Mathias Oliveira Mendonca 11 e 12

June 4, 2017 | Autor: M. Oliveira Mendonça | Categoria: História do Brasil, Meio Ambiente, Resenhas
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Mathias Oliveira Mendonça Nº USP 9827203 Turno Vespertino

11) Warren Dean. A Ferro e Fogo: A História da Devastação da Mata Atlântica Brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, pp. 59-107.

Argumento: A tese no trecho é a de que a degradação sofrida pela Mata Atlântica no início da colonização se deu em 2 tempos. Primeiro pela exploração da madeira, principalmente do pau-brasil e em segundo momento pelo assentamento dos europeus no território americano, de modo a se estabelecer um método de produção de bens comerciáveis – principalmente o açúcar - e de sobrevivência no Novo Mundo (introdução das espécies conhecidas pelos europeus, como gado, trigo, porcos e etc. para a subsistência). Tais atos, feitos em um contexto de mercado de acumulo e lucro, intensificado pela tecnologia que o europeu trouxe e que adaptou já dos nativos, acabou fragilizando o ciclo de renovação natural da floresta e, ocupada com a biota do Velho Mundo, foi impedida a manutenção de sua fauna e flora nativas. Sua invasão e conseguinte destruição permanente só se dá, entretanto, com a descoberta do ouro.

Implicações: O estudo do trecho traz como implicação quais os fatores que trouxeram o desconhecimento até mesmo do brasileiro atual sobre a fauna e flora nativas de sua própria região. O conhecimento oral de quais eram as espécies, qual eram suas funções e suas utilidades para a vida cotidiana se perdeu com a invasão dos europeus. Isso se deu pois nunca se valorizou a riqueza natural do território, a busca sempre foi a procura por algo de semelhante com o conhecido na Europa, e por minérios e, consecutivamente, não houve a procura de se entender o ecossistema americano, mas sim adaptá-lo ao padrão capitalista europeu de produção e sobrevivência.

Teses Alternativas: O trecho não apresenta em seu fim as notas marcadas. Sendo assim, não foi possível identificar quais são e de onde vem as teses com que o autor dialoga/debate exceto os que tem autores citados. Dentre estes temos jesuítas como Manuel da Nobrega e José de Anchieta, relatos de Pero Vaz de Caminha, Sergio Buarque de Holanda e cronistas portugueses dentre outras que não são citadas no corpo do texto.

Metodologia: Sem acesso às notas do trecho não é possível verificar como o autor utiliza a fonte X para fundamentar seus argumentos, já que a fonte fica desconhecida.

Estrutura: O trecho é dividido em 2 capítulos, onde cada um mostra os tempos em que se ocupou a Mata Atlântica. O primeiro em que se prioriza a exploração do pau brasil e

pequenos assentamentos que garantem o território; o começo dos engenhos. O segundo mostra a fixação ao território, que curiosamente deu espaço para a mata crescer, mas que por outro lado tal fixação ao território veio em conjunto com a depreciação do ambiente e a perda do conhecimento sobre a natureza, tirando a relevância da floresta e possibilitando sua substituição forçada para a adaptação de ecossistemas conhecidos pelo europeu.

12) Shawn W. Miller. “Fuelwood in Colonial Brazil: The Economic and Social Consequences of Fuel depletion for the Bahian reconcavo, 1549-1820” in Forest and Conservation History, vol. 38, no. 4, 1994, pp. 181-192.

Argumento: O argumento do trecho é o de que, mesmo que posta de lado enquanto custo pelos setores da economia colonial, ou ignorada pelos colonos, o uso da madeira como combustível foi de suma importância tanto para a economia quanto para a sociedade do Brasil colonial, principalmente para a produção do açúcar nos engenhos, mas também para a vida na colônia, e quase não houve tentativa para se otimizar o processo de queima ou de economia e planejamento do uso da madeira como combustível, trazendo graves consequências e impedimentos para os colonos.

Implicações: A tese traz a questão de uma economia “secundária” que fundamental para a vida na colônia, problematizando a exploração da madeira para a produção de diversos setores sociais – principalmente a do açúcar – e as consequências socioeconômicas e, de certa forma, ambientais, de tal exploração para o Brasil colonial, principalmente no recôncavo baiano.

Teses Alternativas: O autor se apoia principalmente nos dados trazidos pelo estudo de Stuart B. Schwartz para a formação de seu argumento, como vemos na metodologia.

Metodologia: Uma passagem que permite a conclusão lógica da necessidade e importância da madeira como combustível para a colônia e o impacto que o seu “maluso” e falta de estudo para aplicação está na pág. 183, onde o autor diz, baseado nos dados de Stuart B. Schwartz, que pouco se estudou ou preocupou com o custo incluído no uso da madeira como combustível, citando dados dos engenhos Sergipe e São Caetano em 1611 (tabela no fim da pág.), que não tabulam propriamente os gastos que se tinha com combustível para o engenho, o que demonstra claramente a tese de que a falta de preocupação no uso da madeira trouxe consequências sérias tanto para a economia quanto para o meio ambiente e sociedade.

Estrutura: O trecho é dividido em subcapítulos que partem da introdução da madeira como vital para todas as atividades do cotidiano – a vida na colônia, essencialmente –, seguindo para como foi se dificultando a obtenção do recurso e, finalmente, os impactos na sociedade em todos seus setores.

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