MÍDIAS LOCATIVAS, WIKICIDADE E CIBERCIDADE: uma relação entre sociedade, informação e cidade

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MÍDIAS LOCATIVAS, WIKICIDADE E CIBERCIDADE: uma relação entre sociedade,
informação e cidade





Ramon Fernandes Lourenço[1]

Maria Inês Tomaél[2]




RESUMO

A presente pesquisa teórica pretende analisar o papel da informação na nova
cidade, um espaço marcado por rápidas transformações resultantes da relação
entre os indivíduos, as novas tecnologias e a informação. Para tanto foi
realizada uma pesquisa bibliográfica para definir os três conceitos
fundamentais deste estudo, mídias locativas, wikicidade e cibercidade, suas
diferenças e similaridades, e identificar suas relações com a informação, o
ciberespaço e a cidade contemporânea. Como resultado verificou-se que as
mídias locativas e as wikicidades são exemplos de soluções que possibilitam
novos comportamentos entre a sociedade e a cidade que, por sua vez, fazem
emergir a cibercidade enquanto fenômeno resultante das relações
transformadoras entre sociedade, informação e novas tecnologias e a cidade.


Palavras-Chave: Mídias locativas; Wikicidade; Cibercidade; Informação;
Ciberespaço.





1 INTRODUÇÃO



Analisar as cidades pelo viés da Ciência da Informação é entendê-la
inicialmente como um espaço de fluxos de informação e conhecimentos, mas
sem deixar de visualizar a dinâmica de pessoas, de veículos e de
infraestrutura nesta complexa relação. É notório que o avanço das
tecnologias de informação e comunicação alteram sobremaneira a relação do
homem com o ambiente, sendo a cidade um dos espaços mais sensíveis às
transformações sociais, culturais, econômicas e tecnológicas advindas do
acelerado desenvolvimento das últimas décadas.
Ao reconhecer a cidade enquanto espaço em transformação permanente, em
decorrência da interdependência entre seus elementos fixos e os fluxos
(SANTOS, 2006, p.38), pode-se entendê-la como um grande laboratório de
novas práticas e novas relações, sejam elas em quaisquer dimensões humanas.
Porém, para este trabalho sobressaem-se as novas relações entre homem,
informação e espaço que, mediadas pelas novas tecnologias de informação e
comunicação, criam novas práticas com grande potencial de transformação do
espaço urbano.
Como resultado direto desta enxurrada informacional e da evolução das
tecnologias de informação está o surgimento do ciberespaço, tal qual define
Lévy (1996), sendo ele um espaço "desterritorializado" e capaz de
influenciar alterações concretas em diferentes momentos e locais
determinados. Esta concepção de Lévy aponta para a emergência da
cibercultura como resultado da evolução deste espaço virtual e da sua
influência no cotidiano das pessoas. Uma vez que elementos da sociedade e
da economia vão se desprendendo de uma temporalidade e localidade
definidas, fruto da virtualização, a cibercultura ganha contornos cada vez
mais explícitos como resultado das mudanças no comportamento do indivíduo
contemporâneo.
Por sua vez, este ciberespaço possibilitou o surgimento de novas
tecnologias que amplificam o potencial de transformação em territórios e,
dentre as ferramentas, uma em particular tem fundamental importância para
este trabalho, as Mídias Locativas. Para Santaella (2008a) estas
ferramentas tem a capacidade de serem sensíveis ao contexto em que estão
inseridas, ou seja, localizam, classificam, transferem, usam e descartam
informações relacionadas a localização geográfica do usuário, auxiliando-o
na construção de uma informação contextualizada. Esta tecnologia, tal qual
informa Santaella (2008a, p. 95), faz "emergir novas espacialidades de
acesso, presença e interação" resultando em novas formas de relação entre
pessoas, informação e a cidade.
É com base nestas novas possibilidades, resultantes do avanço das
mídias locativas e do ciberespaço, que se fundamenta o debate acerca das
mídias locativas, da wikicidade e da Cibercidade enquanto espaços onde a
relação entre a informação e o território se estreitam. Como resultado
desta discussão ressalta-se a necessidade de trilhar caminhos de análise
sobre a relação entre pessoas, informações e lugares que não vislumbrem as
plataformas tecnológicas como únicos responsáveis pela construção de uma
nova relação com a cidade. Mas sim, reconhecendo que tais soluções
tecnológicas contribuem para o estabelecimento de novas relações com o
espaço urbano, porém, elas em si não são suficientes para caracterizá-lo,
sendo necessário analisar o complexo contexto social, cultural, ambiental,
econômico e de infraestrutura para renomear uma cidade.
Neste sentido, o objetivo deste estudo foi analisar o papel da
informação, mediada pelas novas tecnologias, na transformação da cidade no
século XXI, procurando entendê-lo a partir dos conceitos de mídias
locativas, wikicidade e cibercidade enquanto espaços de ressignificação que
se formam, cujo propósito é repensar e transformar o espaço urbano e suas
relações.

