Memória de Curto Prazo para Melodias: Efeito das Diferentes Escalas Musicais

May 26, 2017 | Autor: N. Di Giuseppe Ge... | Categoria: Music Cognition
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Memória de Curto Prazo para Melodias: Efeito das Diferentes Escalas Musicais Benassi-Werke, M. E. Departamento de Psicobiologia – Unifesp

Queiroz, M. Instituto de Matemática e Estatística - USP

Germano, N. G. Instituto de Artes - UNESP

Oliveira, M. G. M. Departamento de Psicobiologia – Unifesp Palavras Chaves Alça fonológica; teste de amplitude; melodias.

Introdução O modelo de memória operacional assume a existência de quatro componentes relacionados: executivo central, alça fonológica, esboço vísuo-espacial e buffer episódico (Baddeley, 2000). Tais componentes seriam responsáveis pelo armazenamento e manipulação da informação necessária para atividades cognitivas. A alça fonológica está relacionada ao armazenamento de itens verbais e acústicos na memória de curto prazo (MCP) (Baddeley, 2007). Alguns estudos indicam que a recordação de curto prazo de itens verbais é influenciada por conteúdos semânticos pré-armazenados na memória de longo prazo (MLP). Com base nos estudos sobre familiaridade com o idioma (Thorn & Gathercole, 1999), pode-se sugerir que a alça fonológica é mais eficaz na manutenção de representações de palavras de idiomas familiares do que de idiomas não-familiares. Assim, é possível que a MCP para tons também seja influenciada pela familiaridade, isto é, por contextos musicais pré-estabelecidos na MLP.

Objetivo Verificar o perfil de armazenamento/manipulação de seqüências de tons através de testes de memória construídos à semelhança do Digit Span Test na ordem direta (OD) e na ordem inversa (OI), comparando tal perfil ao perfil de armazenamento/manipulação de material verbal. Utilizando-se o teste de amplitude melódica (“Tone span test”) construído com base na escala diatônica (mais familiar) e

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cromática (menos familiar), poderíamos verificar se o mesmo padrão que ocorre na recordação de dígitos (mais familiar) e pseudopalavras (menos familiar) ocorre também nos testes com estas duas escalas. Se a amplitude na OD do teste na escala diatônica for maior que na cromática, mas se mantiver baixa na OI, pode-se sugerir que a manipulação de seqüências melódicas na memória operacional acontece de forma diferente da manipulação verbal.

Materiais e Métodos Dez sujeitos foram submetidos a testes de MCP para dígitos, pseudopalavas e tons. Foi utilizado o Digit Span Test padronizado para o Português (WAIS-III). A partir deste teste, foi criado um teste de amplitude de pseudopalavras. As pseudopalavras foram criadas a partir de mudanças de algumas letras que compõem os números e, então, cada dígito do Digit Span Test foi substituído pela sua pseudopalavra correspondente. Foram construídos 2 testes de amplitude de tons à semelhança do Digit Span Test, sendo um deles com base na escala cromática (utilizando-se 12 notas e a primeira nota da oitava seguinte) e o outro com base na escala diatônica (utilizando-se 7 notas e a primeira nota da oitava seguinte). O teste na escala cromática foi desdobrado em 2 testes. Em um deles, as sequencias de tons tinham intervalos de, no máximo, uma terça; no outro, as sequencias tinham intervalos livres. O mesmo foi feito para o teste na escala diatônica. Assim, foram construídos 4 testes de amplitude de tons: 1) Escala diatônica, intervalos até de uma terça (Teste 7_3); 2) Escala diatônica, intervalos livres (Teste 7_X); 3) Escala cromática, intervalos até de uma terça (Teste 7_3); 4) Escala cromática, intervalos livres (Teste 7_X). A idéia da construção destes 4 testes é criar uma gradação de dificuldade, baseandose na hipótese de a escala diatônica ser mais familiar do que a cromática e, portanto,os tons construídos com base nela seriam mais fáceis de serem recordados. Além disso, intervalos mais próximos são mais comuns e, portanto, devem ser mais fáceis de serem recordados do que intervalos mais distantes.

Posteriormente, foi atribuído um dígito para cada tom utilizado nos testes e, assim, 4 testes de amplitude de dígitos, pareados aos testes de tons, foram construídos. Os sujeitos foram submetidos a um teste de afinação e, em seguida, foram aplicados os testes de amplitude de dígitos WAIS-III, de pseudopalavras e de tons e dígitos análogos na OD e na OI. Em todos os testes, seqüências crescentes de itens foram apresentadas auditivamente. Ao final de cada seqüência, o sujeito deveria repeti-la na OD ou OI, conforme avisado antes do teste. A amplitude (span) de cada teste foi o total de itens contidos na seqüência máxima repetida corretamente.

Resultados e Discussão Na OD, a recordação foi maior para dígitos do que para tons nos quatro tipos de testes (p
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