Migração Universitária

July 9, 2017 | Autor: Henrique Dolsan | Categoria: Académico, Migração, Universidade
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

EZEQUIEL ALVES DA ROCHA HENRIQUE ADAIR DOLSAN PRISCILA STIEHLER MÁRCIO RICARDO PEREIRA

MIGRAÇÃO UNIVERSITÁRIA

Resumo: Em suma, Migração Universitária é similar ao termo migração tratado por diversos autores. Migração universitária é o ato de um acadêmico se mudar definitivamente ou se transportar diariamente à cidade a qual frequenta seu curso universitário, sendo ele classificado respectivamente como: migração fixa ou temporária.

Palavras-Chave: Acadêmicos. Migração. Universidade.

Summary: In short, University Migration is similar to that term migration treated by many authors. University migration is the act of an academic move permanently or transport every day to the city which frequents your university course, he is classified respectively as fixed or temporary migration.

Keywords: Academic. Migration. University.

ITAJAÍ 2015/1

1 – Introdução

O presente artigo pretende tratar de um assunto muito comum nas universidades de todo país. Vários estudantes vem e vão de suas cidades diariamente ou fixamente. Este ato nominamos de Migração Universitária; tratamos do assunto na visão de alguns autores posteriormente abordados, porém principalmente na de Ravenstein (1885). A migração pode ocorrer de diferentes modos, nos mais variados meios sociais, e é o fenômeno em que há o deslocamento de pessoas de seus respectivos local de origem. O fato de acadêmicos deixarem seus lugares de origem e se dirigirem a cidades próximas, quer para estudar ou morar é uma migração universitária, a qual acontece por inúmeros fatores. O primeiro fator nominamos de Migração Fixa, neste caso acontece a mudança definitiva, inúmeros fatores determinando tais ocorrências como pessoal, profissional, profissional curricular e de status. Temporária, ocorre principalmente entre acadêmicos de cidades vizinhas, ou seja, seu deslocar diariamente tendo como fator determinante para isso o seu curso, pois sua cidade não oferece esta modalidade de ensino. Como metodologia para obter os resultados do estudo, examinou-se com base em pesquisas (anexo) aplicadas em aproximadamente 40 acadêmicos na UNIVALI, em forma de entrevista questionando sobre sua cidade de origem, atual, e algumas opções que melhores se adequaram ao motivo do acadêmico migrar.

2 – Conceituando o termo

Ao conceituar o termo migração universitária devemos retornar às primeiras estipulações do termo migração. Dentre eles podemos utilizar autores da revolução industrial, um grande exemplo é Ravenstein, que estudou todo o processo de migração na Grã-Bretanha em sua publicação no Journal of the statistical society

datada no ano de 1885. No estudo abordou, indiretamente, o êxodo rural, um processo de migração dos moradores de localidades rurais irem para áreas urbanas em busca de trabalho. Outros autores já vieram a estudar os processos de migrações presentes numa sociedade. No Brasil autores como Oliveira e Jannuzzi, publicaram um artigo em 2005 intitulado Motivos para migração no brasil e retorno ao nordeste: padrões etários, por sexo e origem/destino. Vale a pena ressaltar Jerônimo Oliveira Muniz, na sua obra intitulada Um ensaio sobre as causas e características da migração (2010), onde mostrou as duas abordagens que tentam explicar os movimentos migratórios. “A literatura costuma levantar duas abordagens para explicar os movimentos migratórios: uma delas baseia-se em modelos neoclássicos de escolha individual; e a outra utiliza uma abordagem chamada de histórico-estrutural. Na primeira, a decisão de migrar ou não é concebida sob um ponto de vista micro, principalmente através da análise e da ponderação dos custos e benefícios esperados pelo indivíduo racional nos locais de origem e destino. Na segunda, o processo migratório é visto como uma decorrência da conjuntura econômica, social e política vigente. Para esta vertente de autores, os movimentos migratórios são determinados dentro de uma esfera histórico-estrutural ampla, capaz de suplantar os interesses individuais dentro do processo de decisão. Em outras palavras, considerar o contexto econômico e social no qual estão inseridos os migrantes potenciais é mais importante para se analisar as causas do deslocamento populacional do que a simples análise de custos e benefícios, sugerida pela abordagem micro.” (Muniz, 2010, p. 3)

Autores como Peixoto também deixam claro a ligação em relação à migração com a disciplina de sociologia econômica. "A natureza das fronteiras disciplinares dos estudos sobre migrações favorece, de forma clara, a sua ligação aos temas da sociologia económica." (Peixoto, p. 8, 2004). Vejamos adiantes os tipos e fatores para ocorrer uma migração universitária.

