MARIA CRISTINA DE SOUSA PIMENTEL, NUNO SIMÕES RODRIGUES (coords.), Sociedade, Poder e Cultura no Tempo de Ovídio. Colecção «Humanitas Supplementum». Coimbra, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, 2010. 288 pp. ISBN: 978-989-8281-46-3; ISBN digital: 978-989-8281-47-0

May 22, 2017 | Autor: Ricardo Nobre | Categoria: Classics, Ovid
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Descrição do Produto

CENTRO DE ESTUDOS CLÁSSICOS FACULDADE DE LETRAS DE LISBOA

EVPHROSYNE R E V I S TA

DE

FILOLOGIA

NOVA SÉRIE – VOLUME XXXIX

MMXI

CLÁSSICA

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Seria muito interessante ver esta abordagem estendida a peças onde a deusa, embora não aparecendo em cena, tem um papel fundamental, como é o caso do Hércules de Eurípides, onde a deusa desempenha uma acção fundamental ao parar o herói ensandecido antes que ele mate o próprio pai, deixando a Teseu o papel de redentor no final da peça. Numa peça tão marcada pelo tema da justiça e onde, de alguma forma, Atena e Teseu trabalham em conjunto para redimir Hércules, seria interessante aplicar os mesmos padrões de análise. Inovador e potencialmente polémico, este estudo mostra que ainda há muito trabalho a fazer em termos de tragédia, sublinhando a necessidade de devolver à tragédia as suas verdadeiras cores através de uma análise de enquadramento desprovida de precon-ceitos. A verdade é que muito do trabalho filológico do último século pode ser reforçado, revisto ou mesmo posto em causa se analisado em contraste com o contexto de produção das peças e as expectativas do público trágico: grande parte deste trabalho está ainda por fazer. SOFIA FRADE

MARIA CRISTINA DE SOUSA PIMENTEL, NUNO SIMÕES RODRIGUES (coords.), Sociedade, Poder e Cultura no Tempo de Ovídio. Colecção «Humanitas Supplementum». Coimbra, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, 2010. 288 pp. ISBN: 978-989-8281-46-3; ISBN digital: 978-989-8281-47-0 O período da História Romana que medeia entre o fim da República e a institucionalização do Principado é especialmente fecundo nos Estudos Clássicos. Aos acontecimentos políticos estão ligadas muitas transformações nas concepções e formas de arte, cujos protagonistas, no âmbito da estética literária, continuam a ser os nomes de maior relevo de poesia latina. Desses vultos sobressai Ovídio, pela sua actualidade e sentido lírico, especialmente emocionante na fase do exílio. Além disso, ao considerar-se as Metamorfoses como um compêndio de mitologia que fecundou ricamente o imaginário artístico ocidental, não é difícil compreender a popularidade do poeta no correr dos tempos. A efeméride do milésimo segundo aniversário do exílio do autor dos Fastos, já anteriormente assinalada num colóquio do Centro de Estudos Clássicos da Universidade de Lisboa, cujas actas foram dadas à estampa em 2009, é pretexto para nova celebração do exilado Ovídio, sua obra e seu tempo (estudados com ou sem relação directa com o Poeta), num volume que reúne quinze ensaios dos palestrantes de um encontro organizado pelo Centro de Estudos Clássicos e Centro de História, ambos da Universidade de Lisboa, e do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra, em Dezembro de 2008. Uma introdução, que recebe o significativo título de “Parue, sine me, liber, ibis in Vrbem” (Maria Cristina de Sousa Pimentel e Nuno Simões Rodrigues, da Universidade de Lisboa), traça a biografia de Ovídio, evocando as peripécias da sua vida e dando indicações sobre as suas obras, sem deixar de recordar as traduções académicas que vieram a lume nos últimos anos, atestando o interesse que este autor ainda suscita nos nossos dias. No entanto, não se refere a fortuna que Ovídio conheceu no passado em Portugal; com efeito, a sua obra (principalmente as Metamorfoses) foi, a par da de Vergílio, a mais traduzida para língua portuguesa. Comprovam-no, por exemplo, a abundância e qualidade de traduções nos séculos XVIII e XIX (Bocage e Castilho). Esta introdução explica ainda a motivação e organização do volume (“contexto sociopolítico do tempo de Ovídio”, “exegeses ovidianas” e “problemáticas coevas”), apresentando cada um dos ensaios nele inseridos. O ensaio “Sociedade e Cultura na Época Augustana” contextualiza com rigor a época augustana nos aspectos social e cultural. Referindo-se à “crise institucional e cívica de fins da República”, Francisco de Oliveira (Universidade de Coimbra) apresenta as soluções de Lucrécio, Catulo e Cícero quanto às formas e ideias de governação, e os meios de legitimação e propaganda do novo regime, em que a organização de espectáculos e o mecenato dinamizam um novo imaginário de idade do ouro, sequente ao fim de um período repleto de guerras civis. Do mesmo modo, caracterizam a época o aumento do público leitor culto, pela propagação da literatura feminina e criação de bibliotecas públiEVPHROSYNE, 39, 2011

