não existe nos tratados dos “agrônomos latinos” assim como em outros tipos de fontes literárias latinas. Existe uma única passagem, a primeira das duas no terceiro livro de Varrão que mencionei acima, que poderia ser reivindicada para sustentar essa posição. Ao dedicar este livro para seu amigo Pínio, Varrão afirma que retomará uma conversa prévia entre os dois que tratara sobre a uilla perfecta354. Diversos autores usaram essa expressão para denominar o que seria o modelo de uilla pretensamente identificado nessas fontes355. Contudo, se nos atentarmos ao contexto em que essa expressão aparece, percebe-se que Varrão não usa o adjetivo perfecta para indicar uma uilla ideal, descrevendo como deveriam se desenrolar todos os aspectos de seu funcionamento. Varrão se refere a ideia de uma propriedade na qual se desenvolvam as três atividades que ele valoriza econômica e ideologicamente: agricultura, pastoreio e criação de animais na sede (pastio uillatica). A uilla perfecta de Varrão é uma uilla “plena”, não uma uilla ideal (ver apêndice 2) Diante disso, um procedimento extremamente recorrente em análises do De Agri Cultura de Catão356 é identificar a(s) unidade(s) produtiva(s) que estaria(m) subentendida(s) no tratado – isto é, ainda que Catão não verbalize a existência de um modelo, busca-se encontrar um modelo pressuposto em seu tratado. Dois capítulos do 353

Robert Buck, Agriculture and Agriculture Practice in Roman Law. (Historia: Einzelschr 45) Wiesbaden: Franz Steiner Verlag, 1983, p.10-14 354 Varrão, Sobre as coisas do Campo, 3.1.10. 355 Talvez o melhor exemplo dessa concepção seja a compilação realizada por Andrea Carandini de inúmeras passagens em fontes literárias romanas, sobretudo dos agrônomos, “organizando-as” por temas e aspectos diversos do funcionamento da uilla, construindo um texto único ao qual ele intitulou “De Villa Perfecta”. CARANDINI, Andrea, Schiavi in Italia: gli strumenti pensanti dei Romani fra tarda Repubblica e medio Impero, [s.l.]: La Nuova Italia Scientifica, 1988, p. 19–108. 356 Apresento nas próximas linhas uma versão resumida de um argumento que aparece de maneira mais exaustiva em minha dissertação de mestrado. KNUST, Senhores de escravos, senhores da razão: Racionalidade Ideológica e a Villa Escravista na República Romana (séculos II-I a.C.), p. 130–139.

213 tratado são frequentemente citados com esse intuito: a listagem do que é necessário a um olival de 240 jeiras, feita no capítulo X e a listagem do que é necessário a um vinhedo de 100 jeiras, do capítulo XI. A partir disso muito se disse sobre Catão (ou “os proprietários romanos”) ter em mente como típico ou ideal um vinhedo de 100 jeiras e um olival de 240 jeiras357. Em nenhum momento, entretanto, Catão sugere que essas extensões seriam típicas ou ideais de uma forma específica de unidade produtiva. Ele meramente lista o que seria necessário em uma propriedade que tenha 240 jeiras de olival, no capítulo X, ou 100 jeiras de vinhedos, no capítulo XI. Aceitando a interpretação de que muitos capítulos do tratado de Catão são escritos pessoais do autor compilados a posteriori358, é razoável imaginar que ele apenas estivesse se referindo a propriedades específicas (dele ou de algum interlocutor) que tinham essas características, sem em qualquer momento as imaginar como típicas ou ideais. O maior indício disso é o fato de que em nenhum outro capítulo Catão utiliza os parâmetros estipulados nestes dois capítulos como referência para tecer suas considerações sobre a olivicultura ou a viticultura. O De Agri Cultura apresenta, capítulo após capítulo, realidades específicas que não são generalizáveis nem coerentes entre si. Não há qualquer tentativa, no tratado de Catão, de construir um modelo único ou uma tipologia de uillae típicas ou ideais, os capítulos claramente lidam com questões e realidades específicas. A relação de uma uilla ideal ou típica com uma propriedade fundiária de determinado tamanho é ainda mais claramente inexistente em Varrão e em Columella. O primeiro critica exatamente essa passagem de Catão ao traçar suas considerações sobre a quantidade de escravos necessários para uma propriedade359. A razão de sua discordância do procedimento de Catão é reveladora: seria impossível traçar proporções corretas a partir dos números de Catão para propriedade menores ou maiores. Varrão claramente não tem em mente um tamanho ideal ou típico de propriedade e reconhece a diversidade de extensões de propriedades como um fato óbvio. Columella, por sua vez, faz uma defesa de propriedades de pequenas extensões360 claramente motivado por uma temática moralizante de retomada das práticas dos antepassados (o mote do argumento é não ter 357

CARANDINI, Andrea, Il vigneto e la villa del fondo di Settefinestre nel Cosano. Un caso di produzione agricola per il mercato transmarino., Memoirs of the American Academy in Rome, v. 36, p. 1–10, 1980, p. 3–4; WHITE, K. D., Roman farming, Ithaca: Cornell University Press, 1970, p. 390–392. 358 WHITE, Roman Agricultural Writers I: Varro and his predecessors, p. 448; CARLSEN, Vilici and Roman Estate Managers Until AD 284, p. 17. 359 Varrão, Sobre as coisas do campo, 1.18. 360 Columella, Sobre as coisas do campo, 1.3.8-13

214 uma propriedade de tamanho além daquele que você é capaz de cultivar), tão recorrentemente presente em textos romanos que lidam com a realidade rural (ver apêndice 2). De toda forma, ele não traça exatamente um modelo ideal muito menos típico de propriedade. Por outro lado, é necessário reconhecer que tanto em Varrão quanto em Columella existe uma sistematicidade e organização maiores no desenvolvimento dos tópicos abordados. Enquanto no tratado de Catão a clara incongruência e superposições entre os capítulos mostra que ele não está tratando de uma única propriedade modelar, típica ou ideal, isso é menos claro em Varrão e Columella. Ao tratar separadamente de diferentes tópicos, Varrão e Columella podem dar a impressão de estarem dando conselhos acerca de aspectos diferentes de um mesmo modelo, típico ou ideal, de propriedade. Reforça essa perspectiva os momentos em que ambos dizem como se deve organizar os elementos do edifício, quando discorrem sobre as melhores localizações para partes e implementos distintos da fazenda361. É possível perceber, todavia, que ao longo dos dois tratados realidades distintas também se sobrepõem nos diferentes momentos dos textos. Isso fica claro nos conselhos sobre a atividade agrícola em si, na qual diversos sistemas agrícolas são pressupostos ou descritos em diferentes momentos dos textos362. Isto é, também em Varrão e Columella não há uma tentativa de construção de um modelo único, seja típico ou ideal, de propriedade fundiária.

361

Varrão, Sobre as coisas do campo, 1.11-13 e Columella, Sobre as coisas do campo, 1.4.6-10, 1.5-6. É possível comparar como o mesmo tipo de conselho aparece de maneira muito menos sistemática e espalhada pelo tratado de Catão: Sobre o cultivo dos campos, 4, 7-9, 12-15, 17-22. 362 SPURR, M. S., Arable cultivation in Roman Italy c.200 B.C.-c.A.D. 100, London: Society for the Promotion of Roman Studies, 1986, p. 117.

215

Apêndice 4: Crítica ao modelo econométrico de Dominic Rathbone sobre o trabalho nas uillae No artigo citado no segundo capítulo desta tese, Dominic Rathbone pretende demonstrar que o postulado de que o trabalho nas uillae era totalmente escravo seria economicamente inviável. O autor pretende demonstrar, ao mesmo tempo, que apenas com o uso de trabalhadores não-residentes, as uillae podiam ser empreendimentos economicamente viáveis. O método escolhido por Rathbone para tanto baseaia-se na combinação de dados da escavação da uilla de Settefinestre com informações retiradas de passagens dos tratados dos “agrônomos”. A partir disso, Rathbone monta um modelo econométrico do funcionamento da produção de uma uilla. Segundo seus cálculos, a uilla de Settefinestre possuía 100 jugeras dedicados à viticultura (já que possuía três prensas de vinho, citadas por Catão como necessárias para um vinhedo deste tamanho), nos quais também deviam ser cultivados, intercalados, uma quantidade menor de olivais (pois a propriedade só tinha uma prensa para óleo de oliva). Associando as duas listas de trabalhadores de Catão, para vinhedos e olivais, Rathbone chega ao número de 20 escravos para essa propriedade. Para a alimentação desta população de trabalhadores, o autor calcula necessários 60 jugeras para a produção de cereais e o mesmo para a produção de legumes. Por fim, 14 jugeras seriam necessárias para a produção de materiais utilizados no vinhedo, como estacas. Por alto, Rathbone conclui que a uilla de Settefinestre deveria explorar cerca de 250 jugeras363. Rathbone conclui, porém, que os 20 escravos indicados por Catão não proveriam todo o trabalho necessário para essa propriedade. Em números aproximados, ele calcula que na época da vindima seriam necessários 1000 “dias-de-trabalho” extras, e na colheita e processamento da oliva 750 “dias-de-trabalho” a mais. Esse trabalho extra poderia ser obtido a partir da contratação de trabalho livre sazonal ou adquirindo-se uma escravaria três vezes maior para a uilla – que exigiria, porém, uma propriedade do dobro do tamanho para produzir alimentos para tão larga população residente.

RATHBONE, Dominic, The Development of Agriculture in the “Ager Cosanus” during the Roman Republic: Problems of Evidence and Interpretation, The Journal of Roman Studies, v. 71, p. 10–23, 1981, p. 12. 363

216 A partir disso, Rathbone pretende fazer um exercício econométrico para determinar quais tipos de trabalho seriam mais rentáveis para a uilla em questão: trabalho fixo escravo complementado pelo trabalho livre, trabalho escravo apenas, trabalho livre apenas ou arrendamento das terras. Para isso, Rathbone assume alguns preços, como o da terra indicado por Columella, 1.000 sestércios por jugera, o de escravos indicado por Richard Duncan-Jones, 2.000 sestércios, e o preço do dia de trabalho indicado por Catão, dois sestércios. Além disso, Rathbone assume que um escravo tinha uma “vida útil” de 20 anos, sendo seu preço amortizado ao longo deste período, portanto364. Os resultados dos cálculos de Rathbone são os seguintes365:

Tabela 1 - Rentabilidade de uma Villa com trabalho escravo e livre (segundo Rathbone) Valor da Propriedade (250 jugera) 250.000 Venda de vinho

23.400

Amortização de 20 escravos

2.000

Pagamento aos trabalhadores livres

3.500

Lucro

17.900 = 7,2% do valor da propriedade

Tabela 2 - Rentabilidade de uma Villa com trabalho escravo apenas (segundo Rathbone) Valor da Propriedade (500 jugera) 500.000 Venda de vinho

23.400

Amortização de 60 escravos

6.000

Lucro

17.400 = 3,5% do valor da propriedade

Tabela 3 - Rentabilidade de uma Villa com trabalho livre apenas (segundo Rathbone) Valor da Propriedade (250 jugera) 250.000 Venda de vinho

35.100

Pagamento aos trabalhadores livres

13.500

Lucro

21.600 = 8,6% do valor da propriedade

Tabela 4 - Rentabilidade de uma Villa arrendada a meeiros (segundo Rathbone)

364 365

Ibid., p. 12–13 e p.13 n.17. Ibid., p. 14.

217 Valor da Propriedade (250 jugera)

250.000

½ Venda de vinho

11.700

½ Venda de outros alimentos

6.570

Lucro

18.270 = 7,3% do valor da propriedade

Os números de Rathbone parecem dizer muito: as uillae seriam economicamente inviáveis se utilizassem apenas trabalhadores escravos e o que as torna rentáveis é justamente a exploração do subemprego do trabalho camponês em momentos do ano agrícola. Rathbone conclui disso que as uillae eram organicamente dependentes da existência de propriedades camponeses nas suas proximidades, que lhes garantisse acesso ao indispensável trabalho assalariado sazonal. Ou seja, o modelo que percebia um antagonismo entre propriedades camponesas e uillae, ou de transição de padrão fundiário, não faria qualquer sentido366. O procedimento de Rathbone, entretanto, precisa ser severamente criticado, seja para contrabalancear as constantes menções a este artigo como prova irrefutável da importância do trabalho sazonal assalariado, seja para identificar aspectos fundamentais do estudo das relações de produção no contexto das uillae. A princípio, devemos notar que os dados usados por Rathbone são, no mínimo, controversos. A estipulação de todos os valores de preços usados em seu exercício econométrico está sujeita a crítica de Finley sobre os abusos na utilização de números existentes nas fontes antigas para o trabalho com métodos quantitativos no estudo da economia antiga. Sobretudo, estes valores são vítimas do fato de “o volume de dados de que dispomos está frequentemente abaixo do mínimo requerido para processos estatísticos normais”367. Ao fim e ao cabo, Rathbone recai no erro metodológico daqueles que comparam as uillae às plantations ao usar os dados presentes nos agrônomos latinos e na escavação de Settefinestre como se fossem exemplares ou modelares. Não há qualquer motivo para aceitarmos esse pressuposto. A História econômica, assim como a Demografia histórica, está cheia de historiadores que usam interessantes modelos cliométricos quando tentam provar os limites de certa interpretação histórica. O procedimento nesse caso é criar cenários de “pior caso possível” (worst case scenarium) a fim de mostrar as relações entre certas variáveis históricas que comprovam a impossibilidade de certa hipótese. Eric Hobsbawn,

366 367

Ibid., p. 15. FINLEY, Moses I., A Economia antiga, Lisboa: Afrontamento, 1986, p. 29.

218 considera, ao meu ver precisamente, que provar a impossibilidade ou a improbabilidade de certas conjecturas ou hipóteses em dados contextos é a grande utilidade da New Economic History (berço dos modelos cliométricos e de econometria histórica). Por outro lado, o historiador inglês aponta que dificilmente estes métodos se mostram capazes de provar por si própria qualquer assertiva368. Apesar de lidar com uma situação deste tipo, afinal Rathbone pretende mostrar justamente a improbabilidade da hipótese do trabalho ser totalmente escravo nas uillae, ele não adota as medidas metodológicas necessárias para empreender este tipo de metodologia, como se assegurar que todas as suas variáveis configuram um “pior caso possível”. Um segundo problema, ligado ao anterior, é a extrema simplicidade das variáveis trabalhadas pelo modelo de Rathbone. Como apontado no segundo capítulo, uma imensa gama de atividades econômicas pode ser realizadas no contexto das uillae. Rathbone, contudo, limita-se em seu modelo a elencar os rendimentos advindos da venda de vinho. Esta simplicidade do modelo pode ser vista, por sua vez, como causadora de um terceiro problema: a circularidade de alguns argumentos. A certa altura do artigo, por exemplo, Rathbone afirma que mesmo que os valores por ele utilizados não estejam precisos, o importante é que a proporção entre o custo do trabalho escravo e do trabalho livre esteja correta, pois assim as conclusões de seu modelo se manteriam, mesmo com números diferentes369. Bem, isto não é nada mais do que dizer “se eu estiver certo, eu estou certo”. Se a porporção entre essas duas variáveis estiver correta, realmente o resultado final sempre será o esperado por Rathbone. Contudo, o que se esperaria de seu modelo econométrico era justamente fundamentar essa posição. Como o modelo lida com variáveis muito simples, as premissas assumidas na sua montagem determinam de maneira extremamente óbvia o resultado. Por fim, o problema mais grave, e que acaba englobando todos os problemas anteriores, é o simples fato de este ser um modelo econométrico. Como todo modelo deste tipo, as variáveis são vistas e associadas entre si como se estivessem em um contexto de mercado em equilíbrio – apenas assim é possível matematizar todas as variáveis. A partir disso, o importante para entender o funcionamento da uillae seria o lucro bruto da venda do vinho produzido, os custos monetários envolvidos na aquisição de escravos ou no pagamento dos salários aos trabalhadores livres e o investimento na terra, todos

368

HOBSBAWM, Eric J., Sobre História, São Paulo: Companhia das Letras, 1999, p. 126–131. RATHBONE, The Development of Agriculture in the “Ager Cosanus” during the Roman Republic, p. 13, n.18. 369

219 mensurados em termos monetários. O problema desta abordagem é que, como estamos falando de um contexto pré-capitalista, e, portanto, de uma economia que não é de mercado, o controle sobre os recursos necessários à produção, seja o trabalho ou os meios de produção, não é obtido apenas, para dizer o mínimo, a partir de meios monetários, o que torna qualquer cálculo deste tipo sem qualquer sentido370.

370

KULA, Witold, Teoría económica do sistema feudal, [s.l.]: Editorial Presença, 1979, p. 165–166.

220

Apêndice 5: O edifício do Auditorium: residência aristocrática ou santuário? Logo após a descoberta do sítio do Auditorium, se estabeleceu um debate sobre se estaríamos realmente diante de vestígios de uma residência aristocrática ou, na verdade, de um santuário. A grande quantidade de elementos ligados a cultos religiosos encontrados no sítio, de fato, não deixa dúvidas de que este era um local com funções religiosas relevantes. Contudo, estas atividades estariam relacionadas a cultos privados (ou gentilícios) realizados no espaço de uma residência ou atestariam o uso do edifício como um santuário propriamente dito? Seria possível interpretar a uilla do Átrio (período 4, já no século II a.C.) como a primeira uilla no local, tomando lugar de um antigo santuário? O sítio com plataforma próximo a Sécia, mencionado no capítulo 2 e sobre o qual se conjectura existência de uma uilla no século I d.C. em um lugar antes dedicado a um local de culto371, poderia servir de paralelo para esta interpretação, por exemplo. Para além desses achados no próprio sítio do Auditorium, foi na verdade a sua localização, aos pés dos Montes Parioli, que estimulou sua interpretação por alguns pesquisadores como um santuário. Sabemos que esta era uma região de culto à Anna Perenna, antiga divindade romana relacionada ao correto cumprimento do ciclo anual372. Além dos fasti de Ovídio, ao menos três dos calendários que possuímos no registro epigráfico (fasti Antiates Maiores, Farnesiani e Vaticani), ao quais se somam informações lacunares em outros dois (fasti Caeretani e Praenestini), indicam os Idos de Março como a data de sua festividade. Além disso, os fasti Vaticani também nos dão uma importante informação geográfica sobre essa festividade, ao informar que esta ocorria no marco da primeira milha da via Flaminia, informação convergente às informações em fontes literárias que nos permitem inferir a região dos Montes Parioli como local do culto de Anna Perenna373. Entre 1999 e 2000, durante a construção de uma garagem subterrânea na piazza Euclide, próxima ao Auditorium (ver mapa da figura 96), foi identificada pela arqueóloga

371

Ver capítulo 2, subseção 2.2.6. Macróbio, Saturnália, 1.12.6. 373 CIL I(2) p.242. Ovídio, Fasti, 3.523 afirma que a festa se dá próximo ao Tibre; Marcial, Epigramas, 4.64.17 afirma que o bosque sagrado era visível a partir do Monte Mario, que segundo Maria Cristina Capanna tem em seu campo de visão na direção do Tibre justamente os Montes Parioli. CARANDINI, Andrea; D’ALESSIO, Maria Teresa; DI GIUSEPPE, Helga (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, Roma: “L’Erma” di Bretschneider, 2006, p. 65. 372

221 Marina Piranomonte uma fonte com inscrições dedicadas à Anna Perenna, que datavam do século II d.C., dentro da qual uma quantidade significativa de artefatos relacionado ao culto da deusa assim como a práticas mágicas foi descoberta374. Certo enigma topográfico se estabeleceu com esta descoberta, dado o fato de que tal fonte não ficava na altura do marco de uma milha de distância do pomerium na via Flaminia, mas entre os marcos de duas e três milhas. Tal enigma acabou por se tornar um elemento importante para a interpretação do edifício do Auditorium, por trazer em seu bojo uma discussão sobre o caráter da paisagem no qual o edifício se inseria e sua articulação com este. Algumas soluções à controvérsia topográfica foram propostas. Peter Wiseman sugeriu que o culto de Anna Perenna teria sido realizado durante séculos em um local no marco de uma milha da via Flaminia, ao qual os fasti Vaticani, fariam referência, mas que no início do período imperial (depois do reino de Tibério, data da produção dos fasti vaticani) teria sido movido para esta fonte. Wiseman se baseia no fato de que todas as moedas encontradas na fonte da piazza Euclide datam entre o período augustano e theodosiano375. Piranomonte desautoriza frontalmente esta interpretação de Wiseman, apontando que, para além da própria excentricidade da solução proposta (dado que raríssimas vezes cultos romanos foram movidos desta maneira, e apenas por razões seríssimas), durante a escavação da fonte ela identificou não só vestígios de construções republicanas abaixo da estrutura do período imperial como também uma série de artefatos (estatuetas votivas e cerâmicas, entre outros) datados já para os séculos IV e III a.C., mostrando que este já era um local de culto muito antes do período imperial376. Adriano La Regina propôs uma solução no sentido oposto: isto é, ao invés de conjecturar a existência de outro local de culto, conjecturar que a menção ao local de culto nos fasti Vaticani tivesse outra referência para a contagem de milhas. Segundo ele, seria possível imaginar que no lugar das muralhas servianas, referência tradicional do pomerium e marco a partir do qual se contavam as milhas das estradas romanas, os fasti

374

Sobre os artefatos encontrados, ver: PIRANOMONTE, Marina, Religion and magic at Rome: the fountain of Anna Perenna, in: GORDON, Richard Lindsay; SIMÓN, Francisco Marco (Orgs.), Magical Practice in the Latin West: Papers from the International Conference Held at the University of Zaragoza, 30 Sept. – 1st Oct. 2005, [s.l.]: BRILL, 2010, p. 198–212; PIRANOMONTE, Marina, La fontana sacra di Anna Perenna a Piazza Euclide tra religione e magia, MHNH: revista internacional de investigación sobre magia y astrología antiguas, n. 5, p. 87–104, 2005. 375 WISEMAN, T. P., Documentation, Visualization, Imagination: the Case of Anna Perenna’s Cult-Site, in: HASELBERGER, Lothar; HUMPHREY, John (Orgs.), Imaging Ancient Rome: Documentation, Visualization-imagination, Portsmouth, R.I: Journal of Roman Archaeology, 2006. 376 PIRANOMONTE, Religion and magic at Rome: the fountain of Anna Perenna, p. 192.

222 Vaticani tivessem usado como referência o pomerium estendido por Cláudio377. Assim, a fonte estaria dentro deste marco de uma milha da via Flaminia e poderia ser o local indicado na inscrição. Esta interpretação foi utilizada por Piranomonte não só para apontar a fonte como local central para o culto de Anna Perenna, mas também para propor uma interpretação radicalmente diversa do edifício escavado no Auditorium – que também estaria dentro do marco de uma milha (a partir do pomerium estendido por Cláudio) da via Flaminia conforme a interpretação de La Regina. Segundo Piranomonte e La Regina, os edifícios das primeiras fases do sítio do Auditorium seriam um santuário arcaico do culto de Anna Perenna ou, ao menos, uma espécie de estiatorion, onde aconteceriam os banquetes em honra da deusa378. Piranomonte propôs essa interpretação ainda sem acesso ao relato de escavação completo do sítio, que seria publicado alguns anos depois. A irritação de Andrea Carandini com essa interpretação concorrente baseada apenas em alguns relatos preliminares de escavação, aparentemente relacionada a alguns conflitos entre diferentes equipes de arqueólogos e o controle sobre a divulgação dos achados do sítio, fica clara nas primeiras páginas do relato de escavação produzido por ele e sua esquipe379. De toda forma, os dados completos da escavação são bem claros em dirimir esta interpretação do sítio como um santuário. Não só a articulação arquitetônica do prédio segue os padrões de edifícios residenciais, mas também os artefatos encontrados não são compatíveis com esta interpretação: não foi encontrada nenhuma outra figura em terracota para além daquela do Aqueloo, o número de estatuetas de figuras humanas é muito exíguo (três no total) e de animais é inexistente, assim como o número de moedas (dez ao todo, nenhuma do período republicano) é incomparável com os números normalmente encontrados em áreas sacras380. Ao longo dos últimos anos, vários

377

LA REGINA, Adriano, Introduzione, in: PIRANOMONTE, Marina (Org.), Il santuario della musica e il bosco sacro di Anna Perenna, [s.l.]: Electa, 2002. 378 PIRANOMONTE, Marina (Org.), Il santuario della musica e il bosco sacro di Anna Perenna, [s.l.]: Electa, 2002, p. 62, 72–88. 379 CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 30–32. 380 . Sobre as moedas, contudo, vale pontuar que também não foram encontradas moedas republicanas na fonte da piazza Euclide. D’ALESSIO, Maria Teresa; DI GIUSEPPE, Helga, La villa dell’Auditorium a Roma tra sacro e profano, in: FRIZELL, Barbro Santillo; KLYNNE, Allan (Orgs.), Roman Villas Around the Urbs: Interaction with Landscape and Environment : Proceedings of a Conference at the Swedish Institute in Rome, September 17-18, 2004, Roma: Swedish Institute in Rome, 2005, p. 16.

223 especialistas se colocaram contra a interpretação de Piranomonte381, até que em publicações mais recentes, a própria autora não tem mais defendido tal interpretação382. Podemos dizer sem sombra de dúvidas que o edifício do Auditorium foi uma residência de alto status social ao longo de toda a sua ocupação. Contudo, cabe frisar a importância dos elementos religiosos associados a ele, sobretudo em seus primeiros períodos de ocupação – ao longo dos séculos, o edifício parece ter passado por um processo de “laicização”383. Nesse sentido, me parece importante a interpretação de Carlo Pavolini sobre o enigma topográfico do local de culto de Anna Perenna. Em primeiro lugar, ele mostra grandes reservas quanto à solução de La Regina: todo o conhecimento que temos sobre referências aos marcos de milhas das estradas romanas, mesmo no período imperial (o melhor exemplo é a Tabula Peutingeriana), aponta para a utilização das muralhas servianas como referência. Mesmo a ideia de extensão do pomerium é objeto de alguma controvérsia. Além disso, diante do fato de a fonte na piazza Euclide já ser utilizada desde o século IV a.C., a hipótese de La Regina sugere que inicialmente este culto não era realizado no marco de uma milha. Para Pavolini, é muito mais razoável supor que a fonte estivesse associada a algum santuário ainda não encontrado que ficava na altura do marco da primeira milha384, o que de fato converge com o que conhecemos sobre a relação entre as festividades romanas e marcos espaciais385. Como solução do enigma topográfico, Pavolini sugere que ao invés de tentarmos identificar alguns possíveis locais de culto específicos (a fonte na piazza Euclide, o suposto santuário no Auditorium, etc.) com o marco de uma milha, deveríamos identificar o nemus de Anna Perenna com uma área extensa, possivelmente todo o bosque que cobria os Montes Parioli. Parte desta área estava dentro do marco da primeira milha da via Flaminia, e isto certamente tinha relevância religiosa, mas o bosque sacro de Anna Perenna se estenderia para além deste marco (ver mapa da figura 96). Ainda que tão vasta

381

TORELLI, Mario, The Early Villa: Roman contributions to the development of a Greek prototype., in: BECKER, Jeffrey A.; TERRENATO, Nicola (Orgs.), Roman republican villas: architecture, context, and ideology, Ann Arbor: University of Michigan Press, 2012, p. 11; EGELHAAF-GAISER, Ulrike, Roman cult sites: a pragmatic approach, in: RÜPKE, Jörg (Org.), A Companion to Roman Religion, [s.l.]: John Wiley & Sons, 2011, p. 213. 382 PIRANOMONTE, Religion and magic at Rome: the fountain of Anna Perenna; PIRANOMONTE, Marina; RICCI, Giovanni, L’edificio rustico di viale Tiziano e la fonte di Anna Perenna. Nuovi dati per la topografia dell’area Flaminia in epoca repubblicana, in: JOLIVET, Vincent et al (Orgs.), Suburbium II: il suburbio di Roma dalla fine dell’età monarchica alla nascita del sistema delle ville (V-II secolo a.C.), [s.l.]: Ecole Française de Rome, 2009. 383 D’ALESSIO; DI GIUSEPPE, La villa dell’Auditorium a Roma tra sacro e profano, p. 16. 384 CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 50. 385 ROSA, Cláudia Beltrão da, Terminalia: fronteiras e espaço sagrado, Phoînix, v. 17, n. 2, p. 82–99, 2011.

224 área não fosse toda inserida no contexto ritualístico, toda ela teria o caráter sacro relacionado ao culto. Assim, a fonte na piazza Euclide, localizada justamente no limite noroeste desta área, poderia ser interpretada como um marco de entrada, possivelmente associado a outros locais de culto386. A uilla do Auditorium, por sua vez, estaria fora desta área, mas em sua imediata vizinhança, o que destaca a importância de sua relação com o religioso. Helga Di Giuseppe e Maria Teresa D’Alessio conjecturam, por exemplo, que esta posição em relação à paisagem sagrada de Anna Perenna possivelmente seja indício de algum tipo de patronato de seus proprietários sobre o culto de Anna Perenna387. Um membro da classe dominante romana agindo como patrono e controlando em algum nível um culto de características populares e relacionadas ao ciclo anual (sempre intrinsicamente conexo ao mundo agrícola) é um cenário bastante verossímil e sociologicamente interessante. Ainda não temos informações que permitam utilizar a mesma chave de leitura para interpretar outras uillae primitivas, o que talvez futuras escavações nos permitam. Por ora, contudo, é possível ter em mente a possibilidade de que essas uillae primitivas tinham na interação com o religioso um elemento importante para a relação entre as classes dominantes urbanas e o campesinato.

CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 49–50. 387 D’ALESSIO; DI GIUSEPPE, La villa dell’Auditorium a Roma tra sacro e profano, p. 16; Ver também as considerações de Carandini sobre o tema em: CARANDINI; D’ALESSIO; DI GIUSEPPE (Orgs.), La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma, p. 584–587. 386

225

Apêndice 6: A magnitude da cidade de Roma entre os séculos VI e III a.C. A avaliação que fazemos do desenvolvimento urbano de Roma no período em estudo nesta tese, entre os séculos V a III a.C., depende diretamente da imagem que temos da cidade no início desse período. Isto é, a primeira questão que surge para essa avaliação é “qual era a dimensão da Roma na passagem do período monárquico para o período republicano?”. Uma abordagem bastante popular sobre a “Roma primitiva”, baseada na obra do etruscólogo do início do século XIX Karl Otfried Müller 388, a caracterizava ao longo do período monárquico como uma pequena cidade vassala ao poderio etrusco. Os dias de glória de Roma ainda estavam distantes e ela seria apenas mais uma entre as muitas cidades da região. O domínio etrusco estaria atestado não apenas pela influência destes sobre a cultura material romana, mas também pelo domínio desses sobre a Campânia – além da a própria origem dos reis Tarquínios. Segundo essa perspectiva, as narrativas históricas que tratam deste período da história romana – e que descrevem uma Roma muito mais poderosa e sem qualquer dominação etrusca – estariam sob influência de uma perspectiva patriótica que negava a possibilidade de Roma ter sido submetido a um poder externo e que espelhava o poderio romano de seu tempo para o passado. Ao ler autores como Tito Lívio, estaríamos diante de narrativas “nacionalistas” e “modernizantes”. Assim, no início do período a que esta tese se dedica, Roma não seria uma cidade a se destacar dentre as outras da Itália central tirrênica. Ao longo dos séculos ela até teria ganhado tamanho e importância política e econômica, mas apenas depois da Segunda Guerra Púnica, já no marco final desta tese, portanto, Roma se tornaria o grande centro urbano da região. Essa é uma questão fundamental para entender a relação entre Campo e Cidade no período aqui estudado: Roma era apenas um entre outras pequenas ou médias cidades na região ou já era um grande centro urbano, que cresce ainda mais e chega às vésperas da Segunda Guerra Púnica, senão já como a Metrópole que seria nos séculos posteriores, ao menos como uma das maiores cidades de todo o Mediterrâneo? Essa é uma pergunta difícil de ser respondida. Por razões óbvias, é impossível fazer um levantamento de superfície em Roma para se ter uma ideia de área total ocupada por

388

MÜLLER, Karl Otfried, Die Etrusker, Breslau: Berlage von Josef Mar und Komp., 1828.

