MEP O Metodo de Expansao Pessoal Itemizado

May 22, 2017 | Autor: Luiz Pereira | Categoria: English As a Second Language (ESL), Teaching ESL/EFL
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Comentário

O País está repleto de cursos de inglês que usam, na sua maioria, o método comunicativo. Creio que este método pode e deve ser revisado e substituído por um método que envolve um relacionamento mais pessoal do aluno. Creio, também, que devida à lentidão com que o povo brasileiro está aprendendo inglês, os outros métodos também não estão alcançando o potencial de aprendizado dos alunos brasileiros. É por isso que criei um novo método, o Método de Expansão Pessoal (MEP). Esse método é inovador porque eleva o papel do aluno e também do professor, sendo os materiais usados meras ferramentas de apoio. Vejo nos cursos de inglês atuais ofertas de tablets, uso de slideshows superavançados, etc. Tudo muito interessante, mas o MEP tira a ênfase dos aparatos tecnológicos e dos materiais e transfere essa ênfase para a relação aluno-professor. Creio que nesses cursos super informatizados, o papel do professor se rebaixa a um papel de explicador. Não concordo com isso. No MEP, o professor estabelece uma relação de confiança e parceria com o aluno, o que considero essencial para promover, facilitar e acelerar o processo de aprendizado do aluno. Por fim, no MEP, o aluno também se eleva quando tudo o que ele traz para a sala é tido como algo de alto valor. Erros são tratados como passos importantes, e até essenciais, no processo de aprendizado. Toda a contribuição do aluno é bem-vinda. Isso, talvez, seja o diferenciador mais proeminente do MEP.


INGLÊS PARA QUÊ?

Uma das grandes barreiras que encontrei ao longo de 12 anos de experiência como professor de inglês é uma resposta concreta para esta pergunta. Quando perguntava aos meus alunos "Para que você quer aprender inglês?" frequentemente ouvia respostas como "ué, pra saber" ou "pra poder falar" ou respostas semelhantes. O aluno queria aprender mas não conseguia verbalizar onde o que aprenderia seria utilizado. Isto é importante porque demonstra uma falta de noção que a língua não é uma só. Inglês para trabalho é um. Para entender letra de música é outro. Para entender filmes, outro ainda. Para viajar e fazer compras, mais um inglês diferente. è lógico que há uma grande interseção nesses "ingleses", mas a falta de objetivo concreto dificulta o papel do professor. Hoje em dia a coisa está melhorando neste aspecto, pois muitas pessoas respondem "tenho que aprender inglês pois o mercado de trabalho exige isso". Isso facilita um poco o papel do professor. Sempre que começo a ensinar uma turma ou um aluno falo de língua em geral, das características sócio-econômicas, culturais e situacionais que influenciam a língua. Isso faz com o aluno comece a ver que a língua e tão diversa quanto a própria vida e que o cabe aqui talvez não caiba ali. Pensar sobre língua é o ponto inicial das minhas aulas. Daí vou afunilando para o inglês especificamente. Sem isso eu acredito que os alunos simplesmente vão tentar aprender o inglês tendo o português como pura referência. è claro que tal referência é inevitável, mas ao passar uma idéia de que língua é algo atrelado a sociedade, ao status, aos grupos sociais, às situações e aos objetivos, o alunos passa a ter um referencial que ele não tinha antes. E isso abre portas para o aprendizado que o espera.


A POSTURA DO PROFESSOR

Tendo sido aluno de inglês, administração, psicologia, estatística e alguns outros cursinhos, além do ensino fundamental, eu sempre comparei professores. Em princípio eu comparava os "legais" e os "chatos". Depois comecei a comparar os "accessíveis" versus os "não-accessíveis". Por fim, minhas comparações se direcionaram a professores competentes e não-competentes. E agora é importantíssimo que defina o que eu quero dizer com competentes e não-competentes. Professores competentes são seguros, não tem medo de errar, chegar a rir do próprio erro. Eles não se colocam num pedestal. Eles também não dosam a informação ao aluno para se colocarem na posição de sabedores (ou superiores). O professor competente entende que o conhecimento é para ser distribuído e que esse é o papel dele. Vou dar um exemplo: Quando um aluno me pergunta sobre algo que ele foi exposto mas está muito acima do nível dele, eu não dispenso a questão e digo que aquilo é para o futuro. Eu tiro dois ou três minutos e mostro a ele um exemplo daquele tópico e exemplifico o por que daquele tópico ter que aguardar para ser estudado no futuro. Creio que isso faça uma grande diferença para o aluno na sua relação com o professor. Os professores não-competentes se valem de uma cartilha de sabedoria que eles guardam para si, dosando o conhecimento que oferece ao aluno e ratificando a posição de superior e inferior na relação entre os dois. Quem foi aluo de faculdade certamente encontrou exemplos de professores não-competentes. Eles têm o PhD, a fama dentro do mundo acadêmico, mas são extremamente inábeis de conectar com os alunos. Por isso, caro professor de inglês, eu sugiro que você desça do pedestal e procure se aproximar dos seus alunos. Os resultados vão ser inesperadamente gratificantes. Eu prometo.


MOSTRE-ME SEU SOTAQUE, POR FAVOR

Acho que pouca coisa me irrita tanto quanto os cursos que oferecem "Redução de Sotaque". Essa noção que o bom inglês é o inglês desprovido de sotaque (aquele mais jornalístico) é uma distorção de uma valor pessoal e uma perpetuação de um elitismo arcaico. Sotaques fazem partes da nossa identidade e das nossas origens. Enfim, sotaques fazem parte daquilo que somos. O que se confunde na noção de sotaque como problema é quando existem uma quebra na comunicação, isto é, quando não conseguimos nos fazer entender. Mas temos que nos lembrar que esse relação tem dois atores: Aquele que atua como falante e o que atua como ouvidor. Um americano que nunca teve contato com estrangeiros vai ter mais dificuldades de entender um brasileiro pois nunca foi exposto ao nosso sotaque. O sotaque só se torna um problema quando causa impedimento na comunicação efetiva com a outra pessoa. Mas, para isso, não é necessário haver "redução" de sotaque mas sim um ajuste de pronúncia na hora do aprendizado. Diferenças entre "it" e "eat" são de extrema importância, enquanto diferenças entre "band" e "bend" tem uma importância menor pois têm menos chance de causar um quebra na comunicação.
De qualquer forma, o aluno precisa saber que certas pronúncias precisam ser aprendidas e treinadas, mas que seu sotaque é parte de quem ele é. Então eu sugiro que os professores parem de tomar a atitude de tentar reduzir o sotaque dos alunos, e que, no lugar disso, encontrem um forma de ensinar uma forma de fazer o aluno se comunicar de forma eficaz como todo o charme que seu sotaque o traz.


CURSOS E CURSINHOS DE INGLÊS

A diferenciação entre "cursos" e "cursinhos" foi proposital. Cursos de inglês ensinam inglês através de seus métodos que podem ser mais adequados para uns ou outros alunos. Até aí, tudo bem. Cursinhos de inglês são uma peste no ensino de inglês. Prometem que você aprenda inglês em um aluno ou um ano e meio, fazem você você assinar contratos anuais (NUNCA, NUNCA faça isso!) e vendem um produto que você não sabe qual é. Afinal, o que é falar inglês? Qual o ponto de referência que divide a linha daquele que fala inglês e aquele que não fala? Vou dar um exemplo: O filho de uma amiga que mora em New Jersey pediu para ela comprar um livro para a escola. No papel estava escrito "Of My Simon". Achei o título estranho, mas quando li o autor John Steinbeck (Que estava soletrado errado), percebi que o livro era "Of Mice and Men". Ela não acreditou em mim quando apontei tal erro, mas resolvi salter do carro enquanto ela esperava, entrar na livraria e, com meu próprio dinheiro, comprei "Of Mice and Men" de John Steinbeck. Esse erro veio de um adolescente que morava nos Estados Unidos e estudava nos EUA numa escola particular. Daí a pergunta, ele fala inglês? Fala, mas que inglês ele fala qual a qualidade do inglês que ele fala?
Quem procura uma escola de inglês não tem referência, além de indicações, para distinguir o joio do trigo. E, se você juntar a isso a identificação (Ou não-identificação) com a metodologia, o que é normal, a escolha de um curso para estudar inglês de torna extremamente difícil e, em alguns casos, impossível.
Então, para facilitar sua escolha, lembre-se, inglês, como qualquer língua é cheia de complexidades. Um ano de estudo de inglês só vai te levar até um ponto intermediário, nunca acredite em promessas milagrosas, pois milagres no aprendizado de inglês não existem e JAMAIS assine contratos que te comprometam a pagar pelo curso por mais de três meses. NUNCA, JAMAIS, NEVER! Entendeu?

O QUE É MAIS DIFÌCIL EM INGLÊS: GRAMÁTICA, PRONÚNCIA OU VOCABULÁRIO?

Por incrível que pareça a resposta oficial para esta pergunta é vocabulário. O inglês tem um dos vocabulários mais extensos do mundo. Mas esta é a resposta oficial, e não diz nada sobre o aprendizado do indivíduo. Para uns, a luta maior pode ser com a gramática, para outros, com a pronúncia. Por isso acredito em criar um método que hoje batizo de método de método de expansão pessoal. Provavelmente esse nome vai mudar. Mas tal método visa observar as características do aluno, deixando em segundo plano o que é oficialmente registrado. Escreverei mais sobre isso na minha próxima postagem. Não percam!