1.1 Metodologia

Para o estudo dos conceitos de mídias locativas, Wikicidade e
cibercidade em sua relação com a informação, o ciberespaço e a cidade foi
realizada uma pesquisa teórica utilizando o método pesquisa
bibliográfica, o levantamento da literatura foi realizado em fontes
nacionais e internacionais. As buscas pelos conceitos centrais retornaram
resultados em português e inglês, ainda em pequeno número de publicações,
mas que foram suficientes para realizar o processo reflexivo destes
conceitos.
O resultado deste levantamento resultou na criação de um quadro
comparativo com os três conceitos centrais, compilando suas principais
características para possibilitar a reflexão sobre as diferenças e
similaridades, e também sobre as diferentes abordagens entre informação,
ciberespaço e cidade.



2 A ENXURRADA INFORMACIONAL E O CIBERESPAÇO



Os avanços tecnológicos dos últimos anos têm alterado
significativamente a relação entre a sociedade, a informação e o espaço na
atualidade. Analisar como se deu este avanço focado nas tecnologias e nas
mudanças dos fluxos de produção, compartilhamento e uso da informação é
fundamental para entender a nova configuração deste mundo hiperconectado,
onde o conhecimento e a informação assumem papel fundamental nesta
transformação.
Para retomar o processo de desenvolvimento destas tecnologias de
informação é importante analisá-lo levando em consideração a emergência da
teoria da informação, justamente pela intrincada relação entre o
desenvolvimento tecnológico e a evolução do conceito de informação.
Informação é um conceito polissêmico, utilizado de diversas maneiras em
muitos campos científicos, sendo esta característica uma herança do início
de sua construção. Entender as origens desta interdisciplinaridade é
importante para se ter uma leitura contextual ampla sobre a importância
deste campo de estudo, o que pode ser verificado por suas principais
correntes teóricas: a teoria matemática de Shannon e Weaver, a teoria
sistêmica e seus princípios biológicos da cibernética de Wiener, a teoria
crítica da informação e sua fundamentação na filosofia e da história, as
teorias da representação e da classificação da biblioteconomia, os estudos
de comunicação científica e os estudos de usuários, com contribuições da
comunicação, psicologia, antropologia e outras áreas do conhecimento
(ARAÚJO, 2009).
Ao recapitular tais correntes é possível traçar suas relações com os
avanços das tecnologias de informação e comunicação de cada época e sua
influência nas transformações sociais que se seguiram, sendo estes pontos
cruciais para a definição do conceito de informação. A teoria matemática de
Shannon e Weaver, por exemplo, teve grande importância para o avanço da
eficácia da transmissão de informação de um ponto a outro, como no telefone
(SILVA e FREIRE, 2012, p. 20). Já com relação a tecnologias mais avançadas,
como a computação, cujos conceitos de entrada e saída, fundamentais para
estes sistemas de informação, tiveram origem na cibernética de Wiener
(ARAÚJO, 2009, p. 195).
Tais avanços tecnológicos não seguiram dissociados das transformações
sociais que transcorreram nos anos seguintes, uma vez que abriram novas
possibilidades nas relações do indivíduo em grupo, relativizando cada vez
mais o tempo e o espaço enquanto limitadores do compartilhamento da
informação e do conhecimento. Estas transformações influenciaram também o
conceito de informação, evoluindo de uma concepção fechado de pacote de
dados, para a necessidade de entendê-la em seus processos mais subjetivos.
Esta abordagem contextual surge em resposta à complexa dinâmica atual de