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cas em que a arte e a cultura se tornam acessíveis a todos, uma moda. O A. presta ainda atenção às questões demográficas (à legislação matrimonial de Augusto e ao papel da emancipação da mulher nessa mudança demográfica) e à legislação de lesa-majestade, contribuindo para “arreda[r] a hipótese de Ovídio ter sido condenado [ao degredo] por motivos literários”. Destas mutações político-sociais decorre o fim da época clássica (optimista) e o aparecimento de “anseios anti-clássicos, como no caso de Lucano, que arreda toda a maquinaria mitológica tão cara aos autores tardo-republicanos e augustanos”. Sem nunca esquecer Ovídio como ponto de partida para as suas reflexões, F. de Oliveira apresenta um ensaio bastante informado quanto às fontes clássicas, constantemente identificadas e citadas (mas nem sempre acompanhadas de tradução). Tratando de aspectos já muito estudados, este ensaio panorâmico é também um ponto de situação actual quanto à bibliografia moderna, ainda que não faça referência a alguns trabalhos recentes em língua portuguesa quando alude, por exemplo, a Cássio Severo e Tito Labieno (C. Pimentel, “Censura e repressão no principado de Augusto: os oradores Tito Labieno e Cássio Severo” in A. A. Nascimento (coord.), De Augusto a Adriano: actas de colóquio de literatura latina. Lisboa: Centro de Estudos Clássicos, 2002, 289-296). No primeiro parágrafo de “Os Amigos de Germânico”, Rodrigo Furtado (Universidade de Lisboa) alude a uma questão que, no âmbito dos estudos literários, tem sido matéria de desenvolvido debate: autobiografismo e fantasia (ou imaginação), configurando a problemática da criação de um discurso (metaficcional) a partir de factos reais. Numa vertente histórica, o A. usa fontes literárias que provam a relação de amizade entre Ovídio e Germânico (sobrinho e filho adoptivo de Tibério), a quem foram dedicados os Fastos. Esta relação pode ser comprovada, como o faz R. Furtado, mediante a identificação dos amigos de Germânico, que também são os de Ovídio. Para o estudo, o A. apresenta um elenco (com citação cuidada das fontes antigas) dos amigos de Germânico, de onde se distinguem “homens ligados à cultura e ao ensino”, “amici/comites de Germânico no Reno”, “participantes na viagem ao Oriente” e “sem relação nem com o Reno nem com o Oriente”. Há ainda lugar a excluídos da listagem, por não haver certeza de uma relação de proximidade efectiva, e de uns “[m]ais duvidosos ainda na relação com Germânico”. Desta lista