MÍDIA S DIGITAIS E EDUCAÇÃO

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Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

MÍDIA S DIGITAIS E EDUCAÇÃO: tud o ao m e s m o te m p o ag o r a o te m p o tod o . . .

Maria de Fáti m a Mont e Lima Nelson De Luca Pret to Simone de Lucen a Fer r ei r a

1

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

2

Mídi a s Dig i t a i s e Edu c a ç ã o : tudo ao mes m o tem p o agor a o tem po todo...

Maria de Fátima Monte Lima ser r a_leo a @ u ol.co m . b r Nelson De Luca Pretto nelso n @ p r e t t o .i nfo Simone de Lucena Ferreira sluc e n @ u f b a . b r

Resu mo

Nes te texto são abe r t a s várias frent e s de análise, num exer cício de diver sid a d e e inter a tivid a d e . Apres e n t a- se uma reflexão sobr e as Tecnologia s da Infor m a ç ã o e da Comunic a ç ã o (TICs) e suas relaçõ e s com a socied a d e pas s a n d o por uma anális e das políticas pública s da comu n ic a ç ã o , teleco m u ni c a ç ã o , cultu r a e educ a ç ã o, além de pont u a r os desafios e cont r a d iç õ e s que o siste m a educ a c io n al vivencia em funçã o das tran sfor m a ç õ e s do mun do conte m p o r â n e o . Analisa- se as possibilida d e s de uso das plat afor m a s de rádio e televisã o digital no apr e n d iz a d o e a const r u ç ã o de novas educ a ç õ e s , em uma pers p e c t iv a plur al, conside r a n d o os proce s s o s sociais e cognitivos na vida dos sujeitos sociais.

Palav r a s- chave

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

Tecnologi as

da

Infor m a ç ã o

Políticas Públic as; Educ a ç ã o

e

Comu nic a ç ã o;

3

Inte r a t ivid a d e ;

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

4

Mídi a s Dig i t a i s e Edu c a ç ã o : tudo ao mes m o tem p o agor a o tem po todo...

Maria de Fátima Monte Lima 1 ser r a_leo a @ u ol.co m . b r Nelson De Luca Pretto 2 nelso n @ p r e t t o .i nfo Simone de Lucena Ferreira3 sluc e n @ u f b a . b r

Intro d u ç ã o 1

4

Profes s o r a do Prog r a m a de P ós-Gradu a çã o da Universi d a d e Fede r a l de Ser gi pe.

Douto r a

em

Educ a ç ã o

pela

UFBA

(2002).

Corr eio

elet r ônico:

ser r a_l eoa@ u ol.com . b r 2

Profes so r e Diretor da Facul da d e de Educ a ç ã o da UFBA. Doutor em Comunic aç ã o

pela

USP

(1994).

Corr eio

eletr ônico:

nelson@p r e t t o.i nfo

.

Página

pes soal:

http://ww w.p r e t t o.i nfo . 3

Profes so r a da Facul da d e Hélio Rocha e do Núcleo de Tecnologi a Educa cion al 2 da

Secr e t a r i a de Educ a ç ã o do Est ado da Bahia. Mest r e em Educaç ã o pela UFSC (2004). Doutor a n d a em Educ aç ã o na UFBA. Correio elet rô nico: sluce n@uf b a. b r Página pess o al: htt p://ww w. ufb a .b r / ~ s l u c e n 4

Escrito a parti r da Tese de Doutor a d o “No Fio de Esper a n ç a : política s pública s de

educ a ç ã o e Tecnologi as da Inform a ç ã o e da Comunic a ç ã o” (Lima, 2002) e das pes qui s a s Políticas Públicas Brasileiras em Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação, apoia d a pelo CNPq e Educação e Tecnologias Contemporâneas, pesq ui s a guarda-chuva do Grupo

de

Pes qui s a

Educa ç ã o,

Comu nic a ç ã o

e

Tecnologi as

(GEC)

[http://ww w.fac e d . uf b a. b r / g e c ], apoiad a pela FAPESB. (Nossos agra d e ci m e n t o s à

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

5

Pen s a r a relaç ã o da mídia com a educ a ç ã o, exige- nos pens a r , inicialme n t e , a articul aç ã o entr e as Tecnologia s da Infor m a ç ã o e da Comu nic a ç ã o (TICs) e a Socied a d e , assim como o pap el das polític as públicas

de

áre a s

como

Teleco m u ni c a ç õ e s

par a

est a b el e c e m

esse s

entr e

Educ a ç ã o,

Comu nic a ç ã o,

comp r e e n d e r diver sos

as

camp o s

Infor m á tic a

relaçõ e s

do sabe r .

que Este

e se

texto

tra b al h a com a conce p ç ã o de socied a d e que corr e s p o n d e ao modo de prod u ç ã o

conte m p o r â n e o

capit alis m o, tam b é m

respo n s á v el

marc a d o pelos

pela

gran d e s

crise

estr u t u r a l

avanç os

do

tecnológicos

e

pelas contr a d iç õ e s nas áre a s das teleco m u nic a ç õ e s e da

comu n ic a ç ã o e, mais par ticul a r m e n t e , da educ a ç ã o . Post e rio r m e n t e , nav e g a r e m o s pela s política s pública s de educ a ç ã o, refletin do como as

TICs

estão

amplia n d o outr a s

modifica n d o

proce s s o s

form a s

o cotidia no

repr o d u t ivos

educ a tiv a s

da

escola

de apr e n diz a g e m

libert a d o r a s .

pública,

ora

ora exigindo

A par tir de elem e n t o s

da

investig a ç ã o sociológic a e antr o poló gic a mode r n o s , não fixamos um único

par a di g m a

acr e s c e n t a m o s eme r g ê n ci a

da

de

inter p r e t a ç ã o

as contrib ui çõ e s Socied a d e

do

fenôm e n o .

de outr a s

da

Ao cont r á r io,

leitur a s ,

Infor m a ç ã o

no

abor d a n d o

coraç ã o

a

dest a

diver si d a d e .

A Socied a d e da Infor m a ç ã o na crise estr u t u r a l do capitalis m o

A impor t â n c i a da educ a ç ã o, da comu nic a ç ã o e da infor m a ç ã o no mun d o coloca d a s

cont e m p o r â n e o

encont r a- se

pela rees t r u t u r a ç ã o

ligad a

da socied a d e

às

possibilida d e s

capitalist a

no século

XXI. A inte r n e t , no seio da cha m a d a Socie d a d e da Infor m a ç ã o , pode torn a r- se um espa ç o virtu al democ r á t i co, dialógico e contr a di tó r io. Uma red e de produ ç ã o e de assimilaç ã o de sabe r e s e infor m a ç õ e s , constit uíd a de pode r e s e que, sob o cont role do Esta do e do capit al, pod e r á confina r o compo n e n t e criativo da esfer a virtual, ao fecha r Maria Helen a Bonilla pela revisão dos originais dess e texto e a Darle ne Almada, bolsist a IC do CNPq pelo levant a m e n t o de dados).

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

port a s

e can ais

de acess o

aos inúm e r o s

6

criado r e s

anôni m o s

cotidia n o social. Este aspe c t o contr a di tó rio da inte r n e t ser á de

form a

exaus tiva

ao

longo

do

texto,

pois

do

trat a d o

consid e r a m o s

fund a m e n t a l que o país adote política s públicas que gar a n t a m acess o

aos

recu r s o s

tecnológicos

a

difer e n t e s

seg m e n t o s

o da

pop ula ç ã o. Vista como fator de cultu r a na escola, a inter n e t

(e junto com

ela todas as dem ais tecnologia s) lanç a o desafio da univer s aliz a ç ã o e da democ r a t iz a ç ã o

da educ a ç ã o

e tamb é m

apo n t a m

as possibilida d e s

inte r n e t ,

como fator de cultur a ,

das

tecnologia s que

política s do Esta do e da socied a d e . A apr e n di z a g e m

e democ r a t iz a ç ã o

na/d a escola, pode ser uma oport u ni d a d e par a a educ a ç ã o reafir m a r o seu luga r historic a m e n t e , liber t a n d o- se das am a r r a s do tem p o e esp a ç o escola r e s circun s c r it o s a nor m a tiz a ç ã o e regula ç ã o da razão instr u m e n t a l .