O MÉTODO DE EXPANSÃO PESSOAL

Imagine uma ampulheta: Esse seria o formato que melhor representaria o método de expansão pessoal. Inicia-se com uma idéia de língua em geral, afunila-se para uma idéia do inglês em geral e daí afunila-se mais ainda para a realidade do aluno, suas necessidades, pontos fortes e fracos. Esse tempo de iniciação falando de generalidades das línguas e do inglês é essencial para que o aluno se sinta confortável dentro de sala de aula e com o professor. Nesse tempo eu afirmo e reafirmo a importância da participação e encorajo os alunos a errarem. Por quê? Porque é óbvio que o objetivo de cada aluno é acertar, então isso não precisa ser dito. Eu digo assertivamente que um erro, de certa forma, é tão importante quanto um acerto, pois significa que o aluno esta se envolvendo com a língua e não se inibindo de fazê-lo com medo de errar. Muitas situações têm como respostas várias possibilidades. è aí que entra a parte mais estreita da ampulheta. Encorajo meus alunos para escolher uma resposta com a qual ele ou ela se sente mais à vontade. E pratico essa resposta com eles. Só depois que esse resposta está sedimentada é que vou para a parte da expansão. Essa parte, muitas vezes, é exercitada simplesmente ouvindo seu colega de turma, que pode ter escolhido outra forma de se expressar. A expansão da língua não é fácil, mas se torna possível uma vez que que encorajamos o aluno a ouvir com atenção, trocar de papéis, repetir o que o colega falou (sendo uma resposta diferente) e, principalmente expondo o aluno a diferentes pessoas falando em diferentes situações e diferentes canais (Filmes, matérias jornalísticas, etc.) O mais importante é desse método é criar uma via de entrada ao mundo do inglês, identificar a característica pessoal do aluno na hora de se expressar e expandir seu potencial expondo-o ao inglês natural, como ele é falado na vida real. Tenho grandes reservas (ou talvez possa dizer que rejeito claramente) os CDs de inglês didáticos onde as pessoas falam tão devagar e pausadamente que aquilo não reflete situação real nenhuma.
Bem, isso foi um esboço desse método que desejo criar. Se você conhecer professores que desejam discutir isso, por favor convide-os a entrar nesta página para que possamos criar um diálogo construtivo pois o que vejo como oferta de inglês no Brasil deixa muito a desejar.


PARA QUE UM NOVO MÉTODO DE ENSINO DE INGLÊS?

Para começar, porque o inglês ensinado nas escolas é patético. Uma educação básica de inglês mais eficaz criariam jovens mais preparados para um aprendizado mais aprofundado da língua. O que se ensina hoje na maioria das escolas é tão ridículo que, na minha opinião, poderia ser abolido completamente. Segundo o método comunicativo traz situações reais de outras pessoas, não dos próprios alunos, uma distância que afasta as realidades a ponto de afastar o aprendizado. Vou dar um exemplo: Num dos livros que utilizei conta-se a estória de Michelle, que é de Hong Kong, mas foi visitar Singapura e lá ela dobrou à direita e depois `esquerda e bla bla bla. Muitos dos meus alunos não sabem onde é Singapura ou Hong Kong e se você ache que isso é irrelevante, eu afirmo a você que não é. Qual o grau de identificação que esses alunos têm com Michelle. Nenhum. A situação é real e pode ser aplicada em Salvador onde ele vira a esquina para a direita ou para a esquerda. Mas há um abismo entre eles e Michelle. Falta um grau de identificação pessoal que faz muita diferença. Esses alunos vão passar não-sei-quanto-tempo- se perguntando "onde é Singapura?", "Onde é Hong Kong?" e daí o exercício mental que deveria estar concentrado no aprendizado do inglês se desvia e muito se perde nessa forma de ensinar. O método comunicativo, na minha opinião tem muitas falhas, essa é só uma delas. Continuarei a escrever sobre elas em postagens futuras.


EXPERIÊNCIAS PESSOAIS: COMEÇANDO COM A MINHA

Além do inglês na escola, estudei inglês no CCAA começando aos 9 anos de idade. Eu me lembro que em determinado ponto, pedi para avançar de livro pois achava as aulas fáceis demais. Fiz um teste e pulei um livro. Naquela época cada livro durava seis meses. Hoje não sei como é. Aos 13 anos tive que parar de estudar pois minha mãe não tinha dinheiro para pagar o curso. Me lembro que aos 15 anos voltei a estudar no CCAA, mas só estudei mais um livro. Eu era ávido para aprender inglês. E, aos 16 e 17 anos esse adolescente gay ia para o Maxim na praia de Copacabana, um bar repleto de prostitutos e prostitutas, para encontrar estrangeiros e praticar meu inglês. Aos 18 anos, fui atropelado e esse comportamento desacelerou. Mais assim que completei 19 anos encontrei Peter, que se tornou meu namorado por 8 anos. Ele trabalhava viajando e passava suas férias viajando também. Eu me lembro que o primeiro filme que vi a primeira vez que fui nos Estados Unidos foi "O Silêncio dos Inocentes". Entendi muito pouco pois a personagem principal, Clarice Starling, tinha um sotaque muito específico da West Virgínia. Mas saí do cinema apavorado. Além do mais porque Peter tinha na casa dele manequins com braços e cabeças faltando, como o maníaco do filmes. Acho que passei uma semana sem dormir. Percebi que todo o inglês que tinha aprendido não me qualificava para entender o inglês falado nos EUA e que eu tinha que vencer muitas barreiras para poder me adaptar. Anos depois, quando fui morar em Nova York, outras barreiras encontrei. Não só pela rapidez do inglês Novaiorquino, mas eu estava agora na academia, e isso me fez ter que pesquisar muitas expressões que jamais tinha ouvido. Hoje, meu inglês é considerado nativo. Mas a jornada foi longa, por vezes dolorosa e, frequentemente frustante. Mas era isso que eu queria. O que eu quis e fiz não é para todo o mundo. Cada um sabe, ou deve descobrir, até onde quer chegar.


COMO ESTUDAR INGLÊS?

Inglês, como qualquer outra matéria se estuda sentando a bunda na cadeira e passando tempo estudando o que se aprendeu. Ir além do dever de casa pode fazer a diferença entre um aluno regular e um ótimo aluno. No caso do inglês , há como se expor à língua de outras formas: ouvindo músicas em inglês, vendo filmes em inglês não legendados (ou legendados em inglês) e utilizando o dicionário Inglês-Inglês, isto é, aquele que oferece explicações em inglês. Lembro-me de um aluno que tinha extrema dificuldade de aprender inglês. Ele estava na minha sala de aula pois inglês era requerimento para um curso que ele fazia. Não era a matéria principal, mas era obrigatória. Este aluno me abordou e disse algo como"Eu não acredito que vou conseguir aprender inglês". Eu respondi "Eu tenho absoluta certeza que você vai. De agora em diante passe pelo menos meia hora por dia estudando inglês e você vai aprender". Acho que ele seguiu meu conselho pois ele teve uma melhora tão sensível que todos os alunos da turma dele ficaram impressionados. Eu também. Quando o final do curso foi chegando percebi que ele deixou de melhorar e aquilo foi um sinal que ele deixou de estudar em casa. Mas desta vez havia algo diferente. Ele ESCOLHEU parar de estudar. É muito diferente não avançar porque você encontra dificuldades e não se acha capaz de aprender e não avançar porque você escolhe não fazê-lo. De qualquer forma eu fiquei muito satis feito pois havia contribuído para tirar a sensação de impotência desse aluno. O que ele escolheu para si depois disso é problema dele. Mas ele sentou a bunda na cadeira, estudou, aprendeu, avançou e percebeu os resultados. Minha parte estava feita e eu terminei aquela turma com um sorriso nos lábios.


TRADUÇÃO: O VILÃO TEM SEU LUGAR

Eu, como a maioria dos professores sérios, tenho aversão à tradução, pois esta facilita no início e depois cria barreiras enormes no aprendizado do inglês. Traduções fazem que o caminho percorrido da idéia para a verbalização se torne triangular: Idéia-pensamento em português-busca pelo equivalente em inglês. Quando exercitamos o fim da tradução o caminho entre idéia e verbalização se torna mais curto. Afinal a menor distância entre dois pontos é uma linha reta. Mas, na prática, existem situações raras em que a tradução é necessária para a economia de tempo. Por exemplo: Eu desenho muito mal e, a não ser que haja uma figura de uma morsa, pode ter certeza que vou traduzir walrus para não perder 20 preciosos minutos da minha aula tentando meus alunos entenderem que estou me referindo a tal animal. Mas a tradução deve ser utilizada minimamente. Ao preparar uma aula, professores devem tentar lançar mão da criatividade e/ou tentar prever situações como essa. Não é fácil, mas a tentativa deve acontecer. E nunca, jamais, traduza gramática. Gramática é para ser ensinada e aceita pelo professor e pelos alunos. Nem mesmo verbos frasais devem ser traduzidos, porque sua qualidade de múltiplas palavras com um só significado confundirá o aluno imensamente. Então, o veredito, tradução, não. Mas o uso dela tem seu lugar (um lugar pequeno) quando botamos na balança fatores como tempo, relevância do que estamos traduzindo e lembramos aos alunos o por que estamos traduzindo. Só aquela vez, de preferência.


O INGLÊS PERFEITO: NÂO SE ENGANE QUE ISSO EXISTE

Para começar não existe o português perfeito. Quem diz isso o diz por ignorância ou por força de expressão. Com o inglês é a mesmíssima coisa. Uns dizem que o certo é isso outros dizem que o certo é aquilo. Eu encontrei uma técnica para lidar com essas divergências em ambas as línguas: Concordo com meu interlocutor em cada caso mesmo que esteja me contradizendo. É claro que há exceções. Fico danado quando ouço em determinados ônibus: "Portas fechando" Fico me perguntando "Portas fechando o quê? Mas sei que em São Paulo eles tê um tendência regional de omitir o reflexivo. Então me incomoda que eles não digam "Portas se fechando". Eu sou um professor que entende regionalismo, mas sou humano, também, e tenho meus preconceitos. Na sala de aula procuro passar por cima desses preconceitos em benefício dos alunos. Mas eu seria pretensioso se dissesse que vez em quando um desses preconceitos não transpira para eles. O inglês perfeito também não existe porque chega uma hora em que há contradições entre os acadêmicos americanos. Ao contrário do Brasil, os Estados Unidos não têm uma academia de Letras, mas têm um poderoso judiciário que sanciona (ou não) a validade do inglês que se fala. recentemente eles sancionaram influência africanas na expressão do inglês. Se você me perguntar, acho que fizeram isso para dar poder aos negros americanos que depois de 100 de segregação (após a abolição da escravatura) criaram sua sociedade própria, com características de identificação marcantes, sendo uma delas, a língua. Agora os EUA vivem tentando tapar buracos para as enormes diferenças entre a sociedade branca e a negra, sendo a latina mais associada à negra que à branca.
Mas voltando a falar de língua, eu acredito que se aprende língua para o resto da vida. Essa mudança de regras no português, por exemplo, fez com que pessoas que passaram uma vida inteira aprendendo regras absurdamente difíceis tivessem que descartar seu conhecimento e começar a aprender outra série de regras para o resto de suas vidas. E eu estou falando daqueles que ainda têm tempo. Que absurdo foi essa mudança!
E aí tem palavras como presbiopia, que é a tal visão cansada, diplopia, que se associa ao estrabismo e uma enormidade de termos que ainda não sabemos. Nosso português nunca será perfeito, a não ser que perfeito seja uma força de expressão. E o mesmo acontece com o inglês. Quantas pessoas que falam inglês que você conhece sabem o significado da palavra "ilk". Mas essa é fácil de conseguir, jogue no Google tradutor e você vai ver bonitinho a tradução "laia".