resultam “quatro estranhezas” ao ensaísta, sendo duas delas demoradamente tratadas em seguida. Da análise sugere-se que os amigos homines noui de Germânico “seguem o padrão da época” no cumprimento dos consulados (“a nobilitas ocupa o consulado; os homens novos são sufectos”), ou seja, “Germânico e os amigos são bem homens do seu tempo”. A segunda estranheza do A. tem que ver com a “ausência de coincidência entre amici/comites de Germânico e os de Júlia Maior e de Júlia Menor, filha e neta de Augusto.” Diminuindo, racionalmente, a tradicional oposição entre a família Júlia e a família Cláudia, aparentemente sustentada nos Annales de Tácito, o A. exorta a que se abandone a “leitura literal de Tácito” quanto às relações entre Tibério e Germânico, pois não encontra, historicamente, “entre os amici de Germânico indivíduos realmente ligados ao(s) círculo(s) dos Júlios” nem “indícios de uma rivalidade efectiva entre Tibério e Germânico”. É preciso, no entanto, notar que este tipo de afirmações (tal como outras acerca da comparação de Germânico com Alexandre ou da ligação de Germânico à república) são, segundo Tácito, fruto de rumores da época, surgindo nos Annales em discurso indirecto. Nuno Simões Rodrigues (Universidade de Lisboa), no artigo “O Exílio de Júlia Menor”, sintetiza o pouco que se sabe de Júlia Menor e do marido, Lúcio Emílio Paulo, a partir das obras de Tácito, Suetónio e Plínio-o-Velho, tendo em conta a distinção jurídica entre exsilium e relegatio. A distinção entre o partido apoiante dos Júlios e outro dos Cláudios, já presente no ensaio anterior, é aqui retomada para que se questione a sua pertinência. É necessária uma observação quanto ao artigo de F. Santoro L’Hoir (de 1984) citado pelo A., pois este foi refundido e passou a capítulo na obra Tragedy, Rhetoric, and the Historiography of Tacitus’ Annales (publicada em 2006), mais acessível ao público. Falar de Medea, tragédia de Ovídio hoje perdida, parece ser um exercício ocioso porque se estuda aquilo que, irremediavelmente, não se pode conhecer. Todavia, o ensaio “Conjecturas em Torno da Medea de Ovídio”, de Paulo Sérgio M. Ferreira (Universidade de Coimbra), aborda o tema com impressionante rigor, fazendo uso dos testemunhos dispersos acerca do enredo da peça. Assim, relacionando o mito de Medeia tal como ele é transmitido por Eurípides e Apolónio, sustentando-se em versões ovidianas sobre a feiticeira (nas Heróides e nas Metamorfoses), e mesmo de tradição senequiana, além das citações da EVPHROSYNE, 39, 2011