Além

disso,

abr e

suas

port a s

e janela s

par a

a

convivên ci a com difer e n t e s valor e s e cultur a s . O uso social da red e inte r n e t

pode vir a tran sfo r m a r

a escola única na escola plur al,

prod u zin d o difer e n t e s sabe r e s e cultur a s . Assim, torn a- se difícil, no mun do conte m p o r â n e o , comp r e e n d e r ess a ques t ã o atr av é s de uma abor d a g e m que insist a na ótica da cisão ent r e a econo mi a e a cultu r a . Isso porq u e a cha m a d a Socied a d e da Infor m a ç ã o apr e s e n t a como uma das suas princip ais car a c t e r í s tic a s a prod uç ã o

de

subjetivida d e s

como

elem e n t o

esse n ci al

par a

o

est a b el e ci m e n t o das relaç õe s sociais no proce s s o de prod uç ã o de mer c a d o r i a s . As tran sfor m a ç õ e s suscit a d a s pelas TICs des e nvolve m novos camin h os par a a econo mi a, par a a cultur a e par a a socied a d e . A insur g ê n c i a política da Socie d a d e da Infor m a ç ã o apont a uma rica

discus s ã o

trava d a

na

liter a t u r a

globalização. O mais inter e s s a n t e

conte m p o r â n e a

sobr e

nest a discus s ã o é a pres e n ç a

a de

disse n s o nas múltipla s form a s de inter p r e t a ç ã o de um fenôm e n o tão antigo e ao mes m o

tem po

tão cont e m p o r â n e o .

A riquez a

que o

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

confor m a

não é meno r

7

que a sua ambig üid a d e

e conse q ü ê n c i a s

sociais. Nos paíse s nos quais ess a política foi implan t a d a , o result a d o foi uma difer e n ç a cad a vez maior entr e ricos e pobr e s . A idéia de Socied a d e da Infor m a ç ã o nasc e no século XX, no ventr e da socied a d e capit alist a global e os estu dios os neolibe r a i s vend e r a m

a idéia de um mun do sem frontei r a s , interlig a d o, com

naçõ e s inte r d e p e n d e n t e s e emp r e s a s sem nacion alid a d e , desfr u t a n d o toda s dos mes m o s proble m a s só que em gra u s difer e n ci a d o s , em const a n t e har m o ni a. Esta forma de ente n d e r a globalização tem como fund a m e n t o

uma

orde m

config u r a n d o- se num a

econô mi c a

única,

das temá tic a s

vertic al

e univer s al,

mais eloqü e n t e s

nas are n a s

política, econô mic a e cultur a l 5 . Ao mes m o tem po, os movim e n t o s sociais do final do século XX e limiar do século XXI, mostr a m a nece s sid a d e social de ence r r a m e n t o do

jogo

político

neolibe r al,

surgin do

como

um

grito

contr a

a

glob aliz aç ã o da miséri a social, indica n d o novas form a s de política social, que de mo n s t r a m a pres e n ç a de uma outr a lógica de mover- se num unive rs o

het e r o g ê n e o ,

difuso, multite m p o r a l

São exe mplos, o Movime n t o Zapa tis t a

6

e multicult u r a l.

o Movime n t o dos Sem- Terr a

7

e o Movim e n t o Anti- Globaliza ç ã o 8 . 5

Vista por este pris m a, a globalizaç ão carac t e ri z a- se pela liber d a d e total do merc a d o e pela impr e s ci n dível ausê nci a de contr ol e do Esta do sobre a econo mi a global. Instal a- se uma rede de instituiçõe s inte r n a ci o n ai s – como o Grupo dos Oito (G8), a Orga niz a ç ã o Mundial do Com é r ci o (OMC), a Orga niz a ç ã o Euro p éi a par a o Comé r cio e Dese nvolvi m e n t o (OCDE), o Fundo Mone t á r io Inte r n a ci o n al (FMI), o Banco Mundi al (BM), entr e outr a s , que constit u e m uma força inte rn a c io n al unificad a destin a d a a contr ol a r , govern a r e admini s t r a r a vida no plane t a em função do livre merc a d o e do livre lucro no capit alis m o financ ei ro mundial. 6

Enr aiz ad o nas cultur a s indígen a s de Chiap a s , luta em busca de auto no m i a cont r a

a domina ç ã o nort e- ame ri c a n a sobr e a Nação mexica n a. Nos anos 90 do século pas s a d o se torno u mundi al m e n t e conhe ci do atravé s de inter n e t . 7

Luta pela refor m a agrá ri a no Brasil.

8

Despo n t a mundi al m e n t e pela prim ei r a vez a parti r de Seatle/ EUA, replica n d o- se,

depois, em Washin gt o n, Prag a, Nice, Genova e Porto Alegre, onde acont e c e , desd e 2001, o Fóru m Social Mundi al, contr a p o n d o- se ao Fóru m Econômi co Mundi al, em Davos, na Suíça.

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

Essas

manifes t a ç õ e s

inaug u r a m

um

8

novo

movim e n t o

do

inte r n a c io n alis m o político. É

orient a d o por inter e s s e s comu n s de

tra b al h a d o r e s

de todos

e de cida d ã o s

os países

em

defes a

da

hum a n i d a d e e se mat e ri aliz a m a par tir de uma intensific aç ã o das ações

das

Orga niz a ç õ e s

Não- Gover n a m e n t a i s

(ONGs),

impondo

novos e impor t a n t e s a(u)tor e s no âmbito da socied a d e civil mun dial. Aqui pode m o s cita r como exem plos o Greenpeace, na defes a ecológic a; a Anistia Internacional, na defes a dos direitos hum a n o s e o Médico sem fronteiras, na defes a do direito à saúde e à vida. Mais rece n t e s são o Movime n t o do Sotfware Livre e do Copyleft, na luta contr a a propri e d a d e do código

fonte

de prog r a m a s

de comp u t a d o r e s

e dos direitos

auto r ai s , entr e outros.

Desn a t u r a liz a n d o o princípio único... pode m o s per c e b e r e const r ui r outr o s princípios!

A globaliza ç ã o não é um fenôm e n o novo e não se origin a nest e século, ela é fruto de um proce s s o histórico, que englob a a históri a do

capit al

do

Esta d o- Naç ã o,

do

modo

de

produ ç ã o

capit alist a

ant e rio r ao século XIX, que se origin a no contin e n t e euro p e u , tendo sido analis a d a vários autor e s 9 . De qualqu e r form a, ess e não é um proce s s o que teve início ape n a s no século pass a d o, mas é nece s s á r i o comp r e e n d e r

que a globalização é, segu n d o

Vilas (1999:2 5), “uma

dime n s ã o proc es s u a l de expan s ã o do capit alis m o des d e suas orige n s mer c a n t is em algu m a s cidad e s da Europ a nos séculos XIV e XV como dime n s ã o partic ula r m e n t e dinâ mic a do capit alis m o e, como efeito de 9

Ent re eles é possível citar Eric Hobs ba w m (1975), Fer na n d Braud el (1979), Karl

Polany (1994), David Harvey (1993), Milton Sant os, (1993) e (2000), Fran ç oi s Ches n ai s (1996) , Renato Ortiz (1994), Giovanni Arrighi (1994), Otávio Ianni (1997) e Carlos

Vilas

(1999).

Ess as

anális e s

assu m e m

difer e n t e s

tessit ur a s ,

uns

a

explican d o sob uma dime n s ã o mais econô mic a, como Ches n ai s, Ianni, Fores t e r , Santos e Cast ell s e, out ros, a conce b e n d o na dime ns ã o mais cultur al do proc e s s o, como Boavent u r a

de Souza Santos (2001), Rena to Ortiz (1988), David Harvey

(1989) e Fre d ri c Jame s o n (1997).

Cap 9

sua

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

vocaç ã o

expa n siv a

em

relaç ã o

aos

9

ter ritó rios ,

popul aç õ e s ,

recu r s o s e expe riê n ci a s cultur a is” . Essa dinâ mi c a expan siva do capit alis m o europ e u encon t r a v a- se associ a d a ao novo espírito intelec t u a l e político da época, o que prop o r ciono u acu m u l a ç ã o

impulso a

acon t e c e r a m

brut al

par tir

como

da

nos

proce s s o s

abe r t u r a

cons e q ü ê n c i a

de

das

met r o polit a n o s

novas

front eir a s

gra n d e s

de que

nave g a ç õ e s

e

desco b ri m e n t o s . Este proce s s o violento do expa nsionis m o vertic al colonial, deno mi n a d o de “a primeir a onda de globalizaç ã o pela via da sub mis s ã o colonial e da mud a n ç a cultu r al” (Vilas , 1999: 26), nos leva a ques tio n a r os esqu e m a s de inter c â m b i o cultu r al e de inte gr a ç ã o econô mic a da globaliza ç ã o na conte m p o r a n e i d a d e e a própri a era da inte r d e p e n d ê n c i a política e econô mic a, fruto da integ r a ç ã o mundi al. Para nós, a globaliza ç ã o, em sua dinâ mic a históric a, é um proce s s o simult a n e a m e n t e econô mico e cultu r al e assim deve ser analis a d o.

