MINISTÉRIOS FEMININOS NO CRISTIANISMO DOS TRÊS PRIMEIROS SÉCULOS

May 30, 2017 | Autor: Marcos Nobre | Categoria: Greek Literature, Latin Literature, Early Christianity, Gender
Share Embed


Descrição do Produto





MINISTERIOS FEMININOS NO CRISTIANISMO DOS TRÊS PRIMEIROS SECULOS

Marcos Augusto Ferreira Nobre

O presente artigo se propõe a lançar um olhar sobre as fontes mais importantes que temos sobre os ministérios femininos ao longo dos três primeiros séculos do cristianismo. O anacronismo, frequentemente, embaça ajanela que a sociedade atual tenta abrir para o passado, transportando problemas típicos da atualidade para os antigos, os quais não necessariamente se colocavam os mesmos problemas, ou, pelo menos, sob a mesma perspectiva dos últimos séculos. Em se tratando de tema ebuliente da modernidade, a saber, a situação da mulher perante a sociedade e, de modo especial, neste artigo, sua atuação na comunidade cristã antiga, não seria difícil sucumbir à tentação de transpor questões atuais para a antiguidade.l Tentar-se-á. portanto, sistematicamente, evitar este equívoco, sem, no entanto. derxar de aportar contribuição válida à atual discussão, na conviccào de que um

i

A estudiosa brasileira, Roberta Arrrruzur. S ' do sobre a ambiguidade do recurso ao ap,-.:---

feminina (cf. {.{mblguidade da Olj;::*--- r.

ar:. . . - . S?: r L : -

es:t.

..--.

nas Comunidades Paulinas Dur

daSilva.Carnpi:r:-.

195). A coleçào 1i-.-.r - -- - las Mu.ieres" thrrp. alguns volumes já pub--:. - : :-

tornar-se uma pedra n:,.:.,Volume MI

- Número 13 -

2013

.

.

-

: :'l -'.

-'+J

Ministérios femininos no cristianismo dos três primeiros séculos

CADERNOS PATzuSTICOS

passado, criticamente analisado em seus próprios parâmetros e referenciais pode, sem dúvida, inspirar a superação dos problemas da atualiculturais, polêmica do tema abordado, este artigo não dade. Consciente da natureza tem por objetivo criticar anacronicamente "os antigos" a partir das categorias

atualmente em vigor, mas formar uma ideia de como o trabalho pastoral das mulheres foi acolhido nos três primeiros séculos do cristianismo. As fontes são poucas e pode-se ter diante delas uma atitude otimista ou pessimista, aumentando o risco de manipulação dos dados. O presente

artigo buscará o equilíbrio entre os extremos de uma visão pessimista e otimista da atuação pastoral da mulher no cristianismo antigo, no arco de tempo em questão, para chegar a algumas conclusões, sem distanciar-se demasiadamente dos textos. O trabalho iniciar-se-á com algumas observações importantes sobre a situação da mulher junto aos judeus e em ambiente greco-romano, no período em análise, culminando com a novidade trazida por Jesus Cristo. Só então, no contexto dos elementos conceituais obtidos, será abordado o

tema propriamente dito, com a análise dos textos neotestamentários e os dos três primeiros séculos do cristianismo.

1

Observações sobre a situação da mulher na antiguidade

1.1 Em ombiente greco-romano A mulher, como se sabe, sempre foi menos afortunada que o homem no curso da história da humanidade, tendo de conviver com um mundo que, raramente, reconheceu suas qualidades e capacidades em nível social, para não falar no nível político. Ela era excluída da vida pública e desprezada pelas leis, contada junto com escravos e crianças.2 O gineceu, na Grécia, colocava limites à mulher dentro de sua própria casa. Em Roma a situação era atenuada, pelo menos, na prática. As leis romanas furtavam da mulher qualquer independência, devendo ela estar sob o domínio do pai, mesmo depois do casamento, caso não gozasse de manumissio3, ou sob o morido, cosolosse manumissa. Se lhe morresse o

2 ' ++

Cf. Lgcr-rnce, H. Femme. In: CeeRor, E; LrclEncq, H. (Eds.). Dictionnoíre d'archéologie chrétienne et deliturgie. Vol. 5,1. Paris : Librairie Letouzey et Anê, 1922,p.

1300-1353, p. 1300. Trata-se de uso tecnico do termo latino para indicar que a liberação da mulher da autoridade paterna. A mulher manumissa era aquela cuja dependência fora Volume VII

- Número 13 -

2013

C\DERNOS PATzuSTICOS

Marcos Augusto Ferreira Nobre

era obrigada a ter um tutor que gozava de autoridade sobre sua marido, Na prática, no entanto , a moter fomilias era altamente consideherança.a Participava das festas ao lado de seu marido: Quem enim Romonorum rada. Aut cuius non moter primum Locum tenet pud.et uxorem ducere in conyivium? oedium atque in celebritote versatur? 1...) Aliter in Graecia.s Parece que umo concepçdo mois elevodl do motrimônio aumenta, pelo menos no prático, o respeito a mulher junto oos romanos.6 Um procedimento bastante difundido é estudar a situação social da antiguidade a partir das leis emanadas em cada período. Sem negar a validade de tal procedimento, observa-se que a legislação deve ser confrontada com outras fontes literárias e até arqueológicas da epoca em questão antes de se tirar conclusões sobre seu conteúdo, no que diz respeito aos costumes eram as prátidos povos que as emanaram. É necessár lbrecht Oepke cas e em quais regiões geográficas, no p helenista, mos afirma: d.e fato, a mulher capoz, especial tombém na Grécio, poderio ocupor um popel influente, surpreendentemente

tendas" (Atos 18,3). transferida do pai para o marido. Caso a mqnumissio não fosse conferida pelo poter familior i filhu continuava a depender juridicamente do pai para os efei4 5

6 7

tos legais pertinentes. Cf. Lrcrnncq, H., op. cit., P. 7304. Tradução nossa: "Quem entre oS Romanos, hesitaria em levar sua esposa a ulrla solenidade social? Ou quem não colocaria sua mãe no primeiro lugar dos :e:lplos e a levaria às solenidades? [...] na Grécia é diferente." [Cornelius \e:cs. De excellentibus ducibus externarum gentium, Proem. 6-7; Gunlrrrlr;. \-l'1 .':.-' Cornélius Népos. CEuvres. Paris: Les Belles Lettres, 1970, p. 5l ' Cf. Lncr-rncq, H., op. cit., p. 7304. Tradução nossa do original Inglês: "infoct the copablewomon' =--':'--' -l 't;l-

tenistii Asiq Minor but also in Greece, could occupy a sut?rL\'' :::'-:=nianr andinfTuentiolrole eveninpubliclife" lOrvxt,A. yuu{. In: K ---' l- :: . Theo' logicol Dictionary of the New Testqment. Vol. 1. Michigan: G:.---: i-:rids. 1965, p.776-789. p.778). tf. tro.-.. K. Frau. In: KltusrR, Theodor (Ed.). Recllar:- - ,--.- --laie und Chistentum'. Sachrr ôrterbuch zur Auseinandersetzung des 'C:-:-':=:lrlms mit der Antiken \\-elt. \bl E. Srungart: Anton Hiersemann, 79-: ::'-9--269, p' 2O4' Cf.

I.

c:: 45

Ministérios femininos no cristianismo dos três primeiros séculos

CADERNOS PATzuSTICOS

A respeito da participação das mulheres em funções sagradas, são excluídas de alguns ritos, como o de Afrodite Acraia, mas estão presentes em outros. Principalmente com o culto de Dionísio, o papel da mulher é in crementado.l0 Havia também numerosas sacerdotisas.rl Talvez nas religiões

mistéricas a mulher tenha tido um papel comparável ao do homem.riNão eram poucas as profetisas, as chamadas Sibilas.,3

1.2 No Antigo Testamento

e no Judaismo

o livro do Gênesis apresenra uma dupra narração da criação ser hu-

mano. A primeira simplesmente afirma o fato de que o ser humano existe em duas formas, masculina e feminina, e que é "imagem e semelhança de Deus" (Gn 7,27). Esta dupla existência do ser humano é contextuahzada no mandamento divino'. crescei e multiplical-vos (Gn 1,28). É verdade que a segunda narração coloca a mulher em uma situação secundária, criáda a partir do homem (cf. Gn 2,18ss), mas, é verdade também, que a declara "uma ajuda correspondente ao homem"14, tendo com este uma relação íntima. Embora ele dê um nome a ela, como deu aos animais, sua relação com ela é mantida ciaramente distinta de sua relação com o restante da iriação, porque o ato de dar nome aos animais, ou seja, conhecê-los, compreendê-los, dominá-los, não é idêntico ao ato de dar nome a primeira mulher. Adão, ao dar nome à mulher, se reconhece nela, se complementa nela. o resultado é a união do homem à mulher (cf. Gn 2,24).