ERROS DO PROFESSOR: COMEÇANDO COM OS MEUS

Se você leu todas as minhas postagens, com certeza você percebeu erros na minha escrita e falta de edição. Gosto de escrever assim pois me ajuda a exemplificar os erros que cometo em sala de aula. Acho bom quando o aluno me corrige. Creio que isto mostra que estou no mesmo patamar de suscetilidade a erro que eles estão. Muitas vezes rio dos meus erros, não me ridicularizando, mas apontando uma fraqueza minha. Não quero que meus alunos me admirem pela minha ausência de erros, quero que eles me admirem por estar aberto a responder toda e qualquer dúvida que eles tragam até a mim. Frequentemente "como" letras e digo que estou com fome. Inverto explicações e digo que a idade já está manifestando seus sintomas e por aí vai. Quando o aluno erra, o peso do seu erro se torna menor, afinal o professor errou também. Quando o aluno comete certos erros digo que os americanos os cometem em massa. Querem um exemplo: Raramente um americano fala corretamente "February", em vez disso eles falas "Febuary". Menos frequentemente americanos erram ao dizer "Libary" em vez de "Library". A questão do erro do professor pode ser saudável para tornar o ambiente de aprendizado mais leve, mais engraçado e mais interessante. Mas há também a contrapartida, e isso vocês vão ler na minha próxima postagem.

ALUNOS QUE NÂO SÃO PARA MIM

Chegou a hora da postagem que me entristece. Determinados alunos não são adequados para estudarem inglês comigo e vou explicar quem são tais alunos. Primeiro, é o aluno que aprende inglês por obrigação e jogam o jogo de "eu finjo estudar e você finge me ensinar". O mundo corporativo está repleto de alunos assim. Os alunos são obrigados a aprender inglês, a empresa paga, os cursos ganham dinheiro, os alunos não aprendem quase nada e fica por isso mesmo. Mas a questão-chave é que dinheiro trocou de mãos então ninguém tem interesse em falar a verdade sobre aquela situação para que a mina de ouro continue produzindo riquezas. Outro tipo de aluno que não serve para mim é o deslumbrado, aquele que está convencido que um determinado curso ou professor vai fazê-lo falar inglês em um ano. Outro ainda é aquele que procura títulos e ou renome na parede do professor ou do curso, como se titulação garantisse uma boa qualidade. Também há o aluno que quer impor a forma que quer aprender: "Eu estou pagando, você tem que fazer o que eu mando". Por fim alunos de ToEFL e ouras certificações têm que procurar outro professor. O mercado está cheio deles.
Resolvi escrever esta postagem para acentuar que o mercado do ensino de inglês tem suas características, assim como os alunos que buscam estudar a língua. O que sei fazer é ensinar inglês para quem quer aprender, injetando características sociais e culturais nas minhas aulas. Alguns alunos que não se encaixam no meu perfil de professor têm necessidades legítima que eu não posso acomodar devido às minhas limitações. Outros querem criar uma fantasia de aprendizado que eu rejeito, mesmo que pese no meu bolso.


PRONÚNCIA: OLHANDO PARA ESSE MONSTRINHO DE PERTO

A pronúncia do inglês é um obstáculo sério para os alunos. Afinal não temos nenhuma das duas pronúncias do TH (como em "Think" ou "There"), não temos a pronúncia do R (como em "Royal"), não temos as paradas em consoantes como p, b, d. t, k) e por aí vai. 
Ensinar pronúncia é difícil pois algumas desses sons estranhos estão na mesma palavra (como em "trap" ou "forfeit"). Aprende e exercitar a pronúncia na língua inglesa requer muita repetição e exposição à língua. Há técnicas para facilitar. Por exemplo, o som do R é sempre o de Royal, puxando pela garganta. Mas não consigo me lembrar o número de vezes que meus alunos, depois de aprenderem que o som do R é este acabam falando Hestaurant. Esquecendo-se de aplicar o som do R no início da palavra em bora eu tivesse ensinado que o som do R era SEMPRE puxado pela garganta. Isso acontece, faz parte da evolução do aprendizado.
Também percebi o valor de mostrar a mecânica bucal dos sons como referência: Peço para meus alunos botem a mão na garganta e falarem THINK bem devagarzinho e depois peço para eles fazerem o mesmo quando falam THERE ou THEY ou THIS. Eles percebem que quando falam THINK o ar sai direto e que, quando falam THERE, há uma vibração das cordas vocais. Sei que essa introdução à mecânica do som não resolvi o problema, mas tenho certeza que dá mais um ponto de referência aos alunos, além de surpreendê-los com um fato interessante.
Essa introdução da mecânica pode ser feita com uma diferenciação de pronúncia mais difíceis para o brasileiro. Há uma diferença entre MAN e MEN, há uma diferença entre BAND e BEND, há uma diferença entre TAN e TEN. São diferença extremamente sutis, quase imperceptíveis aos nossos ouvidos. A melhor forma de mostrar essa diferença é recorrer à mecânica bucal. Mas para isso você precisa que seu aluno bote as mãos na sua bochecha e você produza os dois sons. Ele ou ela vai sentir a diferença. Mas esse toque pode provocar um grau de desconforto no aluno. Pode parecer intimidade demais. Aliás, perdi uma aluna por causa disso. Era uma aluna do meio corporativo, como se era de esperar.
Escreverei mais sobre pronúncia em postagens futuras.


INGLÊS PARA CRIANÇAS: A EXPERIÊNCIA QUE ME FALTA

Dou aula de inglês para adultos. Gosto de dar aula de inglês para adultos. Mas nesses 12 anos de experiência tive como alunos duas crianças. Vou mudar seus nomes para proteger suas identidades Carlos tinha 13 anos (isso já é adolescente, mas é o início da adolescência). Carlos era bom aluno e ele e seus pais queriam que eu continuasse dando aulas de inglês uma vez por semana quando a grana deles ficou curta. A diretora não aceitou essa opção então acabei ensinando-o por muito pouco tempo. Carlos fala de ser BV (Beijo virgem) e BVL (Beijo Virgem de Língua) e que estava começando a produzir esperma. Eu só faltava enfiar a cabeça no chão como um avestruz. Não quero passar por uma situação dessas de novo. Embora eu tenha mantido a calma e ter falado "pedagogicamente" que as mudanças do corpo dele eram normais para a idade dele, aquela era uma aula particular, e não havia ninguém em casa além de mim e ele. O resumo da estória é que fiquei me sentindo vulnerável.
Marcos tinha 11 anos. Ele foi o aluno mais novo que tive. Estava tendo notas baixas em todas as matérias exceto duas. Não me lembro quais. Percebi rapidamente que ele tinha algum déficit de atenção sério e comentei isso com a diretora do curso. Quando eu fazia uma pergunta a ela , ele não baixava os olhos e procurava a resposta que estava escrita no caderno ou no livro à frente dele. Ficava olhando para frente, para o nada. Duas semanas depois recebi uma ligação da mãe dele dizendo que ia parar com as aulas de inglês pois achava que o filho tinha Deficit de Atenção. Fiquei aliviado, pois ela descobriu por si mesma que havia algo errado no aprendizado do filho.
Bem, depois dessas duas experiências fiquei mais convicto que gosto de ensinar inglês a adultos. Eles têm problemas também, mas os problemas dos adultos eu posso prever ou condigo lidar. Deixe outros professores ensinar crianças. Tem tantos deles....


ESTÓRIAS DE SUCESSO: A SEMENTE DO MÉTODO DE EXPANSÃO PESSOAL

Nas minhas postagens, falo muito em meus erros e coisas que dão certo em geral. Mas tenho estórias de sucesso específicas daqueles que se beneficiaram desse método antes dele ter nome. Não posso contar essas estórias trazendo o louvor para mim, pois cada estória de sucesso tem seu personagem principal o aluno. Como disse em postagens anteriores, o aluno tem que se dedicar, fazer o esforço. Cabe ao professor encorajar, motivar e usar o método para facilitar o aprendizado. No método de expansão pessoal o professor nunca é uma estrela, mas uma lua que revolve ao redor de planeta, sendo o planeta, o aluno. Me lembro de um aluno militar que me deu crédito por ter aprendido inglês. Ele baseava a gramática inglesa na gramática portuguesa e eu tive que "desprogramá-lo" e "reprogramá-lo" para que deixasse de fazer isso. Demorou um pouco, mas depois disso, seu aprendizado, começou a fluir numa velocidade que nem eu esperava. Outro aluno tentava traduzir todos os textos. Em cada aula tentava injetar um texto e partir para a tradução do mesmo. Acho que você pode prever minhas duas barreiras: Uma, que ele largasse os textos e praticasse a fala e outra, que ele parasse de traduzir. Novamente tive que desprogramar e reprogramar o aluno, pois sua forma de abordar o inglês estava tão calcada na tradução que tive que começar com frases curtas e rápidas, sem dar a ele tempo para pensar. Mas ele evoluiu bastante. Acho que ele não evoluiu mais por falta de motivação e/ou falta de pessoas com quem praticar. Mas ele terminou suas aulas comigo falando inglês.
Tenho mais estórias, mas achoque o interessante mesmo é ouvir a estória de cada aluno, pois eles é que são os planetas. Nós, professores, somos as luas e quase nunca aparecemos no mapa.


