MALÁRIA NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE JUTAÍ-AM

July 4, 2017 | Autor: Aliny Pinto | Categoria: Prevenção, Diagnóstico
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MALÁRIA NA ZONA URBANA DO MUNICÍPIO DE JUTAÍ-AM
Ivone Ramos Pereira
Prof. Sebastião Ferreira Lisboa Neto
Centro Universitário Leonardo da Vinci-Uniasselvi
Metodologia do Ensino de Geografia
25/06/2014

RESUMO
Este trabalho com o tema "malária na zona urbana do município de Jutaí", foi desenvolvida seguindo a linha de pensamento da nova geografia que dá ênfase ao estudo da saúde de uma população visto que a partir do século V.a C estudiosos já sentiam necessidade de compreender as doenças que surgem no meio, e na obra de Ares Água e lugares de Hipocrates, este apresenta as relações vinculadas aos elementos do meio físico com o surgimento de doenças e para conhecermos a saúde de uma população é necessário ter conhecimento do espaço geográfico onde, esta se encontra, pois através da transformação desplanejada do meio ambiente ocorre o desequilíbrio ambiental e consequentemente surgem as doenças, e se tratando do ambiente urbano a falta de saneamento básico também é um dos principais fatores que contribuem. Em Jutaí fez-se necessário investigação sobre a malária devido os frequentes casos diagnosticado, neste sentido realizou-se pesquisa com o propósito de detectar e mapear os bairros da cidade que estão sendo mais afetado pela doença, na oportunidade e palestra foi ministrada por profissional da FVS (Fundação da Vigilância sanitária), onde foi esclarecido sobre a malária que é uma doença grave, transmitida pela picada do mosquito "Anofelino' conhecido também como prego ou sovela. Dados recente apontam que aproximadamente 40% da população mundial está sujeito a pegar malária, principalmente as pessoas que habitam próximos á igarapés, rios e lagos pois é nesses lugares que fêmea põem seus ovos que evoluem para o mosquito adulto. Para tanto serão apresentados medidas preventivas e aspectos econômicos e políticos, que possam contribuir para a eliminação da malária, neste município.

Palavras-chave: Malária, Diagnóstico, Prevenção, Tratamento.




INTRODUÇÃO
O referido trabalho com a temática malária na zona urbana do município de Jutaí é de grande relevância para que possamos descobrir as possíveis causas do surgimento desta doença que frequentemente afeta esta população. Neste sentido foi realizado junto aos alunos do segundo ano da Escola Estadual Padre João Van Den Dungem, no período 10 de Fevereiro à 25 de Abril de 2014, pesquisas, palestras e entrevistas para melhor esclarecimento a respeito da malária que é uma doença infecciosa aguda que se manifesta com sintomas que podem aparecer isoladamente ou em conjunto como: cala frio, dor de cabeça, febre alta e bastante suor, o paciente que apresentar esses sintomas deve procurar um posto de saúde para fazer o exame e assim obter um diagnóstico seguro, para que possa da inicio do tratamento que não deve ser interrompido seguindo orientação médica. Pois devido ao uso indiscriminado de medicamentos para o tratamento de malária no século passado, o parasito tornou- se resistente a alguns medicamentos como cloroquina, o que aumentou a mortalidade pela doença. Na ultima década, surgiu um novo grupo de medicamento á base de artemisina houve nova esperança no combate a malária (Taranto El al, 2006). Segundo Greevwood (2008), relatórios recentes têm indicado que é possível atingir um controle da malária com ferramentas já existente. Com o apoio de organizações influentes é possível perceber uma crescente ênfase na abordagem de eliminação da doença. Para isso foi sugerido uma pesquisa a cerca de desenvolvimento de medicamentos, vacinas como bloqueio da transmissão políticas de erradicação do vetor e melhoria do sistema de saúde. Ramos e Loch (1994) definem a saúde escolar como:
"Um conjunto de atividades desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar envolvendo inclusive o professor, que visa promover, proteger e recuperar a saúde ser humano em idade escolar, dentro ou fora da escola, de maneira mais precoce possível, através de ações educativas que lês vem em conta suas origens e a realidades da vida, interagindo com os seus recursos interinstitucionais disponíveis na comunidade assim como a família e buscando influir, de maneira decisiva, no ambiente escolar físico e emocional da escola, no processo de ensino e na assistência integral a saúde (RAMOS E LOCH 1994, P.130)".
Essa definição nos remete a um estudo mais contundente sobre a malária no município de Jutaí, pois a geografia que navega em deferentes escolas de tempo e espaço, estuda também a saúde e privilégio as relações do homem com o espaço no qual está inserido em busca de possíveis soluções para o combate do problema.


