Lugares do amor em Bandeira
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS (FFLCH USP) João Victor Pereira da Silva
LUGARES DO AMOR EM BANDEIRA: Um ensaio sobre os poemas “O impossível carinho” e “Arte de amar” SÃO PAULO 2015
JOÃO VICTOR PEREIRA
LUGARES DO AMOR EM BANDEIRA: Um ensaio sobre os poemas “O impossível carinho” e “Arte de amar” Trabalho final da disciplina Literatura Brasileira I. Prof. Dr. Alcides Villaça. Universidade de São Paulo (USP) Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada (DTLLC)
SÃO PAULO 2015 1
EPÍGRAFE “Espiritualmente… minha filosofia é a de Einstein. ‘Minha religião — disse ele — consiste numa humilde admiração pelo espírito superior e sem limites que se revela nos menores detalhes que possamos perceber com nossos frágeis espíritos. Essa profunda convicção sentimental da presença de uma razão poderosa e superior revelandose no incompreensível universo — eis a minha ideia de Deus.’ Quando li isto, disse comigo mesmo: ‘É exatamente o que eu sinto’. Não compreendo a negação absoluta de Deus. Como é que veio essa coisa que não começa nem acaba? Tempo infinito… Espaço infinito… Uma coisa absurda que, no entanto, existe!”1 Manuel Bandeira
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BLOCH, P. Pedro Bloch Entrevista. São Paulo: Bloch Editores, 1989. 2
AMOR, INFÂNCIA E DEUS Este ensaio busca relacionar dois poemas de Manuel Bandeira entre si: “O impossível carinho” (in Libertinagem , 1930) e “Arte de amar” (in Belo Belo , 1948). A análise de cada texto se fará destrinchando o modo como o Amor aparece em cada um dos poemas, individualmente, tentando elucidar seu valor para o eulírico. A interpretação dos poemas se fará de forma conjunta e contrastiva, em forma de ensaio. Busco, nas páginas que seguem, elucidar a temática do Amor em dois momentos distintos da poesia de Manuel Bandeira. O AMOR E A INFÂNCIA. Nos versos iniciais do poema “O impossível carinho”, são apresentados dois sentimentos diferentes: o desejo e a ternura. Em uma primeira leitura, não se pode inferir muito sobre as acepções que o poema dá para essas duas palavras, que podem construir inúmeras relações de significado entre si. O que fica claro é o percurso lógico que ele vai percorrer: partindo do pressuposto de que desejo e ternura são sentimentos opostos, o eulírico faz a escolha de negar seu desejo, contrapondoo a sua ternura, essa sim validada por ele. A ideia central que encerra esse trecho é a de que o eulírico tem uma vontade: contar sua ternura a um alguém. Marcas como “escuta” e “contarte” delimitam, logo nos primeiros versos, a presença desse alguém, um interlocutor definido, mas que só será explicitado mais tarde. Essa é a primeira parte do poema, que se constrói em um momento presente, a partir da materialidade das vontades do eulírico. O terceiro verso dá início à segunda parte do poema. A primeira elucidação que ela traz é a explicitação de quem é a pessoa a quem se dirige o eulírico. Ao dizer que ele recebe desse alguém “tanta felicidade”, aproximamonos da figura da pessoa amada. O poema, que antes poderia se dirigir a um eu universal, indefinido, agora, sabese, fala àquela que se ama. Retomando o primeiro verbo do poema, “escuta”, fica ainda mais palpável a figura dessa pessoa. É, muito provavelmente, uma mulher bastante próxima do eulírico, com quem ele já construiu alguma história. O verbo, embora no imperativo, traz à fala do eulírico um tom de afetividade que inexistiria se o verso inaugural do poema não viesse introduzido por essa frase com função fática. Mais adiante na leitura, os versos que compõem a segunda parte são construídos em tom de lamentação. Introduzida pela forma fixa “ah se…”, essa parte do poema anuncia ao leitor um momento de desabafo ou lamúria do eulírico. Estruturalmente, elementos como a 3