226 materiais arqueológicos datados para diferentes períodos. Nosso único índice para ter alguma ideia da magnitude da cidade nesses períodos é a identificação pontual de alguns elementos da paisagem urbana desses períodos por escavações arqueológicas ao longo da cidade de Roma. A distribuição geográfica assim como a dimensão dessas estruturas podem nos dar alguma ideia da magnitude da cidade.

1. “A grande Roma dos Tarquínios”: a cidade no final do século VI a.C. A recuperação da ideia de uma “Roma etrusca” na segunda metade do século XX, especialmente por Andrea Alföldy389, visava polemizar com a noção antagônica de que Roma já seria uma grande cidade no século VI a.C., apontada por alguns estudiosos na primeira metade do século passado. A ideia de “la grande Roma dei Tarquinii”, expressão cunhada por um destes estudiosos, Giorgio Pasquali390, e depois retomada por diversos autores, é hoje, contudo, dominante na historiografia391. Não apenas os indícios de uma ascendência do poderio etrusco sobre Roma foram repetidamente refutados392, mas também as escavações arqueológicas em Roma ao longo das últimas décadas identificaram e continuam identificando uma cidade de tamanho bastante considerável já no século VI a.C.. Identificar este fato é importante porque a existência de um grande assentamento urbano no centro desse mundo agrário já no início do período que estudo certamente é um fator que determina elementos de análise fundamentais. O maior indício de que Roma não era uma cidade comum dentro da Itália central tirrênica já no final do período monárquico é justamente a pujança das construções na cidade, mencionadas muitas vezes pelas fontes literárias e crescentemente atestadas pelos achados arqueológicos. Vestígios de uma série de templos e prédios construídos, reformados ou ampliados no século VI a.C. foram identificados em escavações em Roma, sobretudo na área que engloba o Capitólio, o Palatino e o Fórum Romano. Uma das primeiras descobertas nesse sentido ocorreu em 1937 na área da Igreja de Santo Homobono, aos pés do Capitolino e de frente para onde ficava o Forum Boarium.

389

ALFÖLDI, Andreas, Early Rome and the Latins, Ann Arbor: University of Michigan Press, 1965, p. 318–335; Ver também: GABBA, Emilio, Roma arcaica: storia e storiografia, [s.l.]: Ed. di Storia e Letteratura, 2000, cap. 17; GABBA, Emilio, La Roma dei Tarquini, Antiquity, v. 86, p. 5–12, 1998. 390 PASQUALI, Giorgio, La grande Roma dei tarquini, Nuova Antologia, v. 14, 1936. 391 Uma exposição realizada em Roma em 1990 e utilizando a expressão de Pasquali como título acabou cristalizando o termo na historiografia. CRISTOFANI, Mauro (Org.), La grande Roma dei Tarquini, [s.l.]: “L’Erma” di Bretschneider, 1990. 392 CORNELL, Tim, The Beginnings of Rome: Italy and Rome from the Bronze Age to the Punic Wars (c.1000–264 BC), London; New York: Routledge, 1995, p. 153–162.

227 Nos preparativos para a construção de um grande prédio administrativo do governo da cidade nas proximidades da igreja, foram identificados sinais de edificações da antiguidade. Com a construção cancelada, o que ficou conhecido por “área sacra de Santo Homobono” se tornou um dos mais importantes e estudados sítios arqueológicos romanos – com projetos sendo realizados na área até hoje393. Já no início das escavações, identificou-se um par de templos geminados construídos no século IV a.C. no estilo toscano (modelo descrito pela primeira vez pelo arquiteto renascentista Andrea Paládio e muito comum na Itália central nestes primeiros séculos de história romana394), lado a lado sobre uma plataforma e na frente dos quais se localizava um altar. Em um nível estratigráfico inferior (sob um grande aterramento da área sobre o qual os templos geminados foram construídos), foram encontrados vestígios de um templo mais antigo, construído e reformado algumas vezes no século VI a.C. e destruído por um incêndio na passagem para o século V a.C.. Filippo Coarelli conjectura que já nesse período teríamos o padrão de templos geminados, e que apenas ainda não identificamos os vestígios do segundo templo arcaico395. Além disso, foram identificados no local vestígios consistentes de culto precedentes a esse primeiro templo, talvez associados a uma cabana no século VII a.C.. Com a identificação de uma fase arcaica no sítio, os templos geminados logo foram identificados com os templos de Mater Matuta e Fortuna, que segundo a tradição literária teriam sido construídos nessa área pelo rei Sérvio Túlio396. Diversas conjecturas e comparações com templos em outras regiões da Itália central tirrênica foram feitas a partir disso. Ainda que amplamente aceita até hoje, as bases dessa interpretação foram severamente criticadas já há alguns anos por Ross Holloway. Em primeiro lugar, apesar de todo o trabalho arqueológico até hoje dedicado ao sítio, apenas um templo arcaico foi encontrado. Os templos geminados, que poderiam ser identificados com os dois templos mencionados pelas fontes literárias, são já do período republicano – e são construídos sobre uma grande elevação do solo e em sentido axial distinto do templo arcaico,

393

TERRENATO, Nicola et al, The S. Omobono Sanctuary in Rome: Assessing eighty years of fieldwork and exploring perspectives for the future, Internet Archaeology, v. 31, 2012. 394 LAKE, Agnes Kirsopp, The Archaeological Evidence for the “Tuscan Temple”, Memoirs of the American Academy in Rome, v. 12, p. 89–149, 1935; IZZET, Vedia, Tuscan order: the development of Etruscan Sanctuary architecture, in: BISPHAM, Edward; SMITH, Christopher John (Orgs.), Religion in archaic and republican Rome and Italy: evidence and experience, Edinburgh: Edinburgh University Press, 2000. 395 COARELLI, Filippo, Il Foro Boario: Dalle origini alla fine della Repubblica, Roma: Quasar, 1988. 396 COLINI, Antonio Maria, L’area sacra di Sant’Omobono, Bollettino comunale archeologico municipale di Roma, v. 68, p. 75–76, 1940.

228 mostrando que não estão tão diretamente associados ao templo arcaico. Em segundo lugar, a leitura das fontes de Antonio Maria Colini que o levou a identificar que os templos de Mater Matuta e Fortuna ficavam lado a lado é contestável – o que as fontes dizem de fato é apenas que eles ficavam na mesma área, e uma leitura possível destes textos indica, inclusive, que eles ficam a uma distância significativa entre si397. De toda forma, isto acaba dizendo mais respeito ao debate sobre o quão sólidas são as informações específicas (especialmente topográficas)398 presentes nas narrativas históricas antigas do que ao ponto que pretendo enfatizar agora. Sendo ou não ligado aos templos de Mater Matuta e Fortuna, o templo do século VI a.C. na área sagrada de Santo Homobono é um precioso testemunho da importância de Roma no período. A riqueza da decoração do templo e do material votivo associado ao templo constatam não apenas a pujança da atividade religiosa na cidade, mas também a amplitude das conexões daqueles envolvidos nos cultos, dada a presença de materiais importados de distintas regiões, sobretudo da Etrúria e da Grécia399 – por estar próximo do local de mercado da cidade, o forum boarum, esse templo talvez recebesse um número significativo de comerciantes estrangeiros400. Destaca ainda mais esse papel o grande templo de Júpiter Ótimo Máximo, construído sobre a colina do Capitólio. Segundo a tradição literária, o templo começou a ser construído por Tarquínio Prisco, foi concluído por Tarquínio Soberbo e foi consagrado no primeiro ano da República. As bases do templo se encontram sob o Palácio Caffarelli, edifício que hoje faz parte dos Museus Capitolinos. Este podium cria uma área enorme de 62 por 53 metros – e, caso o templo ocupasse parte substancial dessa plataforma, o que parece ter sido o caso401, ele seria de longe o maior templo na Itália

397

HOLLOWAY, Ross R., The Archaeology of Early Rome and Latium, [s.l.]: Routledge, 2014, p. 10– 11; Sobre as diferentes interpretações sobre a área sacra de Santo Homobono, ver também: TERRENATO et al, The S. Omobono Sanctuary in Rome; SMITH, Christopher John, Early Rome and Latium: economy and society c.1000 to 500BC, Oxford: Clarendon, 1996, p. 159–162. 398 HORSFALL, Nicholas, Illusion and Reality in Latin Topographical Writing, Greece & Rome, v. 32, n. 2, p. 197–208, 1985. 399 RICHARDSON, Lawrence, A New Topographical Dictionary of Ancient Rome, [s.l.]: JHU Press, 1992, p. 37; TORELLI, Mario, Archaic Rome between Latium and Etruria, in: WALBANK, F. W.; ASTIN, A. E. (Orgs.), The Cambridge Ancient History. Vol. 7, Part 2, Cambridge: Cambridge University Press, 1989, p. 50. Torelli associa o templo ao poder dos reis de origem etrusca em Roma, relacionando tanto esta riqueza do templo no século VI a.C. com o poderio dos Tarquínios assim como seu abandono no século V a.C. com a queda da monarquia. 400 FORSYTHE, Gary, A Critical History of Early Rome: From Prehistory to the First Punic War, [s.l.]: University of California Press, 2006, p. 90–91. 401 HOPKINS, John N., The colossal temple of Jupiter Optimus Maximus in Archaic Rome, in: CAMPOREALE, Stefano (Org.), Arqueología de la construcción II: Los procesos constructivos en el mundo romano: Italia y provincias occidentales., Madri: Editorial CSIC - CSIC Press, 2012, p. 29–32.

229 central tirrênica em seu tempo, rivalizando até mesmo com os maiores templos do Mediterrâneo do período. Novas escavações arqueológicas neste podium no final do século passado402 permitiram superar o ceticismo de alguns pesquisadores que não acreditavam que um templo tão grande poderia ter existido na Roma do século VI a.C. e conjecturavam sua construção para o século IV a.C.403. Não apenas o tamanho do templo destaca sua importância, mas também sua influência sobre a arquitetura dos templos posteriores na região404. Recentemente outro templo de grandes proporções (conjectura-se uma extensão de 25 por 40 m, ainda que as escavações tenham sido limitadas) foi descoberto no Quirinal, durante os trabalhos arqueológicos que vem sendo realizados na área do Palazzo Vanevari, no Largo di Santa Susanna405. Einar Gjertad já havia indicado o Quirinal como local de templos arcaicos a partir de material votivo encontrado em dois outros locais (na Igreja de Santa Maria della Vitória e na Basilica de San Vitale)406. A esses se somam diversos outros templos que segundo a tradição literária teriam sido fundados ainda no século VI a.C.407, mas do quais não temos vestígios arqueológicos. Sérvio Túlio teria, por exemplo, convencido as cidades Latinas a construir um templo à Diana no Aventino para servir de santuário comum aos latinos408. Esse templo é mencionado em diversas fontes literárias ao longo dos séculos, até o século IV d.C., mas vestígios arqueológicos nunca foram identificados409. Se por um lado é verdade que as informações arqueológicas que temos sobre eles apontam algumas vezes para datas de fundação bem posteriores, o caso do templo no Capitolino demonstra que um ceticismo absoluto frente às informações das fontes literárias não é necessário nem sábio e que novas descobertas nos próximos anos podem

402

SOMMELLA MURA, A. et al, Notizie preliminari sulle scoperte e sulle indagini archeologiche nel versante orientale del Capitolium, Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma, v. 102, p. 263–364, 2001. 403 E.g. HOLLOWAY, The Archaeology of Early Rome and Latium, p. 10. 404 HOPKINS, John N., The Capitoline temple and the effects of monumentality on Roman temple design, in: THOMAS, Michael; MEYERS, Gretchen E. (Orgs.), Monumentality in Etruscan and Early Roman Architecture: Ideology and Innovation, [s.l.]: University of Texas Press, 2012. 405 SOPRINTENDENZA SPECIALE PER IL COLOSSEO, IL MUSEO NAZIONALE ROMANO E L’AREA ARCHEOLOGICA DI ROMA, Comunicato stampa: Colle del Quirinale. Scoperta dimora arcaica., 2015, p. 3. 406 SMITH, Early Rome and Latium, p. 158–159. 407 Ibid., p. 163–165. 408 Marco Terêncio Varrão, Sobre a Língua Latina, 5.43, Tito Lívio, Desde a fundação da cidade, 1.45.26, Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 4.26. 409 RICHARDSON, A New Topographical Dictionary of Ancient Rome, p. 108–109.

230 revelar novas informações no sentido de indicar datas de construção anteriores para pelos menos alguns deles. Além desses templos, a área do Fórum Romano parece ter conhecido modificações importantes já no século VI a.C.. Sob o Lapis Niger, um pavimento negro construído no século I a.C. na área do Comitium, foram encontrados na virada do século XIX para o XX as ruínas de um altar construído no século VI a.C. e identificado por Fillipo Coarelli como o Vulcanal, um santuário ao deus Vulcano mencionado nas fontes literárias. Além disso, novos estudos sobre os níveis estratigráficos identificados no Forum indicam a realização de um gigantesco trabalho de aterramento entre o final do século VII e o início do VI a.C. no intuito de elevar o nível do solo de 7m para 9m acima do nível do mar. Antes disso, a região do Fórum era anualmente alagada pelas cheias do Tibre. Essa elevação, segundo Albert Ammerman, envolveu uma quantidade significativa de trabalho: mais de 10 mil metros cúbicos de terra teriam sido necessários para elevar o nível da região em dois metros410. Seria mais um fato a destacar Roma da realidade de outras cidades da região. Associado também a esta questão hidrológica, as fontes literárias afirmam que a Cloaca Máxima teria sido construída no período. Os vestígios arqueológicos conhecidos da Cloaca Máxima, de maneira geral, indicavam uma data posterior. Contudo, Paolo Carafa recentemente identificou uma série de vestígios arqueológicos no vale do Coliseu (na escavação do Meta Sudans), e no Palatino que mostram a existência de um sistema de drenagem arcaico411. Além da Cloaca Máxima, o Circo Máximo é outro monumento romano datado pelas fontes literárias para o período monárquico, mas cujos vestígios arqueológicos não nos permitem concluir por uma data de construção tão antiga. Somam-se a estas construções a reforma e expansão de algumas construções já existentes na cidade. Um primeiro exemplo é a Regia escavada por Frank Brown412, edifício que teria sido construído pelo rei Numa e posteriormente utilizado como casa do Pontífice Máximo, segundo a tradição literária. O edifício famoso por ter sido onde se

410

AMMERMAN, Albert J., On the Origins of the Forum Romanum, American Journal of Archaeology, v. 94, n. 4, p. 627–645, 1990, p. 642–643; Holloway, mais uma vez cético frente às suposições feitas sobre a Roma do século VI a.C. afirma que a elevação de todo o Forum pode ter sido feita ao longo de um período mais longo de tempo, diluindo assim o impacto deste fato sobre nossa percepção da grandiosidade da Roma do período. HOLLOWAY, The Archaeology of Early Rome and Latium, p. 86–87. 411 CARAFA, Paolo, La “grande Roma dei Tarquini” e la città romuleo-numana, Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma, v. 97, p. 7–34, 1997, p. 12–13; Sobre o papel da Cloaca Máxima na drenagem do Fórum arcaico, ver: HOPKINS, John N., The Cloaca Maxima and the monumental manipulation of water in Archaic Rome, The waters of Rome, v. 4, 2007; BURGES, Steve, The Creation of the Forum Romanum: Three-Dimensional Mapping and Rome’s Flood-prone Valley, Honoris Thesis, University of North Carolina at Chapel Hill, 2013. 412 BROWN, Frank E., The Regia, Memoirs of the American Academy in Rome, v. 12, p. 67–88, 1935.

231 encontrou uma inscrição em uma cerâmica datada para meados do século VI a.C. com a palavra Rex, foi construído em finais do século VII a.C. e reformado várias vezes até, cerca de cem anos depois, ser destruído por um incêndio. Depois disso, um novo prédio, um tanto um quanto diferente das fases anteriores, foi construído em seu lugar e se manteve como um importante prédio no Fórum durante os períodos republicano e imperial413. Escavações na área do Templo das Vestais também mostram modificações importantes durante o século VI a.C.. A Domus Regia, prédio identificado como residência dos reis romanos no século VII a.C., foi radicalmente modificada – o que se interpreta como parte da transferência de sua função para a residência do Rex Sacrorum e sua incorporação ao templo das Vestais realizada por Tarquínio Prisco. Os reis romanos a partir de então teriam passado a morar em uma nova Domus, ainda no Forum, que daria origem a Domus Publica do período republicano. Ademais, são também do século VI a.C. as grandes casas aristocráticas mais antigas que conhecemos em Roma. Destacam-se quatro casas com átrio construídas sobre plataformas na encosta norte do Palatino. Elas foram construídas por volta de 530 a.C., permanecendo ocupadas até o final do século III a.C., quando foram destruídas por um incêndio. A maior delas parece ter sido uma casa gigantesca, com 785 m² de terreno, com um segundo piso de 225 m² e um jardim de 152 m²414. Este parece ter sido um momento de pioneirismo no modelo arquitetônico clássico romano de átrio e peristilo que se consolidaria nos séculos seguintes. Segundo Holloway, o desenvolvimento do átrio provavelmente está ligado à pressão do adensamento da ocupação urbana sobre o modelo de casas com pátios415. Além disso, o estudo arqueológico do Palatino tem mostrado que essa era uma área já “urbanizada” nesse período, com ruas pavimentadas e sistema de drenagem. Somam-se a essas casas no Palatino outra recém descoberta no Quirinal, no mesmo projeto que identificou o templo mencionado anteriormente. Ainda temos poucas informações sobre esse edifício e maiores elucubrações precisam esperar a publicação dos achados. Contudo, têm-se alardeado a descoberta desta casa como fundamental para mudarmos tudo o que sabemos sobre a Roma Arcaica. Na verdade, ela corrobora o ponto que a maioria dos estudiosos do período já vinha apontando: a Roma Arcaica era muito

413

HOLLOWAY, The Archaeology of Early Rome and Latium, p. 61–62. ANDERSEN, Helle Damgaard, Origin and development of the Etruscan city in the 7th to 6th centuries BC, in: ANDERSEN, Helle Damgaard (Org.), Urbanization in the Mediterranean in the 9th to 6th Centuries BC, [s.l.]: Museum Tusculanum Press, 1997, p. 368. 415 HOLLOWAY, The Archaeology of Early Rome and Latium, p. 63–64. 414

232 maior do que se imaginara anteriormente. A descoberta de uma casa no Quirinal, região onde se acreditava que nesse período existia apenas um cemitério, aponta no sentido de a área habitada na cidade de Roma não se limitar às regiões mais imediatamente no em torno do Fórum, como o Palatino416. Isso nos leva à última discussão de evidências arqueológicas que apontam para uma “grande Roma dos Tarquínios”: os muros que fortificavam a cidade no período. Os romanos do final da República e do Império atribuíam ao penúltimo rei do período monárquico, Sérvio Túlio, a construção de uma antiga muralha ainda de pé em seu tempo – e da qual restam duas grandes seções em ruínas até hoje, uma no Quirinal e outra no Aventino. Ela era chamada pelos romanos do século I a.C. e posteriores de “muralha serviana”. Contudo, como apontou pela primeira vez Tenney Frank, as ruínas ainda aparentes hoje mostram o uso de blocos de tufa Grota Oscura, um tipo de pedra vulcânica extraída de pedreiras na região de Veios, como principal material para construção dessa muralha. Seria improvável, portanto, que ela tivesse sido erguida antes da conquista de Veios por Roma, em 396 a.C.. Diante deste fato, esta muralha vem sendo relacionada por vários pesquisadores com a informação dada por Tito Lívio sobre o ano de 378 a.C., de que os censores teriam estipulado a cobrança de uma taxa visando a construção de uma muralha417. Sabemos, portanto, que aquilo que os romanos de períodos posteriores acreditavam ser as muralhas que delimitavam a cidade no século VI a.C. são uma construção posterior. A configuração, ou melhor dizendo, a própria existência de fortificações no final do período monárquico é alvo de grande debate. Tim Cornell aponta que as diferentes fontes literárias que tratam das fortificações no período monárquico, como Dionísio de Halicarnasso e Estrabão, divergem de maneira gritante em suas informações (mostrando a fragilidade de suas fontes de informação), com a exceção de um ponto no qual eles convergem: a atribuição da construção de um agger (um tipo de aterramento no lado interno de um muro para fortificar suas bases) entre o Viminal e o Esquilino, um ponto sem defesas naturais e vulnerável a ataques418. Segundo Cornell, disso é possível conjecturar que Roma utilizaria prioritariamente, neste período, suas defesas naturais

416

SOPRINTENDENZA SPECIALE PER IL COLOSSEO, IL MUSEO NAZIONALE ROMANO E L’AREA ARCHEOLOGICA DI ROMA, Comunicato stampa: Colle del Quirinale. Scoperta dimora arcaica. 417 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 6.32.1. HOLLOWAY, The Archaeology of Early Rome and Latium, p. 91–92; CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 198–199. 418 CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 200–201.

233 contra o ataque de inimigos, pontualmente fortificadas por defesas construídas em áreas estratégicas, naturalmente mais vulneráveis, apenas. Cornell destaca ainda que o fato de outras cidades do Lácio serem contornadas por fortificações nesta época não indica que o mesmo ocorresse com Roma, por que esta era incomparavelmente maior (e mais difícil de circundar com fortificações, portanto) do que aquelas. Cidades de maior porte na Etrúria, como Veios e Caere, segundo o historiador inglês, também não eram circundadas por muralhas no século VI a.C., vindo a ter esse tipo de muralhas apenas entre o final do século V e o início do IV a.C.419. Por outro lado, já há algum tempo alguns arqueólogos tem sugerido que sob a muralha construída no século IV a.C. com blocos de tufa Grota Oscura jazem vestígios de um muro mais antigo, construído em blocos de tufo Capelaccio – já acessíveis aos romanos no século VI a.C., posto que eram extraídas no próprio território romano420. Um estudo bastante detalhado dos vestígios de fortificações arcaicas e médio-republicanas feito por Gabriele Cifani me parece bastante convincente em identificar diversos trechos do que seria uma primeira fortificação unitária, isto é, circundando a cidade, já existente entre o final do século VI e início do século V a.C.421. Para além de questões militares, topográficas e tipológicas, meu interesse pela determinação da existência e da extensão de uma grande muralha em torno da Roma dos Tarquínios passa por duas questões que nos levam ao debate sobre a dimensão de Roma no século VI a.C.. Em primeiro lugar, a capacidade de construção de uma vasta muralha demonstraria uma capacidade de mobilização de trabalho impressionante. Em segundo lugar, ainda que o território intramuros certamente não fosse plenamente habitado e que, no sentido inverso, fosse possível e mesmo provável a existência de habitações extramuros, a extensão do território fortificado nos dá alguma ideia sobre a dimensão do tamanho da cidade. A associação de todas essas informações pontuais nos permitem, ainda que em bases empíricas não muito sólidas, ter uma imagem de uma Roma nada vulgar no século

419

Ibid., p. 201–202. COARELLI, Filippo, Guida Archeologica Di Roma, [s.l.]: Arnoldo Mondadori, 1974, p. 297–298; CARAFA, La “grande Roma dei Tarquini” e la città romuleo-numana, p. 14–15. 421 CIFANI, Gabriele, La documentazione archeologica relativa alle mura di età arcaica a Roma, Mitteilungen des Deutschen Archaeologischen Instituts. Römische Abteilung, v. 105, p. 359–389, 1997, p. 362–363, 380. 420

234 VI a.C.. A cidade parece ser já o principal centro urbano da região no limiar do século V a.C.422.

2. Da crise do século V a.C. à retomada dos séculos IV-III a.C. O início do período republicano (tradicionalmente identificado com o ano de 509 a.C.) é marcado por um curto, mas profícuo, período de construções de templos423. Entre eles, destacam-se os importantes templos de Saturno e de Castor e Pólux. Enquanto as ruínas do primeiro datam do período augustano, nos negando maiores detalhes sobre o templo republicano e mesmo impossibilitando uma confirmação arqueológica desta data, escavações recentes no templo de Castor e Pólux identificaram a base do templo original e uma quantidade significativa de artefatos do início do século V a.C. associados a ela424. Em contraste com este quadro do século VI e início do V a.C., as fontes literárias (sobretudo, aqui, Tito Lívio e Dionísio de Halicarnasso) não mencionam grandes construções entre 484 a.C. e a primeira década do século IV a.C.425. Pelo contrário, a narrativa desses autores a partir da década de 80 do século V a.C. é uma sucessão de crises internas em Roma (ligadas especialmente ao conflito entre Patrícios e Plebeus) e derrotas em guerras externas. Essa “Crise do Século V a.C.” é tema de algum debate na historiografia, mas a imagem de uma cidade que cessa de expandir seu poder por pelo menos algumas décadas é reforçada pelo fato de as escavações arqueológicas em Roma não terem identificado nenhuma construção de templos ou edifícios públicos na cidade nesse período426. Soma-se a isso o fato de o contexto arqueológico associado ao século V a.C. em vários sítios arqueológicos da cidade de Roma mostrarem uma queda significativa do consumo de cerâmicas em relação ao século anterior427.

422

FULMINANTE, Francesca, The Urbanisation of Rome and Latium Vetus: From the Bronze Age to the Archaic Era, Cambridge: Cambridge University Press, 2014, p. 96–102. 423 ZIÓLKOWSKI, Adam, The Temples of Mid-Republican Rome and Their Historical and Topographical Context, [s.l.]: “L’Erma” di Bretschneider, 1992, p. 236–237. 424 TORELLI, Mario, The Topography and Archaeology of Republican Rome, in: ROSENSTEIN, Nathan; MORSTEIN-MARX, Robert (Orgs.), A Companion to the Roman Republic, Oxford: Blackwell, 2011, p. 83; BILDE, Pia Guldager; POULSEN, Birte, The Temple of Castor and Pollux Ii,1: The Finds, [s.l.]: L’ERMA di BRETSCHNEIDER, 2008. 425 Na verdade, menciona-se a construção de dois templos ao longo de quase um século: de Semo Sancus em 466 a.C. e de Apolo em 433 a.C.. Ambos, contudo, provavelmente são restaurações de pequenos templos construídos já no período monárquico. TORELLI, The Topography and Archaeology of Republican Rome, p. 85–86. 426 CORNELL, Tim, The City of Rome in the Middle Republic, in: COULSTON, J. C.; DODGE, Hazel (Orgs.), Ancient Rome: The Archaeology of the Eternal City, [s.l.]: Oxford University School of Archaeology, 2000, p. 43. 427 TORELLI, The Topography and Archaeology of Republican Rome, p. 86.

235 Aparentemente, a situação complicada da cidade de Roma no contexto geopolítico e militar (e a consequente escassez de recursos advindos do butim de guerra) teve um impacto sensível sobre a cidade, que passou ao menos meio século sem se expandir da maneira significativa. Contudo, também é possível atribuir essa situação a uma mudança na prática política da classe dominante romana. O século V a.C. é o século do “fechamento do patriciado”, isto é, do estabelecimento de um grupo social e político exclusivista que busca monopolizar o controle político do Estado Romano. Esse um processo histórico complexo e rico para análise, mas agora cabe apontar que muitos autores têm relacionado esse empobrecimento da cultura material romana com uma política deliberada do patriciado em restringir as oportunidades de distinção de seus membros – ao mesmo tempo em que se destaca do resto da sociedade, esse grupo buscava manter a igualdade interna entre seus membros. Leis suntuárias presentes nas Doze Tábuas, de 450 a.C., têm sido identificadas como reflexo dessa realidade428. Isso limitava seriamente o uso da arquitetura como meio de demonstração de poder e prestígio, o que pode explicar também essa situação de estagnação nas construções em Roma429. Em um sentindo diferente, mas talvez complementar, soma-se a isso o fato de que não é apenas Roma que vive uma situação de “declínio” no século V a.C.. Aparentemente, um recuo quantitativo e qualitativo não só na arquitetura como no consumo de cerâmicas e outros tipos de artefatos é identificável em várias regiões da Itália e mesmo em outras partes do Mediterrâneo central430. No começo do século IV a.C., contudo, Roma parece retomar seu poderio e sua classe dominante parece voltar a ter na construção de monumentos um elemento importante de sua prática política e social. Ainda que o saque dos Gauleses em 387 a.C. seja um marco histórico para os próprios romanos dos séculos posteriores, Roma já dava sinais de recuperação de sua potência na década anterior. Certamente relevante para esse contexto foram as conquistas ao norte, começando por Veios em 396 a.C. e se estendendo por outras cidades da Etrúria Meridional, e ao sul, com reconquista da região da Planície do Pontino (tomada pelos Volscos no século V a.C.), na primeira metade do século IV a.C.431. 428

CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 272–292. TORELLI, The Topography and Archaeology of Republican Rome, p. 85. 430 CORNELL, The City of Rome in the Middle Republic, p. 43; Ver os diversos artigos em: COLONNA, Giovanni (Org.), Crise et transformation des sociétés archaïques de l’Italie antique au Ve siècle: J.-C. Actes de la table ronde de Rome (19-21 novembre 1987), [s.l.]: Ecole Française de Rome, 1990. Ver o capítulo 5, subseção 1.3.2.2. 431 Ver capítulo 3, seções 2 e 3.1. 429

236 A pujança da cidade é atestada, mais uma vez, pela retomada da construção de grandes templos. As narrativas históricas identificam uma série destas construções ao longo desse século. Nem todas essas atribuições são seguras. Plutarco e Ovídio, por exemplo, contam que Marco Fúrio Camilo teria construído um Templo da Concórdia no Fórum para marcar o fim do conflito entre patrícios e plebeus no contexto da aprovação das leis Licínia-Séxtias de 367 a.C.432. Ainda que as ruínas do Templo da Concórdia no Fórum sejam do templo construído após o assassinato de Caio Graco, em 121 a.C., muitos estudiosos apontaram que a identificação do uso de pedras de um edifício anterior, do século IV a.C., na construção da base do templo seria indício da existência do templo de Camilo433. Arnaldo Momigliano, contudo, já há bastante tempo fez uma severa crítica a essa hipótese, limitando estes blocos do século IV a.C. a meros indícios da reutilização de pedras de edifícios mais antigos (sendo impossível estabelecermos de quais) na construção do Templo do século II a.C., e apontando inconsistências nas principais informações literárias que permitem elucubrar a fundação deste templo da Concódia no século IV a.C. 434. De toda forma, os casos mais confiáveis de informações sobre fundação de templos nos séculos IV e III a.C. abundam. Adam Ziólkowski, em um detalhado estudo, listou 89 templos cuja fundação é mencionada ou pode ser inferida a partir das fontes literárias entre 396 a.C. e 219 a.C.435. Entre os templos listados por Ziólkowski estão os já supracitados templos geminados na área sacra de Santo Homobono, construídos no começo do século IV a.C. sobre um aterramento na área do antigo templo do século VI a.C.. Talvez a história desta área, com a construção destes templos no século IV a.C. após um período de abandono ao longo de todo o século V a.C., que havia sucedido a destruição do templo original no final do século VI a.C., seja em si um resumo da história da construção de templos na cidade de Roma entre os séculos VI e IV a.C.. As construções monumentais em Roma, financiadas pelas vitórias militares, não se limitaram aos templos. O fato de muitos (inclusive eu, nesta tese) aceitarem a hipótese de que já existia uma muralha contornando a cidade no século IV a.C. não muda o fato muito

432

Plutarco, Vida de Camilo, 42; Ovídio, Fasti, 1.641-644. CORNELL, The City of Rome in the Middle Republic, p. 44. 434 MOMIGLIANO, Arnaldo, Camillus and Concord, in: Secondo contributo alla storia degli studi classici, Roma: Ed. di Storia e Letteratura, 1984, p. 96–98; ZIÓLKOWSKI, The Temples of MidRepublican Rome and Their Historical and Topographical Context, p. 23. 435 ZIÓLKOWSKI, The Temples of Mid-Republican Rome and Their Historical and Topographical Context, p. 284–285. A lista de Ziólkowski tem 95 templos, dos quais 6 são fundados ainda no início do período republicano, no século V a.C.. O detalhado catálogo se encontra entre as páginas 17 e 185. 433

237 mais certo de que em meados do século IV a.C., provavelmente a partir de 378 a.C., uma nova muralha, que contornou a cidade por séculos, foi construída. A muralha de 378 a.C. certamente foi um grande empreendimento de engenharia, envolvendo a extração e transporte de toneladas de pedras desde a região de Veios, além da construção em si do muro, de um agger e de um fosso ao redor de toda a cidade. A grande proporção desta construção mostra, como poucos outros fatos poderiam fazer, a retomada do potencial de mobilização de trabalho e recursos de Roma436. O Fórum e adjacências passam por grandes transformações no ano de 338 a.C., após a vitória naval em Âncio, na guerra contra os Latinos. Caio Mâncio Nepo, cônsul naquele ano junto com Lúcio Fúrio Camilo, orquestrou uma importante reformulação no Comitium. Utilizando-se esporões (rostrum) de navios dos inimigos derrotados, construiu-se a plataforma de discurso dos magistrados (por isso chamada de Rostra – literalmente “esporões”) associada à Cúria Hostilia (local de reunião do Senado) e de frente para o Comitium. As fontes literárias ainda citam outras modificações no Fórum nesse ano, como as estátuas equestres mais antigas de que se tem notícia em Roma, em homenagem aos dois cônsules,437 e a remoção das lojas dos açougueiros, realocados fora do Fórum, para a construção de arquibancadas de madeira (maeniana), criando (ou talvez ampliando a capacidade de) um local para realização de espetáculos públicos no Fórum438. Não foram apenas os cônsules se utilizando dos recursos provenientes dos butins de guerra que deram propulsão às construções em Roma. Edis, utilizando-se da responsabilidade do seu cargo em cuidar da manutenção da cidade com os recursos do erário439 (Tito Lívio menciona com frequência a utilização de multas como forma de financiamento neste caso), também fizeram obras pomposas. O maior exemplo desse

436

Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 6.32. CORNELL, The City of Rome in the Middle Republic, p. 45. 437 FEJFER, Jane, Roman Portraits in Context, [s.l.]: Walter de Gruyter, 2008, p. 20–21. 438 Sexto Pompeu Festo, Sobre o significado das palavras, 120L; Isidoro de Sevilha, Etimologia, 15.3.; Nonio Marcelo, De Compendiosa Doctrina, p.65M. WELCH, Katherine E., The Roman Amphitheatre: From Its Origins to the Colosseum, [s.l.]: Cambridge University Press, 2007, p. 33–35; Existe uma história alternativa sobre o surgimento da Maeniana em Pompônio Porfírio, Comentários sobre Horácio, 1.3.23; e no Pseudo-Ascônio, Comentários sobre Cícero, 201.15. Segundo estes, a Maeniana teria surgido no século II a.C., apenas, quando os censores Marco Pórcio Catão e Lúcio Valério Flaco teriam comprado a casa de um descendente do famoso Mênio, para construir a Basílica Pórcia, e este garantira o direito a erguer uma coluna com um balcão do qual ele assistiria aos espetáculos no Fórum. Ver: EDMONDSON, J.C., Dynamic Arenas: gladiatorial presentations in the City of Rome and the Construction of Roman Cociety during the Early Empire., in: SLATER, William J. (Org.), Roman Theater and Society: E. Togo Salmon Papers I, [s.l.]: University of Michigan Press, 1996, p. 87. 439 Cícero, Sobre as leis, 3.3.7.

