Mapa do turismo urbano em Paracatu (MG): notas introdutórias

July 5, 2017 | Autor: H. Miranda de Oli... | Categoria: Geography, Geografia, Turismo, Turismo Cultural
Share Embed


Descrição do Produto

Giovanni Seabra (organizador)

Comunidades, Natureza e Cultura no Turismo

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Reitor RÔMULO SOARES POLARI Vice-reitora MARIA YARA CAMPOS MATOS Diretor do Centro de Ciências Exatas e da Natureza ANTÔNIO JOSÉ CREÃO DUARTE Chefe do Departamento de Geociências ANIERES BARBOSA DA SILVA

EDITORA UNIVERSITÁRIA

Diretor JOSÉ LUIZ DA SILVA Vice-diretor JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO Supervisor de Editoração ALMIR CORREIA DE VASCONCELLOS JUNIOR

Capa: Cláudia Neu Arte: Cacá Soares Editoração: Ívyla Pereira E-mail: [email protected] Home Page: www.turismosertanejo.com.br

C741

Comunidades, natureza e cultura no turismo [recurso eletrônico] / Giovanni Seabra (Organizador).-- João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2012. 1CD-ROM : color. ; 4 3/4 pol. 1.335 p.: il. ISBN: 978-85-7745-556-1 1. Turismo - Brasil. 2. Turismo Comunitário. 3. Turismo Sertanejo. 4. Paisagem Natural. 5. Patrimônio Cultural. 6. Desenvolvimento Local. I. Seabra, Giovanni.

UFPB/BC

CDU: 338.48(81)

As opiniões externadas nesta obra são de responsabilidade exclusiva dos seus autores. Todos os direitos desta edição reservados à GS Consultoria Ambiental e Planejamento do Turismo Ltda.

MAPA DO TURISMO URBANO EM PARACATU (MG): NOTAS INTRODUTÓRIAS

Patrícia Soares REZENDE Licenciada em Geografia e especialista em Geomática E-mail: [email protected] Hélio Carlos Miranda de OLIVEIRA Pesquisador do Observatório das Cidades Laboratório de Geografia Humana e Ensino Professor da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal da Universidade Federal de Uberlândia E-mail: [email protected]

RESUMO

O trabalho tem o objeto de mapear e descrever os pontos turísticos urbanos da cidade de Paracatu (MG), que é uma cidade que compõe os circuitos turísticos ligados ao turismo histórico de ocupação do território brasileiro e é considerada Patrimônio Histórico Nacional. Por não existir um programa institucional de turismo, mapear os pontos turísticos é o primeiro passo para a elaboração de um plano institucional, o qual deve ser a próxima etapa a ser desenvolvida, mas não como uma iniciativa particular e sim como um plano de desenvolvimento turístico de base local. PALAVRAS-CHAVE: turismo, cidade, memória, Paracatu (MG).

INTRODUÇÃO O município de Paracatu157 está localizado na mesorregião geográfica do Noroeste de Minas no Estado de Minas Gerais, com 84.718 habitantes, segundo dados do Censo Demográfico de 2010 (IBGE, 2012), sendo 73.772 pessoas vivendo na área urbana e 10.946 pessoas na área rural do município. A história do município está ligada a exploração de ouro no município, com registro do início do século XVIII (IBGE, 1959), entretanto, segundo registros do IBGE (2012), já no século XVI verificou-se a presença de grupos bandeirantes colonizadores advindos da Vila de São Paulo com objetivos de conquistar terras. Entre os grupos de bandeirantes, a história revela os nomes de Domingos Luiz Grou (1586-1587), Antônio Macedo (1590), Domingos Rodrigues (1596), Domingo Fernandes (1599) e Nicolau Barreto (1602-1604), sendo que somente com um testamento

157

“O nome de Paracatu é originário do tupi-guarani e significa "Rio Bom". O rio Paracatu é o mais importante do município e também o mais caudaloso afluente do rio São Francisco” (IBGE, 2012). O município possui área de 8.229,58 Km2.

