Materialidade e Contingência

May 20, 2017 | Autor: Matheus de Brito | Categoria: Critical Theory, Media Studies, Humanities, Material Culture Studies, Literary Theory
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Materialidade e Contingência (Defesa de tese. Sala dos Capelos, UC. Jan/2017) Matheus de Brito Universidade de Coimbra / Universidade Estadual de Campinas Orientação: Prof. Dr. Osvaldo Manuel Silvestre (UC) Prof. Dr. Fabio Akcelrud Durão (Unicamp) Composição do júri Prof.ª Dr.ª Maria Marta Dias Teixeira Costa Anacleto (Presidente, Universidade de Coimbra) Prof. Dr. António Joaquim Sousa Ribeiro (Universidade de Coimbra) Prof. Dr. Eduardo Sterzi de Carvalho Júnior (Universidade Estadual de Campinas) Prof. Dr. Fabio Akcelrud Durão (Universidade Estadual de Campinas) Prof. Dr. Manuel José Freitas Portela (Universidade de Coimbra) Prof. Dr. Pedro Emanuel Rosa Grincho Serra (Universidade de Salamanca) Prof. Dr. Ricardo Namora de Melo Teixeira (Universidade de Estocolmo) Em primeiro lugar, gostaria de agradecer à professora presidente Maria Marta Anacleto e demais membros do júri, ao professor Fabio Durão aqui presente, e ao professor Osvaldo Silvestre, pela orientação, e aos colegas pela presença. É curioso que eu encerre essa fase da minha vida coimbrã na presença das figuras com que ela se iniciou, especialmente com o prof. António Sousa Ribeiro, de quem frequentei as aulas de estética. (Espero que as coisas corram melhor dessa vez.) Uma das versões dessa apresentação consistia em contrastar meu trabalho ao Tratado Geral de Semiótica de Umberto Eco. Além de não ser útil para explicar o como da investigação, o contraste apenas fingiria uma unidade sistemática e não passaria de uma ironia, sobre a materialidade como destratado geral da semiótica. Primeiro, focarei nalguns problemas da construção do trabalho. De seguida, insistirei em ideias que aduzi no percurso; e, por fim, no que tomo por contribuição do trabalho para o programa das materialidades da literatura. Processo de construção O gesto maior do processo de construção é a mudança do título. Ela foi motivada sobretudo pelo que apontaram o professor Alcir Pécora e o professor Eduardo Sterzi, que participaram da qualificação na Unicamp. Na ocasião, fizeram com que percebesse melhor o nível discursivo em que me situava, além, é claro, algumas opções difíceis que eu tomei. Quanto à mudança, é simples: a nossa é uma exploração de certa teorização literária. Ela começou como investigação sobre elementos comuns a um conjunto de intenções teóricas. No seu desenvolvimento, não nos vimos capazes de desenvolver uma única teoria maior,