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peça Medeia, de Ovídio, feitas por Quintiliano, o autor consegue recuperar, mediante um estudo filológico e com recurso à moderna crítica, o enredo e o estilo da obra. Num texto ricamente documentado, Ana Maria Lóio (Universidade de Lisboa) explora a questão do enquadramento, no conjunto da obra de Ovídio, do epigrama que serve de prefácio aos Amores, contribuindo para o debate em torno da existência ou não de duas edições da obra. Em “Ovídio Epigramatista: convenções calimaquianas e o ludus das edições no epigrama prefacial dos Amores”, a A. consegue, a partir de convincentes argumentos de base filológica, relacionar a obra de Ovídio com a tradição dos Aitia de Calímaco, ou seja, é a literatura que explica a literatura e os seus ludi, quer na forma, quer no estilo. Em “Da Terapêutica à Subversão do Protocolo: uma leitura dos Remedia Amoris”, Carlos Ascenso André, Professor da Universidade de Coimbra, interpreta os Remedia Amoris como uma “subversão do protocolo” amoroso praticado em Roma, tendo em conta o papel dominador dinamizado pela mulher, que tem o direito a escolher, decidir, comandar o homem numa relação. Desacreditando que o carmen que motivou a relegatio de Ovídio para Tomos tenha sido a Arte de Amar, o A. conclui que a obra Remedia Amoris também não foi, pelo que nesse aspecto o motivo continua a ser um mistério. As rainhas de Cartago configuradas por Vergílio e por Ovídio não são personagens diferentes, mas parece que Ovídio recuperou “para protagonista da sua Heróide apenas a Dido que Virgílio desenha antes do fecho do livro IV da Eneida (a Dido amans), despojada dos elementos políticos que a caracterizavam, sobretudo no livro I”. Disto mesmo trata Cláudia Afonso Teixeira (Universidade de Évora) em “Dido em Virgílio e Ovídio: figurações do poder no feminino”. Centrando a análise dos motivos da relegatio nas Metamorfoses, e consciente de que um dos motivos tutelares da propaganda augustana era a identificação do princeps com Júpiter, Domingos Lucas Dias (Universidade Aberta), em “As Metamorfoses e a Relegatio de Ovídio”, analisa a imagem, pouco positiva, de Júpiter na obra. De facto, o pai dos deuses surge como o paradigma de comportamentos desregrados e moralmente condenáveis, o que poderia significar uma crítica encapotada ao próprio Augusto. Sem pretender afirmar que esta negra imagem tenha sido a única razão do exílio, o A. julgou pertinente juntar outra justificação válida para a discussão desses motivos. Sem apontar uma única obra da crítica que defenda a mesma ideia, o texto apenas cita as Metamorfoses em tradução. Partindo de um pequeno passo descritivo de um passeio, nos Tristia, Paulo F. Alberto, Professor da Universidade de Lisboa, apresenta “Espaço Urbano e Poesia: Tristia 3,1 na Roma de Augusto”. O livro enviado para Roma pelo exilado procura acolhimento em diversos locais ideologicamente marcados pela propaganda augustana da liberdade e pietas (como aqueles mitologicamente relacionados com a fundação da cidade). Pela rejeição a que é sujeito à entrada de todos os monumentos de que se acerca, Ovídio desvenda “as contradições do regime e da imagem pública do princeps”. No fim de contas, “[q]uando todas as portas se fecham, resta ao livro regressar ao leitor, ou transeunte, anónimo, de mão benévola”. O interessante ensaio “O Poeta Indefeso: símbolos de impotência na poesia ovidiana no exílio”, de Carlos de Miguel Mora, analisa a relação que existe entre o amor e o exílio na poesia ovidiana. Pelo estudo do vocabulário, o investigador, Professor da Universidade de Aveiro, conclui que as frustrações amorosas com a mulher se assemelham às frustrações dos seus livros, impedidos de entrar em Roma, após o exílio. As citações do original são acompanhadas de tradução portuguesa. Os autores de “Cícero e Ovídio: o poder da uxor em contexto de exílio”, Emília M. Rocha de Oliveira e João M. Nunes Torrão (Universidade de Aveiro), estudam o papel que a mulher de um exilado desempenha em Roma enquanto aquele cumpre a pena. Cícero e Ovídio “apreciavam e incentivavam a coragem, o poder de decisão e a perseverança das respectivas companheiras”, pois a elas competia zelar pelos bens e interesses dos seus maridos exilados. Tanto as cartas de Cícero como as elegias de Ovídio escritas no exílio são verdadeiras demonstrações de afecto e sincero amor. Todos os passos são apresentados em latim e acompanhados de tradução. A partir de duas elegias de Ovídio, em que o poeta refere a prática do aborto por Corina, Cristina Santos Pinheiro (Universidade da Madeira) apresenta, em “Suos utero quae necat (Am. 2.14.38): Aborto, sexualidade e medicina no tempo de Ovídio”, uma inteEVPHROSYNE, 39, 2011