INTERNETÊS EN INGLÊS

Como não conheço todas as línguas não posso afirmar que cada uma delas tenha o Internetês. Mas é bem provável que sim. Acredito que ensinar o internetês em inglês possa ser uma forma interessante de prender a atenção dos alunos mais novos. Mas, entanto, alguns detalhes precisam ser ditos a respeito: Internetês pode ser carregado de palavrões e estes, enquanto palavrões, têm um peso menor do que o palavrão na língua escrita. Mas ensinar palavrão pode colocar o professor num papel vulnerável. A distinção entre o internetês e o inglês escrito deve ser deixada bem clara: O inglês escrito pode ser usado na internet mas o internetês nunca pode tomar o lugar do inglês escrito fora da internet. O internetês pode introduzir expressões que são faladas com pouca frequência no inglês e isso é um bônus. Também pode abrir uma discução sobre a tendência ao reducionismo nas línguas faladas. A final o internetês, embora escrito, tenha mais em comum com o inglês falado. Então, eu sugiro aos professores que falem sobre o internetês em inglês, mas eu esperaria até que os alunos estivessem num nível intermediário para fazê-lo, pois o internetês é uma linguagem paralela e, para iniciantes, isso pode causá-los confusão. Regra do método de expansão pessoal: Comece simples, só depois expanda.


LÍNGUA NATURAL VS. LÍNGUA DIDÁTICA

Alunos de inglês são constantemente expostos ao inglês didáticos em CDs e DVDs próprios para o ensino da língua. Não são todos os materiais disponíveis que introduzem o inglês falado sílaba por sílaba, mas muitos deles o fazem. è um forma de comunicação tão falsa e irreal que não existe em nenhum lugar do mundo. Eu tenho sérias objeções contra tais materiais e, quando posso, me recuso a utilizá-los. Sei que é um prazer enorme quando o aluno consegue compreender uma fala inteiramente. E esses materiais frequentemente proporcionam esse prazer. Mas essa fala não existe no muno real e o prazer de dentro da sala de aula é uma garantia de frustração no mundo real. Aliás, frustração é algo que precisa ser trabalhado com muito cuidado dentro da sala de aula. Eu me frustro quando minha irmã fala e eu não entendo nada. Estamos falando aqui de português-português. Ela fala tão rápido que muitas vezes eu (e o resto do mundo) não entendo o que ela diz. Mas a frustração de não entender outra língua é diferente: Afinal, você se esforça, paga pelo curso, se empenha e ainda assim não entende. Daí cabe ao professor, na primeira parte larga da ampulheta conversar sobre frustração e como trabalhar com ela de forma mais rápida, para que não aquilo não afogue o aluno na sua frustração e a comunicação termine. Uma das técnicas é começar a conversar por outro lugar, outra ainda, é ir direto para o xis da questão, sem detalhes. Se detalhes forem essenciais, começar pelos mais fáceis, etc.
Existem inúmeras passagens de filmes, séries, matérias jornalísticas, palestras, etc. em inglês que podem ser usadas para praticar a escuta em inglês. Essas são situações reais, divididas com falantes de inglês nativos e que podem serem usadas na sala de aula. Eu acho mais proveitoso dar o contexto dessa fala e mostrar o segmento em inglês que meus alunos podem compreender. Além disso, acho proveitoso o aluno se frustar uma vez ou outra porque não entendeu um determinado segmento, pois isso é o que ele ou ela vai encontrar na vida ao falar inglês. É preciso ter sensibilidade para saber dosar essas técnicas. Alunos muito frustrados desistem. Mas uma técnica que já experimentei e deu certo foi fazê-los ouvir um texto que pouco entenderam no início do período e, ao final do período, fazê-los ouvir o mesmo texto. Os alunos ficam super animados ao perceberem que no final do período entendem tudo, ou quase tudo, o que é falado. E eu também!


O INTERMINÁVEL VOCABULÁRIO DO INGLÊS

Como dito em uma postagem anterior o vocabulário do inglês é enorme. Volta e meia eu, que só assisto programas em inglês, me deparo com uma palavra cujo significado eu não conheço ou que eu já esqueci. Isso é raro para uma pessoa que se expôs ao inglês tanto quanto eu, mas ainda acontece. O vocabulário do inglês parece interminável, mas isso acontece também porque eu me exponho ao inglês em vários canais, literatura, livros, poesia, filmes antigos, etc.
Existem muitas palavras em inglês que são usadas em uma única situação (ou em pouquíssimas situações).Um exemplo é a palavra "berefet" geralmente seguida de "of". Aprendi esta palavra na versão inglesa de "O flautista de Hamelin "I can't forget that I'm bereft of all the pleasant sights they see". Traduzindo espontaneamente a frase diz: "Não posso me esquecer que eu sou privado de todas as paisagens que eles veem".
Como este exemplo existem milhares de outros, palavras como "reckon", "inveigle" e "beacon" são exemplos de palavras difíceis de compreender o significado mesmo que se tente traduzir. A gramática do inglês pode ser dominada satisfatoriamente, o mesmo pode ser dito a respeito da sua pronúncia, mas o vocabulário parece uma fonte interminável de palavras. Por isso, é importantíssimo preparar o aluno para que ele se torne auto-suficiente na busca do significado de palavras novas que ele vai encontrar ao longo da sua vida.


CRIANDO COMPETÊNCIAS: TIRANDO DÚVIDAS CLARAMENTE

Uma das bases principais do Método de Expansão Pessoal é criar competências para tirar dúvidas. Os cursos de inglês já tem isso, mas o MEP (Método de Expansão Pessoal) focaliza na eloquência na hora de tirar esses dúvidas. Isso é bem mais difícil do que parece. No inglês falado, alunos precisam aprender a pedir ao professor para repetir, para falar mais devagar, para explicar o significado de uma palavra ou de um segmento. Eles também precisam fazer o mesmo com colegas de sala em caso de turmas. Isso é fundamental pois é comunicação efetiva, isto é, com significado. Minha experiência pessoal é que pelo menos metade dos alunos não conseguem fazer isso satisfatoriamente e os professores (incluindo a mim mesmo) acabam entendendo a pergunta por dedução ou porque já conhecem as limitações do aluno. Mas uma dúvida significa pergunta-resposta, ou talvez pergunta-resposta-nova pergunta-ova resposta. Esse tipo de comunicação tem que ser mais valorizada do que é atualmente. Quebre esta barreira, professor ( e isto eu estou dizendo a mim mesmo, também), e você estará preparado alunos para a comunicação efetiva.


DIFERENTES ALUNOS, DIFERENTES PERFIS

É muito diferente dar aulas para turmas e dar aulas particulares. Nesta postagem, vou focar em aulas para turmas. Para começar, mesmo que haja nivelamento, alunos de uma mesma turma têm pontos fortes e fracos diferentes. Isto é normal. Às vezes, no entanto, existem diferenças marcantes entre um e outro. Por isso, começo a aula dizendo que a única pergunta que não gosto é aquela que não é feita. Digo, também, que a única regra que imponho é não chacoalhar do aluno que erra. Afirmo e reafirmo que todos somos um ponto numa circunstância. Isto é, cada um está no lugar que está pelos inúmeros motivos que o levaram a estar ali. Conto estórias dos meus erros, das minhas dificuldades, das minhas pretensões e das minhas tolices. Lembro aos alunos que o progresso de cada um é acelerado pelo outro, mesmo que seja através de um erro. Um erro pode abrir portas para uma explicação mais profunda, pode trazer à tona a noção de que ponto você está naquela circunstância. Ainda há outros benefícios: Por exemplo: A repetição em coro ajuda ao colega do lado a ouvir você pronunciar uma palavra ou uma frase. Daí se torna um gesto de camaradagem e ajuda ao outro repetir em voz alto junto com seus colegas. Uma turma onde seus colegas estão ali para te ajudar se torna um ambiente onde você se sente relaxado e confiante. Há também a contrapartida. Alunos mais sabedores frequentemente respondem rapidamente sem dar chance ao colega responder. Deixo claro a esse alunos que se calem pois estão tirando a oportunidade do colega de encontrarem as respostas por si mesmo. Tudo numa boa, sem rechaçar ninguém. Um ambiente leve significa um ambiente agradável. A seriedade do ensino não é comprometida porque rimos em um momento ou outro, nem porque tiramos a pressão do aprender, A seriedade do ensino vem da postura do professor, que deve deixar claro sempre que possível que o progresso está acontecendo, e que os alunos não são mais os mesmos depois do aprendizado.


EXPLICANDO MELHOR A AMPULHETA

Em uma postagem anterior eu expliquei de forma rudimentar o Método de Expansão Pessoal que, a partir de agora chamarei de MEP. Usei a ampulheta para simbolizar a noção geral de língua e de inglês, depois o ensino de inglês levando em conta e relação pessoal do aluno com a língua (por exemplo, as palavras ou expressões com as quais ele ou ela se sente mais à vontade) e depois a expansão de termos e expressões, tirando o aluno da sua zona de conforto e fazendo com que ele ou ela se torne mais versátil no falar e escrever, tornando sua produção de inglês mais rica.
Mas, como explicar a ampulheta uma vez que os alunos já foram expostos a ela uma vez? Deve-se repetiras noções que já foram dadas. É lógico que não. A parte inicial da ampulheta, que é abrangente pode ser usada para explicar vários aspectos da língua inglesa. Por exemplo, dependendo das circunstâncias (nível dos alunos, ritmo das aulas, etc.) podemos falar da etimologia das palavra (por alto), da importância dessa etimologia na escrita e na pronúncia (também por alto), Da gramática que depende de verbos auxiliares, da exceção à essa regra no caso de verbos modais, das controvérsias da língua, dos verbos frasais, dos modismos, das, convenções, do elitismo no inglês e vários outros aspectos abrangentes da língua. Essas questões abrangentes devem ser selecionadas de acordo com a realidade da turma (ou do aluno). Devem ser apresentadas de forma abrangente, afinal não somos experts em nenhuma dessas áreas, e, mesmo que sejamos, o objetivo é mostrar ao aluno que existe um universo que rege determinados aspectos do inglês. Cabe ao professor escolher o tópico mais apropriado para cada situação. A ampulheta não é para ser aplicada a cada aula, mas ao longo do curso quando um assunto for "fechado" e outro começa. Isto requer sensibilidade da parte do professor. Alunos dão sinais que indicam a aplicação da parte inicial da ampulheta: Tédio, mecanização e desestímulo são alguns deles. A parte inicial da ampulheta é essencial para que o aluno entenda que o inglês não é uma versão do português, mas uma língua rica, cheia de complexidades e, por que não, estranhezas.