As TICs enqu a n t o possibilida d e s

Um

dado

impor t a n t e

nas

difer e n t e s

visões

globalização, é que a par ti r dela s pode m o s explicit a r tra n sfo r m a ç õ e s

no mundo

auto m a ç ã o ,

robótic a,

resp o n d e m mun di al.

a

do tra b al ho a

e da

cultur a is

a dinâ mi c a e as

cultur a

comp u t a d o r i z a ç ã o

da

e

a

na

qual

a

ciber n é ti c a ,

pelas nece s si d a d e s de expan s ã o do capit al em âmbito O

setor

teleco m u ni c a ç õ e s , rea r tic ul a ç ã o aco mp a n h a d o

das

comu nic a ç õ e s ,

configu r a m - se

do

pad r ã o

como

de

em

especial

elem e n t o

cent r al

des e nvolvim e n t o

o

das

par a

a

capitalist a ,

de muda n ç a s de orde m tecnológic a s , econô mic a s e

cultu r a is. É fund a m e n t a l, nest a anális e, per c e b e r m o s que o elem e n t o crucial

na Terc ei r a

Revoluç ã o

Indus t ri al

são

as Tecnologi a s

da

Infor m a ç ã o e da Comu nic a ç ã o , levan do algun s autor e s a dete r e m- se em

seu

cont e ú d o

espe cífico

atr av é s

da

prod u ç ã o

de

nova s

subjetivida d e s , de cultu r a , do conhe ci m e n t o e da infor m a ç ã o , como

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

10

ped r a ang ul a r na const r u ç ã o de novas possibilida d e s sociais, novos temp o s e novos espa ç o s, cons titui n d o- se num a nova historicid a d e . Acre dita m o s , como Milton Santos (2000), que a gra n d e

mut a ç ã o

tecnoló gic a está coloc a d a pela eme r g ê n c i a no cená r io mundi al das TICs,

obvia m e n t e ,

depe n d e n d o

de

como

a hum a ni d a d e

dispor á

politica m e n t e das mes m a s . Milton Santos (2000: 1 7 4 ) afirm a v a que “qua n d o

sua

utilizaç ã o

for democ r a t iz a d a ,

essa s

técnic a s

doces

est a r ã o ao serviço do hom e m (...). Essas condiçõ e s pode m asse g u r a r uma muta ç ã o filosófica do home m, capaz de atrib uir um novo sentido à existê nci a de cad a pesso a e, tam b é m , do plane t a ”. Esse novo sentido a tecn ologia Pier r e

Lèvy

Tecnologias

dep e n d e r á de como nos relacion a r e m o s com

especial m e n t e os artef a t o s oriun d os da comp u t a ç ã o . (1996: 1 8 7 ) Inteligentes

comu n ic a cion ai s

nom ei a por

e exalta

os art ef a t o s

conce b ê- las

a

sua

compu t a c io n ai s como

influê nci a

na

de

ferr a m e n t a s

constit uiç ã o

das

cultu r a s e inteligê n ci a s dos grupo s. Design a- as de modo amplo, como um terr e n o político funda m e n t a l, como um lugar e uma ques t ã o de conflitos, de inter p r e t a ç õ e s diverg e n t e s . Uma gra n d e ágor a, com um pote n ci al

liber t a d o r

gra n dioso,

uma

vez

que

“(...) por

trá s

da

din â mic a cont e m p o r â n e a das ciênci as e técnic a s se escon d e m não só a razã o e a eficácia, mas sim uma infinida d e de razõe s e proce s s o s inte r p r e t a t ivos e diver g e n t e s ,

não sendo mais possível, excluir a

tecno ciê n ci a da esfer a pública”. A par ti r dest e laço, Lèvy imagin a uma

democ r a c i a

diret a,

elege n d o

o

ciber e s p a ç o

como

locus

fund a m e n t a l do exercício e aprof un d a m e n t o dess a democ r a ci a . Par a ele, a riquez a social dess a ágor a virtual, consis t e em forne c e r aos gru p o s hum a n o s os meios de reu nir força s ment ai s par a cons tit ui r intelig e n t e s coletivos e dar vida a uma democ r a ci a em tem po real. Ness e per c u r s o , não elimin a, total m e n t e , a existê n ci a nem o papel do Esta d o sob as condiçõe s de redefiniç ã o de suas funçõe s . É impor t a n t e dest a c a r que o proce s s o de mun dializ a ç ã o, as TICs são impor t a n t e s pela cap aci d a d e de traze r a cultu r a par a o próp rio

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

modo

de

produ ç ã o,

em

cujo

âm a g o

agor a

11

se

situa,

torn a n d o

fund a m e n t a i s , por sua vez, os conflitos que se dão na esfer a cultu r al, inclusive, pelo car á t e r media d o r que possui o tra b al h o intelec t u al. Esse siste m a de red e digital, articul a d o e articul a d o r das rede s educ a cio n ai s existe n t e s , físicas e adminis t r a t iv a s , impõe avanç os nas política s

educ a cio n ai s

imple m e n t a d a s

pelo

Estad o

e

no

est a b el e ci m e n t o de novas relaç õe s com a socie d a d e . A amplia ç ã o das condiçõe s

de

particip a ç ã o

da

socied a d e

no

usufr u t o

dos

bens

cultu r a is é obriga ç ã o do Estad o educ a d o r e, par a isto, nece s s á r io se faz que o gover no univer s alize e democ r a t iz e o uso da rede inter n e t na educ a ç ã o brasileir a. Por isso, é impor t a n t e o redir e cion a m e n t o que est á sendo posto em prátic a pelo gover n o feder al no sentido de não tran sfo r m a r num a

mer a

a digitaliza ç ã o do siste m a de televis ão bra sileir o

escolh a

entr e

os siste m a s

disponíveis

no

mer c a d o

mun di al mas, sim, na busca de uma maior comp r e e n s ã o sobr e o que, de fato, quer e m o s com a televis ão digital no Brasil.

Para m e t r iz a n d o a educ a ç ã o no mundo do caos...

O fato das TICs ger a r e m

novos espa ç o s

de conh e ci m e n t o s ,

exigind o novas forma s de comp r e e n s ã o das política s educ a cio n ai s, com a possibilida d e distâ n ci a

não

de implan t a ç ã o

significa,

de projetos

nece s s a r i a m e n t e ,

na

de educ a ç ã o

a

democ r a ti z a ç ã o

e

univer s aliz a ç ã o da educ a ç ã o visan do uma forma ç ã o radic al de um novo trab al h a d o r

e cidad ã o. O proce s s o de exclus ã o educ a cion al

apo n t a com urg ê n ci a par a a nec es sid a d e de comb a t e r a peda g o gi a da rep e t ê n ci a e da evas ã o, oriund a s de prá tic a s política s cent r a d a s na lógica

que deno mi n a m o s

de pedagogias da assimilação (Pret t o

e

Serp a , 2001) e que idealiza a especi aliz a ç ã o e a comp e t ê n c i a, com exag e r a d a ênfas e na ges tã o escola r .

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

Comple m e n t a r m e n t e , matiza n d o

o univer s o

ao

longo

do trab al ho

do

12

século

pass a d o

foi-se

e da cultu r a

inserin do

novas

tonalid a d e s nos discu r s o s das agên ci a s inter n a c io n ai s assin ala n d o novos desloc a m e n t o s entr e educ a ç ã o e dese nvolvim e n t o. O Relató rio par a

Unes c o

Século

da Comiss ã o

XXI – 2000,

Inte r n a ci on a l

expr e s s a

sobr e

o mes m o

Educ a ç ã o

ideá rio,

par a

atualiza d o

o às

nece s si d a d e s tecnológic a s e política s das última s déca d a s , situa n d o a educ a ç ã o na pers p e c t iv a do modelo de acu m ul a ç ã o flexível, como é o caso da educação continuada e a distância. Aliada

aos

poderes

das

Tecnologi a s

de

Infor m a ç ã o

e

Comu nic a ç ã o, a educ a ç ã o continu a d a e a dist â nci a como motor de des e n v olvim e n t o, prom o to r a da distrib uiç ã o de rend a e da elevaç ã o dos padr õ e s de qualida d e de vida, pass a , dor av a n t e , a ser conce bi d a num a pers p e c tiv a agr e g a d o r a de valor ao tra b al h o, consistin do nisto a sua cent r alid a d e .