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ressante e bem documentada perspectiva que a Antiguidade tinha da interrupção voluntária da gravidez, recorrendo a textos literários, tratados de medicina, discursos de Cícero e legislação. As citações do original são traduzidas. O ensaio “O Ofício Sagrado do Poeta: a música de Horácio nos jogos de Augusto”, de Pedro Braga Falcão (Universidade Católica Portuguesa), resume a investigação que o A. desenvolveu para a sua tese de mestrado: o ofício sagrado do poeta que Horácio reclama no Carmen Saeculare. Sem aparente ligação com Ovídio, o artigo serve para mostrar outras manifestações literárias do tempo do autor de Metamorfoses. O lugar da Lusitânia na poesia de Ovídio é estudado por Amílcar Guerra (Universidade de Lisboa) no ensaio “A Lusitânia no Tempo de Ovídio: Metamorfoses de uma província”. O que Ovídio sabia da região coincide com aquilo que nós, pela arqueologia (nomeadamente a epigrafia), sabemos sobre a romanização e administração deste território. Depois desta introdução, o A. escreve sobre as transformações que a Lusitânia conheceu durante cerca de quarenta anos. José Varandas (Universidade de Lisboa), em “Legiões em Marcha no Tempo de Ovídio”, estuda as funções das legiões romanas numa perspectiva diacrónica, centrando-se sincronicamente no tempo de Augusto, com prolongamentos ao principado de Tibério. Estas, além das tarefas militares, constituíam forças de trabalho inigualáveis. Apesar de o ensaio se mostrar bastante informado, num interessante estilo descritivo de cariz fílmico, notam-se algumas formulações vagas quanto às fontes antigas (“Numerosos autores coevos deixaram-nos a sua impressão”; “A «historiografia» coeva segue uma moda”; “inúmeras fontes literárias que corroboram muitos dos achados”); por vezes, são nomeados autores, mas não os passos: “Políbio costumava afirmar”. Além disso, o A. não remete para bibliografia crítica moderna que explicite essas fontes de modo a orientar o investigador interessado nesta temática. Como se vê, e no geral, pode dizer-se que cada investigador tratou de um tema da sua especialização, tendo muitos deles publicado já artigos dentro da mesma temática. Não cabe aqui agora a apresentação de uma errata do volume, mas chama-se a atenção apenas para algumas gralhas mais importantes: p. 64 n. 44: Tac. An. 4, 71 – Tac. Ann. 4, 71; p. 82 n. 12: libnis – libris; p. 148 n. 13: OLIVEIRA (2005a) – OLIVEIRA (2005b); p. 162: exul erro – exul erro; p. 200: (v. 6972) – (v. 69-72); p. 234 n. 9: (84-96 a. C.) – (84-96 d. C.); p. 286: no perfil de Cristina Santos Pinheiro, o texto entre o final da sexta linha e grande parte da oitava repete o que está dito antes. Sendo esta uma obra colectiva que reúne artigos de diversos investigadores, causa algum desconforto a insistência com que alguns autores usam a palavra “comunicação” para referir os seus textos. Registam-se ainda algumas inconsistências na grafia de alguns nomes, resultantes do estilo de cada autor, que causam estranheza ao leitor menos informado: Sula – Sila; Vergílio – Virgílio; Cássio Díon – Díon Cássio. Esta irregularidade não perturba o índice dos nomes citados (por Nídia Catorze Santos), que, juntamente com um índice de passos (elaborado por Gabriel Silva), uma bibliografia actualizada, além de um breve currículo académico dos ensaístas, completam a obra. RICARDO NOBRE

