MARTORANO, S.A.A. ; FORATO, T.C. M. Avaliando a abordagem histórica de uma proposta didática para a formação continuada de professores de química do ensino médio. In: 2d. ICSE 2014, FOZ DE IGUAÇU. Anais do 2 Cong. Inter. de Ed. em Ciências. Foz do Iguaçu: JSE., 2014. v. 15. p. 155-155.

September 12, 2017 | Autor: T. Cyrino de Mell... | Categoria: História e filosofia das ciências
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2d INTERNATIONAL CONGRESS OF SCIENCE EDUCATION - 15 YEARS OF THE JOURNAL OF SCIENCE EDUCATION ensino público, sendo 9 do sexo feminino e 7 do sexo masculino. O instrumento utilizado na coleta de dados foi o questionário, constituído de seis questões abertas, elaboradas com o objetivo de especular sobre as concepções de ciência trazidas pelos estudantes. Foram elas: 1) Desenhe um cientista no seu ambiente de trabalho. 2) Em sua opinião, o que diferencia o cientista das demais profissões? 3) Em sua concepção, por quem e como as teorias científicas que conhecemos hoje foram formuladas? 4) O que você entende por método científico? 5) Como a ciência influencia a sociedade? Explique. 6) Você acredita possuir as características necessárias para se tornar um cientista? Explique. Na análise dos dados buscamos identificar nas concepções dos estudantes a existência (ou não) das sete visões deformadas a respeito da ciência propostas no estudo de Gil-Pérez et al. (2001). Os autores apresentam um conjunto de ideias deformadas sobre a natureza da ciência, que representam uma imagem ingênua, profundamente distante do que atualmente se entende por construção do conhecimento científico, mas que se consolidou ao longo do tempo até tornar-se um estereótipo socialmente aceito. A partir da análise dos dados constatamos que as concepções de ciência construídas ao longo do tempo pelos estudantes não são completamente claras, havendo contradições entre os textos e os desenhos. Os alunos recém-ingressos ainda carregam consigo imagens deformadas acerca do trabalho científico, que podem ser resultado: da influência do professor que também contribui para a construção dessas visões, seja pela ação ou pela omissão (Gil-Pérez et al., 2001); dos materiais didáticos que muitas vezes não mostram o caráter de construção humana da ciência e a contribuição de diferentes cientistas para a elaboração das teorias atualmente aceitas; da pouca ênfase dada à História da Ciência, tanto na Educação Básica como Superior; da forma como a experimentação é praticada, sem que haja espaço para a reflexão e à crítica; da forma como a ciência e o cientista é veiculada pela mídia, seja pela televisão, filmes, história em quadrinhos, dentre outros. Acreditamos que o presente trabalho represente uma importante contribuição para a área de Educação em Ciências e que diagnósticos dessa natureza possam incentivar a realização de práticas docentes mais favoráveis à construção de ideias mais adequadas pelos estudantes acerca da natureza do conhecimento científico. Gil-Pérez, D.; Montoro, I. F.; Alís, J. C.; Cachapuz, A.; Praia, J. Para uma imagem não deformada do trabalho científico. Ciência & Educação, v. 7, n. 2, p. 125-153, 2001.

Palavras chave: natureza da ciência; visões deformadas; ensino superior.

Authorship in the texts of the chemistry olympiad 2011 edition of the State of São Paulo Autoria nas redações da olímpiada de química do Estado de São Paulo edição 2011