partícula se , no terceiro verso, e os morfemas modotemporais sse dos verbos pudesse e soubesse (conjugados no pretérito imperfeito do subjuntivo) conferem a toda essa porção do texto uma ideia de impotência do eulírico perante uma situação. Da leitura de toda a segunda parte, poderiase extrair uma oração de valor condicional, que, reorganizada na forma direta resultaria na seguinte oração: “Ah se eu pudesse e soubesse repor no teu coração despedaçado as mais puras alegrias da tua infância…” Embora a esta oração subordinada não se relacione nenhuma oração principal (de modo a dizer o que aconteceria caso essa condição fosse satisfeita), fica clara a ideia que ela contém. O eulírico não pode e não sabe repor essas alegrias, mas absolutamente o faria se assim fosse possível . Enquanto a primeira parte do poema se constrói alicerçado na materialidade das vontades do eulírico (de não contar o seu desejo e de contar sua ternura), a segunda parte se constrói na impossibilidade de concretização de suas vontades. É nesse momento que o leitor parcialmente unifica a leitura do poema: por não poder ou não saber repor as mais puras alegrias da mulher que ama, é impossível que ele conte a ela sua ternura. A ternura que o eulírico quer contar a sua amada é o impossível carinho de que fala o título do poema. No momento em que se torna possível relacionar o título do poema com a mensagem que está gravada em seus versos, o poema ganha sentido para o leitor. A partir disso, porém, outros caminhos se abrem. Por que, para o eulírico, contar sua ternura só se pode fazer repondo no coração de sua amada alegrias de sua infância? Por que é tão difícil para ele fazer essa reposição? Uma tópica na lírica de Bandeira é a infância como uma “filosofia de viver”.2 Embora em diversos momentos de sua poesia o autor remeta à sua própria infância de forma memorialística, encontrando nela matéria para sua poesia, em outros, porém, esta fase da vida ganha um caráter de objetivo a ser almejado. Parece a Bandeira que há algo de superiormente evoluído no modo como as crianças enxergam o mundo, e no valor que têm suas “alegrias de infância”. É justamente esse sentimento primoroso que o eulírico quer repor no coração da sua amada. Ao adjetivar “coração” como despedaçado, o poema reforça ainda mais a importância de se ter reposto no peito essa alegria, pura, a qual, por força do tempo, vai se esvaindo e despedaçando o coração à medida que sai.
COUTINHO, F. A memória da infância em Manuel Bandeira. In: FIÚZA, R. P. Modernismo: 80 anos. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2002. p. 142 2
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O que nos resta entender nesse momento é: como, ao contar sua ternura, o eulírico poderia causar a reposição dessa alegria? E, por último, por que ele não pode e não sabe fazêlo? Para a elucidação dessas questões, é necessário retornar aos dois versos iniciais e buscar valores para as palavras ternura e desejo , que ficaram indefinidos anteriormente. Por meio de uma rápida observação da estrutura desses dois versos, é possível notar que eles se constroem em paralelismo, de modo que se torna certa a oposição entre desejo e ternura. Como à ternura o poema atribui o valor de impossibilidade, por analogia ao desejo está atrelada a ideia da possibilidade. Assim, o título do poema condensaria em si a oposição de duas formas de carinho. A primeira delas é o carinho possível, que parece ser facilmente atingível. É o desejo sexual, o beijo, o toque. A segunda forma é o carinho impossível, que não é físico, mas sim sentimental. Seria esse o carinho ou simplesmente o amor que o eulírico queria ser capaz de transmitir à mulher a quem ele fala. Esse carinho, que tem o poder de repor em outro coração sentimentos tão puros quanto a alegria da infância, é a ternura que o eulírico quer avidamente contar. Os motivos por trás da impossibilidade de que esse carinho, essa ternura, seja contada compõem a problemática maior do poema. Quando os versos de número quatro e cinco trazem, em evidência, as respectivas ideias do não poder e do não saber , a impossibilidade de que se fala no título ganha um motivo: a impotência do eulírico. Entendese, a partir disso, que sua ternura não será contada porque o eulírico não pode e não sabe fazêlo. Embora o coração do eu esteja cheio de ternura, que provavelmente são as ternuras de sua própria infância, a ele nunca caberia uma tarefa tão grande como a de repor as alegrias mais puras no coração de alguém. Ele reconhece suas limitações e assume uma posição em que humildemente se recusa a repor o que quer que seja no outro. Em “O impossível carinho”, a voz que fala se coloca num lugar de recolhimento e humildade em relação àquilo que toca. Ao dizer que não sabe, e por consequência não pode repor as alegrias da infância da amada, ele se coloca em um lugar de resignação em relação ao amor. Assumidamente impotente, o eu transmite nesses versos o sentimento de que o carinho superiormente elevado que é a ternura da infância será, para ele, um carinho sempre impossível de contar.