Ness e

novo camin h o,

as TICs e a educ a ç ã o

contin u a d a são coloca d a s à disposiç ã o de um projeto educ a cio n a l que pass a ideologica m e n t e a favor e c e r as possibilida d e s de inovaç ã o e de desc e n t r a liz a ç ã o do siste m a form al de ensino. Ente n d e m o s que o pap el

das

TICs não

se resu m e

a isso, sendo

fund a m e n t a l

a

par ticip a ç ã o na modificaç ã o das relaçõ e s ent r e o domínio do público e o domínio do privado, tanto, no conto r n o das forma s de prod u ç ã o e das relaç õe s de prod u ç ã o , quan to dos novos proc e s s o s cognitivos. O gran d e inter e s s e dos gover n o s na utilizaç ã o das TICs está cen tr a d o

na

educ a ç ã o

continu a d a

e a

distâ n ci a.

O objetivo

é

tra n sfo r m á - la em instr u m e n t o de univer s a liz a ç ã o da educ a ç ã o par a as cam a d a s form al

que não têm possibilida d e s

de ensino,

com par ticul a r

profess o r

que

já atu a

enq u a n t o

possibilida d e s

no siste m a

de ingr e s s a r

dest a q u e

par a

(form a ç ã o

educ a c io n ai s

que,

no siste m a

a form a ç ã o

do

em serviço) e não

pelo

seu

compo n e n t e

tecnoló gico, venha ger a r novas form a s de produ ç ã o e socializaç ã o de conh e ci m e n t o s e infor m a ç õ e s .

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

13

Obse r v a- se tam b é m um uso inten sivo dos arg u m e n t o s em favor da educ a ç ã o par a justifica r a imple m e n t a ç ã o e o des e nvolvime n t o de novas tecnologi a s de comu nic a ç ã o e infor m a ç ã o associ a d o com o movim e n t o de recuo ou a retir a d a do Estad o no Brasil - senão total mas, estr a t e g i c a m e n t e parci al. Isso ocor r e u

em diver s a s política s

públicas como na previdê n ci a social, na saúd e, nos salários e preço s mínimos e, princip al m e n t e , na educ a ç ã o , com o objetivo de estim ul a r a expa ns ã o do capital ness e s setor e s , amplia n d o o mer c a d o mun di al de capit ais.

Ness a

linha, a privatiz a ç ã o

das teleco m u ni c a ç õ e s

a

par tir da aprova ç ã o da Lei Ger al das Telecom u n ic a ç õ e s (LGT - Lei de 9.47 2), em julho de 1997, ampliou a particip a ç ã o do capit al mundi al e rest rin gi u os inter e s s e s de ace ss o local, mes mo tendo introd u zi do mec a ni s m o s

que

demo c r a t iz a ç ã o

gar a n ti ri a m ,

do siste m a

Univer s aliz a ç ã o

dos

pelo

atr av é s

Serviços

menos

pote n ci al m e n t e ,

a

da criaç ã o

de um Fundo

de

de

Teleco m u n i c a ç õ e s

(FUST),

esp e ci al m e n t e , com a possibilida d e de gar a n t i r a cha m a d a inclus ã o digital. Na última déc a d a do século XX, o que temos obse rv a d o é que as conce p ç õ e s de educ a ç ã o a distâ n ci a (EAD) expr e s s a s em diver sos proje to s

nacion ai s

com

o

objetivo

de

amplia r

a

ofert a

de

oport u ni d a d e s educ a cio n a i s, em divers os níveis, são aind a bast a n t e conse rv a d o r a s e discri mi n a n t e s , uma vez que ainda reite r a m o seu uso como simples rec ur s o peda gó gic o. Além disso, qua n d o avanç a m do modelo

impr e s s o

televis ão, most r a m digitais. Tamb é m meios

comu n ic a ç ã o .

e

tra dicion al,

à radiofus ã o

e à

a aus ê n ci a de proces s o s educ a tivos via red e s ratifica m uma conc e p ç ã o

de comu nic a ç ã o

men t alid a d e s

10

e do corr eio

das

de mas s a prá tic a s

no

das TICs igual à dos

comp r o m e t e n d o camp o

da

o avanço

educ a ç ã o

e

das da

10

Ent re outros, ver Fer r ei r a (2004), Picanço (2002), Bonilla (2002) e Pret t o (2001, 2001a e 2002).

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

14

Ao longo das duas última s déca d a s temos visto um esforç o do gover n o

feder a l

na busc a

de atualiza ç ã o

e ape rf eiço a m e n t o

de

profess o r e s par a o ensino fund a m e n t a l atr av é s de prog r a m a s como o TV-Escola e o Profor m a ç ã o , tudo como preco niz a d o nos Par â m e t r o s Cur ric ul a r e s

Naciona is (PCN), que inclusive estive r a m

Esse tipo de preoc u p a ç ã o , ante s denomi n a d a profess o r e s ,

em ação... 11

de trein a m e n t o dos

é, por assim dize r, uma velha prá tic a na educ a ç ã o .

Mes m o com um inten s o investi m e n t o por par t e dos gove r no s , o que se perc e b e é que a form a ç ã o par a a utilizaç ã o das TICs ainda tem deixad o

muito

investi m e n t o s

a

des eja r .

em

pesq ui s a,

Espe r a- se

que,

com

dese nvolvim e n t o

profess o r e s anun cia d o s pelo MEC par a 2005

12

e

os

prováv eis

forma ç ã o

de

, poss a m o s ter uma

modificaç ã o conside r á v el na ques t ã o. No que diz res p eito ao dese nvolvim e n t o novas

possibilida d e s

tecnológic a s

par a

uso

de pesq uis a s dos

sobr e

recur s o s

da

comu n ic a ç ã o e infor m a ç ã o na educ a ç ã o e na cultur a , deve- se espe r a r uma maior integ r a ç ã o dest a s açõe s com diver s os outros Minist é rio s e gru p o s que já atu a m no seto r sob o risco de continu a r m o s insistin do em

políticas

gover n a m e n t a i s

fragm e n t a d a s

e desa r ti c ul a d a s

que

pouco ou quas e nad a cons e g u e m modifica r a realida d e educ a cio n al e cultu r a l do país. No âmbito da TV Digital, por exe m plo, o que se per c e b e é um movim e n t o do próp rio MEC – ao impla n t a r algun s protótipo s do que est á cha m a n d o de TV Escola Digital, num movime n t o qua s e que isolado do Siste m a Brasileiro de TV Digital (SBTVD). O TV Escola Digital do MEC foi impla n t a d o em 30 escolas localiza d a s nos esta do s onde a rece p ç ã o por satélit e conven cio n a l é mais frac a, exigindo melho r e s 11

Para impla nt a r os PCNs, o gover no Cardos o implant ou um Prog r a m a deno mi n a d o Parâ m e t r o s em Ação, com objetivo de prep a r a r os profes s o r e s para a implant a ç ã o dos mes m o s e, em parti cul a r com o uso das tecnologia s na educ a ç ã o. “Estão em fase inicial os treina m e n t o s que orient a m os profes so r e s a utilizar, siste m a ti c a m e n t e , a televis ão, o vídeo, o rádio e o compu t a d o r como instr u m e n t o s peda gó gi co s de gra nd e impor t â n ci a” (PCN, 2001) . 12 Discur s o do Secr e t á r i o de Educ a ç ã o a Distância (SEED), Marcos Dant a s, no semin á ri o Sabe r Global, realiza do em Brasília, em deze m b r o de 2004.

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

ant e n a s .

O

projeto

piloto

pret e n d e

15

propor cion a r ,

além

da

tra n s m i s s ã o de image n s com melho r qualid a d e , uma prog r a m a ç ã o par a a cap a cit a ç ã o de profess o r e s de form a inte r a tiv a. Alguns conceito s, no ent a n t o, precis a m ser melhor explicita d os já que muit a s vezes, são utilizado s de form a gene r a liz a d a com uma apro p ri a ç ã o

divers a

da

que

quer e m o s

enfatiz a r .