831

elaborado por Martins Rodrigues, integrante deste último grupo, que foi encontrado registos que fazem referências ao nome de Paracatu, conforme destaca (IBGE, 2012): "neste sertão e Rio de Paracatu, eu, Martim Francisco, determinei fazer cédula de testamento, estando são e de saúde em todo o meu siso e juízo perfeito". Apesar da imprecisão histórica, sabe-se que no século XVII, sob a égide do ouro, surge o Arraial de São Luiz e Sant' Anna das Minas de Paracatu, que é elevada a categoria de Vila do Paracatu do Príncipe, por alvará de Dona Maria, rainha de Portugal, em 20 de outubro de 1798 (IBGE, 2012). A exploração econômica do ouro em Paracatu resultou em uma paisagem urbana características do período, com marcas do Barroco, conforme aponta Gama (2009): O barroco paracatuense é simples, entretanto, não perde em valor e importância para o daquelas cidades mineiras mais conhecidas. Suas ruas entrecortadas, suas edificações, seus becos, suas praças, seu traçado urbano que foi se formando diante de uma disposição desordenada de suas casas, ficou como uma marca do tempo dos aventureiros que ajudaram a expandir os domínios daquele pequeno arraial. Essas construções revelam a criatividade de um povo que se organizou em meio à discutível falta de planejamento, que construiu sua memória e seus significados de vivência coletiva e social a partir das relações que se estabeleceram dentro desse espaço urbano que, agora, se tornou o espaço de sua memória, o seu testemunho (GAMA, p.14, 2009).

A presença de construções do período barroco em uma cidade situada no cerrado, distante da área central de exploração de outro no Estado de Minas Gerais (Ouro Preto, Mariana, São João Del Rey, por exemplo), com um patrimônio histórico-cultural preservado motivou a elaboração do mapeamento turístico da cidade de Paracatu, uma vez que as atividades ligadas ao turismo possuem importância para o desenvolvimento econômico-social da cidade, gerando renda para os envolvidos diretamente e indiretamente dinamizando o comércio local. Sendo assim, este texto tem como objetivo sistematizar os pontos turísticos da cidade de Paracatu em forma de mapeamento, acompanhado de uma descrição sucinta, para que no futuro sirva de embasamento para proposição de um plano de turismo municipal.

1 MAPA DO TURISMO URBANO DE PARACATU

Os pontos turísticos existentes no espaço urbano de Paracatu estão localizados em três bairros, quais sejam: Centro, Santana e Arraial D’Angola, conforme demostra a Figura 01. Esses são os bairros mais antigos da cidade e possuem igrejas, beco, chafariz e prédios que são preservados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), inserindo a 832

cidade nos circuitos turísticos: Circuito Tropeiros de Minas e Circuito Noroeste das Gerais, de acordo com o Ministério do Turismo brasileiro. Dentre as igrejas existentes na cidade três delas possuem destaque, que são: Igreja de Santo Antônio da Manga do Paracatu (Matriz), Igreja de São Luiz de Sant’Ana e a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos Livres (Figura 02), construídas ainda no período de ocupação da cidade.

Figura 01 - Paracatu (MG): localização municipal, área urbana e bairros (2012).

833

Figura 02 - Paracatu (MG): localização das igrejas (2012).

Percebe-se na Figura 02 que a forma de ocupação dos bairros não apresenta nenhum tipo de planejamento, com ruas sem orientação lógica e terrenos irregulares, marcas típicas das ocupações que surgiram nos períodos auríferos no Brasil, que também são elementos que atraem população na atividade turística. A Igreja de Santo Antônio da Manga do Paracatu, conhecida popularmente como Igreja Matriz, situada Rua Alexandre Silva, 259, bairro centro, possui arquitetura no estilo barrocojesuítico do período setecentista, construída em madeira, taipa e alicerces sobre rochas. Seu altar atual, construído sob influência da arquitetura colonial, era pertencente a Igreja de São Luiz de Sant’Ana. No ano de 1920 a Igreja de Santo Antônio da Manga do Paracatu tornou-se a catedral da cidade, sendo hoje tombada pelo patrimônio histórico. As figuras 03 e 04 demostram a vista frontal da igreja em diferente período.

834

Figura 03 - Igreja de Santo Antônio da Manga do

Figura 04 - Igreja de Santo Antônio da Manga do

Paracatu: vista frontal (1907).

Paracatu: vista frontal (2012).

Fonte: PMP (2010).

Autora: Patrícia Soares Rezende (2012).