MALÁRIA
Dependendo da região a malaria é conhecida pelo povo como: sezão, paludismo, febre intermitente e tremedeira, a malaria é uma doença infecciosa a transmissão acontece pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. Durante a picada são inoculados na pele os parasitas na forma de esporozoítos, os quais vão invadir as células do fígado, chamadas hepatócitos. No homem a malária possui uma fase hepática e uma fase eritrocitária. Durante a fase eritrocitária o parasito passa por uma etapa de multiplicação até chegar à forma de trofozoíto, formando esquizontes. A liberação destes esquizontes sanguíneos acompanhada da destruição da hemácia infectada libera na circulação sanguínea novos parasitos que infectarão novas hemácias perpetuando o ciclo. Nesta fase aparecem os sintomas da malária como cefaléia, febre, vômito entre outros, os quais caracterizam o acesso malárico ou ataque paroxístico. Também nesta fase, atuam a maioria dos medicamentos utilizados para o tratamento da malária, os esquizonticidas sanguíneos. Os trofozoítos podem então, se diferenciar em gametócitos, a forma de contágio para outros mosquitos. Nesta etapa atuam os fármacos gametocidas (BRASIL, 2009).
São cinco as espécies de plasmódios que causam a malaria entre os seres humanos, que são eles: P. falciparum, P.vivax, P.ovale, P.malarie, P.Knowlesi esta presente no sudeste asiático provocando malaria em macacos podendo também provocar graves problemas a saúde humana. Em nossa região as espécies mais presentes são: Plasmodium vivax,plasmodium falciparum e Plasmodium malarie, os plasmódios no organismos do homem , multiplicam-se por reprodução assexuada pois não há necessidade da união do parasito macho com a fêmea, e por reprodução sexuada, no mosquito ocorre a fecundação do para fêmea por um parasito macho dando origem a numerosos parasitos, os plasmódios precisam passar parte de sua vida no mosquito anofelino, onde ocorre a reprodução sexuada. Assim o homem e o anofelino são hospedeiros do plasmódio. O termo malaria tem origem italiana medieval mala aria ou "maus ares" anteriormente era conhecida como "águe" ou " febre dos pântanos" devido às mesmas surgirem em terrenos alagados. A organização mundial de saúde estima que em 2010 tenham ocorrido 219 milhões de casos documentados de malaria. No mesmo ano a doença matou entre 660.000 e 1,2 milhões de pessoas na sua grande maioria crianças africanas. Não é possível afirmar com precisão o numero real de mortes uma vez que não há dados suficientes para grande parte das áreas rurais e muitos casos não são sequer documentados. A malaria esta associada com a pobreza e pode ser um entrave significativo ao desenvolvimento econômico.
Vale a pena ressaltar que a malaria não é transmitida pela água, e sim pela picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles, seu período de incubação varia de acordo com a espécie de plasmódio sendo de 8 a 12 dias para P. falciparum, 13 a 17 para P.vivax e 18 a 30 dias para P. malarie. A malaria não é contagiosa, pois uma pessoa doente não transmite a doença para outra, é necessário que haja a participação de um vetor sendo assim é uma doença infecciosa e não contagiosa.
DIAGNÓSTICO DA MALÁRIA
Para se obter um diagnostico seguro para que possa fazer tratamento , o paciente deverá realizar exame de sangue o mesmo analisado por microscópio sendo esse o exame padrão para a confirmação da malaria através da analise das amostras é possível observar formas anelares e gametócitos de plasmodium falciparum entre os glóbulos vermelhos.
Os exames de diagnostico rápido (RDT) determinam resultados em ate 20 minutos e são muito importantes em regiões onde não estão disponíveis analises em laboratórios. Devido a natureza dos sintomas na específica, o diagnostico da malaria em locais ou regiões que não sejam endêmicas exige atenção redobrada considerando fatores de diagnostico auxiliares, como histórico recente de viagens do individuo, se o mesmo apresenta aumento de baço, febre, redução de plaquetas no sangue. O diagnostico por microscópio tem duas vantagens: Em locais como em zonas rurais não dispõem de equipamentos a realização de exame e a eficácia dos resultados depende do examinador e da quantidade de parasitas que contem no sangue. Os testes de diagnostico rápido existentes são mais precisos a detectar a presença de parasitas da malaria do que a analise microscópica pois embora sua sensibilidade e especificidade do fabricante para que sejam capazes de detectar o numero de parasitas. De acordo com Romeo Rodrigues Fialho, Gerente nacional do Programa de Controle Integrado da Malária:
"No Programa de Controle Integrado da malária, as estratégias principais são o diagnóstico precoce e preciso, e o tratamento adequado e imediato. A maior contribuição dos ACSs é a identificação precoce e o repasse desse conhecimento para a população, para que ela também possa fazer a identificação. Isso evita que a pessoa tenha de se afastar do seu trabalho, de sua vida diária. O tratamento é bem mais fácil de ser conduzido quando se identifica a malária o mais cedo possível".