Um

deles,

dire t a m e n t e vincula d o com noss a s preoc u p a ç õ e s par a a educ a ç ã o, é o conceito de inter a tivida d e . Alguns autor e s como Mach a d o (1997), Primo (2002) , Lèvy (1999), Silva (2000) e Belloni (2001), o discut e m sob difer e n t e s per s p e c t iv a s . Acredit a- se que a utilizaç ã o da inter a t ivid a d e com a tele m á ti c a consolidou

por

a partir

volta

do

se intensificou

dos anos 80 do século XX e que se ano

de

1997,

quan d o

a

inter n e t

se

pop ula r izou e pass a r a m a ser criados os sítios web, a par tir do uso inte n s o da lingu a g e m html 13 , que possibilitou a mont a g e m de red e s hipe r t e x t u a i s ,

com

links que

aume n t a m

a comu nic a ç ã o

entr e

o

indivíd uo e o comp u t a d o r . Par a Maria Luiza Belloni (2001: 58), a inte r a t ivid a d e

significa

“de

um

lado

a

pote n ci alid a d e

técnic a

ofere cid a por dete r m i n a d o meio (por exem plo CD- ROM de cons ult a , hipe r t e x t o s

em

ger al,

ou jogos

infor m a t iz a d o s),

e, de

outro,

a

ativid a d e hum a n a , do usuá r io, de agir sobr e a máq uin a e de rec e b e r em troc a uma ‘retro a ç ã o’ da máq ui n a sobr e ele”. Primo & Cassol (200 3 ),

aler t a m

que



um

uso

indiscri mi n a d o

da

palavr a

inte r a t ivid a d e a par ti r do mom e n t o que ela pass a a ser apro p ri a d a pela publicid a d e , fazen d o com que o ter m o se torne elás tico, sem consid e r a r

as

suas

espe cificida d e s .

Marco

Silva,



em

2000

salien t a v a , no enta n t o, que ela não est á res t rit a ape n a s à relaç ã o home m- máq uin a ,

já que

“o ter mo

‘inte r a tivid a d e’

foi posto

em

dest a q u e com o fim de esp ecific a r um tipo singul a r de inter a ç ã o ” (200 0 :1 0 5 ) . A amplitu d e do ter m o inter a ç ã o não mais lhe confe r e as 13

Sigla de Hypertext Markup Language – é uma lingua g e m de prog r a m a çã o usad a par a criar hiper t ex t o.

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

16

acep ç õ e s contid a s na ação inte r a tiv a e, sendo assim, par a ele, a inte r a t ivid a d e

seria

mais

que

uma

inte r a ç ã o,

seria

uma

“hipe r-

inte r a ç ã o” (1998:2 9). Voltan d o atr á s , Arlindo Mach a d o, em 1997, nos cha m a v a a aten ç ã o par a a diversid a d e de significa do s com que o ter mo

inte r a t ivid a d e

est á

sendo

emp r e g a d o ,

princip al m e n t e ,

no

ambie n t e publicit á r io. O pesq u si a d o r rele m b r a v a que, já em 1979, o inglês

Raymo n d

William s

apont av a

que

as tecnologi a s

vendid a s

àqu ela époc a, tidas como inter a tiv a s, era m , na verd a d e , rea tiva s, pois os usuá r io s ape n a s rea gi a m diant e delas, fazen d o escolh a s de alter n a tiv a s já definida s. Williams, aind a segu n d o Mach a d o , ent e n di a a inte r a tivid a d e como “possibilida d e de res pos t a autô no m a , criativa e não previst a da audiê n ci a , ou mes m o no limite, a subs tit uiç ã o dos pólos emisso r e rec e p t o r pela idéia mais estimul a n t e dos age n t e s inte r c o m u ni c a d o r e s ” (1997:2 5 0 ) . As tecnologi a s pode m pote n ci aliza r a inter a tivid a d e , mas ela sem p r e existir á, indep e n d e n t e m e n t e da bas e tecnológic a utilizad a e, ness e sentido, esta m o s de acor d o com Mar co Silva (2000:2 0) quan d o conceitu a

a

conscie n t e

inte r a tivid a d e

de

um

como

sendo

mais comunicacional de

uma

“disponibilizaç ã o

modo

expr e s s iv a m e n t e

compl exo, ao mes m o tem p o aten t a n d o par a as interações existe n t e s e pro mo v e n d o

mais

e

melhor e s

interações, seja

ent r e

usuá rio s

e

tecnolo gia s digitais ou analógic a s , seja nas relaçõ e s “pre s e n c i ais” ou “virtu ais” ent r e ser e s hum a n o s ”. Par a o res po n s á v e l pelo dese nvolvim e n t o da comu nic a ç ã o via satélit e do proje to TV Escola Digital, Gunn a r Bedicks Jr., “o conc eito não é a inter a ç ã o, mas a distrib uiç ã o do cont e ú d o”. 14 Segu n d o ele na prim ei r a fase de implan t a ç ã o do proje to piloto, não ser á ofere cid a inte r a t ivid a d e , mas ape n a s image m e som de melhor qualida d e . Não rest a a meno r dúvida que essa s são iniciativa s impor t a n t e s , mas insuficien t e s em funçã o do des afio que temos pela frent e já que 14

Infor m a ç õ e s sobr e a TV Escola Digital em htt p://ww w. r a di o b r a s . g ov.b r / e s p e ci ai s/TVdigit al1/ tvdi gi t al1_m a t 2 . h t m , aces s a d o em 13/02/2 0 0 5

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

ent e n d e m o s

que

o conc eito

17

de inter a tivid a d e

rest ri t o

à relaç ã o

home m- máq uin a é limita n t e par a a educ a ç ã o . Por isso, acr e dit a m o s ser

impor t a n t e

educ a ç ã o

e

ate nt a r

de

um

cultur a

pouco

que

mais

estão

par a

sendo

as conce p ç õ e s

adot a d a s

de

tantos

nos

docu m e n t o s oficiais como nas prátic a s escola r e s cotidian a s par a com isso melhor comp r e e n d e r o tam a n h o dess e des afio. A mud a n ç a trazid a pelas TICs no cent r o do trab al h o educ a tivo suscita

uma

peda g o gi a

que favor eç a

o apr e n diz a d o

individu al

e

coletivo de modo coope r a t ivo, em red e . Assim como Lèvy (1999) , ent e n d e m

que

a

socied a d e

atual

est á

tra n sit a n d o

par a

uma

socied a d e móvel, onde as relaçõ e s e as inter c o n e xõ e s que a escola prod u z com a diver si d a d e se trad u z e m em fluxos de conh e ci m e n t o s . Hoje, est a conexã o ainda é frágil, passiva e o espa ç o escola r aind a é um espa ç o cent r aliz a d o r . Desta form a , pens a r a escola como um cen tr o móvel, é pens á- la no âmbito inter no e exte r n o, como um cam p o de inte r a ç ã o que se amplia à medid a que a escola estiver cone c t a d a este n d e r

com as

o seu

sua s

interio r

conexõ e s

(cam po

com

econô mic o). Os espa ço s

e tem p o s

per s p e c tiv a

seja,

plur al.

Ou

do

relacion al

o exte rior –

e cognitivo)

(político,

cultu r al

já são per c e bi do s

trab al h o

educ a tivo

e e

em sua

suge r e m

a

conex ão de todos os espa ç o s e dos múltiplos temp o s como potê n ci a no

proc e s s o

de

forma ç ã o,

per mitin d o

que

os

sujeitos

poss a m

const r ui r sua auto no m i a num clima de par tilha , de negocia ç ã o e de demo c r a ci a . Fala m o s , dorav a n t e , em auto r e s e não mais em ator e s. Assim, as TICs

precis a m

demo c r a t iz a ç ã o simple s m e n t e

ser

univer s a liz a d a s

e de como

cultu r a mero s

na

e

utilizad a s

escola,

fator e s

de

e não

como

fator

ser e m

comp e titivida d e ,

de

tra t a d a s num a

per s p e c tiv a neolibe r a liz a n t e . Nes s a per s p e c tiv a, a refor m a do Esta do tem como finalida d e a refuncion aliza ç ã o e a racion aliza ç ã o de suas ativid a d e s , incluindo aí a educ a ç ã o , que agor a pass a a ser redefinid a no seto r de serviços, como apr e g o a m os docum e n t o s da Orga niz a ç ã o

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

Mun di al do Comé r cio (OMC). É o mer c a d o

18

que m

define a nova

racio n alid a d e e é o port a d o r do novo bem- esta r social. Justo ness e mom e n t o

sur g e

a per s p e c tiv a

de uma

radic al tra nsfo r m a ç ã o

no

siste m a de comu nic a ç ã o , com a implan t a ç ã o do Siste m a Brasileiro de TV Digital que pode, em funç ã o das escolha s esta b el e ci d a s , indic a r um per c u r s o em direç ã o a uma nova socied a d e mais igualit á r i a .

