MAYRA TRABALHO CANTO PARA O ATOR I

DISCIPLINA: CANTO PARA O ATOR I (prestação de contas da segunda unidade)
DISCENTE: MAYRA MACHADO
ALUNA: HELENA GURGEL

Na disciplina "canto para o ator I" nós trabalhamos os elementos "corpo" e "voz" como um só, por meio de exercícios práticos e teóricos. Pudemos, através dos exercícios práticos, termos consciência do que estávamos vendo na teoria e assim, ter a oportunidade de sentir no próprio corpo e poder nos utilizar e usufruir delas para trabalhos (acadêmicos ou não) e também para a vida.
A teoria que vimos, abarcou dois trabalhos muito interessantes e bem fundamentados em práticas: "A Voz na Canção Popular Brasileira: Um Estudo Sobre a Vanguarda Paulista" da Regina Machado e "Princípios da Conexão Corpo-voz no Trabalho do Ator" da Barbara Biscaro, os dois trabalhos abordam um tema em comum: voz e corpo. E teria, afinal, como separar um elemento do outro? Não deveria, mas infelizmente sim. Durante muito tempo, na verdade, a musica e o teatro (a encenação), receberam tratamentos completamente distintos e acabaram indo para extremos bem opostos, o que acaba ficando dificultando a junção de ambos. O que, na verdade, eles tem em comum e que ficou bem claro nos dois trabalhos e no decorrer da disciplina é que os dois são formas de expressão que podemos utilizar para emocionar, tocar de alguma forma as pessoas presentes, passar algum sentimento, pensamento, reflexão, através de alguma performance.
O primeiro trabalho acaba focando mais nas musicas mesmo, basicamente explica as relações e diferenças que existem entre o belcanto, que seria uma forma de cantar mais erudita e formal, e a musica popular, que seria um pouco mais acessível e menos trabalhada.
"Os ideais pregados pelo belcanto não são adequados à canção popular, cuja emissão se processa próxima à fala, evidenciando a relação entre texto, melodia e articulação rítmica, bem como o emprego de vocalidades que reforçam a construção dos sentidos."
"Já para o cantor popular, a palavra é elemento fundamental da construção do som e so sentido."
Os dois são formas de se expressar e cada um tem suas técnicas particulares para passar a informação desejada. No entanto, claro, tem certas coisas que foram empiricamente testadas e que são meio que universais como as canções que possuem um tema amoroso tenderem a andamentos mais lentos e as canções de predomínio rítmico tenderem a coisas mais leves etc. Com isso, podemos explorar a seguinte citação: "compreender os elementos essenciais da canção é fundamental para traduzi-la de forma pessoal". Poise la explica que devemos sentir primeiro o que estamos dizendo, para depois fazermos outras pessoas sentirem. Não adianta querermos passar algo que não estamos sentindo*, como também não adianta apenas sentir e não passar essa sensação. Pra mim, o teatro taria de ser meio que a junção desse balcanto com a musica popular, falada, pois você irá por uma fala em uma intonação e intenção particular para aquilo que você quer provocar nos outros e isso que é o difícil.

*O enfoque excessivo na forma somente exterior, é um percurso infértil e muitas vezes castrador para o ator.
É o que a Barbara vai falar em seu trabalho, o quão complicado é essa integração corporal e vocal que buscamos na disciplina durante todo o semestre, pois que ao mesmo tempo que cantar exige alguns esforços extras, atuar também e tem algumas técnicas de uma que atrapalham a outra e vice versa.
Ela vai propor a desconstrução da linguagem para dar lugar ao som e sua expressividade através dos timbres , tons, amplitudes, alturas e registros, dando a voz a capacidade de se expressar por si só e também, por sua vez, o corpo, através da atenção, intenção, decisão e precisão.
Claro que um cantor de habilidades muito ricas ou um ator de habilidades tão ricas quanto, quando entram em contato com a ação na qual não são bons, acabam perdendo a riqueza e detalhes de suas ações, porém com a prática eles conseguiram assimilar e enriquecer os dois juntos o que daria um meio de expressão muito mais rico e poderoso.