Magda Marcia Becker BN RR resenha12

The Discovery of Medicines from Plants: A Current Biological Perspective

Miller, J. S.

Miller é pesquisador do New York Botanical Garden e atua em inúmeros projetos visando identificar espécies de plantas potenciais para desenvolvimento de medicamentos anticâncer nos Estado Unidos. Seu artigo analisa o desenvolvimento de drogas a partir de plantas como fontes de compostos bioativos, bem como revisa as considerações legais e éticas que afetam a recolha de dados de materiais biológicos, o sucesso limitado de triagem de plantas e a determinação do potencial de plantas na descoberta de medicamentos. As plantas medicinais são um tema recorrente na pauta da ciência brasileira. É unanimidade entre químicos e farmacólogos brasileiros de reconhecida expressão internacional, que os estudos com plantas medicinais ainda não receberam no Brasil, a atenção que o tema merece das agências financiadoras, embora já exista uma massa crítica de pesquisadores qualificados nas áreas de química e farmacologia. Até o presente momento, não houve um processo coordenado de todos os atores (indústria, farmacólogos, fitoquímicos, químicos sintéticos, farmacêuticos, médicos, etc) visando o desenvolvimento de fármacos a partir de plantas. Os últimos 50 anos viram inovações tremendas no processo de descoberta de novos compostos bioativos de plantas. Apesar de todos esses avanços tecnológicos e numerosos esforços de descoberta de grande escala, o número de novos medicamentos desenvolvidos como produtos naturais de plantas para chegar ao mercado tem sido surpreendentemente baixo, muito diferente do trabalho de descoberta. Ao mesmo tempo que os avanços tecnológicos melhoraram dramaticamente a capacidade para o rastreio plantas, mudanças nas normas legais e éticas para o acesso aos recursos biológicos têm complicado o processo de obtenção da permissão para coletar plantas e outros organismos de investigação com um potencial comercial. A estimativa do potencial de espécies de plantas para produzir novas drogas não apresenta consenso entre os botânicos no que se refere ao número provável de espécies vegetais que existem. Os esforços para avaliar plantasna busca de novas, certamente, levou ao desenvolvimento de novas tecnologias inovadoras para avaliar um maior número de plantas com mais eficiência. A espécie humana se aproveita de uma fração muito pequena das plantas com as quais sempre conviveu e que a antecedem no planeta Terra. O reino vegetal ainda permanece como uma grande incógnita cujos mistérios começam a serem desvendados.

Magda Márcia Becker