abundância informacional, com fácil acesso à fontes de informação e alto
potencial de compartilhamento. Esta verdadeira enxurrada informacional
revela os diversos filtros pelos quais a informação passa até fazer sentido
ao usuário, reforçando a necessidade de que a Ciência da Informação traga
uma reflexão sobre a subjetividade da informação, assim como aborda Capurro
(2007, p. 194):
A medida que os sistemas de informação tornam-se mais
globais e interconectados, a informação implícita é,
muitas vezes, perdida. Esta situação desafia a Ciência da
Informação a ser mais receptiva aos impactos sociais e
culturais dos processos interpretativos e, também, às
diferenças qualitativas entre diferentes contextos e
mídias.
Para tanto, é necessário que o conceito de informação seja entendido
para além da noção matemática, que o vincula à ação linear de "comunicar
algo a alguém", assumindo uma dimensão relacional, atenta aos contextos
sociais e culturais, tal qual destaca o autor, situando a informação como
uma força constitutiva da sociedade. Assim, fica clara a importância que a
informação tem no desenvolvimento das cidades, ainda mais agora em que o
mundo virtual e real já não tem mais suas fronteiras definidas.
Como resultado direto do avanço tecnológico e da evolução do
entendimento da informação está o surgimento do ciberespaço. Este novo
espaço, desterritorializado e desprendido da noção clássica do tempo, é que
possibilita que a informação circule em fluxos globais, aumentando a
importância do conhecimento no desenvolvimento atual. Lévy explora
características da digitalização para ressaltar sua relação com o
ciberespaço, dizendo: "Insisto na codificação digital, pois ela condiciona
o caráter plástico, fluido, calculável com precisão e tratável em tempo
real, hipertextual, interativo e, resumindo, virtual da informação, que é,
a marca distintiva do ciberespaço" (LÉVY, 1999, p.92).
Desta forma Lévy destaca que o ciberespaço, este novo espaço de
comunicações, de troca de informações e conhecimento possibilitado pela
conexão mundial de computadores tem na digitalização suas principais
características, justamente por ela possibilitar que a informação possa ser
transformada, analisada e consultada em suas mais diversas formas. Porém, o
autor destaca que não se deve confundir o ciberespaço com a infraestrutura
técnica das redes de computadores, mas é, na verdade, uma forma específica
de usá-la, que visa, como reforça o autor, "por meio de qualquer tipo de
ligações físicas, um tipo particular de relação entre as pessoas" (LÉVY,
1999, p. 124).
A relação do ciberespaço com a cidade contemporânea fica clara ao
visualizar sua influência no cotidiano do indivíduo comum, sobre os novos
padrões de relacionamento com outras pessoas, instituições e com o próprio
espaço físico, ou seja, a emergência de uma nova cultura influenciada pelo
digital, a cibercultura. Uma vez que elementos da sociedade e da economia
vão se desprendendo de uma temporalidade e localidade definidas, fruto da
digitalização, a cibercultura ganha contornos cada vez mais explícitos como
resultado das mudanças no comportamento do indivíduo contemporâneo, o que,
por sua vez, faz com que este indivíduo influencie alterações concretas no
mundo físico em razão de interações iniciadas no ciberespaço.
Desta forma, é necessário entender as cidades enquanto espaços
formados por fluxos de pessoas e informações e pelas suas estruturas fixas
que sustentam as vias por quais tais fluxos trafegam, para então, definir
como serão estas novas cidades e sua relação com os conceitos de Mídias
Locativas, Wikicidade e Cibercidade.