MEP: EXPLICANDO A PARTE ESTREITA DA AMPULHETA

Depois de uma visão geral de inglês é necessário ensinar a língua. Existem vários métodos para isso, mas eu ensino gramática porque quero que meus alunos tenham uma referência. Geralmente eu o faço de uma forma um pouco acelerada pois para mim o mais importante é que eles entendam a lógica da gramática inglesa em vez de memorizar as regras. Eu faço isso explicando e praticando ao mesmo tempo. Então vira uma séria de explicações e práticas. Raramente descrevo as regras. Meu lema é gramática é o que é e temos que aceitá-la. è lógico que respondo todas as perguntas que meus alunos fazem e explico algumas regras-chavem, como a dos verbos modais e verbos frasais. Também adoro quando posso usar contraste. Por exemplo: Se você oferece algo para beber "Would you like something to drink?" O verbo modal "would" tem uma função completamente diferente quando se usar para expressar condicionalidade "I would buy a house if I had enough money".
Naturalmente ao explicar gramática, vocabulário e pronúncia acabam vindo à tona. Depois duas ou três aulas explicando gramática, utilizo textos e vídeos para reforçar vocabulário e pronúncia. è aí que a parte mais estreita da ampulheta aparece. Como existem várias formas de se expressar, os alunos geralmente se tornam confortáveis com uma ou com outra. Eu estimulo essa prática, pois daí faço exercício de comunicação efetiva. Isto é, comunicação onde a pergunta é feita entendida, e a resposta também. Isto é um grande passo para o aluno. Saber palavras ou frases isoladas em inglês é uma coisas, Mas COMUNICAR-SE em inglês é um avanço enorme. Cultivo esse momento durante algum tempo para a satisfação dos alunos. Nasa como a sensação de vitória e eu procuro deixá-los com essa sensação por algumas aulas. Creio que se atingir este estágio com sucesso, o aluno que quer avançar no inglês estará disposto a expandir seu conhecimento. E é na próxima postagem que falarei sobre a expansão do conhecimento.


MEP: A EXPANSÃO

Tendo explicado a primeira a segunda parte do MEP, chegou a hora de explicar a expansão do saber. Alunos de inglês se tornam bastante contentes quando começam a falar e a entender inglês, mas também se tornam muito frustrados quando percebem que, mesmo tendo estudado e aprendido, são incapazes de entender tantas coisas as quais são expostos. A expansão visa uma ampliação abrangente dos canais de escuta e leitura. A exposição ao inglês natural é essencial e insubstituível. Os alunos têm que ouvir o inglês como ele é falado em países de língua inglesa. Isso naturalmente envolve frustração, pois eles não vão entender a maior parte do que é falado de início. Mas há técnicas para evitar tais frustrações. Essas técnicas podem ser aplicadas no início da expansão. Por exemplo: O professor poder escolher uma parte de um filme, série, ou matéria jornalística, explicar o contexto e fazer os alunos ouvirem somente a parte mais compreensível do material. Outra técnica é utilizar cenas onde pouco é falado mas, pela situação, fica mais fácil entender o contexto e, por conseguinte, o diálogo. Outra forma ainda, é explicar os termos estranhos aos aluno (gírias, xingamentos) que vão ser usados na passagem antes dela ser mostrada. Existem várias formas de expandir as competências do aluno. Essas são só algumas delas. O mais importante é utilizar a língua da vida real. Sem isso, o aluno vai ser confinado a inglês de CDs de cursinhos para sempre.
Escreverei mais sobre este assunto em postagens futuras.


LEMBRANDO QUE VOCE SEMPRE SERÁ ALGUÉM QUE TEM INGLÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA

Ouço frequentemente alunos (e, muitas vezes, professores) dizendo coisas do tipo "Eu não quero aprender inglês falando 'nós vai'" ou erros parecidos. Como já mencionei em postagens anteriores ninguém está num curso de inglês para aprender errado. Mas existe que precisa ser lembrado: Seu interlocutor vai sempre perceber que o inglês não é sua língua nativa e, sabendo disso, vai lhe dar um desconto se você cometer um erro. Digo isso não porque quero que meus alunos sejam medíocres na hora de produzir o inglês, mas porque não quero que eles deixem de falar porque não têm certeza se o inglês está 100% correto. Esse fenômeno acontece dentro dos EUA mesmo. Pessoas cuja educação obviamente não foi boa não são rechaçadas por falar um mal inglês. Os "Trailer trash" (termo altamente preconceituoso e discriminatório) são americanos e geralmente falam mal. Isso significa que eu quero que meus alunos falem mal como essa classe de pessoas? Não! O que estou tentando dizer é que a língua é uma expressão de quem você é: De suas origens, de sua condição social, de seu acesso à educação e etc.
No nosso caso, seremos sempre brasileiros que aprendemos a língua inglesa como segunda língua. E tem mais uma coisa: Aprender a língua depois dos 12 anos de idade torna muito mais difícil que você seja percebido como um falador não-nativo, A não ser que você se mude para um país de língua inglesa, aí a tolerância é maior. O ponto principal desta postagem é que você não deve se cobrar por ter sotaque ou por desconhecer certos termos. Centenas (se não milhares) de termos são usados em uma única situação e é quase certo que você não tenha sido exposto a esse termo pois você não cresceu lá. Então, em vez de querer falar como um americano, comece tentando falar um bom inglês como um brasileiro que aprendeu a língua.


AULAS PARTICULARES: DESAFIOS E BENEFÍCIOS

Talvez eu esteja errado, mas parece que há um consenso que aulas particulares são o ideal para aprender inglês. No meu ver ver, a coisa não é tão simples assim. Em aulas particulares o professor pode dedicar todo o seu tempo e energia para um só aluno, dedicando-se exclusivamente às dúvidas e pontos fracos do aluno, o que faz com que o aluno tenha a chance de aprender mais rápido. Além desses benefícios, os alunos particulares podem retirar suas dúvidas sem ter que dividir seu tempo com outros alunos, o que torna a possibilidade de esquecer a pergunta menor, faz com que a troca de idéias aconteça imediatamente e a dinâmica seja personalizada. Grandes benefícios.
Mas o aluno particular não se expõe a falantes de inglês brasileiros, não se expõe às duvidas dos outros que podem ser suas ou podem elucidar aspectos do seu conhecimento e não tem outro interlocutor além do professor. Aulas particulares são ótimas, mas têm suas contrapartidas. Ouvir o colega falar é exercitar a escuta de um falante brasileiro, e isso é importante. Por exemplo: Imagine uma reunião de qualquer natureza com brasileiros e americanos. Cada um vai ter sua forma de falar e é importante que qualquer aluno se exponha ao máximo número de faladores. A aula particular restringe um pouco isso. Há remédio para isso, é lógico, trazer material para a sala de aula com diferentes faladores de inglês ajuda. Mas, a não ser que seja vídeo, experimente ficar sentado por 5 minutos olhando para a cara do seu aluno ouvindo inglês esperando o tempo passar. É esquisitíssimo!


SITUAÇÕES INESPERADAS: PARA VOCÊ RIR DA MINHA CARA UM POUCO

Lembro-me que trabalhava na Secretaria de Saúde da Cidade de Nova York. No nosso escritório havia somente quatro pessoas, incluindo a chefe. Lembro-me que tirei férias e viajei (para o Rio ou para a Flórida, sei lá) e quando voltei comentei sobre o que tinha feito e mencionei meu bronzeado "I got a ten". Todos (ou deveria dizer todas pois só havia mulheres) olharam para mim com caras de confusas e repetiram "You gotta a ten?"... Eu disse, sem entender bem porque aquela cara de dúvida na cara delas, yes, I gotta ten e esfreguei o dedo na pele do meu braço. Daí minha chefe falou: "Ah, you gotta a tan...." Imediatamente ficou claro para mim que me expressei mal. Disse ten (o número 10) em vez de tan (bronzeado). Todos demos um risinho leve. Mas na minha cabeça eu estava puto: Meus pensamentos continham pelo menos um palavrão em cada frase: "Porra, depois de vinte anos falando essa merda dessa língua , duas merdas de faculdade, me graduando com honras e a porra toda e essa filhas da puta não entendem o que eu falo. vai to o muno pra puta que pariu" Mas esses foram só pensamentos, do lado de fora um risinho escondia isso tudo.
Mas, dependendo das circunstâncias falar inglês trará situações assim. E eu espero que você não se incomode tanto quanto eu me incomodei, afinal, foi só um ajuste de comunicação e, no final das contas, não significa nada.


COISAS POR QUE PASSEI E O INGLÊS QUE ENCONTREI

Quando resolvi me mudar para os EUA, ui com a idéia de estudar. Eu tinha 24 anos e não tinha sequer o segundo grau completo., pois aos '8 anos sofri um acidente que me deixou fóbico dentro de salas de aula e depois veio o Peter e viagens pelo mundo. Mudei-me para os EUA por dois motivos. Primeiro por que eu sabia que era mais produtivo estando mais longe da minha mãe e, segundo, porque tinha dois amigos já morando lá. Ao chegar fiz aquela bateria de exames de equivalência do segundo grau e embora isso não tenha nada a ver com inglês, fiquei chocado ao descobrir que símbolos matemáticos não são universais. Mas, voltando ao inglês, trabalhei de faxineiro, de pião de obra, de motorista e também trabalhei numa empresa de carga que tinha um armazém que recebia carga de um vôo da índia. Meus chefes eram de origem italiana e se vestiam como mafiosos. Um deles Ronnie, gostava de mim, e eu sempre zombava dele, dizendo "seu sonho é ser um mafioso". Ele ria e me deixava zombar dele. Quando ia embora dizia "See yous later".
Outra situação foi na minha primeira faculdade, onde o aluno chamou uma professora de "biatch". Demorou um segundo, mas depois entendi que ela a chamou de "bitch".
E também tem a insuportável experiência de trabalhar com pessoas medíocres no mundo da pesquisa. Essas pessoas conseguem falar e falar e falar dizendo sempre a mesma coisa usando sinônimos, jargões e argumentos circulares que fazem com que você sinta vontade de dar um tiro na cabeça. Na sua ou na dele, desde que aquela masturbação verbal pare.
Passei por muito mais do que escrevi aqui, mas, por enquanto, isso foi o que me veio à cabeça. Escreverei mais quando outras situações vierem à tona.