238 procedimento foi o Templo à Vitória construído no Palatino. Somos informados por Tito Lívio que Lúcio Póstumo Megelo, quando Edil Curul (em algum ano entre 309 e 307 a.C.), conseguiu levantar os recursos necessários para a construção do templo a partir da cobrança de multas, sendo também o responsável por sua inauguração no ano de seu segundo consulado, em 294 a.C.440. Escavações arqueológicas no sudoeste do Palatino identificaram o que se acredita ser os vestígios deste templo. O Templo da Vitória no Palatino certamente destacava-se na paisagem da cidade por seu estilo diferente dos templos até então construídos em Roma (ele tinha um desenho mais “longilíneo”, proporcionalmente mais alto em relação às suas bases do que os outros templos da época), e por sua localização – estando no topo do Palatino, ele acabava por se posicionar de maneira espelhada na topografia da cidade em relação ao grande Templo de Júpiter no topo do Capitolino441. O século III a.C. assiste a uma enorme proliferação de monumentos à Vitória erguidos sob ordens dos Cônsules em comemoração às vitórias militares romanas que eles lideraram. Colunas (como a do cônsul de 260 a.C. Caio Duílio), arcos (como os dois de Lúcio Estertínio, erguidas após suas vitórias na Espanha em 196 a.C.) e, sobretudo, templos (como os templos A e C nas famosas ruínas do Largo Argentina, no Campo de Marte, cujas construções originais foram datadas para meados do século III a.C.) foram erguidos nesse período ao longo da rota de procissão dos triunfos. A constante construção de templos e outros monumentos em comemoração às vitórias militares era impulsionada pelo sucesso militar romano não só pela óbvia razão de serem monumentos comemorativos à essas vitórias, mas também pelo importante fato de que ao longo desses séculos elas terem sido fundamentalmente financiadas pelo butim de guerra produzido pelas campanhas militares vitoriosas que elas comemoravam442. Cabe destacar ainda que essas construções fazem parte também do jogo político romano: a arquitetura funciona como um poderoso meio de repercussão dos feitos de um homem público romano que ambicionasse ampliar sua notoriedade443.

440

Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 10.33.9. DAVIES, Penelope J.E., The Archaeology of Mid-Republican Rome: the Emergence of a Mediterranean capital, in: EVANS, Jane DeRose (Org.), A Companion to the Archaeology of the Roman Republic, Chichester, West Sussex ; Malden, MA: John Wiley & Sons, 2013, p. 445. 442 CORNELL, The City of Rome in the Middle Republic, p. 47–48; DAVIES, The Archaeology of MidRepublican Rome: the Emergence of a Mediterranean capital, p. 446. 443 DAVIES, The Archaeology of Mid-Republican Rome: the Emergence of a Mediterranean capital, p. 443. 441

239 Já no final do século III a.C., foi construído no nordeste do Fórum o Macellum, que seria modelo para inúmeras construções em cidades romanas nos séculos posteriores, substituindo o antigo Forum Piscarium (mercado de peixes), destruído por um incêndio em 210 a.C.444. Data deste período também o início da densa ocupação do Circus Flaminius, no sul do Campo de Marte, que nos séculos posteriores se tornará uma área repleta de templos e santuários. Caio Flamínio Nepo teria inaugurado este recinto em uma área anteriormente já conhecida por prados Flamínios no ano de 221 a.C. – local onde tradicionalmente as legiões se enfileiravam para realizar o triunfo. Ainda que identificado como um Circo, não foram encontrados aqui vestígios arqueológicos de uma pista de corrida de cavalos, como os encontrados no Circo Máximo. De fato, já nas fontes literárias antigas essa área não aparece associada à ocorrência de jogos (com exceção dos Ludi Taurii). Na verdade, a área parece ter sido utilizada para fins diversos, como assembleias populares para debates (contiones) e mercados – e foi recorrentemente associada pelos romanos como área de interesse dos plebeus (de quem Caio Flamínio foi um campeão), sendo interpretada por Penelope Davies como uma espécie de Fórum alternativo dos plebeus em oposição ao Fórum controlado pela aristocracia senatorial445. Um momento crucial para as grandes construções em Roma foi o mandato de Ápio Cláudio como censor, em 312 a.C.. Além da construção da Via Ápia, a primeira grande estrada Romana, que se estendia por 212 km, ligando a cidade à Cápua, passando pela região do Pontino, Ápio também organizou a construção da Aqua Appia, o primeiro aqueduto romano. Partindo de um ponto entre os marcos da sétima e da oitava milhas da Via Prenestina (no sentido leste de Roma, portanto), que teria sido estabelecido pelo colega de censura de Cláudio, Caio Pláucio Venox446, o aqueduto corria por 16 km até terminar no Forum Boarium, próximo à Porta Trigemina447. Calcula-se que ele desaguava 73 mil m³ por dia448. Trinta anos depois, um novo aqueduto começou a ser construído sob determinação dos censores Marco Cúrio Dentato e Lúcio Papírio Pretextato, sendo concluído em três

444

Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 26.27.2-4, 27.11.16. TORELLI, The Topography and Archaeology of Republican Rome, p. 91. 445 DAVIES, The Archaeology of Mid-Republican Rome: the Emergence of a Mediterranean capital, p. 446–447. 446 Tito Lívio, Desde a Fundação da Cidade, 9.29.6; Plínio, o velho, História Natural, 36.121; Sexto Júlio Frontino, Sobre os aquedutos, 1.5. 447 RICHARDSON, A New Topographical Dictionary of Ancient Rome, p. 15–16. 448 HODGE, A. Trevor, Aqueducts and Water Supply, in: EVANS, Jane DeRose (Org.), A Companion to the Archaeology of the Roman Republic, Chichester, West Sussex ; Malden, MA: John Wiley & Sons, 2013, p. 292.

240 anos, em 269 a.C.. Tratava-se uma obra muito mais grandiosa, com o aqueduto coletando água no Rio Ânio e se estendendo por 81 km, até terminar, provavelmente, no Viminal. Estima-se que a Aqua Anio Vetus (assim chamado posteriormente para diferenciá-la de outro aqueduto que coletava água no Rio Ânio, construído no período imperial) teria a capacidade de desaguar 176 mil m³ cúbicos por dia449. Frontino, escrevendo no período imperial sobre os aquedutos romanos (ele fora responsável pela administração do abastecimento de água da cidade) afirma que a água do Anio Vetus era de má qualidade, utilizável apenas para irrigar jardins e para os usos de mais baixo escalão450. Por fim, para apontar para uma demonstração final do crescimento da cidade e de sua importância no contexto regional ao longo desses séculos, ao fim do século III a.C., em 193 a.C., os edis Marco Emílio Lépido e Emilío Paulo estabeleceram uma nova área portuária, conhecida por Emporium, próxima ao Aventino451, para dar conta do crescente movimento de embarcações mercantis no rio Tibre.

449

Ibid. Sexto Júlio Frontino, Sobre os aquedutos, 1.90-92. É importante apontar que Frontino trata de um contexto no qual Roma contava com diversos outros aquedutos. Nessa passagem, inclusive, ele contrasta a inferioridade da água do Anio Vetus com a qualidade da água da Aqua Marcia, construído no século II a.C.. É impossível precisar se sem essas outras fontes, no século III a.C., a água do Anio Vetus fosse desprezada da mesma maneira. 451 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 35.10.12. TUCK, Steven, Ports, in: EVANS, Jane DeRose (Org.), A Companion to the Archaeology of the Roman Republic, Chichester, West Sussex ; Malden, MA: John Wiley & Sons, 2013, p. 327–329; PATTERSON, John R., The City of Rome, in: ROSENSTEIN, Nathan; MORSTEIN-MARX, Robert (Orgs.), A Companion to the Roman Republic, Oxford: Blackwell, 2011, p. 359. 450

241

Apêndice 7: A população de Roma e da Itália Romana entre 508 e 293 a.C. Os estudos sobre demografia histórica de Roma e da Itália romana têm um rico e único conjunto de informações empíricas para trabalhar. Trata-se da série de dados informados por fontes literárias diversas sobre o número de pessoas recenseadas nos famosos censos romanos (veja a tabela abaixo). Esses números são a matéria-prima de empedernidos debates entre estudiosos de demografia histórica sobre o tamanho da população romana no período final da República. Contudo, os séculos V a III a.C. tem sido solenemente ignorados por estes debates. O ano de 225 a.C., quando Políbio nos dá informações sobre a mobilização de soldados de diversas cidades-Estado da Itália, tem sido tradicionalmente o marco inicial dos estudos sobre Demografia histórica romana desde, pelo menos, o estudo clássico de Peter Brunt452.

Ano Reinado de Sérvio Túlio

508 503 498 493 474 465 459 393/392 340/339 c. 336-323

294/293 452

Recenseados Fontes 80.000 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade 1.44.2. Flávio Eutrópio, Breviário de História Romana, 1.7 [cita o número de 83.000]. Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 4.22.2. [cita o número de 84.700]. c. 130.000 Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 5.20 Plutarco, Vida de Publícola, 12.3.4. 120.000 Jerônimo de Estridão, Crônicas, 69ª Olimpíada. 150.700 Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 5.75. Mais de Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 6.96.4. 110.000 Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 9.25.2. 103.000 Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 9.36.3. 104.714 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 3.3.9. 117.319 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 3.24.10 Flávio Eutrópio, Breviário de História Romana, 1.16. 152.573 Plínio, o velho, História Natural, 33.5.16 165.000 Eusébio de Cesareia, Crônica, 110ª Olimpíada. 150.000 Paulo Orósio, História contra os Pagãos, 5.22.2. Flávio Eutrópio, Breviário de História Romana, 5.9. Tito Lívio, Desde a fundação da cidade, 9.19. [cita o número de 250.000] Plutarco, Sobre a fortuna dos romanos, 236c (13.1) [cita o número de 130.000 no mínimo]. 262.321 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 10.47.

Políbio, Histórias, 2.23-24. BRUNT, P. A., Italian manpower, 225 B.C.-A.D. 14, Oxford: Oxford University Press, 1971; Ver, mais recente: LIGT, Luuk de, Peasants, Citizens and Soldiers: Studies in the Demographic History of Roman Italy 225 BC–AD 100, [s.l.]: Cambridge University Press, 2012.

242 289/288 280/279 276/275 265/264

272.000 287.222 271.224 292.334

252/251 247/246 241/240

297.797 241.212 260.000

234/233 209/208

260.713 137.108

204/203 194/193

214.000 143.704

189/188 179/178 174/173 169/168 164/163 159/158 154/153 147/146 142/141 136/135 131/130 125/124 115/114 86/85 70/69 28 8 14 d.C.

258.318 258.294 269.015 312.805 337.022 328.316 324.000 322.000 328.442 317.933 318.823 394.736 394.336 463.000 910.000 4.063.000 4.233.000 4.937.000

Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 11. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 13. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 14. Flávio Eutrópio, Breviário de História Romana, 2.18. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 16 [cita o número de 382,233] Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 18. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 19. Jerônimo de Estridão, Crônicas, 134ª Olimpíada. Eusébio de Cesareia, Crônica, 134ª Olimpíada [cita o número de 250.000]. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 20. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 27.36.7. Peter Brunt propõem uma correção para 237.108. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 29.37.5. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 35.9.2. Peter Brunt propõem uma correção para 243.704. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 38.36.10. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 41 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 42.10.2-3. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 45 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 46 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 47 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 48 Eusébio de Cesareia, Crônica, 158ª Olimpíada Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 54 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 56 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 59 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 60 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, resumo do livro 63 Jerônimo de Estridão, Crônicas, 173ª Olimpíada. Flégon de Trales, Fragmento 12.6 Augusto, Res Gestae, 8.2. Augusto, Res Gestae, 8.3. Augusto, Res Gestae, 8.4.

1. Território e abastecimento alimentar As poucas elucubrações sobre a população romana antes dessa data, e que podem nos dar informações demográficas relevantes para o estudo realizado nesta tese, têm buscado respaldo em dois dados, fundamentalmente: a capacidade agrícola do território romano; e a capacidade de mobilização militar romana. Tim Cornell parte de um pressuposto estabelecido pelo fundador dos estudos modernos de demografia histórica sobre o mundo romano, Karl Julius Beloch, para tentar estimar a população romana no início do período republicano. Escrevendo no final do século XIX, o estudioso alemão afirmara que a magnitude da população de uma área é uma função da extensão e da

243 produtividade da terra agricultável disponível para prover sua alimentação. Para estimar a população romana em finais do século VI a.C., Beloch estimou um território romano de 822 km². Cornell acrescenta que com as conquistas do início do século V a.C. este território teria se ampliado para cerca de 900 km²453. Diante disso, seria possível estimar uma ordem de grandeza da população romana partindo de outras estimativas sobre: área deste território sob cultivo; produtividade média dos cultivos (que depende da qualidade dos grãos e outros cultivos assim como das técnicas agrícolas que se supõe que os romanos deste período utilizavam); e consumo médio de alimentos da população (que dependem das estimativas da qualidade nutricional da dieta dos romanos do período). Utilizando valores diferentes para estas variáveis, diferentes autores têm estimado uma população romana no final do século VI a.C. entre 20 mil e 50 mil pessoas454. Estas são estimativas convergentes com a ideia de uma “grande Roma dos Tarquínios” – isto é, de que Roma já era uma cidade de grandes proporções na segunda metade do século VI a.C.455. Andreas Älfoldy, crítico dessa ideia, identifica um território muito menor (que, se estima, teria cerca de 435 km² apenas), que seguindo essa metodologia indicaria uma população também menor456. Autores que citam essas estimativas costumam apontar duas informações independentes que a confirmariam. Em primeiro lugar, o seminal estudo de Plinio Fraccaro sobre o exército romano entre o período monárquico e o início do período republicano pressupõe a existência de cerca de 9 mil homens em idade militar em meados do século VI a.C., o que não poderia ser mais de um terço da população total, provavelmente um pouco menos. Disso teríamos uma população de cerca de 30 mil cidadãos como limite mínimo para a Roma da época. Além disso, outro estudo clássico, de Jacques Heurgon sobre a cidade de Cere, estima, a partir do estudo arqueológico do cemitério de Banditaccia, uma população em torno de 25 mil pessoas em uma das mais importantes cidades Etruscas457. É importante frisar que estas estimativas versam sobre coisas diferentes: aquelas baseadas na capacidade agrícola do território romano, assim como o estudo de Heurgon a partir da arqueologia funerária, dizem respeito a população

453

CORNELL, Tim, The Beginnings of Rome: Italy and Rome from the Bronze Age to the Punic Wars (c.1000–264 BC), London; New York: Routledge, 1995, p. 205. 454 Ibid., p. 208. 455 Ver apêndice 6. 456 FORSYTHE, Gary, The Army and Centuriate Organization in Early Rome, in: ERDKAMP, Paul (Org.), A Companion to the Roman Army, [s.l.]: John Wiley & Sons, 2011, p. 28. 457 CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 207; FORSYTHE, The Army and Centuriate Organization in Early Rome, p. 29.

244 total deste território, enquanto a estimativa baseada no estudo de Fraccaro sobre o exército diria respeito sobre o número de cidadãos. Certamente o pressuposto de Beloch é bastante razoável – as pessoas precisam se alimentar para se manterem vivas – e as estimativas daí derivadas parecem seguras a um primeiro olhar. Contudo, me parece existir um problema grave na noção implícita de qual é a terra agricultável disponível para alimentar a população romana. Beloch, décadas antes de Moses Finley, acaba antecipando a noção de que uma cidade depende completamente de seu território para a produção de seus alimentos. Como discuti na introdução desta tese, a noção de um hinterland disperso, proposto por Horden e Purcell, me parece muito mais razoável, mesmo para o caso de cidades pequenas sem poderes imperiais para concentrar a produção de lugares mais distantes (como seria o caso clássico da Roma imperial), por conta da dinâmica de diversificação, estocagem e redistribuição que governa as estratégias do campesinato mediterrânico no período. Ao fim e ao cabo, existe uma reificação das ideias de fronteiras e de território das cidades que precisa ser superado: não há porque supor uma espécie de “exclusivismo alimentar” territorializado para cada cidade-estado. Diante disso, estabelecer ordens de grandeza demográficas a partir da estimativa de capacidade agrícola de uma área específica é uma metodologia complicada. Pensando particularmente na Roma do início do século V a.C., imagino um abastecimento potencialmente mais amplo e diversificado do que o pressuposto por Beloch e seus seguidores. Um indício disso, me parece, é a sucessão de crises de abastecimento relatadas pelas narrativas históricas ao longo do século V a.C.. De maneira geral, a solução para essas crises alimentares é a busca no exterior de envio emergencial de alimentos458. Em uma chave de leitura tradicional, no mesmo espírito que governa as estimativas de Beloch e seguidores, imagina-se que essas crises são causadas por problemas na produção agrícola local, que em situações normais abasteceria a contento a cidade, frente aos quais um envio emergencial e pontual de comida do exterior surgia como solução.

458

E.g. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 2.34.2-4; 4.12.8-9; 4.25.4; 4.52.5-6. Um fragmento de Origens de Catão (fr. 77 Peter = Aulo Gélio, Noites Áticas, 2.28.6) sugere que os pontífices registravam em seus arquivos as crises alimentares da cidade, o que nos permite inferir que as menções a estas crises nas narrativas históricas têm boas chances de serem historicamente bem fundamentadas. FORSYTHE, Gary, A Critical History of Early Rome: From Prehistory to the First Punic War, [s.l.]: University of California Press, 2006, p. 241.

245 Proponho inverter essa chave de leitura. Acredito que Roma precisava rotineiramente de alimentos produzidos fora de seu território, que se somavam à produção local para abastecer toda sua população. No problemático século V a.C., com uma cidade menos rica e poderosa, essa capacidade de importação de alimentos poderia eventualmente ficar comprometida. Em momentos de crise na produção local, a cidade estaria mais suscetível a crises alimentares e buscar alimentos no exterior nesses momentos surge não como uma solução momentânea, mas como apelo emergencial a um procedimento comum. O que os escritores da tradição analista (Tito Lívio e suas fontes, sobretudo) identificaram em suas fontes seria, suponho, o registro da necessidade dos magistrados em organizar um esforço especial em obter esses alimentos no exterior que, em anos menos problemáticos, fluiriam para Roma de maneira menos dramática. Isto é, os magistrados não estariam buscando alimentos importados que normalmente não abasteciam a cidade, estariam buscando normalizar um abastecimento externo que por algum motivo não havia sido suficiente, ou reforçar esse abastecimento externo frente a uma crise na produção agrícola local459.

2. Os censos dos séculos V e IV a.C. Não acredito, por conseguinte, que a população sustentável exclusivamente a partir da produção agrícola do território romano na virada do século VI para o século V a.C., calculada por diferentes estudiosos entre 35 e 50 mil pessoas, seja um limite máximo para as estimativas sobre o tamanho da população vivendo na cidade de Roma e no território romano. Isso é importante porque este é o principal argumento de Cornell para deixar de lado a informação diretamente mais relevante que temos para estimar a população romana da época: os censos romanos. Diversas fontes, sobretudo Tito Lívio e Dionísio de

459

Uma passagem em Tito Lívio (Desde a fundação da Cidade, 2.52.1), em especial, me parece fazer muito mais sentido nessa segunda chave de leitura do que na tradicional. Tratando do fim do cerco de Veios e sua conquista no início do século IV a.C., Lívio diz que o preço dos gêneros alimentícios baixou graças ao reestabelecimento da paz, que permitiu a importação de trigo da Campânia, além de ter estimulado aqueles que estavam estocando alimentos temerosos de uma possível carestia a colocarem sua produção à venda. Aqui me parece ficar claro que a excepcionalidade era justamente o acesso interrompido à importação de alimentos. É claro que é difícil precisar o quanto Lívio estava realmente bem informado sobre as formas de abastecimento da cidade nos primeiros séculos da República, mas ainda assim essa passagem nos obriga a colocar em perspectiva as outras que nos informam sobre a busca de alimentos no exterior em tempos de carestia. Uma outra história talvez convirja com essa interpretação. No contexto dos preparativos para o ataque de Lars Porsena, rei de Clúsio, Tito Lívio (2.9.6) conta que os patrícios reforçaram a compra o abastecimento comprando trigo dos volscos e de Cumas, a fim de evitar o descontentamento da plebe. É claro que, neste caso, podemos interpretar a compra de trigo como uma atitude excepcional, mas chama a atenção que essa compra é vista como uma forma de consolidar o bom abastecimento da cidade, e não meramente como uma atitude emergencial diante de uma crise agrícola.

246 Halicarnasso, nos informam os números de pessoas recenseadas em alguns dos censos realizados em Roma desde aquele que teria sido o primeiro censo romano, realizado por Sérvio Túlio ainda no período monárquico, passando por vários censos republicanos (ver tabela acima). Se temos esses números, por que os historiadores os ignoram e tentam criar estimativas a partir de pressupostos e variáveis tão complicadas e incertas? Porque a maioria dos historiadores não confia nos números informados pelas fontes sobre os censos dos primeiros séculos da república. Estes não os únicos censos da história romana envoltos em um véu de desconfiança. Os números informados pelas fontes sobre os censos do final da República e do período Augustano têm sido alvo de grandes debates e reinterpretações nas últimas décadas. Esse dinamismo na historiografia sobre censos de períodos posteriores me fez pensar se não deveríamos tentar redimir os números dos censos dos primeiros séculos republicanos. Esta minha intenção contrasta com o desprestígio que esses números sofrem entre alguns dos maiores especialistas no estudo dos censos romanos. Peter Brunt aponta, por exemplo, para o problema da validade dos números informados. Como nossas fontes poderiam saber os números dos censos realizados séculos antes do período em que escreviam? Temos uma informação direta sobre esse assunto, dada por Dionísio de Halicarnasso. Ele afirma que os registros dos censos do início da República eram mantidos pelas famílias dos censores que os haviam realizado460. Brunt se mostra cético quanto a isso, entre outros motivos, porque muitas das famílias de cônsules (que realizavam o censo antes do estabelecimento da magistratura dos Censores, em 443 a.C.461) do início do período republicano já estariam extintas na época em que os historiadores da tradição analística estariam consultando seus arquivos familiares462. Assim, Brunt conjectura que apenas a partir da segunda metade do século III a.C., quando os primeiros historiadores romanos, sobretudo Fábio Pictor, passam a informar números que eles conhecem diretamente – e que depois serviram de fonte para os textos que são, hoje, nossas fontes, como Tito Lívio e Dionísio de Halicarnasso – os números a que temos acesso passariam a ser confiáveis463. Contudo, há razões para acreditar que o registro oficial de algumas informações sensivelmente importantes, como possivelmente eram os censos, era realizado desde o

460

Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 1.74.5. Ver Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 4.8. 462 BRUNT, Italian manpower, 225 B.C.-A.D. 14, p. 26–27. 463 Ibid., p. 33. 461

247 início da história romana. Cícero menciona, por exemplo, a existência de uma crônica oficial de acontecimentos anuais, os Annales Maximi, mantido pelo pontífice máximo na Régia, que segundo o grande orador latino teria determinado o estilo dos primeiros historiadores analistas romanos464. A menção em um desses analistas (provavelmente se baseando nos Annales Maximi) a um eclipse ocorrido no mês de junho 350 anos depois da fundação da cidade465, que estudos de astronomia estabelecem que ocorreu em 21 de junho de 400 a.C., nos permite presumir que essas crônicas eram mantidas desde muito cedo na história romana466. Ademais, os Annales Maximi não eram o único tipo de “arquivo” a que os escritores posteriores poderiam ter acesso para escrever sobre a história romana – documentos eram mantidos pelos diversos colégios sacerdotais, pelas Cúrias, pelos magistrados plebeus no Templo de Ceres, pelos edis no Capitólio, pelos questores no Erário no Templo de Saturno, e, importante para esta discussão, pelos censores no atrium libertatis467, entre outros arquivos ligados ao Estado – para além dos arquivos familiares citados por Dionísio, que possivelmente não estavam todos perdidos como imagina Brunt468. Ainda que estes registros todos não tenham sobrevivido aos séculos para serem conferidos diretamente por nossas fontes, como Tito Lívio e Dionísio, é razoável supor que escritores do final do século III a.C. em diante, que foram as fontes das nossas fontes, tenham tido essa oportunidade. A partir disso, é possível ter uma visão positiva ao menos sobre alguns dos tipos de informações presentes nas narrativas históricas antigas469. Se aceitarmos que esse é o caso dos números dos censos, é preciso explicar esses números que temos, e não os ignorar470. O ceticismo geral dos historiadores frente aos números dos censos antes do século II a.C. está ligado, por outro lado, ao fato de eles serem grandes demais para acreditarmos que se referiam a homens livres adultos, interpretação predominante sobre ao que diriam

464

Cícero, O orador, 2.52. Cícero, Sobre a república, 1.25, citando o poeta Quinto Ênio, que escreveu um poema épico intitulado Annales. 466 CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 14. 467 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 43.16.13. 468 CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 15; RAWSON, Elizabeth, Intellectual life in the late Roman Republic, [s.l.]: Johns Hopkins Univ. P., 1985, p. 238–239. 469 CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 13–18. 470 Cornell, inclusive, discorda diretamente do ceticismo de Brunt frente a esses números. Contudo, a discrepância entre estes e o que ele parece acreditar como razoáveis o faz deixar os censos completamente de lado em suas estimativas sobre a população romana. Ibid., p. 208. 465

248 respeito os números informados nas fontes471. Cornell calcula, por exemplo, que se aceitarmos a informação de Fábio Pictor (transmitida por Tito Lívio) de que o primeiro censo romano, de Sérvio Túlio, contou 80 mil cidadãos capazes de pegar em armas (de certa maneira corroborada pela forma como Dionísio de Halicarnasso descreve este censo, associando-o diretamente com a formação do exército serviano472), deveríamos estimar uma população total para o território romano da época de 266 mil cidadãos473 – o que já seria um número realmente impressionante por si só, mas ao qual ainda deveriam ser acrescidos estrangeiros livres e escravos que certamente viviam na cidade já nesta época. Mantendo a mesma interpretação para os censos seguintes, teríamos cerca de meio milhão de cidadãos romanos em 498 a.C., quando 150.700 pessoas foram recenseadas. Este é um número realmente improvável, pois faria de Roma quase que certamente a cidade-Estado mais populosa do Mediterrâneo já neste período – o que não é o cenário mais plausível. Contudo, é possível buscar uma nova interpretação desses números, no espírito do que vem fazendo as melhores contribuições para o debate sobre os censos augustanos474. Tito Lívio, na passagem sobre o censo de Sérvio Túlio, nos dá, na verdade, duas informações separadamente: primeiro ele afirma que “dizem”, sem informar suas fontes, “que oitenta mil cidadãos foram inscritos no primeiro censo”; em seguida, informa que Fábio Pictor “acrescenta que correspondiam ao número dos que podiam pegar em armas”. Ou seja, o próprio Tito Lívio parece não estar tão certo de que esse número de 80 mil recenseados se refere mesmo a pessoas que podiam pegar em armas – o que, na minha opinião, pode ser apreendido do fato de ele destacar que apenas uma de suas fontes (neste caso específico, escritores mais antigos), ainda que a mais respeitável delas, afirma isso. O fato de Lívio informar isso dessa maneira parece reforçar a ideia de que ele reconhecia que ao longo da história haviam existido maneiras distintas de realizar o censo, ponto defendido recentemente pela historiadora holandesa Saskia Hin475. Cabe destacar que nossa terceira fonte de informações sobre os números desse censo, Flávio Eutrópio,

471

BRUNT, Italian manpower, 225 B.C.-A.D. 14, p. 15–25; LIGT, Peasants, Citizens and Soldiers, p. 82–105. 472 Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 4.22.1-2. 473 CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 437, n.29. 474 HIN, Saskia, The Demography of Roman Italy, [s.l.]: Cambridge University Press, 2013; HIN, Saskia, Counting Romans, in: DE LIGT, Luuk; NORTHWOOD, Simon (Orgs.), People, land, and politics: demographic developments and the transformation of Roman Italy 300 BC-AD 14, Leiden ; Boston: Brill, 2008. 475 HIN, The Demography of Roman Italy, p. 271–278.