3 – Tipos e fatores para ocorrer a Migração Universitária Como vimos anteriormente o tema Migração Universitária é similar ao termo migração tratado pelos autores antes citados, porém uma pouco mais recortado. Os tipos de migração universitária seria o ato de um acadêmico se mudar definitivamente ou se transportar diariamente à cidade ao qual frequenta seu curso, sendo eles respectivamente migração fixa ou temporária.

3.1 – Migração Fixa Podemos tratar a migração fixa como o ato do acadêmico mudar-se definitivamente para a cidade tendo os seguintes fatores: pessoal, profissional, curricular, profissional curricular e status.

3.1.1 – Fator pessoal A migração universitária, portanto, pode estipular-se dentre os cinco fatores citados anteriormente. Um dos fatores seria por parte do acadêmico, de conhecer uma nova cidade, ter novas experiência mudando-se de cidade, basicamente seria o fator pessoal. Por fim isto acaba ocasionando algo que digamos, sem um motivo específico, apenas por vontade própria e cursar este curso como consequência desta efetiva mudança; ora positiva, ora negativa.

3.1.2 – Fator Profissional O segundo seria o campo de atuação. O acadêmico em busca de trabalho na sua área, obriga-se a mudar-se de cidade para seguir o seu ramo. Um dos grandes exemplos, como podemos ver quando tratado deste curso, são os graduandos de Produção Audiovisual. Apesar de ter ensino nas suas cidades, na maioria das vezes, mudam-se para metrópoles como por exemplo São Paulo, pelo campo de atuação profissional ser mais abrangente; este seria o fator profissional.

3.1.3 – Fator curricular (e/ou recomendação) O terceiro fator é o interesse do acadêmico de estudar em um local que proporciona um estudo mais “forte”. Com melhores professores, onde se aborda o tema da forma mais correta, ou por sua cidade não ofertar o curso. Procura o mesmo por busca própria ou recomendação de familiares e terceiros. Dependendo da área e da opinião e onde mesmo não pretendendo atuar na região, vai estudar em busca de uma melhor qualidade. É comum ver este fator em

universidades estaduais e federais, ou até privadas, como por exemplo a Pontifícia Universidade Católica (PUC), então este fator seria o curricular.

3.1.4 – Fator profissional curricular O quarto seria o fator profissional curricular, onde mescla os dois últimos apresentados, tendo interesse por parte do aluno de atuar no campo da região e estudar lá também por ser um ensino recomendado ou bem visto. Quando referido ao primeiro fator, o pessoal, pode aplicar-se também à este onde involuntariamente o acadêmico acaba parando em cidades com um ótimo campo de atuação e ensino.

3.1.4 – Fator status O quinto e último, apesar de ter um nome questionável, é simples de entender o porquê de utilizar ele. Em cidades de pequenas proporções, onde não tem universidades, faculdades ou instituições afins, os habitantes irem morar em outra cidade para estudar é questão de sucesso, é bem visto pela sociedade, como comumente falado, alto nível, ou denomina o acadêmico de inteligente ou esforçado, denominando assim, o fator status.

3.2 – Migração temporária Tendo estes cincos fatores em relação à migração fixa bem esclarecidos, sendo eles o pessoal, profissional, curricular, profissional curricular e status podemos seguir adiante num fato muito comum, a migração temporária. Ela se caracteriza pelo ato do acadêmico mudar-se periodicamente para a cidade a qual cursa. Um grande exemplo é acadêmicos morarem em cidades próximas e se locomoverem de ônibus, van, automóvel próprio ou vindo de caronas, sendo uma migração temporária e não mudando-se definitivamente para a cidade.