A aliança de Deus, elemento central do Antigo Testamento, é também para a mulher (cf. Dt 29,9-12) . Na relação conjugal, são reconhecidos direitos a mulher, até mesmo às escravas (cf. Es 21,10s; Dt2l,l1-14). Ela pode ser repudiada, mas deve receber uma carta de repúdio (Dt 24,1), que the permita o retorno à casa paterna. A legislação permitia ao homem a poligamia e o concubinato.ls Parece haver alguma abertura à possibilidade de escolha do marido por parte da mulher em Nm 36,6: o senltor ord_eno às ro

'1 '1 :r :

'

Cf. Otp«n, A. yuvl1, p. 786. Cf. Tunruoe, K. Frau, p.207. Cf. L. cit. Cf. Onpxn, A. 1uuri, p.786.

tradução comum traz"ajuda adequada", mas o original hebraico apresenta a formação preposicional ou adverbial :ulr que implica a correspondência de lma coisa colocada diante da outra. o contexto de que nenhum animal apre.:rrado ao homem preenche esta lacuna, reforça a noção de correspondência. -: S -: r r,EL, L. A. (Ed.) . Bfulia do peregrino. São paulo: paulus, 2002, p. 3O2S A,

.

Volume VII

- Número 13 -

2013

Marcos Augusto Ferreira Nobre

C,ADERNOS PATzuSTICOS

.filhas de Solfaad: poderõ.o cosar-se com quem quiserem, porém sempre dentro de algum clã de sua tribo. Esta noção está presente tambem na narração do casamento de Isaac (cf. Gn 24,39.58). também muitos aspectos negativos, como a Infelizmente existem mulher considerada como mercadoria negociada entre o pai e o marido em 1Sm 18,17. \9.27 , a lei do levirato, que permite ao homem rejeitar a mulher - apesar de exigir, para isto, um rito vergonhoso para ele - mas não dava o mesmo direito à mulher (cf. 1Sm 1,5ss; Gn 16,4ss). Nas listas daqueles que devem repousar no dia de sábado (cf. Ex 20,Bss; Dt 5,12) omite-se a mulher. Será que não tem direito ao repouso? Oepke interpretou dessa forma.16

A mulher, no que diz respeito à vida pública, podia tomar parte nas festas e nas ocasiões sagradas (cf. Gn 24,73ss;8x.2,76;Dt72,12; Jt2l,2l; 2Sm 6,19). Débora alcançou até mesmo uma posição política de destaque (cf. Jz 4). Outras mulheres tiveram uma influência consideráve1em âmbito social, tais como Sarah, Rebeca, Mico1, Abigail e Jezabel. Não havia sacerdotisas em Israel, mas encontram-se, na Bíblia, mulheres que fazem danças cultuais (cf. J227,27) e banquetes sacrificais (cf. 1Sm 1,4s). Outras têm funções menores na tenda da reunião. Havia também profetisas como Miriam, Hulda e Noadias. A literatura sapiencial nos dá várias advertências contra a mulher má, mas tambem muitos elogios a mulher virtuosa.

A mulher, no período do judaísmo, será sempre mais

desprezada.

Podem-se encontrar alguns elogios, mas em meio a muito desprezo.r- Surgem proibições de ensinar-lhes a lei e até mesmo de conversar com elas.:Reduz-se, portanto, a participação da mulher com a expansão da atrr idace dos Rabinos.

1.3 ANovidode de Jesus Cristo O novo mestre não é como os outros. Mesmo não tendose pÍoposto a fazer reformas legais, Jesus rompeu muitas leis que oprimiam a mulher Toca uma mulher impura (cf. Mc L,37;5,27ss.47;Lc 7,38ss), fala com a samaÍitana e discute com ela a teologia da época (d. Jo 4,7-27), ensina a Itilaria irmã de

-' p. 781. Cf. OEPKE..{.' Cf. Ie., p. 781 -S2

.

'

Cf.

I.

:r:c \ll

cit.

\umcr,

:

-

i

47

Ministérios femininos no cristianismo dos três primeiros seculos

CADERNOS PATRISTICOS



(cf. Lc 10,39), chama a uma mulher de "filha de Abraão" e por ela queMarta bra o descanso sabático (cf. Lc 13,16), defende as mulheres (cf. Mc 12,40ss; Nos evangelhos temos muitos exemplos de Jesus que cura mulheres e 1.4,6). os seus queridos. Jesus se deixa servir pelas mulheres (Cf. Lc B,2s), que o seguem mesmo em seu sofrimento (cf. Mc 15,40ss 47), diversamente dos apóstolos que o

abandonam (cf. Mc 14,50). As mulheres são as primeiras testemunhas da sua ressurreição (cf. Mc 16,1ss).

72,\8-26), declara a igualdade da filiação divina de homens e mulheres junto a Deus. Jesus, o Salvador, vindo para os pequenos, não despreza as mulheres. Jesus, na controvérsia com os saduceus (cf. Mc

2

Análise dos testemunhos textuais dos três primeiros séculos do Cristianismo

2.1 Situação

do mulher e testemunhos textuois no âmbito do Novo Testomento

Oepkele vê dois princípios de base na novidade cristã a respeito da concepção da mulher, que estão na origem de seu ministerio: a indissolubilidade do matrimônio monogâmico e o senhorio de Jesus que destrói a diferença entre homem e mulher. Ele, porém, lamenta que estes princípios não tenham produzido os resultados que poderiam, por causa da influência do helenismo.20 Cf. Oenra, A. yuu{, p.784. Esta percepção do disparate a respeito das mulheres, entre o primeiro cristianismo e o posterior, dividiu os estudos sobre o desenvolvimento do papel da mulher no cristianismo antigo, segundo Adriana Dasrno e Mauro PEscr (Cf.

Innerhalb und auBerhalb der Hâuser: Verânderung weiblicher Rollen von der Jesusbewegung bis zu den frühen Kirchen. In: PERRoNT, Marinella; PurRro, Mercedes Navarro (Eds.). Evongelien'. Erzâhlungen und Geschichte. Die Bibel und die Frauen: Eine exegetish-Kulturgeschichtliche Enzyklopâdie, vol. 2.1. Stutt-.art: Kohlhammer, 2012, p.281-301, p. 281). Estes estudiosos identificam dois --.-Ce1os interpretativos. Um enfatiza a descontinuidade entre Jesus e a Igreja - . --:-lir-a. o outro, a continuidade, atribuindo as mulheres um papel mais ativo -. :-. o que os textos explicitamente demonstram (cf. Is.). Eles mesmos se - -::-. entre os estudos da descontinuidade, mas não abrupta, defendendo a - : - .::: I e uma transição da Igreja primitiva de um modelo baseado em rela- . ..= lomésticas (Jesus e os seus discípulos e discípulas) onde a atuação Volume \rll

- Número 13 -

2013

6V

r_7u - "..'--'.-:: .; __,l _ .-,--::,.ii _ '--:: :l 0Ie

I

0I0z

- eI orarun-\ - rL^, r:.,',-.,-

,liq1g ('pA) 'V'1 'ruxourg .:';oHls'v'T ap og5npe;1 d 'aruruaC 'H 'ôruar)aT J) '(ss96z 'd ''s1 Jf,) oprrelrr

TZ ZZ

ÍZ

op orui:,r - : -:-- - - --"-: o? laqlnur Ep epEpI^IlE e oput8utrlsar 'sotd--': :.r- r .. r : :-r: , :=---rqeal ap apEpISSeJeu e eSJns a opBnualB ? :--- :-. : - ,----? o apuo'leuolJnlllsul sleur olapollI tun eled'al ou-r-.,.=

-*-r-j--r-.r =:::= r -: . ;üJ opr8rla: E^ou Ep IEJnleu olrrle olad opl^losqe Ela :. r- -r r-!= . - r::falJos ep sodDoa:alsa so IxoJ e^E)oql as oEu seJeqlnul sEp (soJrBtrN

ap :salar{lnlU sEp IadEd op oluatueuolsualUlper run oE5EIar trre 'sE)n'I a snelel I rue rue^ ef,sad oJnEIAI a

êp oqleSe^E oe

o]lsaq EueIrpV

,z'sPlsIlJ sepEplunluoJ

se ered :eldruaxa JolE^ ruat otxat O 'sretrder solueruoru ura oe5enle ens a serun8p ep auou o no^rasuoJ el193ue,l.a oe5rperl V 'sof,rruguo)a e^rsnlJul 'so5ra-ras ruetsard anb satuezrtedurs 'se.rlno isnsal ap EprqaJer ou5euaqrl erun rod sepnaper8e 'seru1 'sourqeJ sop seunlsoJ so EJluoJ 'sa:aqlnru ap odnr8 run as-notunl saroprn8as ap odru8 oV '(9I-ZI'9) azop sop Eqlorsa ep oluarualduor ouro) rueJolof, o anb solualuala EtuaJSa.I)e olleuns O

:oEssnJsrp rua elual o eJEd rual anb rolE^ o Er)uapha tuaSessed elsa erqos Ie{oqJS osuolv ap Elou V'sogtsrrJ soe olunlla^g^nol apnlpe EIUn Ere otsl anb a BlsrrJ epeprunuor ç a solndyJsrp soe seur 'otslr3 E os opu atuaru -lerJeleur rrre^Epnle assod ep sareqlnu sE anb EJlsoru tuaSessed elsg z7'suaq snas

t1tü utDlpualD so anb 'sD-tlt1o sDl7nru a DUDZIS lsapong ap owop.tow'nzn3 ap Jaqlnlu 'nuoo1 lsotugwap aps oplDs uDqutl pnb op 'oua1opo1111 DIJDW 'sapopttutaJua ap a sopunln soytldsa ap opDJn) mrotl anb sa-Lalllnut sotunSln a azop so ou-utDtD1undtuosy 'sna1 ap opDulal op Dn]|ou DoqD opuDunltotd sDlaplD a sapDpn sD opu).t-Ln"Lad rc{ opmBas utE :t-I'B lI rue sorua'I 'rupIZEJ sela anb o aluatuetexe reqes g eualqord apue;3 O 'sgtsrJJ sepeprunuo) sB no solotsgde so ruepnle anb saJal{lnru se otuetuetseJ o^oN ou ruetleJ opN