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sintética, embora aqui e ali façamos opções nesse sentido; desde o início, no entanto, não se tratava de uma teoria como parte de uma racionalidade orientada para fins, mas precisamente do seu oposto. Isso levou ao salto discursivo. Percebemos que o esforço dessas intenções teóricas se concentra sobre uma conhecida dificuldade dos estudos literários e da humanística, a saber, o caráter problemático das categorias e métodos investigativos. É um problema epistemológico. Acontece que processos de redução, a identificação de um X incógnito a um valor já conhecido, parecem ser “fiáveis” e discursivamente seguros, pois funcionam; no entanto, toda a coerência que engendram por vezes se dá às expensas do valor cognitivo dos estudos literários. Esse é sobretudo o único sentido de interpretação que eu critiquei, mas também de história, se for o caso, ou do formalismo, da intertextualidade, etc. Um trabalho na fórmula “a categoria X na obra Y” não pressupõe senão um leitor privilegiado da obra cujos pontos deu-se ao trabalho de ligar. Muitas vezes o produto desse esforço pode servir na qualidade de explicação de texto, mas pode também não apresentar nada de relevante para a crítica. No entanto, se a própria formulação da categoria é autorreflexiva, se se questiona em conjunto o processo, então se trata muito mais de como a obra Y parece fazer algo hoje, como ela põe algo no mundo que é diferente do já conhecido X. O conhecimento dos estudos literários começa com esse adensamento de relações entre a obra, a história e o sujeito – não se esgota, como sabemos, na codificação estrutural da obra, no texto. Quanto ao título, ele mudou de Diferenciais: Meios e Práticas de Inscrição Literária – que anunciava esse dispositivo que recusa a identidade da predicação – para Materialidade e Contingência: Contribuições à Reflexão Estética nos Estudos Literários. Um motivo para isso é a necessidade de desambiguar. O conteúdo semântico é sempre já codificado num sistema diferencial e isso foi exaustivamente explorado na perspectiva pós-estruturalista – o significado é que obedece à lei do significante, e o signo é ele mesmo uma instituição. No entanto, somente de maneira parcial é possível semantizar a materialidade. Aqui foi sobretudo importante a leitura de Jerome McGann, especificamente sua ideia do código bibliográfico. O que me interessa é o bibliográfico, não a semiótica do código. Interessa o que fica de fora, o que não virou código ou que deixou de funcionar como tal, e, na medida em que foge à consciência intencional, se torna uma ancoragem da obra na história. Que um tipo de papel e não outro tenha sido empregue numa edição, como demonstrou McGann, implica a obra numa trama sócio-histórica mais apta a elucidar a experiência da obra e do sujeito dessa obra do que a pura linguagem verbal, que tende à universalidade abstrata do dicionário estruturalista ou a seu carrossel desconstruidão fantasmagórico. Cabe à crítica se perguntar o que acontece à experiência das obras produzidas com base em sua materialidade.

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Esses, porém, serão só uma parte do problema da materialidade. É preciso também duma contrapartida teórica, donde surge o tópico da contingência. Novamente, contingência está diretamente ligado ao título original, Diferenciais, apenas infletindo o contingente no sentido do horizonte de que a obra literária é uma figura. O que acontece materialmente à obra e na experiência da obra, e, mais, a consciência de que sobre a reflexão atua um princípio retroativo, leva a uma aposta no conhecimento especulativo – é aqui que começa a estética. Conteúdos problemáticos Há também questões problemáticas. Falar em “estética” é a primeira. Se existe um uso de algo como “estética da identificação” enquanto quadro semântico-pragmático, a exemplo de Lotman, existe também um outro em que estética rima com cosmética. E nos dois sentidos têm razão seus detratores, que advogam a independência da Teoria em relação aos seus enlaces institucionais, de que a estética seria a apologética. A Teoria seria o campo da liberdade da crítica, a estética, “as manifestações de apreço ao sr diretor”. Isso irmana Iser e De Man. Mas é a verdade da apologia que me interessa: a posição ambígua da estética no discurso acadêmico é algo mobilizar contra esse discurso. Vou dar um exemplo corriqueiro, de um crítico dos anos 90: estética aparece como adjetivo, quase sempre associado à expressão “valor” e determinada por “alto” e “grande”. “Altos valores estéticos”, “grande estética dos versos”, etc., são expressões vazias, senhas que apenas evocam a participação do autor no círculo dos iniciados. Ao mesmo tempo, o próprio lugar vazio do discurso regista o ponto cego do objeto: não dispondo do aparato filosófico necessário para tratar do que seria propriamente estético na obra que ele avaliava, o crítico ficava entre close reading e explicação histórica. O estético significa, aí, que aquilo que ele sentia como sendo legado era algo que não se resumia a um conjunto de significados altíssonos ou ao conhecimento dos eventos cronológicos em torno da obra, algo cuja expressão lhe falhava. Algo aparece na obra a nós, de que nós não damos conta porque a parafernália analítica tem um único órganon – e é mesmo como se “complicássemos” nossas leituras em torno disso, não fugindo à redução mesmo quando pretendemos o sentido oposto. Muitas formulações da literariedade parecem querer rodopiar no entorno desse evento. A aposta na estética: se estamos há boas décadas criticando um paradigma que privilegia significados e noções institucionalizadas de história, sujeito, etc. – como na Desconstrução, Novo Historicismo, Estudos Culturais... ora, se estamos criticando o binômio, por que não ensaiar o pensamento que se prometia cumprir e que nunca veio a termo? A própria insuficiência do método aponta para a necessidade das categorias da tradição filosófica. Sem a ênfase a essas categorias, há sempre o risco de acontecer como a Derrida ou a Barthes: um

