MERCADO DE TRABALHO E INTERDISCIPLINARIDADE: PROBLEMATIZAÇÕES E MAPEAMENTO DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM ORGANIZAÇÕES.
Marcela Montalvão Teti. Faculdade Maurício de Nassau e Faculdade do Nordeste da Bahia (FANEB).
[email protected] Comunicação Oral: Eixo 5 – Desafios para a Psicologia política: produção de conhecimento e práticas de intervenção.
Este trabalho é resultado de pesquisa interdisciplinar. Seu objetivo é fazer uma primeira divulgação a respeito de reflexões sobre Mercado de Trabalho e Organizações. No de 2016, deu-se início a um trabalho de docência em quatro disciplinas vinculadas a cinco cursos distintos. Apesar de os cursos serem diferentes entre si, traziam e impunham ao alunado a problemática do mercado de trabalho na relação com as organizações. Disciplinas como Psicologia e comportamento nas organizações, Comportamento organizacional, Empregabilidade e desenvolvimento pessoal e Pedagogia organizacional, levaram alunos dos cursos de Engenharia, Pedagogia, Gestão de Recursos Humanos, Administração e Análise e Desenvolvimento de Sistemas, no encontro com a Psicologia, a problematizarem suas relações trabalhistas. Conceitos como Gestão de carreira, Perfil do profissional, Gestão de pessoas, Treinamento e desenvolvimento e Cultura organizacional passaram a figurar nas práticas discursivas de estudantes do primeiro ao terceiro ano de faculdade. No processo de ensino-aprendizagem observamos que, apesar da diversidade profissional, os indivíduos que tomaram a relação mercado de trabalho x organizações como problema social, foram afetados por práticas semelhantes. O trabalho, para quaisquer destes profissionais, impunha dinamismo, flexibilidade, mundialização das relações, adequação a um ideal de indivíduo, exigência de maleabilidade, alto nível de conhecimento, internacionalização das relações, proatividade, quando a possiblidade de colocar tais competências em prática era quase inviável. Na realidade do Nordeste brasileiro, muitas vezes sem recursos materiais para o trabalho, sem educação formal adequada, algumas exigências de mercado não impossíveis de serem experienciadas. No entanto, ainda assim, observava-se a “corrida” e o esforço para transpassar algumas
barreiras de conjuntura social. Nota-se portanto, a necessidade de uma Psicologia engajada politicamente para propor formas de intervenção social junto à problemática trabalhista. Especificamente, os estudantes procuraram se adaptar a exigências de campo e, para tanto, buscou-se realizar o mapeamento e especificação de funções. Deparamo-nos, então com a necessidade com descrever as práticas de uma pedagogia organizacional. Em Aracaju, esta profissão praticamente não existe, passando a ser necessário procurar esclarecimento sobre o que se faz em uma organização quando se fala em exercício pedagógico. No tocante às engenharias, realizou-se pesquisa sobre as atividades de gerência. De acordo com a literatura, cresce o número de engenheiros administradores, por se considerar que a formação os dota de raciocínio lógico e objetividade. Com os alunos de administração, o foco do trabalho centrou-se na gestão de pessoas. O administrador é um profissional com pouca capacidade de escuta ou manejo no processo de resolução de conflitos, assim optou-se por investigar formas de lidar com diversidade empresarial a fim de que pudessem ser um diferencial no exercício de suas funções. Aos alunos de RH, importou identificar atividades laborais que amenizassem o estresse. Na esteira da popularização do yoga, o trabalho de pesquisa tratou de montar um projeto de “yoga laboral” direcionado à saúde do trabalhador. Aos estudantes de TI, o foco da pesquisa foi trabalhar a gestão da carreira, o marketing profissional, no intuito de poderem se colocar no mercado de forma mais afirmativa e participativa, do que tradicionalmente costuma-se lidar com a profissão.
Palavras-chave: Pesquisa, Interdisciplinaridade, Organizações.