'(BZ't 1g) snsal olsl-L) ua os trtn sros sot sopol stod '.Laq1ntu no uoliloll 'a-Lnt1 no oAD.DSa 'oBat8 no napnf sruu pll ogN :ztp olned 'o]e; aq '(I'9I urg '.5'6 iSI'L rca 1i7'1uC :S I'Z 3f :f) ((soeurJr,, so ruof, apeplen8r ap og5e1a-t rua (.serlrrr,, sepeueq) ogs selg '(BI'BI iVt'Zl'V'LT lstl'9I tV l)) solol -sgde sop oqleqeJt op or)]ur ou seururrual sagsla^uoJ se sellnru oes 'ole; aq 'rzsaJeqlnu sq olunllenadsa ErJpJrJa Erun zEJ] otsrJD ap ura8esuaru y



aJqoN errar,raC otsnSny sorre6l

S

O

) IIS IHIVd S OI\tlECIV:)

Ministérios femininos no cristianismo dos três primeiros séculos

CADERNOS PATRISTICOS



"discípulas" para "servidoras" de Jesus.2a Lucas, na passagem citada acima, demonstraria conhecer o fato de que algumas mulheres seguiam Jesus como discípulas e, conscientemente, teria tentado mudar o acento do seguimento de Jesus para o "serviço".2s Parece que, independentemente da tese do redimensionamento do pa-

pel das discípulas em Mateus e Lucas, a posição social de algumas mulheres era comparável à de homens importantes (cf. At 13,50). Os cristãos tinham interesse em converter tais mulheres: Alguns judeus se deixaram conyencer e aderiram o Patúo e Silas, assirn como bom número gregos que adoravam a Deus , e não poucas mulheres da alta sociedade (At 17,4). É mister tratar, sem pretensão de exaustividade, a questão da mulher em Paulo, antes de se encontrar as figuras femininas relacionadas de alguma

forma com o seu apostolado. Não há mais judeu ou grego, escrayo ou livre, homem ou mulher, pois todos yós sois um só em Cristo Jesus (Gl 3,28). O mesmo Paulo que escreve estas belas palavras, também escreve: as mulheres se calent nas ass€mbleias, não lhes seja permitido falar, mas sejam submlsscs, como a própria lei determino (1Cor 14,34).26 Paulo que trabalhou com mulheres, como se verá mais adiante, e as chamou colaboradoras, as ordena silenciar na assembleia. Nas deuteropaulinas esse papel submisso da mulher e reafirmado e acentuado (cf. Cl 3,18; Ef 5,22-24; lTm2,72)?1 24 25

Cf. DEsrno, A.; PEscr, M., op cit., p. 297ss. "Marcos distingue dois grupos de mulheres: as que seguiam Jesus desde o início na Galileia, e um grupo maior que o acompanhou para Jerusalem. Mt 27,55 eLc 23,49 falam somente deste segundo grupo. Lucas, porém, sabe que havia mulheres que seguiam constantemente Jesus (cf. 8,1-3). Portanto, talvez ele esclareça que 'elas o seliam com seLls bens' (8,3) para restringrr o papel delas". (Drs'rno, A.; Pr.scl, M., op cit., p.298; tradução nossa da redação alemã). A respeito do verbo ôL«rco1,éolserwir, precisam em nota: "Também em Mc 15,41

é destacado (exceto alguns manuscritos), que elas'serviam'Jesus. O verbo õu«rcovéo com dativo, como em Mc27,55 ou Lc 8,3, significa'estar a seruiço de alguem, prestar assistêr-rcia a alguém, cumprir cleveres para com alguém'. Sem dativo expressa somente o seruiço subordinado, mas também urna função de gestão" (1a., p.298, nota 32; tradução nossa da redação alemã). Tradução nossa do original grego. Cf. NtstE, E.; Au.No, K. (Eds.). NoyumTesta"i.nrum Grqece. Stuttgart: Deutsche Bibelgesellschaft, 1993, p. 466. - rsideramos Colossenses e Efésios redações pós-paulinas realizadas por es. : . r colaboradores que reinterpretaram o ensinamento de Paulo e produzi:-es cartas. Analisando a questão da edição e "publicação" das cartas 50

Volume MI

-

Número 13

-

2013

IS

a ti

L

'qoc.}. -u-r ''u

-uaulDlsal urli . '1":_-

laluot ,. _ L-l.a::-SOp

:

.'. _

.

.'-

:'.-

-. :, -- :r=.:leur8r-roopESSouoE)n::-.:r i -- - - : j --., .,:-.. --.tu.tl .,uauoq,, san8nuoci O - -:':- ---:'*:',uê.rl\a a olndlur oluarlrrlE - - ,

-

- -, ,, 1 -- 1' ::-::-so)

soE oE5EIaJ ura EJrl?8uE^â lue8

-r:,- : -.- -.--r a) o\rta[qo ruoJ epeprnSrqruc Elusatu H (.00t 'd ''ltt 'do J)) :lr Ds^rd o-mBlN D ouLS-rC

--.!L: -__ : -

E*:, -:; , : ,::..-r:-'.? -a-qlntu Ep IadBd op oe5rJlsal E BrJuapual aluelseJJ ? ':;,r-t: -::tt tiatEd rnbv'E[aÉI EU ]eqlntu Ep Iaded op o]redsel E segó -E-r:. ::- :r*airrElEIJ aJarEdE anb oe5ezrlenlE Eurn aluaueuesseJeu E)rldlxr aLi:r --:l.i ap srodap eurlned apBpr^rlE ep apEprnurluoJ v'Go'd '5661 'ssa:4 ,',ru_l aiE_\ :uopuo'I lua.r.e11 aa.aN 'stxel ueusuq3 Áirea ;o l-rotstq e :t1ttn43 ,{1tog aq: u slapDaü puD s>loog) ((.rea.reJ umo s(lned Jo suorsuarrJrp Áre-rarr1 eqt Jo uorteroqela pue uorlenulluol E rnq luarudole^ep -,r,teu e 'uaql 'lou sem qteap srq 3ur.,ra.o11o; pouad eql ur salJJrJ aurlned Á;e;a1r1 aqJ 'srrrre .,treuors Jo ^lr^rtf,E -slru s,lned Jo eJUEreqlJnJ aql ur s8urlrr.an asoqr Áoldrua pue 3ur1tr,r,t ur Surqreal s,eltsode eql atelnruroJ ot tuelJodrur sr rq3noqr selerJossu srq pue InEd leql pue uolsuaurp Iooq)s E pue eJnlf,n-rls ale;odroJ e peq asrrd;alua Á;euorssrru s,lned tEqt slsaSSns ÁlSuorls eJuapl^a aqJ,, :eulIJE E'rshrvD 1Árreg 'olnEd ep

or'(ZI-t'II lo)I) 'sneq ap rualro-rd opnl e reqlnu Ep s?^ErlB (E^ueplaJsEu) uaruoq o IUaqlUB] 'ruaruoq op e^uap laqInIII E ouJo) rurssE 'oleJ ec taqFru luas Luauoq lueu 'uraruoq ruas ]aql -ntu.Bq oçu loquag ou 'eru;o;;anbpnb aq 'soltre sop ESnE) rod 'eSaqer eu .,ErJu?rlra^ord ap 1enrs,, un rulrod a^ep laqlnu E olsr lod 'ruaruorl op ESnef, .tod;aq1nu: e seru Íaq1nu Ep ESnE) rod oper"tr roJ ruauoq o rueu :ueruoq op rarllntu e seu taqlnru Ep ru?^oJd oeu ruaruoq o 'ole; aC 'tuetuoq op errg13 E e 'oJJno rod laqlnru V 'snaq ap eug13 a ua8erur 9 anbrod 'e5aqer E ruqoJ a^ap oeu 'opEI rrrn rod 'ruauoq g 'e5aqur E ElqnJ anb oelua 'upudse; e5aqer E lat no EJarE) rerrJ Jaqlnu e e-red equoS:a,r. Etun e ag 'adser e anb 'e5aqer E rlJqof, opu raqlnu e a5 'e5aqer e ;edser anb esror Erusatu E pr-ras - eSaqeo ens ezardsouaru 'elraqorsap e5aqur E rrroJ ezrta;ord no EZal anb 'uarod laqlnru epol 'e5aqel ens uzardsouaru 'elraqor u5aqer e ruor ezrla;ord no eza.r anb tuetuoq opol 'snaq ? olsu) ap e5aqer E a tuetuoq o g Jaqlntu Ep e5aqer E sEru 'u.lueluoq opol ap eSaqec E e olsrJ) anb srassgqnos anb ErJelso5 :eJr]?lBrp elsa rele^er eJel -ed uauoq oE Jar{lntu Ep ogssruqns p gp anb o}uaueteJ} O sz'satua8 sep olotsode op ErId]t (1ernr1nr 'lerodruet) ouossa)e a (otsrr) ep tua8eSuêru) IEI)uassa aJlua eJrlplerp Btun seru'apepueual oeu Ela^ar anb apeprn8rque BueJ íEurlned errolne epetsaluorur ap sotxe] sou lelou Ie^ISSod E