249 afirma que o censo apontou que Roma continha 83 mil cidadãos, “incluindo aqueles no campo”476. Uma primeira possibilidade de reinterpretar esses números foi proposta já há algum tempo por Tenney Frank e recuperada por Fillipo Coarelli posteriormente477. Ambos partem do fato de Plínio, o velho, nos informar o número de recenseados em 393 a.C. afirmando que havia 152.573 livres em Roma478 – o que os leva a supor que esse número não se restringe aos cidadãos homens adultos, mas a todos os cidadãos livres independentemente de idade e gênero. Assim, Frank e Coarelli acreditam que os números dos primeiros censos não são inacreditavelmente altos porque se refeririam ao total da população livre romana, e não apenas aos homens adultos. Essa interpretação recebeu críticas diversas, mas que considero infundadas. Por um lado, Cornell afirma que qualquer número superior a 50 mil pessoas continua sendo demasiadamente alto porque superaria qualquer estimativa de capacidade agrícola do território romano – uma crítica que, como já destaquei, me parece equivocada. Brunt, por outro lado, afirma que “um Estado tão primitivo quanto este [i.e. Roma dos primeiros séculos da República] não seria capaz de coletar estatísticas deste tipo [i.e. um censo de toda a população]”479. Estamos, aqui, diante mais uma vez do impacto da ideia de que Roma precisou de mais alguns séculos para receber a tocha da civilização vinda da Grécia e, enquanto esta não chegava, vivia-se na escuridão nas paragens da Itália central. Isso fica ainda mais explícito quando Brunt tenta descontruir o argumento de Frank a favor desta interpretação. Frank aponta que os faraós já faziam censos ainda mais elaborados que esses no século VII a.C. como prova de que os romanos poderiam ter feito censos desse tipo. Segundo Brunt, este não é uma comparação válida porque a “civilização era muito mais avançada no Egito”480. Ainda que levemos em consideração o fato de que o Estado Romano no início da República ter muito menos recursos materiais do que o Estado Egípcio do século VII a.C., sua missão também era bem menos complexa, dado a extensão bem menor do território romano da época e a população certamente muito menos numerosa.

476

Flávio Eutrópio, Breviário de História Romana, 1.7. COARELLI, Filippo, Demografia e territorio, in: MOMIGLIANO, Arnaldo; SCHIAVONE, Aldo (Orgs.), Storia di Roma I: Roma in Italia, Torino: G. Einaudi, 1988, p. 317. 478 Plínio, o velho, História Natural, 33.5.16 479 BRUNT, Italian manpower, 225 B.C.-A.D. 14, p. 27. 480 Ibid. 477

250 De toda forma, Beloch e Brunt tocam em um ponto significativo: o procedimento do censo. A partir de diversas fontes é possível reconstruir como se dava esse procedimento, provavelmente, no final do período republicano481. Tito Lívio aponta, por exemplo, que era dever de um cidadão sui iuris (isto é, aqueles que não estavam sob a potestas de outra pessoa e, por isso, podiam ter propriedades) se apresentar às autoridades competentes para realizar o censo482. A tábua de Heracleia, um documento epigráfico datada para meados do século I a.C.483, afirma que o cidadão deve declarar, seguindo um juramento ritualizado, seu nome, o nome de seu pai (ou de seu patrono, no caso dos libertos), sua tribo, sua idade, suas propriedades (o que incluía seus escravos)484. Dionísio de Halicarnasso acrescenta, narrando o estabelecimento do primeiro censo, de Sérvio Túlio, que também se devia declarar o nome e idade de seus filhos e de sua esposa (caso ela não estivesse mais sob a potestas do pai, como no caso de um casamento in manu, por que em caso contrário era o pai que deveria declarar a filha)485. De maneira geral, acreditase que Dionísio estava projetando para os tempos monárquicos, fazendo de Sérvio Túlio um mito de origem, as práticas do censo de sua época. Ademais, acredita-se que no caso de viúvas e órfãos, o responsável pelo registro no censo era seu tutor. Tudo isso era registrado e arquivado pelas autoridades competentes486. Isso é importante porque nos faz pensar sobre o que significam os números sobre os quais temos informação e sobre como nossas fontes tiveram acesso a esses números. O capítulo da História Natural em que Plínio informa os números do censo de 393 a.C., por exemplo, trata da “quantidade de ouro possuída pelos antigos”. A própria informação sobre o número de cidadãos vem a reboque da informação sobre a quantidade de ouro existente na cidade na época do saque dos gauleses. Isso me faz pensar que Plínio teve acesso ao número de cidadãos em algum lugar (diretamente de registros dos censores ou indiretamente através de escritores antigos) que lhe informava também sobre as riquezas declaradas ao censo. O mesmo parece ser o caso de Plutarco, em sua vida de Publícola, que informa o número de recenseados no primeiro censo republicano, realizado em 508 a.C., no momento em que trata da administração dos recursos públicos entesourados no

481

Para a reconstrução a seguir, sigo: Ibid., p. 15. Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 43.14.8. 483 CRAWFORD, Michael H. (Org.), Roman statutes, London: Institute of Classical Studies, School of Advanced Study, University of London, 1996, p. 360–362. 484 Tábua de Heracleia, 146-147. Ibid., p. 368. Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 4.15.6. 485 Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 4.15.6. Ver também Cícero, Sobre as leis, 3.7. 486 Tábua de Heracleia, 144-145. CRAWFORD (Org.), Roman statutes, p. 368. 482

251 templo de Saturno pelos questores487, e talvez mesmo de Dionísio de Halicarnasso ao informar-nos também sobre o mesmo censo de 508 a.C., que ele relaciona com a cobrança de tributos para financiar a atividade militar romana488, e também o censo de 493 a.C., que ele associa à cobrança de uma taxa para financiar o funeral de Agripa Menenio Lanato489. Isso nos leva a uma pergunta que recentemente Saskia Hin colocou em termos bastante apropriados: quais eram os objetivos dos censos e como diferentes objetivos tinham impacto nas formas de recensear os cidadãos romanos?490 Eu acrescentaria uma segunda pergunta, mais propriamente uma ligada à “crítica interna das fontes”: as nossas fontes – ou, mais provavelmente, as fontes das nossas fontes – extraíam que números a partir dos registros dos censos? Como bem aponta mesmo Brunt, certamente o censo produzia dados demográficos extremamente amplos e detalhados, que incluíam números não só de cidadãos, mas também de mulheres, crianças, e mesmo escravos491. Qual era o objeto da conta que era registrada pelos censores (e antes deles, os cônsules)? E pelos sacerdotes romanos? E, ainda nesse sentido, como as nossas fontes liam esses números? Não é tão óbvio que esses registros informassem a seus leitores (nossas fontes) ao que aqueles números se referiam. É possível imaginar, por exemplo, um cenário no qual sacerdotes romanos registrassem que um censo realizado em tal ano recenseou tantas pessoas, incluindo ali apenas cidadãos homens, todos os cidadãos livres, ou, em um cenário extremo, todas as pessoas mencionadas no censo (incluindo escravos), mas que nossa fonte lesse aquele número como o número de homens livres mobilizáveis militarmente, por exemplo. São inúmeros cenários que não temos bons instrumentos para controlar. Nossa saída é identificar limites para esses cenários diversos e tentar identificar possibilidades interpretativas. A sociedade romana e mesmo a forma de organização do estado romano nos primeiros séculos da República diferia bastante daquelas do final da República. Diante disso, temos que nos perguntar que especificidades poderiam determinar as formas de realização dos censos romanos da época. Não existe nenhuma informação direta nas fontes que nos permita identificar uma forma distinta de realização dos censos nesses séculos. Dionísio de Halicarnasso ao tratar do censo de Sérvio Túlio,

487

Plutarco, Vida de Publícola, 12.3.4. Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 5.20. 489 Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 6.96.2-4. 490 HIN, The Demography of Roman Italy, p. 265–266. 491 BRUNT, Italian manpower, 225 B.C.-A.D. 14, p. 16. 488

252 muito pelo contrário, sustenta que ali nascera a tradição que explicava a forma como eram realizados os censos até seus dias492. Não é difícil supor que Dionísio estava sendo anacrônico ao imaginar Sérvio Túlio realizando o censo da mesma maneira que os censores do século I a.C. o faziam. Contudo, não conheço nenhuma tentativa de desconstruir este anacronismo como forma de reavaliar esses números que temos para os primeiros censos. Parece-me razoável supor que Dionísio e outros escritores posteriores tenham interpretado equivocadamente esses números por conta dessa perspectiva anacronizante, mas que os números informados tenham alguma base real. Isto é, esses números não são meramente invenções de autores posteriores e, caso sejamos capazes de interpretá-los, poderemos utilizá-los para o estudo da demografia romana do período. Partindo disso, pretendo propor algumas possibilidades. Devo admitir desde já que o objetivo descarado desses modelos é tentar fazer os números que temos para esses censos se tornarem verossímeis. Essa é a fraqueza óbvia do empreendimento dos próximos parágrafos: todas as escolhas são determinadas pela necessidade de explicar números tão altos. Isto é, imaginei cenários que pudessem reduzir o significado demográfico desses números a fim de torna-los compatíveis com o que sabemos do contexto histórico da época. Por outro lado, esta é a vantagem destes modelos também: tentar dar conta de explicar esses números sem simplesmente dispensá-los como invenção arbitrária de escritores posteriores. É claro que uma postura cética é mais confortável e segura – mas conforto e segurança não resolveram o mistério dos números dos censos do início da República, precisamos nos arriscar se quisermos avançar nosso conhecimento sobre eles. A construção de interpretações alternativas neste caso só fará sentido, só terá alguma vantagem historiográfica, se estas forem capazes de incidir numa diminuição das consequências na reconstrução da demografia do período. Partindo disso, é possível identificar alguns meandros no que sabemos sobre os números dos censos para avançar essas interpretações. Em primeiro lugar, é importante perceber que, apesar de as informações sobre os censos se espalharem ao longo de todo o período republicano, temos mais dados para recortes mais específicos quando olhamos para os primeiros séculos. Temos uma quantidade razoável de informações sobre a primeira metade do século V a.C.: 9 informações sobre 7 censos diferentes. Os quatro primeiros censos dos quais temos informações (508, 503, 498 e 483) distam apenas cinco anos entre si. Depois disso temos

492

Dionísio de Halicarnasso, Antiguidades Romanas, 4.15.5-6 e 4.22.1-2.

253 informações sobre outros três censos desse primeiro meio século republicano (474, 465 e 459). Ao tratar deste último, Tito Lívio diz que ele aparentemente teria sido o décimo censo desde a fundação de Roma493. Somando estes sete censos que conhecemos do começo da história republicana ao censo de Sérvio Túlio, infere-se que não temos informações sobre apenas dois censos realizados no período494. Por outro lado, não temos nenhuma informação sobre censos realizados na segunda metade do século V a.C. e apenas três informações sobre censos em todo o século IV a.C.. Em parte isso se explica pelo estado fragmentário de nossa principal fonte para os censos da primeira metade do século V a.C., a obra de Dionísio – só temos os livros completos da narrativa que cobrem até o ano de 443 a.C.495. Contudo, chama a atenção o fato de todo esse período ser coberto por Tito Lívio e este praticamente não nos dar nenhuma informação sobre censos no período – o que segue o padrão estabelecido nos livros sobre a primeira metade do século V a.C., que também nos informa apenas sobre dois censos (465 a.C. e 459 a.C.). Depois de mencionar o censo de 459 a.C. e antes de tratar do censo de 294 a.C., ele dá apenas uma única informação sobre censos, de maneira bastante lateral (ele nem menciona o ano exato do censo, apenas que ocorreu no tempo de Alexandre), em sua famosa digressão sobre as possibilidades de Alexandre, o Grande, em uma hipotética invasão da Itália496. As outras informações de censos no século IV a.C. que temos vêm do já citado capítulo sobre “a quantidade de ouro possuída pelos antigos” de Plínio, o velho497, e das Crônicas do erudito cristão Eusébio de Cesaréia498. Isto contrasta muito com as abundantes informações sobre censos do século III a.C. presentes em Tito Lívio (sete preservadas em resumos de livros perdidos e três presentes em livros sobre o

493

Tito Lívio, Desde a fundação da cidade, 3.24.10. É possível que Tito Lívio estivesse supondo que esse era o décimo censo porque 459 marcava o 50º ano da República. Se ele estivesse supondo que os censos eram realizados invariavelmente dentro do prazo correto de cinco anos, o 50º ano da República seria o ano da realização do 10º censo. Contudo, inúmeros fatos jogam contra essa interpretação. Lívio afirma que esse era o 10º censo da história romana, e não da República – certamente ele não estava desconsiderando o censo de Sérvio Túlio, mito fundador do procedimento. Além disso, o próprio Lívio nos informa que o censo anterior a 459 fora realizado em 465 a.C., o que mostra que ele estava ciente da possível irregularidade da realização dos censos. Por fim, o primeiro censo republicano foi realizado em 508 a.C., e não em 509 a.C.. Diante de tudo isso, me parece razoável supor que Lívio tinha informações mais embasadas do que essa mera conta para afirmar que em 459 a.C. realizou-se o décimo censo da história romana. 495 Sua obra tratava da chegada de Eneias à Itália até o ano de 264 a.C.. CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 2. 496 Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade, 9.19. A mesma informação, com números muito distintos, aparecem em Paulo Orósio, História contra os pagãos, 5.22.2, e Plutarco, Sore a fortuna dos romanos, 236c (13.1). 497 Plínio, o velho, História Natural, 33.5.16. 498 Eusébio de Cesareia, Crônica, 110ª Olimpíada. 494

254 período que chegaram até nós), assim como do século II a.C. (dez nos resumos e três nos livros sobreviventes). Suponho que a melhor explicação para essa lacuna em Tito Lívio seja o fato de ele não ter boas informações sobre censos dos séculos V e VI a.C.. Poderíamos supor que os censos foram realizados de maneira mais episódica entre a segunda metade do século V a.C. até o final do século IV a.C., mas o fato de Lívio também não nos informar muito sobre os censos da primeira metade do século V a.C., quando Dionísio e outros nos dão mais informações, parece apontar em outra direção. Talvez seja uma questão de acesso a informações. Muito provavelmente a melhor informação a que esses escritores poderiam ter sobre os censos romanos vinha dos registros dos censores arquivados no atrium libertatis. A menção mais antiga a este local, presente no próprio Tito Lívio, refere-se ao ano de 212 a.C.499. Certamente ele já existia há pelos menos alguns anos antes disso (uma grande reforma é realizada em 194 a.C.500), mas não sabemos o quanto. Podemos supor que dali saíram (direta ou indiretamente) a maior parte das informações sobre os censos presentes na obra de Lívio e que isso poderia ser a explicação para a enigmática discrepância entre essas informações para os séculos V e IV a.C. (irrisórias) e para os séculos III e II a.C. (abundantes). Os arquivos no atrium libertatis talvez não fossem capazes de dar boas informações sobre os censos anteriores ao século III a.C. (ou porque ainda não existia esse arquivo, ou porque o estado dos registros para esse período era muito ruim). Devemos então desprezar os números dos censos dos séculos anteriores como infundados? Para tanto, teríamos que supor que todos os outros escritores que nos dão informações sobre os censos dos séculos V e IV a.C., e mesmo Lívio, que nos dá informações sobre alguns censos desse período, estariam inventando suas informações. Não parece ser uma suposição razoável. Acredito que essa discrepância entre as informações entre os dois períodos (séculos V-IV a.C. contra III-II a.C.) pode estar ligada a uma diferença na forma como os números eram registrados e arquivados e mesmo na forma como os censos eram realizados. Este é o primeiro indício que me levou a considerar a possibilidade de os censos dos séculos V e IV a.C. (e possivelmente o de Sérvio Túlio) terem um caráter distinto dos censos posteriores, que possivelmente já se

499

Tito Lívio, Desde a Fundação da Cidade, 25.7.12 se refere ao átrio como local de custódia dos reféns tarantinos durante a Segunda Guerra Púnica. 500 Tito Lívio, Desde a Fundação da Cidade, 34.44.5.

255 inseririam na dinâmica dos censos dos séculos finais da República sobre a qual as fontes nos informam mais satisfatoriamente. Outro dado importante vem da relação entre os números do censo e as estimativas de extensão do território romano. Utilizando-se das estimativas de Beloch para a extensão do território romano, Brunt identificou uma grave discrepância entre os dados de dois dos censos do século IV a.C. que conhecemos (340 a.C. e o da “época de Alexandre”, entre 336 e 323 a.C.), e também deste com o primeiro censo do século III a.C. (294 a.C.). Em 338 a.C., com o fim da Guerra Latina, houve uma reorganização das relações entre Roma e as cidades sob sua hegemonia. Com isso, o território romano mais do que triplicou de tamanho (segundo Beloch, de 1.902 km² para 5.289 km²) e uma quantidade muito significativa de pessoas se tornaram cidadãs romanas (o grupo provavelmente mais numeroso foi o de cidadãos da importante cidade de Cápua, mas aos quais se somam muitos outros). Isso torna incompreensível a diminuição no número de recenseados entre 340 a.C. (166 mil) e a “época de Alexandre” (150 mil)501. Uma solução simples vem de questões filológicas. O número de 150 mil recenseados para a época de Alexandre vem de duas fontes (Orósio e Eutrópio), mas outras duas dão números diferentes: Plutarco fala em 130 mil e Lívio em 250 mil. A solução mais aceita para essa discrepância foi proposta por Beloch: os números 250 em Lívio e 130 em Plutarco seriam corrupções nos manuscritos que chegaram até nós do original 150. Contudo, se aceitarmos que o número correto é 250 mil, passaríamos a ter números coerentes com a transição pós-338 a.C. – ainda que se torne, com isso, bastante difícil explicar os números tão inferiores informados por todas as outras três fontes. Brunt ainda considera outra solução proposta por Beloch, que ao final ele considera improvável: alguma dessas datas transmitidas pelas fontes literárias está errada. Supondo que o censo atribuído ao ano de 340 tenha sido realizado depois das transformações de 338 a.C., ou que essas transformações sejam anteriores a 340 a.C., poderíamos eliminar a incongruência entre estes dois censos. Ao meu ver, o problema desta proposta é que ela criaria outra incongruência com o censo anterior, de 393 a.C., sobre o qual Plínio nos dá o número de 152.573 recenseados. Soma-se a esse problema uma segunda incongruência identificada por Brunt entre esses dados de meados do século IV a.C. e os dados do primeiro censo do século III a.C., realizado em 294 a.C. e que recenseou 262.321 pessoas. Aceitando o número de 150 mil

501

BRUNT, Italian manpower, 225 B.C.-A.D. 14, p. 29–30.

256 para o período de Alexandre, temos um aumento muito significativo em um período em que Roma perde muitos cidadãos para colônias latinas (estima-se que 33 mil cidadãos perderam a cidadania romana para se tornarem cidadãos de colônias latinas fundadas nesse período) – o que implicaria na necessidade de um crescimento demográfico ainda mais sensível para explicar um crescimento tão significativo no número de cidadãos. Uma solução possível é justamente aceitar o número de Lívio para o período alexandrino e supor um pequeno crescimento nominal (de 250 mil para pouco mais de 260 mil) explicado por um crescimento vegetativo razoável contrabalanceado pela emigração para as colônias latinas. Olhando os dois problemas em conjunto, me parece ser possível identificar, na verdade, uma modificação sensível entre o censo de 340 a.C., com 165 mil recenseados, e o de 294, com pouco mais de 260 mil – entre os quais o censo da época de Alexandre oscila para um lado ou para outro dependendo de qual número informado para ele decidirmos aceitar. Contudo, dependendo de como interpretamos esse número, ainda temos um problema grave. No começo do século III a.C., Roma expande seu território para cerca de 7600 km² (segundo estimativas de Beloch). Assim, estamos falando de um aumento no número de recenseados na casa de 100 mil (i.e., crescimento de 66%) em um período de 40 anos com a inclusão de quase 5700 km² ao território romano (i.e., crescimento de 400%). Se pressupormos que esses números dizem respeito a mesma coisa (como Brunt faz ao considerar que todos esses censos republicanos nos informam sobre cidadãos homens adultos) teríamos que supor que o território original de 340 a.C. era muito mais densamente povoado do que os incorporados posteriormente para aceitar esses números – o que nós sabemos que dificilmente era o caso, mesmo considerando apenas a fértil planície da Campânia. A diferença nos números deveria ser muito maior se eles se referissem à mesma “unidade de medida”. Diante disso, existem duas possibilidades: desacreditar os números dos censos dos séculos V e IV a.C., como Brunt e quase todos os outros estudiosos fazem, ou considerar que esses números dizem respeito a objetos distintos. É bom lembrar que frente a outra grave incongruência entre números de censos (entre os censos de 86 a.C., 70 a.C. e os censos augustanos) os mesmos especialistas nunca propuserem que os números fossem invenções (por existirem fontes contemporâneas e, talvez, por a historiografia moderna considerar que seria mais fácil para nossas fontes inventar números sobre seu passado do que sobre seu presente). Pelo contrário, a historiografia está a mais de cem anos tentando

257 construir cenários para explicar a incongruência. Talvez seja o caso de começarmos a fazer algo sobre os números mais antigos. Desta maneira, suponho que alguma coisa estava acontecendo na segunda metade do século IV a.C. que acabou por fazer os romanos mudarem a forma de realização do censo – ou ao menos de registro dessas informações. O número do censo de 340 a.C. não teria a mesma “unidade de medida” do censo de 294 a.C.. Uma primeira hipótese, já estabelecida por Frank e Coarelli, é apontar que esses números incluíam mulheres e crianças. Isso poderia ser sustentado pela passagem de Plínio, o velho, que aparentemente equaliza os recenseados a todos cidadãos livres, e mesmo na informação de Dionísio de que mulheres e crianças eram informadas nos censos desde Sérvio Túlio. – ainda que Dionísio sempre associe o número de recenseados a homens adultos militarmente mobilizáveis. Essa não me parece uma alternativa suficiente, porém, justamente por pressupor que nossas fontes tem um conhecimento sobre mudanças nas formas de realização dos censos sobre as quais nenhuma delas discorre. Além disso, essa hipótese não explica porque em determinado momento da história romana essa prática teria se modificado. Acredito que é preciso olhar para a sociedade que produzia esses censos para entender suas possíveis particularidades e modificações históricas. Argumentei nesta tese que a comunidade política romana passa por uma transformação sensível ao longo do século IV a.C., modificando sensivelmente sua forma de organização social e política. Dependendo da imagem que tivermos sobre a Roma no primeiro século e meio de República, podemos imaginar cenários diferentes para a realização dos censos nesse período. Em termos fundamentais, acredito que se identificarmos uma comunidade política mais fragmentada institucionalmente, devemos levar isso em consideração quando vamos propor reconstruções sobre como eram os censos da época. Clãs, Cúrias ou outras instituições poderiam ter um papel nesse processo. Se aceitarmos que os clãs, por exemplo, desempenhavam um papel social central na sociedade e no Estado romano nos séculos VI e V a.C., começando a perder força no século IV a.C. e já desempenhando papel bem menos central no século III a.C., é bastante provável que isso tenha tido influência na evolução das formas de realização do censo. Não me parece provável que, em um cenário em que os clãs desempenhavam um papel social tão estruturante, o censo fosse realizado de maneira tão centrada nas famílias nucleares dos cidadãos sui iuris. Se consideramos, seguindo Luigi Capogrossi-Colonesi, que o sujeito social da posse do patrimônio e da potestas das pessoas a serem declaradas

258 antes da Lei Licínia-Séxtia não era o mesmo dos séculos finais da República, o cidadão sui iures capo de uma família nuclear, é bastante razoável supor que seria impossível que o censo desse período fosse realizado da mesma maneira que o censo dos séculos finais da República. Partindo disso, é possível supor que o procedimento do censo envolvia um número menor de “declarantes” (alguns dos mais importantes chefes de cada clã), que informavam um número muito maior de pessoas sob sua potestas. É possível até imaginar que esses clãs precisavam realizar algum tipo de recenseamento prévio e que o censo romano seria, na prática, uma espécie compilação desses hipotéticos censos gentílicos. Os números que temos para esses censos nos informariam, como Frank e Coarelli já haviam afirmado, mulheres e crianças – mas não porque eles contariam todos os cidadãos livres, mas porque contariam todas as pessoas sob a potestas dos “declarantes”. Isso inclui duas figuras sociais que nunca foram lembradas nas discussões sobre os censos dos primeiros séculos republicanos: os clientes e os escravos-por-dívidas. Especialmente esse segundo grupo deve ser destacado: é muito provável que eles fossem declarados por seus senhores (assim como escravos eram declarados em períodos posteriores), mas eram ao mesmo tempo cidadãos romanos. Essa hipótese me parece ter algumas vantagens. Em primeiro lugar, concilia-se melhor com a realidade social que podemos construir sobre o mundo romano dos séculos V e IV a.C.: em uma realidade muito menos monetarizada, em que a propriedade da terra privada provavelmente ainda não tinha se estabelecido plenamente e em que muito provavelmente o número de dependentes fosse o maior sinal de poder e riqueza, me parece bastante coerente a preocupação em recensear todos as pessoas sob a potestas de alguém. Em segundo lugar, esse cenário nos possibilita imaginar uma taxa bastante alta de dupla contagem de pessoas (um fenômeno comum em censos): não só escravos-pordívidas poderiam ser contados duas vezes (sob a potestas de seu senhor e em sua própria família), mas se imaginarmos que algumas pessoas poderiam se tornar clientes de mais de um patrono, eles talvez fossem contados duas vezes também. Não é necessário supor que os romanos da época estivessem desatentos a isso – talvez tenha sido o caso apenas de os registros da época não indicarem isso de maneira clara (por ser óbvio no momento do registro) o que levou os escritores posteriores (as fontes das nossas fontes) a interpretarem equivocadamente tais números. Assim, os altos números que nossas fontes indicam não implicariam em uma população total necessariamente tão alta. Seriam, na

259 verdade, limites muito altos da população total do território romano, e não uma fração desta população. Em terceiro lugar, este modelo também é capaz de prever o momento e o motivo em que esta forma de recenseamento deixaria de ser utilizado e seria substituído por outro padrão: quando os clãs deixassem de ter tanta centralidade na dinâmica social, quando a apropriação de maneira privada ganhasse mais importância social e quando as relações de dependência se modificassem sensivelmente. Os clãs parecem perder esse protagonismo progressivamente a partir do final do século V a.C e ao longo do século IV a.C.. Como argumentei no sexto capítulo, a propriedade privada romana estabelece suas bases com a Lei agrária atribuída ao “pacote” de Leis Lícinia-Séxtias de 367 a.C.. E, last but not least, a escravidão-por-dívidas de cidadãos romanos é proibida com a lei PetéliaPapiria de 326 a.C.502 (ou 313 a.C.503). Todas essas datas convergem bem com o que sabemos sobre os números dos censos e a incongruência entre os números de 340 a.C. e 294 a.C.. É possível supor que com (1) o ocaso dos clãs como forma central de organização social, já iniciado algumas décadas antes, (2) o avanço da apropriação privada da terra, consolidada com a lei de 367 a.C., (3) a reformulação da noção de cidadania implícita na rearticulação de Roma com as cidades sob sua hegemonia a partir de 338 a.C., e (4) o fim da escravidão-por-dívidas, em 326 a.C., em algum momento das décadas finais do século IV a.C. a forma de realização e contabilidade do censo tenha se modificado significativamente. Os números em si informados pelas fontes sobre esses primeiros censos se alinham razoavelmente bem com as vitórias e os reveses militares romanos – razão, inclusive, que leva Cornell a não os descartar como invenção, ainda que não os utilize por considera-los altos504. Assim, os primeiros censos republicanos (508, 503 e 498 a.C.) apontam para um recenseamento na casa de 120 a 150 mil pessoas. A perda de regiões no Lácio para os Volscos a partir de 495 leva a uma queda significativa nos recenseamentos seguintes (na casa dos 110 mil em 493 a.C., e abaixo de 105 mil em 474 e 465 a.C.). O recenseamento de 459 mostra alguma recuperação, contando 117 mil pessoas, e as vitórias militares do início do século IV a.C. (conquista de Veios e outras cidades na Etrúria Meridional) convergem com a figura de 152 mil recenseados no censo de 393 a.C..

502

Tito Lívio, Desde a fundação da Cidade 8.28. Varrão, Sobre a língua Latina, 7.105. 504 CORNELL, The Beginnings of Rome, p. 208. 503

260 Associar vitórias militares e aumento nos censos não pode ser um procedimento imediato, contudo. Há de se mostrar como a conquista de determinadas regiões levou ao aumento de recenseados em um censo. Dentro da imagem tradicional, de que esses recenseados seriam os cidadãos homens adultos, essas conquistas só resultariam em um aumento tão imediato de recenseados se a população conquistada recebesse o título de cidadania romana – o que, é verdade, parece ter sido muitas vezes o caso. Por outro lado, se consideramos o modelo que propus para esses primeiros censos, mesmo a escravização da população de cidades conquistadas – como relatam as narrativas históricas para alguns casos – poderia levar a um aumento no número de dependentes associados aos clãs romanos que por sua vez poderiam ser contados nesses censos.

261

Bibliografia

262 ABULAFIA, David. O grande mar. [s.l.]: Editora Objetiva, 2014. ABULAFIA, David et al. The Mediterranean in History. [s.l.]: Getty Publications, 2011. ACKERMAN, James. The Villa as Paradigm. Perspecta, v. 22, p. 10–31, 1986. ALCOCK, Susan E. Breaking up the Hellenistic world: survey and society. In: MORRIS, Ian (Org.). Classical Greece: ancient histories and modern archaeologies. Cambridge: Cambridge University Press, 1994. ALCOCK, Susan E. Graecia capta: the landscapes of Roman Greece. Cambridge: Cambridge University Press, 1993. ALCOCK, Susan E. The essential countryside: the Greek World. In: ALCOCK, Susan E.; OSBORNE, Robin (Orgs.). Classical archaeology. 2. ed. Chichester, West Sussex ; Malden, MA: Wiley-Blackwell, 2012. (Blackwell studies in global archaeology, 10). ALCOCK, Susan E.; CHERRY, John F. Introduction. In: ALCOCK, Susan E.; CHERRY, John F. (Orgs.). Side-by-side survey: comparative regional studies in the Mediterranean World. Oxford: Oxbow Books, 2004. ALCOCK, Susan E.; CHERRY, John F.; DAVIS, Jack L. Intensive survey, agricultural practice and the landscape of Greece. In: MORRIS, Ian (Org.). Classical Greece: ancient histories and modern archaeologies. Cambridge: Cambridge University Press, 1994. ALCOCK, Susan E.; GATES, Jennifer; REMPEL, Jane E. Reading the Landscape: Survey Archaeology and the Hellenistic Oikumene. In: ERSKINE, Andrew (Org.). A Companion to the Hellenistic World. Oxford: Blackwell, 2003. ALDERIGHI, Lorella; PITTARI, Agnese. San Casciano in Val di Pesa (FI), località Ponterotto: resti di un edificio etrusco tardo-ellenistico e di una villa romana di età medio-imperiale. Fasti Online Documents & Research - The Journal of Fasti Online, v. 243, 2011. ALENCASTRO, Luiz Felipe de. O Trato Dos Viventes. São Paulo: Companhia Das Letras, 2000. ALFÖLDI, Andreas. Early Rome and the Latins. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1965. ÁLVAREZ SANTIAGO, Rosa. En torno al plomo de Pech Maho. Faventia, v. 11, n. 2, p. 163–179, 1989.