É possível observar na comparação entre as duas figuras que existe a presença de palmeiras imperiais na frente e do lado direito da Igreja (esquerda da foto) que chamam a atenção de todos que visitam a Igreja, devido sua imponência. Segundo relatos orais da população e livros de memorialistas da cidade, como Melo (1978, 1999 e 2002), essas palmeiras foram plantadas por um major Demostenes Roriz, na época do nascimento dos seus filhos, em homenagem ao santo padroeiro. Hoje elas compõem a praça construída no entrono da Igreja e fazem parte da área tombada pelo patrimônio histórico como espaço da preservação da memória da cidade. Outra igreja que merece destaque como ponto turístico é a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, conhecida popularmente como Igreja do Rosário, está situada na Praça do Rosário no bairro Centro. A construção da igreja foi iniciada em meados do terceiro quartel do século XVIII e concluída em 1744, contendo características arquitetônicas da arquitetura colonial mineira e goiânia, com portas são de origem arquitetônica muçulmana, conforme demostra a Figura 05. A Igreja possui somente um altar com decoração de florais e querubins em pintura policromada. Vale destacar a importância deste espaço para a história social de Paracatu, uma vez que era esta a igreja frequentada pelos negros da cidade por serem proibidos de participar das cerimônias religiosas e festas na Igreja Matriz. A existência de um único altar, empobrecido artisticamente se comparado com outros altares da cidade, é outro aspecto material que chama a atenção para a afirmação da diferença social que existia.

835

Figura 05 - Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos Livres: vista frontal (2012). Autora: Patrícia Soares Rezende (2012).

A Igreja de São Luiz de Sant’Ana é outra atração turística da cidade. Conhecida popularmente como Igreja de Sant’Ana, está situada no bairro Santana, que foi o primeiro bairro da cidade, no qual surgiu o povoado que deu inicio a Paracatu, sendo também a primeira igreja edificada na cidade, no início do século XVIII sob o estilo do barroco jesuíta. Entretanto, apesar da sua importância histórica, ela foi uma igreja que não foi preservada, pois o altar foi removido e levado para a Igreja de Santo Antônio da Manga do Paracatu, como citado anteriormente, as portas foram vendidas para famílias abastardas da cidade, culminando na demolição da sua fachada em 1935, sendo reconstruía alguns anos depois, entretanto apresentando forma arquitetônica mais simples, conforme é possível observar na Figura 06.

Figura 06 - Igreja de São Luiz de Sant’Ana: vista frontal (2012). Autora: Patrícia Soares Rezende (2012).

836

Outros pontos turísticos existentes em Paracatu são: Beco do Senhor Candinho, Chafariz da Traiana e o Passo da Paixão, Casa da Cultura Maria Conceição Adjunto Botelho, Museu Histórico Pedro Salazar e o Arquivo Público Olímpio Michael Gonzaga, conforme demostra a Figura 07.

Figura 07 - Paracatu (MG): pontos turísticos (2012).

O Beco do Senhor Candinho é o único beco da cidade que preserva as suas características originais, com calçamento em pedras, estreito, tortuoso e sem iluminação por postes, situado no bairro Centro, em frente a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos Livres. Esta parte da cidade era utilizada pelos tropeiros que circulavam pela região, servindo de local de passagem e comercialização de produtos, além de ponto de apoio para o descanso dos animais. A Figura 08 demostra parte do beco. O Chafariz da Traiana e o Passo da Paixão estão localizados lado-a-lado no bairro Centro (Figura 09) construídos pelo artista plástico local chamado Fábio Ferrer em tributo aos 200 anos de elevação a Vila do Paracatu do Príncipe e aos 500 anos do Brasil. O Chafariz é um conjunto arquitetônico influenciado pelo barroco, homenageando o período colonial do século XVIII, no qual a cidade vivia o auge da exploração do ouro. No alto do Chafariz existe a escultura de uma mulata escrava que segundo o imaginário popular percorria os becos da cidade despertando os desejos dos homens ricos. Existe também um escudo com data de 1798, que é a data oficial da criação da Vila 837

do Paracatu do Príncipe, por meio de um alvará expedido por Dona Maria, rainha da corte portuguesa. (PMP, 2010).