arqoN ErIêlrâC olsnSnV sorrenl

S

O

]IJ-S ftIJVd

S



ONIIECI\flJ

Ministerios femininos no cristianismo dos três primeiros séculos

CADERNOS PATRISTICOS

É possível traduzir ê[ouiav é1eLu com "portar um sinal de proveni ência", contra o tradicional "sinal de submissão", partindo-se do contexto interpretativo do Gênesis, que afirma que a mulher provém do homem. De fato, êíouoiü, vem de êieupL que significa "sair", literalmente, "provir de". Esta tradução se conecta melhor com "por causa dos anjos", Se considerar mos Gn 6,2 onde seres celestiais denominados ll-, r-N?, r-n,/"filhos de Deus" desejam e se unem às mulheres. Ora a tradução Srega dos lXX, às vezes,

tÍadlz l)-;Nr;'rn,/"filhos de Deus" com "anjos".31 Não cabe aqui aprofundar

a questão, mas o contexto indica que Paulo faz recurso a uma tradição a respeito da relação das mulheres com os anjos. De qualquer forma, ficam claros a partir do texto, dois níveis na dialetica de Paulo. O nível cultural que impõe o costume do véu e o nível da mensagem cristã que culmina a passagem através do uso de êulpuottp em Cristo. No nível da mensagem de Cristo a argllmentação anterior é relativizada. Paulo relativiza o fato da criação da mulher por causa do homem (cf. Gn 2,1$ss) fazendo recurso ao fato do nascimento de todo homem através da mulher, talvez aludindo a Gn 3,20. Na dialética de Paulo o costume do veu é subordinado à mensagem cristã do ser em cristo, que abole as diferenças (cf. Gl 3,28). A ordem social, porém, não é anulada. Aqui não encontramos a relativizaçáo extrema de Rm \4,74ss, o que pode ser justificado pelo contexto mais amplo das exortações aos coríntios. Paulo está enfrentando divisões e desordens na comunidade (cf. lCor 11,17ss) e precisa reafirmar os padrões comportamentais da época (cf. lCor 11,16). E interessante notar que aqui Paulo considera um dado de fato que as mulheres profetizem (cf. lCor 11,5)32, enquanto em lCor l4,34ss proíbe que falem na assembleia. A este ponto e necessário não cair na tentação da generalizaçáo; tentação que aumenta pela crescente interpretação restritiva nas deuteropaulinas e na literatura patrística que segue. Paulo estava tratando de um problema localizado na comunidade dos coríntios e, provavelmente, só neste contexto, negou a palavra em assembleia às mulheres, utilizando o cânon social da época. Se as deuteropaulinas desenvolveram o ensinamento paulino em algum aspecto positivo a respeito da mulher, como o amor que o marido the deve r'cf. Ef 5,25; CI3,19), enfatizaram muito mais as restrições à sua atividade, :npliando e cristalizando o que originalmente era localizado. Esta evolução - :lara se colocamos as passagens em linha ascendente de enrijecimento : :apel social da mulher em relação a novidade da mensagem de Cristo. J. Son of God. In: FReeomr, D. N. (Ed.). The Anchor - . ..-rt, jrr-lQQ? -. : . '. :rofetisas na Igreja nascente, cf. também At27,9. Volume VIl

Bible Dictionary.

- Número 13 -

2013

TS

:.u-

- Lt utreu...\

'IZS'd'ataotg tunluatuDlsal -rrrE3,ro

-ud

tL]--

lê l^..

--

r .---; -- --

,

-- : =.-i -:ut3tro oP essou oe5nPe:1 \.ZltI 'd ']rc 'do) ,,erIllES ::r';?-iJ leul3uo op essou og5nperl

'(61'7 ;3) ortau ".1 zpun8ag eutlnedolalneP E ru?qruel

,r'(t-z'r

lil

'DPl

: ':--.-: !:.Jou mas lmatu (oLd>arc) saJopDJoqDlo) sulno ? - :rr!'r'l;1r.,1-ro c.»1]ÀÀmql tDl ,1?) oSttuol lilDJDlnl ',otlllou ooc, íll JoUuaS op aurcu uL? s:pn/b anb oSad 'oBalot p{ nau V anb 'anbuuls D olJora 'Dlp9ifl D olrox1 :sodt1tg ap ofat8t ort sDJlno sDnp uaqulDl solLLD)luo)ufl

: -:tls a Dlpg|g 'santllntu

,€'DJoPDzTuoBn a :t-.rtoi-§stm Odwal Otusau oD DJa Dla :EIIJSIJd ep lazlP esno br:apel uuAH (61 9I ro31 3r) selap ESBr EU aulel as eia:3t Etun'(92'BI lV lJ) olody '1e-rolsed Ia^Iu tua E snaq ep ept,t E ogpltexa uor tuerrldxa anb sela oBS alueogtu8tsut arared oeu PSeJ op op5e-roqelo) V eolned Jod sepeuol)uelu ellrslJd ap ãPepllBlf,uassa E IEP JIznpeP EI a oplJeur op atuou o JeIIJ ap alua8m oglua

'9I roJI it'9I ur5 Í92'BI'BI lV lr) orraut:d

:od'epnby'ruaruoq op eruo soperedas

,a,,/fn» op5unluoc snas so anb saza't

elad aluarueJlun

lu,, /ooolrl. c-'rrordl orlenb seq '(t'9I urg) ,,snsa ,r; oorl lnoÀd;nno lool. olned olorsgde olad sopeueq) oES elnby a EIIISIJd 'orJ?lsrulru nas oE sEpeuoIJEIa-I seulul[ua; se-rn8r; sE Joqleu re]ardralut Jaqlnu ep ogrsanb P oPEJaPISuoJ Je] ap srodap '1anlssod g 'o1ne6 tue

:orralsod ouISIueIlsIlJ ou

'orr3g1olslrr e Ielros sla^Iu so opupunJ /oç5e-radns p og5ueu srEru gq og5 -uol ,solrSglotsrtJ soluarunS:e ruo) Epe^IloIU I oESSIuqns E soISPJg soe eurlnedo;atnep eu w.(EZ't ir) ocrSglolslJJ e IEIJos sla^Iu so arlua oe5 -urtsrp ep eurlned Equrl e lIIo) apeprun EtrnIU elsaJluEru EpUIE 'ope1 orlno rod 'saJai{lnur se eled 1era3 eurou oluo) seru 'opeztleJol olxeluoJ lue slelu oeu 'opttetu oE ogsslruqns E EzlleJua ss31'g 13 eurlnedolelneP 1a'L9nord y

elqoN ErIaJreC otsnBny



so)irsfuJvd soNtÍs(v)

sor:e111

Ministérios femininos no cristianismo dos três primeiros séculos

CADERNOS PATR]STICOS

Elas parecem ter ajudado muito a Paulo no serviço do evangelho, pois são contatadas entre os ouueploilcoiaboradores de Paulo. O verbo grego ouvaO)"éo significa literalmente "lutar junto", e aqui é utilizado no sentido de colaborar. A importância que o apóstolo dá à reconciliação destas duas figuras nos autoriza a, pelo menos, considerar a possibilidade de um trabalho

realmente pastoral, e não simplesmente material, prestado por elas. Mesmo não podendo concluir com exatidão qual era a sua função na comunidade cristã, a colaboração destas mulheres era, certamente, relevante.

Outra figura feminina de grande destaque ligada a paulo é Febe: Recomendo-yos nosso irmã Febe, que [tombém] é serttidora (õwrcovov) do igreja de Cencreio, pora que o recebais no Senho4 dignamente, como [se recebe] os sanros, e a ossisrais naquilo que necessitar de vós, pois ela ajudou a muítos, a começar por mim mesmo.36

O termo grego ôuclrcouoq (transliterado: diákonos) não tem, necessariamente, o significado técnico de diácono ou diaconisa (o substantivo masculino é usado para os dois gêneros). o contexto não é suficiente para escolher o significado técnico de diaconisa em detrimento do significado geral "servidora". Muitos veem, no entanto, em Febe, a primeira diaconisa de que se há conhecimento. Apesar de encontrarmos o termo "diaconisa" em traduções importantes da perícope, como a Bíblia de Jerusalém e a Bíblia do Peregrino, o termo grego diákonos indica servidor ou servidora em uma variedade de serviços no Novo Testamento. somente duas vezes indica no NT uma hierarquia3T (cf. 1Tm 3,8.12; Fl 1,1). De qualquer forma, o rexro, sem dúvida, demonstra uma colaboração, ou mesmo função38, importante de Febe na igreja de Cencreia, como tambem junto ao apóstolo Paulo. Outras mulheres aparecem nos Atos dos Apóstolos, sobre as quais se sabe ainda menos: Tabita em Jope (cf. 9,36), Lídia (cf. 76,14), Dâmaris (cf. 17,34), e as quatro profetisas, filhas de Filipe (cf.27,9). Tradução nossa do original grego: Xuuío:r1;ru ôL üpriu r) o-IalJ Lunl IIJ IUalnE (;:rnoroduX) olleulplo '(rrÀdnru1) uet8rnltT taqeq anbau (mdoQoodu) uauollulqo lrago uou ernb

orqoN erralreC olsn8ny

SO]IJSftIIVd SONHEO\_

sor:e111

Ministérios femininos no cristianismo dos três primeiros séculos

CADERNOS PATRISTICOS

Clemente de Alexandria, nos fins do século II, simplesmente as mencio na no Pedagogo60, talvez por tradição, junto oos bispos, presbiteros e diáconos, mas não acrescenta nada sobre elas. Ortgenes, no De Oratione,l , segue a mesma tradiçõ.o. Menciona ainda aviúyanos Homilias sobreLucas62, mos parece tratorse somente de umo nota exegético e não de um espellrc da esttatura da igreja en7 suo região. Afortalecer esto tese, pode-se chamar em causa o Comentárío a Moteus63, do mesmo autor, onde posso de umo consideroção exegético, no qual

inclui as viúvos, a umo consideração sobre a igreia de seu tempo, no quol exclui as viúvas, o que nos faz pensar que a ligação das viúvas com os btspos, presbiteros e didconos é só um recurso exegético ligado o tradição.