3 A CIDADE E SEUS FLUXOS E FIXOS



Para falar sobre a cidade neste contexto de interconexões tecnológicas
é importante refletir acerca de seu surgimento e entender seu processo de
contínua transformação, marcado por fluxos de pessoas e informações. Mas
para isso retoma-se o entendimento do que seja propriamente o espaço, quais
suas principais características e sua importância para este trabalho. A
relação do homem com o espaço é foco de análise de diversos pesquisadores
na geografia, sendo Milton Santos um dos mais conhecidos por sua inovadora
abordagem sobre a constituição do espaço em sua dimensão material e social.
Assim, ao descrever o espaço geográfico o autor destaca a indissociável
relação entre dois sistemas, o de objetos e o de ações, ou os fixos e os
fluxos.
Ao pensar nas características principais de um espaço, logo o que se
vem em mente são, provavelmente, sua composição territorial natural e as
resultantes das obras do homem. Estas características são constituintes do
sistema de objetos, tal qual afirma Santos (2006):
No começo da história do homem, a configuração territorial
é simplesmente o conjunto dos complexos naturais. À medida
que a história vai fazendo-se, a configuração territorial
é dada pelas obras dos homens: estradas, plantações,
casas, depósitos, portos, fábricas, cidades etc;
verdadeiras próteses. Cria-se uma configuração territorial
que é cada vez mais o resultado de uma produção histórica
e tende a uma negação da natureza natural, substituindo-a
por uma natureza inteiramente humanizada. (SANTOS, 2006,
p.39)
Verifica-se que o espaço se transforma a medida que a sociedade e as
tecnologias evoluem, saindo do estado de natureza selvagem para um estado
marcado por avanços técnicos, mecanizados e cibernéticos. Neste sentido, o
que se vê é uma artificialização da natureza, uma vez que as próprias
coisas da natureza, quando utilizadas pelo homem, passam também a responder
à objetivos e resultados artificiais.
Um ponto importante com relação aos objetos que formam o espaço é sua
configuração enquanto sistema, sendo os sistemas de autoestradas, de
tratamento de água, da rede elétrica, e até os bairros importantes na
definição do espaço. O sistema de objetos que tem fundamental importância
para a Ciência da Informação, e para este trabalho, é aquele composto pelas
novas tecnologias de informação que são objetos interligados compostos por
cabos, fibras óticas, ondas de rádio e wifi, computadores pessoais, grandes
provedores comerciais que compõem um grande sistema de compartilhamento,
processamento e armazenamento de informações.
A partir do reconhecimento do complexo sistema de objetos é necessário
analisar também o sistema de ações, uma vez que o espaço é definido pela a
dinâmica estabelecida entre estes dois sistemas. Verifica-se que a ação
humana é um comportamento orientado por um objetivo, determinado por uma
situação e tem grande potencial de transformação no espaço. Santos (2006,
p. 49) contribui com este entendimento ao dizer que a ação é "um
deslocamento visível do ser no espaço, criando uma alteração, uma
modificação do meio. Um dos resultados da ação é, pois, alterar, modificar
a situação em que se insere". Assim, é possível visualizar que o complexo
sistema de ações do homem assume contornos diversificados, sendo as
dinâmicas econômicas, sociais, culturais e informacionais fruto direto
desta intrincada relação entre a humanidade e o espaço.
Ao entender o espaço enquanto resultado da inter-relação entre os
sistemas de objetos e de ações, fica evidente a importância que a
informação assume neste processo, sendo ela também fruto da ação humana.
Desta forma o espaço, agora inserido no contexto da globalização, é
concebido como meio-técnico científico informacional resultante permanente
transformação entre os elementos fixos e fluxos, tal como afirma Santos:
Os elementos fixos, fixados em cada lugar, permitem ações
que modificam o próprio lugar, fluxos novos ou renovados
que recriam as condições ambientais e as condições
sociais, e redefinem cada lugar. Os fluxos são um
resultado direto ou indireto das ações e atravessam ou se
instalam nos fixos, modificando a sua significação e o seu
valor, ao mesmo tempo em que, também, se modificam.
(SANTOS, 2006, p.38)
Como espaço demarcado por fluxos a cidade se constrói enquanto palco
de transformações contínuas, onde as interações entre o indivíduo, a
informação e o espaço tem papel central. Pensar a cidade na
contemporaneidade é avançar do entendimento exclusivo de suas
características físicas, reconhecendo o papel das práticas sociais enquanto
constituintes deste espaço, entendendo-a através de suas dimensões
espaciais, sociais e informacionais.
Neste sentido, Carlos (2007, p.20) dá destaque à historicidade deste
espaço, definindo-a "como construção humana, produto histórico-social,
contexto no qual a cidade aparece como trabalho materializado, acumulado ao
longo de uma série de gerações". Ao reconhecer que as transformações
socioeconômico-culturais resultam em evoluções na própria cidade é
necessário também analisar como o avanço tecnológico dos últimos anos tem
influenciado diretamente neste espaço, com o surgimento de novas formas de
mobilidade urbana, até novos usos de antigos espaços.
Estes avanços, relacionados diretamente à emergência do ciberespaço e
das novas tecnologias, mudam profundamente os padrões culturais, invadindo
a vida cotidiana que, de acordo com Carlos (2007, p. 87), recriam "novos
valores, novos signos, novos comportamentos, enquanto destroem símbolos,
transformam os modos de uso do espaço, mudam as relações entre os cidadãos
e destes com a cidade". Portanto, é preciso aprofundar as pesquisas que
enfoquem a relação entre o indivíduo, a informação e o espaço para
identificar como estas novas práticas estão produzindo transformações na
cidade, enquanto espaço de fluxos de informação e conhecimentos.