FALAR INGLÊS VS. COMUNICAR-SE EM INGLÊS

Parece que há uma distinção entre falar inglês e comunicar-se em inglês que passa quase desapercebida no julgamento das pessoas. O Brasil é um país que não fala inglês, apesar das centenas de cursos e cursinhos disponíveis no mercado. A coisa está melhorando, é óbvio. Ouço no metrô e nos ônibus brasileiros falando inglês com estrangeiros com muito mais frequência do que antes. Mas a percentagem de brasileiros que falam inglês ainda é muito pequena.
Existe ainda outro problema: Muitos brasileiros falam inglês mas não conseguem se comunicar em inglês. Isto é, em parte, resultado dos cursinhos de inglês que infestam o mercado. Eu estabeleci em uma postagem anterior a diferença entre o curso de inglês e o cursinho de inglês. Sendo o primeiro um lugar de aprendizado com valor e o segundo uma perda de tempo e de dinheiro.
A comunicação em inglês vem através da prática. E não estou falando da prática de repetição somente. Falo da prática de idéia original e verbalização dessa idéia em inglês, seguida de resposta, nova idéia, nova resposta, e por aí vai. Por mais difícil que seja exercitar a comunicação, sem essa prática o aluno se torna falante mas incapaz de comunicar-se. Existem estratégias para desenvolver comunicação em níveis básicos e intermediários. Por exemplo: Se a pergunta começa com auxiliares "Do", "Did", "Has", "Have", ou com o verbo to be, ou ainda com verbos modais a resposta vai ser necessariamente "Yes", "No" ou "I don't know".
Se a pergunta começa com termos como "What", "Who", "How", "Where", "When", uma descrição de acordo é necessária como resposta. Tendo em vista essas características, pode-se trabalhar a comunicação efetiva de forma intensa na sala de aula. No MEP isso se dá na parte estreita da ampulheta, onde cada aluno segue a regra gramatical, mas escolhe a forma pessoal de se expressar em que se sente mais confortável. è lógico que existem exceções, mas essas só devem ser abordadas se o aluno as trouxerem à tona ou depois que as vias de comunicação já estiverem sedimentadas. por exemplo: Perguntas retóricas não são feitas para serem respondidas, mas para que introduzir esse fenômeno antes dos alunos adquirirem segurança na comunicação. além disso existe o sarcasmo, a licença poética, o regionalismo, etc. Deixe esses fenômenos para depois. Porém, mais uma vez, se um aluno trouxer isso à tona, não o deixe sem resposta. Tire uns minutos para dar uma explicação por alto e porque é importante não focalizar naquilo naquela momento. O que o aluno traz é ouro. Não jogue fora. Guarde num cofre e use esse ouro depois.


AULAS PARA ADULTOS: MINHA ESPECIALIDADE

Para começar, preciso definir que é um adulto. Pela lei, uma pessoa de 22 anos é tão adulta quanto uma pessoa de 45. Mas, no estudo de inglês, estamos falando de indivíduos completamente diferentes. Vou concentrar-me em adultos mais maduros nesta postagem.
O adulto que quer aprender inglês geralmente vem com alguma bagagem: Cursinhos de inglês no passado, estórias de viagens, práticas de tradução, etc. Tudo isso geralmente contribui muio pouco, ou até atrapalha o aprendizado naquele momento.
E existe uma questão importantíssima no estudo do inglês por alunos de idade avançada: Se ele aprende em turma ou em aula particular.
O aprendizado em turma é arriscado, pois os alunos podem estabelecer elos de colaboração baseado em tradução. Isso é muito comum e o seu curso passa a ser, por cause disso, mais um cursinho. Isso ocorre devido aos obstáculos que o aluno adulto tem que vencer. E esses obstáculos são difíceis, daí o retorno a tradução e à zona de conforto dos alunos. Uma das possíveis soluções (ou tentativas de solução) para este problema é criar salas mistas com adultos de vinte e poucos anos e outros mais velhos. Emparelhando esse alunos, as chances de voltar à zona de conforto se tornam menores. E também, é lógico, um reforço da parte larga da ampulheta do MEP ajuda muito, pois lembra ao aluno que somos pontos numa circunstância e que cada um tem seu lugar e o que importa é o avanço a partir do ponto em que se encontra no início do curso.
Em aulas particulares, os desafios são diferentes. Geralmente sentimentos de inadequação da parte do aluno vêm à tona. Esse sentimentos são do tipo "Estou muito velho para isso" ou de culpa "deveria ter estudado isso quando jovem". Esses sentimentos surgem geralmente quando o aluno encontra um obstáculo que considera extremamente difícil de transpor. Eles podem surgir, também, quando percebem que aprender inglês demanda mais tempo e esforço que eles esperavam. Afinal, se realisticamente são necessários três anos para aprender inglês. Ele vai estar pronto para divulgar isso para o mercado de trabalho aos 48 anos, enquanto aquele que começou aos 22 vai poder fazê-lo aos 25. Então como encorajar um aluno mais velho a prender inglês? Eu digo aos meus alunos que eles nunca serão tão jovens quanto eles são agora. parece triste mas, se você olhar por outro lado, o que esta mensagem diz é que não há tempo a perder. Digo, também, que não é necessário completar três anos de estudo de inglês para dizer que se fala inglês. Em poucos casos o inglês fluente é testado e, enquanto se procura emprego, se acha um emprego, se começa num emprego, o aluno vai continuar avançando no seu aprendizado.
Em outras palavras, se há comprometimento e dedicação, os benefícios vêm. O mais importante é não deixar "a bolinha cair", não desistir, não parar de estudar. Faça o aprendizado do inglês um projeto que você não pode abandonar e, se você tiver a sorte de ter um professor atencioso, ele vai mostrar para você os marcos das vitórias que você alcançou ao longo do seu aprendizado.


PARA O DESESPERO DE TODOS, O INGLÊS ESCRITO

Até agora, tenho escrito sobre o inglês falado, isto é, sobre a comunicação verbal. Mas, e o inglês escrito?
O inglês escrito é extremamente difícil, até para os americanos. Naturalmente, não estou falando de palavras corriqueiras. Mas se aprofundarmos um pouquinho mais a quantidade de erros que se se vê no inglês escrito chega a ser assustadora em alguns casos. A origem de tanta dificuldade eu não sei ao certo, mas sei que vem de fundamentos etimológicos, de mudanças ao longo do tempo e de influências de outras línguas. Num exemplo extremo, vi um reportagem que menciona um livro publicado cujo título é "The Ten Comandments". O problema é que commandments tem dois "m". Eu estou falando de um livro publicado, onde presume-se que houve uma edição e revisão. Até hoje não sei se traveling tem um só l ou dois. O dicionário aceita os dois: "traveling" e travelling", mas as pessoas me corrigem frequentemente dizendo que "traveling" tem um "l" só.
Eu me lembro na faculdade de escrever um texto usando a palavra "ensure". Uma colega me corrigiu dizendo que a palavra deveria ser "insure". Mais uma vez, o dicionário aceita os dois, mas a opinião popular tem um poder enorme, como já dizia Monteiro Lobato. Quem manda na língua é o povo, os gramáticos só documentam o que é regido pelo povo. Mas existem as convenções, o julgamento daquilo que é próprio e a avaliação elitista do que é considerado bom ou mal inglês E tudo isso pesa na hora de escrever.
O que eu faço é achar um texto impresso de meia a uma página inteira e escrevo tal texto no quadro e peço para meus alunos o copiarem (acho a distribuição de folhas já impressa uma perda de tempo). Dessa forma eles criam uma memória sensório-muscular do que é escrever em inglês. E, acredite-me, a grande maioria comete graves erros ao copiar, mas isso faz parte do processo. Peço então para que cada aluno leia o que ele mesmo escreveu. Esse é um dos primeiros passos para exercitar a escrita em inglês. A partir daí existem dezenas de exercícios que podem envolver o texto copiado: metatexto, opinião sobre o texto, mudança de perspectiva, mudança de tempo, etc.
O inglês escrito é como a gramática: Tem que ser aceito e ponto. Mas as dificuldades dos alunos podem ser amenizadas pelo professor usando palavras com escrita semelhante, demonstração de exceções e prática. Muita prática.


MEP: A EXPANSÃO ATRAVÉS DA CONTEXTUALIZAÇÃO

Um dos modos que achei efetivo, na maioria dos casos, é selecionar uma passagem de um filme, série, ou matéria jornalística que esteja ao alcance da compreenção dos meus alunos. Dependendo da característica da turma contextualizo a passagem em inglês ou em português antes de mostrá-la afinal, eles não vão estar expostos ao material do início ao fim. Ele verão só alguns segundos ou minutos de um exemplo de língua natural. E o meu objetivo é que todos entendam essa passagem.
Isso se dá no início da expansão da ampulheta. Os alunos, que já foram expostos à gramática, que já encontraram uma forma pessoal de se comunicar, vão ser expostos a novas formas de se comunicar vinda de falantes de inglês nativos, Vou dar um exemplo: No início do filme "Big Business" de 1988, uma comédia-farsa, dois casais (um riquíssimo, outro pobre) acabem tendo um casal de gêmeas dentro do mesmo hospital. Os bebês, no entanto são trocados de berço e daí começa a trama de encontros e desencontros no filme. Mas, existem uma cena no hospital que acho que vale a pena a pena mostrar aos alunos; A mãe das gêmeas ricas espera pedras preciosas do marido, enquanto o marido pobre oferece a mulher oferece a mulher um patinho que ele mesmo esculpiu. A mulher pobre diz algo mais ou menos assim: "Oh Garth, this is the pertiest ever.... So what should we call'm?" O marido responde "It's just a duck".
Naturalmente, o "m' que a mulher falou referia-se a "them" (as gêmeas". Mas o marido entendeu o "m" como se referindo a "him", isto é, ao pato.
Essa, por acaso é uma passagem engraçada, mas existem inúmeras outras passagens que podem ser apresentadas aos alunos dessa forma, elevando o nível de dificuldade ao longo do tempo. E, para, isso, o professor precisa coletar material. Quanto mais, melhor


AS COMPETÊNCIAS: OUVIR, FALAR, LER E ESCREVER

Parece óbvio, mas os alunos precisam ser lembrados que as competências de "input" ouvir e ler precisam ser trabalhadas antes das competências de falar e escrever. Isso é necessário porque o aluno precisa entender que quanto mais ele ouve inglês, mais apto ele vai se tornar para falar inglês. Da mesma forma, quanto mais ele lê inglês, mais apto ele vai ser ao escrever inglês. Essa mensagem, por mais óbvia que seja, lembra os alunos da necessidade de exposição ao inglês. E essa exposição não deve ser restrita à sala de aula. Hoje, com a Internet, é muito fácil que os alunos se deparem com o inglês por conta própria, e, muito provável também, que nesta exposição, eles se deparem com algo que não entendam. Por isso, é importante encorajar os alunos a trazer questões que encontraram fora de sala de aula para dentro da classe. E essas questões podem envolver uma ou mais das competências que precisão desenvolver. Responder questões para a sala inteira é uma forma de mostrar aos alunos mais tímidos que não há problema em ter dúvidas. Aliás, a verdade é exatamente o contrário. Quanto mais dúvidas os alunos trazem, maior a indicação que eles estão se engajando com a língua. e isso é muito valioso.
No cômputo geral das coisas, é o aluno que pressiona o acelerador do carro do conhecimento. Nós professores só guiamos o volante. Não estou dizendo que a responsabilidade é do alno ou do professor exclusivamente, mas sim que o esforço é conjunto. Cada um deve fazer sua parte da melhor maneira possível.


