Manguezais em Imagens: ferramenta educativa e de divulgação científica aplicada a unidades de conservação

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MANGUEZAIS EM IMAGENS: FERRAMENTA EDUCATIVA E DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA APLICADA A UNIDADES DE CONSERVAÇÃO MANGROVE IN PICTURES: EDUCATIONAL AND SCIENTIFIC TOOL APPLIED TO PROTECTED AREAS EVERTON VIESBA-GARCIA* MARILIA CUNHA LIGNON RENATO DE ALMEIDA *UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - ([email protected])

RESUMO O manguezal é um importante refúgio para desenvolvimento, alimentação, proteção e reprodução de diferentes espécies costeiras e marinhas, fonte de alimento e renda de comunidades locais. No Brasil, há aproximadamente 962,683 ha de manguezais distribuídos ao longo da costa, mas apenas 10% estão resguardados em 21 Unidades de Conservação (UCs). Em São Paulo, o ecossistema tem sofrido distintas alterações ao longo do tempo, em função de cada trecho de segmento de costa. O panorama de conservação atual aponta para a necessidade de apoio da divulgação científica (DC) de caráter formativo, educativo e de conscientização. Trata-se de uma importante estratégia para melhorar a efetividade da gestão em UCs. O principal objetivo do projeto Manguezais em Imagens é elaborar material de DC sobre o ecossistema manguezal e outras zonas úmidas costeiras. Assim, pretende-se aproximar as informações científicas junto a sociedade e apoiar a gestão das UCs. O projeto tem um banco de dados com aproximadamente 4.000 imagens e 50 vídeos de curta duração. As imagens representam as características, propriedades, especificidades e biodiversidade dos manguezais brasileiros e de outras zonas costeiras. Inicialmente, realiza-se planejamento e produção dos roteiros de vídeos e infográficos. Posteriormente, utiliza-se softwares de criação e edição, como o Powtoon e Piktochart. Os vídeos e infográficos são publicados e compartilhados no grupo Manguezais em Imagens (fb.com/groups/manguezaisemimagens/), via rede social. A presente proposta já disponibiliza vídeos com resultados preliminares de projetos de pesquisa desenvolvidos em manguezais no Estado de São Paulo, além de infográficos sobre a distribuição mundial de manguezais e datas comemorativas. Alguns desses produtos já estão sendo adotados por ONGs e professores da educação básica, demonstrando uma forte demanda por este tipo de material. Os vídeos publicados na plataforma YouTube.com (youtube.com/channel/UC7ATAYJD2xyYBYrxRp2Ay0Q), apontam 381 visualizações entre novembro de 2014 a marco de 2015. Pelo menos 45% dessas visualizações foram originadas por pesquisas diretas, ou seja, usuários que buscam vídeos relacionados aos temas manguezais e ecossistemas costeiros e marinhos. Os produtos aqui gerados oferecem ampla gama de aplicabilidade nos contextos da educação formal, não formal e informal. Palavras-chave: ecossistemas costeiros. ABSTRACT The mangrove is an important refuge for development, food, protection and reproduction of different coastal and marine species, food supply and income of local communities. In Brazil, there are 962.683 ha of mangroves approximately, distributed along the coast, but only 10% are sheltered in 21 protected areas (PAs). In São Paulo, this ecosystem has undergone different changes over time, depending on the coastal stretch. The current conservation panorama points to the need for support of scientific communication (SC). This is an important strategy to improve the effectiveness of management in PAs. The main objective of Mangroves in Pictures Project is to elaborate SC material about mangrove ecosystem and other coastal wetlands. Thereby, we intend to approach the scientific information to the society and support the management of PAs. The project has a database of approximately 4,000 images and 50 short videos. The images represent the characteristics, properties, specificities and biodiversity of Brazilian mangroves and other coastal areas. Initially, there were carried out planning and production of videos and infographics scripts. After, softwares were used for creating and editing, such as Powtoon and Piktochart. The videos and infographics are published and shared on Mangrove in Pictures Group (fb.com/groups/manguezaisemimagens/), by social network. The current project has elaborated videos about results of research studies developed in mangroves areas of São Paulo State, besides infographics about the global distribution of mangroves and commemorative dates. Some of these products are already being used by NGOs and teachers of basic education, demonstrating a strong demand for this kind of product. The videos posted on YouTube.com platform (youtube.com/channel/UC7ATAYJD2xyYBYrxRp2Ay0Q), indicate 381 views between November 2014 and March 2015. At least 45% of these views were caused by direct surveys, in other words, users looking videos related to the mangroves and coastal and marine ecosystems themes. Products generated here offer wide range of applicability in the contexts of formal, non-formal and informal. INTRODUÇÃO O ecossistema manguezal Os manguezais são ecossistemas costeiros de transição entre o ambiente marinho e o terrestre. Ocorrem na região entre marés, protegidos de ondas, mas estão sujeitos à ação das marés. São importantes espaços de refúgio natural para desenvolvimento e reprodução de diferentes espécies de crustáceos, moluscos e peixes, que muitas vezes são fonte de alimento/renda das comunidades locais. Trata-se de um ecossistema de fundamental importância para a manutenção da biodiversidade marinha e costeira (UNEP, 2014). Estima-se que a área total de bosques de mangue existente no mundo é de 137.760 km²: Ásia (42%), África Anais do VIII CBUC - Trabalhos Técnicos 2015