Figura 08 - Beco do Senhor Candinho: vista parcial (2012). Autora: Patrícia Soares Rezende (2012).

Ao lado do Chafariz está o Passo da Paixão, uma pequena e simples capela da via sacra construída para homenagear o período da descoberta do ouro em 1744, período que já existiam os arraiais de Sant’Anna e São Luiz, elevados a Vila em 1798. Segundo PMP (2010) a pintura do teto foi feita em flandres têmpera gorda e gema de ovo com pigmentações, reproduzindo a perspectiva da pintura barroca da época colonial em Minas Gerais; a pintura da parede é da artista Maria do Céu, e as esculturas dos tocheiros em cedro são de Hugo Martins, artistas locais. Além de ponto turístico, o Passo da Paixão é utilizado pela população como capela de oração e um ponto da via sacra nas comemorações católicas da paixão de Cristo na páscoa.

Figura 09 - Chafariz da Traiana (esqueda) e Passo da Paixão (direita): vista frontal (2012). Autora: Patrícia Soares Rezende (2012).

Outro ponto de visitação pública são os casarões da cidade, que ganharão destaque neste trabalho a Casa da Cultura Maria Conceição Adjunto Botelho, o Museu Histórico Pedro Salazar e o Arquivo Público Olímpio Michael Gonzaga, todos situados no bairro centro, conforme demostrado na Figura 07. 838

A Casa da Cultura Maria Conceição Adjunto Botelho (Figura 10) é uma típica edificação do período imperial, que segundo a PMP (2010) a edificação é caracterizada por uma: [...] volumetria simples e austera, ritmada pelos elegantes vãos que modulam as fachadas. Destacam-se ainda os cunhais ornamentados e a cimalha frisada que contornam ambas as fachadas. As aberturas, em vergas retas, se destacam na composição, trazendo elegância e requinte ao edifício. São enquadradas madeira e apresentam sobrevergas frisadas. As quatro portas principais em seu interior são vedadas em folhas duplas, almofadadas, complementadas por bandeiras em caixilhos de madeira e vidro. As janelas apresentam vedações cegas internamente e guilhotinas em caixilhos de madeira e vidro, externamente.

Em 2004 o prédio passou por um processo de restauração visando potencializar o uso do espaço pela população, além de preservar os aspectos arquitetônicos originais do prédio, recuperando, inclusive o piso o prédio que é comporto por madeira e tijoleiras. Atualmente a Casa da Cultura abriga exposições artísticas e é palco de várias manifestações culturais, seja de teatro, música, artes plásticas, até manifestações da cultura popular.

Figura 10 - Casa da Cultura Maria Conceição Adjunto Botelho: vista frontal (2012). Autora: Patrícia Soares Rezende (2012).

O Museu Histórico Pedro Salazar é outra edificação que possui destaque na paisagem urbana de Paracatu (Figura 11), pois é uma edificação de 1903, construída inicialmente para abrigar o Mercado Municipal da cidade, ponto comercialização e distribuição de produtos advindos da zona rural.

839

Figura 11- Museu Histórico Pedro Salazar: vista frontal (2012). Autora: Patrícia Soares Rezende (2012).

No decorrer dos anos, este imóvel foi sede de várias instituições, dentre elas, a Prefeitura Municipal, Secretaria Municipal de Educação e Inspetoria Regional de Ensino. Por compor uma das construções do Patrimônio Histórico de Paracatu o prédio passou por restauração e tornou-se o Museu, abrigando peças (artefatos) do cotidiano urbano e rural da população que viveu no município, além de fotos e documentos, preservando a memória de diferentes períodos históricos, sejam eles: da exploração do ouro, da escravidão, da ascensão urbana e da modernização da agricultura. O Arquivo Público Olímpio Michael Gonzaga localizava-se no prédio conhecido como “sobradinho do Santana” (Figura 12), que foi a primeira edificação em alvenaria de Paracatu. Segundo PMP (2010), o ano de construção do prédio foi em 1757 para abrigar a família de João de Melo Franco, trisavô do escritor Afonso Arinos de Melo Franco e proprietário da maior fazenda da região, a Fazenda Fundão. Segundo relatos orais da memória popular, foi neste sobrado que viveu Dona Beija após ter sido raptada pelo ouvidor do Imperador Joaquim Inácio Silveira da Motta, em 1815, morando por dois anos na Vila do Paracatu do Príncipe como amante do ouvidor. O prédio passou por um processo de restauração e em 24 de junho de 1994 tornou-se a sede do Arquivo Público.