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O AMOR E DEUS. Enquanto “O impossível carinho” claramente escolhe a ternura ao desejo como forma de concretizar o amor, “Arte de amar” parece fazer a escolha contrária. O poema de Manuel Bandeira, famoso por seus últimos versos, é lido por muitos como um grito hedonista pelo amor físico. O que me parece, porém, é que, longe de desfigurar o entendimento que Bandeira sempre teve do amor, esse é um poema que reflete, por meio da voz de um eulírico, a humildade que permeia sua poética embora o faça de uma forma peculiar. Como em "O impossível carinho", o verso inicial marca a segunda pessoa a quem se dirige o eu. Embora este traço desenhe uma congruência entre os poemas, no sentido de que os dois se dirigem a um alguém, ele é também um ponto de bifurcação. Enquanto no primeiro poema a interlocução vinha direcionada à mulher que o eulírico ama, nesse ela marca uma segunda pessoa universal, o que dá ao poema um tom de conselho. Essa ideia pode ser ratificada no título do poema, que uso de um jargão próprio de textos instrucionais (“a arte de argumentar”, “a arte de ser feliz”, etc) para implicar a ideia de que amar é um ofício, que pressupõe técnica e apuração. Esse câmbio no plano da forma é a primeira indicação de como a poesia de Bandeira sofreu mudanças com o tempo. Se o amor antes inspirava no poeta emoções das mais fortes e resultava em confissões lamuriosas, agora ele se reverte em poemascartilhas, em bulas frias e objetivas. As mudanças a que estão sujeitas a poesia de Bandeira também se refletem no plano do conteúdo. Ao dar ao leitor seu primeiro conselho em “Arte de amar”, o poeta parece negar tudo o que antes disse sobre o amor. Enquanto em “O impossível carinho” o amor superiormente elevado era aquele que podia ser concretizado na alma do outro isto é, “em teu coração despedaçado” , agora ele só pode ser alcançado quando tal preocupação com a alma é deixada de lado. A recusa que o eulírico faz da alma no processo de amar vai lentamente se justificando ao longo do poema. Fazendo uso de quatro versos, o poema expõe ao leitor dois motivos pelos quais a alma não pode cumprir função na arte de amar: 1) as almas não podem se comunicar umas com as outras; 2) só em Deus ou fora do mundo elas podem encontrar satisfação. A partir da primeira ideia já é possível entender que o poema não necessariamente contradiz “O impossível carinho”. Quando o eulírico afirma que as almas são incomunicáveis, ele está retomando uma ideia contida na segunda parte do outro poema. Da mesma forma que o eulírico antes não podia e não sabia repor na alma de sua amada a 6
ternura que lhe faltava, ainda agora ele parece não saber. Dessa ideia da incomunicabilidade das almas decorre a de que não é possível encontrar satisfação na alma do outro: o impossível carinho de que fala o primeiro poema está sendo contado também no segundo. Quando essas impossibilidades são percebidas dentro do segundo poema, podemos entender porque é necessário que, ao praticar o amor, ignoremos nossas próprias almas. Ao tentarmos, como tentou o eulírico em “O impossível carinho”, nos comunicarmos com outras almas e ao tentarmos buscar nelas satisfação própria, padecemos. O que sobra dessa tentativa de concretizar o amor no campo sentimental é sempre o “ah se…” que habita “O impossível carinho”. Nesse sentido, a nossa alma é quem estraga o amor. Até esse momento, “Arte de amar” não traz nenhuma ideia nova no que diz respeito à concepção de amor: quando o eulírico aconselha que o leitor ignore sua própria alma ao praticar a arte de amar, ele apenas reforça que devemos humildemente aceitar nossas impotências, e nos recolher diante delas. É a partir da segunda ideia, porém, que uma nova luz recai sobre “O impossível carinho” e um