4 MÍDIA LOCATIVA, WIKICIDADE E CIBERCIDADE


Para aprofundar o entendimento deste fenômeno que envolve a cidade, o
indivíduo e a informação é necessário analisar o papel de três conceitos
fundamentais para esta relação: as mídias locativas, a wikicidade e a
cibercidade. Tais conceitos tem vínculo direto com o entendimento
construído até então sobre o ciberespaço e a cibercultura, a cidade
enquanto espaço de fluxos e fixos e mais ainda sobre a informação enquanto
força constitutiva da sociedade, uma vez que buscam explicar, analisar ou
potencializar novos comportamentos mediados por tecnologias informacionais.
Então, tendo como elemento essencial a relação entre as novas
tecnologias e o espaço, as mídias locativas surgem como resultado direto
das tecnologias móveis, sendo caracterizadas como plataformas tecnológicas
que fazem uso dos sistemas de informação geográfica (GIS) para construir
novas possibilidades de interação entre bancos de dados digitais, lugares e
contextos específicos. Para elucidar esta relação Santaella (2008a, p.132)
explica que tais mídias são sensíveis ao contexto, referindo-se "a um campo
em que a localização de pessoas e objetos pode ser usada pelas máquinas
para derivar informação contextual com a qual dão assistência aos
usuários". Isso quer dizer que tais tecnologias são sensíveis à determinada
localização e a presença de outras pessoas e dispositivos, sendo capaz de
localizar, classificar, coletar, arquivar, descartar e usar informação.
Assim, percebe-se que tais mídias tem o potencial de ressignificar a
compreensão e o uso dos lugares por meio de ferramentas que vinculam
localização e a mobilidade. Esta ressignificação dos lugares é entendida
por Santaella (2008b, p.97) como a criação de uma nova espacialidade de
acesso, presença e interação, "possibilitando, sobretudo, práticas
coletivas que reconstituem os modos como nossos encontros com lugares
específicos, suas bordas e nossas respostas a eles estão fundadas social e
culturalmente". Desta forma o uso das mídias locativas possibilita esta
nova espacialidade por meio da dinâmica que integra componentes simbólicos,
como a experiência do cidadão comum em seu bairro, e técnicos, a utilização
da ferramenta com seu potencial de associação em rede e co-criação para a
transformação dos lugares.
Com relação direta ao conceito de mídia locativa, a wikicidade é um
termo novo utilizado pelo projeto PortoAlegre.cc[3] para nomear a
plataforma colaborativa online e sua relação com o espaço urbano. Para
construir o entendimento acerca deste conceito, propõe-se a análise a
partir do significado do termo wiki que, tal como explicam Ramalho e
Tsunoda (2007, p.1), é um termo havaiano que significa rápido, utilizado
atualmente para designar a produção colaborativa de documentos e conteúdos
digitais, tendo como grande referencial o projeto Wikipédia[4]. Shirky
(2012) avança na análise do termo, afirmando:
[...] um wiki é um híbrido de ferramenta e comunidade. A
Wikipédia, como todos os wikis, cresce se um número
suficiente de pessoas se importarem com ela; do contrário,
morre. [...] Os wikis oferecem aos grupos meios para
trabalharem juntos e defenderem o futuro deste trabalho,
mas isso só é possível quando a maioria dos participantes
está comprometida com esses resultados. (SHIRKY, 2012, p.
117-118)