A Didascalio Apostolorum, composta na Síria, na primeira metade do II seculo em grego, transmitida, porém, somente em versão siríaca do início, e latina do final do IV século (a qual serviu como uma das fontes das Contirutiones Apostolorum)'a, testemunha que, entre as viúvas assistidas pela Igreja, existem as üúvas instituídas. Estas devem, porém, somente orar pelos seus benfeitores e pela Igreja: nihil autem oliud curetvidua nki orore pro dantibus et

63

pro toto

ecclesia".6s

Eram proibidas de ensinar (III, 6,1-2)66 e de batizat

Cf. Clemente de Alexandria,Pedog.3,\2,97,2; MouoÉsnRr, C.; MArRAv, C.; M,mnou, H-I. (Eds.). LePédogogue. Livre III. Sources Chretiennes, 158. Paris: Cerf, 7970, p. lB2. Cf. Orígenes , De Orat. 28,4; Konrs*r,tu, P (Ed.). Buch V-Vlll gegen Celsus. Die Schnft vom Gebet. Die Griechischen Christlichen Schriftsteller der Ersten Drei Jahrhunderte. Origenes Werke. Vol. 2. Leipzig: J. C. Hinrichs'sche Buchhandlung, 7899, p. 377. Cf. Orígenes , Hom. in Lucam, 77 ,10; CRouznL, H.; Founuren, F.; PÉnrcuoN, P (Eds.). Homélies sur Luc. Sources Chrétiennes, 87. Paris: Cerf, 1962, p.262. Cf. Orígenes , Comm. in Mathaeum. 14,22; KrosrrmmNN, E. (Ed.). Origenes Mat thriuserkliirung 1. Die Griechische Erhaltenen Tomoi. Die Griechischen Christlichen Schriftsteller der Ersten Drei Jahrhunderte. Origenes Werke. VoI. 10. Leipzig : J. C. Hinrichs'sche Buchhandlung, 1935, p. 336-338' Cf. Soncr, P, op. cit., p. 334. Edizione della versione siriaca: Didascalia Apostolorum, the sy.riac version translated and accompanied by the Verona Latin fragments, a cura di R. H. CoxxoLry (Oxford 1929). Edizione della versione latina: Didascalia et Constitutiones Apostolorum, a cura di E X. Furv« (Paderbonae 1905). Dídoscalia Apostolorum, lll, 5, 2; FuNx, E X. (Ed.). Didqscalio et Constitutiones .j.:-,,stolorum. Vol. I. Paderbonae: In Libraria Ferdinandi Schoeningh, 1905, p. -:S Tradução nossa do latim: "de nada mais se ocupe a viúva a não ser orar , =. - -. benfeitores e por toda a igreja".

-. -. :

190.

Volume

VII

Número 13

-

2013

I9

'LS6l 'J]ê) Dt aD allD-tÍ

olusalu elE seruElnlr -

:SI,I''-: 1:-

j

tloz -

tI .::-. \\ -

j:r-. , ttbtlvtvll Sal a'tllto) l.lÚllúi''JSi't6 -< ,-:--:-.;uilu:saDJd aO'ouElinueI] ..-ItszllEq

o ,-' --'-- ---- : - -:.llo\a IEZIIPaJ tetndstp leuisua : '' -------- i------': >?1s3,, :oullel pur8r:o op ossou oPJnpElI '091e 8sl d ..: :-- :---r:1q3 saJlnos 'saBJalA sap allo1 aT '('pS) 'E 'llDrq '-, j, .----r -- -':\, àO a 06 'd 'ZS6l'ye):sIJEd 'St 'sauuatlgrq3 sar - i-.r^- p:l 'g'g'flnoaug iç'11 'orusudog aO'ouelinxeJ, J) ruEsn

E

i

_3a

'rcT'd ''q ''gl'l^x h l^I

rl o,ron^I

1ap

t{rnody

tl,

'('pS)

'141

'vrruaug

itl

a 6?' 'ao1tar71 ta lUDd DPV

'J)

' 6BL 'd'Lr,roÀ 'Y 'olaug ';3 '002-B6r 'd ''sl'Jf,

,saurSe]:el .rolne oSrlue 'sBllas seu alueuodut aluelseq snsJaúpvnas tue o Je3nl *n Je] urplpod SaJal{ln111 se anb eJlsoul sou olxel alsà tL',pJaBuU la uo assolto! 'a-Lallnuotdal sauoTJDJnt 'a-nBD solusnJoxa 'anpualuot 'atatop ]uDapnDaonbisalocolduonb,aolualaotlSalallnu)asdl:SE]IaSSEuuE5EJ o anb eluauel as e 'rrrueulsue salaqlnu se anb alturad ogu ouBIInlJeI

.r'(1nouo>totul

lnod;r ;ror :nor) ,,oelue ap soperSes sodstq,, solad sepueqruoJ rueroJ selsa ,eralesa3 ap orqesng opunSa5 1,'EIIIUIXEN a EII)sIld'apepurEe lua selsluEluolu sesla;ord senp ',,oxoporalaq,, ollqrug rua 1oua14 EIry Eu 'sotueJluolug 'solorsgde soe e-opue8q 'eurunua; og5e8ard ep apept,l.tle erun Je]ualuEpunJaPepEpISSaJaue.Souetuolad.ruertpulSeIU.SolxalSe $apo]u9]SItI IotE^ o rErTE^e rp)Jrp F_ o,'ad1gg ap sou EIJaJ'oldruaxa Jod'otuol'etaele JJ selles seu so;rrrgde sO Be'oluslJllsouD ou ê olusl

so

::Íj:rt:lI

r ua^hêlqos seru 'o)Ilg]sode otp;el opouad tua uararedesap

sesuaSord

ry

sesua;ord sV Z'Z'Z

.oÍ.?ZeJuetpualard.Souetuolad.no.tue^Ezl]eqaule^eulsuaanbsaraq lntu ,á16 er.teq anb rp)rput ruapod 'otuetua ou 'sao5tqrord setsg 'rn(t-l '6 'III)

"p

àrqoN ElIalleC olsnBnY sorre6

S



O)1IS TtIJVd S ON'IIS(V-D

Ministerios femininos no cristianismo dos três primeiros séculos

CADERNOS PATRÍSTICOS



jri como montanistaT,, permite que as mulheres profetizem, MarcionemTs, desde que inspiradas pelo Espírito Santo. Reconhece, no De Aníma (IX,4)77, o carisma extraordinário de uma certa irmã, que H. Leclerq identifica com Maximila e Priscila.TB



Orígenes, por sua vez, defende a profecia femininaTe contra as críticas da época, fazendo referência às profetisas do Antigo Testamento e as quatro filhas do diácono Filipe, no Novo Testamento.s0 Estas, porém, não ensinaram publicamente, não havendo, portanto, contradição com a proibição paulina de falar na assembléia. As mulheres que pregam em público permanecem um sinal distintivo das seitas.Bl Podemos observar que as violentas reações contra as mulheres "heréticas", que ensinavam ou exercitavam outros ministérios, refletem de forma negativa na "igreja ortodoxa", restringindo ainda mais as possibilidades de

um ministério feminino "ortodoxo". 2.2.3 As diaconisas Plínio o Jovem, governador da Bitínia, escreveu uma carta a Trajano imperador no ano 111 ou 113, onde nos reporta sobre duas mulheres, as 75

77

Cf. Tertulliano, Ádyersus Marcionem, 5,8,12; Knor.naeNN, AEM. (Ed.). Q. S. FI. Tertulionni Adversus Morcionem. In. AA.W (Eds.). Tertullianus 1. Opera Catholíca. Adyersus Morcionem. Corpus Christianorum. Series Latina, 1. Turnhoiti: Tlpographi Brepols Editores Pontificii, 7954, pp. 437-726, p. 688. Vale ressaltar que as obras de Têrtuliano costumam ser dividas em dois ou três grupos. O primeiro e formado pelos escritos do período católico, o segundo pelos dos anos de simpatizante do Montanismo, e o ú1timo, do período de rompimento com o catolicismo e adesão ao Montanismo. Daí decorre sua mudança de postura quanto à atuação das mulheres no ministério profético, uma vez que o Montanismo valorizava amplamente as duas profetizas já mencionadas neste artigo,

Maximila e Priscila. Cf. Tertulliano,DeAnimo.: W.rszr..'r-r, J. H. (Ed.). Q. S. Fl. TertulionniDeAnima.. In. Ae,.Vv. (Eds.). Tertullianus 11 Opera Montanistica. Corpus Christianorum. Series Latina, 2. Turnholti: Tvpographi Brepols Editores Pontificii, 1954, pp. 779-869, p.792s. Cf. Lrcr-Ence, H., op. cit., p. 1323.