KENNETH J. RECKFORD, Recognizing Persius (Martin Classical Lectures), Princeton and Oxford, Princeton University Press, 2009. 240 pp. ISBN 978-0-691-14141-1 Recognizing Persius reúne os textos, inéditos e revistos para a presente edição, das Martin Classical Lectures ministradas por Kenneth Reckford no Oberlin College em 1999 e preparadas durante a sua estadia, no ano anterior, na American Academy of Rome. O Autor, Kenan Professor Emeritus of Greek and Latin na University of North Carolina, em Chapel Hill, especialista reconhecido em Aristófanes, dedicou também muito do seu trabalho a Horácio e, desde há cerca de sessenta anos, tem preparado estudos sobre a poesia de Pérsio que lhe conferiram um lugar destacado entre os estudiosos da sátira romana. Os trabalhos aqui coligidos, que apresentam uma notável uniformidade, têm como proEVPHROSYNE, 39, 2011

Palavras Prévias ................................................................................................................

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I COMMENTATIONES L’oppressione della donna: osservazioni su Elettra nei tragici – PIERPAOLO PERONI .....

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Il riscatto di una vittima: l’episodio di Laocoonte (Verg. Aen. 2, 40-56; 199-233) – NICOLETTA BRUNO ....................................................................................................

31

Hor. Carm. 3,12 e la sorte infelice della donna innamorata – PAOLO FEDELI ................

67

L’ignobile morte della lena e il riscatto del poeta oppresso (Prop. 4,5,1-4; 67-78) – ROSALBA DIMUNDO ...................................................................................................

81

L’ultima voce di un vinto: Ov. Pont. 4, 16 – NICOLETTA FRANCESCA BERRINO ..................

95

Misogynia aut oppressa mulier apud Phaedrum? – EULOGIO BAEZA ANGULO .................

113

Os humildes da sociedade em Jonas, tragicomédia jesuítica inédita. Aspectos do cómico – MANUEL JOSÉ DE SOUSA BARBOSA ............................................................

127

Sicut canes: la percepción de la minoría morisca en la apologética cristiana del s. XVI – CÁNDIDA FERRERO HERNÁNDEZ y JOSÉ MARTÍNEZ GÁZQUEZ ..................................

145

II STVDIA BREVIORA Il grido di Eribea nel XVII ditirambo di Bacchilide – SIMONETTA GRANDOLINI .............

161

Urlo silente di Ovidio relegato – ALDO LUISI ...................................................................

169

Ovid. Trist. 3,3: parlare di se stesso come se fosse un altro – CARLO SANTINI ................

177

si vos omnibus imperitare vultis… (Tac. Ann. XII, 37): l’audacia di Carataco e le strategi e di autopromozione di Claudio – IDA GILDA MASTROROSA ...........................

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Entre filantropia e retórica. A causa dos oprimidos em três discursos de Libânio – ABEL N. PENA ..........................................................................................................

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III VARIA NOSCENDA O canto de Ulisses – MARIA MAFALDA DE OLIVEIRA VIANA ................................................

215

‘Opposition’ in Parmenides B12.5 – DAVID L. GUETTER ..................................................

227

Dafni o la sconfitta della morte. Un’interpretazione della Bucolica V – GIAMPIERO SCAFOGLIO ................................................................................................................

247

Augusto, o “Pai da Pátria”, a População e o Império – RAUL MIGUEL ROSADO FERNANDES

265

Mitógrafos y progymnasmata. Paléfato, heraclito y el anónimo vaticano como ejercicios de retórica – DANIEL RAMON ...........................................................................

277

O modelo da tradução portuguesa do Estabelecimento dos Mosteiros (Lisboa, B.N., Alc. 384) – MARIA JOÃO TOSCANO RICO ...................................................................

285

Motivos pré-clássicos de Os Lusíadas – JOSÉ NUNES CARREIRA ......................................

305

Sicut oliva ferax. Fernando Oliveira y el studium humanístico de Columela – ANA MARÍA S. TARRÍO ......................................................................................................

321

Datos para el humanismo en Portugal: Pablo de Palacio y el prólogo dedicado al Cardenal-Infante Don Enrique – MARC MAYER I OLIVÉ y ALEJANDRA GUZMÁN ALMAGRO ..................................................................................................................

335

La mitología Clásica en las Antigüedades de las Islas Afortunadas de Antonio de Viana – FRANCISCO SALAS SALGADO .........................................................................

345

Jean-Paul Sartre’s Les Mouches (1943). A classical tragedy revised as a pièce de résistance? – ZOË GHYSELINCK .......................................................................................

359

Um estudo semântico de kefalhv. Objectividade e rigor lexicográficos – MANUEL ALEXANDRE JÚNIOR ..................................................................................................

371

Um instrumento para análise da língua latina: O projecto LELAPO – A. A. NASCIMENTO, P. F. ALBERTO, G. CAPPELLI e R. FURTADO ...................................................