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conjunto de intenções críticas declinar num punhado de filosofemas para maquiar a falta de fôlego do pensamento. Essa é uma etiqueta ruim que é uma figura objetiva da crise das humanidades, a incapacidade de um contato imediato com as instituições cuja falência a cultura também anuncia – e sua necessária reflexão crítica. O segundo conteúdo problemático é a inscrição. A noção corre o risco de recair num materialismo rude, tendendo ao mecanicismo. Uma teoria da inscrição é possível, mas ela precisa ser local, para não existir tão só às custas dos objetos a que se aplica. Ler, por exemplo, Camões à luz do estruturalismo de Jakobson é útil para determinado fim, mas diz pouco do que Camões é hoje. O mesmo vale para categorias de outra natureza, p.ex., a ideia de nação, em relação à qual é ainda preciso distanciar a tomada de partido ou crítica ingênua – inferir a nação portuguesa d’Os Lusíadas – e a abordagem teórica, que consiste em perceber que a categoria da nação é anacrônica. No sentido de teoria como conjunto de princípios a partir dos quais deduzir conclusões, através de proposições empiricamente falseáveis, atinentes a um campo de conhecimento, não pode haver teoria da inscrição fora da ciência dos materiais. Da perspectiva da Teoria como disciplina e campo discursivo, uma teoria da inscrição é tão possível quanto indesejável. O pensamento que percebe o que faz a seus objetos não pode reivindicar de imediato seu estatuto de universalidade, porque isso seria sua capitulação; ele precisa imaginar, a cada vez, o que é que faz e o que fica de fora. Nesse sentido, por mor da função pragmática das humanidades, não vale a pena produzir uma teoria geral com pretensões ontológicas. A necessidade primária a que eu vejo responder a investigação das materialidades é sair da camisa de força das categorias analíticas e da semântica. A interpretação como simples ressemantização é um processo que revela o deserto espiritual dos estudos literários. Ao mesmo tempo, isso tem uma motivação histórica, que me fez pensar em quão adequada a crítica da interpretação seria num contexto em que a leitura acadêmica ainda está sendo desenvolvida, sem querer entrar em matéria estatística quanto à leitura como um todo. Antes mesmo de pensarmos nos problemas dos programas curriculares do primeiro ciclo de ensino, a simples crítica da interpretação no ensino superior corre o risco de produzir um antiintelectualismo inercial, com uma moral edulcorante, completamente nociva a qualquer interesse humanístico que pretenda ser mais do que imagem residual da cultura. Nada, porém, substancialmente distinto da mera subscrição da interpretação. É preciso conceber a interpretação de outro modo, não como se pretendêssemos descobrir algum conteúdo profundo sob o véu literário, mas perguntando por que e de que modo estamos vendo algum véu. É disso que trata a estética especulativa.