(20%), América Central e do Norte (15%), Oceania (12%) e América do Sul (11%). Aproximadamente 75% dos manguezais existentes estão distribuídos em apenas 15 países (Giri et al., 2011). No Brasil existem aproximadamente 962,683 ha de áreas de manguezal distribuídos entre a foz do rio Oiapoque, no Amapá (4º30’N) e o município Laguna, Santa Catarina (28o28’34”S) (Soares et al., 2012). Embora expressivo ao longo da costa brasileira, a representação social historicamente construída, aponta para uma visão pejorativa da população sobre este ecossistema (Barcellos et al., 2005). Tanto que, ao longo dos anos a ocupação desordenada da costa brasileira tem causado inúmeros danos aos manguezais (Alves, 2013). O avanço das ocupações humanas, carcinicultura, extrativismo e expansão industrial tornam as áreas de manguezal cada vez mais fragmentadas e degradadas, causando intenso impacto ambiental, social e econômico (Valiela et al., 2001). Constata-se, ainda, que as perdas das áreas de mangue são mais significativas em países em desenvolvimento, onde estão localizados mais de 90% dos manguezais do mundo (Duke et al,. 2007). Em relação aos manguezais do Estado de São Paulo, o ecossistema tem sofrido distintas alterações ao longo do tempo, em função de cada trecho de segmento de costa (Cunha-Lignon et al., 2009). Assim, a criação de Unidades de Conservação (UCs) torna-se uma importante estratégia adotada pelo Poder Público com o objetivo de conservar determinado espaço, seus recursos ambientais e sua biodiversidade (Brasil, 2000). Manguezais em Unidades de Conservação O Brasil possui 21 UCs costeiras e marinhas representando apenas 1% do total de UCs em todo país (MMA, 2015). Recentemente foram criadas três novas UCs em zonas costeiras e marinhas. As reservas extrativistas marinhas Mocapajuba, Mestre Lucindo e Cuinarana, estão todas localizadas no Estado do Pará. Juntas, estas novas UCs somam uma área aproximada de 58.500 ha e têm como objetivo a conservação dos ecossistemas manguezais e outros ecossistemas costeiros e marinhos (MMA, 2014). Todos os estados costeiros no país protegem em média 10% das áreas de manguezal (Tabela 1). No entanto, segundo o MMA (2010), uma significativa parte desta proteção é assegurada apenas por Áreas de Proteção Ambiental (APA), e, portanto, de menor efetividade em termos de conservação. Ervin (2003) e Marris (2007) apontaram que, muitas vezes, a efetividade da conservação nas UCs depende de um número suficiente de gestores, bem como de uma capacitação adequada. Além do mais, também constatou-se grande distância entre a informação disponível e sua aplicabilidade, já que alguns gestores ignoram o conhecimento teórico, enquanto os pesquisadores ignoram o conhecimento prático.