Keysy S. C. Nogueira, Elaine Pavini Cintra, Carmen Fernandez Programa de Pós Graduação Interunidades em Ensino de Ciências, Instituto de Educação, Instituto de Química, USP-SP, Brasil, [email protected], [email protected], [email protected] O ensino de química, por vezes, tem priorizado a aprendizagem por meio da memorização de conceitos e fórmulas químicas, o que leva ao desinteresse de discentes em aprenderem conceitos científicos. Com o intuito de aproximar e motivar os estudantes a se tornarem agentes ativos no seu processo de ensino-aprendizagem alguns projetos de cunho nacional e internacional tornaram-se eixos motivadores da classe estudantil, a exemplo da Olímpiada de Química do Estado de São Paulo (OQSP). Na OQSP o primeiro instrumento avaliativo é a elaboração de uma redação de modo a revelar a habilidade do estudante em entrelaçar conceitos químicos com a escrita. O objetivo deste trabalho foi investigar nas redações acerca do tema “Do marca passo ao carro elétrico: o mundo das baterias”, produzidas por alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio para a OQSP-2011 a noção de autoria. Com esse foco, analisamos os indícios de repetições empíricas, formais e históricas segundo o referencial de Orlandi (2004). Segundo essa autora, o sujeito se transforma em autor de um texto, quando sua escrita se fundamenta na interpretação de suas memórias. Neste trabalho apresentaremos os resultados da análise dos textos produzidos para OQSP-2011. Nossos dados foram constituídos pelos textos de vintes redações disponíveis no site do evento. Para que os objetivos traçados fossem alcançados as etapas foram delineadas, a saber: leitura das redações, análise das bibliografias que as fundamentaram e análise de suas estruturas segundo a noção de autoria (Orlandi, 2004). As análises revelam que os vinte textos analisados eram constituídos principalmente de repetições empíricas e formais. Nos enunciados de repetições empíricas há o exercício de repetição de palavra por palavra da bibliografia consultada e o sujeito faz o simples exercício mnemônico. Entretanto, nas repetições formais, o texto tinha por função explicar um conceito químico como, por exemplo, a definição de oxidação e redução, e, para tanto, o discente parafraseava o texto do referencial consultado. Porém, observamos repetições históricas principalmente nos trechos em que o aluno demonstra autonomia com o tema da pesquisa, que foram evidenciadas na introdução das redações e em suas conclusões, nas quais o aluno procurava formular estórias atreladas à temática, estabelecendo conexão com a produção de combustíveis fósseis e os impactos ambientais ocasionados pelo descarte não adequado de pilhas e baterias. Esse fato sugere que o discente, ao inserir na repetição histórica e no seu interdiscurso a memória discursiva não fez um simples exercício mnemônico, o que o torna autor de seu texto, pois trouxe informações de forma autônoma e livre, por meio de sua memória. (Orlandi, 2003) O estudo permitiu concluirmos que, ao longo de todas as redações, a repetição empírica e formal manteve-se nas redações principalmente nos conceitos científicos atrelados à temática e que a repetição histórica, manteve-se nas narrativas com embasamento científico. E. P., Orlandi. Interpretação: autoria, leituras e efeitos do trabalho simbólico. Petrópolis: Vozes, 2004. E. P., Orlandi. Análise do discurso: princípios e procedimentos. 5. ed. Campinas: Pontes, 2003.

Palavras chave: olímpiada de química, redações, ensino de química, estudo de autoria.