263 AMMERMAN, Albert J. On the Origins of the Forum Romanum. American Journal of Archaeology, v. 94, n. 4, p. 627–645, 1990. ANDERSEN, Helle Damgaard. Origin and development of the Etruscan city in the 7th to 6th centuries BC. In: ANDERSEN, Helle Damgaard (Org.). Urbanization in the Mediterranean in the 9th to 6th Centuries BC. [s.l.]: Museum Tusculanum Press, 1997. ANDREAU, Jean. La Vie financière dans le monde romain: les métieres de manieurs d’argent : (IV siècle av.A.C. III siècle ap. J.C.). [s.l.]: École française de Rome, 1987. ANDREAU, Jean. L’économie du monde romain. [s.l.]: Ellipses, 2010. ARTHUR, Paul. Romans in northern Campania: settlement and land-use around the Massico and the Garigliano basin. London: British School at Rome, 1991. (Archaeological monographs of the British School at Rome, no.1). ASHTON, Thomas S. The Industrial Revolution: 1760-1830. Oxford: Oxford University Press, 1948. ASTON, T. H.; ASTON, Trevor Henry; PHILPIN, C. H. E. The Brenner Debate: Agrarian Class Structure and Economic Development in Pre-industrial Europe. [s.l.]: Cambridge University Press, 1987. ATTEMA, P. A. J.; BURGERS, G.-J. L. M.; LEUSEN, Martijn van. Regional pathways to complexity: settlement and land-use dynamics in early Italy from the Bronze Age to the Republican period. Amsterdam: Amsterdam University Press, 2010. (Amsterdam archaeological studies, 15). ATTEMA, P. A. J.; DE HAAS, Tymon; LA ROSA, M. Sites of Fogliano survey (Pontine Region, Central Italy), site classification and a comment on the diagnostic artefacts form prehistory to the Roman period. Palaeohistoria, v. 45/46, 2005. ATTEMA, Peter. An Archaeological Survey in the Pontine Region. A Contribution to the Early Settlement History of South Lazio, 900 -100 BC. Groningen: Rijksuniversiteit Groningen, 1993. 2v. ATTEMA, Peter. Landscape archaeology and Livy: warfare, colonial expansion and town and country in Central Italy of the 7th to 4th c. BaBesch, v. 75, p. 115–126, 2000. ATTEMA, Peter; VAN JOOLEN, Esther; VAN LEUSEN, Martijn. A marginal landscape: Field work on the beach ridge complex near Fogliano (South Lazio). Palaeohistoria, v. 41/42, 2000.

264 ATTEMA, Peter; VAN LEUSEN, Martijn. Early Roman colonization in South Lazio: a survey of three landscapes. In: ATTEMA, Peter. Centralization, early urbanization, and colonization in first millenium B.C. Italy and Greece. Leuven ; Dudley, MA: Peeters, 2004. ATTOLINI, Ida et al. Political geography and productive geography between the Valleys of the Albegna and the Fiora in Northern Etruria. In: BARKER, Graeme; LLOYD, John (Orgs.). Roman landscapes: archaeological survey in the Mediterranean region. London: British School at Rome, 1991. (Archaeological monographs of the British School at Rome, 2). ATTOLINI, Ida et al. Ricognizione archeologica nell’Ager Cosanus e nella valle dell’Albegna. Rapporto preliminare 1981. Archeologia Medievale, v. 9, 1982. ATTOLINI, Ida et al. Ricognizione archeologica nell’Ager Cosanus e nella valle dell’Albegna. Rapporto preliminare 1982/1983. Archeologia Medievale, v. 10, p. 462–463, 1983. AUGENTI, Andrea; TERRENATO, Nicola. Le sedi del potere nel territorio di Volterra. Una lunga prospettiva. Secoli VII a.C. - XIII d.C. In: BROGIOLO, G.P. (Org.). Il Congresso Nazionale di Archeologia Medievale. Musei Civici, Chiesa di Santa Giulia, Brescia. 28 settembre – 1 ottobre 2000. Firenze: [s.n.], 2001. BAGNALL, Roger S.; FRIER, Bruce W. The Demography of Roman Egypt. [s.l.]: Cambridge University Press, 1994. BANAJI, Jairus. Theory as History: Essays on Modes of Production and Exploitation. [s.l.]: BRILL, 2010. BANG, Peter F. The Roman bazaar: a comparative study of trade and markets in a tributary empire. Cambridge ; New York: Cambridge University Press, 2008. (Cambridge classical studies). BANG, Peter Fibiger. Antiquity between “Primitivism” and “Modernism”. Working Papers, Centre for Cultural Resarch, University of Aarhus, v. 53-97, 1998. Disponível em: . BANG, Peter Fibiger. Trade and Empire — In Search of Organizing Concepts for the Roman Economy. Past & Present, v. 195, n. 1, p. 3–54, 2007. BARKER, Graeme. A Mediterranean valley: landscape archaeology and annales history in the Biferno Valley. London: Leicester University Press, 1995.

265 BARKER, Graeme. Approaches to archaeological survey. In: BARKER, Graeme; LLOYD, John (Orgs.). Roman landscapes: archaeological survey in the Mediterranean region. London: British School at Rome, 1991. (Archaeological monographs of the British School at Rome, 2). BARKER, Graeme. Archaeology and the Etruscan countryside. Antiquity, v. 62, n. 237, p. 772–785, 1988. BARKER, Graeme. L’Archeologia del paesaggio italiano. Archeologia Medievale, v. 12, p. 7–30, 1986. BARKER, Graeme (Org.). The Biferno Valley survey: the archaeological and geomorphological record. London: Leicester University Press, 1995. BARKER, Graeme; RASMUSSEN, Tom. The Archaeology of an Etruscan Polis: A Preliminary Report on the Tuscania Project (1986 and 1987 Seasons). Papers of the British School at Rome, v. 56, p. 25–42, 1988. BARKER, Graeme; RASMUSSEN, Tom. The Etruscans. Oxford: Blackwell, 1998. (Peoples of Europe). BARTOLONI, Gilda. La cultura villanoviana: all’inizio della storia etrusca. Roma: Carocci, 1989. BASCHET, Jerome. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. Rio de Janeiro: Globo, 2006. BEARD, Mary; NORTH, John; PRICE, S. R. F. Religions of Rome: Volume 1, A History. [s.l.]: Cambridge University Press, 1998. BECKER, Hilary. The Etruscan Castellum: Fortified Settlements and Regional Autonomy in Etruria. Etruscan Studies, v. 9, n. 1, p. 85–96, 2002. BECKER, Jeffrey A. Investigating early villas: the case of Grotarossa. In: ATTEMA, P. A. J.; NIJBOER, Albert J.; ZIFFERERO, Andrea (Orgs.). Papers in Italian archaeology VI: communities and settlements from the Neolithic to the early Medieval period: proceedings of the 6th Conference of Italian Archaeology held at the University of Groningen, Groningen Institute of Archaeology, the Netherlands, April 15-17, 2003. Oxford: Archaeopress, 2005, v. 2. (BAR, 1452). BECKER, Jeffrey A. Italic Architecture of the Earlier First Millennium BCE. In: ULRICH, Roger B.; QUENEMOEN, Caroline K. (Orgs.). A Companion to Roman Architecture. [s.l.]: Wiley, 2013. BECKER, Jeffrey A. Polygonal masonry and Republican Villas? The problem of the Basis Villae. In: BECKER, Jeffrey A.; TERRENATO, Nicola (Orgs.). Roman

266 republican villas: architecture, context, and ideology. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2012. (Papers and monographs of the American Academy in Rome, v. 32). BECKER, Jeffrey A.; TERRENATO, Nicola. Introduction. In: BECKER, Jeffrey A.; TERRENATO, Nicola (Orgs.). Roman republican villas: architecture, context, and ideology. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2012. (Papers and monographs of the American Academy in Rome, v. 32). BENELLI, Enrico. Slavery and Manumission. In: TURFA, Jean MacIntosh (Org.). The Etruscan World. London: Routledge, 2014. BERGGREN, E.; ANDRÉN, A. Blera (localita Selvasecca): Villa rustica etrusco-romana con manifattura di terrecotte architettoniche. Notizie degli scavi di antichità, v. 23, p. 51–71, 1969. BERNSTEIN, Henry; BYRES, Terence J. From Peasant Studies to Agrarian Change. Journal of Agrarian Change, v. 1, n. 1, p. 1–56, 2001. BILDE, Pia Guldager; POULSEN, Birte. The Temple of Castor and Pollux Ii,1: The Finds. [s.l.]: L’ERMA di BRETSCHNEIDER, 2008. BILLOWS, Richard. International relations. In: SABIN, Philip; WEES, Hans van; WHITBY, Michael (Orgs.). The Cambridge History of Greek and Roman Warfare. Vol 1: Greece, the Hellenistic World and the Rise of Rome. [s.l.]: Cambridge University Press, 2007. BINTLIFF, J. L.; SBONIAS, Kostas (Orgs.). Reconstructing past population trends in Mediterranean Europe (3000 B.C.-A.D. 1800). Oxford: Oxbow Books, 1999. (The archaeology of Mediterranean landscapes, v. 1). BINTLIFF, John. Going to market in antiquity. In: OLSHAUSEN, Eckart; SONNABEN, H. (Orgs.). Zu Wasser und zu Land. Verkehrswege in der antiken Welt. Stuttgart: [s.n.], 2002, p. 209–250. BINTLIFF, John; SNODGRASS, Anthony. Off-Site Pottery Distributions: A Regional and Interregional Perspective. Current Anthropology, v. 29, n. 3, p. 506–513, 1988. BISPHAM, Edward. Coloniam deducere: How Romans was roman colonization during the middle Republic. In: WILSON, John-Paul; BISPHAM, Edward; BRADLEY, Guy Jolyon (Orgs.). Greek and Roman colonization: origins, ideologies and interactions. Swansea: Classical Press of Wales, 2006.

267 BLACKBURN, Robin. The Making of New World Slavery: From the Baroque to the Modern, 1492-1800. [s.l.]: Verso, 1997. BLANTON, Richard. Mediterranean myopia. Antiquity, v. 75, n. 289, p. 627–629, 2001. BLOCH, Marc. Apologia da história. [s.l.]: Zahar, 2002. BLOK, Anton. South Italian Agro-Towns. Comparative Studies in Society and History, v. 11, n. 02, p. 121–135, 1969. BODEL, John. Monumental villas and villa monuments. Journal of Roman Archaeology, v. 10, 1997. BOTELHO, Tarcísio Rodrigues. A família na obra de Frédéric Le Play. Dados, v. 45, n. 3, p. 513–544, 2002. BOURDIEU, Pierre; CHAMBOREDON, Jean-Claude; PASSERON, Jean-Claude. O ofício do Sociólogo. Petrópolis: Vozes, 2002. BOUZIDI, Saïd El. Le vocabulaire de la main-d’oeuvre dépendante dans le “De Agricultura” : pluralité et ambiguïté. Dialogues d’histoire ancienne, v. 25, n. 1, p. 57–80, 1999. BOWES, Kim et al. Roman Peasant Project 2010. Excavations at Case Nuove and San Martino, Cinigiano (GR). Report submitted to the Soprintendenza per i Beni Archeologici della Toscana: general overview. Cinigiano: Soprintendenza per i Beni Archeologici della Toscana, 2010. BRADDICK, Michael J. State Formation in Early Modern England, C.1550-1700. [s.l.]: Cambridge University Press, 2000. BRADLEY, Guy Jolyon. Colonization and Identity in Republican Italy. In: BRADLEY, Guy Jolyon; WILSON, John-Paul; BISPHAM, Edward (Orgs.). Greek and Roman colonization: origins, ideologies and interactions. Swansea: Classical Press of Wales, 2006. BRADLEY, Keith. Slavery and Society at Rome. [s.l.]: Cambridge University Press, 1994. BRADLEY, Keith R. Slavery and Rebellion in the Roman World, 140 B.C.-70 B.C. [s.l.]: Indiana University Press, 1998. BRADLEY, K. R. Slaves and masters in the Roman Empire: a study in social control. [s.l.]: Latomus, 1984. BRENNER, Neil. Glocalization as a state spatial strategy: urban entrepreneurialism and the new politics of uneven development in western Europe. Art-e-fact. Strategies of resistance, n. 4, 2005.

268 BRIGGS, Daphne Nash. Servants at a Rich Man’s Feast: Early Etruscan Household Slaves and Their Procurement. Etruscan Studies, v. 9, n. 1, p. 153–176, 2002. BROADHEAD, W. M. Internal migration and the transformation of Republican Italy. Doctoral Thesis, University of London, 2002. BROODBANK, Cyprian. The Making of the Middle Sea: A History of the Mediterranean from the Beginning to the Emergence of the Classical World. Oxford ; New York: Oxford University Press, 2013. BROWN, Frank E. The Regia. Memoirs of the American Academy in Rome, v. 12, p. 67–88, 1935. BRUN, J.-P. Archéologie du vin et de l’huile de la préhistoire à l’époque hellénistique. Paris: Éditions Errance, 2004. BRUNT, P. A. Italian manpower, 225 B.C.-A.D. 14. Oxford: Oxford University Press, 1971. BRUNT, P. A. The army and the land in the Roman Revolution. In: The Fall of the Roman Republic and Related Essays. Oxford: Clarendon Press, 1988. BRUSH, Stephen B. The Myth of the Idle Peasant: Employment in a Subsistence Economy. In: HALPERIN, R.; ROW, J. (Orgs.). Peasant livelihood. New York: St. Martin’s Press, 1975. BRYANT, Joseph M. Military technology and socio-cultural change in the ancient Greek city1. The Sociological Review, v. 38, n. 3, p. 484–516, 1990. BÜCHER, Karl. Industrial Evolution. [s.l.: s.n.], 1901. BUCKLER, William Hepburn. The Origin and History of Contract in Roman Law: Down to the End of the Republican Period. London: C. J. Clay and sons, 1895. BÜNTGEN, Ulf et al. 2500 Years of European Climate Variability and Human Susceptibility. Science, v. 331, n. 6017, p. 578–582, 2011. BURGES, Steve. The Creation of the Forum Romanum: Three-Dimensional Mapping and Rome’s Flood-prone Valley. Honoris Thesis, University of North Carolina at Chapel Hill, 2013. BURNETT, Andrew. Early Roman coinage and its Italian context. In: METCALF, William (Org.). The Oxford Handbook of Greek and Roman Coinage. Oxford: Oxford University Press, 2012. CAMBI, Franco. Le campagne di Falerii e di Capena dopo la Romanizzazione. In: PATTERSON, Helen (Org.). Bridging the Tiber: approaches to regional

269 archaeology in the Middle Tiber Valley. London: British School at Rome, 2004. (Archaeological monographs of the British School at Rome, no.13). CAMILLI, A. et al. Ricognizioni nell’ Ager Faliscus Meridionale. In: CHRISTIE, Neil (Org.). Settlement and economy in Italy, 1500 BC - AD 1500: papers of the fifth Conference of Italian Archaeology. Oxford: Oxbow, 1995. (Oxbow monograph, 41). CAMILLI, A.; ROSATI, V. Nuovo Richerche nell’Agro Capenate. In: CHRISTIE, Neil (Org.). Settlement and economy in Italy, 1500 BC - AD 1500: papers of the fifth Conference of Italian Archaeology. Oxford: Oxbow, 1995. (Oxbow monograph, 41). CAMIN, L.; MCCALL, W. Settlement Patterns and Rural Habitation in the Middle Cecina Valley Between the Hellenistic to Roman Age: The Case of Podere Cosciano. Etruscan Studies, v. 9, p. 19–27, 2002. CAMODECA, Giuseppe. La prassi giuridica municipale: il problema dell’effettività del diritto romano. In: CAPOGROSSI COLOGNESI, Luigi; GABBA, Emilio (Orgs.). Gli statuti municipali. Pavia: IUSS Press, 2006. (Pubblicazioni del CEDANT, 2). CAMPBELL, Brian. Shaping the Rural Environment: Surveyors in Ancient Rome. The Journal of Roman Studies, v. 86, p. 74–99, 1996. CAMPBELL, Brian. The writings of the Roman land surveyors: introduction, text, translation and commentary. London: Society for the Promotion of Roman Studies, 2000. (Journal of Roman studies, no.9). CAPOGROSSI COLOGNESI, Luigi. La terra in Roma antica : forme di proprietà e rapporti produttivi. Roma: La Sapienza, 1981. CAPOGROSSI COLOGNESI, Luigi. The limits of the ancient city and the evolution of the medieval city in the thought of Max Weber. In: CORNELL, Tim J.; LOMAS, Kathryn (Orgs.). Urban Society In Roman Italy. [s.l.]: Taylor & Francis, 1996. CAPOGROSSI COLOGNESI, Luigi; GABBA, Emilio (Orgs.). Gli statuti municipali. Pavia: IUSS Press, 2006. (Pubblicazioni del CEDANT, 2). CARAFA, Paolo. Il paesaggio etrusco-italico. In: PATTERSON, Helen (Org.). Bridging the Tiber: approaches to regional archaeology in the Middle Tiber Valley. London: British School at Rome, 2004. (Archaeological monographs of the British School at Rome, no.13).

270 CARAFA, Paolo. La “grande Roma dei Tarquini” e la città romuleo-numana. Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma, v. 97, p. 7–34, 1997. CARANDINI, Andrea. Domus et insulae sulla pendice settentrionale del Palatino. Bollettino comunale archeologico municipale di Roma, v. XCI, n. 2, p. 262– 278, 1986. CARANDINI, Andrea. Il vigneto e la villa del fondo di Settefinestre nel Cosano. Un caso di produzione agricola per il mercato transmarino. Memoirs of the American Academy in Rome, v. 36, p. 1–10, 1980. CARANDINI, Andrea. L’anatomia della scimmia: la formazione economica della società prima del capitale. Torino: G. Einaudi, 1979. CARANDINI, Andrea (Org.). La Romanizzazione dell’Etruria : il territorio di Vulci. [Firenze] : Regione Toscana ;, 1985. CARANDINI, Andrea. La villa romana e la piantagione schiavistica. In: MOMIGLIANO, Arnaldo; SCHIAVONE, Aldo (Orgs.). Storia di Roma IV: Caratteri e morfologie. [s.l.]: Giulio Einaudi, 1989. CARANDINI, Andrea. L’economia italica fra tarda Repubblica e medio Impero considerata dal punto di vista di una mercé : il vino. Publications de l’École française de Rome, v. 114, n. 1, p. 505–521, 1989. CARANDINI, Andrea. Res publica: Come Bruto cacciò l’ultimo re di Roma. [s.l.]: Rizzoli, 2011. CARANDINI, Andrea. Schiavi in Italia: gli strumenti pensanti dei Romani fra tarda Repubblica e medio Impero. [s.l.]: La Nuova Italia Scientifica, 1988. CARANDINI, Andrea et al (Orgs.). Paesaggi d’Etruria: Valle dell’Albegna, Valle d’Oro, Valle del Chiarone, Valle del Tafone: progetto di ricercaitalobritannico seguito allo scavo di Settefinestre. Roma: Edizioni di storia e letteratura, 2002. CARANDINI, Andrea; D’ALESSIO, Maria Teresa; DI GIUSEPPE, Helga (Orgs.). La fattoria e la villa dell’Auditorium nel quartiere Flaminio di Roma. Roma: “L’Erma” di Bretschneider, 2006. (Bullettino della Commissione archeologica comunale di Roma, 14). CARANDINI, Andrea; FILIPPI, M. Rossella. Settefinestre: una villa schiavistica nell’Etruria romana. Modena: Panini, 1985. CARDOSO, Ciro Flamarion. Existiu uma Economia Romana? Phoînix, v. 17, n. 1, p. 15–36, 2011.

271 CARDOSO, Ciro Flamarion Santana. Escravo ou camponês?: o protocampesinato negro nas Américas. Rio de Janeiro: Editora Brasiliense, 1987. CARLSEN, Jesper. Vilici and Roman Estate Managers Until AD 284. [s.l.]: L’ERMA di BRETSCHNEIDER, 1995. CARLSEN, Jesper; ØRSTED, Peter; SKYDSGAARD, Jens Erik. Landuse in the Roman Empire. Roma: L’ERMA di BRETSCHNEIDER, 1994. CARLUCCI, Claudia et al. An archaeological survey of the Faliscan settlement at Vignale, Falerii Veteres (province of Viterbo). Papers of the British School at Rome, v. 75, p. 39–121, 2007. CARTER, Joseph Coleman. Discovering the Greek countryside at Metaponto. Ann Arbor: University of Michigan, 2006. (Thomas Spencer Jerome lectures, twentythird series). CARTLEDGE, Paul. The Economy (Economies) of Ancient Greece. In: SCHEIDEL, Walter; REDEN, Sitta von (Orgs.). The Ancient Economy. London: Routledge, 2012. CARVALHO, Alexandre Galvão. Historiografia e paradigmas: A tradição primitivista-substantivista e a Grécia Antiga. Tese de Doutorado, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2007. CASTAGNOLI, F. I piú antiche divisioni agrarie romane. Bullettino del Museo della Civiltà Romana, v. 18, p. 3–10, 1953. CASTAGNOLI, F. Sulle più antiche divisioni agrarie romane. Rendiconti della Classe di Scienze morali, storiche e filologiche dell’Accademia dei Lincei, v. 39, p. 241–257, 1984. CECCARELLI, Letizia; STODDART, Simon. The Faliscans. In: BRADLEY, Guy Jolyon; ISAYEV, Elena; RIVA, Corinna (Orgs.). Ancient Italy: regions without boundaries. Exeter: University of Exeter Press, 2007. CELUZZA, Mariagrazia. Un insediamento di contadini: la fattoria di Giardino. In: CARANDINI, Andrea (Org.). La Romanizzazione dell’Etruria : il territorio di Vulci. Firenze: Regione Toscana ;, 1985, p. 106–107. CELUZZA, Mariagrazia; REGOLI, Edina. La valle d’Oro nem territorio di Cosa - Ager cosanus e ager veientanus a confronto. Dialoghi di Archaeologia, v. 1, n. 4, p. 31–62, 1982. CHADWICK, John. The Pech-Maho Lead. Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik, v. 82, p. 161–166, 1990.

272 CHAPMAN, John. The origins of warfare in the prehistory of Central and Eastern Europe. In: CARMAN, John; HARDING, Anthony (Orgs.). Ancient Warfare: Archaeological Perspectives. [s.l.]: The History Press, 2013. CHOUQUER, Gérard et al (Orgs.). Structures agraires en Italie centro-méridionale: cadastres et paysages ruraux. Rome: École française de Rome, 1987. (Collection de l’École française de Rome, 100). CIFANI, Gabriele. Caratteri degli insediamenti rurali nell’Ager Romanus tra 6 e 3 secolo A : C. In: Papers from the EAA 3rd Annual Meeting at Ravenna 1997. Volume 2. Classical and medieval. Oxford: Archaeopress, 1998. CIFANI, Gabriele. La documentazione archeologica relativa alle mura di età arcaica a Roma. Mitteilungen des Deutschen Archaeologischen Instituts. Römische Abteilung, v. 105, p. 359–389, 1997. CIFANI, Gabriele; OPTIZ, Rachel; STODDART, Simon K. F. Mapping the ager faliscus road system: the contribution of LiDAR survey. Journal of Roman Archaeology, v. 20, 2007. CLAPHAM, J. H. An Economic History of Modern Britain, 1820-1850. Cambridge: Cambridge University Press, 1939. CLOUD, Duncan. Roman poetry and anti-militarism. In: RICH, John; SHIPLEY, Graham (Orgs.). War and Society in the Roman World. London: Routledge, 2002. COARELLI, Filippo. Demografia e territorio. In: MOMIGLIANO, Arnaldo; SCHIAVONE, Aldo (Orgs.). Storia di Roma I: Roma in Italia. Torino: G. Einaudi, 1988. COARELLI, Filippo. Guida Archeologica Di Roma. [s.l.]: Arnoldo Mondadori, 1974. COARELLI, Filippo. Il Campo Marzio: dalle origini alla fine della Repubblica. [s.l.]: Quasar, 1997. COARELLI, Filippo. Il Foro Boario: Dalle origini alla fine della Repubblica. Roma: Quasar, 1988. COCCIA, S. et al. Settlement History, Environment and Human Exploitation of an Intermontane Basin in the Central Apennines: The Rieti Survey 1988-1991, Part I. Papers of the British School at Rome, v. 60, p. 213–289, 1992. COCCIA, S. et al. Settlement History, Environment and Human Exploitation of an Intermontane Basin in the Central Apennines: The Rieti Survey 1988-1991, Part

273 II. Land-Use Patterns and Gazetteer. Papers of the British School at Rome, v. 63, p. 105–158, 1995. COLINI, Antonio Maria. L’area sacra di Sant’Omobono. Bollettino comunale archeologico municipale di Roma, v. 68, p. 75–76, 1940. COLONNA, Giovanni (Org.). Crise et transformation des sociétés archaïques de l’Italie antique au Ve siècle: J.-C. Actes de la table ronde de Rome (19-21 novembre 1987). Roma: Ecole Française de Rome, 1990. CONGOST, Rosa. Tierras, leyes, historia: estudios sobre “la gran obra de la propiedad”. Barcelona: Editorial Critica, 2007. CORASSIN, Maria Luiza. A Reforma agraria na roma antiga. [s.l.]: Brasiliense, 1988. CORNELL, Tim. The Beginnings of Rome: Italy and Rome from the Bronze Age to the Punic Wars (c.1000–264 BC). London; New York: Routledge, 1995. CORNELL, Tim. The City of Rome in the Middle Republic. In: COULSTON, J. C.; DODGE, Hazel (Orgs.). Ancient Rome: The Archaeology of the Eternal City. [s.l.]: Oxford University School of Archaeology, 2000. CORNELL, T. J. Principes of Tarquinia. The Journal of Roman Studies, v. 68, p. 167– 173, 1978. CORRÊA, Roberto Lobato. Região e organização espacial. [s.l.]: Editora Ática, 1986. COTTON, M. Aylwin; ARTS, New York University Institute of Fine. The late Republican villa at Posto Francolise. [s.l.]: British School at Rome, 1979. COTTON, M. Aylwin; MÉTRAUX, Guy P. R. The San Rocco villa at Francolise. [s.l.]: British School at Rome, 1985. COTTON, Molly Alwin. Una villa ed un grande edificio romani lungo la via Gabina. In: Archeologia laziale II : secondo incontro di studio del Comitato per l’archeologia laziale. Roma: Consiglio nazionale delle ricerche, 1979. (Quaderni del Centro di studio per l’archeologia etrusco-italica ;). CRADDOCK, P. Early metal mining and production. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1995. CRAWFORD, Michael H. La storia della colonizzazione romana secondo i romani. In: STORCHI MARINO, Alfredina (Org.). L’incidenza dell’antico: studi in memoria di Ettore Lepore. Volume primo. Napoli: Luciano, 1995. CRAWFORD, Michael H. (Org.). Roman statutes. London: Institute of Classical Studies, School of Advanced Study, University of London, 1996. (Bulletin (University of London. Institute of Classical Studies), 64).

274 CRAWFORD, Michael Hewson. Coinage and Money Under the Roman Republic: Italy and the Mediterranean Economy. [s.l.]: University of California Press, 1985. CRISTOFANI, Mauro (Org.). La grande Roma dei Tarquini. [s.l.]: “L’Erma” di Bretschneider, 1990. CROOK, J.A. Patria Potestas. Classical Quaterly, v. 17, p. 113–22, 1967. CURTIN, Philip D. The Rise and Fall of the Plantation Complex: Essays in Atlantic History. [s.l.]: Cambridge University Press, 1998. CURTIS, Daniel. Is there an “agro-town” model for Southern Italy? Exploring the diverse roots and development of the agro-town structure through a comparative case study in Apulia. Continuity and Change, v. 28, n. 03, p. 377–419, 2013. DALBY, Andrew. Food in the Ancient World from A to Z. [s.l.]: Routledge, 2013. D’ALESSIO, Maria Teresa; DI GIUSEPPE, Helga. La villa dell’Auditorium a Roma tra sacro e profano. In: FRIZELL, Barbro Santillo; KLYNNE, Allan (Orgs.). Roman Villas Around the Urbs: Interaction with Landscape and Environment : Proceedings of a Conference at the Swedish Institute in Rome, September 1718, 2004. Roma: Swedish Institute in Rome, 2005. DAVIES, Penelope J.E. The Archaeology of Mid-Republican Rome: the Emergence of a Mediterranean capital. In: EVANS, Jane DeRose (Org.). A Companion to the Archaeology of the Roman Republic. Chichester, West Sussex ; Malden, MA: John Wiley & Sons, 2013. DE BOE, G. Villa romana in località “Posta Crusta”. Rapporto provvisorio sulle campagne di scavo 1972 e 1973. Notizie degli scavi di antichità, v. 39, 1975. DE HAAS, Tymon. Beyond dots on the map: intensive survey data and the interpretation of small sites and off-site interpretation. In: ATTEMA, Peter; SCHÖRNER, Günther. Comparative issues in the archaeology of the roman rural landscape: site classification between survey, excavation and historical categories. Portsmouth, Rhode Island: Journal of Roman Archaeology, 2012. (Journal of Roman archaeology Supplementary series, 88). DE HAAS, Tymon. Fields, farms and colonists: intensive field survey and early Roman colonization in the Pontine region, central Italy. Eelde: Barkhuis, 2011. (Groningen archaeological studies, v. 15).

275 DELANO-SMITH, Catherine et al. Luni and the “Ager Lunensis” the Rise and Fall of a Roman Town and Its Territory. Papers of the British School at Rome, v. 54, p. 81–146, 1986. DE LIGT, Luuk. Fairs and markets in the Roman Empire: economic and social aspects of periodic trade in a pre-industrial society. Amsterdam: Gieben, 1993. (Dutch monographs on ancient history and archaeology, v. 11). DE LIGT, Luuk. Studies in legal and agrarian history II: tenancy under the Republic. Athenaeum, v. 88, p. 377–391, 2000. DELLA CORTE, M. Altra Villa rustica, scavata dal sig. cav. Carlo Rossi-Filangieri nel fondo di Raffaele Brancaccio, nella stessa contrada Civita Giuliana (Comune di Boscoreale) nei mesi di gennaio a marzo 1904. Notizie degli scavi di antichità, v. 18, p. 423–426, 1921. DE MAN, Adriaan. Expansão na Itália: das Guerras Samnitas ao controlo da Itália. In: BRANDÃO, José Luis; OLIVEIRA, Francisco de (Orgs.). História de Roma Antiga. Volume 1: das origens à morte de César. Coimbra: Imprensa universitária de Coimbra, 2015. DENCH, Emma. Romulus’ Asylum: Roman Identities from the Age of Alexander to the Age of Hadrian. [s.l.]: OUP Oxford, 2005. DE NEEVE, Philip W. Colonus: Private Farm-tenancy in Roman Italy During the Republic and the Early Principate. Leiden ; Boston: Brill, 1984. DE SANCTIS, Gaetano. Storia dei Romani, vols. I-II: La conquista del primato in Italia.

Torino:

Fratelli

Bocca,

1907.