Figura 12 - “Sobradinho do Santana”: antiga sede do Arquivo Público (2012). Autora: Patrícia Soares Rezende (2012).

840

Em 1º novembro de 2007 o Arquivo mudou novamente de sede (Figura 13), transferindo-se para um antigo prédio da cidade que foi restaurado. Ele possuía somente a faixada conservada, o que possibilitou a adequação do interior atendendo de forma mais adequada às demandas do Arquivo que possui a função de abrigar e conservar documentos que registraram diferentes etapas da história política e social do município de Paracatu, com documentos referentes aos séculos XVII e XVIII.

Figura 13 - Arquivo Público Olímpio Michael Gonzaga: vista frontal (2012). Autora: Patrícia Soares Rezende (2012).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O levantamento e caracterização de pontos turísticos em uma cidade são fundamentais para conhecer as potencialidades do espaço para a exploração da atividade econômica, principalmente em cidades com limitado desenvolvimento industrial. A elaboração de um plano municipal de turismo com base no desenvolvimento local permitirá com que a população participe do processo como agentes promotores da atividade turística, inserindo-os economicamente, culturalmente e socialmente. Paracatu (MG) é um exemplo de município com potencial turístico, inserido nos circuitos turísticos promovidos pelo Ministério do Turismo (Circuito Tropeiros de Minas e Circuito Noroeste das Gerais), entretanto, sem estrutura física, política e administrativa para o seu desenvolvimento. Sendo assim, é necessário promover o turismo, conhecer a memória da cidade, interpretá-la, com a preocupação de não reproduzir somente a história dos dominadores, das elites, mas também dos grupos excluídos, e em especial, no caso de Paracatu (MG) dos grupos escravizado, que foram os sujeitos que construíram a cidade. Percebe-se na própria manutenção da história da cidade que os espaços ligados à memória dos grupos excluídos não foram preservados ou possuem menor destaque, indicando, assim, que a memória que está sendo preservada tem privilegiado alguns grupos sociais. 841

A proposta de elaboração do Plano Municipal de Turismo é uma alternativa para a organização da atividade em Paracatu, visando o desenvolvimento local e valorização social da população, como uma atividade participativa e que desperta nos citadinos o interesse pela preservação do patrimônio histórico, arquitetônico, artísticos e cultural. Esta proposta será elaborada em conjunto com o poder público municipal, pois é a materialização política dos interesses populacionais, além de ser o agente mais qualificado para intermediar os possíveis conflitos que poderão existir na elaboração do plano.

REFERÊNCIAS BARREIROS, Marlene Galvão da Silva. Paracatu: das manifestações culturais da hospitalidade ao despertar do turismo. 44f. 2003. Monografia (Especialização em Gestão da Hospitalidade). Centro de Excelência em Turismo, Universidade de Brasília, Brasília, 2003. GAMA, Alexandre de Oliveira. Curso para condutores de turismo. 2009. 33p. [s.n.t.]. GONZAGA, Olympio. Memória histórica de Paracatu. Uberaba: Jardim & Cia., 1910. 125p. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Cidades@. 2012. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm. Acessado em: abril de 2012. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Enciclopédia dos municípios brasileiros: volume XXVI. Rio de Janeiro: IBGE, 1959. 457p. MELLO, Oliveira. As minas reveladas. Paracatu: Prefeitura Municipal de Paracatu, 2002. 500p. MELLO, Oliveira. Memorias de um tempo. Paracatu: Ed. Academia de Letras do Noroeste de Minas. 1999. 152p. MELLO, Oliveira. Paracatu do Príncipe: minha terra. Patos de Minas: Ed. Academia Patense de Letras. 1978. 138p. PREFEITURA MUNICIPAL DE PARACATU – PMP. Inventário cultural de Paracatu. 2010. [s.n.t]. SILVA, Paulo Sérgio Moreira da. A Caretagem como prática cultural: fé, negritude e folia em Paracatu (1960-1980). 2005. Dissertação (Mestrado em História) - Programa de Pós-Graduação em História, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2005.

842

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.