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Hipóteses, premissas Do que até então expus, fica visível o espaço conceitual do meu trabalho e a adoção massiva de hipóteses metodológicas, de possibilidades de articular noções muito mais do que predicar como objetos materialidade e contingência ou fazer engenharia reversa. Cada pergunta tende a ser, por natureza, algo como “e se eu juntar a Presença com o código bibliográfico” e não “Y se deve a X”, etc. No entanto, eu não deixei de lado questões mais ancoradas. A primeira delas é a ideia de crise epistemológica dos estudos literários. Como premissa, ela produziu uma grade de argumentos quanto ao futuro dos estudos literários, e em função dos quais organizei minha bibliografia. Claro que há argumentos político-institucionais e econômicos importantes, mas são argumentos de natureza social que entram na composição da teoria na forma de seus interesses e propósitos cognitivos. Além disso, fulcral será a noção de mediação. Mediação não é mais que a relação de uma coisa à outra. O que a palavra foca, porém, é precisamente não o X ou Y mas aquilo que, sendo comum a eles, permite que se percebam suas diferenças. Numa definição luhmanniana, meio é um conjunto qualquer de elementos dispersos, e uma estruturação particular desses elementos é que configura uma forma. O escritor que em sua obra sugeriu que o leitor voltasse à página de número doze, em que usou dada expressão, tinha em vista a relação material do leitor ao livro, não concebeu tão só “linguisticamente” seu trabalho – e é justamente essa uma forma, a relação específica dos elementos dentro do meio, que é praxeológico (ou pragmáticomaterial). Ele não visava a página, mas a atenção do leitor para o pacto com o autor, como algo presente à sua mão. O processo de mediação é bidirecional mas assimétrico, não passa da forma ao meio no mesmo sentido em que o meio dá azo à forma. Uma história dessa expressão incluiria a noção hegeliana de mediação como a passagem de uma coisa a um outro estado, sua transformação. É assim, também, por mediação, que os elementos do meio se convertem noutra coisa que não o próprio meio. Aqui, então, está a ideia a construir: a mediação do meio, a mediação da materialidade é sua história implícita. Que um conjunto de elementos adote uma configuração depende de um ato, seja intencional e simbolicamente carregado como no exemplo – de Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto, de Mario de Carvalho – ou seja não-intencional e desprovido de conteúdo direto. A pergunta é: como trazer à tona o não-intencional, como desbloquear a história oblíqua do ato coisal literário? Essa pergunta se transforma, imediatamente, na pergunta sobre como hoje nós encaramos o próprio conhecimento da história. No fundo, antes da pergunta pela porta para a história, trata-se da pergunta pela capacidade de o sujeito detectar e entrar por essa porta, e o

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que dessa história é verdadeiro ou falso. A hipótese, aqui, é de que é o substrato histórico que define a verdade da experiência do sujeito, que no limite é a verdade que a própria obra propiciou. Ou, inversamente, que a história se materializa na experiência dos sujeitos e o estudo da literatura mensura essa relação. Essa ideia de verdade depende de um certo tipo de ontologia de trincheira: não é possível totalizar o sistema, nem interessa dizer se algo é verdadeiro ou não em razão de sua relação à outra coisa já demarcada, mas a sucessão dos estados é perceptível e exige sua crítica. Para ilustrá-lo, é preciso entender a passagem da pergunta: como é que um poema que elogia a aristocracia como Os Lusíadas se torna, na perspectiva de um de seus tradutores, o épico da civilização burguesa, e o que isso nos diz sobre de como o poema desmente a contemporânea ideia de Nação? A resposta não depende da correlação isolada dos momentos de produção e recepção, não depende de se contrastar Os Lusíadas ao ideal cívico liberaldemocrata ou desmentir Camões via Montaigne. Não é capricho crítico, mas um problema objetivo posto por essa obra em seu decurso secular. Talvez a formulação da pergunta interesse mais do que a resposta, aliás, ao darmo-nos conta do quão estranha ainda pode ser a cultura legada, do que ela tem de verdadeiro e não-verdadeiro. Nesse sentido, acredito afastar-me da estética da recepção e de sua hermenêutica. A questão pertence a uma poética histórica cuja pesquisa não pode restringir-se ao plano intrínseco, estrutural e semiótico, da obra literária, nem ao plano extrínseco. Acho que aludi a isso como pós-formalismo das materialidades. A escolha entre estrutura e história embargam, na pretensão de serem ciência, a dinâmica da história e da cultura da qual o próprio crítico participa, oferecendo pouco mais que uma imagem congelada. Essa herança, fingindo objetividade, oculta a arbitrariedade do processo. Por essas razões, a estética não pode ser relegada para uma dimensão menor da leitura, entramos num plano que não se abre às coordenadas tradicionais dos estudos literários. A autorreflexão da relação do sujeito ao objeto é a única forma de acesso ao objeto, a relação reflexiva com o objeto é a única possibilidade de crítica do sujeito. A Desconstrução, na Teoria Literária, com razão colonizou esse espaço. Mesmo se não quisermos operar num plano reflexivo tão instável, é um falso problema fazer uma teoria sobre a entidade página que não leve em consideração o processador de texto e a caneta como instanciação do sujeito, e o próprio sujeito que age de determinado modo por determinada razão e conforme certos constrangimentos. A entidade papel é, da perspectiva da teoria, a coisa em si kantiana. O esforço de uma tal empresa esbarra na pergunta por seu interesse: ou a teoria se recomenda à sociedade e ao sr diretor, submete-se à sua real onipotência, ou ela se engaja ao que a literatura oferece. O segundo leva à associação materialidade a contingência como duplo horizonte da crítica.