-.:srer.o le opere. Roma: Città Nuova, 2000, p. 124-128,p.127. C- - :.-,nento 74 sobre ICor 14,34-35; Jar'rrurs, C. Origin on I Corinthians. -i-. --.- 'Iiraologicol Studies, vol. 10, 1909, pp. 29-Sl, p. 41s. C: 1,1-. : : \-G., op. cit., p.77. 62

\,blume

\''II

Número 13

-

The

2013

t9

: ,:

:I olaun-\ - IL\ arunlo.\ '.,oluBS

98

') : - ', -: -. -:- 'lt' jjElodollqls unlilc lploraD :'_ '-:: -'-::-'1 § (pã)'D'r:ruv;1 i1IslelolsrdE';3 .-. .: j, : I.IolEpuoN :ouEIIIAI 'Du1|Dl a otao-8 on8ut1 - . : " : -: r\ :'.-ir\o5C)OZ l\is :Z'tlI 'sasano11 snsJatpv'oçlT ap naulll :'lyL'd '.6S6I 'sarlla'I sallag saT -': ; .-.,,'.rnei al alnld '('pE) 'I I',ruun6:S'90'X lsrdEl ,,eru'91 se^EJIB

s8

"p ut ot.r9s j:,j]JI êpEp.Ie.\ e]a anb o.sur]sIUILu Se]rP.su,uas SEnP ap.teSor-ta] r.u êtuaruBlu3-Ilxa reJaplsnor atlb olad,, :oullel 1r:ur8rro op ESSou ou)npur'1

olt4dsg o llto) o't*o1ouo uta sDpD)olo) oDS tza^ ons tod 'snstuotolp sy 'sololsodo so Luo) sonnqsa-td sop a olslJ) 11to) souo)Dlp sop 'snaq uto) sodslq sop otSolnuo zo{ olxal O ,r'ltdsg lulDs np atold o1D sno^ nd aatouotl arq llop 'no{atnol 'assauo)Dlp D7 :souof,elp soB eptn8as ura o3o1 sESIUoJEIp se euot:uaru 'y1 olnrydec op oIJluI ou'secDs9tsapa sag5ury sEIJg^ sep oPueler]'olxal O

'og5elua1sns aP saluoJ seJlno ep el)u9sne E eppp 'epe5ro; EpeIaplsuoc ras apod 'oluelua ou 'oesnpuol elsg qs'seslu -oJelp sep oIl?lsIUlLU op ElJeluaruelseloeu rua8t'to ep op)eltpul erun olslu g^ IDUOS orteld 'ertepnl-ortlltues el)uengul alroJ ap ogr8ar etun Else Bra

'erg 'pluatlo EIIIS Eu 'III olnJes op epeleru epun8as eu sesluoJelp se alqos etnSas og5eu;o;ur e;raruud e sou-eluês atde wntololsody o-rlotsDplov ,s'eIlsIJEJnae:e:sesuoreourselugleno8aqranb'elstueluolUza^lB]

laqpu eIUn ep ,eratesa3 ap odsrq'oueqnu;tg ap aued ep og5euuo;u eqe)aJ'III olnJgs op apetaru elad 'errgy Ep auou 'oaugualtpatr4l ou 'oueudt3 ,r'saraqlnru seurngp ,orlu,^ op oe5e:3esúo, og5e.rqaiar eu led,t,edetzel else anb 'soJ

"p -;e141 'ouetulluale olqsgu8 o elqos BIJIlou Eu 'euuo;ur anb optl ap nauIJI soul -arclluo)ua 'olnras II op IEuII op el1o,t -rod 'auou o ErEd sou-oPueJolsaq 'àDJlslut:l sessseP sag5un; se aJqos Epeu etueJSeJJE ogu anb:od 'osstp ru?lE lI altu-rad sou oeu 'oluElua ou'otxat o'aDlDuD BueqJ se anb'olulld rod oeu a (truuoqatlp) sog]sul solad opep olnll] tun alualuellef, Er! 'lorlo)l}]rq o3a:3 o aDJlsTuTul Luof, assl: -npD-t\ ap anb -nnpuü oras--opod 'o*atB omlol as ?puo optBa-L Dun Dlu)llg D .rta,':.rrssa opuas ,r',,ata-tannb 'DTuatutoJ nd la p'tnb lnluoqattp aoilstutut aonb 'slllDuD snqDnp xa 1p1pan un7-tDssa)au stSow onb,, :aDtlslulul eIUEqr stenb

arqoN Prlalrec otsnBnY sorrelq



sO)IJSJUJVd SONIIECV)

Ministérios femininos no cristianismo dos três primeiros séculos

CADERNOS PATRÍSTICOS

Santo, o que será retomado por textos posteriores. O fato de o termo usado pora o Espirito Santo em lingua semítica ser feminino, e, possivelmente, a. única razão plausivel da analogia.

O texto passa a descrever, mais adiante, no capítulo XVI, a função das diaconisas: C'est pourquoi, ô évêque, fais-toi des travailleurs de justice [...] d'une part, un homme pour 1'administration des nombreuses choses nécessaires, d'autre part, une femme pour 1e ministêre des femmes. Car il y a des maisons ou tu ne peux pas envoyer un diacre vers les femmes, à cause des paiens, mais ttr peux envoyer une diaconesse. Et aussi, parce que dans beaucoup d'autres domaines Ie service d'une diaconesse est requis. Et en premier lieu, quand les femmes descendent dans l'eau, il est requis que celles qui descendent dans I'eau soit ointes par une diaconesse avec l'huile de onction. Et 1à ou il n'y a pas de femme presente, ni surtout de diaconesse, ii est necessaire que celui que baptise oigne celle que va être baptisée. Mais là ou il y a une femme et surtout une diaconesse, i1 n'est pas bien que les femmes doivent être r,ues par des hommes, mais avec f imposition c1e ia main oins la tête seulement. Comme on oignait dans l'ancien temps les prêtes

et le rois en Israêl, toi donc, de la même maniêre, oins la tête de ceux qui reçoivent le baptême, aussi bien hommes que femmes. Et apràs cela, - que ce soit toi-même qui baptises, ou bien que tu charges les diacres ou le prêtes de baptiser, une femme diacre, comme nous l'avons dit plus haut, oindra les femmes. Mais que ce soit un homme qui recite sur elles l'invocation (êri

irirlouu) dans l'eau.

Et quand celle qui reçoit le baptême est remontée de l'eau, la diaconesse la recevra, l'instruira et l'eduquera, afin que le sceau infrangible du baptême soit (gardé) avec pureté et saintete.sT 87 Tradução do texto siríaco para o Francês (de H Nau) corrigida a partir da tradnção inglesa (de A. Vóóeus) por A-G. M,qRrrN,roRr (cf. op. cit., p.34). Tradução nossa do Francês: "Por isso, ó bispo, prepara para ti trabalhadores de justiça [...] de um lado, um homem para a administração das várias coisas necessárias, de outro lado, uma mulher para o ministério das mulheres. Porque há casas para onde tu não podes enviar um diácono junto às mulheres, por causa dos pagãos, mas tu podes enYiar uma diaconisa. E também porque em muitos outros assuntos o serviço :c .rma diaconisa é necessário. : ::imeiro lugar, quando as mulheres descem à água, é exigido que aquelas -.-: :=!J:rr a água sejam ungidas por uma diaconisa com o óleo de unção. E : -::: -.r há mulher presente, principalmente diaconisas, é necessário que ::--:.: --= -.-iza realize a unção daquela que será batizada. Mas 1á onde há o+

Volume

MI

Número

13

2073

S9

:

Ii;

e

I oreun-\ IL\ aL:lf,i.,\

_:: i ' tn 'do'A 'tluos 'J)

=,-.

- --:s

a ezarnd ruoJ (oPEP

-run8)eias(---a.--.- - --. - : .-.:- --: :-.t.::EaEllnllsute'eraq r -e)elELrs.:--ll-:rbelanbeopuenbg .--: . .-: : -.-: 'en3g eu

:': . _' . :- - -.-_:: --:- -r- : -; -. :. ?.'ê( :nb SEI\J'Selaqlnul :-: ,- la.:-l.;.iI-'J?-ün-l?Z1eqapSOfallqSafd . ::, ':i:'l ."-.:-,- -:*:r-o OUIOJ OIUSaLLI nl SEzIlEq OpUenb OlUel :- , :- - ' - : :::=--il-l _i__ _ ---

.:-: --=: :r::.:: : s?nnun EuIloJ EtLISalu Ep'oluEuod'nl'1aers1 IUa slel so a !r- :-l::s j. so;lruE sodlual lue IrrEISun as otuo) 'oEtu Ep og5rsodrut e ulo) e5 -rq?l Ep aluauros oe5un E LuazIIEaJ selsa sBlU 'suatuoq solad sElsl^ ras ep IUBqU -al sareqlnu se enb l.uoq ? oEu 'ESIuoJeIP EIUn 'aluatuledtruud 'a laqlnru erun 88'sourulual sollelsolu sop sBlolledns sq op apElaul Ep JIIJEd 'sosBJ sop errorEru Eu 'slodep as-opulSuulsel 'olnJes op og5lnullulp E luoJ oseJo nas^ap oIJluI o relluoJua