Ao primeiro sintoma da doença é aconselhável que o paciente procure um posto de saúde para fazer o exame e assim obter um diagnostico preciso. Pois de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) a malaria pode ser classificada "Grave" quando apresenta sintomas como: Alteração do estado de consciência ou coma, fraqueza que impeça o paciente de caminhar, falta de apetite, convulsões constantes. Caso contrário é considerado não complicado.

PREVENÇÃO DA MALARIA
É de suma importância à participação ativa da população por meio de informações sobre a infecção e seus mecanismos de transmissão e prevenção da doença de posse dessas informações serão tomadas medidas para combater a doença, dentre elas: Individual, deve ser adotado o uso de mosquiteiros, roupa que proteja braços e pernas, tela em portas e janelas das casas, é recomendável também o uso de repelentes. Medidas de prevenção coletiva: a borrifação é muito importante, porque depois que o anofelino se alimenta, ele pausa na parede da casa para fazer a digestão. O inseticida aplicado nas paredes internas da casa mata o Anofelino ao passar o fumacê, abra portas e janelas para que o inseticida mate os mosquitos que pode esta dentro de sua casa, drenagem em pequenas obras de saneamento para eliminação de criadouros, controle de vegetação aquática, melhoria de moradia e das condições de trabalho, evitar penetrar na mata e tomar banho no rio, no fim da tarde e no começo da manhã. Os métodos usados para reduzir a malaria através da diminuição do numero de transmissões são denominados "controle de vetores". Existem outros métodos destinados a reduzir o numero de picadas de mosquito e reduzir o aumento da malaria, uma vez que a larva do mosquito se desenvolve em lugares chamados de criadouros onde há águas estagnadas, neste caso os meios de combater o mosquito devem ser adequados a cada situação ou realidade local, as obras de saneamento são medidas de eficácia indiscutível no controle da malária, e devem ser realizadas sempre que possível sendo que é conveniente que se estabeleçam serviços permanentes de manutenção em de pequenas obras de saneamento, que podem contribuir para combater o mosquito e consequentemente, interferir no controle de doenças. Em 2006, a Organização Mundial da Saúde recomenda o uso de doze inseticidas para ações de vaporização residual entre os quais DDT e os piretoides ciflutrina e deltametrina. O uso do DDT em pequena quantidade para ações de saúde pública é autorizado pela convenção de Estocolmo para os poluentes orgânicos presentes, o qual não pode ser usado na agricultura. Pois a malaria não é simplesmente uma doença associada pela pobreza, mais conclusões apontam que a doença seja uma das causa da pobreza, representando assim um fardo pesado para alguns países ou regiões nos quais necessitam de atendimento hospitalar e ambulatório.
Vale a pena ressaltar que ainda não foi desenvolvida uma vacina para a prevenção da doença sendo que já foram testadas algumas substâncias capazes de gerar imunidade para a malaria, mas os resultados encontrados ainda não são satisfatórios para que a vacina seja implantada como medida de prevenção. Diante disto é importante que se tome medidas de preventivas para que não se contraia a doença.