Desta forma, é possível entender que uma iniciativa que tenha como
pontos centrais a formação de comunidades, a construção colaborativa e a
ampliação da participação tem ligação direta também com o conceito de
Wikicidade, porém aplicada ao desenvolvimento de uma nova relação com o
território. De acordo com os organizadores do projeto PortoAlegre.cc, uma
Wikicidade é "a criação de ambientes digitais, onde é possível ativar a
espiral de informação e o engajamento natural em uma comunidade. [...]
Wikicidade conecta software e cidadãos" (LUZ; LUZ, 2014, p.22, tradução
nossa).
Seguindo com este mesmo posicionamento há o projeto Wikicity, em
desenvolvimento pelo Massachusetts Institute of Technology –MIT, cujo
objetivo é criar uma plataforma em que seja possível agregar os dados e
informações produzidos na cidade das mais variadas fontes, tais como
operadoras de telefonia, transporte público, empresas, autoridades locais e
o cidadão comum. Ao agregar estas informações o projeto propõe, de acordo
com Calabrese et al. ([201-], p. 1, tradução nossa), tornar-se "um
instrumento para os habitantes da cidade basearem suas ações e decisões de
uma forma mais bem informada, levando a um aumento da eficiência e
sustentabilidade no uso do ambiente da cidade", cujo foco é mapear em tempo
real a dinâmica da cidade.
Ao analisar os projetos PortoAlegre.cc e Wikicity é possível perceber uma
linha de entendimento comum para o termo Wikicidade, referindo-se, tal qual
afirmam Bianchini e Grimberg (2012, p.116), "a uma plataforma digital que
permite a discussão da história, realidade e futuro de territórios
específicos com a colaboração dos habitantes". A essência de ambas
definições está na descrição da mediação de uma plataforma digital na
relação entre a comunidade e seu território, com vistas a fomentar o fluxo
informacional em uma rede de cidadãos conectados.
Para entender a relação entre as novas tecnologias de informação e
comunicação e a cidade é necessário também analisar a construção do
conceito de Cibercidade, para posteriormente compará-lo aos outros
conceitos vinculados. O conceito de Cibercidade tem origem na reflexão
acerca do próprio desenvolvimento das cidades contemporâneas, onde a
crescente sobreposição das dimensões local/global e digital/real é
resultado direto dos avanços tecnológicos. São smartphones com acesso à
internet e geolocalização, redes de fibra óptica se espalhando, governo
eletrônico, ciberdemocracia, ciberativismo e serviços online dos mais
diversos. Analisar a cidade neste contexto de redes, técnicas e sociais,
foi o desafio assumido por Lemos ao definir o conceito de cibercidade
(2004, p. 20):
Cibercidade nada mais é do que um conceito que visa
colocar o acento sobre as formas de impacto das novas
redes telemáticas no espaço urbano. Redes de cabos,
fibras, antenas de celulares, espectro de ondas de rádio
permitindo uma conexão wi-fi [...], entre outras, estão
modificando a nossa vivência no espaço urbano através do
teletrabalho, da escola on-line, das comunidades virtuais,
dos fóruns temáticos planetários. O que está em jogo é a
redefinição dos espaços públicos e do espaço privado.

Partindo do impacto das redes telemáticas nas cidades é possível verificar
o complexo fenômeno com que lida a cibercidade, não ficando focada em uma
única solução tecnológica. Lemos (2004, p. 21) chama a atenção para
concepções radicais sobre estas mudanças, defendendo que não há um
rompimento ou divisão entre uma velha e uma nova cidade, mas sim o
reconhecimento das transformações nas dinâmicas urbanas a partir da
emergência das novas tecnologias de comunicação em rede.
Para elucidar o entendimento deste conceito o autor propõe a criação
de um modelo cujo objetivo é desenvolver o capital da inteligência
coletiva, destacando aspectos sociais, intelectuais, culturais e técnicos
importantes para a emergência desta cibercidade. O capital social refere-se
às redes sociais formadas nesta cidade, o capital intelectual remete ao
potencial de criação de obras originais, propriedade intelectual, e também
à qualidade da educação. Já o capital cultural é a rede de significados que
une a população, suas histórias, símbolos e narrativas e, por fim, o
capital técnico é o somatório da infraestrutura desta cidade (LEMOS, 2004,
p.23).
Desta forma fica claro que a cibercidade é a complexa soma dos
aspectos técnicos, sociais, culturais, econômicos e ambientais resultantes
do impacto das novas tecnologias de informação e comunicação em um
território. Este posicionamento marca claramente as diferenças entre o
conceito de cibercidade e os de wikicidade e mídia locativa, mas
ressaltando sua relação comum entre o novo papel do indivíduo, da
informação e da cidade.