Disponível

em:

. Acesso em: 20 fev. 2016. DE SENA, Eric. An assessment of wine and oil production in Rome`s hinterland: ceramic, literary, art historical and modern evidence. In: FRIZELL, Barbro Santillo; KLYNNE, Allan (Orgs.). Roman Villas Around the Urbs: Interaction with Landscape and Environment : Proceedings of a Conference at the Swedish Institute in Rome, September 17-18, 2004. Roma: Swedish Institute in Rome, 2005. DETIENNE, Marcel. Os Gregos e nós. São Paulo: Loyola, 2008. DEVELIN, R. Comitia tributa plebis. Athenaeum, v. 53, p. 302–337, 1975. DI GENNARO, Francesco et al. Nepi and territory: 1200 BC - 400 AD. In: COARELLI, Filippo; PATTERSON, Helen (Orgs.). Mercator placidissimus: the Tiber

276 Valley in antiquity: new research in the upper and middle river valley: Rome, 27-28 February 2004. Roma: Quasar, 2008. (Quaderni di Eutopia, 8). DI GIUSEPPE, Helga. Assetti territoriali nella media valle del tevere dall’epoca orientalizzante a quella repubblicana. In: COARELLI, Filippo; PATTERSON, Helen. Mercator placidissimus: the Tiber Valley in antiquity: new research in the upper and middle river valley: Rome, 27-28 February 2004. Roma: Quasar, 2008. (Quaderni di Eutopia, 8). DI GIUSEPPE, Helga. Black-gloss ware in Italy: production management and local histories. Oxford: Archaeopress, 2012. (BAR international series, 2335). DI GIUSEPPE, Helga. Lanifici e strumenti della produzione nell’Italia centromeridionale. In: BUSANA, Maria Stella; BASSO, Patrizia (Orgs.). La lanna nella cisalpina romana: economia e società. Padova: Padova University Press, 2012. DI GIUSEPPE, Helga. South Etruria Survey: la ceramica a vernice nera nella media valle del Tevere. In: COARELLI, Filippo; PATTERSON, Helen (Orgs.). Mercator placidissimus: the Tiber Valley in antiquity: new research in the upper and middle river valley: Rome, 27-28 February 2004. Roma: Quasar, 2008. (Quaderni di Eutopia, 8). DI GIUSEPPE, Helga. Villae, villullae e fattorie nella Media Valle Del Tevere. In: FRIZELL, Barbro Santillo; KLYNNE, Allan (Orgs.). Roman Villas Around the Urbs: Interaction with Landscape and Environment : Proceedings of a Conference at the Swedish Institute in Rome, September 17-18, 2004. Roma: Swedish Institute in Rome, 2005. DI GIUSEPPE, Helga; BOUSQUET, Alessandra; ZAMPINI, Sabrina. Produzione, circolazione e uso della ceramica lungo il Tevere in epoca Repubblicana. In: COARELLI, Filippo; PATTERSON, Helen (Orgs.). Mercator placidissimus: the Tiber Valley in antiquity: new research in the upper and middle river valley: Rome, 27-28 February 2004. Roma: Quasar, 2008. (Quaderni di Eutopia, 8). DI MATTEO, Federico. Anguillara Sabazia (Roma) - località “Campo La Noce”. Una fattoria en l’Ager Veientanus. Fasti Online Documents & Research - The Journal of Fasti Online, v. 49, 2005. DIXON, Suzanne. The Roman Family. [s.l.]: JHU Press, 1992.

277 DOSSEY, Leslie. Peasant and Empire in Christian North Africa. Berkeley: University of California Press, 2010. DUCREY, Pierre. Guerre et guerriers dans la Grèce antique. 2a. ed. Paris: Office du livre, 1999. DUMONT, Jean C. Servus: Rome et l’esclavage sous la République. Roma: École Française de Rome, 1987. DUMONT, Jean Christian. La villa esclavagiste ? Topoi, v. 9, n. 1, 1999. DUNCAN, Guy; REYNOLDS, J. M. Sutri (Sutrium): (Notes on Southern Etruria, 3). Papers of the British School at Rome, v. 26, p. 63–134, 1958. DUNCAN-JONES, R. Economy of the Roman Empire. Cambridge: Cambridge University Press, 1974. DYSON, Stephen L. Community and Society in Roman Italy. Baltimore: John Hopkins University Press, 1992. DYSON, Stephen L. Settlement Patterns in the Ager Cosanus: The Wesleyan University Survey, 1974-1976. Journal of Field Archaeology, v. 5, n. 3, p. 251–268, 1978. EDMONDSON, J.C. Dynamic Arenas: gladiatorial presentations in the City of Rome and the Construction of Roman Cociety during the Early Empire. In: SLATER, William J. (Org.). Roman Theater and Society: E. Togo Salmon Papers I. [s.l.]: University of Michigan Press, 1996. EGELHAAF-GAISER, Ulrike. Roman cult sites: a pragmatic approach. In: RÜPKE, Jörg (Org.). A Companion to Roman Religion. [s.l.]: John Wiley & Sons, 2011. EIGHMY, Thomas H. Rural Periodic Markets and the Extension of an Urban System: A Western Nigeria Example. Economic Geography, v. 48, n. 3, p. 299–315, 1972. ENGELS, Donald. Roman Corinth: An Alternative Model for the Classical City. [s.l.]: University of Chicago Press, 1990. ENGELS, Friedrich. Sobre a questão da moradia. São Paulo: Boitempo Editorial, 2015. ERDKAMP, Paul. Agriculture, underemployment, and the cost of rural labour in the Roman world. The Classical Quarterly (New Series), v. 49, n. 02, p. 556–572, 1999. ERDKAMP, Paul. Hunger and the sword: warfare and food supply in Roman republican wars (264-30 B.C.). Amsterdam: J.C. Gieben, 1998. (Dutch monographs on ancient history and archaeology, 20).

278 ERDKAMP, Paul. Seasonal labour and rural-urban migration in Roman Italy. In: LIGT, Luuk de; TACOMA, Laurens E. (Orgs.). Migration and Mobility in the Early Roman Empire. Leiden: Brill, 2015. ERDKAMP, Paul. The grain market in the Roman Empire: a social, political and economic study. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. ERDKAMP, Paul P. M. Beyond the Limits of the “Consumer City”. A Model of the Urban and Rural Economy in the Roman World. Historia: Zeitschrift für Alte Geschichte, v. 50, n. 3, p. 332–356, 2001. EVANS, John. Plebs Rustica: The Peasantry of Classical Italy. American Journal of Ancient History, v. 5, 1980. EVANS, Susan; GOULD, Peter. Settlement models in archaeology. Journal of Anthropological Archaeology, v. 1, n. 3, p. 275–304, 1982. FAVERSANI, Fábio. Estado e sociedade no Alto Império Romano. Um estudo das obras de Sêneca. Ouro Preto: Editora Ufop, 2012. FAVERSANI, Fábio. O Estado Imperial e os pequenos impérios. História (São Paulo), v. 26, n. 1, p. 53–62, 2007. FAVERSANI, Fábio; JOLY, Fabio Duarte. Expansão na Itália: da Liga Latina ao saque de Roma. In: BRANDÃO, José Luis; OLIVEIRA, Francisco de (Orgs.). História de Roma Antiga. Volume 1: das origens à morte de César. Coimbra: Imprensa universitária de Coimbra, 2015. FEINSTEIN, Charles H. Pessimism Perpetuated: Real Wages and the Standard of Living in Britain during and after the Industrial Revolution. The Journal of Economic History, v. 58, n. 3, p. 625–658, 1998. FEJFER, Jane. Roman Portraits in Context. [s.l.]: Walter de Gruyter, 2008. FENOALTEA, Stefano. Slavery and Supervision in Comparative Perspective: A Model. The Journal of Economic History, v. 44, n. 03, p. 635–668, 1984. FENTRESS, Elizabeth. Frank Brown, Cosa and the idea of Roman City. In: FENTRESS, Elizabeth; ALCOCK, Susan E. Romanization and the city: creation, transformations, and failures: proceedings of a conference held at the American Academy in Rome to celebrate the 50th anniversaryof the excavations at Cosa, 14-16 May, 1998. Portsmouth, R.I: Journal of Roman Archaeology, 2000, p. Romanization and the city. FENTRESS, Elizabeth. Peopling the countryside: Roman demography in the Albegna valley and Jerba. In: BOWMAN, Alan K.; WILSON, Andrew (Orgs.).

279 Quantifying the Roman economy: methods and problems. Oxford: Oxford University Press, 2009. (Oxford studies on the Roman economy). FENTRESS, Elizabeth. Roman Republican Villas: Architecture, Context and Ideology (Book Review). American Journal of Archaeology, v. 117, n. 3, 2013. FENTRESS, Elizabeth. Strangers in the city: élite communication in the Hellenistic central Mediterranean. In: PRAG, Jonathan R. W.; QUINN, Josephine Crawley (Orgs.). The Hellenistic West. Cambridge: Cambridge University Press, 2013. FENTRESS, Elizabeth. What are we counting for? In: FRANCOVICH, Riccardo; PATTERSON,

Helen

(Orgs.).

Extracting

meaning

from

ploughsoil

assemblages. Oxford: Oxbow, 2000. (The archaeology of Mediterranean landscapes - POPULUS Project, 5). FENTRESS, Elizabeth; DOCTER, Roald F. North Africa: rural settelement and Agricultural Production. In: DOMMELEN, Peter Alexander René van; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.). Rural landscapes of the Punic world. London: Equinox, 2008. (Monographs in Mediterranean archaeology, 11). FINLEY, M. I. The Ancient City: From Fustel de Coulanges to Max Weber and Beyond. Comparative Studies in Society and History, v. 19, n. 03, p. 305–327, 1977. FINLEY, Moses I. A Economia antiga. Lisboa: Afrontamento, 1986. FINLEY, Moses I. Escravidão Antiga e Ideologia Moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1991. FINLEY, Moses I. Generalizações em História Antiga. In: Uso e abuso da história. São Paulo: Martins Fontes, 1989. FIRMATI, Marco. New Data from the Fortified Settlement of Ghiaccio Forte in the Albegna Valley. Etruscan Studies, v. 9, 2002. FIRTH, Raymond; YAMEY, B. S. Capital, Saving and Credit in Peasant Societies: Studies from Asia, Oceania, the Caribbean and Middle America. London: Routledge, 2013. FORSYTHE, Gary. A Critical History of Early Rome: From Prehistory to the First Punic War. [s.l.]: University of California Press, 2006. FORSYTHE, Gary. The Army and Centuriate Organization in Early Rome. In: ERDKAMP, Paul (Org.). A Companion to the Roman Army. [s.l.]: John Wiley & Sons, 2011.

280 FOSTER, George. Introduction: What is a peasant? In: POTTER, Jack; DIAZ, May; FOSTER, George (Orgs.). Peasant society: a reader. Boston: Little, Brown and Company, 1967. FOXHALL, Lin. Farming and fighting in ancient Greece. In: RICH, John; SHIPLEY, Graham (Orgs.). War and Society in the Greek World. [s.l.]: Routledge, 1993. FOXHALL, Lin. Olive Cultivation in Ancient Greece: Seeking the Ancient Economy. Oxford: Oxford University Press, 2007. FOXHALL, Lin; JONES, Martin; FORBES, Hamish. Human ecology and the classical landscape. In: ALCOCK, Susan E.; OSBORNE, Robin (Orgs.). Classical archaeology. 2. ed. Chichester, West Sussex ; Malden, MA: Wiley-Blackwell, 2012. (Blackwell studies in global archaeology, 10). FRANCESCHINI, Marina De. Ville dell’Agro romano. [s.l.]: L’ERMA di BRETSCHNEIDER, 2005. FRANK, Tenney. An Economic History of Rome. [s.l.]: Cosimo, Inc., 2006. FRAYN, Joan M. Markets and fairs in Roman Italy: their social and economic importance from the second century BC to the third century AD. Oxford: Clarendon, 1993. FRAYN, Joan M. Subsistence farming in Roman Italy. London: Centaur Press, 1979. FRAZER, Alfred. Introduction. In: FRAZER, Alfred (Org.). The Roman Villa: Villa Urbana. [s.l.]: UPenn Museum of Archaeology, 1998. FREDERIKSEN, Martin. Campania. London: British School at Rome, 1984. FREDERIKSEN, Martin. The contribution of Archaeology to the Agrarian Problem in the Gracchan Period. Dialoghi di Archaeologia, v. VI-V, n. 2-3, 1970. FREDERIKSEN, M. W.; PERKINS, J. B. Ward. The Ancient Road Systems of the Central and Northern Ager Faliscus. (Notes on Southern Etruria, 2). Papers of the British School at Rome (New Series Volume 12), v. 25, p. 67–203, 1957. FULMINANTE, Francesca. The Urbanisation of Rome and Latium Vetus: From the Bronze Age to the Archaic Era. Cambridge: Cambridge University Press, 2014. FUSTEL DE COULANGES, Numa Denis. A cidade antiga. São Paulo: Martins Fontes, 2004. GABBA, Emilio. La Roma dei Tarquini. Antiquity, v. 86, p. 5–12, 1998. GABBA, Emilio. Roma arcaica: storia e storiografia. [s.l.]: Ed. di Storia e Letteratura, 2000.

281 GALLANT, Thomas W. Risk and Survival in Ancient Greece: Reconstructing the Rural Domestic Economy. [s.l.]: Stanford University Press, 1991. GALLANT, T. W. Agricultural Systems, Land Tenure, and the Reforms of Solon. Annual of the British School at Athens, v. 77, p. 111–124, 1982. GALLEGO, Julián. Campesinos en la ciudad. [s.l.]: Ediciones del Signo, 2005. GALT, Anthony H. Far from the Church Bells: Settlement and Society in an Apulian Town. Cambridge ; New York: Cambridge University Press, 1991. GARCIA MACGAW, Carlos. A economia escravista romana. Reflexões sobre conceitos e questões de números na historiografia do escravismo. In: BASTOS, Mário Jorge et al (Orgs.). O précapitalismo em perspectiva. Estudos em Homenagem ao prof. Ciro F.S. Cardoso. Rio de Janeiro: Ítaca, 2015. GARCIA MACGAW, Carlos. The Slave Roman Economy and the Plantation System. In: GRACA, Laura; ZINGARELLI (Orgs.). Studies on Pre-Capitalist Modes of Production. Leiden: Brill, 2015. GARGOLA, Daniel. Lands, Laws, and Gods: Magistrates and Ceremony in the regulation of public lands in Republican Rome. Chapel Hill; London: The University of North Carolina Press, 1995. GARLAN, Yvon. Slavery in Ancient Greece. [s.l.]: Cornell University Press, 1988. GARLAN, Yvon. War and Siegecraft. In: WALBANK, F. W. et al (Orgs.). The Cambridge Ancient History. Volume 7, Part 1, The Hellenistic World. Cambridge ; New York: Cambridge University Press, 1982. GARLAN, Yvon. Warfare. In: LEWIS, D. M. et al (Orgs.). The Cambridge Ancient History. Volume 6, 4th century. [s.l.]: Cambridge University Press, 1994. GARLAN, Yvon. War in the Ancient World: A Social History. [s.l.]: W. W. Norton, Incorporated, 1976. GARNSEY, Peter. Cities, peasants and food in classical antiquity: essays in social and economic history. Cambridge: Cambridge University Press, 1998. GARNSEY, Peter. Famine and Food Supply in the Graeco-Roman World: Responses to Risk and Crisis. Cambridge: Cambridge University Press, 1989. GARNSEY, Peter. Food and Society in Classical Antiquity. Cambridge: Cambridge University Press, 1999. GARNSEY, Peter. Ideas of Slavery from Aristotle to Augustine. [s.l.]: Cambridge University Press, 1996.

282 GARNSEY, Peter. Non-slave labour in the Greco-Roman world. Cambridge: Cambridge Philological Society, 1980. GARNSEY, Peter. Where did Italian peasants live? In: Cities, Peasants and Food in Classical Antiquity: essays in social and economic history. Cambridge: Cambridge University Press, 1998. GARNSEY, Peter. Where did Italian peasants live? The Cambridge Classical Journal (New Series), v. 25, p. 1–25, 1979. GARNSEY, Peter; SALLER, Richard P. The Roman empire: economy, society and culture. London: Duckworth, 1987. GARRABOU SEGURA, Ramón. Revolución o revoluciones agrarias en el siglo XIX: su difusión en el mundo mediterráneo. In: SÁNCHEZ PICÓN, Andrés (Org.). Agriculturas mediterráneas y mundo campesino: cambios históricos y retos actuales : actas de las Jornadas de Historia Agraria : Almería, 19-23 de abril de 1993. [s.l.: s.n.], 1994, p. 95–109. GHISLENI, Mariaelena. Carta Archeologica della Provincia di Grosseto: Commune di Cinigiano. Dinamiche insediative e di potere fra V e XI secolo nella bassa val d’Orcia e nella media valle dell’Ombrone. Tese de Doutorado, Universitá degli Studi di Siena. Dipartimento di Archeologia e Storia delle Arti., Siena, 2010. GHISLENI, Mariaelena et al. Excavating the Roman Peasant I: Excavations at Pievina (GR). Papers of the British School at Rome, v. 79, p. 95–145, 2011. GIBBINS, David. Shipwrecks and Hellenistic trade. In: ARCHIBALD, Zofia H. et al (Orgs.). Hellenistic Economies. London: Taylor & Francis, 2000. GIUSEPPE, Helga di et al. The Sabinensis Ager Revisited: A Field Survey in the Sabina Tiberina. Papers of the British School at Rome, v. 70, p. 99–149, 2002. GIUSEPPE, Helga di et al. The Sabinensis Ager Revisited: A Field Survey in the Sabina Tiberina. Papers of the British School at Rome, v. 70, p. 99–149, 2002. GODELIER, Maurice. The Mental and the Material. Thought Economy and Society. London ; New York: Verso, 1986. GOFF, Jacques Le. O apogeu da cidade medieval. [s.l.]: Matins Fontes, 1992. GÓMEZ BELLARD, Carlos. Ibiza: the making of new landscape. In: VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.). Rural landscapes of the Punic world. London: Equinox, 2008. (Monographs in Mediterranean archaeology, 11).

283 GOODCHILD, Helen. Agriculture and the Environment of Republican Italy. In: EVANS, Jane DeRose (Org.). A Companion to the Archaeology of the Roman Republic. Chichester, West Sussex ; Malden, MA: John Wiley & Sons, 2013. GOUDINEAU,

Christian;

LEVEAU,

Philippe.

La

ville

antique,

«ville

de

consommation» ? Parasitisme social et économie antique [Avec une réponse de Christian Goudineau]. Études rurales, v. 89, n. 1, p. 275–289, 1983. GRAEBER, David. Debt: The First 5,000 Years. [s.l.]: Melville House, 2012. GREENE, Kevin. Pots and Plots in Roman Britain. In: ALDHOUSE-GREEN, Miranda Jane; WEBSTER, Peter (Orgs.). Artefacts and Archaeology: Aspects of the Celtic and Roman World. Cardiff: University of Wales Press, 2002. GREENE, Kevin. The Archaeology of the Roman Economy. [s.l.]: University of California Press, 1990. GREGORY, Chris A. Gifts and Commodities. [s.l.]: Academic Press, 1982. GRIGG, D. B. The Agricultural Systems of the World: An Evolutionary Approach. Cambridge: Cambridge University Press, 1974. GRIMAL, Pierre. Les maisons à tour hellénistiques et romaines. Mélanges d’archéologie et d’histoire, v. 56, n. 1, p. 28–59, 1939. GRUPO

KRISIS.

Manifesto

contra

o

trabalho.

Disponível

.

Acesso

em: em:

8 jan. 2016. GUARINELLO. Modelos teóricos sobre a Cidade no Mediterrâneo Antigo. In: FLORENZANO, Maria Beatriz; HIRATA, Elaine Farias Veloso (Orgs.). Estudos sobre a cidade antiga. São Paulo: EDUSP, 2009, p. 109–119. GUARINELLO, Norberto Luiz. História Antiga. São Paulo: Contexto, 2013. GUARINELLO, Norberto Luiz. Ordem, integração e fronteiras no Império Romano: um ensaio. Mare Nostrum, v. 1, 2010. GUARINELLO, Norberto Luiz. Ruínas de uma Paisagem. Arqueologia das casas de fazenda da Itália Antiga (VIII a.C.-II d.C.). Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993. GUARINELLO, Norberto Luiz. Uma Morfologia da História: As Formas da História Antiga. Politeia: História e Sociedade, v. 3, n. 1, 2010. HAAS, T. C. A. de; ATTEMA, P. a. J.; TOL, G. W. Polygonal masonry platform sites in the Lepine mountains (Pontine Region, Lazio, Italy). Palaeohistoria, v. 54, n. 0, p. 195–282, 2015.

284 HAESBAERT, Rogério. Região, diversidade territorial e globalização. Geographia, v. 1, n. 1, 1999. HAESBAERT, Rogério. Regional-global: dilemas da região e da regionalização na geografia contemporânea. [s.l.]: Bertrand Brazil, 2010. HALSTEAD, Paul. Traditional and Ancient rural economy in Mediterranean Europe: plus ça change? In: SCHEIDEL, Walter; REDEN, Sitta von (Orgs.). The Ancient Economy. London: Routledge, 2012. HANSEN, Mogens Herman. The concept of the Consumption City applied to the Greek Polis. In: NIELSEN, Thomas Heine (Org.). Once Again: Studies in the Ancient Greek Polis. [s.l.]: Franz Steiner Verlag, 2004. HANSON, Victor Davis. Warfare and Agriculture in Classical Greece. [s.l.]: University of California Press, 1998. HARRIS, William (Org.). The Ancient Mediterranean Environment between Science and History. Leiden ; Boston: BRILL, 2013. HARRIS, William V. Defining and detecting Mediterranean deforestation, 800 BCE 700 CE. In: HARRIS, William (Org.). The Ancient Mediterranean Environment between Science and History. Leiden ; Boston: BRILL, 2013. HARRIS, William V. Rome in Etruria and Umbria. Oxford: Clarendon Press, 1971. HARRIS, William Vernon. Rethinking the Mediterranean. [s.l.]: Oxford University Press, 2005. HARRIS, William Vernon. The Mediterranean and Ancient History. In: HARRIS, William Vernon (Org.). Rethinking the Mediterranean. Oxford: Oxford University Press, 2005. HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. [s.l.]: Annablume, 2005. HARVEY, David. O trabalho, o capital e o conflito de classes em torno do ambiente construído nas sociedades capitalistas avançadas. Revista espaço e debates, v. 6, 1982. HAVERFIELD, Francis. The Romanization of Roman Britain. [s.l.]: HardPress, 2012. HAYES, J. W.; MARTINI, I. P. (Orgs.). Archaeological survey in the lower Liri valley, central Italy under the direction of Edith Mary Wightman. Oxford: Tempus Reperatum, 1994. (BAR, 595). HAYES, P. P. Models for the distribution of pottery around former agricultural settlements.

In:

SCHOFIELD,

A.

J.

Interpreting

artefact

scatters:

285 contributions to ploughzone archaeology. Oxford: Oxbow, 1991, p. 81–92. (Oxbow monograph, 4). HAYWOOD, Richard M. Some Traces of Serfdom in Cicero’s Day. The American Journal of Philology, v. 54, n. 2, p. 145–153, 1933. HEITLAND, William Emerton. Agricola: A Study of Agriculture and Rustic Life in the Greco-Roman World from the Point of View of Labour. Cambridge: Cambridge University Press, 2011. HEMPHILL, P. The Cassia-Clodia Survey. Papers of the British School at Rome, v. 43, p. 118–172, 1975. HENDERSON, John. The Roman Book of Gardening. New Ed edition. London ; New York: Routledge, 2004. HERMON, Ella. Habiter et partager les terres avant les Gracques. Rome: École française de Rome, 2001. HESPANHA, António Manuel. Caleidoscópio do antigo regime. [s.l.]: Alameda, 2012. HEURGON, Jacques. Daily Life of the Etruscans. London: Weidenfeld, 1964. HILTON, Rodney. Class Conflict and the Crisis of Feudalism: Essays in Medieval Social History. [s.l.]: Bloomsbury Academic, 1985. HILTON, Rodney. Medieval peasants: Any lessons? The Journal of Peasant Studies, v. 1, n. 2, p. 207–219, 1974. HINGLEY, Richard. Globalizing Roman Culture: Unity, Diversity and Empire. [s.l.]: Psychology Press, 2005. HINGLEY, Richard. O Imperialismo romano: novas perspectivas a partir da Bretanha. São Paulo: Annablume, 2010. HIN, Saskia. Counting Romans. In: DE LIGT, Luuk; NORTHWOOD, Simon (Orgs.). People,

land,

and

politics:

demographic

developments

and

the

transformation of Roman Italy 300 BC-AD 14. Leiden ; Boston: Brill, 2008. (Mnemosyne. Supplements, 303). HIN, Saskia. The Demography of Roman Italy. [s.l.]: Cambridge University Press, 2013. HOBSBAWM, E. J. The British Standard of Living 1790-1850. The Economic History Review, v. 10, n. 1, p. 46–68, 1957. (New Series). HOBSBAWM, Eric J. A era das revoluções: Europa, 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009. HOBSBAWM, Eric J. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

286 HODGE, A. Trevor. Aqueducts and Water Supply. In: EVANS, Jane DeRose (Org.). A Companion to the Archaeology of the Roman Republic. Chichester, West Sussex ; Malden, MA: John Wiley & Sons, 2013. HODKINSON, Stephen. Spartiates, helots and the direction of the agrarian economy: toward an understanding of helotage in comparative perspective. In: KATSARI, Constantina; DAL LAGO, Enrico (Orgs.). Slave Systems: ancient and modern. Cambridge: Cambridge University Press, 2008. HOLLOWAY, Ross R. The Archaeology of Early Rome and Latium. [s.l.]: Routledge, 2014. HONORÉ, Tony. Law in the Crisis of Empire, 379-455 AD: The Theodosian Dynasty and Its Quaestors with a Palingenesia of Laws of the Dynasty. [s.l.]: Clarendon Press, 1998. HOPKINS, John N. The Capitoline temple and the effects of monumentality on Roman temple design. In: THOMAS, Michael; MEYERS, Gretchen E. (Orgs.). Monumentality in Etruscan and Early Roman Architecture: Ideology and Innovation. [s.l.]: University of Texas Press, 2012. HOPKINS, John N. The Cloaca Maxima and the monumental manipulation of water in Archaic Rome. The waters of Rome, v. 4, 2007. HOPKINS, John N. The colossal temple of Jupiter Optimus Maximus in Archaic Rome. In: CAMPOREALE, Stefano (Org.). Arqueología de la construcción II: Los procesos constructivos en el mundo romano: Italia y provincias occidentales. Madri: Editorial CSIC - CSIC Press, 2012. HOPKINS, Keith. Conquerors and slaves. Cambridge: Cambridge University Press, 1978. (Sociological studies in Roman history, v. 1). HOPKINS, Keith. Taxes and Trade in the Roman Empire (200 B.C.–A.D. 400). The Journal of Roman Studies, v. 70, p. 101–125, 1980. HORDEN, Peregrine; KINOSHITA, Sharon. A Companion to Mediterranean History. [s.l.]: John Wiley & Sons, 2014. HORDEN, Peregrine; PURCELL, Nicholas. The Corrupting Sea: A Study of Mediterranean History. Oxford: Blackwell, 2000. HORSFALL, Nicholas. Illusion and Reality in Latin Topographical Writing. Greece & Rome, v. 32, n. 2, p. 197–208, 1985.

287 HUEBNER, Sabine. Household composition in the Ancient Mediterranean - What do we really know? In: RAWSON, Beryl (Org.). A Companion to Families in the Greek and Roman Worlds. Oxford: John Wiley & Sons, 2010. HUMBERT, Michel. “Municipium” et “civitas sine suffragio” l’organisation de la conquête jusqu’à la guerre sociale. [Rome]: École française de Rome, 1978. HUMPHRIES, Mark. Review: Frank Sear, Roman Architecture. T.J. Smith, Roman Villas. Classics Ireland, v. 8, p. 147–151, 2001. IKEGUCHI, Mamoru. A method for interpreting and comparing field survey data. In: BANG, Peter F.; IKEGUCHI, Mamoru; ZICHE, Harmut G. (Orgs.). Ancient economies, modern methodologies: archaeology, comparative history, models and institutions. Bari: Edipuglia, 2006. (Pragmateiai, 12). ISAGER, Signe; SKYDSGAARD, Jens Erik. Ancient Greek Agriculture: An Introduction. London: Routledge, 2001. IZZET, Vedia. Tuscan order: the development of Etruscan Sanctuary architecture. In: BISPHAM, Edward; SMITH, Christopher John (Orgs.). Religion in archaic and republican Rome and Italy: evidence and experience. Edinburgh: Edinburgh University Press, 2000. JAMESON, Michael H. Agriculture and Slavery in Classical Athens. The Classical Journal, v. 73, n. 2, p. 122–145, 1978. JARDÉ, A. Les Céréales dans l’antiquité grecque. Paris: [s.n.], 1925. JEFFERY, Lilian Hamilton. The Local Scripts of Archaic Greece: A Study of the Origin of the Greek Alphabet and Its Development from the Eighth to the Fifth Centuries B.C. [s.l.]: Clarendon Press, 1990. JOHANNOWSKY. Problemi archeologici campani. Rendiconti della Accademia di archeologia, lettere e belle arti, v. 50, p. 3–38, 1975. JOHANNOWSKY, Werner. Dal Tifata al Massico: scritti sulla Campania settentrionale (1961-2000). Capua: Direzione regionale per i beni culturali e paesaggistici della Campania, 2010. JOHNSTON, David E. Roman Villas. [s.l.]: Osprey Publishing, 2004. JOLY, Fábio Duarte. A escravidão na Roma antiga: política, economia e cultura. [s.l.]: Alameda, 2005. JONES, A. H. M. The Later Roman Empire. Norman: University of Oklahoma Press, 1964.

288 JONES, G. D. B. Capena and the Ager Capenas. Papers of the British School at Rome (New Series Volume 17), v. 30, p. 116–207, 1962. JONES, G. D. B. Capena and the Ager Capenas: Part II. Papers of the British School at Rome (New Series Volume 18), v. 31, p. 100–158, 1963. JONES, G. D. B. Il Tavoliere romano. L’agricoltura romana attraverso l’aereofotografia e lo scavo. Archeologia Classica, v. 32, 1980. JONGMAN, Willem. Re-constucting the Roman Economy. In: NEAL, Larry; WILLIAMSON, Jeffrey G. (Orgs.). The Cambridge History of Capitalism. Cambridge: Cambridge University Press, 2014. JOOLEN, Ester van. Archaeological Land Evaluation: A Reconstruction of the Suitability of Ancient Landscapes for Various Land Uses in Italy Focused on the First Millennium BC. Rijksuniversiteit Groningen, Groningen, 2003. JUDSON, Sheldon; KAHANE, Anne. Underground Drainageways in Southern Etruria and Northern Latium. Papers of the British School at Rome (New Series Volume 18), v. 31, p. 74–99, 1963. JULLIAN, Camille. Histoire de la Gaule. [s.l.]: R. Laffont, le Club français du livre, 1971. KAHANE, Anne; THREIPLAND, Leslie Murray; WARD-PERKINS, John Bryan. The “Ager Veientanus”, North and East of Rome. Papers of the British School at Rome, v. 36, 1968. KEAY, Simon et al. Falerii Novi: A New Survey of the Walled Area. Papers of the British School at Rome, v. 68, p. 1–93, 2000. KEAY, Simon; MILLETT, Martin; STRUTT, Kristian. An Archaeological Survey of Capena (La Civitucola, provincia di Roma). Papers of the British School at Rome, v. 74, p. 73–118, 2006. KEHOE, Dennis P. Investment, Profit, and Tenancy: The Jurists and the Roman Agrarian Economy. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1997. KEHOE, Dennis P. Law and the Rural Economy in the Roman Empire. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2007. KEHOE, Dennis P. The Economics of Agriculture on Roman Imperial Estates in North Africa. [s.l.]: Vandenhoeck & Ruprecht, 1988. KER, James. “Nundinae”: the culture of the Roman week. Phoenix, v. 64, n. 3/4, p. 360– 385, 2010.