novo contraste pode ser rascunhado entre ele e “Arte de amar”. Para o eulírico do primeiro poema, as alegrias e memórias da infância constroem dentro de cada ser um lugar em que poderia habitar o amor mais puro, no qual se poderia alcançar satisfação, e que ele tentou tocar em sua amada. O que “Arte de amar” diz sobre esse lugar é que ele na verdade está em Deus ou fora do mundo. A ideia de que a satisfação da alma só pode se encontrar em Deus pode ser melhor entendida a partir da filosofia da Trindade, do Cristianismo. Feito à imagem de Deus3, o homem é corpo, alma e espírito. Enquanto corpo e alma constroem uma dualidade indissolúvel, o espírito é o ponto em que a palavra de Deus toca o homem4. É, portanto, a existência de Deus no homem. A satisfação que o eulírico antes buscava no outro e, mais especificamente, na ternura do outro agora só pode ser alcançada em seu próprio espírito. Já a ideia de que a satisfação da alma só pode se encontrar fora do mundo compreende a noção da morte, que é um espectro muito presente na poesia de Manuel Bandeira. Sem a intenção de me aprofundar nesse tema, busco traçar o paralelo que há entre Deus e a morte, e
Gênesis 1:2627. In: Bíblia Sagrada . Tradução de Padre Antônio Pereira de Figueiredo. Rio de Janeiro: Ecyclopaedia Britannica, 1980. Edição Ecumênica. 4 Hebreus 4:12. Idem. 3
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como eles se opõem à infância como lugar de conforto do eu que fala. Por fim, me limito a comprovar que ambos os poemas se constroem em volta da mesma filosofia de vida. Tanto em Deus quanto na morte está contida a noção de natureza. Embora à figura da onipresença divina possa, muitas vezes, se ligar o conceito de sobrenaturalidade, Deus como sinônimo de espírito é parte da existência humana; é, portanto, natural. A morte, que nada mais é do que o desprendimento de alma e espírito da matéria (corpo), quando entendida como fenômeno inerente à vida, também é um fenômeno natural. O que isso quer dizer, em “Arte de amar” é que esses dois lugares únicos onde a alma pode encontrar satisfação são lugares nãofísicos; são o que há de suspenso na Natureza, o que se poderia chamar de Destino. Quando o poema versa a favor do relacionamento físico (“Deixa o teu corpo entenderse com outro corpo / Porque os corpos se entendem, mas as almas não.”), ele o faz somente porque acredita que é só isso que resta ao homem, já que o amor que vem da alma não pode encontrar satisfação em nenhum lugar concreto. Não se trata de um grito hedonista pelos prazeres, porque nesse conselho está contida uma ideia de resignação. Quando no poema parece haver um chamado para o desejo e a luxúria, há, na verdade, a constatação de uma impossibilidade de amar. Essa postura humilde de reconhecer o amor dentro de suas próprias definições (como coisa da alma, inatingível) pode ser ratificado quando voltamos ao primeiro verso e encerramos a leitura do poema. Muito embora pudesse o eulírico, frente às decepções da vida, escarnecer o amor e maldizêlo, por ser coisa irreal e inalcançável, ele o define como uma felicidade. Quando trata a arte de amar como a “felicidade de amar”, ele se coloca na mesma posição de recolhimento que permeava “O impossível carinho”, em que o eulírico reconhece, antes de tudo, sua impotência frente aquilo que é posto. O AMOR E O ESTOICISMO. A principal máxima da Ética estoica é viver seguindo a natureza. Para essa escola filosófica do Período Helenístico, há uma ordem racional que rege o cair das folhas e o nascer do sol, e portanto, há uma ordem que rege também a vida humana. Esta ordem, quando seguida, leva à Virtude, e se desobedecida, conduz ao Vício, que é o malogro da existência humana. Na conduta estoicista, as paixões deveriam ser evitadas para que se alcançasse a vida plena.