Tabela 1. Situação da conservação de manguezais por UF (em ha) (MMA, 2010). O projeto Manguezais em Imagens: Educação Ambiental e Divulgação Científica A Divulgação Científica (DC) pode expor sua face difusionista, jornalística e educativa, tratadas com diferentes enfoques e concepções teóricas, filosóficas e profissionais (Nascimento, 2008). Todavia, torna-se imperativo superarmos a tendência de se valorizar apenas a informação, mas avançarmos para uma proposta educativa, crítica, enquanto elemento primordial da cultura. A DC, ao lado da Educação Ambiental (EA), pode colaborar para a efetivação das UCs, uma vez que informação, sensibilização e envolvimento do maior número de pessoas podem potencializar a interação entre ciência, cultura, natureza, sociedade e áreas protegidas (Moretti et al., 2013). A DC possibilita aos pesquisadores disseminar informações de seus projetos e pesquisas transformando a linguagem complexa das ciências em expressões mais acessíveis e populares, sem perder a criticidade necessária ao propósito educativo. Por outro lado, a EA deve incentivar a busca por conceitos e valores que orientem a convivência humana com o meio ambiente e com os demais seres vivos. A EA é um conjunto de processos voltados à construção da cidadania e da consciência socioambiental (Viesba et al., 2014).

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Nascimento et al. (2013), afirma que toda ação de DC deve necessariamente facilitar o entendimento das informações científicas pela sociedade. Já Candotti (2002) completa quando diz que a DC, sempre que possível, deve ser tida como parte da responsabilidade dos pesquisadores, semelhantemente à suas publicações em revistas e periódicos específicos. Podemos acrescentar que a DC também é uma excelente ferramenta para conscientizar a população sobre a importância dos manguezais, seja pelos serviços e produtos que oferece à sociedade e a importância deste ecossistema para toda a manutenção da biodiversidade marinha e costeira. O objetivo do presente projeto é elaborar material de DC sobre o ecossistema manguezal e outras zonas úmidas costeiras, de modo a disponibilizar informações técnico-científicas para diferentes grupos da sociedade. Esta ferramenta pode contribuir para a gestão do ecossistema, pois permite divulgar a importância da conservação dos manguezais. MÉTODOS O projeto conta com um banco de dados com aproximadamente 4.000 imagens e 50 vídeos de curta duração. As imagens e vídeos foram disponibilizados por pesquisadores de todo o Brasil e representam as características, propriedades, especificidades e biodiversidade dos manguezais brasileiros e de outras zonas costeiras. O banco de dados é dividido entre os seguintes temas: 1. Vegetação típica e associada: imagens que representam a vegetação típica e associada do ecossistema manguezal. 2. Fauna: imagens que retratam a fauna que habita e frequenta os manguezais. 3. Metodologias de pesquisa: imagens de pesquisadores e equipamentos utilizados durante realização de suas pesquisas em campo. 4. Impactos antrópicos: imagens de ecossistemas costeiros, inclusive manguezal, que sofrem com a degradação causada pelo homem. 5. Serviços ecossistêmicos: imagens dos serviços prestados pelo ecossistema manguezal. 6. Mudanças climáticas: imagens de possíveis efeitos das mudanças climáticas sobre os manguezais e a zona costeira. 7. Imagens comemorativas: Imagens sobre datas comemorativas, como o Dia Mundial das Zonas Úmidas (02 de fevereiro) 8. Infográficos: Infográficos representando informações sobre o ecossistema manguezal sob diversos aspectos. 9. Imagens diversas: imagens diversas de manguezais e demais ecossistemas presentes nas zonas costeiras. 10. Vídeos de entrevistas: Vídeos de entrevistas com pesquisadores e populações costeiras tradicionais. 11. Vídeos de áreas de manguezal: Vídeos sobre o ecossistema. 12. Vídeos diversos: Vídeos que tratam de outros temas relacionados direta ou indiretamente ao ecossistema manguezal, tais como biodiversidade e Unidades de Conservação. 13. Vídeos do projeto: Vídeos produzidos pelo projeto. A catalogação de cada fotografia é realizada, considerando-se o local e a região onde a imagem foi registrada, a data, o autor e a identificação padrão da foto (Figura 1).

Figura 1. Modelo de catalogação criando especificamente para o projeto.