5 POSSÍVEIS CONSIDERAÇÕES



Após a construção teórica que ressalta a relação entre os três
conceitos e o ciberespaço, o novo papel da informação e a configuração do
território enquanto resultado de elementos fluxos e fixos, apresenta-se o
quadro 1 com a síntese dos conceitos analisados:
Quadro 1 - Quadro comparativo entre os três conceitos analisados
" "Mídias Locativas "Wikicidade "Cibercidade "
"O que "Um conceito que "Um termo que explica a "Um conceito que "
"é? "explica uma "construção de uma solução "explica o fenômeno"
" "categoria de "tecnológica que busca "das relações entre"
" "ferramentas "convergir o fluxo "território, novas "
" "tecnológicas. "informacional em uma "tecnologias e "
" " "cidade, com o objetivo de "ciberespaço. "
" " "criar novos serviços e " "
" " "comportamentos entre " "
" " "indivíduos, empresas e " "
" " "poder público. " "
"Defini"Plataformas "Plataforma digital que "Soma dos aspectos "
"ção "tecnológicas que "media a relação da "técnicos, sociais,"
" "fazem uso dos "comunidade e seu "culturais, "
" "sistemas de "território, com vistas a "econômicos e "
" "informação "fomentar o fluxo "ambientais e sua "
" "geográfica (GIS) "informacional em uma rede "relação com o "
" "para construir "de cidadãos conectados para"impacto das novas "
" "novas "viabilizar novos "tecnologias de "
" "possibilidades de"comportamentos, tais como o"informação e "
" "interação entre "engajamento na "comunicação nas "
" "bancos de dados "transformação da cidade. "novas práticas "
" "digitais, lugares" "sociais na cidade."
" "e contextos " " "
" "específicos. " " "
"Caract"Define ampla gama"Trata-se de uma plataforma "O conceito trata "
"erísti"de aparatos "tecnológica que se "da rede de "
"cas "tecnológicos e "concentra na convergência "relações entre as "
"princi"comportamentos "do fluxo informacional da "novas tecnologias,"
"pais "resultantes do "cidade, propiciando novas "as novas práticas "
" "uso, "relações entre a população "sociais e as "
" "categorizados por"e a cidade. Há uma "transformações "
" "Lemos (2009) como"diferença entre os dois "resultantes na "
" "Anotações urbanas"projetos apresentados, o "cidade, por meio "
" "eletrônicas; "PortoAlegre.cc pretende "da análise das "
" "mapeamento – "criar uma única plataforma "mais diversas "
" "etiquetas "digital, um mapa "plataformas, sua "
" "geográficas; "colaborativo online, que "infraestrutura e "
" "redes sociais "facilite a interação entre "seus variados usos"
" "móveis; jogos "pessoas e a cidade, "e comportamentos "
" "computacionais de"enquanto o Wikicity "gerados. "
" "rua; mobilizações"pretende desenvolver " "
" "inteligentes. "diversas interfaces. " "
"Relaçã"A relação com o "Ambas plataformas têm no "O ciberespaço tem "
"o com "ciberespaço é "ciberespaço o seu "papel fundamental "
"o "crucial para a "fundamento, pois é nele que"na concepção da "
"Cibere"existência destas"se encontra o fluxo "cibercidade, pois "
"spaço "ferramentas, uma "informacional que é "é um dos elementos"
" "vez que explora "trabalhado pela ferramenta,"integrantes deste "
" "as conexões entre"guardando muitas "conceito, "
" "o ambiente "similaridades com a relação"juntamente com o "
" "digital e a "entre as mídias locativas e"território físico,"
" "localização real."o ciberespaço. "e sua "
" " " "infraestrutura, e "
" " " "as pessoas e seus "
" " " "comportamentos. "
"Relaçã"O território "A relação com o território "Verifica-se que a "
"o com "aparece enquanto "é a mesma para os dois "concepção do "
"o "componente "projetos apresentados, uma "território "
"territ"essencial para "vez que ambos têm nos "enquanto resultado"
"ório: "esta ferramenta "fluxos os elementos "da relação entre "
"fluxos"por meio da "essenciais para sua "os elementos "
"e "relação entre os "realização. Vale ressaltar "fluxos e fixos "
"fixos "fixos, locais "que para o PortoAlegre.cc a"está totalmente "
" "específicos como "relação com o território é "alinhada com a "
" "estabelecimentos "mais explicita, uma vez que"proposta do "
" "comerciais, por "o projeto é materializado "conceito de "
" "exemplo, e os "em um mapa digital cujo "cibercidade, sendo"
" "fluxos, pessoas "foco é promover ações na "ele também o "
" "que frequentam "cidade, porém o Wikicity, "somatório das "
" "tais espaços e "enquanto plataforma de uso "relações entre "
" "produzem "e compartilhamento de "este território, "
" "informações "informação em diferentes "as novas "
" "acerca deles. "interfaces guarda maior "tecnologias, o "
" " "relação com os fluxos que "ciberespaço e as "
" " "os fixos. "pessoas. "
"Papel "Informação "Informação enquanto insumo "Informação em "
"da "enquanto insumo "para o uso da ferramenta, "movimento, fluxo "
"inform"para o uso da "pacote de dados fixo. "informacional, "
"ação "ferramenta, " "informação "
" "pacote de dados " "relacionada aos "
" "fixo. " "contextos sociais "
" " " "e culturais. "