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Embora “O impossível carinho” e “Arte de amar” devam ser entendidos em diferentes momentos da poética bandeiriana, os dois poemas se desenham numa mesma linha filosófica estoica, em que o amor é entendido como um sentimento separado dos desejos humanos. Num momento inicial, esses desejos humanos eram absolutamente renegados. Tratavase de uma poesia muito mais ligada ao modo estoico de amar, em que os prazeres e os excessos deveriam ser evitados pois não conduziriam à Virtude humana5, e em que a infância era lugar idílico. Num momento mais avançado, o poeta parece provocar suas próprias concepções e passa a dar vazão à luxúria e aos excessos, como faz no icônico “Voume embora para Pasárgada”6, em que um eulírico sonhador se refugia em um mundo de prazeres sexuais. Não se crê mais na possibilidade de consumação do amor, e surgem a figura de Deus e da morte mais preponderantemente. Para além de estoica, a forma como se retrata o amor em Bandeira, de acordo com o que foi constatado nesse ensaio, carrega muito da herança baudelairiana de extrair das grandiosidades os seus instantes efêmeros e mais sublimes. De toda a grandeza em que poderia se solidificar o amor, ele repousa sempre na simplicidade e pureza da alma. O que conclui esse ensaio é a tentativa de extrair dos poemas uma essência. Tanto na forma menor como entende o amor, como na postura humilde que toma em relação às imagens que alcança, Manuel Bandeira inunda suas palavras com o que Davi Arrigucci Jr. interpretou como uma “consciência das próprias limitações” (2003, p. 131). Com efeito, o que se alcança é uma lírica por excelência, que toca no mais íntimo (por ser pequena) de quem se lê, e que não invade (por ser humilde), mas que penetra. MOURA, D. T. “A ética dos estoicos antigos e o estereótipo estoico na modernidade”. In: Cadernos Espinosanos , v. 26. São Paulo, 2008, p. 112115. 5
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BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2009, p. 143. 9
O IMPOSSÍVEL CARINHO Escuta, eu não quero contarte o meu desejo Quero apenas contarte a minha ternura Ah se em troca de tanta felicidade que me dás Eu te pudesse repor — Eu soubesse repor — No coração despedaçado As mais puras alegrias de tua infância! (in Libertinagem , 1930) ARTE DE AMAR Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. A alma é que estraga o amor. Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Não noutra alma. Só em Deus ou fora do mundo. As almas são incomunicáveis. Deixa o teu corpo entenderse com outro corpo. Porque os corpos se entendem, mas as almas não. (in Belo Belo , 1948)
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARRIGUCCI JR., D. Humildade, paixão e morte. A poesia de Manuel Bandeira. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. 5. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira: 2009 __________________. Itinerário de Pasárgada. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985 BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada . Tradução de Padre Antônio Pereira de Figueiredo. Rio de Janeiro: Ecyclopaedia Britannica, 1980. Edição Ecumênica. BLOCH, P. Pedro Bloch Entrevista. São Paulo: Bloch Editores, 1989. CANDIDO, A. O estudo analítico do poema. 4. ed. São Paulo: Humanitas, 2004. ________________. Na sala de aula. Caderno de análise literária. São Paulo: Ática, 1985. COUTINHO, F. A memória da infância em Manuel Bandeira. In: FIÚZA, R. P. Modernismo: 80 anos. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2002. p. 142 DICIO Dicionário Online de Português. Brasil: 7 Graus Informática, 2014. Disponível em: . Acesso em: 20 de junho de 2014. MOURA, D. T. “A ética dos estoicos antigos e o estereótipo estoico na modernidade”. In: Cadernos Espinosanos , v. 26. São Paulo, 2008, p. 112115.
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