387

IV RES COMMEMORANDAE Evocando José V. Pina Martins: a arte de conviver com o livro, tendo os autores clássicos por companhia – AIRES A. NASCIMENTO .................................................

395

António José Viale: a voz dos textos da Antiguidade Clássica no Curso Superior de Letras, em Lisboa –AIRES A. NASCIMENTO .............................................................

411

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V LIBRI RECENSITI Edições de texto. Comentários. Traduções. Estudos linguísticos TUCÍDIDES, História da Guerra do Peloponeso. Tradução do texto grego, Prefácio e Notas Introdutórias de Raul M. Rosado Fernandes e M. Gabriela P. Granwehr – ALM. NUNO VIEIRA MATIAS .......................................................................................

423

ARISTÓTELES, Retórica. Prefácio e Introdução de Manuel Alexandre Júnior, tradução e notas de Manuel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse-Alberto e Abel do Nascimento Pena – RUI MIGUEL DUARTE ....................................................................................

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DOUGLAS KIDD, Aratus. Phaenomena – BERNARDO MACHADO MOTA .................................

426

CÍCERO, Tratado da República. Tradução do latim, introdução e notas de Francisco de Oliveira – RAUL MIGUEL ROSADO FERNANDES ....................................................

427

Lettres de Chion d’Héraclée. Texte révisé, traduit et commenté par Pierre-Louis Malosse (Préface Jacques Schamp) – FOTINI HADJITTOFI .....................................................

429

J. ELFASSI (ed.), Isidorus Hispalensis, Synonyma, Corpus Christianorum. Series Latina (CCSL 111B) – PAULO F. ALBERTO ..............................................................

431

ALBERTANO DA BRESCIA, Liber de doctrina dicendi et tacendi, Paola Navone (ed.) – MARIA JOÃO TOSCANO RICO .....................................................................................

433

MICHELA ANDREATTA (ed.), Gersonide. Commento al «Cantico dei Cantici» nella traduzione ebraico-latina di Flavio Mitridate, Studi Pichiani vol. 14 – MARIA JOÃO TOSCANO RICO ..........................................................................................................

433

PIUS II, Commentaries, Edited and Translated by Margaret Meserve and Marcello Simonetta – MANUEL JOSÉ DE SOUSA BARBOSA .......................................................

434

PIETRO BEMBO, History of Venice, Edited and Translated by Robert W. Ulery, Jr. – MANUEL JOSÉ DE SOUSA BARBOSA ............................................................................

435

ADRIANO MILHO CORDEIRO, Registos sobre um Borrador de huma arte poética que se intentava escrever – ANA FILIPA TEIXEIRA LEITE GOMES FERREIRA .........................

436

LILIANE BODSON, L’interprétation des noms grecs et latins d’animaux illustrée par le cas du zoonyme séps-seps – MARIA JOSÉ MENDES E SOUSA ..........................................

438

CLAUDE BRUNET (ed.), Des formes et des mots chez les Anciens: mélanges offerts à Danièle Conso – MARIA JOÃO TOSCANO RICO ...........................................................

439

JULIÁN SOLANA PUJALTE (ed.), Estudios de prosodia y métrica latina tardía y medieval – MANUEL JOSÉ DE SOUSA BARBOSA .........................................................................

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RERVM INDEX

Literatura. Cultura. História. ENRIQUE ÁNGEL RAMOS JURADO (ed.), JOAQUÍN RITORÉ PONCE, ANTÓNIO VILLARRUBIA MEDINA, MÁXIMO BRIOSO SÁNCHEZ, Cuatro estúdios sobre exégesis mítica, mitografia y novela griegas – NUNO S. RODRIGUES .........................................................

442

REBECCA FUTO KENNEDY, Athena’s Justice: Athena, Athens and the Concept of Justice in Greek Tragedy – SOFIA FRADE ..............................................................................

444

MARIA CRISTINA DE SOUSA PIMENTEL, NUNO SIMÕES RODRIGUES (coords.), Sociedade, Poder e Cultura no Tempo de Ovídio. Colecção «Humanitas Supplementum» – RICARDO NOBRE ....................................................................................................