OBSERVANDO E AVALIANDO A COMUNICAÇÃO DO SEU ALUNO

Em qualquer conversa, em qualquer língua, quanto tempo, em média se dá entre uma pergunta e uma resposta? Mais ou menos um segundo. Pode-se alongar esse tempo para dois segundos, mas não mais. Alunos que levam mais tempo para responder estão se valendo de uma ou duas ferramentas: Tentando lembrar-se da palavra em inglês que se esqueceram naquele momento ou tentando traduzira pergunta e/ou a resposta. No primeiro caso, os alunos podem ser treinados a dizer coisas como: "Eu me esqueci como se diz isso ou aquilo" ou "eu estou tentando dizer isso mas esqueci a palavra para tanto". Isto é normal e saudável. No segundo exemplo, o da tradução, o aluno está perpetuando um má prática de comunicação. Vai da sensibilidade do professor distinguir o que está acontecendo com o aluno para ele levar mais que dois ou três segundos para responder. Isso pode ser feito de várias formas. Talvez a melhor delas seja conhecer o perfil do aluno. Mas também pode ser feito observando a situação: A linguagem não-verbal do aluno, o movimento dos olhos, a duração do silêncio, a falta de tentativa e erro. E, também, a frequência em que esse aluno pausa por tanto tempo antes de responder. A comunicação é uma situação dinâmica e, por isso, se perde com pausas longas. Há também alunos tímidos que encontram dificuldade de se expor. Mais uma vez, conhecer o perfil do aluno é fundamental. O objetivo é criar um dinamismo equivalente ao dinamismo que existe na sua língua natal. Isso não é nada fácil. Mas, se o professor tiver sensibilidade, vai descobrir o que está atrasando a troca de idéias e usará ferramentas para contornar esse problema. Tais ferramentas podem ser na forma de "Drilling", isto é perguntas fáceis eliciando prontas respostas, repetição, diálogos simples que avançam para o nível daquele em questão (esse é ótimo para os tradutores mentais) ou até mesmo a desistência daquele diálogo naquele momento e o retorno a ele depois de exercícios de comunicação efetiva e imediata. Tudo isso requer sabedoria, sensibilidade e astúcia da parte do professor. Afinal diferentes alunos aprendem de forma diferente e é importante não deixar nenhum aluno para trás. Mas, e os que já se comunicam bem e têm que se expor ao "retrocesso" da aula por causa dos alunos com dificuldade. Coloque-os como seus ajudantes, como o seu braço direito. Desta forma, eles vão se sentir no papel de mais-do-que-aluno, mas num papel de destaque e o ego deles, eu garanto vai se inflar um pouco, e eles farão esse papel com prazer.


MEP: AS HABILIDADES NECESSÁRIAS PARA O PROFESSOR

No Método de Expansão Pessoal, existem algumas habilidades que são absolutamente necessárias para o professor de inglês.
Primeiro, o professor tem que estar familiarizado com características amplas de língua em geral e de inglês especificamente. Isso é necessário para iniciar o ensino de inglês de forma que o aluno seja afastado do português como base de aprendizado. Naturalmente estou falando da parte mais larga da ampulheta, aquela que vem antes do estreitamente. O aluno precisa enxergar o inglês como uma das centenas de línguas no mundo, como uma realidade que existe independente do português. Tal distanciamento contribui para que o aluno evite a tradução. Vou me repetir: CONTRIBUI para evitar tradução. A tradução é quase impossível de evitar. Mas com uma noção do mundo das línguas e do inglês, o aluno passa a ter a noção que estrá mergulhando num oceano que não é equivalente aquele no qual ele nada. Parece que esse passo é simples ou desnecessário, mas não é. Sem ele, o aluno inicia seu aprendizado procurando automaticamente equivalências no inglês em relação ao português. Afinal o português é aquilo que el conhece e, por conseguinte seu ponto de partida. Quando damos uma noção das realidades das línguas e do inglês esse foco se desloca um pouco e o aluno passa a ter uma referência que ele não tinha antes.
Na parte estreita da ampulheta, o professor precisa levar em conta que o que o aluno traz é de suma importância, e jamais deixar uma pergunta sem resposta. O professor, também tem que ter uma sensibilidade e atenção muito grande para as característica dos alunos. É incrível o quanto o professor pode aprender nesse estágio sobre as características do raciocínio humano. Alguns alunos trazem respostas ou fazem comentários inesperados e isso diz algo sobre o processamento da língua. A diversidade nessas ocasiões é fascinante. Mas traz consigo desafios que nem sempre estamos preparados para lidar naquele momento. Não se condene pois não foi capaz de lidar com uma questão insperada imediatamente. Somos professores, não computadores.
Na parte mais larga da ampulheta, a parte da expansão, o professor precisa coletar material de língua nativa e expor os alunos a tal material. Dá muito trabalho, mas é a única maneira de criar alunos proficientes em inglês.
Resumindo, o MEP é um método muito mais trabalhoso para o professor que o método comunicativo, pois não nos valemos de disquinhos de inglês nem de passagens de inglês artificial que são fáceis do aluno entender. Há muito mais desafios que, naturalmente, têm que ser dosados. Mas para quem ama ensinar e ver resultados a recompensa vale o esforço.


O PAPEL DO PROFESSOR DESTACADO NO MEP

Uma das grandes diferenças entre o MEP e os métodos aplicados atualmente é o papel do professor. Nos dias de hoje professores são meros explicadores, tiram dúvidas, explicam regras e avaliam os alunos. No MEP, o professor tem que ter um papel de comando mais acentuado. Ele precisa controlar o ritmo e o andamento da turma de acordo com as circunstâncias. Ele também tem que deixar claro que o eventual uso do português na sala de aula fica sob o julgamento dele e precisa explicar o por que disso aos alunos. Os motivos podem ser economia de tempo (como mencionado anteriormente, a tradução de "walrus"), explicações de contextos crucias para que os alunos possam entender o que vem a seguir, etc.
O professor também precisa ter sensibilidade e bom julgamento na hora de avaliar seus alunos e essa avaliação deve ser constante, não através de testes padronizados duas ou três vezes num semestre. Isso requer muita energia e comprometimento, mas é essencial para que o MEP funcione. O MEP não foi feito para professores que fizeram intercâmbio por um ano e retornaram ao Brasil querendo lecionar, mas sim para professores que têm um saber abrangente e sente prazer em dividí-lo. Não estou falando de titulação, afinal eu mesmo não tenho diploma em letras. Mas o que me torna preparado foi a avidez com a qual eu aprendi, pesquisei, lecionei e pratiquei a língua. Desta forma, é possível que aquele que fez um ano de intercâmbio consiga leciona utilizando o MEP, desde apresente características que o qualifiquem.


O USO DE CATEGORIAS NA EXPLICAÇÃO DA GRAMÁTICA

Ao longo da minha experiência como professor, encontrei várias formas utilizadas para explicar a gramática do inglês. Umas se valem de explicações dosadas progressivamente, geralmente de forma muito lenta, outras vão explicando gramática conforme vão aparecendo em textos, de forma isolada. Outras, ainda, explicam gramática de forma categórica, criando sistemas de alocação de termos em lacunas discretas. Creio que este último modelo seja o ideal. Afinal, ele pode servir como referência para explicações futuras. O que não acredito é que se deva esperar é que o aluno memorize tais categorias. Uma vez explicadas, elas servem como referências, mas não são objeto necessário de aprendizado. Quem tem que saber as categorias é o professor. O aluno deve saber aplicá-las e, para tanto, não é necessário um exercício de memória.
Vou dar um exemplo em português: Todos sabem que a palavra "sábio" é acentuada. Mas talvez a maioria da população não saiba responder imediatamente o por quê. O professor tem que saber que palavras paroxítonas terminadas em ditongo oral crescente são acentuadas. Mas o aluno só precisar acentuar a palavra propriamente. Um exemplo em inglês é: "tried" e "played". O aluno não precisa saber na ponta da língua que verbos terminados em "y" precedidos de consoantes são modificados para "ie", enquanto verbos terminados em "y" precedidos em vogal não sofrem tal mutação. Esse aprendizado, com a prática se tornará natural, "second nature" como se diz em inglês.
Lembre-se que estamos falando de pessoas que querem aprender a falar inglês, não de pessoas de querem se tornar professores de inglês nem tomar testes de qualificação. Para falar inglês, aprender a gramática é passar por um estágio que se tornará automatizado, como na nossa língua natal.


MEP: AVALIANDO OS ALUNOS PARA O PRÓXIMO NÍVEL

Num mundo ideal, não haveria avaliação padronizada para os alunos no Método de Expansão Pessoal. Tal avaliação seria feita ao longo do curso, onde o professor faria anotações do avanço de cada aluno semanalmente. Mas não vivemos num mundo ideal.. Alunos chegam atrasados, faltam e não estudam em casa. Em alguns casos, tais alunos fazem o esforço necessário para retomar o material perdido. Em muitos casos, isso não acontece. Por isso, creio que sejam necessárias duas avaliações durante um semestre de aula. A primeira seria realizada quando os alunos encontraram sua zona de conforto, isto é, antes da expansão. Tal avaliação tem que ser adequada para que o aluno responda as perguntas da forma que se sente mais confortável. Por exemplo, nesta avaliação não haveria perguntas como "Escolha o sinônimo para a palavra 'pretty'" pois essa seria uma forma de expansão e, neste estágio, ainda que o aluno saiba a resposta, não teríamos chegado lá.
Já na segunda avaliação o foco seria exatamente na expansão, utilizando sinônimos frases equivalentes, etc.
Dessa forma, cada etapa principal do método seria avaliada e cada aluno mostraria seu potencial.
O que pode ser feito gradativamente é a avaliação oral, fazendo com que ada aluno tenha de 3 a 5 minutos exclusivos para falar 2 ou 3 vezes ao longo do período.