TV conve n cion al, TV digital e a educ a ç ã o

O século XX foi mar c a d o

pelo início das teleco m u n i c a ç õ e s ,

medi a d o pelas tecnologi a s, cons tit uin d o- se em um dos fator e s de inte g r a ç ã o das socied a d e s . A televis ão que nos per mitiu ver e ouvir conju n t a m e n t e

acont e ci m e n t o s

a longa distâ n ci a , possibilita n d o

a

inte n sificaç ã o das tra ns p o si çõ e s de front ei r a s sem a nece s si d a d e dos desloc a m e n t o s físicos. Vivemos, nos primó r dios da TV, uma ta mb é m inte n sificaç ã o do movim e n t o expa n sio nis t a das gra n d e s potê n ci a s e dos gra n d e s cent r os urba n o s , que pas s a r a m cen tr a liz a d a

as

image n s

est a b el e c e n d o- se o que ligad o s

à cha m a d a

e

as

distrib uír e m

ficou conh e cido

Escola

de

a produzir de forma em

broadcasting,

atr av é s

dos intelec t u a i s

como

indústria cultural,

Fra nkf u r t ,

exat a m e n t e por prod uzir e m produ t os em série, com o objetivo de atin gir o maior núm e r o possível de pesso a s . Embor a a prim ei r a televis ão brasileir a tenh a sido uma emissor a come r ci al, que come r ci alizav a prod u t o s por meio de anú n cios, já existia

uma

solicita ç ã o

de

um

grupo

de

educ a d o r e s

ligados

à

tra dicion al Rádio Roque t e Pinto par a a conce s s ã o de um can al de TV par a

fins

contin uid a d e

exclusiva m e n t e ao

trab a lh o

educ a tivos. de

O

educ a ç ã o

objetivo a

era

distâ n ci a

dar já

em

des e n v olvim e n t o na rádio. Apesa r da conc es s ã o solicita d a ter sido aprov a d a em 1952, por proble m a s de orde m político- adminis t r a tiv a, a prim ei r a televis ão educ a tiv a no Brasil som e n t e foi criad a em 1967, com a inau g u r a ç ã o da TV Educ a tiv a do Rio de Janeiro (TVE/RJ).

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

19

Um longo per c u r s o , já analis a d o por divers o s outr os auto r e s foi per co r ri d o

até

15

,

hoje, pass a n d o pelo nasci m e n t o e a deca d ê n ci a

da TV Tupi de São Paulo, de outr a s pequ e n a s emisso r a s , e, por

fim,

dura n t e o período da ditad u r a milita r no Brasil, pela asce n s ã o da TV Globo.

Isso

assin a t u r a

ocor r e u , cont a- nos

Capa r e lli

(1986: 1 2) , a par tir

da

de contr a t o de coope r a ç ã o técnic a e financ ei r a com o

gru p o ame ri c a n o Time-Life, ass u mi n d o um “acen t u a d o modo racion al e capit alist a

de

prod u ç ã o ,

com

técnic a s

adminis t r a t iva s

das

mais

mod e r n a s ” . A conve r g ê n c i a da inform á ti c a com as teleco m u ni c a ç õ e s , dest a q u e par a a inte r n e t a par ti r da met a d e dos anos 90, ampliou as possibilida d e s de comu nic a ç ã o e, pote n ci al m e n t e insisti mos , passo u a

per mitir

que

cad a

cida d ã o

supe r a s s e

a

simples

posiçã o

de

rece p t o r . As tecnologi a s da infor m a ç ã o e da comu nic a ç ã o, com ênfas e na inte r n e t ,

possibilita m

a

disse mi n a ç ã o

da

infor m a ç ã o

de

form a

insta n t â n e a a um maior núm e r o de pesso a s em relaç ã o a qualq u e r outr o

meio

de

comu nic a ç ã o.

Vivemos

hoje

num a

socied a d e

atr av e s s a d a pela velocid a d e , onde, como diz Mach a d o (1997: 1 7 2) , “as infor m a ç õ e s

circula m

segu n d o

a temp o r a lid a d e

próp ri a

das

ond a s eletr o m a g n é t i c a s e das rede s de fibra óptica”, dando- nos uma sens a ç ã o ten d e m

de conexã o a se mistu r a r ,

e de inte gr a ç ã o os espa ç o s

plan e t á r i a .

e os tem p o s

Local e global se modifica n d o,

modifica m a noss a perc e p ç ã o do próp rio plan e t a . A segu n d a meta d e do século XX foi ma rc a d a siste m a s

de comu nic a ç ã o

de mas s a

política s públic a s focalizad a s tele m á ti c a 15

16

pela explosã o dos

e da inte r n e t ,

na democ r a tiz a ç ã o

dem a n d a n d o

dos recu r s o s da

. Uma outr a etap a dess e movim e n t o come ç a a se deline a r

Nos últimos anos, vários artigos, diss e r t a ç õ e s e tes e s fora m realiza dos analis a n d o a televisão educ a tiva no Brasil tais como: Belloni (1983), Franco (1987), Fusa r i (1990) e Fisch e r (2001). 16 Como já visto ant e rio r m e n t e , diver so s país e s des e nvolve r a m e implan t a r a m progr a m a s nes s a linha, em quas e todos eles denom i n a d o s de Progr a m a s para a Socieda d e da Infor m a ç ã o. Diverso s autor e s estu d a r a m o tem a e o nosso grupo de pes qui s a tem tam b é m se debr u ç a d o na quest ã o, com um enfoqu e especial mais voltado par a a educ a ç ã o. Desta c a m o s aqui o trab al ho de Bonilla (2002), ao analis a r

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

a par ti r

da

pesq uis a s

sobr e

20

a conve r g ê n c i a

tecnológic a

e, em

esp e ci al, com o des e nvolvim e n t o de pesq ui s a s visando a implan t a ç ã o da TV Digital em diver s a s par t e s do mun do, incluindo o Brasil, que est á imple m e n t a d o o seu Siste m a Brasileir o de TV Digital (SBTVD), pod e n d o vir a se constit uir em uma gra n d e possibilida d e de inclus ã o digital. Isso se o camin ho escolhido não for o da simples distribuiç ã o em broadcasting de prod ut o s imag é ti co s em alta definiç ão que, no ent a n t o , aind a contin u a r i a m sendo prod uzido s de form a cent r aliz a d a e, com isso, fortalec e n d o a per s p e c t iv a de domin a ç ã o e de expa n s ã o do capit al. Do ponto de vista tecnológico e dos conte ú d o s , ao longo dess e livro o leitor já deve ter se depa r a d o com as diver s a s possibilida d e s de

rádio e TVs Digitais em implan t a ç ã o

mun d o

17

em divers a s

par t e s do

. També m já deve ter visto que o gover n o bra sileir o, por

meio do Decr e t o nº 4.901, de 26 de novem b r o de 2003 optou em não adot a r nenh u m busc a n d o

dos siste m a s

promov e r

vigent e s no mun do par a TV digital,

a inclus ã o social, a diver sid a d e

cultur al e a

demo c r a t iz a ç ã o da infor m a ç ã o , bem como propicia r a criaç ã o de red e unive r s al de Educ a ç ã o a Distâ n cia

18

, atr av é s da elabo r a ç ã o de

um modelo próprio, condize n t e com a realid a d e nacion al. Exat a m e n t e aí que ent r a m as noss a s preoc u p a ç õ e s , uma vez que par a a educ a ç ã o , seja ela pres e n ci al ou a distâ n ci a , a TV digital não é simple s m e n t e

uma

televis ão

par a

as mas s a s

onde

a infor m a ç ã o

contin u a r á a ser produzid a e tra ns m iti d a de forma unilat e r a l pelas emisso r a s .

Ela

pode

se constit uir

em

um

enor m e

poten ci al

de

comu n ic a ç ã o multi- direcion al, o que a torn a inte r a tiv a, e, com isso, pote n ci aliza d o r a

de

espa ço s

não- linea r e s

de

const r u ç ã o

de

conh e ci m e n t o. os limites do conceit o sociedade da informação e as implicaçõ e s propos t o s por Brasil e Port ug a l par a a educa ç ã o ness e s paíse s. 17 18

dos prog r a m a s

Ver por exem pl o os capítulos 1 e 2. cf decre t o, dispo nível em www.m c t. gov.b r/le gi s/ d e c r e t o s . Acesso em 05/02/2 0 0 5 .