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O projeto utiliza ferramentas (softwares) gratuitas e pagas, entre elas Piktochart, PowToon, Fotor, Pinnacle VideoSpin e Fireworks MX. O planejamento e a elaboração de um roteiro antecede a produção técnica dos vídeos e infográficos. Os roteiros são planejados de acordo com a definição do tema, acompanhado da realização de um levantamento bibliográfico que garanta ao vídeo a credibilidade da informação. O roteiro é elaborado cena a cena, com análises e correções de cada item. Por fim, a produção técnica do vídeo/infográfico se inicia com o uso dos softwares acima citados (Figura 2).

Figura 2. Edição de vídeo pelo software Pinnacle VideoSpin. O processo de criação dos infográficos e imagens é semelhante. Após a definição do tema e criação do roteiro, os infográficos e imagens são produzidos com base em referências bibliográficas selecionadas (Figura 3).

Figura 3. Edição de infográfico via software online Piktochart. Com os vídeos e infográficos prontos, inicia-se a publicação e divulgação dos materiais produzidos. Optou-se pela divulgação principalmente via internet e redes sociais. Os vídeos são publicados na plataforma YouTube.com com acesso livre e sob licença creative commons. Os infográficos são publicados via rede social Facebook.com (FB), também sob licença creative commons. Quando publicados, os vídeos e infográficos são compartilhados no grupo Manguezais em Imagens (fb.com/groups/manguezaisemimagens/) (Figura 4) e na página do projeto, na plataforma Google+ (Manguezais em Imagens) (Figura 5).

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Figura 4. Grupo no FB do projeto Manguezais em Imagens.

Figura 5. Perfil do projeto Manguezais em Imagens na plataforma Google+.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Atualmente, o projeto tem em seu acervo dois vídeos produzidos em curta metragem: um de apresentação do projeto Manguezais em Imagens (Figura 6), e o outro um vídeo técnico de apresentação dos resultados do projeto ‘Monitoramento de Bosques de Mangue do Estado de São Paulo’ (financiado pelo CNPq, Processo 472419/2011-0) (Figura 7). Até o momento mais dois vídeos estão em elaboração: ’Serviços Ecossistêmicos e Importância do Manguezal’ e ’Características e Distribuição do Ecossistema Manguezal’.

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Figura 6. Vídeo de apresentação do projeto Manguezais em Imagens publicado no youtube.com/watch? v=tDzHlxinqAk.

Figura 7. Vídeo técnico de apresentação dos resultados do projeto ‘Monitoramento de Bosques de Mangue do Estado de São Paulo’, publicado no youtube.com/watch?v=Q72tHheaNUI&feature=youtu.be. Os infográficos e imagens produzidos pelo projeto contabilizam um total de sete produtos, entre eles: Distribuição do Ecossistema Manguezal (Figura 8) e Dia Mundial das Zonas Úmidas (Figura 9).

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Figura 8. Infográfico sobre fb.com/groups/manguezaisemimagens/

Distribuição

Figura 9. Imagem comemorativa fb.com/groups/manguezaisemimagens/.

sobre

o

do

Dia

Ecossistema

Mundial

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Manguezal,

Zonas

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publicado

publicada

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Alguns desses vídeos e infográficos são utilizados por professores de ciências e biologia durante suas aulas; particularmente no Estado de São Paulo, onde os professores estão utilizando os infográficos para complementar suas aulas, relacionando o material com os conteúdos previstos no currículo escolar oficial: características básicas de um ecossistema, ecossistemas terrestres e aquáticos, problemas ambientais, biodiversidade e conservação dos ecossistemas brasileiros (São Paulo, 2010).

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Estudantes da Universidade Federal de São Paulo, Campus Diadema e bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES) também utilizaram esses materiais durante suas aulas e projetos, em especial como complemento de projetos de EA que envolvem os Temas Transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998). Alguns institutos de pesquisas e ONGs, como o Instituto BiomaBrasil, utilizaram os infográficos como complemento aos seus cursos de formação, além de contribuir na divulgação dos materiais e do projeto. Os vídeos publicados na plataforma YouTube.com no canal Manguezais em Imagens (youtube.com/channel/UC7ATAYJD2xyYBYrxRp2Ay0Q) estão com acesso liberado ao público e nos últimos cinco meses (de novembro de 2014 a marco de 2015) tiveram 381 visualizações, totalizando uma estimativa de 1.625 minutos assistidos (aprox. 27 horas) (Figura 10).