E SOllnpE sop orusllBq

a)aJBd IEtuaIJo ellls EU ê]uasard EUIUIUaJ leuoJelp opePl^llE Elsg 'odslq no oJatlqse;d 'ouoretp oP olJ?lslultu oe 'oJIlEJd eluel -spq 'lEuor)rpB o5r^Jas lun opuElsaJd LUB^else anb ap oB5EJIpuI eJelJ 'odloJ op aluElsar ou ruB^EnulluoJ sele a 'e5aqec ep o95un e erzeJ ouIInJSeu oxas op oJlsrullu o sBlu 'sepuezEeq saleqlnlu seu EleldruoJ o95un E oluseur lueu (sesluoJElp sv'eulln)sElu alualueluaullue LUerueJ oeu 'olxal o ruo) oploJB ap (oluelue ou 'enutluol orusDeq op orrSrpltl ouPlslullu O 'saJEII og5unJ Jes e -lr.ueJ e soprJEru so uroJ sEualqold rEll^a Eled 'sEJIla saolsenb lod tu?qtuel 'uerpod oeu souof,erp so epuo gl JeJlue eled 'eluarulouelsod 'nu ollalut oúoJ ou Elral EJa oalo lUoJ oB5un E anb ze^ erun 'EJII? oglsenb ElUn Jod 'otusqeq ou saJaqlnu sEp oE5un E EJed 'opnl ap seluv 'eJI]PJd ePepISSeJeu ElUn Jod oprznpoJlur oPrs equa] oulurual oleuoJElp o anb olxal elsâp Jlued e JInlJuoJ Ie^lssod E 'sererllnu sR atueluos oltadsar zlp enb olJ?lslullu lun a olusllPq ou ísa^ul oE íESIUoJEIp V 'oJailqseld no ouo)glp run E e8alep alsa Iedpd tun rue] no 'odsrq or:dgrd o zeJ o no Írezueq ap og5ury Ep Eplnlrxe ? raqlnu V '1a,Lg,r.o-rd ornod asalgdrr{ E}se euJo} 'o-IIaJUI rod o}xa} o opualuoJ oPU olusalu 'eur}e1 oPsra^ 'atuaurroualsod opeluaJSeJJE IoJ olxal alse anb asuad uanb gg

p seru

'satueop saJar{lnu sep JepInJ -rapod EJBd 'soçSed sop seser seu leJtua eJEd

sesruorerp Ja^Erl as ep epEpISSeJeu e opuEadar an8assord srodag '(,,tuet,t-ras (DroD r?loao/lo)tr1g ))4111]r) sSS'LZ lhl luJI luau

o srcnb se,,

/

'Z-(gÍ ury opu 'o)llcuq

sBlu'II't

["']

otueruepury oIUoJ opuEtIJ 'BnulluoJ olxe] O

alqoN ErrerrJJ otsnSny sor:e61



SO]IJSIEJVd SONHECIV:)

Ministérios femininos no cristianismo dos três primeiros séculos

CADERNOS PATzuSTICOS

o concílio de Niceia (can. 19), em 325, já testemunha, na síria oci a existência de diaconisas entre os seguidores de Paulo de Samosa dental, ta, mas, uma vez convertidas, não reconhece suas funções ministeriais' As por volta de 380, escritas em Antioquia ou em ApostoLorum,

Constitutiones Constantinopla, dão ulterior testemunho.

Já na África, não parece ter havido diaconisas. Clemente menciona nos Estromatc õusrcóvc^ru .yuu«Lrôr'sq mas no contexto da defesa da santidade do matrimônio, usando o aÍgumento das mulheres dos apóstolos, as quais eram suas colaboradoras (ouuôuaróvouq) no ministerio (trl ôu«rcouiry), especificamente para entrar nos espaços reservados às mulheres (àuc yuuctrcort'i tuv). Ele se refere provavelmente a 1Tm 3,11. Enquanto os dois termos ouuõud.rcovoq e ôuarcoyi«, são usados em um sentido geral de serviço, frequente tambem em PaUlo, o termo ôu«rcóy6y .7utr«lrctJv é, sem dúvida, uma referência a diaconisas. O contexto, porém, não reflete a realidade eclesial do seu tempo, mas uma anotação histórica ao período apostólico' Orígenes, comentando a Carta aos Romanos, escreve'. et hic locus opostolici ouctoritate docet etiom feminos in ministerio Ecclesiae constitui.eo o original grego poderia ser: yuu«ircuq ôu«rcóuouç tr1ç êrcrcÀ1oÚaç rc«Qior«o$crue' Mas, ãa ..rãrr.ru forma que Clemente, ele está no níve1 exegético e não se refere à estrutura da igreja de seu tempo.er As diaconisas aparecerão na Itália, em ambiente ortodoxo, somente no VII e VIII séculos, provavelmente sob influência bizantina.e3 No que se refere ao desenvolvimento do diaconato feminino a partir do IV século, uma vez que extrapola o arco cronológico do presente artigo, sugere-se o trabalho de A-G. Martimorte4 e a uma interessante análise do status quaestionis apresentado

por

Sorci.es

8e Clemens AlexandrinuS, Stromc:tl, 3,6,53,3-4; SreuLtN, O'; FnÜcurrl, L' (Eds.).

Sffomota Buch l-VI. Die Griechischen Christlichen Schriftsteller der Ersten Drei Jahrhunderte. Clemens Alexandrinus. Vol. 2. Lerpzig J. C. Hinrichs'sche Buchhandlung, 7906, P. 220. Origenes, tntpistotàm odRomonos comment.,70,77; Mtctt., J-P (Ed.) Origenis Opàra Omnia. Tomus euartus. Patrologiae Graeca, 14. Parigi: 1862 co]r. L278. Tradução nossa do latim: 'A autoridade apostólica ensina que tambem mulheres eram instituídas no ministério da Igreja" Cf. Manrrlaonr, A-G., op. cít., p.79. Cf. À,i p. 80.

Cf

Soncr, P, op.

cit., 350.

\l..

"op-. A-G.. op. cit. So::- P. op. cit., p. 331-364.

66

\blune \'lI - Número 13 - 2013

L9

sI0z

- EI o^ê'*:-'

nEI,\ a ouJSsC EuEIlp\

'tI0z

'aqco::

a r[ulLU:-:_

"

- :

rl/.'r-rr- . --: U

'@t'd '09-tI err3o1oa1 euorssallr: , , -: '' ,- -_ i .Ep .lsal Iap osn.l osn,T::?uDlls1,lJ l-lo.lr.l .r _ -.: -.:, =_ = 'llT§',\lzNIUd .t'lU) l\l5li;' 1l l§ \IZNLdd itrey'x:srs:,-g t l: L - : :.-:,.JE'LUf =,.rUuUl ,.: .r- :ln]]lrrS EIIap auolzaJu eT) ,,oESSr,: ilLuo) serTeruud seu o^Islf,ep laded run opequ ,b., :eru:ge ENorc\.trV EIIaITqEC'serr;g-r3or1qrq

: >: -*ioJ ErJatEur rua sopEZIIEal soPnlse so opuBlaPlsuol

-rirel.:i: 3 iiurlap ap sIeJIJIp sleuI SE OBS SESIIeJo:d Sy'SeStuof,Elp sBp a s. -n-., sE) odru3 op oe5eztueS.ro e ruor 'apeptn8tlue EU euIUItuaJ aPEpI^IlE : c)EJEZrlEUOrJnlrlsul eu op5nlona eurn;elou 'ope1 orlno rod ',1a,tlssod g 'EururueJ prolsed apepl^Ile R oluaueqteJ op olrgluetuelsatc=-

olueuepury salua8 sep olorsgde o nouJot anb ossarord lerrla8ue.La epepL\: _ Ep otuaurJlap rue 1aq1nu ep laded op olradsar e sIeuoIJIPett sIEI)os salo;: sop ropeJ oE oluarulJaluua oe rouatsod eutlned oe5tpe;1 E no^el'etalqu=, -sE EU ourulureJ oluarueuodtuoJ o aJqos sPpEzIIEtol saglsanb ered opellaluaupur8uo 'ssgg';1 lo)I êp otxat oe a ertlglsode apeplJotne Ens E oslnl-o'ope1 oJlno Jod'sst'II Jo)I ap olxel op etulJe asIIguE euJoJUoJ'olsuap rua8esuaru ç Jel{lnru ep oltadsa: e sIeIJos sao5tperl sE leulpJoqns eJal. salua8 sep olotsgde O'sepetuqsa seropeJoqeloJ ruEIa^aJ as Ellno no Eru-Erun ep anb sa-taqpru se opuEJaPISuoJ 'eututtua; apEpI^IlE Ep o^Illllsel oJrr-c Epure 'olueruotu o:tatutrd oe aoualrad 'epepl]Iqeqo.rd epot uor 'o1ne6 /6'snsaf ap solndJrs,so êrlua EururrueJ e5uasa:d ep oltadsa; e og5eu;o;ul EU 'soJ-t871 e o95e1=rua 'sag5auoJ ruetuasa;de sna1e141 e sEJlt'I apuo 'sor{la8ue,ta sop Elll.a:oe5rper] e:tarutrd ep srodap aluaruelelpatut 'alsa6 oJnBIAI e sorsaC PUEIIp ; ap opnlsa o opun8as 'elanat as gl eututtual apepr,l.lle ep og5r-rtsar y 'lerJos ogssa,rd ep e5ro; u. 'o;nopaJseu ou epepod ;as e no5auoJ El'aluetuzllaJul'apepltBe IEI'op:

oJlno Jod 'ogsnard ruoJ EI-IuIJep laalssod opuas oEU otusaur 'rueltlttut.Id e[a -t

Bu eururual p:olsed epeptnlte ep reJSeJoU urn Jaqe)Jad 1a.nlssod 9 taqlnu- . og5elar rua snsaf ap elopp^out apnrDe ç enugpuodsetJoJ rug 'IueJa^I^aJC.:: oeu anb soluerunJop ap apeplluenb e a olunsse op oltadsa: e se8uue salL,spp ougluauSe4 releJEJ o opep'eue:adsa as anb op sleru P]e^aJ solnl=: sortaruud seJ] sou sourulual solr?]slultu sop ogtsanb ep opnrsa g



saosnl)uo) arqoN ElràlraC otsn8ny sorretrl

so)rJSJuJVd



soN'ur:

Ministérios femininos no cristianismo dos três primeiros seculos

CADERNOS PATRISTICOS

sido abolidas muito cedo em âmbito "ortodoxo", enquanto sobrevivem ter ,,heterodoxo", principalm em âmbi ente montanista. A esta evolução da to institu cionalização correspànd e, porém, uma maior restrição e exclusão das atividades litúrgicas sempre mais relegadas aos homens: pregar, enslnalJ celebrar os sacramentos. A insistente proibição de pregar, ensinar e batizar,

pode indicar que, em dererminadas regiões geográficas ou, pelo menos, em casos rsolaàos, as mulheres podem ter exercido estas funções' De qualquer forma, nos testemunhos máis bem documentados, no período irr"riao, as funções litúrgicas permitidas às mulheres não caracterizam "* um Àinistério independente, mas um serviço parcial, pautado em limitações socioculturais impostas ao exercício do ministério masculino, como a unção do corpo das batizandas.