Fonte – Próprio autor
Por meio da análise do quadro 1 é possível verificar as diferenças e
similaridades de cada conceito, identificando em que ponto eles se
relacionam. Assim, verifica-se grande aproximação entre as mídias locativas
e a Wikicidade, entendendo-as como plataformas digitais com relação direta
com o território, onde a informação ocupa um papel semelhante em ambos
conceitos. O Wikicidade PortoAlegre.cc é mais claramente relacionado a
mídia locativa, podendo ser enquadrado na categoria de Mapeamento
Colaborativo, de Lemos (2009, p. 94). Já o Wikicity é a conformação de uma
série de ferramentas, mas que em essência carrega em si todas as funções de
uma mídia locativa. O que se destaca é o papel da informação nestes dois
conceitos, onde ela é tida como insumo, conteúdo, que é produzida
coletivamente e armazenada nestas ferramentas, podendo ser utilizada pelos
usuários. Esta abordagem da informação tem agregado o risco da saturação
pois, caso a apropriação desta ferramenta seja nula ou pequena, sem fluxo
de compartilhamento, somente de armazenamento de novos dados, esta
abordagem poderá incorrer ao problema destacado por Gleick, ao se referir à
biblioteca enquanto repositório do conhecimento:
Essa biblioteca (que os outros chamam de universo) abriga
toda a informação. Mas nenhum conhecimento pode ser
descoberto nela, precisamente porque todo o conhecimento
está nela, arquivado nas prateleiras lado a lado com toda
a falsidade. [...] Não pode haver caso mais perfeito de
saturação de informação. (GLEICK, 2013, p.382)

Nos conceitos de mídias locativas e Wikicidade o que se vê é a
preocupação com a apropriação dos usuários destas ferramentas, pois são
estes usos que dão vida e estabelecem o fluxo informacional tão caro para
os resultados de transformação na cidade. Porém, verifica-se a necessidade
de se analisar a forma como tais ferramentas estão sendo apropriadas pelos
usuários, para confirmar ou refutar se tanto as mídias locativas, quanto a
Wikicidade estão cumprindo com os objetivos propostos.
Ainda em decorrência da comparação entre os três conceitos vale
ressaltar a possível confusão gerada de uma leitura superficial entre a
Wikicidade e a Cibercidade. As diferenças entre tais conceitos são mais
ressaltadas a partir do momento em que se entende que a Wikicidade é uma
plataforma tecnológica com princípios bem definidos, já a cibercidade é um
fenômeno resultante das relações entre sociedade, informação e as novas
tecnologias e a cidade. Para estudar a cibercidade é preciso ter em vista o
contexto social, cultural, econômico, ambiental e de infraestrutura
disponível no território, pois é nesta complexa relação que nascem as novas
práticas sociais que resultam em transformações no território.
Portanto, ao tratar da cibercidade verifica-se que a informação assume
um papel diferenciado dos outros conceitos e termos estudados, sendo aqui
vista enquanto fluxo, resultante das relações sociais, das novas
tecnologias e do ciberespaço. Tal ponto de vista guarda vínculo direto com
a abordagem de Capurro (2007) ao entender que a informação tem uma dimensão
relacional, atenta aos contextos sociais e culturais e tais contextos são
marcados por fluxos, por trocas, por uma relação dialógica. Assim, fica
clara a importância que o processo de compartilhamento de informação tem no
desenvolvimento da cibercidade, ainda mais agora facilitados pelas
tecnologias digitais, onde o mundo virtual e real já não tem mais suas
fronteiras definidas.
É com base nestas novas possibilidades, resultantes do avanço das
tecnologias e do ciberespaço, que se fundamenta o debate acerca das mídias
locativas, Wikicidade e da Cibercidade enquanto espaços onde a relação
entre a informação e o território se estreitam. Como resultado desta
discussão ressalta-se a necessidade de trilhar caminhos de análise sobre a
relação entre pessoas, informações e lugares que não vislumbrem as
plataformas tecnológicas como únicos responsáveis pela construção de uma
nova relação com a cidade. Mas sim, reconhecendo que tais soluções
tecnológicas contribuem para a transformação do espaço urbano, porém, elas
em si não são suficientes para caracterizá-lo, sendo necessário analisar o
complexo contexto social, cultural, ambiental, econômico e de
infraestrutura para nomear uma cibercidade.


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[1] Mestrando em Ciência da Informação (UEL): [email protected]

[2] Doutora em Ciências da Informação, Docente do Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Informação e do Departamento de Ciência da
Informação (UEL): [email protected]

[3] www.portoalegre.cc

[4] www.wikipedia.org
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