289 KILLGROVE, Kristina. Migration and Mobility in Imperial Rome. Tese de Doutorado, University of North Carolina, Chapel Hill, 2010. KLYNNE, Allan. The villa Selvasecca revisited. Opuscula Romana: annual of the Swedish Institute in Rome, v. 31-32, p. 29–58, 2006. KNAPP, Robert. Festus 262L and Praefecturae in Italy. Athenaeum, v. 58, p. 14–38, 1980. KNAUER, Elfried. Wind towers in Roman Wall Paintings? Metropolitan Museum Journal, v. 25, 1990. KNUST, José Ernesto Moura. Senhores de escravos, senhores da razão: Racionalidade Ideológica e a Villa Escravista na República Romana (séculos II-I a.C.). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2011. KNUST, José Ernesto Moura. Um passado romano para um presente capitalista: a economia romana em dois séculos de História Econômica. História e Luta de Classes, n. 14, 2012. KOLENDO, Jerzy. L’agricoltura nell’Italia romana: tecniche agrarie e progresso economico dalla tarda repubblica al principato. [s.l.]: Riuniti, 1980. KRAUS, Christina S. “No Second Troy”: Topoi and Refoundation in Livy, Book V. Transactions of the American Philological Association, v. 124, p. 267–289, 1994. KROEBER, Alfred Louis. Anthropology: race, language, culture, psychology, prehistory. New York: Harcourt, Brace, 1948. KRON, Geoffrey. Roman ley-farming. Journal of Roman Archaeology, v. 13, 2000. KRON, Geoffrey. The Much Maligned Peasant. Comparative perspectives on the productivity of the small farmer in classical antiquity. In: LIGT, Luuk de; NORTHWOOD,

Simon.

People,

land,

and

politics:

demographic

developments and the transformation of Roman Italy 300 BC-AD 14. Leiden: Brill, 2008. (Mnemosyne. Supplements, 303). KULA, Witold. Teoría económica do sistema feudal. [s.l.]: Editorial Presença, 1979. KURZ, Robert. A expropriação do tempo. Folha de São Paulo, 1999. Disponível em: . KUZǏŠCIN, Vasilij Ivanovǐc. La grande proprietà agraria nellʹItalia romana: II sec. a. C.-I sec. [s.l.]: Editori Riuniti, 1984.

290 KUZǏŠCIN, Vasilij Ivanovǐc. L’azienda contadina dell’antica Roma come modello economico. In: BIEŻUŃSKA-MAŁOWIST, Izabela (Org.). Schiavitù e produzione nella Roma repubblicana. Roma: L’Erma di Bretschneider, 1986. LACOSTE, Yves. A geografia: isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Trad. Maria Cecilia Franca. [s.l.]: Papirus, 1997. LAGO, Enrico Dal; KATSARI, Constantina. Slave Systems: Ancient and Modern. [s.l.]: Cambridge University Press, 2008. LAKE, Agnes Kirsopp. The Archaeological Evidence for the “Tuscan Temple”. Memoirs of the American Academy in Rome, v. 12, p. 89–149, 1935. LAMBOGLIA, Nino. Per una classificazione preliminare della ceramica campana. In: Atti del I congresso internazionale di studi liguri (1950). Bordighera: Istituto internazionale di studi liguri, Museo Bicknell, 1952, p. 140–206. LA REGINA, Adriano. Introduzione. In: PIRANOMONTE, Marina (Org.). Il santuario della musica e il bosco sacro di Anna Perenna. [s.l.]: Electa, 2002. LASLETT, Paul; WALL, R. (Orgs.). Household and Family in Past Time. Cambridge: Cambridge University Press, 1972. LASLETT, Peter. The world we have lost. [s.l.]: Scribner, 1973. LATACZ, Joachim. Kampfparänese, Kampfdarstellung und Kampfwirklichkeit in der Ilias, bei Kallinos und Tyrtaios. [s.l.]: C.H.Beck, 1977. LATOUR, Bruno. On the difficulty of being local. Art-e-fact. Strategies of resistance, n. 4, 2005. LAUNARO, Alessandro. Peasants and slaves: the rural population of Roman Italy(200 BC to AD 100). Cambridge: Cambridge University Press, 2011. (Cambridge classical studies). LAURENCE, Ray. Roman Archaeology for Historians. London: Routledge, 2012. LAURENCE, Ray. The Roads of Roman Italy: Mobility and Cultural Change. [s.l.]: Taylor & Francis, 2002. LAWALL, Mark. Consuming the West in the East: Amphoras of the western Mediterranean in the Aegean before 86 BC. In: Old pottery in a new century: innovative perspectives on Roman pottery studies. Catania: [s.n.], 2006. (Monografie delle Istituto per i beni archeologici e monumentali, C.N.R., 1). LEBLANC, Steven A.; REGISTER, Katherine E. Constant Battles: Why We Fight. [s.l.]: St. Martin’s Press, 2004.

291 LEJEUNE, Michel; POUILLOUX, Jean; SOLIER, Yves. Etrusque et ionien archaïques sur un plomb de Pech Maho (Aude). Revue archéologique de Narbonnaise, v. 21, n. 1, p. 19–59, 1988. LE PLAY, Frederic. L’Organisation de La Famille (1871). [s.l.]: Kessinger Publishing, 2009. LEVEAU, Philippe. La ville antique et l’organisation de l’espace rural : villa, ville, village. Annales. Économies, Sociétés, Civilisations, v. 38, n. 4, p. 920–942, 1983. LEVEAU, Philippe. La ville romaine et son espace rural. Contribuition de l’archéologie à la réflexion sur la cité antique. Opus, v. VI-VIII, p. 87–98, 1987. LIGT, Luuk de. Peasants, Citizens and Soldiers: Studies in the Demographic History of Roman Italy 225 BC–AD 100. [s.l.]: Cambridge University Press, 2012. LIGT, Luuk de; TACOMA, Laurens E. (Orgs.). Migration and Mobility in the Early Roman Empire. Leiden: Brill, 2015. LINTOTT, Andrew. The Constitution of the Roman Republic. [s.l.]: Clarendon Press, 1999. LIVERANI, Paolo. L’Ager Veientanus in Età Repubblicana. Papers of the British School at Rome, v. 52, p. 36–48, 1984. LLOYD, John. Farming the highlands: Samnium and Arcadia in the Hellenistic and Early Roman Imperial periods. In: BARKER, Graeme; LLOYD, John (Orgs.). Roman landscapes: archaeological survey in the Mediterranean region. London: British School at Rome, 1991. (Archaeological monographs of the British School at Rome, 2). LO CASCIO, Elio. The Size of the Roman Population: Beloch and the Meaning of the Augustan Census Figures. The Journal of Roman Studies, v. 84, p. 23–40, 1994. LÓPEZ CASTRO, José Luis. The Iberian Peninsula: landscapes of Tradition. In: VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.). Rural landscapes of the Punic world. London: Equinox, 2008. (Monographs in Mediterranean archaeology, 11). LOVE, John R. Antiquity and Capitalism: Max Weber and the Sociological Foundations of Roman Civilization. [s.l.]: AT Verlag, 1991. LOVEJOY, Paul E. A escravidão na África: uma história de suas transformacões. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

292 LÖWY, Michael. A filosofia da história de Walter Benjamin. Estudos Avançados, v. 16, n. 45, p. 199–206, 2002. LUCCAS, Luís Henrique Haas. Distribuição na arquitetura do renascimento italiano: sobre arranjos, compartimentação e circulação interior na casa renascentista. Vitruvius, v. 11, 2011. LUNDAHL, Mats; SVENSSON, Thommy. Agrarian Society in History. In: LUNDAHL, Mats; SVENSSON, Thommy (Orgs.). Agrarian Society in History: Essays in Honour of Magnus Mörner. London: Routledge, 1990. LUND, J. Transport amphorae as evidence of exportation of Italian wine and oil to the eastern Mediterranean in the Hellenistic period. In: Between and Orient and Occident: tudies in honor of P. J. Riis. Copenhagen: [s.n.], 2000, p. 77–99. LUTERBACHER, Jürg et al. A review of 2000 years of paleoclimatic evidence in the Mediterranean. In: LIONELLO, P. (Org.). The Climate of the Mediterranean Region: From the past to the future. London: Elsevier, 2012. MACMULLEN, Ramsay. Market-Days in the Roman Empire. Phoenix, v. 24, n. 4, p. 333–341, 1970. MANNING, Sturt W. The Roman World and Climate: context, relevance of climate change, and some issues. In: HARRIS, William V. (Org.). The Ancient Mediterranean Environment between Science and History. Leiden ; Boston: Brill, 2013. MARI, Zaccaria. La villa romana di età repubblicana nell’ager Tiburtinus e Sabinus: tra fonti letterarie e documentazione archeologica. In: FRIZELL, Barbro Santillo; KLYNNE, Allan (Orgs.). Roman Villas Around the Urbs: Interaction with Landscape and Environment : Proceedings of a Conference at the Swedish Institute in Rome, September 17-18, 2004. Roma: Swedish Institute in Rome, 2005. MARX, Karl. Formas que precederam a produção capitalista. In: Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011, p. 388–423. MARX, Karl. Grundrisse. São Paulo: Boitempo, 2011. MARX, Karl. O 18 de brumário de Luís Bonaparte. [s.l.]: Boitempo Editorial, 2011. MARX, Karl. O capital: Crítica da economia política, Livro I: O processo de produção do capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013. MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Boitempo, 2007.

293 MARZANO. Le villae rusticae romane e la loro dimensione economica: uno sguardo alla penisola italiana. In: RIZAKĒS, Athanasios D. (Org.). Villae rusticae: family and market-oriented farms in Greece under roman rule. [s.l.]: National Hellenic Research Foundation, Institute of Historical Research = Kéntron ellinīkīs kai romaïkīs archaiotītos, Ethnikon Idryma Ereunōn, 2013. MARZANO, Annalisa. Roman villas in central Italy: a social and economic history. Leiden ; Boston: Brill, 2007. (Columbia studies in the classical tradition, v. 30). MASSA-PAIRAULT, Françoise-Héléne. Introduction. In: COLONNA, Giovanni (Org.). Crise et transformation des sociétés archaïques de l’Italie antique au Ve siècle: J.-C. Actes de la table ronde de Rome (19-21 novembre 1987). [s.l.]: Ecole Française de Rome, 1990. MASSA-PAIRAULT, Françoise-Héléne. The Social Structure and the Serf Question. In: TORELLI, Mario (Org.). The Etruscans. [s.l.]: Rizzoli, 2001. MASSCHAELE, James. Peasants, Merchants and Markets: Inland Trade in Medieval England, 1150-1350. New York: Palgrave Macmillan, 1997. MATTINGLY, D. J. Imperialism, power, and identity experiencing the Roman empire. Princeton, N.J: Princeton University Press, 2011. (Miriam S. Balmuth lectures in ancient history and archaeology). MATTINGLY, D. J. Peopling ancient landscapes: potential and problems. In: BOWMAN, Alan K.; WILSON, Andrew (Orgs.). Quantifying the Roman economy: methods and problems. Oxford: Oxford University Press, 2009. (Oxford studies on the Roman economy). MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas do mundo: do neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Editora Unesp, 2001. MCCARTHY, Mike. The Romano-British Peasant: Towards a Study of People, Landscapes and Work during the Roman Occupation of Britain. Oxford: Windgather Press, 2013. MCCORMICK, Michael et al. Climate Change during and after the Roman Empire: Reconstructing the Past from Scientific and Historical Evidence. Journal of Interdisciplinary History, v. 43, n. 2, p. 169–220, 2012. MCDONNELL, Myles. Ambitus and Plautus’ Amphitruo 65-81. The American Journal of Philology, v. 107, n. 4, p. 564–576, 1986. MCKAY, Alexander G. Houses, Villas, and Palaces in the Roman World. [s.l.]: JHU Press, 1998.

294 MENDRAS, Henri. Sociedades Camponesas. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978. (Biblioteca de ciências sociais). MEYER, Eduard. El historiador y la historia antigua: estudios sobre la teoría de la historia y la historia económica y política de la antigüedad. Cidade do México: Fondo de Cultura Económica, 1955. MICHELL, H. The Economics of Ancient Greece. Cambridge: [s.n.], 1940. MILLETT, Martin. Pottery: population or supply patterns? The Ager Terraconensis approach. In: BARKER, Graeme; LLOYD, John (Orgs.). Roman landscapes: archaeological survey in the Mediterranean region. London: British School at Rome, 1991. (Archaeological monographs of the British School at Rome, 2). MILLETT, Martin. The Romanization of Britain: An Essay in Archaeological Interpretation. [s.l.]: Cambridge University Press, 1992. MINTZ, Sidney W. Internal market systems as mechanisms of social articulation. In: RAY, Verne F. (Org.). Intermediate societies, social mobility and communication. Seatle: Bobbs-Merrill, 1959. MINTZ, Sidney W. The peasantry as a sociohistorical category: examples from the Caribbean region. In: LUNDAHL, Mats; SVENSSON, Thommy (Orgs.). Agrarian Society in History: Essays in Honour of Magnus Mörner. London: Routledge, 1990. MOMIGLIANO, Arnaldo. Camillus and Concord. In: Secondo contributo alla storia degli studi classici. Roma: Ed. di Storia e Letteratura, 1984, p. 89–104. MOMIGLIANO, Arnaldo. Os Limites da helenização a interação cultural das civilizações grega, romana, celtica, judaica e persa. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1991. MOMIGLIANO, Arnaldo. The Peace of the Ara Pacis. Journal of the Warburg and Courtauld Institutes, v. 5, p. 228–231, 1942. MOREL, Jean-Paul. Etudes de céramique campanienne, I : L’atelier des petites estampilles. Mélanges d’archéologie et d’histoire, v. 81, n. 1, p. 59–117, 1969. MOREL, Jean Paul Maurice. Ceramique campanienne: les formes. 2v. [s.l.: s.n.], 1981. MOREL, Jean Paul Maurice. Early Rome and Italy. In: SCHEIDEL, Walter; MORRIS, Ian; SALLER, Richard P. (Orgs.). The Cambridge Economic History of the Greco-Roman World. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.

295 MORLEY, Neville. Cities in context: urban systems in Roman Italy. In: PARKINS, Helen (Org.). Roman Urbanism: Beyond The Consumer City. [s.l.]: Routledge, 2005. MORLEY, Neville. Metropolis and Hinterland: The City of Rome and the Italian Economy, 200 BC-AD 200. Cambridge: Cambridge University Press, 2002. MORRIS, Ian. Burial and Ancient Society: The Rise of the Greek City-State. Cambridge: Cambridge University Press, 1989. MORRIS, Ian. Mediterraneanization. Mediterranean Historical Review, v. 18, n. 2, p. 30–55, 2003. MOTTA, Laura. I paesaggi di Volterra nel tardoantico. Archeologia Medievale, v. 24, p. 245–267, 1997. MOTTA, Laura; TERRENATO, Nicola; CAMIN, L. Pomarance (Pisa). Località Podere S. Mario. Bollettino di Archeologia, v. 23-24, 1993. MOURA, Margarida Maria. Camponeses. 2a. ed. São Paulo: Ática, 1988. (Princípios). MOURITSEN, Henrik. The civitas sine suffragio: ancient concepts and modern ideology. Historia: zeitschrift für alte geschichte : revue d’histoire ancienne, v. 56, n. 2, p. 141–158, 2007. MÜLLER, Karl Otfried. Die Etrusker. Breslau: Berlage von Josef Mar und Komp., 1828. MURDOCK, G.P. Social Structure. New York: Macmillan, 1949. MUSSO, Olimpio. Il piombo inscritto di Ampurias: note linguistiche e datazione. Empúries: revista de món clàssic i antiguitat tardana, n. 48, p. 156–159, 1986. MUZZIOLI, Maria Pia. Cures Sabini. Firenze: L.S. Olschki, 1980. NAFISSI, Mohammad. Ancient Athens & modern ideology: value, theory & evidence in historical sciences : Max Weber, Karl Polanyi & Moses Finley. London: Institute of Classical Studies, School of Advanced Study, University of London, 2005. NORTHALL, John. Travels through Italy: Containing new and curious observations on that country. [s.l.]: S. Hooper, 1766. NORTH, Douglass C. Institutions, Institutional Change and Economic Performance. Cambridge: Cambridge University Press, 1990. NORTHWOOD, Simon. Asconius’ fifty-three Roman colonies: a regal solution. The Classical Quarterly (New Series), v. 58, n. 01, p. 353–356, 2008.

296 OAKLEY, S. P. A Commentary on Livy, Books VI-X : Volume I: Introduction and Book VI. Oxford: Oxford University Press, 1997. OAKLEY, Stephen. The Roman conquest of Italy. In: RICH, John; SHIPLEY, Graham (Orgs.). War and Society in the Roman World. London: Routledge, 2002. OGILVIE, Robert Maxwell. A Commentary on Livy: Books I-V. Oxford: Clarendon Press, 1965. OLCESE, Gloria. The production and circulation of Greco-Italic amphorae of Campania. Skyllis, v. 7, n. 1-2, p. 60–75, 2005. OSBORNE, Robin. Early Greek colonization? The nature of Greek settlement in the West. In: FISHER, N. R. Nicolas Ralph Edmund; VAN WEES, Hans; BOEDEKER, Deborah Dickmann (Orgs.). Archaic Greece: New Approaches and New Evidence. [s.l.]: Duckworth The Classical Press of Wales, 1998. OSBORNE, Robin; CUNLIFFE, Barry. Mediterranean Urbanization 800-600 BC. [s.l.]: OUP/British Academy, 2005. ÖSTENBERG, C.E. Luni and Villa Sambuco’. In: BOËTHIUS, A. (Org.). Etruscan culture, land and people. Malmö: [s.n.], 1962. PACHÁ, Paulo. Formas de intercâmbio e dominação: as relações de dependência pessoal no medievo ibérico (IV-VIII). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2012. PAIS, Ettore. The Fabii at the river Cremera and the Spartans at Thermopylae. In: RICHARDSON, James H. (Org.). The Roman Historical Tradition: Regal and Republican Rome. [s.l.]: Oxford University Press, 2014. PALLOTTINO, Massimo. The Etruscans. [s.l.]: Penguin Books, 1955. PALMEIRA, Miguel Soares. Moses Finley e a “economia antiga”: a produção social de uma inovação historiográfica. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. PALMER, Robert. Rome and Carthage at Peace. Stuttgart: Franz Steiner Verlag, 1997. PANELLA, Stefania; POMPILIO, Francesca. Colli di Enea (RM). La Villa e la manifattura tessile. FOLD&R FastiOnLine documents & research, n. 2, p. 1– 3, 2004. PANELLA, Stefania; POMPILIO, Francesca. Pratica di Mare: rinvenimento di un impianto di tipo rustico. In: GHINI, Giuseppina; DUPRÉ I RAVENTÓS, Xavier; BRANDT, J. Rasmus (Orgs.). Lazio & Sabina. primo Incontro di studi sul

297 Lazio e la Sabina, Roma, 28-30 gennaio 2002. Roma: De Luca, 2003. (Lavori e studi della Soprintendenza per i beni archeologici del Lazio, 1). PARCHAMI, Ali. Hegemonic Peace and Empire: The Pax Romana, Britannica and Americana. [s.l.]: Routledge, 2009. PARKER, A.J. Ancient shipwrecks of the Mediterranean & the Roman provinces. Oxford: Archaeopress, 1992. (BAR international series, 580). PASQUALI, Giorgio. La grande Roma dei tarquini. Nuova Antologia, v. 14, 1936. PASQUINUCCI, Marilena et al. Guardistallo (Pi). Monte Bono: la campagna 2008. Quaderni del Laboratorio Universitario Volterrano, v. XII, p. 57–66, 2007. PASQUINUCCI, Marilena; GENOVESI, S.; LEONE, N. Ricerche archeologiche e topografiche in ambito volterrano e bassa val di Cecina. Monte Bono (Guardistallo, Pi): la campagna 2007. Quaderni del Laboratorio Universitario Volterrano, v. XI, p. 213–220, 2006. PASQUINUCCI, Marilena; MENCHELLI, Simonetta. The landscape and the economy of the territories of Pisae and Volaterrae (coastal Northe Etruria). Journal of Roman Archaeology, v. 12, 1999. PATTERSON, H. et al. The Tiber Valley Project: the Tiber and Rome through two millennia. Antiquity, v. 74, n. 284, p. 395–403, 2000. PATTERSON, Helen et al. The re-evaluation of the South Etruria Survey: the first results from Veii. In: PATTERSON, Helen. Bridging the Tiber: approaches to regional archaeology in the Middle Tiber Valley. London: British School at Rome, 2004. (Archaeological monographs of the British School at Rome, no.13). PATTERSON, Helen; DI GIUSEPPE, Helga; WITCHER, Rob. Three South Etrurian “crises”: first results of the Tiber Valley Project. Papers of the British School at Rome, v. 72, p. 1–36, 2004. PATTERSON, John R. Landscapes and cities: rural settlement and civic transformation in early imperial Italy. Oxford: Oxford University Press, 2006. PATTERSON, John R. The City of Rome. In: ROSENSTEIN, Nathan; MORSTEINMARX, Robert (Orgs.). A Companion to the Roman Republic. Oxford: Blackwell, 2011. PATTERSON, Orlando. Escravidão e morte social: um estudo comparativo. São Paulo: Edusp, 2008. PÉBARTHE, Christophe; DELRIEUX, Fabrice. La transaction du plomb de Pech-Maho. Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik, v. 126, p. 155–161, 1999.

298 PELGROM, Jeremia. Demography, Settlement Organization and Impact of Colonies founded by Rome. Tese de Doutorado, Universiteit Leiden, Leiden, 2012. PELGROM, Jeremia. Settlement organization and land distribution in latin colonies before the Second Punic War. In: LIGT, Luuk de; NORTHWOOD, Simon. People, land, and politics: demographic developments andthe transformation of Roman Italy 300 BC-AD 14. Leiden ; Boston: Brill, 2008, p. 333 – 372. PELGROM, Jeremia; STEK, Tesse Dieder. Roman Colonization under the Republic: historiographical contextualization of a paradigm. In: PELGROM, Jeremia; STEK, Tesse Dieder (Orgs.). Roman Republican Colonisation: new perspectives from archaeology and ancient history. Portsmouth, R.I: Journal of Roman Archaeology, 2014. (Journal of Roman archaeology Supplementary series). PERCIVAL, John. The Roman Villa: An Historical Introduction. Berkeley: [s.n.], 1976. PEREGO, Lucio G. Il territorio tarquiniese: ricerche di topografia storica. [s.l.]: LED, 2005. PERKINS, Philip. Cities, Cemeteries and Rural Settlements of the Albegna Valley and the Ager Cosanus in the Orientalising and Archaic Periods. In: HERRING, Edward; WHITEHOUSE, Ruth; WILKINS, John (Orgs.). Papers of the Fourth Conference of Italian Archaeology 1. The Archaeology of Power. London: Accordia Research Institute, University of London, 1991. PERKINS, Philip; ATTOLINI, Ida. An Etruscan Farm at Podere Tartuchino. Papers of the British School at Rome, v. 60, p. 71–134, 1992. PÉTRÉ-GRENOUILLEAU, Olivier. A história da escravidão. [s.l.]: Boitempo Editorial, 2009. PHILLIPS, JR., Kyle M. In the Hills of Tuscany: Recent Excavations at the Etruscan Site of Poggio Civitate (Murlo, Siena). [s.l.]: UPenn Museum of Archaeology, 1993. PIRANOMONTE, Marina (Org.). Il santuario della musica e il bosco sacro di Anna Perenna. [s.l.]: Electa, 2002. PIRANOMONTE, Marina. La fontana sacra di Anna Perenna a Piazza Euclide tra religione e magia. MHNH: revista internacional de investigación sobre magia y astrología antiguas, n. 5, p. 87–104, 2005.

299 PIRANOMONTE, Marina. Religion and magic at Rome: the fountain of Anna Perenna. In: GORDON, Richard Lindsay; SIMÓN, Francisco Marco (Orgs.). Magical Practice in the Latin West: Papers from the International Conference Held at the University of Zaragoza, 30 Sept. – 1st Oct. 2005. [s.l.]: BRILL, 2010. PIRANOMONTE, Marina; RICCI, Giovanni. L’edificio rustico di viale Tiziano e la fonte di Anna Perenna. Nuovi dati per la topografia dell’area Flaminia in epoca repubblicana. In: JOLIVET, Vincent et al (Orgs.). Suburbium II: il suburbio di Roma dalla fine dell’età monarchica alla nascita del sistema delle ville (V-II secolo a.C.). [s.l.]: Ecole Française de Rome, 2009. PIRENNE, Henri. As cidades na Idade Média. Lisboa: Europa-América, 1962. PIRENNE, Henri. Maomé e Carlos Magno: o impacto do Islã sobre a civilização europeia. Rio de Janeiro: Editora Puc-Rio, 2010. PITTS, Martin; VERSLUYS, Miguel John (Orgs.). Globalisation and the Roman World: World History, Connectivity and Material Culture. New York, NY: Cambridge University Press, 2014. POLANYI, Karl. A economia como processo instituído. In: A subsistência do homem e ensaios correlatos. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2012. POLANYI, Karl. A Grande Transformação. 2a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil, 2011. POLANYI, Karl. Ports of Trade in Early Societies. The Journal of Economic History, v. 23, n. 01, p. 30–45, 1963. POPKIN, Samuel L. The Rational Peasant: The Political Economy of Rural Society in Vietnam. Berkeley: University of California Press, 1979. POPPEN, Robert E. Vander. Rural Change and Continuity in Etruria: A Study of Village Communities from the 7th Century B.C. to the 1st Century A.D. Tese de Doutorado, University of North Carolina, Chapel Hill, 2008. POTTER, T. W. The changing landscape of South Etruria. London: Elek, 1979. POTTER, T. W. Towns and territories in southern Etruria. In: RICH, John; WALLACEHADRILL, Andrew (Orgs.). City and Country in the Ancient World. [s.l.]: Routledge, 1991. PRAG, Jonathan R. W.; QUINN, Josephine Crawley (Orgs.). The Hellenistic West. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.

300 PULCINELLI, Luca. Le fortificazioni di confine: l’organizzazione del territorio tarquiniese al tempo della conquista romana. Aristonothos. Scritti per il Mediterraneo antico, v. 0, n. 5, p. 69–120, 2012. PURCELL, Nicholas. The horti of Rome and the landscape of property. In: LEONE, Anna; PALOMBI, Domenico; WALKER, Susan (Orgs.). Res bene gestae: ricerche di storia urbana su Roma antica in onore di Eva Margareta Steinby. Roma: Edizioni Quasar, 2007. (Lexicon Topographicum Urbis Romae, Supplementum, IV). PURCELL, Nicholas. The Roman villa and the landscape of production. In: CORNELL, Tim J.; LOMAS, Kathryn (Orgs.). Urban Society In Roman Italy. [s.l.]: Taylor & Francis, 1996. PURCELL, Nicholas. Town in country and country in town. In: MACDOUGALL, Elisabeth (Org.). Ancient Roman Villa Gardens. [s.l.]: Dumbarton Oaks, 1987. QUINN, Josephine Crawley; VELLA, Nicholas C. (Orgs.). The Punic Mediterranean: Identities and Identification from Phoenician Settlement to Roman Rule. Cambridge, United Kingdom: Cambridge University Press, 2015. RAAFLAUB, Kurt A. Born to be wolves? Origins of Roman Imperialism. In: BADIAN, E.; WALLACE, Robert W.; HARRIS, Edward Monroe (Orgs.). Transitions to empire: essays in Greco-Roman history, 360-146 B.C., in honor of E. Badian. Norman: University of Oklahoma Press, 1996. (Oklahoma series in classical culture, v. 21). RAJALA, Ulla. Political landscapes and local identities in Archaic central Italy interpreting the material from Nepi (VT, Lazio) and Cisterna Grande (Crustumerium, RM, Lazio). In: CIFANI, Gabriele; STODDART, Simon (Orgs.). Landscape, Ethnicity and Identity in the Archaic Mediterranean Area. [s.l.]: Oxbow Books, 2012. RATHBONE, Dominic. Economic Rationalism and Rural Society in Third-Century AD Egypt: The Heroninos Archive and the Appianus Estate. Cambridge: Cambridge University Press, 1991. RATHBONE, Dominic. Poor peasants and silent sherds. In: LIGT, Luuk de; NORTHWOOD,

Simon.

People,

land,

and

politics:

demographic

developments andthe transformation of Roman Italy 300 BC-AD 14. Leiden ; Boston: Brill, 2008. (Mnemosyne. Supplements, 303).

301 RATHBONE, Dominic. The control and exploitation of ager publicus in Italy under the Roman Republic. In: AUBERT, Jean-Jacques (Org.). Tâches publiques et entreprise privée dans le monde romain: Actes du Diplôme d’Études Avancées, Universités de Neuchâtel et de Lausanne, 2000-2002. Neuchâtel: Université de Neuchâtel, Faculté des lettres et sciences humaines, 2003. RATHBONE, Dominic. The Development of Agriculture in the “Ager Cosanus” during the Roman Republic: Problems of Evidence and Interpretation. The Journal of Roman Studies, v. 71, p. 10–23, 1981. RATTIGHIERI, E. et al. Land use from archaeological sites: the archaeobotanical evidence of small roman farmhouse in Cingiano, South-East Tuscany – Central Italy. Annali di Botanica, v. 3, n. 0, p. 207–215, 2013. RAUH, Nicholas K. Rhodes, Rome, and the Eastern Mediterranean wine trade, 166-88 BC. In: GABRIELSEN, Vincent et al (Orgs.). Hellenistic Rhodes: Politics, Culture, and Society. [s.l.]: Aarhus University Press, 1999. RAVELLI, Franco; HOWART, Paula. Etruscan cuniculi: tunnels for the collection of pure water. In: Transactions of the Twelfth International Congress on Irrigation and Drainage. Fort Collins, USA: [s.n.], 1984, v. 2. Disponível em: . Acesso em: 30 dez. 2014. RAVELLI, Franco; HOWART, Paula. Irrigation and drainage in the writings of the early Roman authors. In: Transactions of the Thirteenth International Congress on Irrigation and Drainage. Casablanca, Marrocos: [s.n.], 1989, v. 2. RAWSON, Elizabeth. Intellectual life in the late Roman Republic. [s.l.]: Johns Hopkins Univ. P., 1985. REAY, Brendon. Agriculture, Writing, and Cato’s Aristocratic Self-Fashioning. Classical Antiquity, v. 24, n. 2, p. 331–361, 2005. REDFIELD, Robert. Peasant society and culture. Chicago: The University of Chicago Press, 1956. RENDELI, Marco. Città aperte: ambiente e paesaggio rurale organizzato nell’Etruria meridionale costiera durante l’età orientalizzante e arcaica. [s.l.]: GEI Gruppo Editoriale Internazionale, 1993. RENDELI, Marco. Settlement Patterns in the Castro Area (Viterbo). In: MALONE, Caroline; STODDART, Simon (Orgs.). Papers in Italian archaeology IV. Part 1, The human landscape. Oxford: Archaeopress, 1985.