;;;á,

Nãoépossívelfalardeordenaçãosacerdotalfemininag8nostrês primeirosséculos.Mesmoemambiente..herético,,écomplicadorealiza r

inferência segura, dada a escassez da documentação' De qualquer maneira' a atividade pastoral das mulheres, em sentido mais amplo' em ambiente ,,heterodoxo", parece ter sido bem mais intensa, ou ter preservado um pouco mais no tempo, aquela intensidade inicial, identificável na igreja de período afostólico, podendo ter contribuído, por reação, para a maior restriçáo da uiiridrd" pistoral feminina em amb ente "ortodoxo"'

Correio eletrônico: marcosafnobre@yahoo'com'br

,. --::otisa ordenada' \b1ume VIl

- Número 13 -

2013



Organizador e Redator Responsável: Edinei da Rosa Cândido



Conselho Editorial:

Cleber Duarte Coelho (UFSC) Edinei da Rosa Cândido (FACASC) João Eduardo Pinto Basto Lupi (UFSC) José Luis Narvaja, SJ (Universidad del Saivador - Argentina) Raphael Novaresi Leopoldo (FACASC) Ulysses Roberto Lio Tropia (PUC - Belo Horizonte) Valberto Dirksen (UFSC) Ilustroçao do CaPo

Domingos VolneY Nandi Edítoroção eletrôníco

Atta

[Catalogação na fonte por Adriana Tomaz]

cRB-14/663

Textos e Estudos' v. l, n.1 (maio 2006). Florianópolis, 2006,. Z, n.l3 (novembro,2013), Florianopolis' 2013'

Cadernos Patrísticos

-

-

Semestral

ISSN 1980-010x

l.Patrística2.Patrologia3.HistoriaCristianismo4.HistoriaAntiga 5.História Medieval 6'Literatura Cristà'

cDU 2 (0s)

CorresPondência: Cadernos Patrísticos (ITESC/FACASC) Caixa Postal 5041

88040-970 Florianópolis, SC, Brasii Fone/Fax: (48) 3234-0400 Correio Eietrônico: edinei@tiscalinet'it

tTo7, ap olquJe.rou srlodouEltoll

,

('3;O) oplpugf,

ESoU Ep

Iaulpg

soJllslJled sourapE)





Codernos Potrístacos

-

Textos e fstudos

CuPom de Pedidos



Endereço:

CEP:

Estado:

Bairro

Telefone:( )

E-mail:

-

Modalidade de Pagamento Depósito Bancário:

Endereço: Rua Dep Antônio Edu Vieia,1524 Caixa Postal. 5041 CEP: 88040-970 - FlorianóPolis / SC Fone: (48) 3234-0400 I 3234'0279

Banco do Brasil Ag .1453-2 I C C:232658-2 Pedidos:

Exemplaresn

1

e2

mediante solicitaÇáo exPressa)

Exemplaresn 3a10 -Valor: R$30,00 Exemplares

n

e-mail: edinei@tiscalinet it

(somenteparabibliotecas,

11 e 12 - Valor: R$ 40,00

Atenção: Vocà poderá encontrar este cupom, acessando o blog: patristicasc blogspot com Após preenchimento, envie-o para: abepatri@gmail com

Números publicados:

234561

B7

A Eucaristia nos Padres e Madres da Igreja A unidade como fundamento: Elementos de Eclesiologia O Episcopado na Igreja Antiga

Martírio: semente de vida e de fé Proposta para uma Patrologia local À imagem e semelhança de Deus: o itinerário antropológico

do cristianismo antigo Bíblia, o livro dos primeiros cristãos Apelo vocacional e tipologia materna: o presbiterato no IV século

9

-

11 12 -

10

Capadócios: pensadores na idade de ouro da Patrística O nascimento da Literatura Cristã (Séculos I e II) São Gregório Nazianzeno sobre a mulher

Estudos Patrísticos no Brasil: um projeto em execução

s02""""""'

S\ll-,rr r-

I8I

t:,.. "Totnqoü sass.(ln l.: r '- -.-->-,:ü:O\T1\ãCOISOUflIV '-Lawlad

Jalq)lü luoll

O[\ISINVIISIHf, OCI i. . : --. - :. : -- -- i, : sTdlHtnt^t ãc VIUOISIH :IC ov5 -.- -':-:;- - 'iOIIYIUOIAIEWOI IO)SVBI InIVJVf,

-

_

:

""""

: ': :.-il,i

oplpug, Dsou Dp lawpq

TVIHIJEVIAI VUNJVUATI] VN VZENÔVUC

cY\llflf,SvlI

OVf,nTOS nO VNINIIAIEC OV5V

lllDllzultd DlanuDwl

or,rtrurvd vNn HEd rrsoddn ::r*1r..1o.

s:ràd

VUNJUEflV EC OSHN)SIC

SOCÍ)JSII iI(I TVNOI)VN OUINO)NII

SZI" " " tOI

so)rrsJurvd III O(I STVNV :AI gIrIVd luaraoollopvuospg

aTfluor r oYrsEnÔ vhro :vrTlr IVc:r ousNgc sc vrDoToECr

"" """" VfSUDI VC VUOJNOC

.NECNIS

IUOJDZZDZ

DllJDuuV

EC VCUVDSCIIH VINVS

flarugl Irut :Irr flruvd I8 """""""'

"1\)uDJlDlJaqod IIINIIAIhISC IJJ\IUJIU :I SICOIOdIJ SNNOC E] E OIN\TIOHED :

69

"""""""

JaJJal Dsllg

VSIN

[C OIuOCAHC HC OJNIIIAIVSNId

t, """"'"""

TS NE UETNIAI

\flI

alqoN DJIaJ-tal olsnSnv súlDIN

sornf,gs sourEru -rud sgur soc ohrsrNvrJsruf, oN soNrNrwsc sorHgJsrNrr r vDrrNV Yrs[u) vunrvuflrrT vc so)rssy'r) :rr rruvd LI '"'" "'" "'

""

SON4JSIIN SO'I SO

V)Yq)V

"'"'"'"''[s

DIDMDN s1n7 asol

SU:IIJIOd SC Oru\f]IH S( OOVTVEJ T:I NS VISSTDI \fI gC rAC SAN:rCyhrr

vf,rD9lodrJ N9rf,VrEUdUAJNr E SVNrN:rr

wnurvd orr)gr :I gruvd """"TflHOJICS



1""""""""'

oruywns



NA LITERATURA ApocRIFA E NA coNsolt»açÃo cÊrusno cRrsrIANISMo HEGEvTÔNtco Do Jacir de Freitos Faria, ofm... Frei MARIA MAGDAIENA _ A ANTIODISSEIA DA DISCÍPUIA AMADA Sqlma

Ferraz

.........253

... . '. . .. .. ..

...... 277

IN\ENTÁRIO NAZIANZÊNTCO: A CONDIÇÃO FEMININA Edinei do Roso

Cô.ndido

.. .

299

RUPTURAS INCOATIVAS COM O MUNDO GRECO-ROMANO: O SURGIMENTO DE UM NOVO TIPO DE MULHER ..... ...... 309 Mariono Paolozzi S. do CunhQ

o PERFTL

DO FEMININO NA COIúSOIAÇAO DE BOECIO Cleber DtLqrte Coelho

..'....315

MULHER _..PORTA DA FE,,: UM OLHAR SOBRE RAAB E LÍDIA

SilviaTogneri..................

....................321

AS MULHERES, NAS CARTAS DE PAULO: A (IN)VISIBILIDADE NO TESTEMUNHO E PROPAGAÇAO DO EVANGELHO

Paulo Augusto

Tomanini

'.................... 331

A IMAGEM CONSTRUÍDA DA MULHER MÁRTIR NA OBRA TERTULIANO Prof. Dr. Eduordo Soares de

Oliveirct,..

DE

'....'............'.339

ENTREGA, MANSIDÃO E AMOROSIDADE: TRAÇOS FEMININOS NA EXPERIÊNCIA DE DEUS. UM OLHAR CONTEMPON,A.I{TO Azize MarioYared de Medeiros.,...

.,.....347

Lihat lebih banyak...

Comentários

Copyright © 2017 DADOSPDF Inc.