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Evaluating the historic approach of a didactic proposal for the continuous education of high school chemistry teachers Avaliando a abordagem histórica de uma proposta didática para a formação continuada de professores de química do ensino médio Simone A. A. Martorano, Thaís C. M. Forato UNIFESP, Brazil,  [email protected]; [email protected] Este trabalho apresenta uma análise de uma proposta de ensino, com enfoque na História e Filosofia da Ciência, desenvolvida e implementada na formação continuada de 20 professores do Ensino Médio (Martorano, 2012). Voltada para o ensino e aprendizagem do tema cinética química, tal proposta foi desenvolvida tanto a partir da reconstrução histórica inspirada nas ideias de Imre Lakatos (1922-1977), enfatizando a mudança de modelos explicativos dentro do desenvolvimento da cinética química, quanto introduzindo sua contextualização no período estudado (1850-1934). Para apresentar os conceitos e modelos científicos foram estudados artigos e cartas (fontes primárias) de Ludwig F.Wilhelmy (18121864); Jacobus H. van’t Hoff (1852-1911); William C. McCullagh Lewis (1885-1956) entre outros, e, a contextualização do período foi baseada em fontes secundárias produzidas por historiadores da ciência. A construção desta proposta didática para 40 horas (divididas em 8 encontros), enfrentou inúmeros desafios para a seleção do enfoque histórico e elaboração das estratégias didáticas, como, pequenos textos, atividades experimentais, construção de uma linha do tempo e simulações virtuais. Surge daí, nossa questão de investigação: “Como avaliar se a abordagem histórica proposta nesse curso contemplou requisitos da historiografia contemporânea da história das ciências, de modo a estar coerente com a visão pretendida sobre a natureza da ciência?”. A metodologia adotada para a análise foi o confronto do material didático com parâmetros para a inserção da História e Filosofia das Ciências no Ensino de Ciências (Forato, 2009). Tais parâmetros buscam oferecer subsídios para a construção dos saberes escolares envolvendo conteúdos da história e epistemologia das ciências, levando em conta requisitos da historiografia atual e de recomendações da didática das ciências. Foram confrontados cerca de vinte aspectos relevantes para avaliar a consistência interna entre os objetivos pedagógicos e epistemológicos pretendidos e a abordagem histórica adotada. Tal metodologia permitiu avaliar, por exemplo, em que medida o curso utilizou um adequado recorte do episódio histórico e a contextualização dos problemas que deram origem aos modelos científicos. Dentre os resultados obtidos verificamos a ausência de whiggismos, além de identificarmos possibilidades para ampliar o material do curso buscando “mobilizar um mesmo objetivo epistemológico em diferentes exemplos históricos e diferentes estratégias didáticas”. Além disso, a análise permitiu a avaliação do próprio referencial adotado, indicando tanto contribuições relevantes para a construção de saberes escolares envolvendo abordagens históricas, quanto limitações, por exemplo, a complexidade conceitual dos parâmetros e tempo que demanda sua aplicação, podendo desestimular seu uso. Como desdobramento, obteve-se a possibilidade de aprimoramento tanto do curso, quanto do referencial adotado. Simone A. A. Martorano. A transição progressiva dos modelos de ensino sobre cinética química a partir do desenvolvimento histórico do tema. Tese de Doutorado em Ensino de Química. São Paulo: IQ-IF-IBFE. Universidade de São Paulo, 2012. Thaís C. de M. Forato. A Natureza da Ciência como Saber Escolar: um estudo de caso a partir da história da luz. Tese de Doutorado em Educação. São Paulo: Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, 2009. 2 vols.

Key words: história da ciência, formação continuada de professores, parâmetros, avaliação.

Results of students from a pioneer project in Brazil in Pernambuco chemistry olympiad Resultados de estudantes provenientes de um projeto pioneiro no Brasil na olimpíada pernambucana de química Kátia Aparecida da S. Aquino, Lindomar Avelino da Silva, Roberta Cristina da Silva, Lucineide Maria de Sales, Antonio Carlos Pavão, Sérgio Maia Melo Universidade Federal de Pernambuco, Espaço Ciência, Secretaria de Educação de Pernambuco, Universidade Federal do Ceará, Brasil, [email protected], [email protected], [email protected],[email protected], [email protected],[email protected] A falta de transposição e de proximidade do conhecimento que estudantes do ensino médio vivenciam extramuros escolares e o que experimentam no contexto escolar pode contribuir para um pensamento negativo sobre a Química. Como consequência, a procura por cursos de Química no nível superior se torna cada vez menor, impossibilitando a capacitação de profissionais que possam de fato contribuir para um ensino de Química mais contextualizado. Na perspectiva do desenvolvimento do conhecimento Químico mais significativo em escolas públicas do ensino médio em Pernambuco, desenvolve-se no estado o projeto piloto no Brasil: Ações construtivas do conhecimento químico nas escolas públicas e o presente trabalho mostra as contribuições do referido projeto para o ensino de química em Pernambuco. O projeto engloba cinco escolas no estado desde o mês de outubro de 2011 e atende 300 estudantes oriundos de 36 escolas pernambucanas. Sob a coordenação nacional e estadual, as aulas acontecem em dois turnos de quatro horas cada, aos sábados e são ministradas por licenciandos em química provenientes de instituições federais de ensino superior que são orientados por supervisoras licenciadas em química. O diferencial do projeto está em capacitar o graduando em Química para que este seja mediador de um ensino mais dinâmico e contextualizado na tentativa de promover um ensino que esteja longe do formalismo da memorização de fórmulas e resultados experimentais prontos. Entendemos que a educação deve ser capaz de desenvolver no

JOURNAL OF SCIENCE EDUCATION - Vol. 15, Special Issue, 2014, ISSN 0124-5481, www.accefyn.org.co/rec

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