4 – Dados da pesquisa O presente item pretende mostrar os dados em formas de gráficos (Gráficos 1 e 2) em relação à pesquisa. Como informado na introdução, para obter os resultados do estudo, examinou-se com base em pesquisas (anexo) aplicadas em aproximadamente 40 acadêmicos na UNIVALI. Foi aplicado uma entrevista questionando sobre sua cidade de origem, atual, e algumas opções que melhores se adequaram ao motivo do acadêmico migrar. A pesquisa foi aplicada nas turmas do Núcleos das Licenciaturas sendo elas: duas de História, Educação Física, Letras, Matemática e Música.

Ed. Física

História

Letras

Matemática

Música

7 6 5 4 3 1 1 1

1

1

PESSOAL

PROFISSIONAL

CURRÍCULAR (E/OU RECOMENDAÇÃO)

1

PROFISSIONAL E CURRICULAR

Gráfico 1 – Visão recortada de cada curso

0

Pessoal

4 9,6 Profissional 12,8 Currícular (e/ou Recomendação) Profissional e Curricular

1

73,6

Status Gráfico 2 – Visão geral

STATUS

Como podemos analisar nos gráficas levantados anteriormente, um dos principais fatores foi o curricular (e/ou recomendação) e o profissional. Os acadêmicos informaram que a cidade, por não oferecer o curso, forçava-os a mudar-se ou locomover-se diariamente, isso aconteceu principalmente no curso de Matemática onde grande parte dos acadêmicos eram de Navegantes, Santa Catarina.

5 – Considerações Finais Considerando este trabalho de pesquisa, “Migração Universitária”, tivemos em vista as dificuldades diárias de cada acadêmico através das entrevista, que por sua vez, tem que se locomover cinco, ou até seis dias por semana para estudar. Sendo que alguns deles moram mais longe que outros, chegando a enfrentar até duas horas de trajeto, ida e volta. Tivemos um olhar sensível para com aqueles alunos que tiveram que fazer uma migração fixa para Itajaí, deixando seus parentes e amigos em sua cidade natal, pois a mesma não ofertava o curso desejado ou não era tão bem conceituada, fora outros fatores como o campo de atuação. Tanto a migração fixa ou a temporária, trazem dificuldades aos acadêmicos, e nosso objetivo neste trabalho foi exatamente esse, apresentar de forma clara essas dificuldades, que talvez futuramente, possa se transformar em uma solução a esses problemas.

6 – Referências Bibliográficas MUNIZ, Jerônimo Oliveira. Um ensaio sobre as causas e características da migração. Belo Horizonte: UFMG/ CEDEPLAR/Demografia – Avaliação de CDD (Componentes da Dinâmica Demográfica). Disponível em: http://www.ssc.wisc.edu/~jmuniz/ensaio_migracao.pdf. Acesso em: 09 jun. 2010. OLIVEIRA, Kleber Fernandes de; JANNUZZI, Paulo de Martino. Motivos para migração no Brasil e retorno ao nordeste: padrões etários, por sexo e origem/destino. São Paulo Perspec., São Paulo , v. 19, n. 4, p. 134-143, Dec. 2005 . Disponível em . Acesso: 24 de junho de 2015. PEIXOTO, João. As teorias explicativas das migrações: Teorias Micro e MacroSociológicas. Lisboa: SOCIUS – Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações Instituto Superior de Economia e Gestão. N. 11, 2004. RAVENSTEIN, E. G. (1885). As leis da migração. Traduzido de RAVENSTEIN, E. G. The laws of migration. Journal of the statistical society, 47(1): 167-227. In: MOURA, H. A. (org.). Migração interna, textos selecionados: teorias e modelos de análise. Tomo 1: 19-88. Fortaleza: BNB, 1980.

7 – Anexos Nome completo: Curso: Cidade atual: Cidade de origem:

( ) Interesse no curso que na minha cidade não ofertava. Por qual motivo você mudou de cidade para estudar?

( ) Interesse no mercado de trabalho na cidade a qual é ofertado o curso. ( ) Interesse no curso e no mercado de trabalho da cidade. ( ) Interesse pelo curso devido à boa reputação e recomendação. ( ) Status – Estudar fora da cidade, popularmente, é sinal de ser bem sucedido. ( ) Outro*.

*Se for outro, qual o motivo?

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