TRATAMENTO DA MALÁRIA

A malária é uma doença que tem cura, após o diagnostico o paciente deve iniciar o tratamento o mais rápido possível, este deve ser de forma adequada sob orientação médica. É importante que a malária seja precocemente diagnosticada, pois quando demora a fazer o tratamento a doença evolui e a pessoa pode ficar em situação grave podendo chegar a óbito, o tratamento com o esquema terapêutico deve ser adequado a idade do paciente obedecendo corretamente a duração e intervalo entre as doses e ao tipo de parasito encontrado no exame de sangue.
Os esquemas de tratamento da malaria definidos pela FUNASA, estão disponíveis nas unidades de saúde conforma a estratégia local, isto é, sob a responsabilidade sanitária da secretaria de saúde do município, assim os agentes comunitários de saúde e os agentes de controle de endemias devem seguir as orientações dadas pelas suas unidades de saúde.
É importante que o doente siga as orientações quanto ao uso do medicamento correto, o mesmo não pode tomar o remédio em jejum, deve alimentar-se normalmente e evitar o uso de bebidas alcoólicas durante o tratamento.
Para crianças é importante que se tome os devidos cuidados como: dissolver os comprimidos na água ou no leite para que se possa ingerir. Em caso de recaída ou recrudescia, é recomendável que seja repetido o tratamento de forma apropriada. As mulheres grávidas devem ser encaminhadas imediatamente para a unidade de saúde, pois neste caso a doença é mais grave e apresenta risco para a mãe e o feto.
O Principio básico do SUS fala que: "qualquer pessoa tem o direito de ser atendido de maneira integral nas unidades de saúde: Desde receber informações sobre como cuidar de sua saúde e como se prevenir de doenças até receber assistência para problemas de saúde, dos mais simples ate aqueles que necessitam de tratamento mais complexo".

CONCLUSÃO
Este trabalho foi desenvolvido seguindo a linha de pensamento da nova geografia que dá ênfase aos estudos da saúde de uma população que pode está vinculada ao lugar onde a mesma está inserida. Neste sentido buscou-se melhor entendimento sobre o tema em estudo uma vez que em Jutaí vários casos foram diagnosticados fez-se necessário uma melhor investigação a cerca da problemática em questão, onde foi realizada pesquisa com os moradores nos bairros da cidade em busca de possíveis causas para o surgimento da malaria, durante a pesquisa constatamos que nos bairros que estão sendo mais afetados existem criadouros dos mosquitos, sendo que estes estão localizados nos bairros: Bom Pastor, São Francisco e Plínio Coelho. Em visita a FVS (Fundação de Vigilância Sanitária) informou os tipos de plasmódios mais frequentes em Jutaí, sendo que não houve óbitos nos últimos 3 anos, os casos estão sendo diagnosticados e tratados. Em outro momento foi realizado palestras para os alunos do segundo ano do ensino médio da Escola Estadual Padre João Van Den Dungen ministrada por um profissional da área, onde explanou sobre a doença e esclareceu as duvidas que surgiam no momento.
Diante desta problemática podemos concluir as estratégias de combate e tratamento a malária estão em constante evolução. O desenvolvimento de vacinas, a busca por novos alvos e o fortalecimento das políticas de controle à infecção formam em conjunto, o principal plano para eliminação do Plasmodium. Diante dos avanços da ciência e do quadro atual da malária no mundo, as medidas imediatas a serem adotadas estão relacionadas ao desenvolvimento de terapias efetivas e combate ao vetor. A prospecção de uma vacina é a medida mais eficaz no combate à doença e apesar das dificuldades em seu desenvolvimento, os incentivos e investimentos devem continuar. Desta forma espera-se que este trabalho tenha contribuído de forma significativa ampliando conhecimentos sobre o tema, uma vez que a geografia estuda varias áreas do conhecimento inclusive da saúde da população em um determinado lugar em busca de possíveis soluções.


REFERENCIAL TEÓRICO

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Politicas de Saúde. Ações de Controle de Endemias: Malária: Manual para agentes comunitários de saúde e agente de controle de edemias/ Ministério da Saúde, secretária de Políticas de Saúde, Fundação Nacional de Saúde. –Brasília: Ministério da saúde, 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia para profissionais de saúde sobre prevenção da malária em viajantes. Disponível em: Acesso em 18 de Junho de 2014.

Organização Mundial de Saúde (OMS); 2006.

PEREIRA, Jorge Gustavo. Estudo do Modelo de Ronald Ross Sobre Prevenção da Malária. São Paulo, 2010.

RAMOS, Byron Emanuel; LOCH, Jussara de Azambuja. Manual de Saúde Escolar II. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria, 1994.






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