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

Essa concr e t a s

discus s ã o e

impõe

indisp e n s á v ei s

pens a r m o s par a

as

21

condiçõe s

possibilita r

o

mat e ri ais

pleno

uso

das

pote n ci alid a d e s das TICs na educ a ç ã o e fora dela. Isso significa, que nece s si t a m o s de política s públic as que gar a n t a m o acess o à rede mun di al de comp u t a d o r e s já que hoje, mes m o com o consid e r á v el cres ci m e n t o em diver so s paíse s, inclusive o Brasil, esse aces s o ainda é rest rit o à uma minori a da popula ç ã o, exat a m e n t e a mes m a minori a que já tem aces s o a todos os dem ais bens da cultu r a , da saúd e, da ciência e das tecnologia s . A preoc u p a ç ã o com a inclus ã o digital é fund a m e n t a l

par a

que

gra n d e

par t e

da

popul a ç ã o

tenh a

a

possibilida d e s de se inserir ness a cultur a tecnológic a, inclusive par a pod e r

efetu a r

a

sua

crític a,

num a

pers p e c tiv a

difer e n ci a d a

e

inte r a t iv a. A popul aç ã o que tem aces so a esses bens tecnológicos, além de ser uma minori a, mer o s

utiliza esse s supor t e s ape n a s

consu m i d o r e s .

O que se busc a

na pers p e c tiva de

é form a r

um público que

inte r aj a , produzin do, inseri do na cha m a d a ciber c ult u r a . Ao cont r á r io dos

teles p e c t a d o r e s

da

TV

analógic a,

ter ão

a

possibilida d e

est a b el e c e r uma per m a n e n t e inte rloc u ç ã o crític a e ques tio n a d o r a . Um público que já está acost u m a d o ,

pelo menos poten ci al m e n t e

(desc ul p e- nos a insist ê n ci a!) , a um univer so de inte r a tivid a d e atr av é s de chats, utilizan do Gaim, MSN, ICQ, do corr eio eletr ô nic o, dos blogs e fotoblogs,

ent r e

tantos

outros

canais ,

form a n d o

pote nci ais

comu n id a d e s virtu ais, fora do ambie n t e da TV prop ri a m e n t e dita.

A Ger aç ã o Digital: eles estã o em outr a ?

As car a c t e r í s tic a s pres e n t e s na atu al ger a ç ã o das red e s digitais, fora m

obse rv a d a s

analis a r e m

por

Babin

o compo r t a m e n t o

e

Koulou m dji a n

dos

jovens



frent e

em às

1989,

ao

tecnologi a s

analó gic a s audiovisu ais. Esses autor e s apont a r a m que as crian ç a s e os adolesc e n t e s

dese nvolve m

“uma

outr a

man ei r a

de ser

e de

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

22

comp r e e n d e r , ou se prefe ri r e m , uma outr a cultu r a , no sentido amplo do ter m o” (1989: 1 0). Don Tapscot t, em 1999, analis a n d o não mais os antigos meios audiovisu ais analógicos, como Babin e Koulou m dji a n, e sim o univer s o dos jogos elet r ô ni co s, da inte r n e t e das tecnologi a s digitais, afirmo u que os jovens entr e 02 e 22 anos, ao final do século XX, mes m o não sendo pess oa s ativa s na inte r n e t , já faze m par t e da deno mi n a d a

Geração Net – Net Generation ou

simples m e n t e ,

N-Gen

(Taps co t t, 1999: 01). Na mes m a linha, Dougla s Rushkoff define a ger a ç ã o que nasc e u a par tir da déca d a de 1980 como screenagenrs19 , pois ela está inserid a no mun do

do mouse, joystick, videogame e da inter n e t .

Cont u do,

a

princip al difer e n ç a apont a d a por Tapsc ot t (1999) entr e ess a nova ger a ç ã o e a ger a ç ã o da televis ão é que esse s jovens não que r e m ser ape n a s espe c t a d o r e s , eles que r e m ser usuá rio s inter a tivos. Enqu a n t o a televis ão é um veículo de rec e p ç ã o, no mun do digital, as crianç a s da Geração Net têm a possibilida d e de ser autor e s e co- auto r e s de novos espaç o s inter a tivos e de apr e n diz a g e n s razão,

Cristia n e

Nova

coletivas. Por est a

e Lynn Alves, afir m a m

que

ess es

jovens

“aca b a m orga niz a n d o sua existê n ci a a parti r não apen a s da lógica da escrit a e da linea rid a d e , mas por meio de pens a m e n t o s hipe r t e xt u ai s e associa tivos” (2003: 1 2 1 ). Exat a m e n t e pelo fato deles des e nvolve r e m essa capa ci d a d e de multip r o c e s s a m e n t o , simult a n e a m e n t e , deno mi n a m o s

ess a

de

inclusive tur m a

realizaç ã o ao

usar e m

de os

várias

ativida d e s ,

comp u t a d o r e s ,

de geração alt+tab , numa

refer ê n c i a

que ao

atalh o utilizado par a mud a r de ter mi n al em ter mi n al, de janela em janela, nos compu t a d o r e s .

Mais uma vez, velocida d e , acele r a ç ã o ,

multip r o c e s s a m e n t o . Tudo, ao mes m o tem po, aqui e agor a!

19

Screen é tela em inglês e aí está a associaç ã o esta b el e ci d a por Tapscot t , utilizan do a conhecid a expr e s s ã o que deno mi n a a gera ç ã o mais jovens (teenagers).

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

23

Essa ger a ç ã o de jovens e adoles c e n t e s , incluindo crian ç a s em ten r a

idade, cria m

comu ni d a d e s

virtuais, des e nvolve m

softw a r e s ,

fazem amigos virtu ai s, vivem novos relacion a m e n t o s , simula m novas expe riê n ci a s e identid a d e s , encu r t a m as distâ n ci a s e os limites do temp o

e do

espa ço

elet r ô ni co s.

Enfim,

ciber e s p a ç o

e

a

e invent a m vivem

a

inser ç ã o

novos

sons,

cibe r c ult u r a .

na

imag e n s O

cibe rc ul t u r a

e textos

cont a t o

ocor r e m

com

de

o

form a

difer e n ci a d a entr e ess a nova ger a ç ã o e a maiori a dos adultos, pois, par a este s, qua s e sem p r e é pre ciso que algué m os auxilie a iniciar as prim ei r a s ativida d e s no mun do digital. A geração alt+tab , ao contr á r io, inte r a g e

com

cres c e r a m

as

tecnologi a s

de

usan do comp u t a d o r e s

form a

mais

espont â n e a ,

pois

e descob r in d o a máq ui n a quas e

sozin hos. Par a eles, tudo é uma ques t ã o de ‘futuc a r’ 20 . Desta form a, cria m sua próp ria lógica de utilizaç ã o das tecnologia s, aden t r a n d o pelos seus próp rios caminh o s e const r ui n d o conhe ci m e n t o s . Por meio de açõe s como reco r t a r , copia r, colar, simula r, tudo se modifica, novas

possibilida d e s

ressig n ifica d o s.

vão

sur gi nd o

Há uma mixage m ,

e

conc eitos

um hibridis m o

est ão

sendo

de lingua g e n s ,

ond e o hipe r t e x t o torn a- se uma das rep r e s e n t a ç õ e s dest a nova form a de pens a r não- linea r , não hier á r q u i c a e associa tiv a. Os estu d os mos tr a m modifica m

realiza do s

que,

ao

seu

conte s t a d o r e s :

por Turkle

inter a gi r

com

as

compo r t a m e n t o , “Eles aceita m

(1995) mídias

e Taps cot t digitais,

torn a n d o- se

pouca

mais

(1999)

os

jovens

críticos

coisa pelo significa d o

e

óbvio,

provav el m e n t e por q u e existe um meio de ques tio n a r as coisas. (...) A Geração Net tem