302 REVELL, Louise. Roman Imperialism and Local Identities. [s.l.]: Cambridge University Press, 2010. RICARDO, David. Princípios de economia política e tributação. São Paulo: Abril, 1996. (Coleção “Os economistas”). RICCI, Giovanni. Un laboratorio tessile a Ponte Milvio. In: PIRANOMONTE, Marina (Org.). Il santuario della musica e il bosco sacro di Anna Perenna. [s.l.]: Electa, 2002. RICHARD, Jean-Claude. Les Fabii à la Crémére: grandeur et decadence de l’organisation gentilice. In: COLONNA, Giovanni (Org.). Crise et transformation des sociétés archaïques de l’Italie antique au Ve siècle: J.-C. Actes de la table ronde de Rome (19-21 novembre 1987). Roma: Ecole Française de Rome, 1990. RICHARDSON, Lawrence. A New Topographical Dictionary of Ancient Rome. [s.l.]: JHU Press, 1992. RICH, John. Lex Licinia, Lex Sempronia: B.G. Niebuhr and the limitation of landholding in the Roman Republic. In: DE LIGT, Luuk; NORTHWOOD, Simon (Orgs.). People,

land,

and

politics:

demographic

developments

and

the

transformation of Roman Italy 300 BC-AD 14. Leiden ; Boston: Brill, 2008. (Mnemosyne. Supplements, 303). RICH, John. Warfare and the Army in Early Rome. In: ERDKAMP, Paul (Org.). A Companion to the Roman Army. [s.l.]: John Wiley & Sons, 2011. RIVET, Albert Lionel Frederick. The Roman Villa in Britain. [s.l.]: Praeger, 1969. ROBERT, Jean Noël. La vie à la campagne dans l’Antiquité romaine. Paris: Les Belles Lettres, 1985. ROBERTSON, Roland. Comments on the “Global Triad” and “Glocalization”. In: INOUE, Nobutaka (Org.). Globalization and Indigenous Culture. Tokyo: Kokugakuin University, 1997. ROBERTSON, Roland. Glocalization: Time-Space and Homogeneity-Heterogeneity. In: FEATHERSTONE, Mike; ROBERTSON, Roland; LASH (Orgs.). Global Modernities. London: Sage Publications, 1995. ROBERTSON, Roland. The conceptual promise of glocalization: commonality and diversity. Art-e-fact. Strategies of resistance, n. 4, 2005. ROSA, Cláudia Beltrão da. Terminalia: fronteiras e espaço sagrado. Phoînix, v. 17, n. 2, p. 82–99, 2011.

303 ROSELAAR, Saskia T. Public Land in the Roman Republic: A Social and Economic History of Ager Publicus in Italy, 396-89 BC. Oxford: Oxford University Press, 2010. ROSENSTEIN, Nathan Stewart. Rome at War: Farms, Families, and Death in the Middle Republic. Chapel Hill; London: University of North Carolina Press, 2004. ROSTOVTZEFF, Michael Ivanovitch. The Social & Economic History of the Roman Empire. [s.l.]: Biblo & Tannen Publishers, 1926. ROTH, Jonathan. War. In: SABIN, Philip; WEES, Hans van; WHITBY, Michael (Orgs.). The Cambridge History of Greek and Roman Warfare. Vol 1: Greece, the Hellenistic World and the Rise of Rome. [s.l.]: Cambridge University Press, 2007. ROTH, Roman Ernst. Before Sigillata: Black-Gloss Pottery and Its Cultural Dimensions. In: EVANS, Jane DeRose (Org.). A Companion to the Archaeology of the Roman Republic. Chichester, West Sussex ; Malden, MA: John Wiley & Sons, 2013. ROTH, Roman Ernst. Ceramic integration? Typologies and the perception of identities in republican Italy. In: ROTH, Roman Ernst; KELLER, Johannes (Orgs.). Roman by Integration: Dimensions of Group Identity in Material Culture and Text. [s.l.]: Journal of Roman Archaeology, 2007. ROTH, Roman Ernst. Styling Romanisation: pottery and society in central Italy. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. (Cambridge classical studies). ROTH, Ulrike. Thinking Tools: Agricultural Slavery Between Evidence and Models. [s.l.]: Institute of Classical Studies, School of Advanced Study, University of London, 2007. RUNNELS, Curtis N.; ANDEL, Tjeerd H. van. The Evolution of Settlement in the Southern Argolid, Greece: An Economic Explanation. Hesperia: The Journal of the American School of Classical Studies at Athens, v. 56, n. 3, p. 303–334, 1987. RUOFF-VÄÄNÄNEN, Eeva. Studies on Italian fora. [s.l.]: Franz Steiner Verlag, 1978. RUOFF-VÄÄNÄNEN, Eeva. The Civitas romana-areas in Etruria before the year 90 B.C. In: BRUUN, Patrick (Org.). Studies in the Romanization of Etruria. Roma: G. Bardi, 1975. (Acta Instituti Romani Finlandiae, 5).

304 SAGAN, Carl. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como uma vela no escuro. [s.l.]: Companhia das Letras, 1999. SAGRISTANI, Marta. La clientela romana : función y trascendencia en la crisis de la república. Córdoba: Ferreyra, 2006. SALLARES, Robert. Malaria and Rome: A History of Malaria in Ancient Italy. Oxford: Oxford University Press, 2002. SALLARES, Robert. The ecology of the ancient Greek world. London: Duckworth, 1991. SALLER, Richard P. Patriarchy, Property and Death in the Roman Family. [s.l.]: Cambridge University Press, 1997. SALLER, Richard P. Personal Patronage Under the Early Empire. [s.l.]: Cambridge University Press, 1982. SALLER, Richard P.; SHAW, Brent D. Tombstones and Roman Family Relations in the Principate: Civilians, Soldiers and Slaves. The Journal of Roman Studies, v. 74, p. 124–156, 1984. SALMON, Edward Togo. Roman Colonization Under the Republic. [s.l.]: Cornell University Press, 1970. SANCISI-WEERDENBURG, Heleen et al (Orgs.). De agricultura: in memoriam Pieter Willem de Neeve (1945-1990). Amsterdam: Gieben, 1993. (Dutch monographs on ancient history and archaeology, v. 10). SANTIAGO ÁLVAREZ, Rosa-Araceli. Comercio profesional : infraestructura personal y operacional. Repaso del léxico y selección de inscripciones. Faventia, v. Extra, n. Supplementa2, p. 0205–231, 2013. SANTOS, Mílton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. [s.l.]: EdUSP, 2002. SCHEIDEL, Walter. Human Mobility in Roman Italy, I: The Free Population. The Journal of Roman Studies, v. 94, p. 1–26, 2004. SCHEIDEL, Walter. Roman population size: the logic of the debate. In: DE LIGT, Luuk; NORTHWOOD, Simon (Orgs.). People, land, and politics: demographic developments and the transformation of Roman Italy 300 BC-AD 14. Leiden ; Boston: Brill, 2008. (Mnemosyne. Supplements, 303). SCHIAVONE, Aldo. Uma História Rompida: Roma Antiga e Ocidente Moderno. São Paulo: EdUSP, 2005.

305 SCOPACASA, Rafael. Ancient Samnium: Settlement, Culture, and Identity between History and Archaeology. [s.l.]: OUP Oxford, 2015. SCOPACASA, Rafael. Repensando a romanização: a expansão romana na Itália a partir das fontes historiográficas. Revista de História (São Paulo), n. 172, p. 113–161, 2015. SCOTT, James C. The Moral Economy of the Peasant: Rebellion and Subsistence in Southeast Asia. New Haven: Yale University Press, 1977. SELLERS, Vanessa Bezemer; TAYLOR, Geoffrey. The Idea and Invention of the Villa. In: Heilbrunn Timeline of Art History. New York: The Metropolitan Museum of Art, 2004. SEMPLE, E.C. The Geography of the Mediterranean Region: Its Relation to Ancient History. London: [s.n.], 1932. SERRATI, John. Neptune’s Altars: The Treaties between Rome and Carthaga (509-226 B.C.). The Classical Quarterly, v. 56, n. 1, p. 113–134, 2006. SEVILLA GUZMÁN, Eduardo; GONZÁLEZ DE MOLINA, Manuel. Sobre a evolução do conceito de campesinato. São Paulo: Expressão Popular, 2005. SEVINK, Jan. Physiographic soil surveys and archeology. In: MALONE, Caroline; STODDART, Simon (Orgs.). Papers in Italian archaeology IV. Part 1, The human landscape. Oxford: Archaeopress, 1985. (BAR international series, 243). SHAW, Brent D. Bandits in the Roman Empire. Past & Present, v. 105, n. 1, p. 3–52, 1984. SHAW, Brent D. Rural markets in North Africa and the political economy of the roman Empire. Antiquités africaines, v. 17, n. 1, p. 37–83, 1981. SHERWIN-WHITE, A. N. The Roman citizenship. 2nd ed. Oxford: Clarendon Press, 1973. SILVA, Uiran Gebara. Campesinato galo-romano na Antiguidade Tardia: um neodesenvolvimentismo? In: III Encuentro Internacional de Investigadores Jóvenes sobre Sociedades Precapitalistas. La Plata: Universidade Nacional de La Plata, 2015. SILVERMAN, Sydel. Three Bells of Civilization: The Life of an Italian Hill Town. [s.l.]: Columbia University Press, 1975. SLINGS, S.R. Notes on the lead letters from emporion. Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik, v. 104, p. 111–117, 1994.

306 SMITH. The Roman Clan: The Gens from Ancient Ideology to Modern Anthropology. [s.l.]: Cambridge University Press, 2006. SMITH, Adam. A riqueza das nações. São Paulo: Abril, 1996. (Coleção “Os economistas”). SMITH, Christopher John. Early Rome and Latium: economy and society c.1000 to 500BC. Oxford: Clarendon, 1996. (Oxford classical monographs). SMITH, J. T. Roman Villas: A Study in Social Structure. [s.l.]: Routledge, 2012. SNODGRASS, A. M. The Hoplite Reform and History. The Journal of Hellenic Studies, v. 85, p. 110–122, 1965. SNODGRASS, Anthony M. Archaic Greece: The Age of Experiment. Berkeley: University of California Press, 1980. SNODGRASS, Anthony M. The “hoplite reform” revisited. Dialogues d’histoire ancienne, v. 19, n. 1, p. 47–61, 1993. SOJA, Edward. On the concept of global city regions. Art-e-fact. Strategies of resistance, n. 4, 2005. SOMMELLA MURA, A. et al. Notizie preliminari sulle scoperte e sulle indagini archeologiche nel versante orientale del Capitolium. Bullettino della Commissione Archeologica Comunale di Roma, v. 102, p. 263–364, 2001. SOMOLINOS, Helena Rodríguez. The Commercial Transaction of the Pech Maho Lead: A New Interpretation. Zeitschrift für Papyrologie und Epigraphik, v. 111, p. 74–78, 1996. SOPRINTENDENZA SPECIALE PER IL COLOSSEO, IL MUSEO NAZIONALE ROMANO E L’AREA ARCHEOLOGICA DI ROMA. Comunicato stampa: Colle del Quirinale. Scoperta dimora arcaica. 2015. Disponível em: . SPENCE, Iain. Review of: Warfare and Agriculture in Classical Greece. Revised Edition. Bryn

Mawr

Classical

Review,

1999.

Disponível

em:

. Acesso em: 22 jan. 2016. SPIVEY, Nigel Jonathan; STODDART, Simon. Etruscan Italy. London: Batsford, 1990. SPRUYT, Hendrik. The sovereign state and its competitors: an analysis of systems change. Princeton, N.J: Princeton University Press, 1994. (Princeton studies in international history and politics).

307 SPURR, M. S. Arable cultivation in Roman Italy c.200 B.C.-c.A.D. 100. London: Society for the Promotion of Roman Studies, 1986. (Journal of Roman studies, no. 3). STACCIOLI, Romolo Augusto. Sulla struttura dei muri nelle case della città etrusca di Misano a Marzabotto. Studi Etruschi, v. 35, 1967. STE. CROIX, Geoffrey Ernest Maurice De. The Class Struggle in the Ancient Greek World: From the Archaic Age to the Arab Conquests. Ithaca: Cornell University Press, 1989. STEK, Tesse Dieder. Cult, conquest, and “religious Romanization”. The impact of Rome on cult places and religious practices in Italy. In: STEK, Tesse Dieder; BURGERS, G.-J. L. M. (Orgs.). The impact of Rome on cult places and religious practices in ancient Italy 132, London: 2015. London: Institute of Classical Studies, 2015. (BICS Supplement, 132). STIBBE, Conrad Michael. Satricum e Pometia. Due nomi per la stessa città? Papers of the Netherlands Institute in Rome, v. 47, p. 7–16, 1987. STILLWELL, Richard; MACDONALD, William Lloyd; MCALLISTER, Marian Holland. The Princeton Encyclopedia of Classical Sites. [s.l.]: Princeton University Press, 1976. STONE, Glenn Davis. Agricultural territories in a dispersed settlement system. Current Anthropology, v. 32, n. 2, p. 343–353, 1991. STONE, L. Family History in the 1980’s: Past Achievements and Future Trends. Journal of Interdisciplinary History, v. 12, p. 51–87, 1981. STORCHI MARINO, Alfredina. Reti interregionali integrate e circuiti di mercaro periodico negli indices nundinarii del Lazio e della Campania. In: LO CASCIO, Elio (Org.). Mercati permanenti e mercati periodici nel mondo Romano: atti degli Incontri capresi di storia dell’economia antica (Capri 13-15 ottobre 1997). Bari: Edipuglia, 2000. SWYNGEDOUW, Erik; KAÏKA, Maria. The making of glocal urban modernities: exploring the cracks in the mirror. Art-e-fact. Strategies of resistance, v. 4, 2005. TATUM, W. Jeffrey. The Poverty of the Claudii Pulchri: Varro, De Re Rustica 3. 16. 12. The Classical Quarterly, v. 42, n. 1, p. 190–200, 1992. (New Series). TAYLOR, Lily Ross. The voting districts of the Roman Republic: the thirty-five urban and rural tribes. Rome: American Academy in Rome, 1960. (Papers and monographs of the American Academy in Rome, 20).

308 TCHERNIA, André et al. Aires de production des gréco-italiques et des DR. 1. In: Amphores romaines et histoire économique. Dix ans de recherche. Actes du colloque de Sienne. Roma: École Française de Rome, 1989, v. 114, p. 21–65. TEMIN, Peter. The Roman Market Economy. [s.l.]: Princeton University Press, 2013. TERRENATO, Nicola. A tale of three cities: the Romanization of northern coastal Etruria. In: KEAY, S. J.; TERRENATO, Nicola (Orgs.). Italy and the west: comparative issues in Romanization. Oxford: Oxbow, 2001. TERRENATO, Nicola. Private Vis, Public Virtus. Family agendas during the early Roman expansion. In: PELGROM, Jeremia; STEK, Tesse Dieder (Orgs.). Roman Republican Colonisation: new perspectives from archaeology and ancient history. Portsmouth, R.I: Journal of Roman Archaeology, 2014. (Journal of Roman archaeology Supplementary series). TERRENATO, Nicola. Sample size matters! The paradox of global trends and local surveys. In: ALCOCK, Susan E.; CHERRY, John F. (Orgs.). Side-by-side survey: comparative regional studies in the Mediterranean World. Oxford: Oxbow Books, 2004. TERRENATO, Nicola. Tam Firmum Municipium: The Romanization of Volaterrae and its Cultural Implications. The Journal of Roman Studies, v. 88, p. 94–114, 1998. TERRENATO, Nicola. The Auditorium site in Rome and the origins of the villa. Journal of Roman Archaeology, v. 14, 2001. TERRENATO, Nicola. The clans and the peasants: reflections on social structure and change in Hellenistic Central Italy. In: TERRENATO, Nicola; DOMMELEN, Peter Alexander René van. Articulating local cultures: power and identity under the expanding Roman Republic. Portsmouth, R.I: Journal of Roman Archaeology, 2007. (JRA Supplementary Series, 63). TERRENATO, Nicola. The enigma of “Catonian” Villas: the De Agri Cultura in the context of Second-century BC Italian architecture. In: BECKER, Jeffrey A.; TERRENATO, Nicola (Orgs.). Roman republican villas: architecture, context, and ideology. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2012. (Papers and monographs of the American Academy in Rome, v. 32). TERRENATO, Nicola. The essential countryside: the Roman world. In: ALCOCK, Susan E.; OSBORNE, Robin. Classical Archaeology. 2. ed. Chichester, West Sussex ; Malden, MA: Wiley-Blackwell, 2012. (Blackwell studies in global archaeology, 10).

309 TERRENATO, Nicola. The historical significance of Falerii Novi. In: PATTERSON, Helen (Org.). Bridging the Tiber: approaches to regional archaeology in the Middle Tiber Valley. London: British School at Rome, 2004, p. 234–235. (Archaeological monographs of the British School at Rome, no.13). TERRENATO, Nicola. The Romanization of Italy: Global Acculturation or Cultural Bricolage? In: TRAC 97: Proceedings of the Seventh Annual Theoretical Roman Archaeology Conference. Oxford: Oxbow, 1998, p. 20–27. TERRENATO, Nicola. The versatile clan: Archaic Rome and the nature of Early CityStates. In: TERRENATO, Nicola; HAGGIS, Donald C. (Orgs.). State formation in Italy and Greece: questioning the neoevolutionist paradigm. Oxford ; Oakville: Oxbow, 2011. TERRENATO, Nicola. The Visibility of Sites and the Interpretation of Field Survey Results: Towards an Analysis of Incomplete Distributions. In: FRANCOVICH, Riccardo; PATTERSON, Helen (Orgs.). Extracting meaning from ploughsoil assemblages. Oxford: Oxbow, 2000. (The archaeology of Mediterranean landscapes - POPULUS Project, 5). TERRENATO, Nicola et al. The S. Omobono Sanctuary in Rome: Assessing eighty years of fieldwork and exploring perspectives for the future. Internet Archaeology, v. 31, 2012. THOMAS, Robert; WILSON, Andrew. Water supply for Roman farms in Latium and South Etruria. Papers of the British School at Rome, v. 62, p. 139–196, 1994. THOMPSON, Edward Palmer. Economia moral revisitada. In: Costumes em comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. THOMPSON, Edward Palmer. Tempo, disciplina de trabalho e capitalismo industrial. In: Costumes em comum. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 267–304. TOL, Gijs et al. Minor centres in the pontine plain: the case of Forum Appii and Ad Medias. Papers of the British School at Rome, v. 82, p. 109–134, 2014. TORELLI, Mario. Archaic Rome between Latium and Etruria. In: WALBANK, F. W.; ASTIN, A. E. (Orgs.). The Cambridge Ancient History. Vol. 7, Part 2. Cambridge: Cambridge University Press, 1989. TORELLI, Mario. Elogia Tarquiniensia. [s.l.]: Sansoni, 1975. TORELLI, Mario. La formazione della villa. In: CLEMENTE, Guido; COARELLI, Filippo; GABBA, Emilio (Orgs.). Storia di Roma. Torino: Einaudi, 1990, v. 2, p. 123–132.

310 TORELLI, Mario. Stata mater in agro Veientano. La riscoperta di un santuario rurale veiente in località Casale Pian Roseto. Studi Etruschi, v. 64, 1998. TORELLI, Mario. The Early Villa: Roman contributions to the development of a Greek prototype. In: BECKER, Jeffrey A.; TERRENATO, Nicola (Orgs.). Roman republican villas: architecture, context, and ideology. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2012. (Papers and monographs of the American Academy in Rome, v. 32). TORELLI, Mario. The Topography and Archaeology of Republican Rome. In: ROSENSTEIN, Nathan; MORSTEIN-MARX, Robert (Orgs.). A Companion to the Roman Republic. Oxford: Blackwell, 2011. TORELLI, Mario. Tre studi di storia etrusca. Dialoghi di Archaeologia, v. 8, p. 3–78, 1975. TORELLI, Mario; WARD-PERKINS, J. B.; THREIPLAND, Leslie Murray. A SemiSubterranean Etruscan Building in the Casale Pian Roseto (Veii) Area. Papers of the British School at Rome, v. 38, p. 62–121, 1970. TOYNBEE, Arnold Joseph. Hannibal’s legacy: the Hannibalic War’s effects on Roman life. London ; New York: Oxford University Press, 1965. TREGGIARI, Susan. Roman Freedmen During the Late Republic. [s.l.]: Clarendon Press, 1969. TUCK, Steven. Ports. In: EVANS, Jane DeRose (Org.). A Companion to the Archaeology of the Roman Republic. Chichester, West Sussex ; Malden, MA: John Wiley & Sons, 2013. TURFA, Jean MacIntosh; STEINMAYER, Alwin G. Jr. Interpreting early Etruscan structures: the Question of Murlo. Papers of the British School at Rome, v. 70, p. 1–28, 2002. ULRICH, Roger B.; LANCASTER, Lynne. Materials and Techniques. In: ULRICH, Roger B.; QUENEMOEN, Caroline K. (Orgs.). A Companion to Roman Architecture. [s.l.]: Wiley, 2013. VACCARO, Emanuele et al. Excavating the Roman peasant II: excavations at Case Nuove, Cinigiano (GR). Papers of the British School at Rome, v. 81, p. 129– 179, 2013. VALLAT, Jean-Pierre. Le paysage agraire du piedmont du Massique. In: CHOUQUER, Gérard et al (Orgs.). Structures agraires en Italie centro-méridionale.

311 Cadastres et paysages ruraux. Roma: Ecole Française de Rome, 1987, p. 315– 377. (Publications de l’École française de Rome, 100). VAN DOMMELEN, Peter. Roman Peasants and Rural Organisation in Central Italy: an Archaeological Perspective. In: SCOTT, Eleanor (Org.). Theoretical Roman Archaeology: First Conference Proceedings. Averbury: [s.n.], 1993. (Worldwide Archaeology Series, 4). VAN DOMMELEN, Peter; FINOCCHI, Stefano. Sardinia: diverging landscapes. In: VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.). Rural landscapes of the Punic world. London: Equinox, 2008. (Monographs in Mediterranean archaeology, 11). VAN DOMMELEN, Peter; GIAMMELLARO, Antonella Spanò; SPATAFORA, Francesca. Sicily and Malta: between sea and Countryside. In: VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.). Rural landscapes of the Punic world. London: Equinox, 2008. (Monographs in Mediterranean archaeology, 11). VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos. Agrarian landscapes and rural communities. In: VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.). Rural landscapes of the Punic world. London: Equinox, 2008. (Monographs in Mediterranean archaeology, 11). VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos. Conclusion. In: VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.). Rural landscapes of the Punic world. London: Equinox, 2008. (Monographs in Mediterranean archaeology, 11). VAN DOMMELEN, Peter; GÓMEZ BELLARD, Carlos (Orgs.). Rural landscapes of the Punic world. London: Equinox, 2008. (Monographs in Mediterranean archaeology, 11). VAN WEES, Hans. Kings in Combat: Battles and Heroes in the Iliad. Classical Quarterly, v. 38, n. 01, p. 1–, 1988. VAN WEES, Hans. Leaders of Men? Military Organisation in the Iliad. Classical Quarterly, v. 36, n. 02, p. 285–, 1986. VAN WEES, Hans. The development of the hoplite phalanx: Iconography and reality in the seventh century. In: VAN WEES, Hans (Org.). War and Violence in Ancient Greece. Swansea: Duckworth and the Classical Press of Wales, 2000.

312 VAN WEES, Hans. The Homeric Way of War: The “Iliad” and the Hoplite Phalanx (I). Greece & Rome, v. 41, n. 1, p. 1–18, 1994. VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994. VIDAL DE LA BLACHE, Paul. Introdução “Quadro da Geografia da França”. Geographia, Trad. Rogério Haesbaert. v. 1, n. 1, p. 141–145, 1999. VIDAL DE LA BLACHE, Paul. Tableau de la Géographie de la France. [s.l.]: Hachette & Cie, 1903. VILLAR, Pierre. Economia Camponesa? In: Vocabulário de Análise Histórica. Lisboa: João Sá da Costa, 1985. VLASSOPOULOS, Kostas. Unthinking the Greek Polis. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. VOLPE, Rita. Lo sfruttamento agricolo e le costruzioni sul pianoro di Centocelle in età repubblicana. In: GIOIA, Patrizia; VOLPE, Rita (Orgs.). Centocelle 1: Roma SDO le indagini archeologiche. Soveria Mannelli (Catanzaro): Rubbettino, 2004, p. 447–461. (Studi e materiali dei musei e monumenti comunali di Roma). VOLPE, Rita. Republican Villas in the Suburbium of Rome. In: BECKER, Jeffrey A.; TERRENATO, Nicola (Orgs.). Roman republican villas: architecture, context, and ideology. Ann Arbor: University of Michigan Press, 2012. (Papers and monographs of the American Academy in Rome, v. 32). VOLPE, Rita et al. Contesti di VI Secolo a.C. sul pianoro di Centocelle (Roma). In: Atti del Convegno Ceramica, abitati, territorio nella bassa valle del Tevere e Latium Vetus, (17-18 febbraio 2003). Roma: École Française de Rome, 2009. VON ARNIM, H. Ineditum Vaticanum. Hermes, v. 27, n. 1, p. 118–130, 1892. VON REDEN, Sitta. Money in Classical Antiquity. Cambridge: Cambridge University Press, 2010. WACHER, J. S. The Towns of Roman Britain. [s.l.]: University of California Press, 1974. WALLACE-HADRILL, Andrew. The Imperial Court. In: BOWMAN, Alan K.; CHAMPLIN, Edward; LINTOTT, A. W. (Orgs.). The Cambridge Ancient History: Volume 10, The Augustan Empire, 43 BC-69 AD. Cambridge ; New York: Cambridge University Press, 1996.

313 WALLACE-HADRILL, Andrew. The Villa as a cultural symbol. In: FRAZER, Alfred (Org.). The Roman Villa: Villa Urbana. [s.l.]: UPenn Museum of Archaeology, 1998. WARD-PERKINS, John Bryan. Notes on Southern Etruria and the Ager Veientanus. Papers of the British School at Rome, v. 23, p. 44–72, 1955. WEBER, Max. A dominação não-legítima (tipologia das cidades). In: Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: Universidade de Brasília, 2004, p. 408–517. WEBER, Max. Economia e sociedade: fundamentos da sociologia compreensiva. Brasília: Universidade de Brasília, 2004. WELCH, Katherine E. The Roman Amphitheatre: From Its Origins to the Colosseum. [s.l.]: Cambridge University Press, 2007. WHITEHEAD, Nicholas. The Roman Countryside. In: MALONE, Caroline; STODDART, Simon (Orgs.). Territory, time and state: the archaeological development of the Gubbio Basin. Cambridge ; New York, NY: Cambridge University Press, 1994. WHITE, K. D. Agricultural Implements of the Roman World. Cambridge: Cambridge University Press, 2010. WHITE, K. D. Farm Equipment of the Roman World. Cambridge: Cambridge University Press, 1975. WHITE, K. D. Roman Agricultural Writers I: Varro and his predecessors. Aufstieg und Niedergang der römischen Welt, v. I.4, 1973. WHITE, K. D. Roman farming. Ithaca: Cornell University Press, 1970. WHITTAKER, C. R. Do theories of the ancient city matter? In: CORNELL, Tim J.; LOMAS, Kathryn (Orgs.). Urban Society In Roman Italy. [s.l.]: Taylor & Francis, 1996. WILL, Elizabeth Lyding. Greco-Italic Amphoras. Hesperia: The Journal of the American School of Classical Studies at Athens, v. 51, n. 3, p. 338–356, 1982. WILLIAMS, Michael. Deforesting the Earth: From Prehistory to Global Crisis, An Abridgment. Chicago: University of Chicago Press, 2010. WILLIAMSON, Jeffrey G. Did British Capitalism Breed Inequality? London: Routledge, 2013.

314 WILSON, Andrew. Trading across the Syrtes: Euesperides and the Punic world. In: PRAG, Jonathan R. W.; QUINN, Josephine Crawley (Orgs.). The Hellenistic West. Cambridge: Cambridge University Press, 2013. WILSON, Andrew. Villas, horticulture and irrigation infrastructure in th Tibber valley. In: Mercator placidissimus: the Tiber Valley in antiquity: new research in the upper and middle river valley: Rome, 27-28 February 2004. Roma: Quasar, 2008. (Quaderni di Eutopia, 8). WISEMAN, T. P. Documentation, Visualization, Imagination: the Case of Anna Perenna’s Cult-Site. In: HASELBERGER, Lothar; HUMPHREY, John (Orgs.). Imaging

Ancient

Rome:

Documentation,

Visualization-imagination.

Portsmouth, R.I: Journal of Roman Archaeology, 2006. WITCHER, Robert. Agrarian spaces in Roman Italy: society, economy and Mediterranean agriculture. Arqueología espacial (Paisajes agrarios), v. 26, p. 341–359, 2006. WITCHER, Robert. Broken Pots and Meaningless Dots? Surveying the Rural Landscapes of Roman Italy. Papers of the British School at Rome, v. 74, p. 39–72, 2006. WITCHER, Robert. Globalisation and Roman imperialism: Perspectives on identities in Roman Italy. In: HERRING, Edward; LOMAS, Kathryn (Orgs.). The emergence of state identities in Italy in the first millennium BC. [s.l.]: Accordia Research Institute, University of London, 2000. WITCHER, Robert. Regional field survey and the Demography of Roman Italy. In: People, land, and politics: demographic developments andthe transformation of Roman Italy 300 BC-AD 14. Leiden ; Boston: Brill, 2006. (Mnemosyne. Supplements, 303). WITCHER, Robert. “That from a long way off look like farms”: the classification of Roman Rural sites. In: ATTEMA, Peter; SCHÖRNER, Günther. Comparative issues in the archaeology of the roman rural landscape: site classification between survey, excavation and historical categories. Portsmouth, Rhode Island: Journal of Roman Archaeology, 2012. (Journal of Roman archaeology Supplementary series, 88). WITCHER, Robert. The extended Metropolis: urbs, suburbium and population. Journal of Roman Archaeology, v. 18, 2005. WOLF, Eric. Sociedades Camponesas. 2a. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976. (Curso de Antropologia Moderna).

315 WOLF, Eric R. A Europa e os povos sem história. São Paulo: EDUSP, 2005. WOOD, Ellen Meiksins. A Origem do Capitalismo. [s.l.]: Jorge Zahar, 2001. WOOD, Ellen Meiksins. Peasant-citizen and Slave: The Foundations of Athenian Democracy. London: Verso, 1989. WOOLF, Greg. Becoming Roman: The Origins of Provincial Civilization in Gaul. [s.l.]: Cambridge University Press, 2000. WOOLF, Greg. Roman Peace. In: RICH, John; SHIPLEY, Graham (Orgs.). War and Society in the Roman World. London: Routledge, 2002. YEO, Cedric A. The Economics of Roman and American Slavery. FinanzArchiv / Public Finance Analysis, v. 13, n. 3, p. 445–485, 1951. (New Series). YNTEMA, Douwe. In search of an ancient countryside: the Amsterdam Free University field survey at Oria, province of Brindisi, South Italy (1981-1983). Amsterdam: Thesis Publishers, 1993. (Scrinium, 6). ZARMAKOUPI, Mantha. Private villas: Italy and the Provinces. In: ULRICH, Roger B.; QUENEMOEN, Caroline K. (Orgs.). A Companion to Roman Architecture. [s.l.]: Wiley, 2013. ZIÓLKOWSKI, Adam. The Temples of Mid-Republican Rome and Their Historical and Topographical Context. [s.l.]: “L’Erma” di Bretschneider, 1992. ŽMOLEK, Michael Andrew. Rethinking the Industrial Revolution: Five Centuries of Transition from Agrarian to Industrial Capitalism in England. [s.l.]: BRILL, 2013.

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.