Figura 10. Variação (em minutos) dos vídeos assistidos entre novembro de 2014 e março de 2015. Fonte: Analytics - YouTube.com, canal Manguezais em Imagens. Cerca de 45% das visualizações dos vídeos publicados na plataforma YouTube.com são de origem de pesquisas diretas, ou seja, usuários que buscam vídeos relacionados a manguezais e ecossistemas costeiros (Figura 11).

Figura 11. Origem das visualizações dos vídeos publicados. Fonte: Analytics - YouTube.com, canal Manguezais em Imagens. A demanda dos professores por infográficos e vídeos de DC, especialmente na área ambiental, é significativa e necessária; tanto que a maioria dessa amostra de professores já demanda e sugere a produção de novos vídeos e infográficos que abordem a área de ecossistemas costeiros e manguezais. Com o avanço tecnológico, os vídeos e infográficos se tornaram uma importante ferramenta de informação e sensibilização. A DC tem o importante papel de integração entre ciência e sociedade, além de possibilitar a transformação da linguagem científica para uma linguagem mais popular e acessível (Moreira, 2006). A DC permite a sensibilização da sociedade para determinados assuntos, em nosso caso, a importância dos ecossistemas costeiros, especialmente o manguezal. Os produtos aqui gerados podem oferecer uma ampla gama de aplicabilidade nos contextos da educação formal, não formal e informal. Devem, ainda, ser considerados como atividade “meio”, podendo atender importante Política Pública conservacionista proposta pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que lançou as Diretrizes para Estratégia Nacional de Comunicação e Educação Ambiental em Unidades de Conservação (ENCEA) (MMA, 2011). Nesse documento destaca-se a Diretriz 05 – “Qualificação e ampliação da abordagem da mídia com relação às Unidades de Conservação e estímulo às práticas de comunicação participativa com foco educativo na gestão ambiental”. CONCLUSÃO A divulgação científica é uma ferramenta fundamental para informação e sensibilização, facilitando a compreensão de conceitos científicos pela sociedade.

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Os manguezais são considerados, hoje, um dos ecossistemas mais produtivos do mundo. Desta forma, sua conservação deve ser prioritária. As ações de divulgação científica e educação ambiental são essenciais para contribuir na conservação deste ecossistema. Além disso, o projeto Manguezais em Imagens tem potencial para fornecer subsídios aos órgãos responsáveis e unidades de conservação na elaboração de estratégias de gestão e conservação dos manguezais. No presente trabalho foi apresentada a metodologia de criação de vídeos e infográficos e a importância da divulgação de tais produtos em caráter científico, ressaltando assim a importância do projeto Manguezais em Imagens na busca pela conservação do ecossistema manguezal, bem como o incentivo à criação de programas e projetos que incentivem a conservação deste e outros ecossistemas. AGRADECIMENTOS Agradecemos os pesquisadores Armando Reis Neto, Beatriz Campos, Julian Flandroy, Maria Carolina Destito, Marco Silva e Marília Gabriela Batista, por cederem imagens e vídeos para composição do banco de dados do projeto Manguezais em Imagens. A Profa Dra Ligia Azzalis, professora adjunta da Universidade Federal de São Paulo pela supervisão ao projeto. O projeto Manguezais em Imagens foi indiretamente beneficiado pelos financiamentos em vigor da Fundação Grupo Boticário, Projeto 'Monitoramento de Manguezais: guardiões das zonas costeiras' (Processo BL0006_20121) e pelo CNPq Projeto ‘Sentinelas das Zonas Costeiras: projeto de monitoramento de manguezais’ (Processo 445418/2014-1), assim como de projetos anteriores financiados pelo CNPq (Processo 472419/2011-0) e Fapesp (Processo 2009/05507-0), os quais possibilitaram a construção do banco de dados de imagens. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, M. L. 2013. Salvem os manguezais. Rev. Desafios do Desenvolvimento. 10 ed 77. 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