20

as

ferr a m e n t a s

par a

desafia r

idéias,

pesso a s ,

Expre s s ã o usad a por Ingrid, de oito anos, à époc a, em uma aula inaug u r a l da Facul d a d e de Educ a ç ã o da Universi d a d e Fede r a l da Bahia, onde oito crianç a s e jovens, de seis a 16 anos, vivencia r a m a inter a ç ã o com uma par afe r n á li a elet r ô ni c a (jogos, tv, sons, microfon e s ) e explicava m ao público (alunos e profes s o r e s univer sit á ri os) sobre as dificulda d e s , facilida d e s e import â n ci a das TICs e sua relaç ão com a educ a ç ã o. Evento integr a n t e da pesq ui s a guar d a chuva (Educ a ç ã o e Tecnologia s cont e m p o r â n e a s ) do grupo de pes q ui s a Educa ç ã o, Comunic a ç ã o e Tecnologia s (GEC). www.fac e d. ufb a. b r / g e c /c ri a n c a s

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

afirm a ç õ e s

– qualqu e r

24

coisa. Esses jovens ador a m

argu m e n t a r

e

deb a t e r ” (Tapscot t, 1999: 8 5). Talvez ess a ger a ç ã o tenh a ess e tipo de compo r t a m e n t o por q u e ant es, as mídias de mass a era m feitas par a uma audiê nci a que não tinh a meios de interfe r i r na mens a g e m . Hoje, com as mídias digitais, os

sujeitos

sociais

dire t a m e n t e

são

tam b é m

na comu nic a ç ã o.

auto r e s

Desta

que

forma,

pode m

interf e ri r

ao cont r á r io

do que

apo n t a v a Mar s h al McLuh a n (1995) qua n do disse que o meio é a men s a g e m , Manu el Castells enfatiza que, por caus a da diversid a d e prop o r cion a d a pelas TICs, “no novo siste m a de mídia, a mens a g e m é o meio. Ou seja, as car a c t e r í s tic a s

da mens a g e m

molda r a m

as

car a c t e r í s tic a s do meio” (1999:3 6 4 ) . Par a nós, isso é funda m e n t a l exat a m e n t e

na

consu m i do r e s

pers p e c tiv a de

de

inform a ç õ e s

supe r a r m o s e pode r m o s

a função assu mir

de

mer os

o pap el

de

const r u t o r e s de conte ú d o s , cultur a s e infor m a ç õ e s . O fato

dos

jovens

– os

conec t a d o s ,

não

cust a

insistir!

-

est a b el e c e r e m um outro tipo de relaç ã o com as TICs, onde não há front eir a s , nem limites de temp o, faz com que o seu ente n di m e n t o no que

se refer e

proce s s o

de

às relaçõ e s inte r a tivid a d e

esta b e l e ci d a s seja m

virtual m e n t e

difer e n ci a d a s

dos

em

pleno

adultos

da

ger a ç ã o do rádio e da TV 21 . As emoçõ e s são manifes t a d a s por meio de exp r e s s õ e s e imag e n s subjetiva s e, nest e sentido, a inte r a tivid a d e adq ui r e uma outr a dime n s ã o , pois a tecnologi a pass a a ser o veículo de medi a ç ã o ent r e as pesso a s. Desta

form a,

vale

a

pen a

ques tion a r :

o

que

significa

inte r a t ivid a d e par a a ger a ç ã o digital? O que é inter a tivid a d e par a os adminis t r a d o r e s

de sítios (webmasters) e par a

os empr e s á r i o s

que

prod u z e m os sítios ditos ‘inter a tivos’? Como a educ a ç ã o est á usa n d o

21

Ao nos refe rir m o s a jovens e adultos n ã o que r e m o s mant e r uma vis ã o maniq u e ísta uma vez que muitos adultos tam b é m utiliza m as TICs . Nest e senti do, talvez fosse melhor fazer refer ê ncia à s pess o a s que inte r a g e m com as TICs e as que n ã o inter a g e m .

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

25

a inter a tivid a d e , seja na sala de aula pres e n c i al ou na educ a ç ã o a distâ n ci a , com os alunos da ger a ç ã o digital? Acredit a m o s

que

um

diálogo

inter a tivo

ocor r e

qua n d o

socialm e n t e temos a possibilida d e de intervir e modifica r a noss a men s a g e m

a par tir

da mens a g e m

do outr o

e vice- vers a.

Nes t e

sentid o, ambos infor m a m - se e const r o e m conhe ci m e n t o s de forma dialógic a como já nos suge ri a Paulo Freir e, na époc a em que não existia

nenh u m a

refer ê n ci a

ao mun do

digital,

ao explicit a r

que

“ed uc a r e educ a r- se na prátic a da liber d a d e , é tar ef a daqu el e s que sab e m que pouco sabe m – por isso sabe m que sabe m algo e pode m assim cheg a r a sabe r mais – em diálogo com aquel e s que, quas e sem p r e , pens a m que nad a sabe m , par a que estes, tran sfor m a n d o seu pens a r

que

nada

sabe m

em

sabe r

que

pouco

sabe m ,

poss a m

igu alm e n t e sabe r mais” (1977: 25). Talvez

pelo

fato

de

não

encon t r a r e m

na

TV analógic a

a

inte r a t ivid a d e e a hipe r t e x t u a lid a d e que deseja m , os “inte r n a u t a s ” acab a m crian do outr a s forma s de inter a gi r que não se rest rin g e m ape n a s

ao

ambie n t e

propo r cio n a d o

pelos

“supo r t e s

de

TV

e

comp u t a d o r e s ” hoje disponíveis. Talvez, justa m e n t e aí , esteja m as possibilida d e s

de apro p r i a ç ã o

dest e s

subjetivida d e s . Estas possibilida d e s

elem e n t o s

na prod uç ã o

de

pode m ser pote n ci aliza d a s

na

Educ a ç ã o par a propo r cio n a r aos sujeitos sociais, nos seus difere n t e s esp a ç o s

e ter ritó rios , a opor t u ni d a d e

de deixar de ser e m

mer os

rece p t o r e s de infor m a ç õ e s emitidas pelo profes so r , por um televisor ou um siste m a

multimídia.

Pode r ã o

ser assim,

cons t r u t o r e s

de

cultu r a e conhe ci m e n t o s atr av é s de uma infra- estr u t u r a tecnológic a e com outr a s conc e p ç õ e s

de educ a ç ã o, aqui ente n did a

no plur al

pleno, de tal form a que as ações na escola, se amplifiqu e m e pass e m a ser ações na socie d a d e . Na rede , como na escola, e princip al m e n t e na escola em rede, a menin a d a pode r á interf e ri r nas mens a g e n s , nos conte ú d o s , nas image n s , nos sons e dar novos direcion a m e n t o s à ação educ a tiva. Isso

gar a n ti r á as condiçõe s de conc r e tiz a ç ã o da

Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

inte r a t ivid a d e

que

per mit e

a

26

multi- dire cion alid a d e- hibrida ç ã o ,

nece s s á r i a à const r u ç ã o coletiva de conhe ci m e n t o e da cultur a , num a form a

de

particip a ç ã o- interv e n ç ã o

nec es s á r i a s

à

forma ç ã o

de

cidad ã o s críticos e particip a tivos. Nes ta base a d a lógica

pers p e c t iv a,

no esqu e m a

a

lógica

da

distrib uiç ã o

da

emiss ã o- mens a g e m- rece p ç ã o

da comu nic a ç ã o,

uma

inform a ç ã o

mud a

vez que a mens a g e m

par a

pass a

utilizad a pelo aluno/int e r n a u t a / ci d a d ã o . Este, por sua vez, possibilida d e

de dar novos enca mi n h a m e n t o s

a

a ser ter á a

aos cont e ú d o s

que

est ão postos nas rede s sócio- técnic a s, que r na sala de aula pres e n ci al ou virtu al. Assim, a deno min a d a ger a ç ã o digital ou ger a ç ã o alt + t a b , na sua man eir a de ser, de se rela cion a r , de agir, apr e s e n t a gra n d e s des afios

aos

comunic a d o r e s

e

educ a d o r e s ,

exat a m e n t e

pela

pote n ci alid a d e de ser uma ger a ç ã o que stion a d o r a , que não aceit a mais a condiç ã o de simples objeto da ação, que r como espe c t a d o r ou como rec e p t o r . Uma ger a ç ã o que desej a inter a gi r , tece n d o novos fios,

am a r r a n d o

outr os

nós

e conect a n d o

difer e n t e s

links como

possibilida d e s par a a tran s m i s s ã o e a cons tr u ç ã o de conhe ci m e n t o s , par a um plane t a justo e solidá rio.

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Cap 9

Novas Mídias Digitais Midias Digitais e Educ a ç ã o

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