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Contribuições A primeira grande consequência do nosso trabalho é a específica inflexão que dá às materialidades nos atuais estudos literários. É quase um efeito colateral. A segunda contribuição é oferecer esse horizonte para novos e mais interessantes problemas do que o campo das representações pode propor. O nome disso é história e estética. Ou filologia, se quisermos falar de uma investigação menos comprometida com a narrativa historiográfica e mais dedicada ao objeto que tem diante de si. A filologia não estaria hoje tão preocupada em explicar obras, mas sobretudo a preencher-lhes, acrescer-lhes deliberadamente. Esse acrescentamento só faz sentido fora de um esquema de predicações como X é Y, e por isso eu investi na ideia de uma ‘patafísica nos estudos literários. Tentativas de deformar a obra literária presa no circuito de transmissão cultural são, em última instância, uma forma de fazer surgir o Real da experiência cuja repressão as instituições chancelam, um processo que é ao mesmo tempo a frágil garantia de sua persistência. Outra forma de dizê-lo: somente o pensamento que se oriente contra sua própria inércia é capaz de resistir ao esmagador processo de reificação que organiza a vida dos homens. A terceira contribuição é retomar a estética como reflexão e não como adjetivo. É necessário tornar-lhe visível e usar dos seus conceitos. Logo na introdução da tese, eu disse que é sempre uma estética particular que permanece sendo o horizonte da Teoria, sem virar diretamente discussão. Convertida em tema, é o próprio horizonte como um todo que se desloca. A disciplina Estética é esse momento de autorreflexão da Teoria, através do qual ela se indaga sobre aquilo que lhe acontece. Aqui, todo o catálogo linguístico não é senão secundário em relação à intuição fundamental propiciada pela literatura, a de que algo está acontecendo a nós numa determinada circunstância. A teoria estética visa muito mais a ancoragem sócio-histórica dessa experiência, especialmente quando ela se concebe como autorreflexão crítica do sujeito. Não se trata de satisfazer categorias prévias, nem de pretender profundidade ou erudição. Por fim, não acho que a experiência estética solicite que fiquemos quietos por mais que um momento, pois o presente não tem substância alguma fora do horizonte de sua transformação. É isso que me aparece a cada vez – como a Gumbrecht a Presença, ou a McGann a história, ou Gadamer e o famoso verso de Rilke. “Força é mudares de vida.” É esse presente em transformação que eu entrevejo nos estudos da materialidade da literatura. Obrigado.

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Resultados não se devem mensura com base em saldo final, mas em razão do processo. Só o

processo crítico permite entrever o que deve ser transformado no próximo passo da crítica. No limite, o programa teórico das materialidades não apenas ilumina novas questões acadêmicas mas oferecer alternativas a questões persistentes que muitas vezes acabam ou ignoradas ou a que se respondem de modo apressado e acrítico, a exemplo do fetichismo semiótico.

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