445

KENNETH J. RECKFORD, Recognizing Persius (Martin Classical Lectures) – JOSÉ CARLOS ARAÚJO .....................................................................................................................

448

RAMIRO GONZÁLEZ DELGADO, Orfeo y Eurídice en la Antegüedad. Mito y Literatura – MARIA LUÍSA RESENDE .............................................................................................

451

MINERVA ALGANZA ROLDÁN (ed), Metamorfosis de Narciso en la cultura occidental – CLÁUDIA TEIXEIRA ....................................................................................................

452

GIUSEPPE SQUILLACE, Il profumo nel mondo antico, com la prima traduzione del “Sugli odori” di Teofrasto, Prefazione di Lorenzo Villoresi – MARIA MAFALDA DE OLIVEIRA VIANA ...................................................................................................

455

BÉNÉDICTE DELIGNON - YVES ROMAN (Org.), Le poète irrévérencieux. Modèles hellénistiques et réalités romaines, Actes de la table ronde et du colloque organisés les 17 octobre 2006 et 19 et 20 octobre 2007, à Lyon – MARIA MAFALDA DE OLIVEIRA VIANA .......................................................................................................................

458

BELMIRO FERNANDES PEREIRA, JORGE DESERTO (orgs.), Symbolon I – Amor e Amizade – RICARDO NOBRE .......................................................................................................

462

Écritures latines de la mémoire de l’Antiquité au XVIe siècle, Études réunies par Hélène Casanova-Robin et Perrine Galand – INÊS DE ORNELLAS E CASTRO ......................

464

VIRGÍNIA SOARES PEREIRA (org.), O Além, a Ética e a Política: em torno do Sonho de Cipião – ANA FILIPA ISIDORO DA SILVA ......................................................................

467

INÊS DE ORNELLAS E CASTRO, VANDA ANASTÁCIO (coords.), Géneros Literários. Continuidades e Rupturas da Antiguidade aos Nossos Dias – J. FILIPE RESSURREIÇÃO ......

470

MONICA LUPETTI (ed.), Traduzioni, Imitazioni, Scambi tra Italia e Portogallo nei Secoli. Atti del primo Colloquio internazionale Pisa, 15-16 ottobre 2004 – VANDA ANASTÁCIO ................................................................................................................

474

Il Lessico della Classicità nella Letteratura Europea Moderna, vol. I, La Letteratura Drammatica: Tragedia e Dialogo, a cura di M. Negri et alii – GIUSEPPE CIAFARDONE ........................................................................................................................

476

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495

JAN N. BREMMER, The Rise of Christianity through the eyes of Gibbon, Harnack and Rodney Stark. A Valedictory Lecture on the occasion of his retirement from the Chair of Religious Studies, in the Faculty of Theology and Religious Studies, delivered in abbreviated form before the University of Groningen on 29 January 2010 by --- – JOSÉ MANUEL DÍAZ DE BUSTAMANTE ...................................................

478

R. BRACHT BRANHAM (ed.), The Bakhtin Circle and Ancient Narrative. Supplementum 3 – RUI CARLOS FONSECA ............................................................................................

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MARGHERITA RUBINO, Fedra. Per mano femminile – MARIA CRISTINA DE CASTRO-MAIA DE SOUSA PIMENTEL ......................................................................................................

483

Instrumenta. FRANCISCO R. ADRADOS (dir.), Diccionario Griego-Español (DGE), Volume VII ejkpelleuvw - e[xauo" – MANUEL ALEXANDRE JÚNIOR ...................................................

485

C.A.L.M.A: Compendium Auctorum Latinorum Medii Aevi (500-1500). III.3 Erasmus Roterodamus – Franchinus Gafurius – PAULO F. ALBERTO ....................................

487

Este XXXIX volume da Nova Série de Euphrosyne foi composto, impressso e encadernado em Braga, nas Oficinas Gráficas da APPACDM (Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental). Dezembro de 2011

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