MEP: CLARIFICANDO A PARTE INICIAL DO ENSINO DE INGLÊS

Embora eu já tenha escrito um pouco sobre a importância de dar aos alunos uma noção geral de língua seguida de uma noção geral de inglês, vou aprofundar-me um pouco no que quero dizer ao referir-me numa noção geral de um e de outro.
Uma noção geral de língua explica que cada região ou regiões comunicam-se com uma série de convenções que ao longo do tempo se transformaram naquilo que são hoje. Tais convenções não são inatas. Se você pegar um recém nascido da amazônia e criá-lo na china, ele vai aprender a falar mandarim (presumindo que a região da china onde ele foi criado fala mandarim, é lógico). Língua é aprendida e utilizada conforma o meio onde se vive. Isso é um dado importante pois muitos alunos nunca pararam para pensar nisso.
Quando se afunila para noções da língua inglesa existe uma variedade imensa de noções que podem ajudar o aluno a pensar na língua como algo distinto do português e não como um a forma codificada do português. Por exemplo: O inglês americano não tem uma academia americana de letras, tem variações regionais muito acentuadas, tem variações sócio-econômicas mais acentuadas ainda e, também, variações situacionais gritantes. Dando alguns exemplos desses fatores logo no início do curso cria grandes chances de despertar a curiosidade do aluno, distancia o aluno da visão do inglês como alvo de tradução e amplia os horizontes intelectuais desse aluno. Também é de suma importância ressaltar que língua não é algo estático nem o inglês nem o português e que o aluno aprende, mas contribui para a mudança da língua. Daí vale continuar de acordo com o retorno dos alunos, se eles fazem perguntas, se eles pedem exemplos, se eles parecem perdidos e necessitam de explicações mais accessíveis, etc. Este estágio porém visa não só ampliara mente do aluno, mas pô-lo no papel de ator, não só de platéia.
O aluno precisa estar ciente desde cedo que ele contribui para a língua e que seu papel não é passivo, mas também ativo. E, se ele necessitar de um exemplo óbvio, é só lembrar do papel que ele faz em português. Exemplo mais claro não existe.


PESQUISAS QUE FOMENTARAM A CRIAÇÃO DO MEP

Nesta postagem, vou mencionar duas pesquisas que me marcaram muito e me incentivaram a transformar meu interesse numa inovação no ensino de inglês no Brasil em realidade.
A primeira é bem curta vem de uma idéia de Irene Schoenberg. Ela identificou que quase sempre em suas turma existe uma divisão de aproximadamente metade dos alunos sendo "scientists" e ou sendo "gamblers". Traduzindo: Metade dos alunos são "cientistas" e outra metade são "jogadores". Eu, particularmente, não gosto da palavra jogadores por alguns motivos, sendo o mais importante, a diferença de status entre tal termo e o termo cientista. por isso, em vez de "jogadores" chamá-los-ei de "negociadores".
Então, qual a diferença entre um e outro? Cientistas são alunos que dependem de uma base sólida de aprendizado para utilizarem a língua. Eles se sentem mais confortáveis e mais seguros tendo uma estrutura firme na qual se basear para assim poder comunicar-se efetivamente .
Negociadores, por outro lado, não precisam de tanta estrutura para se comunicar, eles negociam sua comunicação baseados no que já sabem e vão encontrando caminhos para chegar até onde querem chegar.
A pesquisa de Diane Schoenberg a qual fui exposto chega até a esse ponto, mas é possível fazer inferências com a distinção identificada acima:
1) Cientistas são melhores falantes de inglês, têm mais chances de tirar notas mais altas em avaliações, são menos sujeitos e erros e são mais suscetíveis a "congelar" em determinadas situações, prevenindo-os de dar continuidade ao diálogo;
2) Negociadores são mais sujeitos a cometer erros, têm um chance menor de tirar notas altas, são mais sujeitos a erros e, provavelmente não "congelam", mantendo sempre o diálogo continuando através de de sua negociação.
Vale lembrar que um não é melhor do que o outro. Essas diferenças vêm de características pessoais e geralmente são auto-identificadas. É interessante que o professor em algum momento no início do curso explique a distinção entre um tipo de aluno e outro (sem minhas inferências, é claro) e que deixe claro que essas distinção são normais e quem pertencer a uma categoria deve respeitar o colega que pertence à outra categoria porque, por incrível que pareça, um pode aprender com o outro.
A outra pesquisa é de Dianne Larsen-Freeman. Fiquei impressionado quando vi uma palestra dela pois parecia que finalmente havia encontrado alguém que pensava como eu. Dra. Larsen-Freeman trouxe à tona a idéia que muitos defendem que estamos num era pós-método, pois métodos se provaram ineficazes. Ela discorda dessa idéia pois considera método não um padrão que serve para todos, mas um conjunto de pensamento em ações conectadas. Daí a minha identificação com o pensamento dela. 
O Método de Expansão Pessoal visa isso: Criar um ambiente onde se ensina que língua é dinâmica, influenciada pelo aluno e pelo próprio aprender. As partes prescritivas da língua (como a gramática, por exemplo) dão coerência à língua, o vocabulário se aprende eternamente, sendo necessário um corpo de vocabulário extenso o suficiente para enriquecer a comunicação e a pronúncia vai se aprimorando com o tempo.
O MEP eleva o papel do professor, mas também eleva o papel do aluno, capacitando-o para tomar um papel mais ativo no seu aprendizado. Como? Fazendo perguntas, tirando dúvidas, questionando o professor, questionando as regras. Como eu já disse em postagens anteriores, o que vem do aluno vale ouro e isso torna o aluno um ator, não parte de uma platéia.


MEP: A BAGAGEM QUE CADA ALUNO TRAZ CONSIGO

Como já disse anteriormente, dou aulas exclusivamente para adultos, e estou criando este método tendo em mente adultos como alunos. Lecionar para adultos é interessantíssimo porque eles sempre trazem alguma bagagem. No mínimo, eles trazem o inglês que aprenderam na escola quando eram crianças. Mas, frequentemente, eles trazem algo mais que isso, estórias de outras pessoas que se tornaram professores e se tornaram assim ou assado, estórias de familiares que falam inglês "perfeitamente", cursos que fizeram em algum ponto de suas vidas, exposição ao inglês no trabalho, etc. Adoro ouvir tais estórias.
Muitas vezes, essas experiências vividas pelos alunos lhes dão um visão distorcida do que é aprender inglês e eu tenho o maior prazer em mostrar um outro ponto de vista e observar a reação do aluno, ou engajar numa discussão sobre o assunto.
Às vezes tenho que desconstruir completamente o que o aluno traz, outras vezes, posso aproveitar algumas coisas e desconstruir outras. E ainda há casos onde uma simples modificação de preconcepções é suficiente para aproveitar tudo o que o aluno traz.
Mas o mais importante é a bagagem. Gosto de adultos exatamente porque eles têm estórias para contar, porque têm vivência e experiências que podem dividir. E, é claro, se estão num sala de aula, têm abertura para transformações.
Não me sinto confortável dando aula para crianças, mas esta é uma limitação minha. O que é chato mesmo é encontrar um adulto que se recusa a mudar, como se tivesse chegado no limite da vida. Mas o limite da vida é a morte, e até que ela chegue, dá para fazer muita coisa, como escrever esta postagem. Ou lê-la.


PRONÚNCIA E RITMO EM INGLÊS: ANDANDO DE MÃOS DADAS

Como você já deve saber a língua inglesa não tem acentos. Não é uma tarefa fácil saber a pronúncia de determinadas (talvez eu devesse dizer muitas) palavras em inglês. Afinal, o que determina a sílaba tônica? Bem, eu não sei a fórmula, por isso volto a repetir: exposição, exposição, exposição. Quando ensino a entonação da palavra para os meus alunos, uso dois recursos: o primeiro é aquela linha no quadro que se eleva na posição da sílaba tônica. O segundo, que eu acho mais eficaz, é pedir com que o aluno faça isso usando sua mão direita (ou esquerda, se ele for canhoto). Ele começa na esquerda e vai para a direita elevando a mão na sílaba tônica. Em alguns casos ele j´começa com a mão elevada e desce, quando o som da palavra é decrescente. Acho esse exercício muito eficaz. Existe uma memória motora cuja explicação cognitiva e fisiológica eu não sei descrever, mas que ajuda a fixar a entonação da palavra.
Existe também o ritmo de uma frase ou expressão. Chamo de ritmo o que pode ser chamado de melodia ou mesmo entonação ou ainda prosódia. Quando se fala uma frase existe um ritmo apropriado para fazê-lo. Um exemplo simplório seria a elevação do tom num pergunta no final da frase. Mas existe uma melodia em cada língua e isso está atrelado a pronúncia. Como? è possível não pronunciar perfeitamente uma palavra e ser entendido porque você usou o ritmo adequado para aquele tipo de pergunta ou resposta, ou ainda exclamação. Soube de um estudo (Não tenho prova alguma, mas me soou sincero e plausível) onde um participante tomou o lugar de um caixa e na hora de entregar o troco ou nota fiscal dizia "Fuck you very much" em vez de "Thank you very much". Aparentemente ninguém percebeu a diferença. Se isso foi verdade existem várias explicações para tal fenômeno: Quando as pessoas estão saindo de uma loja já não estão prestando atenção no que é dito, os clientes estão tão acostumados com a convenção que não sentiram a diferença, o fato de fuck you ser seguido de very much distraiu os clientes, etc. Mas um fator está claro: O ritmo, ou melodia, com a qual o caixa falou "Fuck you very much" teve um papel importante nessa estória. Lembre-se que temos um ritmo quando falamos português. Procure aprender o ritmo que se usa quando se fala inglês. É importante. Aliás, é essencial.






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